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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO RAMO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES EM FORTALEZA-CE

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE

DEPARTAMENTO DE CONTABILIDADE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

LUAN LIMA DE OLIVEIRA

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO RAMO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE COMBUSTÍVEIS

E LUBRIFICANTES EM FORTALEZA-CE

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LUAN LIMA DE OLIVEIRA

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO RAMO DE COMÉRCIO VAREJISTA DE COMBUSTÍVEIS E

LUBRIFICANTES EM FORTALEZA-CE

Artigo apresentado à Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo para obtenção de créditos em Monografia.

Orientadora: Profª Jeanne Marguerite Molina Moreira.

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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: LUCRO PRESUMIDO OU REAL. ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO RAMO DE COMÉRCIO

VAREJISTA DE COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES EM FORTALEZA-CE

OLIVEIRA, Luan Lima de1

MOREIRA, Jeanne Marguerite Molina2

RESUMO

O Planejamento Tributário deve ser a principal ferramenta de uma empresa para a escolha correta do regime de tributação, que a levará a obter o máximo de economia com obrigações tributárias. Dessa forma, o principal objetivo que levou a elaboração deste artigo é determinar qual o regime tributário que melhor se enquadra em uma empresa de pequeno porte do ramo de comércio varejista de combustíveis e lubrificantes na cidade de Fortaleza-CE, fazendo com que ela tenha uma carga tributária menos onerosa, sempre amparado pela legislação vigente. O estudo se dá com base em dados do ano de 2015. A análise se concentra nos tributos federais, PIS-Programa de Integração Social, COFINS-Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, IRPJ-Imposto de Renda Pessoa Jurídica e CSLL-Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, por serem os que têm um maior impacto na atividade da empresa e são calculados de forma diferente dependendo do regime tributário escolhido. Durante a metodologia aplicada, é exibida, em tabelas, as simulações de cálculo do PIS, COFINS, IRPJ e CSLL, em ambos os regimes, mostrando o seus totais de acordo com os dados fornecidos pela empresa. Por fim, analisa-se qual regime tributário melhor se encaixa na empresa, que para este estudo foi o Lucro Real.

Palavras-chave: Planejamento Tributário; Lucro Presumido; Lucro Real.

ABSTRACT

Tax Planning should be the primary tool of a company for the correct choice of tax system, it will lead more economy with tax obligations. The main objective to development this article scientific was to determine which tax system is the best option to a small business of the retailing market of fuels and lubricants in Fortaleza-CE city, causing it have a less costly tax value always based on current tax law. This study is based on data of 2015. The analysis concentrates on Federal Taxes, PIS - Social Integration Program, a tax levied on corporations’ total sales, COFINS - Social Security Financing Contribution, IRPJ - income tax of the Legal person and CSLL - another federal tax levied on corporations for the financing of social security, these are the taxes with higher impact on the business’s activity and they are calculated with different ways depending on tax regime chosen. During methodology applied, is displayed in tables, the simulation of Federal Taxes calculation in both tax system, showing their totals according to the data provided by the company. Finally, it analyses which tax regime is the best option to the business, for this study was the Real Profit.

Keywords: Tax Planning; Presumed Profit; Real Profit.

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1 INTRODUÇÃO

Os tributos representam um percentual elevado nos custos de uma empresa, desta forma, as empresas precisam reduzir seus custos a um nível em que possam realizar suas operações adequadamente e obter maior maximização dos lucros.

O planejamento tributário faz a diferença, diante da extensa legislação tributária brasileira e das constantes alterações nas leis tributárias. Os profissionais da Contabilidade devem se manter sempre atualizados para realizarem um bom planejamento, a fim de orientar o empresário a escolher o melhor enquadramento tributário possível.

O profissional da contabilidade, responsável pelo planejamento, deve sempre optar pela elisão fiscal, que é a maneira lícita de se diminuir a carga tributária de uma empresa, através de estudos da legislação tributária, para que a entidade seja enquadrada no regime que lhe permite pagar menos tributos. A diminuição da carga tributária através de elisão fiscal deve ser respeitada pela Fazenda Nacional.

Diante desse contexto, o estudo foca na seguinte questão problema: Qual regime tributário deve ser escolhido por uma empresa de pequeno porte do ramo de comércio varejista de combustíveis e lubrificantes que atua em Fortaleza-CE, para que tenha uma menor carga tributária?

O objetivo do estudo é evidenciar, através de apuração e análise de informações reais, o impacto, positivo ou negativo, de cada regime tributário nas finanças da empresa, e a importância de se fazer o planejamento tributário, visando sempre economia no pagamento de tributos, demonstrando ao final, a diferença encontrada entre os dois regimes.

Para tal questão, será realizada uma análise comparativa entre o Lucro Real e o Lucro Presumido, que são os regimes tributários que podem ser escolhidos pela empresa, tendo em vista que o seu faturamento extrapola os limites do Simples Nacional. Os objetivos específicos são: i) coletar as informações necessárias a realização do planejamento na empresa foco do estudo; ii) apurar os valores de PIS, COFINS, IRPJ e CSLL que seriam devidos pela empresa em cada regime de tributação; iii) verificar qual regime de tributação resultaria em um menor gasto com obrigações tributárias.

Devido à carga tributária representar um custo elevado para as empresas, o que se defende nesse artigo é que antes de escolher a maneira de se prestar contas com os órgãos fiscalizadores, é necessário haver um estudo detalhado, que contemple as particularidades da empresa e do regime de tributação, para que seja realizada uma escolha adequada, levando em consideração a realização da economia nas obrigações tributárias, que resulta em maior lucro para o empresário, e dessa forma propicia para sua empresa uma melhor saúde financeira.

O estudo de caso foi realizado com base em simulações de cálculos utilizando os dados reais de uma empresa do ramo de comércio varejista de combustíveis e lubrificantes, do ano de 2015, tendo como foco a diferença entre os regimes de tributação que seria mais benéfico para a empresa.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Planejamento Tributário

Para melhor entender o planejamento tributário, é necessário que alguns conceitos sejam previamente esclarecidos. A definição de tributo é dada através do art. 3º do Código Tributário Nacional – CTN (Lei nº. 5.172 de 25 de outubro de 1966), “tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

O Sistema Tributário Nacional esta estruturado de forma a permitir ao Estado a cobrança de impostos, taxas e contribuição de melhoria e contribuições sociais.

Harada (2006, p.324) conceitua o Sistema Tributário Nacional como:

O Sistema Tributário Nacional é o conjunto de normas constitucionais de natureza tributária, inserido no sistema jurídico global, formado por um conjunto unitário e ordenado de normas subordinadas aos princípios fundamentais, reciprocamente harmônicos, que organiza os elementos constitutivos do Estado, que outra coisa não é senão a própria Constituição.

Visto o conceito de tributo, pode-se entender melhor o que é o planejamento tributário. Fabretti (2011, p. 28) conceitua planejamento tributário como:

Estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais menos onerosas, denomina-se Planejamento Tributário. O Planejamento Tributário exige, antes de tudo, bom senso do planejador. Há alternativas legais válidas para grandes empresas, mas que são inviáveis para as médias e pequenas, dado o custo das operações necessárias para execução desse planejamento podem exigir. A relação custo/benefício deve ser muito bem avaliada. Não há mágica em planejamento tributário, apenas alternativas, cujas relações custo/benefício variam muito em função dos valores envolvidos, da época, do local, etc.

A importância do planejamento tributário é explicada por Borges (2011, p. 37):

Dois fatores determinam a importância e a necessidade do planejamento tributário na empresa. O primeiro é o elevado ônus fiscal incidente no universo dos negócios. O outro é a consciência empresarial do significativo grau de complexidade, sofisticação, alternância e versatilidade da legislação pertinente. Na realidade, a efetiva interação desses fatores no contexto negocial vem exigindo da equipe direcional das organizações empresariais vultoso investimento de energia e recursos visando identificar todas alternativas legais disponíveis a suas transações e operações mercantis, no sentido de adotar aquela que resulta em consequências tributárias menos onerosas.

Um bom planejamento tributário é o caminho para a elisão fiscal, que é a redução do ônus tributário de forma lícita. Diferentemente da evasão fiscal, que é quando o contribuinte tenta reduzir ou não recolher a obrigação tributária por meios ilegais, ou seja, sem estar embasado em lei, o que resulta em crime de sonegação fiscal. Fabretti (2015, p. 133) define como elisão e evasão fiscal:

O planejamento tributário preventivo (antes da ocorrência do fato gerador do tributo) produz a elisão fiscal, ou seja, a redução da carga tributária dentro da legalidade. O perigo do mau planejamento é redundar em evasão fiscal, que é a redução da carga tributária descumprindo determinações legais e que é classificada como crime de sonegação fiscal (Lei n° 8.137 de 27 de dezembro de 1990).

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a elaboração de um bom planejamento tributário, com o passar dos meses o planejamento pode não ser benéfico como era no início das atividades, portanto deve-se revisá-lo com uma certa periodicidade, para que seja checado se está sendo realmente benéfico para a saúde financeira da empresa.

2.2 Regimes de tributação

No Brasil, a escolha do regime de tributação a ser adotado por uma pessoa jurídica, segundo Bruni e Famá (2008, p.232) “pode ocorrer de três formas: Super Simples, Lucro Presumido e Lucro Real”.

A empresa define qual regime de tributação irá ser usado para apurar seus tributos federais, devendo-se observar as peculiaridades e impeditivos de cada regime, como, por exemplo, o faturamento anual bruto.

A definição do enquadramento deve vir depois de realizado o planejamento, onde é estudado as opções disponíveis para a empresa conforme suas características. Cabe ao profissional contábil juntamente ao empresário, verificar quais regimes podem ser escolhidos, e qual propicia uma maior redução da carga tributária.

Essa escolha é de fundamental importância, pois além de ser irretratável para todo o exercício social, é ele que dirá como a empresa deve calcular seus tributos federais, e uma escolha mal feita poderá resultar em um grande custo com obrigações tributárias.

Nesse estudo será descartado o Simples Nacional, pelo fato do faturamento anual bruto da empresa em questão ser superior ao teto máximo permitido para que uma empresa opte por esse regime.

2.2.1 Lucro Presumido

O Lucro Presumido é uma forma optativa de tributação simplificada para a obtenção da base de cálculo do IRPJ e CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas a apurar esses tributos pelo Lucro Real. O art. 13 da Lei 12.814 de 16 de maio 2013 assim define:

A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido.

De acordo com Fabretti (2009, p. 202):

O Lucro Presumido é uma alternativa para as pequenas empresas, até o limite da receita bruta total estabelecido em lei. Estas, em vez de apuração pelo lucro real, ou seja, de escrituração contábil, podem presumir esse lucro. Consideram, como tal, o resultado da aplicação de determinado percentual sobre a receita total (por exemplo: 8% de uma receita de R$100.000,00 = lucro presumido de R$8.000,00).

Funciona como se o órgão fiscalizador estipulasse um percentual de lucro de acordo com a atividade exercida pela empresa, e a partir dessa presunção de lucro é calculado o IRPJ e a CSLL.

O Portal Tributário (2016) define que, para o IRPJ, a presunção de lucro terá as seguintes alíquotas: para revenda de combustíveis e gás natural, presume-se que o lucro será de 1,6% do faturamento bruto; para venda de mercadorias e produtos, a presunção é de 8%; já para a prestação de serviços em geral, a alíquota a ser utilizada é a de 32%.

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Embora não seja um regime obrigatório, o Lucro Presumido é bastante difundido devido a sua simplicidade e, principalmente, por questões de estratégia tributária, pois pode representar economia tributária, sobretudo nas empresas altamente lucrativas. Portanto, se não houver impedimento, pode ser uma boa ferramenta de planejamento tributário. (PORTAL TRIBUTÁRIO. 2016).

O cálculo do IRPJ e da CSLL ocorre sobre a presunção de lucro sobre a receita bruta, sendo que para o IRPJ a alíquota é de 15% somado a um adicional de 10% para lucros superiores a R$ 20.000,00 mensais, e para a CSLL a alíquota é de 9%.

A partir de 1/1/97, as pessoas jurídicas não obrigadas à apuração do lucro real poderão optar pela tributação com base no lucro presumido, cuja apuração será trimestral, com períodos de apuração encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário. (RIR/99, art. 516, §§ 1º e 4º).

Higuchi (2011) afirma que, a empresa que opta pelo Lucro Presumido deve recolher o seu Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), utilizando-se de uma base de cálculo sobre a receita bruta que varia de acordo com sua atividade, indo de 1,6% a 32%. Em seguida, aplica-se a alíquota do IRPJ, que é de 15%. No caso da empresa em estudo, a presunção de lucro do IRPJ é de 1,6% para a venda de combustíveis, e 8% para a venda de lubrificantes.

A CSLL, de acordo com o que versa o art. 22 da Lei n° 10.684 de 30 de maio de 2003, é calculada da seguinte maneira: aplica-se um percentual de 9% sobre a base de cálculo, que é a presunção do lucro (12% da receita bruta, para atividades comerciais) para se extrair o valor da CSLL no trimestre.

Em se tratando de PIS e COFINS, as empresas optantes pelo Lucro Presumido apuram essas contribuições na sistemática do regime cumulativo, onde é aplicado um percentual sobre a receita bruta, observando a legislação específica para cada espécie de produto. Para cálculo do PIS, Oliveira (2009, p. 137) retrata da seguinte maneira: “PIS sobre o faturamento mensal cuja alíquota é de 0,65% para as empresas tributadas pelo Lucro Presumido.”. No caso da COFINS, apurada na sistemática do regime cumulativo, ou seja, no Lucro Presumido, a alíquota será de 3%, prevista no art. 8° da Lei n° 9.718 de 27 de novembro de 1998.

Em razão da empresa em estudo, por se tratar de uma revendedora de combustíveis e lubrificantes, é necessário verificar a legislação específica de cada um desses produtos. De acordo com o Portal Tributário (2016):

A Contribuição para o PIS e a COFINS incidente sobre gasolina (exceto de aviação), óleo diesel, GLP e álcool para fins carburantes são calculados aplicando-se alíquotas diferenciadas sobre a receita bruta auferida com as vendas destes produtos pelos produtores, importadores, refinarias de petróleo e distribuidores de álcool para fins carburantes. Fica reduzida para zero as alíquotas aplicadas sobre a receita auferida com as vendas efetuadas pelos distribuidores e comerciantes varejistas.

No caso da receita auferida na venda de lubrificantes, por não haver regramento específico, é tributada normalmente utilizando as respectivas alíquotas do PIS e da COFINS. 2.2.2 Lucro Real

De acordo com o art. 247 do Decreto 3.000, de 26 de março de 1999, Lucro Real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. A determinação do Lucro Real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração com observância das leis comerciais.

Fabretti (2009, p. 202) conceitua Lucro Real como:

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devoluções e impostos (-) custos (-) despesas operacionais (+) receitas não operacionais (-) espesas não operacionais. Ou seja, o resultado contábil. A Lei do IR denomina esse resultado contábil (econômico) de lucro líquido. O lucro real, conforme determina o art. 247 do RIR, é o lucro líquido (contábil) do período-base ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação do IR.

Estão obrigadas a optar pelo Lucro Real as pessoas jurídicas cuja receita total no ano-calendário anterior, seja superior ao limite de R$78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), e/ou esteja enquadrada nas condições previstas na Lei 9.718/98 e alterações posteriores.

De acordo com art. 2º da Lei 10.637 de 30 de dezembro de 2002, a alíquota geral do PIS não cumulativo é de 1,65%. Já conforme o art. 2º da Lei 10.833 de 29 de dezembro de 2003, a alíquota da COFINS a ser utilizada na não cumulatividade deve ser a de 7,6%. Nessa sistemática, as alíquotas são maiores que no regime do Lucro Presumido, porém a diferença está no fato de que as compras geram créditos nessas mesmas alíquotas, a serem compensadas nos débitos decorrente das vendas, ou seja, a tributação ocorre diretamente proporcional ao lucro, e não ao faturamento.

Para fins de IRPJ e CSLL, o que torna esse regime mais complexo é encontrar a base de cálculo correta, pois em síntese, a tributação se dará sobre o lucro líquido apurado pela contabilidade de cada pessoa jurídica, recebendo os ajustes de adições e exclusões autorizadas pela legislação tributária.

O art. 3º da Lei 9.249 de 26 de dezembro 1995 institui a alíquota do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas de 15%, e de acordo com o § 2º do art. 2º da Lei 9.430 de 27 de dezembro de 1996, a parcela da base de cálculo que exceder R$ 60.000,00 por trimestre, ou R$ 20.00,00 por mês, fica sujeita a incidência do adicional de IRPJ de 10%, da mesma forma que acontece no Lucro Presumido. A alíquota para a CSLL é de 9% sobre o lucro líquido apurado pela contabilidade, sem incidência de adicional, conforme a Instrução Normativa IN SRF nº 390 de 30 de janeiro de 2004.

O que se verifica é que estes dois regimes de tributação podem ter diferenças ao final de cada período de apuração, tanto pelo fato da cumulatividade ou não para o PIS e COFINS e suas diferentes alíquotas em cada reigme, como pelas diferentes formas de se obter a base de cálculo para o IRPJ e CSLL.

2.3 Classificação das Empresas

Para que o Planejamento Tributário seja realizado da forma correta, também é necessário saber a classificação das empresas de acordo com o seu faturamento, para que se tenha todas as informações relevantes a respeito da empresa na qual o trabalho será realizado.

O BNDES (2015) divulgou em um dos seus informativos para empresas a informação sobre a classificação das empresas, conforme está demonstrado na Tabela 1.

Tabela 1: Classificação das Empresas x Faturamento anual

Tipo de Empresa Faturamento

Microempresa Até R$ 2,4 milhões

Pequena empresa Acima de R$ 2,4 milhões até R$ 16 milhões

Média empresa Acima de R$ 16 milhões até R$ 90 milhões

Empresa média-grande Acima de R$ 90 milhões até R$ 300 milhões

Grande empresa Acima de R$ 300 milhões

Fonte: Sítio eletrônico do BNDES. (2015)

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Apesar de parecem básicos, esses dados são a base para a montagem do planejamento tributário, pois a partir deste ponto, o responsável pela elaboração do planejamento poderá definir que caminhos irá seguir, sabendo com quais tipos de tributação poderá trabalhar, visto que uma das hipóteses de obrigatoriedade ao Lucro Real, e consequente impeditivo ao Lucro Presumido, é o faturamento anual, além de que tendo essas informações bem definidas, é possível a empresa pleitear a obtenção de empréstimos junto a bancos.

Tendo informações sobre modelos tributários como Lucro Presumido e Lucro Real, agora se pode partir para a metodologia, onde são abordados aspectos conceituais do artigo. Desde as definições e procedimentos utilizados para coleta e estudo de dados às comparações entre um regime e outro, a partir das receitas de vendas da empresa, e após a análise, verificar qual o regime tributário que acarretará para a empresa um menor gasto com tributos.

3 METODOLOGIA

Nesta etapa são apresentados os métodos que foram utilizados para se chegar ao propósito final do estudo. Conforme afirma Richardson (2012), a metodologia é a estratégia utilizada em qualquer pesquisa científica, que é fundamentada em uma rede de pressupostos de metodologia e de natureza humana que definem o ponto de vista que o pesquisador tem do mundo que está ao seu redor. Portanto, a pesquisa deve ser composta de uma série de passos importantes para a que se tenha um resultado relevante.

Em relação aos objetivos, o estudo classifica-se como descritivo, uma vez que é realizada uma análise das compras, vendas e do faturamento bruto da empresa atuante no ramo de comércio varejista de combustíveis e lubrificantes em Fortaleza-CE. Dessa forma, Marconi e Lakatos (2010) indicam que os objetivos de uma pesquisa tem a finalidade de apresentar resposta ao problema formulado, ou seja, os objetivos devem ser claros quanto ao resultado que se deseja atingir ao final do estudo.

Quanto aos procedimentos, a pesquisa trata-se de um estudo de caso bibliográfico e documental, pois utiliza-se de uma análise realizada nos relatórios e dados fornecidos pela empresa durante o ano de 2015. Marconi e Lakatos (2010) definem pesquisa bibliográfica como toda pesquisa realizada a partir de um registro disponível ou decorrente de pesquisas anteriores, tais como: jornais, livros e artigos, dando mais ênfase ao modelo de pesquisa utilizado para se chegar aos resultados finais do estudo de caso, Martins e Theóphilo (2009), defendem que a pesquisa bibliográfica é necessária em todas as pesquisas científicas e seus objetivos são: explicar e discutir um problema com bases em referências publicadas. A definição de documental é dada com base no conceito de GIL (2002), pois se refere à coleta feita com materiais que ainda não receberam tratamento analítico, ou que ainda podem ser elaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.

A abordagem é definida como qualitativa, visto que interpreta os aspectos disponíveis nos dados da empresa e fornece análises mais detalhadas sobre como se chegar aos resultados. Segundo Marconi e Lakatos (2010), a metodologia qualitativa tem como premissa, analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano e ainda fornecendo análises mais detalhadas sobre as investigações, atitudes e tendências de comportamento, priorizando o processo da pesquisa e não só os resultados e produtos finais obtidos.

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Quanto aos meios é uma pesquisa documental, pois, segundo Marconi & Lakatos (2010), “a característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias”.

O foco da pesquisa é identificar o impacto financeiro entre as diferentes escolhas de regimes tributários, dando ênfase na qualidade das informações prestadas e analisadas durante o estudo de caso.

Os dados da pesquisa foram obtidos junto à Contabilidade da empresa, com a autorização da mesma. Foram verificadas as movimentações referentes a compras, despesas, vendas e faturamento do ano de 2015, e após isso, analisados os dados relevantes para a resolução do problema. Como parte fundamental do estudo são utilizados os dados de compras e vendas de mercadorias, e despesas dedutíveis, que são de suma importância para a análise e apuração nos regimes tributários de Lucro Real e Lucro Presumido. As análises, assim como as apurações, seguem no estudo de caso, que também apresentará os dados mais relevantes para que seja possível se chegar a conclusão do regime tributário mais adequado para a empresa em questão.

4 ESTUDO DE CASO

A empresa em estudo atua no setor de comércio varejista de combustíveis e lubrificantes, é de pequeno porte de acordo com a classificação da Receita Federal, pois possui um faturamento anual de aproximadamente treze milhões de reais, emprega em média vinte e cinco funcionários e no ano de 2015 (ano de referência para o estudo) era optante pelo regime de Lucro Real.

Nesta etapa serão realizadas as apurações dos tributos federais nos regimes do Lucro Presumido e do Lucro Real, e então será comparado os resultados obtidos. A tabela 2 evidencia o faturamento bruto que a empresa obteve durante o ano de 2015, demonstrando a receita que foi auferida com a venda de combustíveis e lubrificantes. Os valores foram somados trimestralmente para facilitar a apuração dos tributos IRPJ e CSLL.

Tabela 2: Faturamento Bruto, Compras, Despesas com Energia e Demonstração do Faturamento Trimestral (ano 2015)

Mês Vendas Compras Energia Vendas Trimestrais

Janeiro R$ 1.113.629,74 R$ 970.296,39 R$ 6.925,89 Fevereiro R$ 1.023.046,24 R$ 861.582,06 R$ 5.974,65

Março R$ 1.159.103,66 R$ 993.155,27 R$ 7.526,68 R$ 3.295.779,64 Abril R$ 1.063.643,72 R$ 920.006,03 R$ 7.017,24

Maio R$ 1.081.469,19 R$ 874.711,04 R$ 7.184,59

Junho R$ 1.075.864,56 R$ 949.798,45 R$ 8.288,76 R$ 3.220.977,47 Julho R$ 1.056.870,61 R$ 917.238,51 R$ 7.993,76

Agosto R$ 1.091.131,32 R$ 899.020,32 R$ 8.993,13

Setembro R$ 1.062.280,96 R$ 933.394,90 R$ 8.497,05 R$ 3.210.282,89 Outubro R$ 1.143.071,03 R$ 962.647,69 R$ 7.955,35

Novembro R$ 1.139.389,28 R$ 978.655,90 R$ 7.339,15

Dezembro R$ 1.224.440,08 R$ 1.039.687,08 R$ 2.639,75 R$ 3.506.900,39

Totais: R$ 13.233.940,39 R$ 11.300.193,64 R$ 86.336,00 R$ 13.233.940,39

Fonte: Elaborado pelo autor, fundamentado nos dados fornecidos pela empresa.

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PIS e COFINS apenas o faturamento bruto, desconsiderando o volume de compras e despesas.

Para o Cálculo do PIS e COFINS no Lucro Real, pelo regime não-cumulativo, são levados em consideração os valores de vendas, compras e despesas com energia elétrica. É importante salientar que, conforme legislação específica, os valores relativos a venda e compra de combustíveis são monofásicos para PIS e COFINS, ou seja, para o revendedor varejista, a venda de combustível não gera débito de PIS e COFINS, e a sua compra também não gera crédito. Para a empresa em estudo, apenas a compra e venda de lubrificantes terá incidência de PIS e COFINS. A Tabela 3 demonstra a composição dos valores de compra e venda, separando o faturamento pelo respectivo produto, a fim de facilitar o entendimento dos cálculos.

Tabela 3: Detalhamento de compras e vendas por produto

Mês combustíveis Compra de lubrificantes Compra de combustíveis Venda de lubrificantes Venda de

Janeiro R$ 940.387,12 R$ 29.909,27 R$ 1.055.705,74 R$ 57.924,00 Fevereiro R$ 819.727,28 R$ 41.854,78 R$ 973.100,49 R$ 49.945,75 Março R$ 962.071,45 R$ 31.083,82 R$ 1.109.687,59 R$ 49.416,07 Abril R$ 892.052,36 R$ 27.953,67 R$ 1.017.146,97 R$ 46.496,75 Maio R$ 835.031,46 R$ 39.679,58 R$ 1.029.345,45 R$ 52.123,74 Junho R$ 911.373,93 R$ 38.424,52 R$ 1.022.860,43 R$ 53.004,13 Julho R$ 881.778,97 R$ 35.459,54 R$ 1.002.551,51 R$ 54.319,10 Agosto R$ 875.056,86 R$ 23.963,46 R$ 1.036.952,13 R$ 54.179,19 Setembro R$ 899.414,09 R$ 33.980,81 R$ 1.006.899,65 R$ 55.381,31 Outubro R$ 927.550,14 R$ 35.097,55 R$ 1.087.844,37 R$ 55.226,66 Novembro R$ 945.641,43 R$ 33.014,47 R$ 1.087.827,81 R$ 51.561,47 Dezembro R$ 998.520,56 R$ 41.166,52 R$ 1.167.384,72 R$ 57.055,36

Totais: R$ 10.888.605,65 R$ 411.587,99 R$ 12.597.306,86 R$ 636.633,53

Fonte: Elaborado pelo autor, fundamentado nos dados fornecidos pela empresa.

Observa-se que a faturamento oriundo da venda de lubrificantes representa 4,8% do faturamento total anual, o que significa que o cálculo de PIS e COFINS incidirá apenas sobre esse percentual, visto que os combustíveis tem tratamento monofásico para PIS e COFINS, ou seja, não compõem base de cálculo para estes tributos especificamente.

A seguir, as Tabelas 4 e 5 demonstram a apuração de PIS e COFINS no regime de Lucro Real, regime não-cumulativo, onde as compras tributáveis e despesas permitidas em lei geram créditos tributários a serem compensados no tributo a recolher.

Tabela 4: Apuração do PIS no regime de Lucro Real

Mês PIS a recolher PIS a recuperar Saldo PIS

Janeiro R$ 955,75 R$ 607,78 R$ 347,97

Fevereiro R$ 824,10 R$ 789,19 R$ 34,92

Março R$ 815,37 R$ 637,07 R$ 178,29

Abril R$ 767,20 R$ 577,02 R$ 190,18

Maio R$ 860,04 R$ 773,26 R$ 86,78

Junho R$ 874,57 R$ 770,77 R$ 103,80

Julho R$ 896,27 R$ 716,98 R$ 179,29

Agosto R$ 893,96 R$ 543,78 R$ 350,17

Setembro R$ 913,79 R$ 700,88 R$ 212,91

Outubro R$ 911,24 R$ 710,37 R$ 200,87

Novembro R$ 850,76 R$ 665,83 R$ 184,93

Dezembro R$ 941,41 R$ 722,80 R$ 218,61

Totais: R$ 10.504,45 R$ 8.215,75 R$ 2.288,71

(12)

Aplicando a alíquota de 1,65% sobre os valores de vendas tributadas, compras tributadas e despesa com energia elétrica, encontra-se o débito e o crédito de PIS, que resulta no valor final a ser pago pela empresa.

Tabela 5: Apuração da COFINS no regime de Lucro Real

Mês COFINS a recolher COFINS a recuperar Saldo COFINS

Janeiro R$ 4.402,22 R$ 2.799,47 R$ 1.602,75

Fevereiro R$ 3.795,88 R$ 3.635,04 R$ 160,84

Março R$ 3.755,62 R$ 2.934,40 R$ 821,22

Abril R$ 3.533,75 R$ 2.657,79 R$ 875,96

Maio R$ 3.961,40 R$ 3.561,68 R$ 399,73

Junho R$ 4.028,31 R$ 3.550,21 R$ 478,10

Julho R$ 4.128,25 R$ 3.302,45 R$ 825,80

Agosto R$ 4.117,62 R$ 2.504,70 R$ 1.612,92

Setembro R$ 4.208,98 R$ 3.228,32 R$ 980,66

Outubro R$ 4.197,23 R$ 3.272,02 R$ 925,21

Novembro R$ 3.918,67 R$ 3.066,88 R$ 851,80

Dezembro R$ 4.336,21 R$ 3.329,28 R$ 1.006,93

Totais: R$ 48.384,15 R$ 37.842,22 R$ 10.541,93

Fonte: Elaborado pelo autor, fundamentado nos dados fornecidos pela empresa.

Aplicando a alíquota de 7,6% sobre os valores de vendas tributadas, compras tributadas e despesa com energia elétrica, encontra-se o débito e o crédito de COFINS, que resulta no valor final a ser pago pela empresa.

Adiante, a Tabela 6 demonstra as apurações de PIS e COFINS com base no regime cumulativo, Lucro Presumido, no qual são descartados os créditos decorrentes de compras e despesas, pois o tributo é calculado diretamente sobre as vendas tributáveis realizadas.

Tabela 6: Apuração de PIS e COFINS no regime de Lucro Presumido

Mês Vendas tributáveis PIS a recolher COFINS a recolher

Janeiro R$ 57.924,00 R$ 376,51 R$ 1.737,72

Fevereiro R$ 49.945,75 R$ 324,65 R$ 1.498,37

Março R$ 49.416,07 R$ 321,20 R$ 1.482,48

Abril R$ 46.496,75 R$ 302,23 R$ 1.394,90

Maio R$ 52.123,74 R$ 338,80 R$ 1.563,71

Junho R$ 53.004,13 R$ 344,53 R$ 1.590,12

Julho R$ 54.319,10 R$ 353,07 R$ 1.629,57

Agosto R$ 54.179,19 R$ 352,16 R$ 1.625,38

Setembro R$ 55.381,31 R$ 359,98 R$ 1.661,44

Outubro R$ 55.226,66 R$ 358,97 R$ 1.656,80

Novembro R$ 51.561,47 R$ 335,15 R$ 1.546,84

Dezembro R$ 57.055,36 R$ 370,86 R$ 1.711,66

Totais: R$ 636.633,53 R$ 4.138,12 R$ 19.099,01

Fonte: Elaborado pelo autor, fundamentado nos dados fornecidos pela empresa.

Utilizando como base de cálculo a valor de vendas tributáveis, aplica-se as alíquotas de 0,65% para PIS e 3% para COFINS, que resulta no valor final a ser pago pela empresa para cada um destes tributos.

(13)

Tabela 7: Comparação das apurações de PIS e COFINS

Mês PIS - L. Real PIS - L. Presumido COFINS-L. Real COFINS - L. Presumido

Janeiro R$ 347,97 R$ 376,51 R$ 1.602,75 R$ 1.737,72 Fevereiro R$ 34,92 R$ 324,65 R$ 160,84 R$ 1.498,37 Março R$ 178,29 R$ 321,20 R$ 821,22 R$ 1.482,48 Abril R$ 190,18 R$ 302,23 R$ 875,96 R$ 1.394,90 Maio R$ 86,78 R$ 338,80 R$ 399,73 R$ 1.563,71 Junho R$ 103,80 R$ 344,53 R$ 478,10 R$ 1.590,12 Julho R$ 179,29 R$ 353,07 R$ 825,80 R$ 1.629,57 Agosto R$ 350,17 R$ 352,16 R$ 1.612,92 R$ 1.625,38 Setembro R$ 212,91 R$ 359,98 R$ 980,66 R$ 1.661,44 Outubro R$ 200,87 R$ 358,97 R$ 925,21 R$ 1.656,80 Novembro R$ 184,93 R$ 335,15 R$ 851,80 R$ 1.546,84 Dezembro R$ 218,61 R$ 370,86 R$ 1.006,93 R$ 1.711,66

Totais: R$ 2.288,71 R$ 4.138,12 R$ 10.541,93 R$ 19.099,01

Fonte: Elaborado pelo autor, fundamentado nos dados fornecidos pela empresa.

A seguir, serão vistas as apurações de IRPJ e CSLL nos dois regimes de tributação, lembrando que, no Lucro Real, utiliza-se o Lucro Líquido para a base cálculo, com a alíquota de 15% para IRPJ e 9% para CSLL, podendo ainda incidir no total do IRPJ, um adicional de 10% sobre o valor que ultrapassar R$ 60.000,00 trimestrais, ou R$ 20.000,00 mensais, multiplicado pelo número de meses da apuração para IRPJ, aplicável aos dois regimes tributários em estudo.

No regime de Lucro Presumido, a base de cálculo será o faturamento trimestral, exibido na Tabela 2, multiplicado pela presunção de lucro determinado pela Receita Federal em legislação específica, de acordo com a atividade a que se refere o faturamento, dessa forma encontrando o lucro estimado que servirá de base de cálculo para a apuração do IRPJ e CSLL. Após encontrar a margem de lucro estimada, multiplica-se pelas alíquotas dos tributos, que são as mesmas utilizadas no Lucro Real, 15% para o IRPJ e 9% para a CSLL.

Como a empresa em questão tem vendas de combustíveis e lubrificantes, a presunção de lucro para o IRPJ será de 1,6% para a receita obtida com a venda de combustíveis, e 8% para a receita obtida com a venda de lubrificantes. Já para a CSLL, a presunção do lucro será de 12% para toda a receita apurada.

A seguir, a tabela 8 exibe os valores de faturamento mensal e trimestral, bem como o lucro líquido trimestral, apurado pela contabilidade, referentes ao ano de 2015.

Tabela 8: Faturamento mensal e trimestral e Lucro Líquido trimestral

Mês Vendas Faturamento trimestral Lucro Líquido

Janeiro R$ 1.113.629,74 Fevereiro R$ 1.023.046,24

Março R$ 1.159.103,66 R$ 3.295.779,64 R$ 66.245,17 Abril R$ 1.063.643,72

Maio R$ 1.081.469,19

Junho R$ 1.075.864,56 R$ 3.220.977,47 R$ 64.241,02 Julho R$ 1.056.870,61

Agosto R$ 1.091.131,32

Setembro R$ 1.062.280,96 R$ 3.210.282,89 R$ 65.810,80 Outubro R$ 1.143.071,03

Novembro R$ 1.139.389,28

Dezembro R$ 1.224.440,08 R$ 3.506.900,39 R$ 85.672,51

Totais: R$ 13.233.940,39 R$ 13.233.940,39 R$ 281.969,50

(14)

O faturamento trimestral será base de cálculo para o IRPJ e CSLL no regime de Lucro Presumido. Já para o regime de Lucro Real, a base de cálculo será o Lucro Líquido trimestral apurado.

A Tabela 9 exibe os valores apurados de IRPJ e CSLL no regime de Lucro Presumido. Tabela 9: Apuração do IRPJ e CSLL no regime de Lucro Presumido

Faturamento trimestral IRPJ CSLL

R$ 3.295.779,64 R$ 9.699,69 R$ 35.594,42

R$ 3.220.977,47 R$ 9.309,90 R$ 34.786,56

R$ 3.210.282,89 R$ 9.463,21 R$ 34.671,06

R$ 3.506.900,39 R$ 10.649,10 R$ 37.874,52

R$ 13.233.940,39 R$ 39.121,90 R$ 142.296,56

Fonte: Elaborado pelo autor, fundamentado nos dados fornecidos pela empresa.

O faturamento trimestral bruto é multiplicado pela alíquota de presunção de lucro, que para o IRPJ é de 1,6% para as vendas de combustíveis e 8% para as vendas de lubrificantes. Já para a CSLL a presunção do lucro é de 12% para todo o faturamento. Após isso multiplica-se a bamultiplica-se presumida encontrada pelas alíquotas de 15% para o IRPJ e 9% para a CSLL, encontrando o valor do tributo a ser pago.

Como a empresa teve lucro presumido de mais de R$ 60.000,00 por trimestre, o valor excedente aos R$ 60.000,00 foi multiplicado por 10% e acrescido ao IRPJ a recolher.

A Tabela 10 evidencia a apuração do IRPJ e CSLL no regime de Lucro Real, que usará como base de cálculo o lucro líquido trimestral apurado pela Contabilidade, que ainda poderá sofrer adições e exclusões, conforme determina a legislação tributária. As alíquotas do IRPJ e CSLL são as mesmas utilizadas no Lucro Presumido, 15% e 9%, respectivamente. E da mesma forma, se o lucro líquido apurado ultrapassar o limite de R$ 60.000,00 trimestrais, haverá incidência de adicional de IRPJ sobre o valor excedente, usando a alíquota de 10%. Tabela 10: Apuração do IRPJ e CSLL no regime de Lucro Real

Lucro Contábil Trimestral Adições Base de Cálculo IRPJ CSLL

R$ 66.245,17 R$ 204,30 R$ 66.449,47 R$ 10.612,37 R$ 5.980,45 R$ 64.241,02 R$ 223,46 R$ 64.464,48 R$ 10.116,12 R$ 5.801,80

R$ 65.810,80 - R$ 65.810,80 R$ 10.452,70 R$ 5.922,97

R$ 85.672,51 - R$ 85.672,51 R$ 15.418,13 R$ 7.710,53

R$ 142.296,56 R$ 427,76 R$ 282.397,26 R$ 46.599,32 R$ 25.415,75

Fonte: Elaborado pelo autor, fundamentado nos dados fornecidos pela empresa.

Observa-se que no primeiro e no segundo trimestre, houve uma adição na base de cálculo referente a despesas com brindes, que de acordo com o Art. 13º da Lei 9.249/95, não são dedutíveis para fins de cálculo do IRPJ e CSLL, ou seja, para encontrar o lucro líquido todas as despesas são contabilizadas, porém, como algumas despesas não podem ser deduzidas para o cálculo destes tributos, elas devem ser somadas novamente na apuração.

O lucro contábil ajustado será a base de cálculo que, multiplicado pelas alíquotas de IRPJ e CSLL, 15% e 9%, respectivamente, resultará no valor a ser desembolsado pela empresa.

(15)

A Tabela 11 apresenta os valores finais apurados para os quatro tributos federais em estudo para fins de comparação.

Tabela 11: Comparação dos tributos nos regimes de Lucro Presumido e Lucro Real

Imposto Lucro Presumido Lucro Real Diferença (Presumido - Real)

PIS R$ 4.138,12 R$ 2.288,71 R$ 1.849,41

COFINS R$ 19.099,01 R$ 10.541,93 R$ 8.557,08

IRPJ R$ 39.121,90 R$ 46.599,32 - R$ 7.477,42

CSLL R$ 142.296,56 R$ 25.415,75 R$ 116.880,81

Total: R$ 204.655,59 R$ 84.845,71 R$ 119.809,88

Fonte: Elaborado pelo autor, fundamentado nos dados fornecidos pela empresa.

Verifica-se a vantagem financeira em optar, nessa situação, pelo regime de tributação Lucro Real. Apenas no IRPJ o Lucro Presumido seria mais vantajoso, pois sua presunção para a venda de combustíveis é de apenas 1,6%. Entretanto, o regime não-cumulativo de PIS e COFINS e o alto percentual de presunção para a CSLL, dão uma enorme vantagem para o Lucro Real, fazendo com que a escolha por este regime resulte em uma economia com obrigações tributárias de R$ 119.809,88 ao ano, valor relevante para um segmento com uma alta concorrência.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os objetivos do estudo foram alcançados, ou seja, PIS, COFINS, IRPJ e CSLL foram apurados nos regimes tributários de Lucro Real e Lucro Presumido, além de serem feitas as devidas comparações entre os valores finais de cada tributo, a fim de evidenciar o impacto que a escolha de cada regime de tributação implica em cada tributo separadamente, e no montante dos quatro tributos.

Com o estudo de caso realizado é possível responder a questão problema do estudo, tendo sido realizadas todas as análises, cálculos e comparações, identificando qual regime tributário, entre os dois possíveis, gera um menor custo com obrigações tributárias para a empresa, ou seja, qual regime é mais benéfico e menos oneroso.

Verificando o impacto financeiro que a escolha entre Lucro Real e Lucro Presumido acarretará para a entidade, fica evidente a vantagem econômica, conforme os dados apresentados, do modelo de tributação pelo Lucro Real. Embora a presunção de lucro para o IRPJ sobre a venda de combustíveis seja muito pequena, de 1,6%, apenas neste imposto o Lucro Presumido se torna mais vantajoso. Nos demais tributos, o Lucro Real gera um menor valor a ser pago, principalmente para a CSLL, pois sua presunção de lucro é de 12% de todo o faturamento, o que, na realidade, fica muito acima da porcentagem real de lucro, que é de aproximadamente 2,13%.

Sabendo-se da diferença que poderá existir entre um regime de tributação e outro, quanto aos impactos financeiros, o estudo consegue alcançar mais um objetivo, que é o de demonstrar a importância de se realizar um planejamento tributário pautado na elisão fiscal.

(16)

E como foi percebido pelo estudo de caso, tais análises tendem a gerar uma economia com obrigações tributárias para as entidades. Em síntese, a tomada de decisões que visam reduzir essa importância tributária sobre a base de custos das empresas, tendem a melhorar os seus resultados.

Sugere-se para trabalhos futuros uma análise profunda da legislação tributária aplicável ao segmento da empresa em estudo, pois o Sistema Tributário brasileiro é extenso e as particularidades de cada empresa é que vão influenciar o resultado final do Planejamento Tributário, a fim de que, através da elisão fiscal, a empresa possa obter um menor gasto com pagamento de tributos.

Para finalizar, pode-se afirmar que, ainda que não exista uma abordagem mais ampla a respeito do planejamento tributário, observando a importância que ele tende a desempenhar, é fundamental que os interessados, empresários e contadores, busquem estar a par da legislação tributária e das opções que ela oferece. Um dos motivos para que este tema não tenha uma maior abordagem é o sigilo que envolve a questão tributária nas organizações, o que distancia pesquisadores dessa área nas empresas. Outro motivo é a complexidade do sistema tributário brasileiro, que impossibilita estudos conclusivos nesse campo da contabilidade. Outros fatores também são verificados, mas é importante destacar que se torna relevante que as instituições de ensino, governos e entidades estimulem estudos e pesquisas mais aprofundados, com o intuito de tornar tais conhecimentos mais acessíveis, tanto para as empresas, quanto para os cidadãos.

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Tabela 1: Classificação das Empresas x Faturamento anual
Tabela  2:  Faturamento  Bruto,  Compras,  Despesas  com  Energia  e  Demonstração  do  Faturamento Trimestral (ano 2015)
Tabela 3: Detalhamento de compras e vendas por produto
Tabela 6: Apuração de PIS e COFINS no regime de Lucro Presumido
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