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Radiol Bras vol.34 número1

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Academic year: 2018

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Radiol Bras 2001;34(1):VII–VIII VIIVIIVIIVIIVII

QUAL O SEU DIAGNÓSTICO?

QUAL O SEU DIAGNÓSTICO?

QUAL O SEU DIAGNÓSTICO?

QUAL O SEU DIAGNÓSTICO?

QUAL O SEU DIAGNÓSTICO?

Lauro Cézar Maito Filho1, Simone Caetano2, João Saldanha3, Ana Lúcia Kefalas O. Melo4

1. Acadêmico de Medicina do VIII Período da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (FMTM), Uberaba, MG. 2. Acadêmica de Medicina do X Período da FMTM. 3. Médico Patologista da FMTM. 4. Professora Adjunta da Disciplina de Imagenologia da FMTM. Endereço para correspondência: Profa. Dra. Ana Lúcia Kefalas O. Melo. Rua Santo Antônio, 15, Centro. Uberaba, MG, 38010-140.

Fig. 1 Fig. 1Fig. 1 Fig. 1 Fig. 1

apresentava mamas assimétricas, com mama esquerda maior que a mama direita e tumoração na mama esquerda, de consis-tência fibroelástica, ocupando quase toda a mama.

B BB BB A

AA A A Figura 1. Figura 1. Figura 1. Figura 1.

Figura 1. Mamografia bilateral crânio-caudal (AAAAA) e oblíquas (BBBBB).

Paciente do sexo feminino, 42 anos de idade, referindo tumoração na mama esquerda há dois anos, com crescimento progressivo, sem dor ou descarga papilar. Ao exame físico,

Figura 2. Figura 2. Figura 2. Figura 2.

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VIII VIIIVIII

VIIIVIII Radiol Bras 2001;34(1):VII–VIII

Análise das imagens

A mamografia (Figura 1) demonstra nódulo com radiodensidade maior que a do parênquima, parcialmente circuns-crito, ocupando quase a totalidade da mama esquerda, com macrocalcificação única no seu interior, medindo 11,5 × 11,0 cm. A ultra-sonografia (Figura 2) evidencia imagem sólida hipoecóica heterogênea, com área cística central e discreto reforço acústico posterior, me-dindo 10,4 × 10,3 cm.

Diagnóstico: Após a exérese da

tu-moração, o diagnóstico histológico foi de hiperplasia pseudo-angiomatosa do estroma mamário.

COMENTÁRIOS

De acordo com Ibrahim et al.(1), a hi-perplasia estromal pseudo-angiomatosa (PASH) é uma entidade clínico-patoló-gica, variando de achados microscópi-cos incidentais focais até massa clínica e mamograficamente evidente.

No estudo de Ibrahim et al.(1), de 200 espécimes de mama avaliados consecu-tivamente, 46 casos (23%) demonstra-ram este achado à histologia. Em con-traste, a forma tumoral da PASH é rara, com somente 71 casos relatados previa-mente na literatura(1–6).

Na revisão feita por Polger et al.(2), foram analisadas sete pacientes com pseudo-angiomatose de mama biopsia-das: seis pacientes estavam na pré-me-nopausa e uma estava na pós-menopau-sa, fazendo terapia de reposição hormo-nal. As sete pacientes apresentavam mas-sa ou masmas-sas visíveis à mamografia, três das quais eram palpáveis. As massas me-diam de 1,1 a 11 cm. Em três pacientes as bordas das lesões eram bem circuns-critas, em duas eram parcialmente cir-cunscritas e em duas as bordas eram in-distintas. Apenas uma das lesões tinha borda lobulada. A característica mamo-gráfica mais comum na PASH foi de massa circunscrita ou parcialmente

cir-cunscrita, revelando, ao ultra-som, mas-sa hipoecóica, levemente heterogênea. Em outros estudos, como os de Cohen

et al.(3) e Powell et al.(4), mamografica-mente as massas com o diagnóstico de PASH são, usualmente, não calcificadas e de aparência bem circunscrita ou par-cialmente circunscrita. Bordas obscuras ou indistintas também têm sido descri-tas. Ao ultra-som, essas massas são vis-tas como massas sólidas hipoecóicas, levemente heterogêneas, segundo a eco-textura. Um componente cístico foi re-latado em um caso, semelhante ao apre-sentado no presente estudo(2).

Uma característica importante da pseudo-angiomatose é que ela apresen-ta crescimento ao longo do tempo; além disso, pode ocorrer recorrência após biópsia excisional. No entanto, segun-do Polger et al.(2), “a pseudo-angioma-tose de mama não está associada com malignidade nem é considerada pré-ma-ligna”. Em análises histológicas, segun-do Vuitch et al.(5), este tumor benigno do estroma mamário tem “característica pa-drão de miofibroblastos proliferativos que formam fendas”. Acredita-se que os miofibroblastos têm reação aberrante aos hormônios (particularmente à pro-gesterona), que começa com acentuada alteração mamária focal, que é fisioló-gica durante o ciclo menstrual. Fatores hormonais contribuem, provavelmente, para a PASH de mama, já que a idade média das pacientes com esta entidade tem sido relatada como sendo de 40 anos. Segundo Anderson et al.(7), a PASH de mama pode ocorrer em pacientes na pós-menopausa que estejam fazendo te-rapia de reposição hormonal.

O mais importante diagnóstico dife-rencial considerado pelos patologistas é o angiossarcoma de baixo grau. As cé-lulas do estroma da pseudo-angiomatose usualmente têm núcleos de aparência benigna, em contraste à aparência alta-mente atípica das células endoteliais de um angiossarcoma(6). Quanto aos

diag-nósticos diferenciais clínicos, mamográ-ficos, ultra-sonográficos e histológicos, a PASH de mama também pode ser con-fundida com o tumor filóide e com o fibroadenoma(6).

Quanto ao diagnóstico histológico definitivo, é possível ser realizado por biópsia excisional ou por “core”-bióp-sia. No estudo de Cohen et al.(3), quatro dos sete casos foram diagnosticados his-tologicamente através da “core”-biópsia, indicando que, se os achados de ima-gem forem consistentes com a PASH de mama, a confirmação com biópsia cirúr-gica não é necessária. Uma opção é o acompanhamento mamográfico, e se há mais tumor crescendo a biópsia cirúrgi-ca pode então ser feita.

É importante que os radiologistas es-tejam atentos a essa entidade para suge-rir o seu diagnóstico. O radiologista tam-bém deve estar atento para o fato de que a lesão não é maligna, mas tem propen-são para crescer ao longo do tempo e apresentar recorrência local.

REFERÊNCIAS

1. Ibrahim RE, Sciotto CG, Weidner N. Pseudoan-giomatous hyperplasia of mammary stroma: some observations regarding its clinicopathologic spec-trum. Cancer 1989;63:1154–60.

2. Polger MR, Denison CM, Lester S, Meyer JE. Pseudoangiomatous stromal hyperplasia: mammo-graphic and sonomammo-graphic appearances. AJR 1996; 166:349–52.

3. Cohen MA, Morris EA, Rosen PP, Dershaw DD, Liberman L, Abramson AF. Pseudoangiomatous stromal hyperplasia: mammographic, sonographic, and clinical patterns. Radiology 1996;198:117– 20.

4. Powell CM, Cranor ML, Rosen PP. Pseudoangio-matous stromal hyperplasia (PASH): a mammary stromal tumor with myofibroblastic differentia-tion. Am J Surg Pathol 1995;19:270–7. 5. Vuitch MF, Rosen PP, Erlandson RA.

Pseudoan-giomatous hyperplasia of mammary stroma. Hum Pathol 1986;17:185–91.

6. Cyrlak D, Carpenter PM. Breast imaging case of the day. Pseudoangiomatous stromal hyperplasia. RadioGraphics 1999;19:1086–8.

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