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Acórdão 00955/ Plenário

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Academic year: 2022

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ACÓRDÃO TC-955/2021 – PLENÁRIO

RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL – PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA – 1º QUADRIMESTRE DE 2020 – ART. 55, § 2º DA LEI COMPLEMENTAR 101/2000 AFASTAR IRREGULARIDADE - ARQUIVAR

O RELATOR EXMO. SR. CONSELHEIRO SEBASTIÃO CARLOS RANNA DE MACEDO

1 RELATÓRIO

Trata-se de processo de fiscalização referente a divulgação do Relatório de Gestão Fiscal da Prefeitura Municipal de Vila Velha (RGF - 1º quadrimestre de 2020) sob a responsabilidade do Sr. Max Freitas Mauro Filho, especificamente quanto ao cumprimento do artigo 55, § 2º, da Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF), a qual determina que o RGF deverá ser publicado até trinta dias após o encerramento do período a que corresponder, com amplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.

Nos termos do art. 5º, I da Lei 10.028/2000, deixar de divulgar o RGF caracteriza infração administrativa contra as leis de finanças públicas.

Acórdão 00955/2021-1 - Plenário

Processo: 05504/2020-2

Classificação: Relatório de Gestão Fiscal Exercício: 2020

UG: PMVV - Prefeitura Municipal de Vila Velha Relator: Sebastião Carlos Ranna de Macedo Responsável: MAX FREITAS MAURO FILHO

Procuradores: GREGORIO RIBEIRO DA SILVA (OAB: 16046-ES), LEONARDO DA SILVA LOPES (OAB: 28526-ES), ALTAMIRO THADEU FRONTINO SOBREIRO (OAB: 15786-ES)

Conferência em www.tcees.tc.br Identificador: 2E9AE-BF3EB-5A40D

Assinado por MARCIA JACCOUD FREITAS 12/08/2021 15:19 Assinado por LUIZ CARLOS CICILIOTTI DA CUNHA 12/08/2021 16:06 Assinado por SERGIO ABOUDIB FERREIRA PINTO 12/08/2021 16:52 Assinado por DOMINGOS AUGUSTO TAUFNER 12/08/2021 17:07 Assinado por ODILSON SOUZA BARBOSA JUNIOR 12/08/2021 17:18 Assinado por SERGIO MANOEL NADER BORGES 13/08/2021 07:09 Assinado por LUIS HENRIQUE ANASTACIO DA SILVA 30/08/2021 11:27

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O Núcleo de Controle Externo de Auditoria e Gestão Fiscal - NGF elaborou a Manifestação Técnica 3539/2020 (doc. 02), com a seguinte proposta de encaminhamento:

6. PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

Em face do indicativo de irregularidade apontado na presente manifestação técnica e em respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa, sugere- se:

a) A CITAÇÃO do responsável indicado no quadro abaixo, nos termos do artigo 56, II, da Lei Complementar Estadual 621/2012 e do artigo 157, III, do Regimento Interno do TCEES – RITCEES (Resolução TC 261/2013), para que, no prazo a ser estipulado, apresente razões de justificativa, bem como documentos que entender necessários:

Responsável: Irregularidade:

Max Freitas Mauro Filho CPF: 989.419.177-00 Cargo: Prefeito

Item 4 - deixar de divulgar o Relatório de Gestão Fiscal (RGF), no prazo e nas condições determinadas na Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

b) O encaminhamento, ao responsável, de cópia desta Manifestação Técnica, juntamente com o Termo de Citação.

Em seguida o NGF elaborou a Instrução Técnica Inicial 367/2020 (doc. 03), nos termos propostos na Manifestação Técnica 3539/2020.

Conforme Decisão SEGEX 457/2020 (doc. 4), foi efetuada a citação do Sr. Max Freitas Mauro Filho para apresentar suas alegações de defesa, em função do descumprimento ao disposto no artigo 55, § 2º, da Lei Complementar 101 (Termo de Citação 771/2020 – doc. 5).

O responsável apresentou Defesa/Justificativa 208/2021 (doc. 08).

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Os autos foram encaminhados novamente ao NGF, que exarou a Instrução Técnica Conclusiva 2056/2021 (doc.14), com a seguinte proposta de encaminhamento:

4. CONCLUSÃO E PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

Trata-se de processo de fiscalização da divulgação do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do Poder Executivo, do 1º quadrimestre de 2020, da Prefeitura Municipal de Vila Velha, especificamente quanto ao cumprimento do art. 55, § 2º, da Lei de Responsabilidade Fiscal, que foi realizada com 121 dias de atraso, conforme Manifestação Técnica 3539/2020-7 (Documento 02), evidenciando a ocorrência de infração administrativa contra as leis de finanças públicas, prevista no art. 5º, I, da Lei 10028/2000, sob responsabilidade do Prefeito Municipal de Vila Velha, Sr. Max Freitas Mauro Filho.

Devidamente citado, o responsável apresentou justificativa comprovando que o atraso na publicação do RGF se deu por causas alheias à sua vontade, e que não decorreu de dolo ou erro grosseiro, e que superadas as dificuldades foi efetivada a divulgação, conforme descrito no subitem 3.1.3 desta instrução.

Assim, nos termos do art. 319, § 1º, IV, do Regimento Interno do TCEES, aprovado pela Resolução TC 261, de 4 de junho de 2013 (RITCEES), após análise da documentação acostada aos autos, submetemos à consideração superior as seguintes propostas de encaminhamento para a presente Fiscalização:

a) Acolher as razões de justificativa, nos termos do art. 207, § 3º, c/c o art. 329,

§ 6º, ambos do RITCEES, e afastar a irregularidade descrita no subitem 3.1 desta instrução;

b) Arquivar os autos, após adotadas as formalidades legais, nos termos do art. 207, III, do RITCEES.

Por fim, cumpre alertar que há pedido para realização de sustentação oral em favor do Prefeito Municipal de Vila Velha, Sr. Max Freitas Mauro Filho (Documento 08).

O Ministério Público de Contas, por meio do Parecer 2734/2021 (doc. 18), da lavra do Procurador Luis Henrique Anastácio da Silva, anuiu aos argumentos fáticos e jurídicos apresentados pela área técnica.

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É o relatório.

2 FUNDAMENTAÇÃO

Analisando os autos, verifico que o feito se encontra devidamente instruído, portanto, apto a um julgamento, eis que observados todos os trâmites legais e regimentais.

Ratifico o entendimento da área técnica exarado na Instrução Técnica Conclusiva 2056/2021, com a qual anuiu o Ministério Público de Contas, por meio do Parecer 2734/2021, nos seguintes termos:

3. DOS ACHADOS

3.1 DEIXAR DE DIVULGAR O RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL (RGF), NO PRAZO E NAS CONDIÇÕES ESTABELECIDAS NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

3.1.1. Dos fatos

Nos termos da Manifestação Técnica 3539/2020-7 (Documento 02), a data de divulgação do RGF da Prefeitura Municipal de Vila Velha, referente ao 1º quadrimestre de 2020, foi examinada: I - na base de dados do sistema CidadES do TCEES (módulo Contas mensal); II - no veículo de divulgação informado no sistema CidadES do TCEES; e III - em consulta à base de dados do Siconfi; verificando-se que a efetiva data de divulgação do RGF ocorreu em 28/9/2020, com 121 dias de atraso.

Conclui a Manifestação Técnica 3539/2020-7 (Documento 02) pela inobservância às determinações impostas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, decorrente da não conformidade na divulgação do RGF, na forma prevista pelo art. 55, § 2º, da Lei de Responsabilidade Fiscal, evidenciando assim, por parte do Prefeito Municipal de Vila Velha, Sr. Max Freitas Mauro Filho, a infração administrativa contra as leis de finanças públicas, prevista no art. 5º, I, da Lei 10028/2000.

Destaca ainda a Manifestação Técnica 3539/2020-7 (Documento 02) que:

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[...] a infração prevista no artigo 5º, inciso I, da Lei Federal 10.028/2000 (Lei de Crimes Fiscais) é punida com multa de trinta por cento dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal.

Para fins de definição do valor da multa, verifica-se que o vencimento anual do Prefeito Municipal de Vila Velha foi fixado por meio da Lei Municipal nº 5.819/2017 (lei fixadora) e Lei Municipal 6.168/2019 (revisão geral anual de 5%), no valor de R$ 13.803,00 (janeiro a abril) e R$ 14.493,15 (maio a dezembro) por mês, sendo o montante anual a ser pago equivalente a R$ 171.157,20 (Anexo IV). Cabe informar que, conforme Nota Explicativa encaminhada por meio do arquivo FICPAG na PCA 2019 (Anexo V), o Prefeito Municipal fez a opção pela remuneração de seu cargo efetivo, pertencente ao quadro de servidores de carreira do Tribunal Regional do Trabalho da 17º Região –ES, conforme a regra contida no inciso II, do artigo 38 da CRFB de 1988, sendo o montante recebido em 2019 equivalente a R$ 233.769,00 (Anexo VI). Ademais, o Valor de Referência do Tesouro Estadual - ES (VRTE), para o exercício de 2019, foi de R$

3,4217.

Consoante dispõe o art. 5º, § 1º, da Lei 10.028/2000, a infração prevista nestes autos será “punida com multa de trinta por cento dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal”.

Contudo, analisando decisões recentes deste Tribunal, constata-se a existência de divergência quanto à base de cálculo e definição do percentual da multa.

No Acórdão TC 124/2020 – 2ª Câmara (Processo TC 14862/2019), houve a definição de que a multa seria calculada sobre o valor bruto percebido pelo agente público, porém o percentual de 30%, definido na Lei 10.028/2000, deveria ser analisado como “percentual máximo”, cuja dosimetria seria definida em cada caso.

Por outro lado, no Acórdão TC 1171/2020 – Plenário (Processo TC 14925/2019), o Tribunal considerou que a multa deveria ser calculada sobre os vencimentos anuais líquidos do agente (deduzidos o imposto de renda e as contribuições previdenciárias). Entretanto, nesse Acórdão, o cálculo seguiu o percentual fixo de 30%.

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Dessa forma, deixa-se de propor o valor da multa, mas sugere-se ao Relator que adote a medida que entender cabível para a definição da base de cálculo e, se for o caso, para a dosimetria do valor da multa.

3.1.2. Justificativas Apresentadas

Devidamente citado, o responsável apresentou suas justificativas (Documento 08), conforme transcrito adiante:

Primeiramente, reiterando e retomando as explanações já apresentadas ao TCEES, destaca-se que desde maio de 2019, quando houve a troca do sistema de informática e contábil, o Município de Vila Velha trabalhou exaustivamente para regularizar as remessas das prestações de contas pendentes e cumprir os prazos legais relativos aos relatórios fiscais.

Situação que foi plenamente regularizada em julho de 2020 no que diz respeito às PCMs e em outubro de 2020 no caso do RGF.

Mas o tema de regularização dos prazos e obrigações Município de Vila Velha junto ao TCEES merece uma retomada do histórico dos fatos ocorridos.

Ainda no ano de 2019, como resultado do esforço realizado com da compreensão e da colaboração do TCEES, o Município de Vila Velha apresentou por meio do Protocolo 11904/2019-2, nos autos do processo 08867/2019-8, proposta de cronograma para a remessa das prestações de contas mensais do exercício de 2019, prestação de contas anual do exercício de 2019 e das prestações de contas mensais do período de janeiro a março de 2020.

A proposta foi acolhida pelo TCEES, conforme Acordão 01420/2019 - Plenário, e o cronograma foi cumprido, rigorosamente, nas datas ajustadas até a remessa da PCM do mês de novembro de 2019, de todas as Unidades Gestoras.

Ocorre que, a partir da elaboração da prestação de contas do mês de dezembro de 2019 e da remessa de encerramento de exercício (mês 13), cujos prazos para envio das remessas estavam previstos para março de 2020, surgiram novos entraves e dificuldades de migração de sistema de informática e também relativo à pandemia da COVID-19 que impediram o cumprimento integral do prazo pactuado.

Neste interregno, o TCEES proferiu a Decisão Plenária n. 08/2020, suspendendo até 30 de junho de 2020 a autuação automática de processo de omissão referente ao não envio da prestação de contas de municípios jurisdicionados, referente aos meses 12 e 13/2019 (encerramento de exercício) e meses 01 a 05/2020.

Entretanto, o prazo fixado não foi suficiente para que o Município de Vila Velha concluísse todas as remessas das obrigações que se encontravam em atraso e, situação que foi plenamente regularizada na PCM do mês de julho cujo prazo de remessa foi até 10 de agosto, somente a partir daí a condição de remessas das PCMs em dia permitiu providenciar a regularização da disponibilização dos Relatórios de Gestão Fiscal - RGF, que foram colocados em dia e regularizados plenamente e cujas publicações no DIO ocorreram em 05/10/2020 para o RGF do 1º quadrimestre e 08/10/2020 para o RGF do 2º quadrimestre, já homologados no SICONFI/STN, conforme documentos anexados (doc. 02).

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Portanto, foi realizado grande esforço no ano de 2020 para deixar todos os aspectos das prestações de contas e disponibilização de relatórios fiscais em dia no Município de Vila Velha, feito levado a êxito, como pode ser observado pelo TCEES, de forma que de julho/2020 em diante não houve atraso em nenhuma PCM das UGs no Município de Vila Velha, bem como a regularização dos relatórios de gestão fiscal do Município.

Acrescenta-se que sob a gestão do Manifestante, em 2020, promoveu-se uma mudança de cultura, rotina e fluxo de atuação na área contábil do Município de Vila Velha com mudança do sistema de gestão e contábil, reorganização das rotinas de trabalho e realização de concurso público para formação dos quadros técnicos na gestão municipal, mais especialmente, na área de contabilidade.

A totalidade da equipe do setor de contabilidade da Secretaria Municipal de Finanças, juntamente com a empresa fornecedora do sistema, após reformulação das rotinas, cronogramas e fluxos, se dedicaram no processamento, consolidação dos dados contábeis e envio das prestações de contas mensais, em ritmo contínuo, rotineiro e acelerado, com tempestividade visando realizar a regularização dos prazos junto ao TCEES e, uma vez regularizado, manter essa condição de regularidade, como pode ser observado em todas as PCMs entregues a partir do mês de agosto/2020, rigorosamente e dia.

O Contrato n. 107/2019, firmado entre a Administração Municipal e a empresa SMARAPD Informática Ltda. em 02/05/2019, previu a prestação de serviços de suporte operacional, manutenção e atualização, especificamente no item 2.1.6.15.4, conforme segue:

“[...] 2.1.6.15.4 – Nível 3: A equipe de 3º Nível é acionada sempre que um problema necessitar de aprofundada especialização por parte dos técnicos. Esta equipe é responsável por realizar suporte ao negócio e também possuir conhecimentos técnicos de tecnologia e da ferramenta implantada, ou seja, atendimento sênior. Neste nível, todos os problemas relatados devem ser selecionados e gerados scripts de atendimentos para inclusão na base de conhecimento de ocorrências da implantação da solução SISTEMA.”

A publicação da Portaria SEMFI n. 002/2020, que atribui competência aos contadores lotados na Coordenação de Contabilidade da Secretaria Municipal de Finanças e definiu a responsabilidade técnica por Unidade Gestora no envio das prestações de contas ao TCEES, visou a intensificação dos trabalhos já executados pelo setor de contabilidade, associado ao apoio da empresa contratada para fornecimento do sistema de gestão.

Além disso, o Decreto n. 179/2020, que estabeleceu prazos para encaminhamento das frequências, processos de pagamento e demais atos relativos à folha de pagamento, fortaleceu a atuação de todas as Unidades Gestoras visando o cumprimento de prazos das remessas das prestações de contas mensais com a antecipação do ciclo da folha de pagamento o que oferece mais tempestividade à execução orçamentária.

Tais iniciativas, como o uso de tecnologia nova contratada por licitação (novo sistema); novas rotinas de fluxos de processamento de folha, liquidação de despesas; cronograma de processamento das PCMs e dados contábeis; estruturação dos quadros profissionais de área contábil, auxiliaram o setor de contabilidade do município ainda mais na aceleração no processamento das prestações de contas mensais, visando a maior

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celeridade na regularização dos prazos que foram cumpridos junto a este órgão de controle externo nas PCMs.

Assim, foi regularizada a situação e as prestações de contas do Município de Vila Velha e também na apuração dos dados contábeis que foram plenamente colocados em dia no exercício de 2020, em agosto para as PCMs e no início de outubro para os relatórios RGF e balanços contábeis, portanto, a partir daí o Munícipio esteve plenamente regular nas suas obrigações contábeis de prestação de contas e demonstrativos contábeis.

Dessa forma, diante de todo o exposto, pede-se o acolhimento das razões de justificativa, tendo em vista todo o contexto que permeou o ano de 2020, bem como os desafios vivenciados pelo Município de Vila Velha para regularizar as pendências junto ao TCEES, de forma a não se aplicar multa ao Manifestante.

Foi também juntada aos autos a Peça Complementar 9495/2021-7 (Documento 10), contendo cópia digitalizada das homologações dos RGFs do 1º e 2º quadrimestres de 2020 junto ao Siconfi.

3.1.3. Análise

Em sua defesa (Documento 08 destes autos), o Sr. Max Freitas Mauro Filho, Prefeito Municipal de Vila Velha, através de seus advogados, conforme Procuração 138/2021-4 (Documento 09 destes autos), destaca que desde maio de 2019, com a troca do sistema de informática e contábil, o Município de Vila Velha trabalhou exaustivamente para regularizar as remessas das prestações de contas pendentes e cumprir prazos legais relativos aos relatórios fiscais, situação que foi regularizada em julho de 2020, no que se refere às Prestações de Contas Mensais, e em outubro de 2020 no caso do RGF.

A defesa cita também o Protocolo 11904/2019-2, nos autos do Processo 8867/2019-8, no qual foi apresentada proposta de cronograma para cumprimento da remessa das prestações de contas mensais do exercício de 2019, prestação de contas anual do exercício de 2019, e das prestações de contas mensais do período de janeiro a março de 2020.

Em consulta ao Processo TC 8867/2019-8, consta, em defesa (Documento 16 do Processo TC 8867/2019-8) apresentada pelo Sr. Max Freitas Mauro Filho, que a Prefeitura Municipal de Vila Velha vinha tendo diversos problemas com a Empresa Governança Brasil S/A, que fornecia o Sistema Integrado de Gestão Pública Municipal, culminando com a impossibilidade de envio tempestivo da Prestação de Contas Anual do exercício de 2018, e de Prestações de Contas Mensais do exercício de 2019. Em maio de 2019 essa empresa veio a ser

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substituída pela Empresa SMARAPD Informática Ltda.

Nos autos (Documento 16 do Processo TC 8867/2019-8), a Prefeitura de Vila Velha apresentou proposta de cronograma para cumprimento de obrigações de encaminhamento de dados a este Tribunal, que foi acolhida pelo Plenário desta Corte, deixando-se de aplicar multa ao Sr. Max Freitas Mauro Filho, Prefeito de Vila Velha, conforme se depreende do Acordão 1420/2019-2 - Plenário (Documento 120 do Processo TC 8867/2019-8), e determinado o acompanhamento do cumprimento do cronograma proposto, o que foi realizado conforme Manifestação Técnica 7/2020-8 (Documento 130 do Processo TC 8867/2019-8), acolhida por este Tribunal conforme Acordão 126/2020-3 - Plenário (Documento 137 do Processo TC 8867/2019-8).

Na sequência, a defesa (Documento 08 destes autos) informa que o cronograma foi cumprido até a remessa de novembro de 2019, mas que com a Prestação de Contas Anual surgiram novos problemas e dificuldades de migração do sistema de informática, e ainda, a Pandemia de Covid-19, que impediram o cumprimento integral do prazo pactuado.

Acrescenta que a situação em relação às PCMs foi regularizada em agosto (2020), com a remessa dos dados de julho, e a partir daí foi providenciada a regularização dos Relatórios de Gestão Fiscal, com a publicação do 1º quadrimestre em 05/10/2020, e do 2º quadrimestre em 08/10/2020, e a correspondente homologação no Siconfi, da Secretaria do Tesouro Nacional.

Informa a defesa (Documento 08 destes autos), que foi realizado grande esforço no ano de 2020 para deixar as prestações de contas e disponibilização dos relatórios fiscais do Município em dia, feito levado a êxito, de forma que a partir de julho de 2020 não houve atrasos nas PCMs e regularização dos Relatórios de Gestão Fiscal.

Em verificação a divulgado dos RGFs do 2º e 3º quadrimestres de 2020, constatou-se que o do 2º quadrimestre foi divulgado ainda com 8 dias de atraso, e que o do 3º quadrimestre foi divulgado tempestivamente em 29/01/2021, ambos no Diário Oficial do Município de Vila Velha, conforme quadro a seguir e Anexos I e II.

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Ano Período Prazo publicação

Data CidadES

Data Diário Oficial do Município de

Vila Velha

Dias de Atraso

2020

quadrimestre

30 de setembro de

2020 08/10/2020 08/10/2020 8

2020

quadrimestre

30 de janeiro de

2021 29/01/2021 29/01/2021 0

Desta forma, com fundamento no posicionamento expresso no Acordão 1420/2019-2 – Plenário e no Acordão 126/2020-3 - Plenário (Documentos 120 e 137 do Processo TC 8867/2019-8), e também no item II.1.1 do voto que foi base para o Acórdão 1676/2019-3 – 1ª Câmara (Processo TC 8919/2018-3), deste TCEES, recorre-se ao art. 221, do Decreto-Lei 4657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - LINDB), assim como ao art.

282 do mesmo normativo, para sugerir ao Exmº Relator que acolha as justificativas apresentadas e afaste o indício de irregularidade apontado na Manifestação Técnica 3539/2020-7 (Documento 02), na Instrução Técnica Inicial 367/2020-8 (Documento 03) e na Decisão Segex 457/2020-7 (Documento 04), tendo em vista que restou comprovado que o atraso no cumprimento de dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal não decorreu de dolo ou erro grosseiro do responsável e se deu por causas alheias à sua vontade e controle, e ainda, que foram empregados esforços no intuito de solucionar os problemas encontrados, e que superadas as dificuldades os prazos passaram a ser cumpridos.

4. CONCLUSÃO E PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO

Trata-se de processo de fiscalização da divulgação do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do Poder Executivo, do 1º quadrimestre de 2020, da Prefeitura Municipal de Vila Velha, especificamente quanto ao cumprimento do art. 55, § 2º,

1 Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem preju ízo dos direitos dos administrados.

§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

2 Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

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da Lei de Responsabilidade Fiscal, que foi realizada com 121 dias de atraso, conforme Manifestação Técnica 3539/2020-7 (Documento 02), evidenciando a ocorrência de infração administrativa contra as leis de finanças públicas, prevista no art. 5º, I, da Lei 10028/2000, sob responsabilidade do Prefeito Municipal de Vila Velha, Sr. Max Freitas Mauro Filho.

Devidamente citado, o responsável apresentou justificativa comprovando que o atraso na publicação do RGF se deu por causas alheias à sua vontade, e que não decorreu de dolo ou erro grosseiro, e que superadas as dificuldades foi efetivada a divulgação, conforme descrito no subitem 3.1.3 desta instrução.

Assim, nos termos do art. 319, § 1º, IV, do Regimento Interno do TCEES, aprovado pela Resolução TC 261, de 4 de junho de 2013 (RITCEES), após análise da documentação acostada aos autos, submetemos à consideração superior as seguintes propostas de encaminhamento para a presente Fiscalização:

a) Acolher as razões de justificativa, nos termos do art. 207, § 3º, c/c o art. 329,

§ 6º, ambos do RITCEES, e afastar a irregularidade descrita no subitem 3.1 desta instrução;

b) Arquivar os autos, após adotadas as formalidades legais, nos termos do art. 207, III, do RITCEES.

Por fim, cumpre alertar que há pedido para realização de sustentação oral em favor do Prefeito Municipal de Vila Velha, Sr. Max Freitas Mauro Filho (Documento 08).

Vieram os autos para emissão de voto.

No dia 03 de agosto de 2021, o senhor Max Freitas Mauro Filho, por intermédio de seus advogados, protocolou tempestivamente a Petição Intercorrente 773/2021, apresentando sustentação oral.

Verificado o caso específico em tela, procedi à juntada aos autos do instrumento peticionário, conforme Despacho 31938/2021.

Ante o exposto, obedecidos todos os trâmites processuais e legais, acompanhando o entendimento da área técnica e do Ministério Público de Contas, VOTO no sentido

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de que o Colegiado aprove a proposta de deliberação que submeto à sua consideração.

SEBASTIÃO CARLOS RANNA DE MACEDO Relator

1. ACÓRDÃO TC-955/2021 – PLENÁRIO

VISTOS, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo, reunidos em Sessão do Plenário, ante as razões expostas, em:

1.1. ACOLHER AS RAZÕES DE JUSTIFICATIVA apresentadas pelo Sr. Max Freitas Mauro Filho, nos termos do art. 207, §3º, c/c o art. 329, § 6º, ambos do RITCEES, e afastar a irregularidade referente à Divulgação do Relatório de Gestão Fiscal (RGF), no prazo e nas condições estabelecidas na Lei de Responsabilidade Fiscal;

1.2. ARQUIVAR OS AUTOS, após adotadas as formalidades legais, nos termos do art. 207, III, do RITCEES.

2. Unânime.

3. Data da Sessão: 05/08/2021 - 40ª Sessão Ordinária do Plenário 4. Especificação do quórum:

4.1. Conselheiros: Domingos Augusto Taufner (vice-presidente no exercício da presidência), Sebastião Carlos Ranna de Macedo (relator), Sérgio Aboudib Ferreira Pinto, Sérgio Manoel Nader Borges e Luiz Carlos Ciciliotti da Cunha.

4.2. Conselheiros Substitutos: Marcia Jaccoud Freitas (em substituição).

CONSELHEIRO DOMINGOS AUGUSTO TAUFNER Vice-presidente no exercício da presidência

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CONSELHEIRO SEBASTIÃO CARLOS RANNA DE MACEDO Relator

CONSELHEIRO SÉRGIO ABOUDIB FERREIRA PINTO CONSELHEIRO SÉRGIO MANOEL NADER BORGES CONSELHEIRO LUIZ CARLOS CICILIOTTI DA CUNHA CONSELHEIRA SUBSTITUTA MÁRCIA JACCOUD FREITAS Em substituição

Fui presente:

PROCURADOR DE CONTAS LUIS HENRIQUE ANASTÁCIO DA SILVA Procurador-geral

ODILSON SOUZA BARBOSA JUNIOR Secretário-geral das Sessões

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