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Sua Posse Sky Corgan, Roxy Sinclaire. Traduzido por Maria Lidia Lima

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Academic year: 2021

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Sua Posse

Sky Corgan, Roxy Sinclaire

Traduzido por Maria Lidia Lima

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“Sua Posse”

Escrito por Sky Corgan, Roxy Sinclaire Copyright © 2019 Sky Corgan, Roxy Sinclaire Todos os direitos reservados

Distribuído por Babelcube, Inc.

www.babelcube.com

Traduzido por Maria Lidia Lima

“Babelcube Books” e “Babelcube” são marcas comerciais da Babelcube Inc.

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Sumário

Página do Título

Página dos Direitos Autorais CAPÍTULO UM | AMORY CAPÍTULO DOIS | RYDER CAPÍTULO TRÊS | AMORY CAPÍTULO QUATRO | RYDER CAPÍTULO CINCO | AMORY CAPÍTULO SEIS | RYDER CAPÍTULO SETE | AMORY CAPÍTULO OITO | RYDER CAPÍTULO NOVE | AMORY CAPÍTULO DEZ | RYDER CAPÍTULO ONZE | AMORY

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CAPÍTULO UM AMORY

Eu já estive nesta sala um milhão de vezes, mas pela primeira vez, parece uma prisão. Talvez porque eu esteja sentada em uma cadeira no meio da sala. É um lugar estranho para se colocar uma cadeira, mas parece apropriado considerando a situação.

Olho para todas as caixas empilhadas ao meu redor implorando pelo conforto da familiaridade. O estoque da loja muda semanalmente, mas ainda posso esperar ver essas caixas aqui. Batatas chips, doces e refrigerantes – coisas típicas que as pessoas procuram na loja dos meus pais.

Hoje, tudo me parece estranho. Agora, eu sou a única na sala e o clima está tão tenso que sinto que estou sufocando. O ar frio se esgueira pelos meus pulmões para me engasgar. Ele tem um aperto maldoso no meu coração. Eu nunca estive tão nervosa a vida inteira.

Eu aliso a parte da frente saia floral que uso sobre os joelhos, tentando me cobrir até os tornozelos. Havia cerca de uma dúzia de roupas diferentes que eu poderia vestir hoje, mas eu quis dar um ar de modéstia. Saia longa de cintura alta. Camisa vermelha de mangas longas para combinar com as rosas na saia. Estou usando óculos redondos largos embora esteja no interior da loja. Eu mal consigo ver qualquer coisa, mas preciso deles para esconder as bolsas embaixo dos meus olhos devido a falta de sono. Isso e o fato de que minha maquiagem provavelmente está borrada pelo choro silencioso que tenho feito. Corretivo só esconde até certo ponto e eu juro que não existe essa coisa de máscara à prova d’água.

Agora que penso nisso, eu não deveria ter usado nenhuma maquiagem.

Mas não importa de verdade. Não faria Giovanni Bianchi magicamente

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decidir não me levar. Ele já me viu em uma grande variedade de roupas, com e sem maquiagem. Eu deveria considerar uma bênção que ele sequer me queira em primeiro lugar. Ou então, quem sabe o que teria acontecido com os meus pais – com a loja deles. Eu não gostaria que eles a perdessem. É o trabalho da vida deles.

Lembro da história que meu pai costumava me contar quando eu era criança, sobre como ele e a mamãe trabalharam muito para conquistar o objetivo de ter sua própria mercearia. Era uma história cheia de romance e sonhos. Quando eu estava crescendo, queria fazer parte dessa história, então me oferecia para trabalhar na loja a cada oportunidade que tinha. A loja se tornou tanta parte de mim quanto era deles. Tinha evoluído de ser apenas tijolos, telhas e janelas para se tornar parte da nossa família. Se nós a perdêssemos, ficaríamos todos devastados.

Meus pais tinham se mudado para cá muito antes de eu nascer. Reza a lenda de que os pais da minha mãe odiavam meu pai – até hoje não conhecia meus avós de nenhum lado. Eles se recusaram a deixar os dois se casarem, então meu pai usou todo o dinheiro que tinha guardado do seu trabalho como zelador para viajarem juntos aos Estados Unidos. Minha mãe sempre sonhara em ir à Nova York, então foi onde eles chegaram, mas acabaram se acomodando no Bronx. Nenhum deles falava uma vírgula de inglês quando chegaram aqui, então tiveram dificuldade em se estabelecer. Inicialmente, eles viveram do dinheiro que restara do meu pai. E então os dois tiveram que começar a aceitar trabalhos. Minha mãe é uma costureira maravilhosa, então ela usava essa habilidade. Meu pai fazia trabalhos braçais quando encontrava. Ele disse que depois de alguns anos de luta para sobreviver, se tornou uma piada recorrente entre eles de que um dia abririam uma mercearia para nunca mais terem que se preocupar com comida de novo.

Eventualmente, meu pai encontrou um trabalho fixo em um posto de gasolina e minha mãe se estabeleceu em uma alfaiataria. Eles viveram uma vida escassa, dividindo um apartamento de 160 metros com um quarto e contando cada centavo que tinham. Não foi até dois anos depois do meu nascimento que eles tinham guardado o suficiente para transformar a piada em uma realidade. Querendo uma vida melhor para nós, eles decidiram entrar nesse ramo por conta própria. Eles compraram uma loja pequena na esquina da Avenida Arlington com a Rua W 254ª e investiram todo o tempo deles para transformá-la na melhor mercearia da vizinhança que conseguiam fazer.

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A loja foi bem por algum tempo. Só dois anos depois da abertura, meus pais tinham ganhado dinheiro suficiente para mudar do apartamento para uma casa adequada de dois quartos. Ainda assim, nós passávamos mais tempo na loja do que em casa. Eu praticamente fui criada lá. Algumas das minhas primeiras memórias incluía ajudar minha mãe a estocar as prateleiras e brincar na água de um cano estourado atrás do prédio.

Meus pais nunca ganharam dinheiro o suficiente na loja para nos considerarmos ricos, mas tínhamos tudo que precisávamos. As coisas foram boas durante minha infância, mas quando cheguei na adolescência, a vizinhança em que a loja estava começou a decair. A maioria dos nossos clientes regulares se mudaram. Bandidos começaram a assumir seus lugares.

Não tínhamos que lidar somente com a queda nos negócios, mas também tínhamos que nos preocupar em sermos assaltados. Meu pai finalmente começou a gastar dinheiro para melhorar a segurança do lugar quando minha mãe sofreu um assalto à mão armada. Foi um evento tão traumático que meu pai até falou em fechar a loja. Pensando bem, eles provavelmente deveriam ter fechado. Porque se tivessem, não estaríamos na confusão em que estamos agora. Mas minha mãe, com seu coração grande, o convenceu a mantê-la aberta – que as coisas mudavam o tempo todo e eles só precisavam resistir ao declínio econômico da área. Ela insistiu que os negócios melhorariam em algum momento, então decidiram continuar com ele.

Eventualmente, os negócios estabilizaram, embora mal fosse o suficiente para manter a loja e minha família sem dívidas. Por algum tempo, achamos que ficaria tudo bem, mas então uma nova ameaça chegou à cidade. Começou com bandidos batendo na nossa porta, fazendo ameaças e quebrando coisas.

Meus pais chamaram a polícia várias vezes, mas fizeram vista grossa. Então a fonte da discórdia apareceu. Giovanni Bianchi. Don da máfia. Pervertido.

Babaca. Os bandidos eram dele, enviados para instigar medo nos meus pais.

Ele ofereceu ‘proteção’ aos meus pais por uma quantidade não tão pequena.

E por ‘proteção’ quero dizer que ele pararia de enviar seus capangas para assediar nossa loja. Se meus pais não pagassem, ele prometeu destruí-los.

É claro que meus pais contaram tudo para a polícia. Mas depois descobriram que Giovanni tinha homens infiltrados. O departamento de polícia não ligava a mínima para o que ele fazia contanto que ninguém fosse assassinado e os grandes negócios com influências de verdade ficassem de fora disso. Então basicamente, Giovanni tinha todo o poder.

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Meus pais não tiveram escolha a não ser pagar ou se mudar. Cansado de todo o azar que encontraram nos últimos anos, meu pai finalmente colocou a loja à venda. Mas ninguém se interessou em comprar um negócio falido em uma área ruim da cidade. Então estávamos presos. Estávamos presos e as taxas de proteção de Giovanni gradualmente aumentava enquanto os lucros diminuíam até chegar a nada e nos afundamos nas dívidas.

E isso nos leva a duas semanas atrás. Os capangas de Giovanni passaram para fazer sua visita mensal. Meu pai se recusou a pagar – não tinha dinheiro para pagar. O próprio Giovanni fez uma grande aparição alguns dias depois, ameaçando saquear a loja e quebrar cada osso do corpo do meu pai. Ele fez uma piada infeliz sobre como eles me aceitariam em vez do dinheiro. Eu estava em pé atrás do balcão. Ver um homem duas vezes o tamanho do meu pai com as mãos apertadas em punhos, pressionando a camisa dele, gerou um medo no meu coração que eu nunca tinha sentido antes. E, naquele momento, eu só me importava em salvar meu pai. Eu nem pensei antes de falar as palavras: “Me leve.” Elas saíram em tom de súplica de novo e de novo até que o capanga soltou meu pai.

Giovanni caminhou ao redor do balcão para se aproximar de mim. Eu me encolhi, o que pareceu diverti-lo imensamente. Ele acenou a cabeça em aprovação antes de se afastar, dizendo indiferente ao meu pai que voltaria em uma semana e que, se não tivéssemos o dinheiro, eles me levariam no lugar.

Depois que foram embora, eu e mamãe corremos para o lado do meu pai.

Ele estava tão em choque que chorava. Levou uns bons quinze minutos antes de conseguirmos reerguê-lo. Ele só continuava repetindo: “O que vamos fazer?”

Mas eu tinha a resposta. Tomei a decisão no momento em que vi meu pai em perigo. Nós íamos negociar. Eu em troca dele deixar a loja em paz.

Permanentemente. Porque uma vida certamente vale o suficiente para uma vida inteira de dívidas.

Quando contei o plano aos meus pais, os dois foram veementemente contra. Mas eles tinham feito tanto por mim. Me criaram da melhor forma que sabiam. Proveram para mim mesmo quando mal tinham o suficiente para si mesmos. Eram bons pais. Pais amáveis. Uns dos melhores pais que uma garota poderia querer. Eu os devia isso. Pelo menos, eu sentia que sim.

“Não sabemos o que eles vão fazer com você. Eles podem te matar,” meu pai tinha dito, colocando ênfase no ‘matar’ para demostrar a insanidade da

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minha decisão.

“Eles não vão me matar.” Eles não me matariam. Não faria sentido. Mas havia um leque de outras coisas horríveis que eles poderiam fazer comigo.

Me vender como escrava sexual. Me usar como prostituta para ganhar mais dinheiro para eles. Essas eram as duas coisas mais prováveis que me vieram à mente. E eu não teria escolha a não ser aceitar, porque eles sempre poderiam voltar à loja e seguir em frente com suas ameaças se eu não cumprisse a minha parte.

“Eu não vou permitir,” minha mãe insistiu. Mas na minha mente eu já tinha decidido. Eu era adulta. O corpo era meu para fazer o que eu quisesse, e mesmo não querendo... Eu sabia o que tinha que fazer.

“Não será para sempre,” eu disse a eles com um sorriso fraco. “Apenas até que vocês possam vender a loja e guardar dinheiro suficiente para nos mudarmos para longe daqui. Então eu volto para vocês.”

Eu sabia que não voltaria a mesma pessoa. Meus anos sendo protegida e vivendo uma vida feliz estavam prestes a chegar ao fim. Quando eu finalmente voltasse aos meus pais, estaria quebrada além de qualquer conserto. Mas eles estariam a salvo. Nós todos estaríamos a salvo, e isso era tudo que importava.

Minha respiração engasga quando toca a campainha eletrônica instalada na porta da frente. Poderia ser um cliente. Poderia, mas eu sei que não é. É Giovanni Bianchi, e ele está aqui para cobrar a dívida dos meus pais.

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CAPÍTULO DOIS RYDER

“Meu garotinho finalmente está todo crescido.” Meu pai coloca o braço carnudo ao redor do meu ombro e eu grunho internamente. Eu odeio quando ele me trata como uma criança na frente das outras pessoas, mas eu sei que ele nem percebe que está fazendo isso. Ele está radiante de orgulho depois de me entregar o molho de chaves do edifício onde tenho morado desde os dezoito anos. Eu tenho um lugar proeminente na cobertura. O andar inteiro é meu. Agora eu também sou dono do prédio todo. O aluguel dos locatários entrarão nos meus bolsos em vez dos dele. É meu primeiro negócio e o primeiro gostinho em ajudá-lo a continuar seu legado.

Tenho orgulho de fazer parte da família Bianchi. Devido aos esforços incansáveis do meu pai, somos uma das famílias mais ricas de Manhattan, embora seu alcance vá mais além. Este edifício é um dos muitos que ele tem.

Na verdade, ele é dono de tantos que tradicionalmente os entrega aos seus filhos nos seus aniversários de vinte e cinco anos. Este aqui é meu. A única coisa que ele me dará. Com o dinheiro que eu ganhar com esse edifício, espera-se que eu saia e faça uma carreira para mim mesmo. Ou eu poderia apenas continuar a sugar da riqueza que ele construiu e simplesmente viver da renda do aluguel deste lugar pelo resto da minha vida. É minha escolha.

Mas se eu gastar tudo, vender esse edifício e de alguma forma conseguir cair na pobreza, ele não estará lá para me ajudar a me reerguer. Isso já aconteceu com meu irmão mais velho Moe, que ele sempre aponta como exemplo.

Não serei como esse cara. Todo mundo sabe que Moe é um idiota. O resto dos meus irmãos e eu sempre brincamos que ele nasceu com metade do cérebro. Ele vendeu o edifício que meu pai lhe deu quase logo que as chaves

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foram entregues e gastou o dinheiro com drogas e prostitutas. Durante alguns anos, ele viveu uma vida de luxo, festejando como se o dinheiro nunca fosse chegar ao fim. Mas chegou. Agora você pode encontrá-lo em uma das muitas esquinas no Brooklyn mendigando por trocados para manter seu vício em álcool.

Eu definitivamente não serei como esse cara. Embora eu não vá herdar o negócio inteiro da família como meu irmão mais velho Antonio, eu ainda tenho grandes planos para mim mesmo. Quero investir no mercado imobiliário. Ser dono de tantos complexos de apartamentos e casas de aluguel para nunca ter que trabalhar um dia na minha vida. Bem, eu ainda terei que trabalhar, mas não é muito difícil. O objetivo é juntar uma fortuna, expandir como meu pai fez mas em uma escala muito maior e de forma legítima.

Todo mundo sabe que meu pai é um fodão. Ele não construiu sua fortuna de forma lícita. E ele nos cresceu para sermos fodões também. Eu fui um capanga antes de qualquer coisa. Eu sangrei pelos negócios do meu pai.

Olhei para o cano de uma arma carregada pelos negócios do meu pai. Ele sempre insistiu em envolver eu e meus irmãos cedo para que não crescêssemos fracos, mas ele nunca nos fez ficar. Quando fizemos dezoito anos, estávamos livres para seguir nossos próprios sonhos, para ficarmos às sombras do que ele criou, ou pegar o caminho reto e estreito e fazer um caminho para nós mesmos. Exceto que o caminho para nós mesmos seria pavimentado sem ajuda financeira. Se quiséssemos ir à faculdade, tínhamos que trabalhar para isso. Papai sempre brincava com o que ele gastaria ou não dinheiro.

Depois de passar minha adolescência brigando com as pessoas pelo que elas deviam ao meu pai, era difícil voltar a um caminho limpo. Ser um alfa estava engrenhado tão profundamente em mim que eu não aceitava merda de ninguém. Provavelmente não deveria ser uma surpresa que eu fui demitido de todos os trabalhos que já tive. Eu não consegui nem ser segurança porque eu era tão rígido com as pessoas que saiu do controle. Eu sempre era aquele que atacava primeiro. Não dava muitas chances.

Eu sonhava em ir para a faculdade. Meu plano original quando eu me formei no Ensino Médio era me tornar médico. Isso rapidamente foi para o ralo quando eu mal consegui manter um trabalho tempo o suficiente para me sustentar. Graças a Deus, papai me colocou em um edifício ou então eu ainda moraria em casa.

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Mas minhas preocupações financeiras acabaram completamente agora.

No intervalo de algumas horas, eu fui de um pobrezinho garoto rico comendo miojo no jantar quase todas as noites a ser dono de um prédio que gera quase R$100.000 por mês em lucros puros. Eu vou viver como um rei a partir de agora, se eu fizer tudo certo. E eu planejo fazer tudo certo.

“Ah, e tenho outra surpresa para você,” meu pai diz enquanto o acompanho para fora do prédio até sua limousine.

“Outra surpresa?” Ele já fez mais por mim do que eu poderia pedir. E eu não pedi por isso. Ele apenas me deu porque sou seu filho.

“É. Você vai gostar muito dessa.” Ele levanta a mão entre nós como se estivesse sussurrando um segredo para mim. “Mas não conte para os seus irmãos, porque eu não dei pra eles também.”

Eu sorrio, certo de que sei o que é. “Você comprou um carro novo para mim, não é?”

Ele gargalha. “Céus, não. Pode comprar você mesmo um carro novo com o primeiro mês de cheques. Consegui algo melhor.”

“O que é melhor do que um carro novo?” Eu parei perto da limousine dele. O motorista do papai abriu a porta, mas ele não entrou.

“Consegui uma princesa russa.” O sorriso no seu rosto é contagiante, mas ainda não faço ideia do que ele está falando.

“Uma princesa russa?” Eu repito.

“Sim. Ela tem lábios cheios, peitos grandes,” ele segura as mãos na frente dele para me mostrar o tamanho, “e pernas que continuam por quilômetros. Você vai amá-la.”

“Você está brincando, certo?” Coloco minhas mãos na porta aberta e apoio parte do meu peso nela.

“Não. Estou indo pegá-la agora mesmo. Os caras devem estregá-la em cerca de uma hora.”

Eu luto contra o impulso de franzir a testa. Da última vez que não aceitei um presente de bom agrado, levei um tapa. Juro que fiquei com a marca do seu anel de luxo na bochecha por uma semana. Desde então, aprendi que o que quer que meu pai me desse, seja bom ou ruim, eu teria que aceitar com o máximo de entusiasmo.

Uma garota é a última coisa que eu preciso. Passei os últimos anos lutando financeiramente. Agora tenho dinheiro o suficiente para fazer o que eu quiser, e planejo fazer justamente isso. Me prender com alguma menina só vai me atrasar e me deixar infeliz. Além disso, se eu quisesse boceta, posso

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conseguir sem compromisso qualquer dia da semana em uma boate de Nova York. Conseguir mulheres nunca foi um problema para mim, e eu nunca tive interesse em uma namoro a longo prazo. Sou jovem, atraente, e agora rico.

Por que deveria me acomodar com apenas uma garota?

“O que eu devo fazer com essa garota?” Eu olho para a rua atrás do meu pai. Apreensão está transparecendo no meu tom, e espero que ele não esteja lendo pelo que é... pavor.

A felicidade no rosto dele diminuiu levemente, e eu sinto o primeiro tremor de tensão entre nós. Mas então ele sorri. “Faça o que quiser com ela.

Foda-a. Faça-a cozinhar para você. Prenda-a em um armário que não me importo. Ela é um presente. Apenas preciso que você fique com ela para mim por um tempo.”

“Ah.” Compreensão me atinge. “Então, é sobre negócios.”

“Sim e não.” Ele concorda lentamente. “Acho que você vai gostar dessa garota. Por isso, estou dando para você e não para um dos seus irmãos.”

“Bem, se eu posso fazer o que quiser com ela, então o que há para não gostar.”

“Não qualquer coisa que quiser com ela.” Ele aponta para mim. “Preciso que ela continue inteira, caso o pai consiga juntar o dinheiro que me deve.”

“Que tipo de monstro você acha que sou?” Descanso as mãos nos seus lados.

Ele solta uma risada cursa. “Eu sei que tipo de monstro você é. Porque eu fiz você.”

“Filho de peixe, peixinho é.” Eu bufo.

Sua expressão ficou séria. “Eu realmente queria que você tivesse se interessado mais pelos negócios, Ryder. Seria uma boa combinação. Tem o que precisa. Tem estômago para isso. O estômago para toda a merda suja e desagradável.”

“Sim. Eu tenho estômago para isso. Mas isso não significa que eu quero.

Eu já vi tudo pelo que você teve que passar.” Eu lembro todas as coisas ruins – as pessoas que perdemos. As ligações. Meu pai levou tiros duas vezes. Uma vez, achamos que ele não sobreviveria. Passar todos os dias olhando sobre o ombro, não é o tipo de vida que eu quero.

“Bem,” ela dá um tapa no topo da porta do carro, “eu tenho um compromisso para ir. Melhor não me atrasar. Venha aqui. Dê um abraço no seu velho.” Ele abre os braços para mim, e eu entro neles. Ele me envolve

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em um abraço de urso, me balançando com vontade. “Feliz aniversário, filho. Você realmente vai amá-la. Eu prometo.”

“Obrigado, pai.” Eu me afasto e o vejo entrar no carro e dirigir para longe. Assim que ele está fora de vista, eu faço uma carranca.

Me pergunto o que inferno vou fazer todo o caminho até meu apartamento. Meu lugar é uma casa, não uma prisão. Eu deveria correr para a loja de ferramentas comprar fechaduras e amarras?

Uma ideia maligna passa pela minha mente em tirar suas roupas e deixá- la trancada no quarto de visitas só para ser usada para meu proveito sexual.

Isso pode não ser tão ruim. Sempre que eu tiver vontade, poderia ir para o quarto e socar meu pau naquela boceta quente esperando por mim. Ela pode não gostar, mas ela toleraria. Minha pequena prisioneira sexual, para ser usada ao meu bel prazer. Usada e então trancada e esquecida.

Mas isso é desumano pra caralho. E enquanto seria a rota mais fácil, acho que não sou um cretino tão grande assim. Mas ainda assim, ela, com certeza, vai ter que fazer por merecer sua estadia. Meu pai não disse nada sobre uma mesada pelas necessidades dela.

Foda-se tudo isso, em que tipo de bagunça ele me meteu? Por que ele não podia apenas me deixar de fora disso e mandá-la para um dos meus irmãos?

Eles amam esse tipo de merda. Inferno, Antonio provavelmente iria em frente com minha fantasia de prisioneira sexual sem pensar duas vezes. Ele é um babaca maior do eu. Mas talvez tenha sido por isso que papai decidiu não deixá-la com ele. Ele sabe como nós somos. Sabe todas nossas manias.

Sabe a escuridão dentro de cada um de nós porque ele testemunhou em primeira mão. Ele nos levou a lugares onde fomos forçados a libertar cada pequena maldade dentro de nós.

Ele estava certo. Ele sabe exatamente que tipo de monstro eu sou. Agora é esperar para ver o quanto desse monstro será liberado nessa pobre garota infeliz.

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CAPÍTULO TRÊS AMORY

Não faço ideia de onde estou. Tudo que vejo é escuridão.

No segundo em que fui entregue a Giovanni Bianchi, uma venda foi colocada sobre os meus olhos para eu não conseguir ver para onde estavam me levando. Esperança evaporando de mim e não conseguia me livrar da sensação de que eu nunca mais veria eles de novo. Seus rostos solenes estão queimados na minha mente. Meu pai abraçava minha mãe enquanto soluçava no seu ombro. Eu tentei falar para eles que tudo ficaria bem, mas Giovanni me calou. Talvez porque não fosse ficar tudo bem. Eu não sei mais.

Eu meio que esperava que eles me colocasse em um caminhão como uma mala, mas me permitiram sentar no carro como um ser humano normal. E por ser humano normal, eu quero dizer uma refém que não é tratada como um objeto inanimado.

Senhor Bianchi foi muito mais gentil comigo quando estávamos fora de alcance dos meus pais. Apesar de não ter tirado a venda dos meus olhos, ele me certificou de que eu não seria machucada. Ele disse que estava me levando para um lugar seguro até que meus pais possam pagar suas dívidas e que eu estaria em boas mãos com seu filho.

Para ser honesta, eu fiquei surpresa por não terem me levado para um armazém em algum lugar e estuprarem em grupo. E eu estava grata. Ah, muito grata.

É claro que isso ainda era uma possibilidade. Eu não fazia ideia de que tipo de homem era o filho do Senhor Bianchi. Se ele estava na máfia, então provavelmente era um babaca como o pai. Eu descobriria em breve.

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O percurso foi bastante curto, embora eu não tivesse uma forma real de contar o tempo. O carro chegou a uma parada, e então Senhor Bianchi me deu adeus e me entregou para um dos seus capangas, um homem pelo nome do Grande Jeff. Julgando pela sensação das suas mãos ásperas no meu bíceps, ele fazia jus ao nome, embora ele fosse relativamente gentil enquanto me guiava... onde quer que estivéssemos.

Eu ouvi a campainha de um elevador e então nos senti subir vários andares antes de sairmos. Nós paramos, e ele bateu na porta. Houve o som de uma maçaneta virando e então uma breve troca de palavras antes de eu ser passada para quem eu só podia presumir ser o filho do Senhor Bianchi.

Com minha visão debilitada, meus outros sentidos estão aumentados. Eu senti o mais fraco cheiro de canela, embora continuasse sendo dominado pelas notas de perfume masculino. Tem um som suave de música italiana tocando, porém está abafada o que significa que deve estar vindo de outra sala. Me lembra algo que você ouviria em um restaurante.

Eu fico parada como um sentinela, ouvindo os sons da minha própria respiração e de passos lentamente me circulando. É como se houvesse um tubarão no quarto e ele tivesse pés. Eu só posso supor que este homem está me olhando – me avaliando. Essa é a única razão pela qual alguém andaria tão devagar. Ou talvez ele esteja tentando me intimidar. Se for esse o caso, então está funcionando. Apesar de eu não estar apavorada, o nervosismo dentro de mim encontrou um lar na forma de uma bola alojada no fundo da minha garganta. Eu não consigo engolir, não importa o quanto eu tente.

“Pensei que você seria loira,” uma voz de homem diz, referindo-se aos meus longos cabelos castanhos. Minha mãe tem cabelos loiros macios tipicamente associados às belezas russas. As mechas do meu pai são tão escuras que são quase pretas. As minhas ficam no meio termo. Enquanto eu crescia, meu pai costumava me provocar dizendo que achava que eu era filha do homem do leite. Mas apenas de brincadeira. Meus pais se amavam incondicionalmente. Não consigo nem lembrar a última vez em que eles brigaram por qualquer coisa além dos negócios. E nenhuma vez o olhar do meu pai vagou para outra mulher, nem minha mãe sonhou em ficar com alguém mais bem-sucedido. É como se eles fossem feitos um para o outro.

Só posso sonhar que um dia eu tenha tanta sorte em encontrar minha outra metade. Isso pode nunca acontecer, porém, dado à minha condição atual. E isso era algo que eu podia aceitar. Algo que eu tinha aceitado quando concordei em me entregar para salvar meus pais.

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Não tenho certeza se O Tubarão espera que eu diga algo ou não, então permaneço em silêncio. Se tem uma coisa que eu aprendi na presença de Giovanni Bianchi, é que falar quando não se tem permissão é a escolha errada. Ele socou meu pai por isso mais cedo. Ele me pedir silêncio foi o suficiente para me fazer calar a boca. O Tubarão é sua semente. Só posso imaginar que eles compartilham uma disposição parecida.

“Aposto que você nem tem olhos azuis.” Ele parece decepcionado.

“Acho que só tem uma forma de descobrir.”

Ele para atrás de mim, e sinto a venda ser desamarrada bruscamente.

Algumas mechas do meu cabelo ficam presas nela, e ele as puxa descuidadamente. Queima levemente onde ele puxou meu couro, mas eu não choramingo.

A venda é abaixada, e luz entra para me cumprimentar. Estou encarando uma parede de janelas que dão vista para Manhattan. Eu conheço os prédios bem o suficiente. Alívio passa por mim quando consigo quase instantaneamente apontar minha localização no lado leste superior. Não que isso importe. Não é como se eu pudesse tentar fugir.

Meu coração pula duas batidas enquanto o homem dá um passo para ficar na minha frente. Seus cabelos são quase negros. Seus olhos são tão escuros quanto. Posso ver traços do seu pai, embora mal seja o suficiente fazer a conexão se eu não já soubesse que eles eram parentes. Giovanni Bianchi é um homem redondo. Este homem é esguio e torneado. Ele está vestindo um blazer carvão com uma camisa branca por baixo. Os dois botões de cima estão abertos, mostrando um vislumbre do seu peito macio sem pelos. Tem uma tatuagem tribal cobrindo seu coração, mas não consigo decifrá-la porque está coberta pela camisa. Em comparação, o pai dele é um urso.

Embora com a camisa abotoada até em cima, há tufos de cabelos brancos saindo pro cima. Giovanni Bianchi faz o papel de um Don gordo e velho. Já esse cara... Eu odeio ter que admitir, mas ele é muito atraente.

Um meio sorriso brinca nos lábios dele enquanto seus cílios flutuam e seus olhos encontram os meus azuis-claros. Este é um departamento no qual não vou decepcionar. Os genes da minha mãe assumiram me deram um tom suave nas íris que são infundidas com traços de verde e um pequeno brilho marrom ao redor das pupilas. A vida toda homens me falaram que eu tenho olhos lindos.

O Tubarão acena aprovadoramente. O olhar dele passeia pelo meu corpo antes de voltar ao meu rosto, e então ele dá um passo para trás e puxa uma

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cadeira, sentando na minha frente com seu tornozelo cruzado no joelho.

“Agora, vamos ver o resto do pacote.”

Eu pisco algumas vezes, tentando entender se estou entendo certo.

“Senhor?” eu pergunto.

“Senhor,” ele ri, apontando para mim. “Ah, eu gosto disso.”

Não tenho certeza o que ele acha tão engraçado. “Não é assim que devo me referir a você?”

“Senhor está muito bem.” Ele não conseguiria parecer mais convencido nem se tentasse.

Eu mudo meu peso nervosamente, cruzando meus dedos na minha frente e baixando o olhar para o chão.

“Ah, você não é ótima em brincar de ser modesta,” seu tom é de puro deboche. Aperto a mandíbula enquanto olha para cima, para olhar para ele.

Não é totalmente uma atuação. Embora eu me vista provocantemente muitas vezes quando saio, eu tenho uma moral.

Eu não o divirto com uma resposta. Ele consegue ler tudo na minha expressão, minha pura aversão da situação. Ele se levante, parecendo nada além de divertido. Ele belisca o colarinho da minha blusa e eu viro minha cabeça, tentando fingir estar enojada por ele enquanto espia pela frente da minha camisa como um sinistro.

Ele solta minha blusa, seus olhos alcançando meu rosto. “Então, qual sua idade, princesa?”

“Dezoito,” respondo sem hesitação.

“Você é mesmo russa, porque não tem sotaque?” Ele parece suspeitar.

“Eu nasci nos Estados Unidos. Meus pais são da Rússia,” explico.

“Os dois?”

“Os dois,” eu imito.

“Então você é uma russa pura?”

“Isso é tão difícil de acreditar?” Meus olhos encontram os dele.

Ele sorri, duas linhas de dentes brancos perfeitos brilhando para mim.

“Você é um pouco esquentada, não é?”

De novo, permaneço em silêncio. Ser esquentada poderia me colocar em apuros. Tenho uma sensação de que pode já ter me colocado.

O Tubarão volta para sua cadeira, desta vez colocando ambos braços nos descansos e se inclinando para trás como se esperando o início de um show.

“Então, como devo te chamar?”

“Está perguntando meu nome?”

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“Ah, olha como fala, garota. Já me disseram que posso fazer o que quiser com você.” A inflexão na voz dele me dizia que ele gosta desse fato.

“Amory. Meu nome é Amory. E o seu, senhor?”

“Sou Ryder Bianchi,” ele diz com orgulho.

“Bem, Ryder Bianchi, o que acontece agora?”

“Agora, Amory esquentada,” os olhos dele se aumentam em divertimento, “tire as suas roupas.”

Eu respiro fundo para aliviar a tensão se remexendo nos meus intestinos.

Me sinto frágil e nervosa. Por algum motivo, porém, não me sinto aterrorizada. E estranhamento não me importo que esse homem me veja nua.

Talvez porque eu particularmente não tenha vergonha do meu corpo. Talvez porque eu o acho atraente. Não tenho certeza. Mas eu quase quarto que ele me veja. Quero ver o que isso fará com ele.

Esta é a primeira vez que eu já fiz algo assim antes – que já me despi para um homem – e parece estranhamente excitante, especialmente porque não tenho escolha.

Minhas mãos lentamente alcançam a barra da camisa, e a puxo sobre minha cabeça. Percebendo que eu ia vou acabar sendo abusada hoje, vesti um dos meus sutiãs velhos de algodão branco e uma calcinha com uma costura desfiando. Eu queria deixar claro que sou pobre e que o que fizeram comigo é uma coisa horrível, não que provavelmente fossem se importar.

Homens ruins fazem coisas ruins o tempo todo. Eles se alimentam desumanizando os menos privilegiados.

Hesitei antes de revelar meu sutiã, um traço de modéstia dançando através de mim antes de descartá-lo e a camisa no chão. Eu passo meus braços ao meu redor, tentando proteger meu peito de Ryder o melhor que posso, embora eu saiba que isso só me dará alguns momentos de conforto.

“Agora o resto.” Ele faz um movimento circular com a mão.

Meus dedos tremem levemente enquanto alcanço atrás de mim para abrir a saia. Ela se amontoa aos meus pés, expondo minhas meias calças, o que agora parece uma camada extra de armadura.

Ryder chupa o ar entre os lábios, fazendo um assobio estranho. Eu não consigo dizer se ele gosta do que vê ou não. “Venha aqui.” Ele gesticula para mim.

Eu dou um passo para fora da saia antes de lentamente me aproximar dele. Assim que estou ao seu alcance, ele me agarra pelos quadris e me puxa

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para baixo. Eu arfo enquanto ele me manuseia até eu estar de bruços no seu colo. Tem alguma coisa inesperadamente erótica na posição.

“Quando eu pedir para você fazer alguma coisa, você precisa agir de prontidão.” Ele alisa a mão até as minhas costas e sobre os globos da minha bunda. Eu me agarro ao braço da cadeira, olhando para frente. Meu batimento cardíaco acelera pela incerteza.

“Haverá consequências quando você hesitar.” Uma das mãos dele para na minha bunda, os dedos dele afundando na pele lá. Eu fecho os olhos, constrangida pela minha própria excitação.

“Acho que preciso te ensinar uma lição sobre quem está no comando de agora em diante.” As mãos dele levantam da minha bunda, e eu aperto os olhos, antecipando o golpe antes de sequer acontecer. Ele dá três bons tapas na minha bunda. Cada um arde, embora não seja insuportável.

“Você vai ser uma garota boa para mim agora?” ele pergunta.

“Sim, senhor,” eu respondo suavemente.

“Isso não pareceu muito convincente.” Ele esfrega a ardência do meu traseiro. “Acho que essa meia-calça grossas que você está usando atenuaram as investidas. O que você acha?” Quando não respondo, ele continua. “Eu não gosto muito delas. Escondem suas lindas pernas. Pelo menos, presumo que são lindas. Meu pai, com certeza, elogiou.”

A menção ao pai dele faz meu estômago revirar – a ideia de que Giovanni Bianchi notou minhas pernas antes. O homem é tão velho quanto meu pai. Não há como no inferno eu jamais querer as mãos dele em mim. A ideia de que poderia ter sido as mãos dele em mim em vez das de Ryder faz eu me sentir grata pela situação em que estou. Olhando assim, as coisas poderiam estar muito piores.

“E se tirarmos essas calças de você?” Ryder sequer esperou pela minha resposta antes de senti-lo mudar o peso embaixo de mim. Quando olho sobre o ombro, vejo que ele tem uma lâmina na mão. Pânico passa por mim enquanto ele agarra o cós das minhas calças e começa a cortar. Meu coração continua a acelerar enquanto ele corta e puxa o material até que ele desliza da minha bunda e das minhas coxas. Ele então faz eu me levantar para deslizar a meia-calça rasgada pelo resto do caminho. O ar gelado se apressa para beijar minha pele, fazendo minhas pernas tremerem de arrepio. Ryder guarda a faca de bolso e as acaricia com a mão. “Assim está melhor.”

Eu fico deitada lá e ouço o som da minha própria respiração enquanto ele brinca com minha bunda algumas vezes. Ele enfia o dedo no buraco no

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cós da minha calcinha e o puxa, fazendo o material rasgar ainda mais. “Bem, isso não é patético? Seus pais não têm dinheiro para comprar roupas íntimas decentes?”

Eu olho para ele. “Não, eles não têm, porque seu pai tira cada centavo extra que eles ganham.”

Ai! A mão dele desce na minha bunda com tanta força que eu grito.

“O que eu disse sobre esse tom?” ele levanta a voz, e eu me encolho levemente.

Dentro de segundos, as mãos dele estão torcendo minha roupa de baixo, rasgando o material fino até ficar em pedaços. Eu arfo enquanto ele puxa o que restou de debaixo de mim e o joga para o lado, deixando minha bunda e boceta nuas e expostas. Ele então me puxa mais para perto, os dedos passando pelo globo da minha bunda.

Eu me recuso a me desculpar, parcialmente porque estou sendo rebelde e parcialmente porque eu quero que ele me espanque. Algo sobre ter as mãos dele em mim que fazem eu me sentir... desejante. Eu geralmente não sou uma garota safada. Eu não me masturbo, nem me foco com muita frequência. Mas agora, estou sobrecarregada. Estou com todas as forças evitando me mexer no seu colo. Mas eu não quero que ele saiba que ele tem esse efeito em mim.

Até onde sei, é melhor se ele achar que eu desprezo ele e tudo que ele está fazendo comigo.

“Abra suas pernas para mim. Quero ver tudo que o presente do meu pai tem a oferecer,” ele exige.

Um rosado cobre minhas bochechas. Isso, eu não quero fazer. Parece tão sujo e errado.

Ele bate na minha bunda de novo, porém, e isso faz eu me mexer. Eu curvo minhas pernas muito levemente, odiando meu próprio constrangimento enquanto os dedos dele percorrem minha bunda de novo. Ele a esfrega em círculos lentos e tortuosos. Cada vez que sua mão alcança minha abertura, mergulha mais fundo entre minhas pernas. Eu mordo o lábio inferior enquanto ele se aproxima da minha boceta. Finalmente, o dedo dele chega, e eu o ouço sugar a respiração. “Puta merda, princesa, você está molhada pra caralho para mim.”

Acho que eu fico cerca de dez tons mais vermelha porque sei que é verdade. Posso sentir a batida do meu coração no meu clítoris. Eu nunca estive tão excitada na minha vida. Só de saber que o dedo dela está na minha entrada, que ele poderia enfiá-lo dentro de mim a qualquer momento e me

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preencher, faz eu me sentir incrivelmente excitada. Se ele pudesse ver o olhar no meu rosto, estaria por toda parte.

“Jesus Cristo,” ele xinga, correndo levemente a ponta do dedo pela minha abertura. É a coisa mais sensual que eu já vivi, e está me deixando absolutamente louca.

Por favor, me dede. Eu imploro silenciosamente. Continue me tocando.

Apenas não pare de me tocar.

Como se lendo minha mente e tentando me punir pelos meus pensamentos pervertidos, ele o retira, me agarrando pelo ombro para me puxar para cima.

Ele me senta no seu colo olhando para longe dele. Quando tento fechar as pernas, ele me faz perder os joelhos sobre os deles, abrindo mais as pernas para que as minhas abram ainda mais. Ele olha para mim sobre o ombro, e eu me pergunto se meu corpo inteiro pode corar, porque sinto que estou pegando fogo.

“Hmm, veja só essa boceta linda e rosa. Acho que quero ver mais.” Ele coloca a mão no meu monte e puxa a pele levemente para que meu clítoris salte dentre meus lábios. “Merda, essa é uma linda boceta,” ele assobia.

“Seu clítoris parece bom e ereto também. Isso deve significa que você está gostando disso.”

“Você me enoja,” eu consigo dizer entre os dentes cerrados.

Ele gargalha. “É mesmo? Então por que você está tão molhada? Aposto que vai deixar uma marca nas minhas calças quando eu levantar.”

Ele não está errado. Meu corpo está traindo minhas palavras. Eu quero suas mãos em toda parte. Estou começando a pensar que posso ficar louca se ele não me tocar mais.

Eu passo os braços ao redor de mim mesma protetoramente. Ele agarra meus pulsos, forçando meus braços para trás. “Ah, não. Nada disso. Quero ver esses seus seios bons e grandes.”

Minha respiração está ficando mais entrecortada enquanto me inclino contra ele. Ficar assim, exposta... é gosto pra caralho. Saber que meu corpo está à mercê de um homem tão poderoso e sexy. Eu me odeio por gostar de tudo que está acontecendo comigo agora.

Eu paro de resistir e Ryder solta meus pulsos, levantando as mãos para tocar sobre meu ombro. “Boa garota. Relaxe para mim.”

Ele arrasta os dedos pelos meus braços antes de estender a mão para tomar meus seios. A sensação das suas palmas contra meus mamilos me faz pressionar contra ele ainda mais. Eu solto uma respiração trêmula que se

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transforma em um gemido, então eu silenciosamente me xingo por parecer tão desesperada. “Ah, sim, seus seios são perfeitos. E olha isso, seus mamilos já estão ficando duros.” Ele belisca o pico, e eles instantaneamente desabrocham. Não só isso, mas enviam uma onda de necessidade direto para o meu clítoris que me envia ao limite. Minhas coxas tremem, empurrando contra as pernas de Ryder como se tentassem fechar e esconder minha excitação.

“Calminha. Eu posso ver tudo, lembra,” ele me lembra. “Sua boceta está ficando com ciúmes? Ela quer um pouco de atenção também? Ah, mas eu gosto disso – do modo como seu corpo está reagindo. Você é muito receptiva.” Ele puxa meus mamilos, atiçando a necessidade de novo. Eu me sinto indefesa contra meu próprio desejo. Eu nunca teria imaginado que ele poderia me levar à minha forma primal mais básica tão rapidamente. Meu corpo está silenciosamente implorando para ser preenchido. Eu nunca daria voz aos meus desejos, mas posso sentir com cada fibra do meu ser.

“Ah, Deus,” eu sussurro suavemente quando sinto que o prazer é quase mais do que posso aguentar. Eu quero tanto gozar.

“Isso mesmo, Amory,” ele sussurra no meu ouvido. “Sou seu Deus agora.

Melhor você se lembrar disso. Agora levante seu lindo traseiro para eu poder mostrar seu quarto.”

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CAPÍTULO QUATRO RYDER

Eu tinha que afastar Amory, ou então eu ia fodê-la bem ali naquela cadeira.

Isso ou eu ia sujar minhas calças. Um me faria parecer um monstro; o outro, um perdedor patético que não consegue se controlar. Eu tive que continuar dizendo para mim mesmo que morarei com essa mulher por... sabe-se lá quanto tempo. Não posso tê-la fugindo de mim na primeira noite.

Eu lhe dei um breve tour pelo apartamento e então mostrei o quarto para ela. Depois, me retirei para o meu quarto para fazer uma masturbação muito necessária. Minhas mãos trabalharam rapidamente pelo cumprimento enquanto imaginava a bunda de Amory naquela meia-calça. Ela parecia tão pura. Tão inocente. Imaginei o rosto dela. Os seus lábios rosas grossos ao redor do meu pau. Aquele olhar de puro desprezo em seus olhos. Eu preferiria vê-la olhando para mim com prazer, mas não se pode ser muito exigente. Afinal, ela é meu brinquedo – está aqui contra sua vontade. Por que ela sorriria para mim?

Eu faço apoio com a mão para pegar minha semente enquanto sai pela fenda. Eu corro a língua pelos meus lábios enquanto eu imagino a preenchendo a abertura de Amory. Eu vou preencher essa boceta. Talvez até coloque um bebê nela. Quem sabe? Uma coisa é certa, eu definitivamente vou aproveitar a estadia dela aqui.

Depois de gozar, deito na cama e olho para o teto. Meus pensamentos deveriam se voltar para outras coisas – não que eu tenha muita coisa acontecendo – mas eles estão presos em Amory. Não demora muito para meu pau ficar duro novamente. Eu olho para ele descansando contra a minha

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barriga e bufo. “Jesus Cristo, porra, eu estou realmente me excitando com isso.”

Ter meu próprio brinquedinho sexual é mais vantajoso do que eu imaginava. Eu suponho que é uma daquelas coisas que você nunca percebe o quanto é útil até você ter. Sempre que meu pau ficar duro, tenho uma boceta quente e molhada para colocá-lo. Mas se eu penso assim, então por que eu não estou lá agora esvaziando minhas bolas? Por que estou aqui masturbando? Por que não fiz mais com ela na primeira oportunidade que tive? Eu não sou burro o suficiente para pensar que isso é algo para se ter e saborear lentamente. Eu continuo dizendo isso para mim mesmo, mas sei que não é verdade.

Uma imagem da calcinha esfarrapada de Amory passa pela minha mente.

Como estava antes de eu rasgar e expor sua bunda perfeita e redonda.

Quando perguntei se os pais dela não podiam comprar uma roupa íntima decente, a resposta foi que meu pai tinha tirado todo o dinheiro deles. Estou começando a ter uma ideia mais clara do que está acontecendo com ela – de como ela veio parar nas minhas mãos.

Meu pai fez muitas coisas ruins na vida dele. Mais do que eu posso contar. Sequestro geralmente não está na lista dele a menos que alguém o tenha irritado. E Amory não estava amarrada, nem lutando, quando ele a trouxe até mim. O fato de que ele sequer a tenha deixado ver a luz do dia me diz que ele não se preocupa que ela fuja.

Quero perguntar o que aconteceu, mas me recuso a parecer que me importo. Isso também faria eu parecer que não sei o que inferno está acontecendo, o que é inaceitável. Eu terei a descobrir essa informação por outros meios. Mas por enquanto, preciso cuidar do meu pau carente pra caramba. Já está liberando pré-gozo no meu estômago. Pensei que minhas bolas estariam drenadas do primeiro round, mas parece que não.

Eu espirro um pouco de lubrificante na minha mão antes de começar de novo. Desta vez, penso nos seios de Amory. Eles são tão cheios e macios nas minhas mãos. O modo que ela respondeu ao meu toque quase instantaneamente, seus mamilos gordos virando pedra embaixo dos meus dedos – fez meu pau se revirar dentro das minhas calças. Assim como agora, meu pau está vibrando de desejo de estar dentro dela. Consigo imaginar seus seios balançando enquanto eu a fodo no meu colo, o peso deles propiciando uma vista impressionante. Ela nunca me deixou ver seu rosto enquanto eu a provocava, mas sei que ela estava gostando. O modo como suas coxas

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tremeram quando brinquei com seus mamilos, o pequeno, gemido sem fôlego que ela deixou escapar, era toda a prova que o que eu fazia não era inteiramente uma tortura. E a marca que ela deixou na frente da minha calça... Sim, estava longe de ser uma tortura.

Me abaixo para pegar minha calça do chão, fechando o punho nela para que a marca molhada fique na frente e centralizada. Eu a levo ao meu nariz e inalo o cheio de Amory. A boceta dela tem um cheio delicioso pra caramba.

Mal posso esperar para enfiar minha língua nela – beber do seu poço de desejo.

Não esta noite, porém. Esta noite, existem assuntos mais urgentes. E eu quero lhe dar espaço para respirar. Eu também não quero que ela pense que sou algum lunático louco por sexo. Embora eu possa virar um se eu fosse deixá-la nua o tempo todo como tinha planejado originalmente.

Definitivamente, uma péssima ideia.

Me masturbo ao pensar em ter a boceta quente e molhada de Amory ao redor do meu pau, até eu gozar de novo. Desta vez, o orgasmo não é tão poderoso, embora eu jure que tem a mesma quantidade de gozo. Quando termino de limpar, meu pau já está duro de novo. Essa garota vai ser a minha morte, porra.

Eu me visto de novo, usando um terno diferente, porque me recuso a parecer um desleixado perto de Amory, então dou passos largos pelo apartamento, esperando que pareça que estou saindo. Tudo que realmente estou fazendo é ir do lado de fora falar com Grande Jeff. Ele está aqui para minha segurança.. Alguém sempre está aqui para minha segurança. Ele trocou com Maxwell quando trouxe Amory até mim, então sei que ele estava lá quando meu pai a levou. Ele sabe tanto sobre a situação quanto meu pai, exceto que ele realmente vai me falar. Se eu ligasse para o papai, não sei o quanto conseguiria dele. Ele sempre foi o tipo que fala só o necessário. É a forma dele de nos proteger de todas as coisas ilegais que ele faz. Na maior parte do tempo, eu não me importo com o que ele faz ou quem está aterrorizando para aumentar sua fortuna. Mas ele tornou isso algo pessoal ao trazer esta linda criatura para minha casa.

“Ei, Grande Jeff,” eu digo, cumprimentando-o, depois de fechar a porta atrás de mim. Quando nos encontramos antes, tivemos que manter nossos papeis impessoais de chefe e empregado. Tudo para balançar os nervos de Amory. Este cara é praticamente família para mim. Ele trabalha para o meu

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pai desde que eu era criança. O tipo de cara com quem sempre podemos contar.

“Ryder. Como está indo aí?” Ele olha para a porta do meu apartamento.

“Ótimo. Boceta durante dias, você sabe.” Eu esfrego minhas mãos.

Ele faz um som de suspiro e eu vejo um toque de tristeza em seus largos olhos azuis. Ele está preocupado com Amory.

“Então, a garota.” Eu aponto na direção do quarto dela com o polegar.

“Meu pai não me contou nada sobre ela. Apenas disse que era um presente.

Eu meio que gosto de saber de onde vem meus presentes, se é que você me entende.”

“Ela é do Bronx.”

“Não é isso que quero dizer.” Balanço a cabeça. “Quem é ela? Por que ela está aqui?”

Grande Jeff sorri e cruza os braços gigantes contra o peito. “Então o chefe não contou nada?”

“Nada.” Me inclino e descanso o peso contra a parede. “Eu sei que não estou enfiando meu pau em uma das garotas dele. Ela é inocente demais para isso. Então qual é o papo com ela?” Não tenho certeza porquê, mas parece importante mentir para ele – fazê-lo pensar que eu já fiz sexo com ela.

Talvez porque me faz parecer mais alfa. Eu nunca serei o tipo de cara que meu pai é, completamente sem coração, mas acho que todos os filhos dele tentam manter essa imagem de qualquer forma que podemos. Ninguém jamais dirá que algum filho de Giovanni Bianchi é um maricas.

“Estávamos dando uma balançada nos negócios dos pais dela. Eles não conseguiram pagar. Estávamos prestes a machucar o pai dela, e então ela se ofereceu. Seu pai achou um acordo justo, então concordou em parar mexendo com os negócios deles em troca dela para você. Eles não tinham nada mesmo.”

“Que tipo de negócio eles têm?”

“Apenas uma pequena mercearia em uma parte ruim da cidade. Sabe, a parte que nem nós gostamos de ir.” Ele revira os olhos, que é um sinal claro que ele acha que é um trabalho triste. É também prova de que ele confia em mim. Ninguém questiona os negócios do meu pai. Se eu contasse a ele que Grande Jeff revirou os olhos pelo que aconteceu, haveriam consequências.

Não há receio disso, porém. Sou próximo da maioria dos caras do meu pai, e eu não gostaria que nada acontecesse com eles, especialmente com Grande Jeff.

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“Você por acaso lembra onde é a mercearia?”

“Por que você se importa? Já está pensando em devolvê-la?” Ele provoca.

“Como se fosse uma opção.” Nós dois sabemos que não é. Cabeças rolariam se eu levasse Amory de volta aos pais dela, a minha e a dele. Ele não está aqui só para a minha segurança neste momento, e sim, também para garantir que Amory não tente fugir e para me manter na linha.

“Obrigado, Grande J. Acho que talvez eu vá até lá. Quero ver de onde veio o buraco em que estou colocando meu pau.” Eu levanto as sobrancelhas para ele antes de voltar para dentro.

“Não espere ficar impressionado.” Ele me dispensa.

Não fico impressionado. A mercearia dos pais de Amory é em uma vizinhança dilapidada aparentemente no meio do nada. Como sequer ainda está aberta está além da minha capacidade de compreensão. As casas ao redor estão praticamente desmoronando. A loja em si é uma das coisas mais legais na vizinhança, e isso quer dizer muito.

Eu dirijo lentamente, sem ousar estacionar. Não há carro nenhum lá, então sei que eles achariam que era um cliente, e eu me sentiria um babaca lhes dando esperanças. Em vez disso, eu passo na frente de novo e de novo, tentando ter um vislumbre dos pais de Amory. Eu os imagino lá dentro, lamentando a perda da filha. Geralmente, quando meu pai leva alguém, eles não voltam. E julgando pelo triste estado da loja, não tem como eles conseguirem pagar para ter a filha deles de volta. Ela fez o último sacrifício ao se oferecer em troca da segurança dos pais dela. Eu duvido que ela sequer sabia o que aconteceria com ela.

Não consigo evitar sentir pena dos pais de Amory. E eu não consigo evitar sentir pena dela também. E em uma escala menor, também sinto pena de mim mesmo porque não tenho ideia do que fazer com essa garota em futuro iminente. Não posso mantê-la como prisioneira para sempre. Com certeza, meu pai sabe disso, o que significa que ele tem planos para ela ou tinha intenção de deixá-la comigo permanentemente. O canalha.

Depois de passar na frente da loja, pelo menos, meia dúzia de vezes, eu volta para o edifício. Grande Jeff acena para mim quando saio do elevador.

Originalmente, quando meu pai comprou o prédio, o elevador abria do lado de dentro do meu apartamento, mas ele achou que havia necessidade de outra camada de proteção, então dividiu a área e adicionou um átrio, cortando um

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pouco da minha sala de estar. Ninguém nunca tentou invadir ou causar confusão, mas fico feliz por ele ter feito isso de qualquer forma.

“Encontrou o que estava procurando?” Grande Jeff pergunta.

“Não tenho certeza do que estava procurando,” confesso. “A princesa tentou escapar enquanto eu estava fora?”

“Não ouvi um pio.”

“Bom. Isso é bom.” Enfio a chave na fechadura e viro a maçaneta da porta.

Meu apartamento está assustadoramente silencioso. Amory está tão quieta que eu não conseguiria adivinhar que havia outra pessoa ali se eu não soubesse. Um pouco paranoico de que talvez ela tivesse tentando escalar pela janela para fugir, eu espio o quarto dela. Ela está deitada lá, nua e bela e adormecida. Como ela parece em paz com os olhos fechados e as madeixas dos cabelos longos escuros caídas pelo rosto. Meu pau desperta na minha calça, e eu me xingo pelo quanto eu quero tocá-la. Eu apenas não consigo me controlar.

Está escuro lá fora e as persianas estão abertas. A única luz que entra no quarto é aquela que a lua joga sobre seu corpo, marcando-a com linhas pálidas e azuis-escuras. Eu cuidadosamente me baixo no lado da cama e estendo a mão para afastar o cabelo do rosto dela. Os olhos dela dançam embaixo das pálpebras por alguns segundos. Os cílios flutuam se abrindo.

Pânico atravessa sua expressão, mas rapidamente se transforma em um reconhecimento silencioso de quem eu sou. Eu nunca vi uma visão mais bela em toda a minha vida do que essa garota deitada na minha frente.

Estranhamente, sinto uma forte necessidade de protegê-la. Mostrar que sua vida não vai ser uma droga completa de agora em diante. Não sou meu pai.

Não vou fazê-la sofrer.

“Volte a dormir, princesa,” eu digo enquanto acaricio sua bochecha.

Ela não diz nada.

Não quero deixá-la nervosa, então eu me retiro. O sangue correndo em mim está indo para todos os lugares errados. Eu não deveria estar tão excitado. Eu acabei de me masturbar algumas horas atrás. O que inferno tem de errado comigo?

Eu tomo um banho para lavar o inferno do dia. Meu pau é incansavelmente exigente, então eu lhe dou atenção, mais uma vez me imaginando enterrado entre as dobras suaves de Amory. Não vou conseguir lidar com essa distância entre nós. Toda vez que penso nela, a necessidade

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de tê-la por perto me consome. Eu ainda nem dormi com ela e já estou obcecado pra caralho.

Só de saber que ela está no quarto no fim do corredor vai manter meu pau duro a noite toda. Quem sabe quantas vezes terei que me masturbar antes de realmente conseguir dormir. Não consigo pensar em nada além de tocá-la e ficar dentro dela, sentindo seu corpo contra o meu.

Não me importo se isso faz eu parecer um babaca ou não; a partir de amanhã à noite, ela dormirá na minha cama.

***

“Como você dormiu?” Eu tento perguntar casualmente. Eu já estou chateado que tive ir buscar Amory para tomar café da manhã depois de chamar seu nome várias vezes. Parte de mim acha que ela gosta de ser difícil. Quando eu finalmente entrei no quarto dela para ver o que inferno ela estava fazendo, ela estava sentada no canto da cama distraidamente passando uma escova nos cabelos. A expressão no rosto dela estava completamente vazia. Eu sabia que sua mente estava em outro lugar. Isso ou ela fazia um ótimo trabalho em me ignorar e parecer inocente.

“Eu não dormir. Não de verdade.” Ela olha para o prato de ovos, bacon, batata frita e panquecas na frente dela. Tem acompanhamentos de frutas e biscoitos. Eu não sabia o que ela gostaria, então tentei pedir uma variedade do restaurante de baixo. Nada parece atiçar seu apetite. Ela não deu uma mordida desde que sentamos para tomar café juntos.

“Você estava dormindo quando fui no seu quarto ontem à noite,” eu a lembrei. Não havia círculos ao redor dos seus olhos, então sei que ela mentia. Espero que isso não se torne um hábito, não que eu me importasse em discipliná-la, particularmente.

“Eu estava de olhos fechados.” Um sorriso sarcástico passou pelo seu rosto.

“Não me teste tão cedo pela manhã.” Eu aponto meu garfo para ela, e ela se encolhe um pouco.

Eu apunhalo minha comida, comendo como um homem faminto, esperando com uma crescente irritação que Amory comece a comer sua refeição.

“Você não vai comer?” Pergunto, finalmente.

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