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PONTO 1: Execução 1. EXECUÇÃO COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE TÍTULOS JUDICIAIS

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PROCESSO CIVIL

PROCESSO CIVIL

PONTO 1: Execução

1. EXECUÇÃO

COMPETÊNCIA PARA EXECUÇÃO DE TÍTULOS JUDICIAIS Contemplada no art. 475-P do CPC.

O inciso I trata da competência para a execução nas causas de competência originária de tribunais, ou seja, a execução é feita perante o respectivo tribunal.

Maior alteração: inciso II combinado com o parágrafo único. O inciso II trata da competência para execuções de sentenças cíveis condenatórias. Durante mais de 30 anos a competência para execuções cíveis era exclusiva do juízo que o tivesse proferido. Hoje, todavia o credor pode optar em executar no foro do domicílio do réu ou ainda no local onde o réu tenha bens penhoráveis.

O inciso III trata da competência para a execução de sentença estrangeira penal e arbitral cuja competência se estabelece de acordo com as regras de competência do Livro I.

EXECUÇÃO DE TÍTULOS EXTRAJUDICIAIS QUE TENHAM POR OBJETO OBRIGAÇÕES PARA PAGAMENTO

O procedimento da execução de títulos extrajudiciais, com a mudança da lei, ficou mais célere, beneficia mais o credor, há vários mecanismos pró credor.

Como ficam os executivos fiscais? Aplica-se a Lei 6.830, pois é lei especial. A jurisprudência aplica subsidiariamente o CPC à LEF.

NATUREZA DA EXECUÇÃO DE TÍTULOS EXTRAJUDICIAL (qualquer título extrajudicial)

As execuções de títulos extrajudiciais têm a natureza de ação. E é como ação que elas devem ser tratadas. Por ter natureza de ação, é desencadeada por petição inicial, que sendo deferida, o devedor será citado para pagar em 3 dias. Nos executivos fiscais ele é citado para pagar em 5 dias.

AVERBAÇÃO DA CERTIDÃO DE DISTRIBUIÇÃO DA EXECUÇÃO – ART. 615-A do CPC

Tão logo seja distribuída uma execução, o credor poderá obter uma certidão dando conta da distribuição dessa execução e, na posse desta certidão poderá averbá-la junto aos registros (Registro de Imóveis, DETRAN).

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A averbação desta certidão é feita unilateralmente pelo credor, independentemente de ordem judicial, ou seja, o credor averbará onde quiser. Obviamente, poderão existir averbações indevidas.

FINALIDADE DAS AVERBAÇÕES: Essas averbações têm por finalidade única e exclusivamente preservar a boa-fé de terceiros, ou seja, é para alertar terceiros que, se eventualmente o bem for adquirido haverá a presunção de fraude à execução.

Estas averbações não geram direito de preferência, não têm a natureza de pré- penhora.

Conseqüência da alienação posterior à averbação: De acordo com a lei, presume-se a fraude à execução. Trata-se de presunção relativa, admite prova em contrário, por exemplo: devedor poderá provar que não é insolvente, nesse caso não será declarada a fraude.

Esse artigo ainda excepciona a fraude à execução: em regra precisa de citação, mas de acordo com o artigo 615-A, a citação não é mais requisito imprescindível para o pronunciamento da fraude. Este artigo contém uma previsão de fraude à execução para uma alienação anterior à citação, ou seja, houve a averbação, mesmo antes da citação, poderá haver a decretação da fraude.

STJ têm acórdãos dispensando a citação quando houver prova nos autos de que o devedor está fugindo de ser citado.

Ainda, nos termos do art. 615-A, o credor no prazo de 10 dias a contar da efetivação das averbações deverá comunicar ao juízo aquelas que foram efetivadas. A comunicação ao juízo tem por finalidade proteger o devedor, em razão do princípio da menor gravosidade, o magistrado deverá determinar o cancelamento daquelas averbações cujos bens não vierem a ser penhorados.

Conseqüência do credor não avisar: lei não previu nenhuma conseqüência, mas evidentemente se está diante da má-fé – litigância temerária. O segundo raciocínio – Theodoro Jr. – dá uma outra conseqüência: segundo ele, este artigo excepciona a fraude à execução no sentido de considerar sem fraude uma alienação anterior a citação, o que favorece o credor, ora se o credor quiser se beneficiar da exceção, ou segue toda a previsão do dispositivo legal, ou não segue nada. Se o credor não avisar em 10 dias e houver a alienação do bem, não há que se falar em presunção de fraude à execução, mas sim, fraude contra credores, pois a regra é a fraude contra credores (penhora imediatamente). O entendimento de Theodoro Jr. ainda não apareceu na jurisprudência.

AVERBAÇÕES INDEVIDAS

Havendo averbações indevidas (ex: averbação em patrimônio de valor muito superior ao da dívida), a conseqüência é a litigância temerária, a má-fé.

O artigo é compatível com a Lei 6.830 na exata medida em que ele beneficia o credor, ele foi feito para credor.

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No cumprimento de sentença, o art. 615-A fala em averbação da certidão de distribuição, o problema é que no cumprimento de sentença não existe certidão de distribuição, pois não se trata de ação. Em que pese não haver a certidão de distribuição, a fraude à execução ocorre. Inexiste certidão de distribuição, mas é possível o credor obter uma certidão dando conta de que existe uma execução em curso, que são as narratórias cujo efeito seria o mesmo das certidões de distribuição.

Os atos sujeitos à averbação previstos na Lei 6.015/73 são exemplificativos e não taxativos.

TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS O Art. 585 nos seus incisos elenca os títulos.

INCISO II

Nos termos do inciso II, são títulos executivos os instrumentos públicos os instrumentos particulares subscritos por duas testemunhas. O Contrato de honorários advocatícios é uma exceção, não precisa da presença de duas testemunhas, conforme o Estatuto dos Advogados. Também são títulos os instrumentos de transação referendados pela defensoria pública, pelo Ministério Público (TAC - Termos de Ajustamento de Condutas) e pelos advogados dos transatores.

INCISO III – Contratos de seguro

No sistema revogado, os contratos de seguro de vida e de acidentes pessoais que resultassem em morte ou incapacidade eram títulos executivos. A nova lei só fala em contrato de seguro de vida, não trata mais de contrato de seguro de acidentes pessoais.

Duas interpretações sobre os contratos de seguro de acidentes pessoais:

a) Apenas os contratos que seguro de vida seriam título, pois a lei só fala deles.

Adotar essa posição.

b) Os contratos de seguro de acidentes pessoais continuariam sendo títulos executivos porque na verdade continuam sendo uma modalidade do gênero seguro de vida.

INCISO V – Trata dos créditos relativos a locações e condomínios

A execução desses créditos prescinde de contrato escrito, basta que o crédito esteja documentalmente comprovado.

INCISO VI - Certidões da Dívida Ativa.

PARÁGRAFO PRIMEIRO – Trata da relação existente entre ações que tenham por objeto a discussão de uma dívida e o processo de execução.

Exemplo de ações visando a discussão de dívida: ações revisionais de contrato, ações de consignação em pagamento, ações visando a decretação de nulidade de título, as ações declaratórias de inexistência de dívida. Parte da doutrina chama essas ações de

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DEFESA HETEROTÓPICA: ao invés de aguardar uma ação de execução e embargar, o devedor assume uma postura ativa e ele resolve demandar.

Estas ações não impedem e não suspendem, via de regra, o ajuizamento de uma execução. Se o devedor quiser evitar o ajuizamento da execução, ele tem que pedir nestas ações, como tutela antecipada a suspensão da exigibilidade do crédito.

Observações sobre essas ações e a execução de títulos extrajudiciais:

a) A ação revisional é ajuizada antes da execução ou ainda após a execução, mas antes dos embargos.

b) A ação revisional é ajuizada após os embargos.

c) Credor ajuíza a execução, devedor perde o prazo para embargos e tem patrimônio. Credor promove a venda de bens, levanta o dinheiro e a execução é extinta pelo pagamento.

É possível, depois de extinta a execução pelo pagamento, o devedor ajuizar uma ação com a finalidade de discutir a dívida invocando as matérias que deveriam ter sido discutidas nos embargos (mas não o foram) e cumular com repetição de indébito?

a) Na primeira hipótese, via de regra, quando o devedor for embargar, ele irá invocar exatamente as mesmas matérias da revisional. O problema é que, se o devedor invocar as mesmas matérias, teremos a mesma ação e, por conseqüência, se terá a litispendência.

Neste caso serão extinto os embargos, e este sendo extinto, o devedor fica sem a chance de pedir efeito suspensivo. Araken segue essa linha de raciocínio: há litispendência, os embargos são extintos e a execução fica desbravada. Se o devedor quiser suspender, deve ajuizar uma Ação Cautelar Inominada.

Segunda posição, STJ – Ministro Teori Albino Zavascki: concorda com Araken no que tange a litispendência, todavia, não possibilitar ao devedor a oposição de embargos significaria colocá-lo numa situação de enorme gravosidade. A alternativa é o devedor, no prazo que dispõe para opor embargos (15 dias), pedir a conversão da revisional em embargos, ou seja, que a revisional seja recebida como embargos. Dentro desta visão do Ministro Teori, para suspender a execução, não haveria a necessidade do ajuizamento de uma cautelar inominada, mas bastaria simples pedido nos autos.

b) A execução já está em curso e foi embargada, e o devedor ajuíza a revisional.

Nesse caso, o que será extinto será a revisional, pois é a segunda ação.

c) Sobre o tema temos três posicionamentos:

c.1) Ada Pellegrini Grinover: a sentença que extingue a execução pelo pagamento não é sentença de mérito, logo a mesma transita em julgado apenas formalmente. Assim, é possível o ajuizamento da revisional cumulada com a repetição de indébito. Tecnicamente, não há que se falar em preclusão, porque as preclusões são endoprocessuais (se dão internamente no processo – não atinge outra relação processual).

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c.2) Liberman: a sentença que extingue a execução é uma sentença de mérito e, portanto ela transita em julgado materialmente, logo, não é possível o ajuizamento desta ação cumulada com repetição de indébito.

c.3) Posição majoritária, Araken, Teori, Ovídio: a sentença que extingue a execução pelo pagamento é de mérito, todavia trata-se de uma sentença de mérito que não está apta a produção da coisa julgada material, pois falta certeza (o juiz não julga procedente a execução, não diz o direito, apenas reconhece que está pago). De acordo com essa terceira posição, será possível o ajuizamento de uma ação revisional cumulada com uma repetição de indébito.

PROSSEGUIMENTO DA EXECUÇÃO

Ajuizada a execução, se a inicial for deferida, o devedor será citado para pagar em três dias. O devedor é citado apenas para pagar, ele não tem mais a oportunidade de nomeação de bens a penhora, ao contrário dos executivos fiscais. Nos executivos fiscais, o devedor ainda tem a oportunidade de nomeação de bens, no CPC não mais.

Nos procedimentos executórios do código a citação é por Oficial de Justiça, art.

222, d, sendo que nos executivos fiscais a citação pode ser pelo correio.

PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO NO CPC

Determinada a citação, duas situações podem ocorrer:

a) Frustração no cumprimento do mandado de citação.

Nos termos do art. 653 e 654 do CPC, se o mandado de citação for frustrado, o Oficial de Justiça arrestará bens do devedor suficientes à satisfação do crédito. Após o arresto, ele procurará o devedor por mais 3 vezes e se não encontrá-lo, o credor poderá requerer a citação por edital. Citado por edital ele terá 3 dias para pagar.

No Livro II a lei fala apenas em citação por edital. A lei não fala em citação com hora certa. Cabe citação por hora certa? Para o STJ, é possível a citação por hora certa no processo de execução, súmula 196 do STJ.

Réu citado por edital ou com hora certa, que é revel no processo de conhecimento, a ele será nomeado curador especial, nos termos do art. 9º do CPC.

Para devedor citado por edital ou por hora certa será nomeado curador especial?

Sim, súmula 196 do STJ, aplica-se o art. 9º subsidiariamente no Livro II.

b) Cumprimento do mandado de citação.

Se ele for cumprido, o devedor será citado apenas para pagar. O devedor não tem mais o direito a nomeação de bens, isso significa dizer que o credor, na inicial de execução, poderá desde logo nomear bens a penhora. Se o credor não nomear bens, o magistrado, nos termos do art. 652, poderá determinar a intimação do devedor para que ele nomeie bens a penhora no prazo de 5 dias. Se o devedor, tão logo seja intimado, não

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nomear bens e posteriormente se descobre que ele tinha bens, mas os omitiu, essa conduta será considerada litigância temerário, art. 600, IV do CPC.

Citado o devedor, ele terá três possibilidades de conduta:

a) Pagar em 3 dias. Se ele pagar em 3 dias, terá a redução dos honorários advocatícios em 50 %, art. 652-A.

b) Fazer uma proposta de pagamento parcelado da dívida no mesmo prazo que dispõe para embargar, 15 dias, nos termos do art. 738 do CPC. Essa proposta de pagamento parcelado está no art. 743-A.

c) O devedor pode opor embargos à execução no prazo do art. 738.

PROPOSTA DE PAGAMENTO PARCELADO DA DÍVIDA

Prazo é o mesmo que o devedor dispõe para opor embargos e é contado de acordo com o art. 738 do CPC.

Requisitos da proposta:

a) o devedor deve reconhecer a dívida acrescida de correção monetária, juros, honorários advocatícios, custas.

b) no ato da proposta o devedor deverá comprovar o depósito de pelo menos 30

% do valor.

c) deverá propor o pagamento do saldo em até 6 meses. Se a proposta for feita nestas condições, não há como o juiz indeferi-la, mesmo que o credor se oponha ao recebimento de forma parcelada. Trata-se, essa proposta, de um direito subjetivo do devedor.

O deferimento da mesma de forma diversa do previsto no artigo necessita da concordância do credor.

É possível fazer a proposta e embargar? Não será possível a apresentação concomitante da proposta de pagamento parcelado e dos embargos, tendo em vista a preclusão lógica.

Deferida a proposta, atacada através de Agravo de Instrumento, o magistrado suspenderá a execução até que sejam pagas todas as parcelas vincendas. Havendo o inadimplemento de qualquer das parcelas vincendas, haverá o vencimento antecipado das demais, com a incidência de multa de 10% sobre o valor da dívida restante.

Com relação a essa proposta há a possibilidade de indeferimento da proposta, sendo indeferida a proposta, cabe Agravo de Instrumento. A não aceitação da proposta não reabrirá o prazo para oposição de embargos, tendo em vista a preclusão lógica.

Rejeitada a proposta, eventual valor já depositado pelo devedor não será mais levantado pelo devedor, o credor, desde logo, poderá levantar o valor já depositado.

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EMBARGOS À EXECUÇÃO OU EMBARGOS DE DEVEDOR

Natureza dos embargos: sempre terão natureza de ação, pois o CPC prevê uma autonomia de procedimento para o respectivo processamento, os embargos têm princípios e regras próprias.

SEGURANÇA DO JUÍZO E EMBARGOS

Nos termos do art. 736, não é mais necessária a segurança do juízo para a oposição de embargos, visando reduzir a utilização da exceção de pré-executividade.

Quando os embargos versarem sobre questões de ordem pública é inegável que a segurança do juízo continue sendo cabível.

Nos executivos fiscais continua necessária a segurança do juízo para os embargos.

PRAZO – art. 738 do CPC

Como os embargos não precisam mais de penhora, o marco inicial não é mais a penhora, como continua sendo nos executivos fiscais (30 dias a contar da intimação da penhora), o marco é a citação, mas a contagem do prazo de 15 dias vai variar.

Primeira regra: Havendo um único devedor, o prazo será contado do prazo da juntada aos autos do mandado de citação cumprido.

Segunda regra: Havendo litisconsórcio entre devedores não se aplica a regra da última juntada, o prazo será contado de cada juntada em separado, pois os embargos terão natureza de ação.

Se todos devedores em litisconsórcio quiserem embargar na mesma peça será contado o prazo da data da primeira juntada e não da última.

Terceira regra: havendo devedores com diferentes procuradores o prazo para oposição de embargos não dobra, porque os embargos têm natureza de ação.

EFEITO SUSPENSIVO EM EMBARGOS – ART. 739-A Regra: os embargos não são mais dotados de efeito suspensivo.

Exceção: o magistrado poderá agregar efeito suspensivo mediante o preenchimento de quatro requisitos cumulados:

a) requerimento do devedor, expresso no art. 739-A, ou seja, o efeito suspensivo não pode ser agregado ex officio.

b) Relevância dos fundamentos dos embargos consiste na verossimilhança, a probabilidade do direito estar ao lado do embargante.

c) Risco de dano irreparável se a execução prosseguir. Toda execução que prossegue tem risco de dano irreparável.

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d) Segurança do juízo suficiente. Para opor embargos o juízo não precisa estar seguro, mas para conseguir o efeito suspensivo o juízo precisa estar seguro.

A decisão que deferir ou indeferir o efeito suspensivo é uma interlocutória atacada por Agravo de Instrumento.

Exceção: Se o magistrado deferir o efeito suspensivo, poderá o credor requerer a revogação do mesmo mediante a prestação de uma caução que poderá ser real ou fidejussória. Aplicada subsidiariamente por força do art. 598.

EFEITO SUSPENSIVO PARCIAL

Nos termos do art. 739-A, § 5º sempre que o credor deduzir o excesso de execução, ele deverá dizer qual o valor da dívida e as parcelas incontroversas. Se ele não fizer deste modo e o excesso for o único fundamento, os embargos serão rejeitados liminarmente.

No tocante ao excesso, se o magistrado eventualmente agregar efeito suspensivo aos embargos, o efeito suspensivo só atingirá as parcelas controvertidas, o que significa dizer que no tocante as parcelas incontroversas a execução prossegue como execução definitiva.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO CREDOR NA EXECUÇÃO DEFINITIVA

Na execução definitiva, como os embargos não têm mais efeitos suspensivos, o credor poderá levantar o dinheiro, sem a prestação de caução, antes do julgamento dos embargos. Problema: se os embargos forem julgados procedentes posteriormente, a responsabilidade civil do credor irá se reger de acordo com o art. 574, trata-se de responsabilidade civil de natureza objetiva.

MATÉRIAS DEDUZÍVEIS NOS EMBARGOS – ART. 745 do CPC

Via de regra, os embargos são dotados de cognição plenária, ou seja, não há restrição à dedução de matérias, pois o devedor ainda não se defendeu.

Exceção: há um caso em que a cognição não é plenária, é sumária: embargos à execução de títulos de natureza cambiária que tenha circulado.

São dedutíveis nos embargos todas as matérias dedutíveis no processo de conhecimento, razão pela qual se fala em cognição plenária, além disso, também são dedutíveis a nulidade da execução, a penhora indevida ou erro de avaliação. Via de regra, no prazo que o devedor dispõe para embargar ainda não há penhora. Se ainda não há penhora, e tiver transcorrido o prazo para embargos, o devedor deverá ser intimado da penhora quando ela ocorrer, essa intimação irá se dar nos autos da execução, sendo que o devedor vai se manifestar nos autos da execução sobre a penhora de bens, no prazo de 5 dias (art. 585), a menos que o magistrado fixe prazo diverso.

Pode ser argüido ainda: retenção por benfeitorias. Na sistemática revogada, a retenção por benfeitorias era deduzida através dos embargos de retenção. Na nova sistemática foram revogados os embargos de retenção. E a retenção passou a ser um

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capítulo dos embargos. A retenção por benfeitorias só pode ser deduzida nos embargos à execução para entrega de coisa, tendo em vista a remição existente no ar. 621.

PROCESSAMENTO DOS EMBARGOS

Como os embargos têm a natureza de ação, eles serão desencadeados por petição inicial que segue os requisitos do art. 282. Sendo que, conseqüentemente, haverá um valor da causa que será o mesmo da execução conforme o entendimento dominante.

Indaga-se se o autor poderia reconvir ou entregar contra pedido? Entendimento dominante é no sentido de que não é possível a apresentação de reconvenção e contra pedido em sede de embargos, pois eles possuem a natureza de ação. Do mesmo modo, também não é possível a apresentação da maior parte das modalidades de intervenção de terceiros, pois na maior parte as intervenções são do réu. A única modalidade admitida é a assistência.

Ajuizado os embargos, o juiz possui duas possibilidades de despacho:

a) rejeição liminar, nesse caso, haverá a extinção da ação e conseqüentemente a natureza do provimento será de sentença cujo recurso cabível é de Apelação, apenas no efeito devolutivo,

b) Se o juiz receber, o juiz dará vistas ao embargo para que ele responda, nos termos do art. 740 do CPC.

ENTENDIMENTO DO STJ: não há que se falar em efeitos da revelia em sede de embargos, com fundamento na presunção de certeza quanto ao crédito corporificado no título.

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