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Newton Mayer Solórzano Chávez

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Academic year: 2019

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Métricas de Finsler Esfericamente Simétricas

(2)

Métricas de Finsler Esfericamente Simétricas

Tese apresentada ao Departamento de Ma-temática da Universidade de Brasília, como parte dos requisitos para obtenção do grau de DOUTOR EM MATEMÁTICA

Universidade de Brasília – UNB

Instituto de Ciências Exatas

Departamento de Matemática

Programa de Pós-Graduação

Orientadora: Keti Tenenblat

(3)

So l ó r zano Chávez , Newt on Maye r .

S689m Mé t r i cas de F i ns l e r es f e r i camen t e s imé t r i cas / Newt on Maye r So l ó r zano Chávez . - - 2015 .

i i , 77 ; 30 cm.

Tese ( dou t o r ado ) - Un i ve r s i dade de Br as í l i a , I ns t i t u t o de Ci ênc i as Exa t as , Depa r t amen t o de Ma t emá t i ca , Pr og r ama de Pós -Gr aduação em Ma t emá t i ca , 2015 .

I nc l u i b i b l i og r a f i a .

Or i en t ação : Ke t i Tenenb l a t .

1 . F i ns l e r , Pau l , 1894 - 1970 . 2 . Geome t r i a d i f e r enc i a l . I . Tenenb l a t , Ke t i . I I . T í t u l o .

(4)
(5)

É conhecido que o homem é de natureza sociável, é por isso, que o homem estendeu-se notavelmente no âmbito do científico. Quero agradecer então, as pessoas que tem influenciado na elaboração de este trabalho.

Em primeiro lugar quero agradecer a minha orientadora, a professora Dra. Keti Tenenblat, não encontro palavras suficientes para expressar minha gratidão e admiração. Quero agradecer por tudo o que representa na minha vida, sempre foi uma fonte de conhecimento e conselhos, pois de acordo a seus conhecimentos e experiências fez do processo de execução de este trabalho, uma experiência favorável na minha formação profissional, e no âmbito pessoal sempre se disponibilizou para escutar e aconselhar.

Agradeço em segundo lugar aqueles que são o suporte de meus ideais e paixões: meus pais, que sempre apoiaram minhas decisões no material e por suposto no espiritual. Faltam palavras para agradecer-os por tudo o que representam na minha vida. Imagino minha vida sem pais assim, e no vejo um futuro bom.

À todos eles devo minhas bases na Matemática.

Em terceiro lugar, agradeço a meus amigos, companheiros de aulas (de guerra), que de uma ou outra forma influenciaram na execução deste trabalho.

Em quarto lugar, quero agradecer à meus professores mais influentes no aspecto do meu processo de evolução mental e espiritual, no ensino médio, na universidade do Perú, na UFG (em especial ao meu orientador de mestrado: Prof. Marcelo) e na UNB. A vocês devo meu avanço na Matemática e o carinho pela Geometria.

E por último, agraço a CAPES e CNPQ pelo apoio financeiro, que é de muita importância.

Gracias a todos ellos, no los olvidaré.

(6)

mas inclui uma viagem gratuita em torno do Sol a cada ano.

(7)

Consideramos métricas de Finsler esfericamente simétricas do tipo Douglas. Caracterizamos tais métricas por uma equação diferencial e obtemos a solução geral desta equação em termos de quatro funções arbitrárias. Quando as métricas de Finsler são esfericamente simétricas mostramos que as métricas do tipo Berwald coincidem com as do tipo Landsberg. Provamos que o problema de classificar as métricas esfericamente simétricas do tipo Douglas com Scurvatura nula reduz-se a classificar as métricas esfericmanete simétricas do tipo

Berwald ou Landsberg. Obtemos a classificação de tais métricas. Incluímos vários exemplos e classes de novas métricas de Douglas.

Palavras-chaves: Finsler. Esfericamente simétrica. Curvatura de Douglas. Curvatura de

(8)

We consider spherically symmetric Finsler metrics of Douglas type. We characterize such metrics by a differential equation and we obtain the general solution of this equation in terms of four arbitrary functions. For spherically symmetric Finsler metrics we show that the metrics of Berwald type coincide whit those of Landsberg type. We prove that the problem of classifying the spherically symmetric Douglas metrics whose Scurvature

vanishes reduce to classifying the spherical symmetric metrics of Berwald or Landsberg type. We obtain the classification of such metrics. We include several examples and new classes of Douglas metrics.

Key-words: Finsler. Spherically symmetric. Douglas Curvature. Landsberg Curvature.

(9)

Introdução . . . . i

1 Preliminares . . . . 1

1.1 Métricas de Finsler . . . 1

1.2 Métrica (α, β)generalizada . . . 3

1.3 Geodésicas e Campos de Vetores Paralelos . . . 5

1.4 Métricas de Berwald e Landsberg . . . 9

1.5 Métricas de Douglas . . . 13

1.6 SCurvatura . . . 15

1.7 Métricas esfericamente Simétricas . . . 21

1.8 Equação de Transporte . . . 26

2 Métricas de Douglas . . . 31

2.1 Métricas de Douglas Esfericamente Simétricas . . . 31

2.2 Caracterização das Métricas de Douglas Esfericamente Simétricas . . . . 40

2.3 Exemplos de Famílias de Métricas de Douglas. . . 44

3 Métricas de Berwald e métricas de Landsberg . . . 49

3.1 Métricas de Berwald Esfericamente Simétricas . . . 49

3.2 Métricas de Landsberg Esfericamente Simétricas . . . 51

4 Métricas de Douglas com S-curvatura nula . . . 61

4.1 Métricas de Douglas esfericamente simétrica com S-curvatura nula . . . 61

4.2 Caracterização em termos de Métricas de Berwald e de Landsberg . . . 63

(10)

INTRODUÇÃO

Podemos dizer que o que se conhece hoje por Geometria de Finsler tem suas origens nos trabalhos de Bernhard Riemann a partir de 1854, porém seu nome se deve ao matemático alemão Paul Finsler (1894-1970), que estudou diversos fundamentos dessa geometria em cálculo das variações, publicando sua tese em 1918. Variedades de Finsler generalizam a noção de variedades Riemannianas, onde a norma de uma forma quadrática positiva definida é substituída por uma norma com propriedades mais fracas, a chamada norma de Minkowski. Modelos dinâmicos descritos pela Geometria de Finsler aparecem naturalmente em diversas áreas como mecânica clássica, ótica geométrica, mecânica quântica, etc. A partir de Finsler, diversos matemáticos tiveram importância central para o desenvolvimento desta teoria no século XX, como L. Berwald, E. Cartan, S-S. Chern e outros.

No Capítulo 1, incluímos uma breve introdução à Geometria de Finsler e estudamos certas classes destas métricas como as (α, β)−métricas generalizadas que foram introduzidas por C. Yu e H. Zhu em [40]. Introduzimos também certas curvaturas como a curvatura de Berwald, curvatura de Landsberg, curvatura de Douglas e aScurvatura. As métricas com

curvatura de Berwald nula são chamadas métricas de Berwald e são uma generalização das métricas projetivamente planas (métricas cujas geodésicas são linhas de reta) e das métricas Riemannianas. As métricas com curvatura de Landsberg e Douglas nula são chamadas métricas de Landsberg e Douglas, respectivamente e são generalizações das métricas de Berwald. Neste capítulo também introduzimos as métricas esfericamente simétricas que foram estudadas pela primeira vez por Rutz em [27]. Para finalizar o Capítulo 1, estudamos o método das curvas características para solucionar equações diferenciais parciais da forma

ψr(r, s) +ν(r, s)ψs(r, s) =P(r, s, ψ(r, s)),

onde ν(r, s) e P(r, s, ψ(r, s)) são diferenciáveis.

No Capítulo 2, estudamos as métricas esfericamente simétricas do tipo Douglas. No Teorema 2.2.1, caracterizamos tais métricas por uma equação diferencial parcial. No Teorema2.2.2, usando o método das curvas características, obtemos a solução geral para a equação diferencial parcial. Como consequência, observamos que as métricas esfericamente simétricas do tipo Douglas são muito ricas já que dependem de 4 funções arbitrárias. Na parte final deste Capítulo, apresentamos exemplos e classes de novas métricas do tipo Douglas.

(11)

diferenciais (Teorema 3.1.3 e Proposição 3.2.2). Estudando estas equações concluímos que estes tipos de métricas são equivalentes quando a métrica de Finsler é esfericamente simétrica (Teorema 3.2.3).

No Capítulo 4, consideramos métricas esfericamente simétricas e o elemento de volume dVBH Busemann-Hausdorff para caracterizar tais métricas do tipo Douglas com

Scurvatura nula mediante um sistema de equações diferenciais parciais (ver Teorema

4.1.2). Notamos que este sistema está estreitamente relacionado com o sistema dado no

Teorema 3.1.3que caracteriza métricas do tipo Berwald, provamos então o Teorema 4.1.3

que afirma: toda métrica esfericamente simétrica é do tipo Douglas com Scurvatura nula

se, e somente se, é do tipo Berwald. Assim o problema de classificar métricas esfericamente simétricas com Scurvatura nula se reduz a classificar métricas esfericamente simétricas do tipo Berwald ou Landsberg (ver Teorema 3.2.3), cujo sistema de equações diferenciais parciais foi dado no capítulo anterior (Teorema 3.1.3). Mediante a técnica de curvas características dada no Capítulo 1, obtemos a classificação de tais métricas no Teorema

4.2.1.

São enunciadas consequências interessantes do Teorema 4.2.1, tais como o Corolário 4.2.1

que nos fornece o elemento de volume dVBH, e o Corolário 4.2.2 que é consequência

conjunta com o Teorema 3.2.3que nos dá uma classificação das métricas de Landsberg (ou Berwald ou Douglas com Scurvatura nula) sobreRn.Incluímos algumas observações

no caso em que se considera o elemento de volume dVHT Holmes-Thompson. E finalmente

(12)

1 PRELIMINARES

Neste capítulo, apresentaremos algumas definições e resultados que servirão para o desenvolvimento dos capítulos subsequentes.

Faremos uso da convenção de Einstein, ou seja, não escreveremos o símbolo do somatório para representar a soma quando aparecerem índices repetidos.

1.1 Métricas de Finsler

SejaV um espaço vetorial de dimensão n. Diremos que F :V [0, ) é métrica

de Minkowski se satisfaz as seguintes propriedades:

(M1)F éCsobreV \ {0};

(M2)F(λy) = λF(y),para todo yV com λ >0;

(M3) para cada y V \ {0}, a forma bilinear simétrica gy sobre V é positiva

definida, onde

gy :=

1 2

2

∂s∂t

h

F2(y+su+tv)i

|s=t=0, u, vV. (1.1)

O par (V, F) é chamado espaço de Minkowski.

Todo espaço vetorial de dimensãon é linearmente isomorfo a Rn, cujos elementos

y são da forma (y1, . . . yn) =y. Então podemos considerar, sem perda de generalidade, as

métricas de Minkowski sobre Rn.

Seja (V, F) um espaço de Minkowski. Fixemos uma base{bi}paraV, e consideremos

F(y) = F(yib

i) como função de (yi)∈Rn. Então para y6= 0,

gij(y) :=gy(bi, bj) =

1

2[F2]yiyj(y),

onde [F2]

yiyj(y) denota a derivada parcial deF2 em relação a yi eyj. Assim, temos

gy(u, v) =gij(y)uiuj, u=uibi, v =vjbj

e usando o Teorema de Euler (Teorema 1.1.1),

F(y) = qgij(y)yiyj, y=yibi.

De agora em diante M denotará uma variedade diferenciável de dimensão n. Sendo TxM

(13)

Definição 1.1.1. SejamM uma variedade diferenciável de dimensãoneT M = xMTxM

o fibrado tangente de M, onde TxM é o espaço tangente em xM. Consideremos

T Mo :=T M \ {0}, onde {0} entende-se por {(x, 0)|xM, 0∈TxM}. Diremos que uma

função F :T M [0, ) é uma métrica de Finsler sobre M se F satisfaz as seguintes

propriedades:

(a) F éCsobre T M

o;

(b) em cada ponto x M, a restrição Fx :=F|TxM é uma norma de Minkowski

sobre TxM.

Exemplos:

1. (Métrica Riemanniana) Seja g = {gx}xM, onde gx é uma forma bilinear

simétrica positiva definida sobre TxM tal que em coordenadas locais (xi),

gij(x) = gx

∂xi|x,

∂xj|x

!

são funções C, g é chamada métrica Riemanniana. Defina

Fx(y) =

q

gx(y, y), yTxM. (1.2)

Da definição, vemos queFxé uma norma Euclidiana. Assim a família de normas Euclidianas

F =FxM é uma métrica de Finsler sobre M.

Uma métrica F de Finsler é chamada Riemanniana se pode ser expressa por (1.2)

para alguma métrica Riemanniana g.

2.(Métrica de Randers)Sejamα(x, y) =qaij(x)yiyj uma métrica Riemanniana

e β(x, y) =bi(x)yi uma 1-forma definida sobre uma variedade M com coordenadas locais

(xi) e y=yi ∂

∂xi.Para cada xM,assuma que

||β||x = sup

yTxM:α(y)=1

β(y)<1.

EntãoF :=α+βdefinida sobre M é uma métrica de Finsler, chamadamétrica de Randers.

As métricas de Randers foram introduzidas pelo físico G. Randers, em 1941 [26].

3. (Métrica de Funk)[32] Seja Ω um domínio convexo em Rn. A métrica de

Funk F é definida por

x+ y

F(x, y) ∈, yTxΩ≈R

n. (1.3)

Em particular, se Ω = Bn(1), temos

F(x, y) =

q

|y|2 (|x|2|y|2< x, y >2)+< x, y >

(14)

Antes de dar a conhecer alguns exemplos mais complexos, enunciaremos o seguinte Teorema que é de uso frequente nos argumentos de muitos resultados.

Teorema 1.1.1. (Teorema de Euler)Suponha que a funçãoH sobreRné diferenciável fora do origem. Então as seguintes afirmações são equivalentes:

H é positiva homogênea de grau r, isto é,

H(λy) =λrH(y), para todo λ >0.A derivada direcional radial de H é r vezes H(r), isto é,

yiHyi(y) =rH(y).

1.2 Métrica

(

α, β

)

generalizada

De agora em diante sempre que seja possível, não faremos distinção entre (x, y) T M e seu sistema de representação de coordenadas locais (xi, yi), isto é

x= (xi)M, y=yi

∂xiTxM.

Métricas (α, β) formam uma classe especial de métricas de Finsler, particularmente porque elas são mais tratáveis [1]. As métricas de Randers são exemplos mais simples das (α, β)métricas, pois basta considerarφ(s) = 1s. Outro exemplo importante deste tipo

de métricas foi dado por L. Berwald [7],

F = (

q

(1− |x|2)|y|2+< x, y >2+< x, y >)2

(1− |x|2)2q(1− |x|2)2|y|2+< x, y >2 .

que é um tipo especial das métricas (α, β) na forma F = (α+αβ)2, com ||β||α < 1. Esta

métrica é projetivamente plana sobre Bn(1) com curvatura flag K = 0. O conceito de

métricas (α, β) foi proposta pela primeira vez por M. Matsumoto em 1972 como uma

direta generalização de métricas de Randers [19].

Em 2011, C.Yu e H. Zhu, [40] generalizaram o conceito da (α, β)métrica como

segue.

Definição 1.2.1. [40] SejaF uma métrica de Finsler sobre uma variedadeM.F é chamada

(α, β)métrica generalizada, se F pode ser expressa como F =αφ(x,βα), onde φ(x, s) é

uma função regular, α é uma métrica Riemanniana e β é uma 1-forma. F é chamada uma

(15)

As métricas de Finsler do tipo

F =αφ b, β α

!

(1.4)

são as classes mais tratáveis das (α, β)métricas generalizadas a menos das (α, β)métricas. φ(b, s) é uma função positiva regular com b, s como suas variáveis e |s| ≤ b < b0 como

definição do seu domínio para 0< b0 ≤+∞.

Vamos citar resultados básicos para métricas do tipo (1.4) que foram obtidos em [40].

Proposição 1.2.1. [40] Seja F = αφ(b,βα) uma (α, β)métrica generalizada, então o

tensor fundamental é dado por

gij =ρaij +ρ0bibj+ρ1(biαyj +bjαyi)−1αyyj,

onde s= βα e

ρ=φ(φsφs), ρ0 =φφss+φsφs, ρ1 = (φsφs)φssφφss.

Além disso,

det(gij) = φn+1(φsφs)n−2(φsφs+ (b2−s2)φss) det(aij),

gij =ρ−1n

aij +ηbibjη

0α−1(biyj+bjyi) +η1α−2yiyj

o

,

onde (gij) = (g

ij)−1, (aij) = (aij)−1, bi =aijbj,

η =−( φss

φsφs+ (b2 −s2)φss)

, η0 =−

(φsφs)φssφφss

φ(φsφs+ (b2−s2)φss)

,

η1 =

(+ (b2s2)φ

s)((φsφs)φssφφss)

φ2(φ

s+ (b2−s2)φss)

.

Proposição 1.2.2. [40]Sejam M uma variedade de dimensão n, α uma métrica

Rieman-niana e β uma 1-forma com ||β||α < b0. Então F = αφ(b,βα) é uma métrica de Finsler sobre M se, e somente se, φ =φ(b, s) é uma função diferenciável positiva satisfazendo

φ(s)sφs(s) + (r2−s2)φss(s)>0,

quando n2, com a condição adicional

φ(s)sφs(s)>0,

(16)

1.3 Geodésicas e Campos de Vetores Paralelos

Geodésicas

Nesta seção, daremos a equação tipo Euler-Lagrange para curvas minimizantes num espaço de Finsler (M, F). Seja c: [a, b]M uma curva Cpor partes, com velocidade

F( ˙c) =λ, onde λ é uma constante real. Por definição, existe uma partição de [a, b],

a=t0 < . . . < tm =b,

tal que c(r) é Csobre cada [t

i−1, ti]. Fixemos a partição acima e consideremos uma

variação Cpor partes de c(t) dada pela aplicação H : (ǫ, ǫ)×[a, b]M tal que

a. H é C0 sobre (ǫ, ǫ)×[a, b];

b. H é Csobre cada região (ǫ, ǫ)×[t

i−1, ti], i= 1, . . . , m;

c. c(t) = H(0, t), atb,

O campo vetorial

V(t) = Vi(t)

∂xi|c(t) :=

∂H ∂u(0, t)

é chamado campo variacional de H.

O comprimento de cu(t) :=H(u, t) é dado por

L(u) :=

Z b

a F ( ˙cu(t))dt = m

X

i=1

Z ti

ti−1

F ∂H ∂t (u, t)

!

dt

Observe que

L′(0) =

Z b

a

1 2F

(

[F2]xkVk+ [F2]yk

dVk

dt

)

dt

=Z b

a

(

1 2F[F

2]

xk

d dt

1

2F[F

2]

yk

)

Vkdt

+

m

X

i=1

1 2F[F

2]

ykVk|tti i−1

=Z b

a

1 2F

n

[F2]xk−[F2]xlykc˙l−[F2]ykylc¨l

o

Vkdt

+

m

X

i=1

1 2F[F

2]

ykVk|tti i−1

=−

Z b

a

1

Fgjk

n

¨

cj+ 2Gj( ˙c)o

Vkdt

+Xm

i=1

1 2F[F

2]

ykVk|tti

(17)

onde gij(y) := 12[F2]yiyj(y) e

Gi(y) := 1

4gil

n

[F2]xkyl(y)yk−[F2]xl(y)

o

. (1.6)

Seja

κ(t) := 1 F( ˙c(t))2

n

¨

ci+ 2Gi( ˙c)o

∂xi|c(t). (1.7)

κ(t) é chamado curvatura geodésica de cem t. Podemos expressar (1.5) sem os índices da

seguinte forma

L′(0) =−λ

Z b

a gc˙(κ, V)dt+λ

−1g ˙

c(b)( ˙c(b), V(b))−gc˙(a)( ˙c(a), V(a)) (1.8)

+λ−1kX−1

i=1

n

gc˙(t

i)

˙

c(t

i ), V(ti)

gc˙(t+

i)

˙

c(t+

i ), V(ti)

o

, (1.9)

onde λ =F( ˙c(t)) é constante por hipótese.

Assumamos que c tem comprimento mínimo. Então L(0) = 0, para quaisquer

variação Cpor partesH de cfixados os pontos inicial e final de c.

Primeiramente, consideremos qualquer variação Cpor partes H de c com

H(u, ti) = c(ti) (portanto,V(ti) = 0),i= 0, . . . , k. Por (1.8), temos

L′(0) =λ

Z b

a gc˙(κ, V)dt = 0.

Isto implica que

κ(t) = 0.

Para quaisquer 1 i0 ≤ k−1 e vTc˙(ti0), consideremos uma variação C

por

partes H dec, tal que deixa fixo os pontos inicial e final de ccom

V(ti0) = v, H(u, ti) =c(ti), i6=i0

Por (1.8), temos

L′(0) =λ−1

gc˙(t+

i0)

˙

c(t+i0), vgc˙(t

i0)

˙

c(ti0), v

= 0.

Concluímos que

˙

c(ti0) = ˙c(t +

i0),

isto é, cé C1 em cada t

i. Em coordenadas locais,κ= 0 é equivalente ao seguinte sistema

de equações diferenciais ordinárias,

¨

ci+ 2Gi( ˙c) = 0, i= 1,2, . . . n. (1.10)

Por isso, cdeve serCem cada t

(18)

Proposição 1.3.1. Seja c uma curva Cpor partes com velocidade constante sobre uma variedade de Finsler (M, F). Se c é de comprimento mínimo, então c é uma curva Ccom curvatura geodésica nula (κ= 0).

A Proposição1.3.1 motiva a seguinte definição,

Definição 1.3.1. Uma curva Cnuma variedade de Finsler (M, F) é chamada geodésica

se ela tem velocidade constante e sua curvatura geodésica é nula.

As funções locaisGi, chamadas coeficientes geodésicos, definidas em (1.6) podem

ser expressas como (ver [13])

Gi(y) = 1

4gil(y)

(

2∂gjl

∂xk(y)−

∂gjk

∂xl (y)

)

yjyk. (1.11)

Usando

[F2]xl = 2F Fxl, [F2]xkylyk=

2Fxkyk

F gmly

m+ 2F F xkylyk,

obtemos

Gi =P yi+Qi, (1.12)

onde

P := Fxky

k

2F , Q

i := F

2gil

n

FxkylykFxl

o

.

Da definição, os coeficientes geodésicos Gi satisfazem a seguinte condição de

homogeneidade

Gi(λy) = λ2Gi(y), λ >0.

Campo de Vetores Paralelo

Sejam (M, F) uma variedade de Finsler, c = c(t) uma curva Cem M e U =

Ui(t)

∂xi|c(t) um campo vetorial ao longo dec. Defina

Dc˙U(t) :=

n

˙

Ui(t) +Uj(t)Nji(c(t),c˙(t))o ∂xi|c(t),

onde Ni j := ∂G

i

∂yj. Podemos verificar que

Dc˙(U +V)(t) =Dc˙U(t) +Dc˙V(t),

Dc˙(f U)(t) =f′(t)U(t) +f(t)Dc˙U(t).

Como Dc˙U(t) depende linearmente de U =U(t), Dc˙U(t) é chamado derivada covariante

(19)

Um campo vetorial U = U(t) ao longo de c(t) é chamado de campo vetorial

linearmente paralelo se satisfaz a equação Dc˙U(t) = 0, isto é,

˙

Ui(t) +Uj(t)Nji(c(t),c˙(t)) = 0. (1.13)

É claro que, para qualquer t0 no domínio, U depende linearmente do valor inicial U(t0).

Sejaσ =σ(t) uma curva em M. Então o campo vetorial tangente U := ˙σ(t) é um

campo vetorial especial ao longo de σ. SendoGi homogêneo positivo de grau 2, a equação

(1.13) torna-se

¨

σi(t) + 2Gi(σ(t)˙(t)) = 0. (1.14)

Por isso, a curva σ é uma geodésica se, e somente se, o campo vetorial tangente U = ˙σ(t) é linearmente paralelo ao longo da curva σ.

Observação 1.3.1. Para campos vetoriais linearmente paralelos X =X(t) e Y =Y(t)

ao longo de uma geodésica c(t), a expressão gc˙(t)(X(t), Y(t)) é constante, e para um

campo vetorial paralelo X =X(t) ao longo de uma curva c, F(c(t), X(t)) é constante. A demonstração deste resultado pode ser encontrada em [13] pg. 73-74.

Duas métricas F e F sobre uma variedade M são chamadas equivalentes afim

se elas têm as mesmas geodésicas como curva parametrizada, isto é, se σ = σ(t) é uma

geodésica de F,então é também uma geodésica de F e vice-versa. Sejam Gi =Gi(x, y) e

Gi =Gi(x, y), os coeficientes geodésicos de F e F , respectivamente, no mesmo sistema

canônico de coordenadas locais (xi, yi) emT M. Claramente, F eF são equivalentes afim

se, e somente se,

Gi(x, y) = Gi(x, y).

SejaF uma métrica de Minkowski sobre um espaço vetorial. EntãoF é equivalente

afim a uma métrica Euclidiana.

Um resultado interessante e útil é o seguinte,

Lema 1.3.1. Sejam (M, F) uma variedade de Finsler e F uma outra métrica de Finsler sobre M tal que para qualquer campo vetorial paralelo U =U(t)com respeito a F ao longo

de qualquer curva c=c(t) se tenha,

F(c(t), U(t)) =constante,

então F é equivalente afim a F .

(20)

Definição 1.3.2. Seja c = c(t), a t b, uma curva Cpor partes de c(0) = p a

c(b) = q. DefinaPc :TpMTqM por

Pc(u) := U(b), uTpM,

onde U =U(t) é o campo vetorial paralelo ao longo de c com U(a) = u. Pc é chamado

transporte paralelo ao longo dec.

O transporte paralelo Pc é um difeomorfismoC∞ de TpM\{0}sobre TqM\{0} e é

positivo homogêneo de grau 1,

Pc(λu) =λPc(u), λ >0, uTpM.

No entanto, em geral Pc não é linear.

1.4 Métricas de Berwald e Landsberg

Métricas de Berwald

De forma geral, os coeficientes geodésicos Gi não são quadráticos em yT xM.

Definição 1.4.1. Uma métrica de Finsler é chamadamétrica de Berwald se para qualquer

sistema canônico de coordenadas locais (xi, yi), os coeficientes geodésicosGi são quadráticos

em yTxM, para todoxM, ou seja, existem funções locais Γijk sobre M tal que

Gi(y) = 1

ijk(x)yjyk.

No exemplo seguinte, veremos que toda métrica Riemanniana é de Berwald:

Exemplo 1.4.1. Seja F(x, y) =qgijyiyj uma métrica Riemanniana sobre uma variedade

M. De (1.11) temos

Gi(x, y) = 1

2gil(x)

(

2∂gjl

∂xk(x)−

∂gjk

∂xl (x)

)

yjyk, (1.15)

onde (gij(x)) := (g

ij(x))−1. Claramente, Gi é quadrático em yTxM. Logo F é uma

métrica de Berwald.

Existem muitas métricas de Berwald que não são Riemannianas.

Exemplo 1.4.2. Considere a métrica de RandersF =α+β sobre uma variedadeM,onde α(x, y) =qaij(x)yiyj é Riemanniana e β(x, y) =bi(x)yi é uma 1-forma com ||β||x < 1.

Como foi obtido no exemplo anterior, temos que os coeficientes geodésicos de α podem ser expressos como

Gi(x, y) = 1

(21)

onde Γijk(x) = Γikj(x) são funções locais de xM.Defina bi|j por

bi|jdxj :=dbibjΓ j

ikdxk. (1.16)

Sejam

rij :=

1 2

bi|j +bj|i

, sij :=

1 2

bi|jbj|i

.

Os coeficientes geodésicos Gi deF são dados por

Gi =Gi +P yi+Qi,

onde

P := 1

2F

n

rijyiyj −2αbrarpsplyl

o

Qi :=αairsrlyl.

Assumamos que β seja paralelo com respeito aα, isto é, bi|j = 0, então

rij = 0 =sij.

Portanto, P =Qi = 0, o que implica

Gi =Gi.

Como os Gi são quadráticos emyT

xM para todo xM,segue que F =α+β é uma

métrica de Berwald. Neste caso as geodésicas de F coincidem com as de α a menos de

uma reparametrização. Por outro lado, se F é do tipo Berwald, então bi|j = 0. Ver [20]

para maiores detalhes.

É por isso que se uma métrica de Finsler é equivalente afim a uma métrica Riemanniana, então deve ser uma métrica de Berwald.

Proposição 1.4.1. [16] Seja (M, F) uma variedade de Berwald. Para qualquer curva

regular c(t) depaq em M,o transporte paralelo Pc é uma isometria linear entre(TpM, Fp)

e (TqM, Fq).

As métricas Riemannianas são uma família especial das métricas de Berwald. Na verdade, métricas de Berwald são quase Riemannianas, no sentido de que toda métrica de Berwald é equivalente afim a uma métrica Riemanniana, isto é, que as geodésicas de qualquer métrica de Berwald são geodésicas de alguma métrica Riemanniana [37].

Uma caracterização equivalente das métricas de Berwald e que foi assim como L. Berwald definiu pela primeira vez (ver [5] [6]), é a seguinte:

Seja

Bjkli (y) := ∂Gi

(22)

onde Gi são os coeficientes geodésicos de F. Para um vetor tangente yT

xM\{0},defina

By :TxMTxMTxMTxM, (1.18)

por

By(u, v, w) = Bjkli (y)ujvkwl

∂xi|x, (1.19)

onde u = ui ∂

∂xi|x, v = vj ∂∂xj|x e w = wk ∂∂xk|x. By(u, v, w) é simétrico em u, v e w. A

homogeneidade de Gi implica

By(y, v, w) = 0. (1.20)

Definição 1.4.2. [31] A curvatura de Berwaldde uma métrica de Finsler é definida como

um tensor, que em coordenadas locais é dado por:

B :=Bjkli dxj dxkdxl ∂xi,

onde,

Bjkli = 3Gi

∂yj∂yk∂yl

e Gi são os coeficientes geodésicos de F.

Pode-se mostrar (ver [32]) que uma métrica de Finsler é de Berwald se, e somente se, sua curvatura de Berwald é nula, pois

Γi jk =

2Gi

∂yj∂yk.

De agora em diante diremos que uma métrica de Finsler é de Berwald se, e somente se, para todo índice i, j, k, l e (x, y)T M

3Gi

∂yj∂yk∂yl = 0, (1.21)

onde Gi são os coeficientes geodésicos de F dados por (1.6) ou (1.12)

Métricas de Landsberg

Seja (M, F) uma variedade de Finsler. ParayTxM,defina

Ly(u, v, w) :=

1

(23)

Em coordenadas locais,

Ly(u, v, w) =Lijk(y)uivjwk, (1.23)

onde u=ui ∂

∂xi|x, v =vj ∂∂xj|x, w =wk ∂∂xk|x e

Lijk(y) =

1 2y

mg

ml(y)Blijk(y) =

1 2y

mg ml(y)

3Gl

∂yi∂yj∂yk(y). (1.24)

Ly é uma forma multilinear simétrica. Mostra-se facilmente de (1.20) e (1.22) que

Ly(y, v, w) = 0. (1.25)

Definição 1.1. Lé dita Curvatura de Landsberg. Uma métrica de Finsler é dita métrica

de Landsberg se L= 0.

L. Berwald foi o primeiro a chamar as métricas comL= 0 de métricas de Landsberg

[6]. De (1.22) temos que se B = 0, então L= 0.

Portanto, as métricas de Berwald são métricas de Landsberg.

Sendo F homogênea positiva de grau 1, temos que a expressão de Ljkl pode ser

melhorada como

Ljkl(y) =

1

2F FyiBjkli . (1.26)

Exemplo 1.4.3. Consideremos a métrica de Randers F := α + β, onde α(x, y) =

q

aij(x)yiyj é uma métrica Riemanniana e β(x, y) =bi(x)yi é uma 1−forma sobre M. M.

Matsumoto, em [20], provou que F é uma métrica de Landsberg se, e somente se, β é paralelo com respeito a α. Isto é,

∂bi

∂xj −Γ k

ijbk= 0,

onde Γk

ij são os símbolos de Christoffel da métrica α.

Na geometria de Finsler existe um problema que ainda está em aberto sobre as métricas de Berwald e Landsberg: verificar se existe uma métrica de Landsberg que não é uma métrica de Berwald. Este problema foi chamado “problema do unicórnio” por D. Bao e M. Matsumoto declarou que procurar tal uma métrica representa o próximo objetivo da Geometria de Finsler [3]. Em 2008, Z. I. Szabó afirmou que toda métrica de Landsberg é do tipo Berwald [35]. Porém, existe um erro na demonstração, pode-se consultar [36] e [21] para mais detalhes.

É conhecido que as seguintes três condições são equivalentes para uma métrica de Randers F =α+β, (ver [20])

(24)

(b) F é métrica de Berwald;

(c) β é paralelo com respeito a α.

Z. Shen mostrou que as métricas de Landsberg do tipo (α, β)métricas são também

métricas de Berwald [33].

1.5 Métricas de Douglas

A noção de espaços de Douglas foi introduzida por S. Bacso e M. Matsumoto [2] como uma generalização dos espaços de Berwald do ponto de vista das equações geodésicas. Uma métrica de Finsler é chamada de métrica de Douglas se os coeficientes geodésicos

Gi =Gi(x, y) são da seguinte forma:

Gi = 1

ijk(x)yjyk+O(x, y)yi, (1.27)

onde Γi

jk são funções de xM e P uma função de (x, y) ∈T M que satisfaz a seguinte

propriedade de homogeneidade

O(λy) = λO(y).

As métricas de Douglas formam uma família muito rica, incluindo as métricas Riemannianas e as métricas localmente projetivamente planas (métricas que têm linhas retas como geodésicas). O estudo das métricas de Douglas enriquecem nosso entendimento das métricas de Finsler não Riemannianas.

Seja

Djikl :=

3

∂yj∂yk∂yl G i

n+ 11 ∂G

m

∂ymy i

!

. (1.28)

Observe que a condição (1.27) é satisfeita se, e somente se,

Gi 1 n+ 1

∂Gm

∂ymy i =γi

jkyjyk, (1.29)

para algum conjunto de funções γi

jk(x). Além disso, (1.29) é satisfeita se, e somente se,

Djikl = 0.

Por isso, as métricas de Douglas são também caracterizadas pela equação Djikl= 0. Por

exemplo, uma métrica de Randers F =α+β é do tipo Douglas se, e somente se, β é uma

1-forma fechada [2]. Neste caso F =α+β tem as mesmas geodésicas queα.

De forma geral, considere-se a métrica de Finsler da forma

(25)

onde κ e ǫ 6= 0 são constantes. Claramente, F = √α2+κβ2+ǫβ é do tipo Douglas se,

e somente se, β é fechado. Estes tipos de métricas motivam o seguinte Teorema, para

métricas (α, β) sobre um aberto de dimensãon 3.

Teorema 1.5.1. [17] Seja F = αφ(s), s = β/α, uma (α, β) métrica sobre um aberto U ⊂ Rn (n 3), onde α =qaij(x)yiyj e β =b

i(x)yi 6= 0. Defina b :=||βx||α e suponha

as seguintes condições:

(a) β não é paralelo com respeito a métricaα,

(b) F não é do tipo Randers e

(c) db6= 0 em toda parte ou b=constante sobre U.

Então F é do tipo Douglas sobre U se, e somente se, a função φ= φ(s) satisfaz a seguinte equação diferencial ordinária:

n

1 + (κ1+κ2s2)s2+κ3s2

o

φ′′(s) = (κ1+κ2){φ(s)−′(s)} (1.30)

e a derivada covariante β =bi|jyidxj de β com respeito a α satisfaz a seguinte equação:

bi|j = 2τ

n

(1 +κ1b2)aij + (κ2b2+κ3)bibj

o

, (1.31)

onde τ =τ(x) é uma função escalar sobre U e κ1, κ2 e κ3 são constantes com (κ1, κ2)6=

(0,0).

A equação (1.30) implica que β é uma 1-forma fechada. Existem muitas soluções

elementares de (1.30). Por exemplo, as seguintes funçõesφ satisfazem (1.30) para algumas

constantes κi.

= 1 +s, φ= 1 +ǫs+s2, φ= (1 +s)2,

φ= 1 +ǫs+sarctan(s), φ= 1 +ǫs+ 2s2 1

3s4, onde ǫ é constante.

As funções φ=es+ǫs e φ= 1/(1s) +ǫs não satisfazem (1.30) para quaisquer

κi. Consequentemente, as (α, β)−métricas definidas por estas funções são métricas de

Douglas se, e somente se, β é paralela com respeito aα. [4] [41]

Observação 1.5.1. O tensor de Douglas é projetivamente invariante, isto é, se duas

métricas de Finsler F e F são projetivamente equivalentes

(26)

onde P =P(x, y) é positivo yhomogêneo de grau 1, então o tensor de Douglas de F é

igual ao da F .Por isso, se uma métrica de Finsler é projetivamente equivalente a uma

métrica de Berwald, então ela é uma métrica de Douglas. Entretanto, existe o problema de saber se toda métrica de Douglas é (localmente) projetivamente equivalente a uma métrica de Berwald.

Exemplo 1.5.1. [18] A seguinte métrica de Finsler definida sobre a bola unitáriaBnRn

é do tipo Douglas

F(x, y) =

q

κ2 < x, y >2 +ε|y|2(1 +ζ|x|2)

1 +ζ|x|2 +

κ < x, y >

1 +ζ|x|2 ,

onde r = 1/ζ se ζ < 0 e r = + se ζ 0. F não é Riemanniana (resp. localmente

projetiva flat), a não ser que κ= 0 (resp. εζ+κ2 = 0) .

A seguinte métrica não é do tipo Randers em geral.

Exemplo 1.5.2. [28] A seguinte métrica de Finsler é do tipo Douglas e tem curvatura

flag constante negativa

(x, y) =

1 2

  

q

(1− |x|2)|y|2+< x, y >2+< x, y >

1− |x|2

  

−12

  

εq(1ε|x|2)|y|2+ε2 < x, y >2+ε2 < x, y >

1ε2|x|2

  

.

Note que é do tipo Randers se ε= 0,−1.

1.6

S

Curvatura

Existem duas importantes formas de volume na geometria de Finsler. Uma delas é a chamada forma de volume Busemann-Hausdorff e a outra é chamada forma de volume Holmes-Thompson. A forma de volume Busemann-Hausdorff dVBH é dada por

dVBH(x) =σBH(x)dx, onde

σBH(x) =

ωn

Vol{(yi)Rn|F(x, yi ∂

∂xi)<1}

e a forma de volume Holmes-Thompson dVHT é dada por dVHT(x) =σHT(x)dx, onde

σHT(x) =

1

ωn

Z

{(yi)∈Rn|F(x,yi ∂ ∂xi)<1}

det(gij)dy.

O operador Vol denota o volume Euclidiano e

ωn:= Vol(Bn(1)) =

1

nVol(S

n−1) = 1

nV ol(S

n−2)Z π 0 sin

n−2(t)dt

(27)

Proposição 1.6.1. Seja F = αφ(β, β/α) uma (α, β)métrica generalizada sobre uma

variedade M, ndimensional. Sejam dV =dVBH ou dVHT e

A(b) :=

              

Rπ

0 sin

n−2(t)dt

Rπ

0

senn2(t)

φ(b,bcos(t))ndt

, se dV =dVBH

Rπ

0 (sen

n−2(t))T(bcos(t))dt

Rπ

0 sen

n−2(t)dt , se dV =dVHT,

(1.32)

onde T(s) :=φ(φ2)n−2[(φ2) + (b2−s2)φ22]. Então a forma de volume dV é dada por

dV =A(b)dVα,

onde dVα=

q

det(aij)dx denota a forma de volume Riemanniana de α.

Considere o espaço euclidianoRn,e a família de formas de volumeǫ =σǫ(x)dx1. . . dxn

sobre Rn,onde

σǫ =ǫneǫ|x|, ǫ >0.

dµǫ determina as conhecidas medidas de Gaussµǫ.Note que σǫ →0 quando ǫ →0+.Para

um valor de ǫ fixado, a taxa de decaimento da medida Gaussiana µǫ em x é definida por

Sx(y) :=−

yi

σǫ(x)

∂σǫ

∂xi(x) = 2ǫ < x, y >, yTxR

n=Rn.

A taxa de decaimento Sx de µǫ vai para ∞(na direção radial) quando x→ ∞. Podemos

estender a noção de taxa de decaimento para variedades de Finsler.

Seja (F, M) uma variedade de Minkowski. Considere um sistema de coordenadas locais (xi, yi) em T M, e sejam Gi os coeficientes geodésicos de F.

Se F é uma norma de Minkowski, então gij := 12[F2]yiyj(y) depende de y e

σF 6=

q

det(gij(y)),em geral. Defina

τ := ln

q

det (gij(y))

σF

. (1.33)

τ =τ(y) está bem definido, e é chamado de distorção de F [30], [32]. Observe que

τyi =

∂yi

 

lnqdet (gjk(y))

σF

 =

1 2σF

gjk∂gjk

∂yi . (1.34)

Uma métrica Euclidiana é caracterizada pelo seguinte lema.

(28)

(a) F é Euclidiana,

(b) τ =constante,

(c) τ = 0.

Seja (M, F) uma variedade de Finsler. A distorção é definida para a norma de Minkowski sobre cada espaço tangencial. Então obtemos uma função escalar τ =τ(x, y) sobre T M\{0}, que também é chamada distorção de F. Então F é Riemanniana se, e

somente se, τ = 0.

Mostraremos que sobre uma variedade de Berwald, a distorção é constante ao longo de qualquer geodésica, porém não é constante sobre a variedade em geral. Por isso é natural estudar a variação da distorção ao longo de geodésicas para variedades de Finsler em geral.

Para um vetor yTxM\{0}, seja c= c(t) uma geodésica com c(0) = xe ˙c(0) =y.

Defina

S(x, y) := d

dt[τ(c(t),c˙(t))]|t=0. (1.35) S =S(x, y) é positivayhomogênea de grau 1,

S(x, λy) = λS(x, y), λ >0.

S é chamado de Scurvatura. Num sistema de coordenadas locais (xi, yi), seja dV F =

σF(x)dx1. . . dxn a forma de volume eGi = Gi(x, y) os coeficientes geodésicos de F.Temos

de (1.15) que

∂Gm

∂ym =

1 2gml

∂gml

∂xi y i

gjk∂gjk ∂yi G

i. (1.36)

Portanto, de (1.35) e (1.36), temos

S=yi ∂τ ∂xi −2

∂τ ∂yiG

i

= 1 2gml

∂gml

∂xi y i

gjk∂gjk ∂yi G

i

ym

∂xm (lnσF(x))

= ∂Gm

∂ym(x, y)−y m

∂xm (lnσF(x)). (1.37)

Proposição1.4.1nos diz que toda variedade de Berwald é modelada sobre um único espaço de Minkowski. Além disso, a geometria dos espaços tangentes não muda ao longo das geodésicas. Esta observação leva a seguinte proposição importante para uma métrica de Berwald com respeito a forma de volume Busemann-Hausdorff dVBH.

(29)

Demonstração. Fixemos um ponto arbitrário (x, y)T M0 e sejac=c(t) uma geodésica

com c(0) =x e ˙c(0) =y. Seja {bi(t)} um referencial linearmente paralelo ao longo de c,

isto é, cada bi(t) é linearmente paralelo ao longo dec. Seja

gij(t) := c(t)(bi(t),bj(t)).

Pela Observação 1.3.1, gij(t) = constante. Por isso det (gij(t)) = constante. Por outro

lado, para quaisquer (yi) Rn, o campo vetorial U =yib

i(t) é linearmente paralelo ao

longo de σ e do Lema 1.3.1,

F c(t), yibi(t)

=constante.

Assim o subconjunto convexoUt ⊂Rn é independente det,

Ut:=

n

(yi)Rn|F c(t), yibi(t)<1o.

Isto implica que o coeficiente da forma de volume dVF é constante,

σF(t) =

V ol(Bn(1))

V ol(Ut)

=constante.

Assim, a distorção também é constante, isto é,

τ(c(t),c˙(t)) = ln

q

det(gij(t))

σF(σ(t))

=constante.

Logo, por (1.33) e (1.35),S = 0.

A funçãoS foi originalmente definida por Z. Shen ([30] [29]) para variedades de

Finsler com a medida de Busemann-Hausdorff.

Uma métrica de FinslerF é chamada de Scurvatura isotrópica se

S = (n+ 1)cF.

De forma mais geral, F tem S-curvatura quase isotrópica se

S = (n+ 1)(cF +η), (1.38)

onde c=c(x) é uma função de xM e η=ηi(x)yi é uma 1-forma fechada.

Observamos que, se os coeficientes geodésicosGi(y) são quadráticos em yT xM,

xM, então S torna-se uma 1-forma sobre M.

Pela definição de Scurvatura, S(y) mede a taxa de variação de (TxM, Fx) na

(30)

Exemplo 1.6.1. [32] Sejam Ω um domínio convexo em Rn e a métrica de Funk definida

por

x+ y

F(x, y) ∈, yTx.

Considerando a base ortonormal canônico {ei}ni=1 para Rn, segue da definição que

Bxn:=n(yi)Rn, F(x, yiei)1o= Ω− {x}.

Segue que o elemento de volume σBH(x) é dado por

σ(x) = V ol(B

n)

V ol(Bn x)

= V ol(Bn)

V ol(Ω) =constante

Por outro lado o Teorema de Okada [25] para métricas de Funk (Fxk =F Fyk) nos

dá os coeficientes geodésicos Gi deF que são dados por

Gi = 1

2F yi. (1.39)

Derivando (1.39), temos

∂Gm

∂ym =

n+ 1

2 F.

Assim, segue de (1.37) que

S = n+ 1

2 F.

Neste caso a Scurvatura é isotrópica constante, já que a função c(x) = 1

2 em (1.38).

Exemplo 1.6.2. Considere a métrica de Randers F = α+β sobre uma variedade M,

onde α(y) =qaijyiyj é uma métrica Riemanniana e β(y) = biyi é uma 1-forma com

||β||α(x) := sup yTxM

β(y) α(y) =

q

aijb

ibj <1.

Em [10] X. Chen e Z. Shen mostraram que F tem Scurvatura isotrópica, isto é, S =

(n+ 1)cF, se, e somente se, β satisfaz a seguinte equação:

rij +bivj+bjvi = 2c(aijbibj),

onde

rij :=

1

2(bi|j +bj|i), vij :=

1

2(bi|jbj|i), vi :=bjvji. (1.40)

Aqui bi|j denotam os coeficientes da derivada covariante de β com respeito a α. Porém,

obter soluções desta equação é difícil. Esta dificuldade será superada se expressarmos a métrica de Randers F da seguinte forma

F =

q

h(x, y)2[h(x, W

x)2h(x, y)2−< y, Wx >2x]

1h(x, Wx)2 −

< y, Wx>h

1h(x, Wx)2

(31)

onde h(x, y) =qhij(x)yiyj é uma métrica Riemanniana, W é um campo vetorial sobre M

com h(x, Wx)<1 para todo xM e <, >h denota o produto interno definido porh. Em

[39], H. Xin, mostrou que F tem Scurvatura isotrópica S = (n+ 1)cF se, e somente se, W satisfaz

Wi;j +Wj;i =−4chij,

onde Wi :=hijWj eWi;j denotam os coeficientes da derivada covariante deW com respeito

a h. Neste mesmo espírito (isto é, com os dados de navegação de Zermelo h e Wx), em

[12] X. Cheng e Z. Shen determinaram completamente a estrutura local de uma métrica de Randers com Scurvatura isotrópica e com curvatura flag escalar K =K(x, y).

Consideremos as seguintes notações

v0 =vjyj, v00=vklykyl, vji =aihvhj, v0i =vijyj, r00=rijyiyj. (1.42)

onde rij, vij e vi são dados em (1.40).

Exemplo 1.6.3. Consideremos s= αβ e a métricaF =αφ(s) chamada (α, β)métrica,

os coeficientes geodésicos Gi de F são dados por

Gi =Gi+αQv0i + Θ{−2Qαv0+r00}

yi

α + Ψ{−2Qαv0+r00}b

i, (1.43)

onde Gi denota os coeficientes geodésicos de α e Q:= φ

φ, Θ =

QsQ

2∆ , Ψ =

Q

2∆, (1.44)

onde ∆ := 1 +sQ+ (b2s2)Q. Seja

Φ :=(QsQ′){n∆ + 1 +sQ} −(b2s2)(1 +sQ)Q′′. (1.45)

Em [11] X. Cheng e Z. Shen obtiveram equações que caracterizam as (α, β)−métricas com Scurvatura isotrópica: Supondo φ 6=k1

1 +k2s2+k3s para quaisquer constantes

k1 > 0, k2 e k3. Então F tem S−curvatura isotrópica se, e somente se, ocorre um dos

seguintes itens,

(i) β satisfaz

rj +vj = 0

e φ=φ(s) satisfaz

Ψ = 0.

(32)

(ii) β satisfaz

rij =ǫ

n

b2aijbibj

o

, vj = 0,

onde ǫ=ǫ(x) é uma função escalar, e φ=φ(s) satisfaz

Ψ =2(n+ 1)k ψ

2

b2s2,

onde k é uma constante. Neste caso,S = (n+ 1)cF com c=kǫ.

(iii) β satisfaz

rij = 0, vj = 0.

Neste caso, S = 0, independente da escolha de um φ particular.

Por outro lado, para o caso F = k1√α2+k2β2 +k3β, temos que F tem S−curvatura

isotrópica, S = (n+ 1)cF se, e somente se,β satisfaz

rij +τ(vibj +vjbi) =

2c(1 +k2b2)k12

k3

(aijτ bibj),

onde

τ := k23

k2 1 −

k2.

Neste último exemplo foram consideradas as formas de volume Busemann- Hausdorff

dVBH e de Holmes-Thompson dVHT dadas pela Proposição 1.6.1.

Outra propriedade interessante da S-curvatura é que ela está estreitamente relacio-nada com a curvatura flag:

Teorema 1.6.3. [9] Seja F uma métrica de Finsler com curvatura flag escalar sobre uma

variedade M. Suponha que a Scurvatura é quase isotrópica, S = (n+ 1)cF +η, onde

c=c(x) é uma função escalar e η= ηiyi é uma 1-forma fechada, então a curvatura flag é

quase isotrópica, e é dada por:

K = 3cxmy

m

F +σ,

onde (xm, ym) são coordenadas locais de T M e σ=σ(x) é uma função escalar de M.

1.7 Métricas esfericamente Simétricas

Vamos denotar por Mn

s um subconjunto de Rn aberto, conexo e simétrico com

respeito à origem, isto é: Mn

s é uma bola aberta B(ν) de raio ν centrado na origem, ou a

região anular B(ν1)\B(ν2), ν1 > ν2 0,ou Rn.

Uma métrica de Finsler F sobre Mn

s ⊂Rn é chamada esfericamente simétricase

satisfaz,

Referências

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