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A participação dos pais na vida escolar do aluno no ensino vocacional de música

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Academic year: 2020

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Tiago Manuel Magalhães Ferreira

A participação dos pais na vida escolar

do aluno no ensino vocacional de música

Tiago Manuel Magalhães Ferreira

A par

ticipação dos pais na vida escolar

do aluno no ensino v

ocacional de música

Universidade do Minho

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Relatório de Estágio

Mestrado em Ensino de Música

Trabalho efetuado sob a orientação de

Professor Doutor Luís Pipa

Dr. Vitor Lima

Tiago Manuel Magalhães Ferreira

A participação dos pais na vida escolar

do aluno no ensino vocacional de música

Universidade do Minho

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Agradecimentos

Ao Professor Doutor Luís Pipa pela orientação prestada no desenvolvimento do Projeto de Intervenção e do Relatório de Estágio.

Ao professor Vitor Lima pelo apoio e entusiasmo demonstrados ao longo da realização deste trabalho na área da direção coral.

À professora cooperante e colega de trabalho Cristina Cunha pelo incentivo e ajuda no desenvolvimento deste projeto.

À Academia de Música José Atalaya pelas condições proporcionadas para a realização deste projeto.

Ao colega e pianista Giosuè de Vincenti pelo acompanhamento musical do coro nos ensaios e concertos.

Aos elementos do coro de pais e aos alunos da Academia de Música José Atalaya pela disponibilidade e alegria demonstradas nas aulas, nos ensaios e nos concertos.

A todos os meus professores pela orientação ao longo dos anos de formação.

Aos meus pais e ao meu irmão João pelo apoio e estímulo, fundamentais para a realização deste trabalho.

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A participação dos pais na vida escolar do aluno no ensino vocacional de música

Resumo

A participação dos pais na escola assume hoje um papel muito importante na educação e formação dos alunos. Contudo, torna-se necessário criar condições para que essa participação seja efetiva e os pais possam desempenhar plenamente o seu papel de parceiros na educação. Este relatório incide na temática da participação dos pais na vida escolar do aluno no contexto de uma escola do ensino vocacional de música e surge no âmbito do Mestrado em Ensino de Música da Universidade do Minho, como resultado do Estágio Profissional realizado na Academia de Música José Atalaya, em Fafe, onde foi implementado um Projeto de Intervenção que abrangeu alunos, pais e professores.

O objetivo principal deste trabalho consistiu na criação de condições que permitissem aos pais realizar um melhor acompanhamento escolar dos seus filhos, através do aumento do seu conhecimento sobre o ensino musical. Outro objetivo consistiu na implementação de estratégias para melhorar a comunicação escola-casa e vice-versa.

Para se procurar atingir o objetivos acima mencionados foi criado o Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya, realizaram-se reuniões periódicas com os encarregados de educação e procedeu-se à elaboração de uma caderneta do aluno adaptada ao ensino musical, sendo promovida a sua utilização junto dos alunos, pais e professores.

Foi aplicado um inquérito aos pais/familiares (10 participantes) e aos alunos (9 participantes). Foram também realizadas observações ao longo da execução do Projeto de Intervenção. Os resultados do inquérito aplicado aos pais/familiares demonstram que 90% dos participantes considera o ensino musical como muito importante na formação dos seus filhos e, pelo facto de participarem no coro de pais, a totalidade dos pais/familiares sente que compreende melhor o ensino artístico e estão melhor integrados na academia de música. Por seu lado, dos resultados ao inquérito aplicado aos alunos constata-se que 89% deles sente que a participação dos seus pais/familiares no coro de pais da academia contribui para uma maior motivação para o seu estudo musical. De referir também que 78% dos alunos inquiridos são de opinião que o facto dos seus pais/familiares pertencerem ao coro de pais da academia favorece o acompanhamento do seu estudo musical em casa.

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The participation of parents in their children’s school lives within the context of specialized music studies

Abstract

Parent’s participation in their children’s school has an important role in the education of school children. However, it has been necessary to create conditions so that participation is possible for parents to become full partners in education. This report is about the paticipation of parents in the school life of their children when it comes to musical studies. This is the topic for the Teacher Training Practice Component of Minho University Master Programme in Music Teaching, carried out at the Academia de Musica José Atalaya in Fafe, where a Project of Intervention between students, parents and teachers was implemented.

The principal objective of this work is to create the conditions which permit parents to coach their children in school in a better way through an increased knowledge about musical teaching. Another objective is to better implement strategies of home/school communication and vice versa. The Choir of Parents and Friends of the Academia de Musica José Atalaya was created to try to meet the above goals, together with the realization of periodical meetings between teachers and parents. A student’s report book was adapted, whereby it’s usage between students, parents and teachers was promoted.

Parents/families (10 participants) and students (9 participants) were given a questionaire. Throughout the Intervention Project observations were done. The parents/families questionaire showed that 90% of the participants considered musical studies to be very important in the education of their children, due to the fact of parents participating in the choir, parents/families as a whole feel that they understood better artistic studies and were better integrated in the music academy. Results also showed that 89% of participant students felt that the participation of parents/families contributed to more motivation in their musical studies. It was also noted that 78% of the students that were inquired were of the opinion that the paticipation of their parents/families in the parent’s choir helped them in their musical studies at home.

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Índice

Agradecimentos... iii

Resumo... v

Abstract... vii

Introdução... 1

CAPÍTULO I - Contexto e plano geral de intervenção 1.1 - Revisão da literatura... 3

1.1.1 - A importância da família no desenvolvimento e educação da criança... 3

1.1.2 - Conhecer a diversidade existente entre famílias... 4

1.1.3 - A comunicação entre a família e a escola... 6

1.1.4 - O envolvimento dos pais na escola... 8

1.2 - O contexto de intervenção... 11

1.2.1 - A escola... 11

1.2.2 - Os alunos... 11

1.2.3 - O coro de pais... 13

1.3 - O plano geral de intervenção... 14

1.3.1- Objetivos... 14

1.3.2 - Estratégias... 14

1.3.3 - A metodologia aplicada... 14

CAPÍTULO II - Desenvolvimento e avaliação da intervenção 2.1 - Planificações e relatórios das atividades mais representativas... 17

2.1.1 - Concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle... 17

2.1.2 - Concerto de Ano Novo... 35

2.1.3 - Concerto de encerramento das 5as Jornadas Literárias de Fafe... 52

2.2 - Relatórios de outras atividades... 59

2.3 - Relatórios das reuniões com os encarregados de educação... 63

2.4 - A caderneta do aluno... 65

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x

2.6 - Avaliação da intervenção... 70

2.6.1 - Análise de respostas ao questionário aos elementos do Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya... 70

2.6.2 - Análise de respostas ao questionário aos alunos com pais/familiares no Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya... 74

Considerações finais... 77

Referências bibliográficas... 81

Anexos... 85

Anexo 1 - Páginas ilustrativas da caderneta do aluno... 86

Anexo 2 - Questionário aos elementos do Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya... 95

Anexo 3 - Questionário aos alunos com pais/familiares no Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya... 99

Anexo 4 - Respostas às questões abertas colocadas aos pais... 103

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Índice de Figuras

Figura n.º 1 Extrato da obra African Alleluia de Jay Althouse... 18

Figura n.º 2 Vocalizo de Lois Fiftal: The Choral Warm-Up Collection... 22

Figura n.º 3 Extrato da obra Look at the world de John Rutter... 24

Figura n.º 4 Vocalizo de Henry Leck: Vocal Techniques For The Young Singer... 27

Figura n.º 5 Extrato da obra Adiemus de Karl Jenkins... 29

Figura n.º 6 Vocalizo de Raymond Sprague: The Choral Warm-Up Collection... 32

Figura n.º 7 Extrato da obra Hoje na Terra de C. Gabaráin... 36

Figura n.º 8 Vocalizo de Robinson & Althouse: The Complete Choral Warm-Up Book.... 39

Figura n.º 9 Extrato da obra Noite Serena de Delfina Figueiredo... 41

Figura n.º 10 Vocalizo de Robinson & Althouse: The Complete Choral Warm-Up Book.... 44

Figura n.º 11 Extrato da obra Jesus Já Nasceu de Delfina Figueiredo... 46

Figura n.º 12 Vocalizo de Alan Raines: The Choral Warm-Up Collection... 49

Figura n.º 13 Extrato da obra Ode a Euterpe de António Correia/Jorge Salgueiro... 53

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Índice de Gráficos

Gráfico n.º 1 Gosta de pertencer ao coro de pais da academia de música?... 70 Gráfico n.º 2 Considera o ensino vocacional da música importante

na formação do seu educando?... 70 Gráfico n.º 3 Acha que ser membro do coro de pais facilita

a comunicação com os professores do deu educando?... 71 Gráfico n.º 4 O facto de pertencer ao coro de pais possibilitou

um maior acompanhamento do seu educando?... 71 Gráfico n.º 5 Gostas de estudar na academia de música?... 74 Gráfico n.º 6 Os concertos e audições são importantes

para desenvolveres o gosto pelo estudo?... 74 Gráfico n.º 7 Quantas vezes ajudaste os teus pais/familiares

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Introdução

O presente relatório de estágio foi elaborado no âmbito do Mestrado em Ensino de Música da Universidade do Minho e tem como tema a importância da participação dos pais na vida escolar do aluno, no contexto específico do ensino vocacional de música. Trata-se de um documento onde se procura descrever, refletir e avaliar o Projeto de Intervenção Pedagógico Supervisionado desenvolvido durante o meu Estágio Profissional realizado na Academia de Música José Atalaya, em Fafe.

Nos dias de hoje, a escola realiza um importante esforço na tentativa de melhorar a comunicação com os pais e de procurar que estes se envolvam mais nas suas atividades. Este esforço tem procurado encontrar estratégias e meios que possam promover um melhor acompanhamento escolar do aluno por parte dos pais, com vista a um crescimento saudável da criança e à melhoria dos seus resultados escolares. No caso do ensino vocacional de música, seria importante que os pais pudessem conhecer melhor as características particulares deste tipo de ensino, a realidade do dia a dia das escolas de música e os projetos nos quais os seus filhos estão envolvidos. Desta forma, poderiam acompanhar melhor os seus filhos nas atividades escolares e no estudo em casa.

Este Projeto de Intervenção parte da premissa que os pais constituem uns parceiros fundamentais na educação dos seus filhos e que, para o serem de uma forma plena, seria importante o seu envolvimento na escola. Contudo, para alcançar este objetivo, os pais precisam, na maior parte dos casos, de alguma orientação. Em Portugal, este aspeto reveste-se de particular importância, pois no contexto do ensino musical muitos são os pais que parecem sentir não possuir os conhecimentos ou as vivências musicais suficientes para poderem apoiar da melhor forma os seus filhos, no que à componente musical da sua formação diz respeito.

Atendendo à relevância desta situação, achou-se pertinente que o meu Projeto de Intervenção se centrasse na procura de respostas para a promoção da participação dos pais na vida escolar dos seus filhos, num contexto de uma escola do ensino vocacional de música, com a criação e desenvolvimento de um coro, posteriormente denominado Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya.

A criação deste coro teve como objetivo geral promover a participação dos pais e de outros familiares na vida escolar do aluno no ensino vocacional de música. Procurou-se

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2 também com este projeto que os pais pudessem reconhecer a importância do ensino musical, tivessem uma melhor compreensão do ensino artístico, por forma a existir uma maior aproximação dos pais/familiares à academia de música e que estes possam estar melhor integrados e informados das atividades da academia. Procurou-se também uma melhoria na comunicação com os professores de música dos seus filhos e, consequentemente, a promoção de um maior acompanhamento escolar. Para melhor poderem ser atingidos os objetivos propostos, o projeto do coro de pais foi complementado com a realização de reuniões com os encarregados de educação e com a criação e utilização de uma caderneta do aluno adaptada ao ensino musical.

No primeiro capítulo deste trabalho, intitulado “Contexto e plano geral de intervenção”, é realizada uma revisão da literatura acerca de temas como a importância da família no desenvolvimento e educação da criança, a diversidade existente entre famílias, a comunicação entre a família e a escola e o envolvimento dos pais na escola. O contexto de intervenção, a escola, os alunos e o coro de pais, é de seguida caracterizado. A finalizar este capítulo, é apresentado o plano geral da intervenção, descrevendo os objetivos, as estratégias e a metodologia aplicada.

No segundo capítulo, intitulado “Desenvolvimento e avaliação da intervenção”, são apresentadas as planificações e os relatórios das atividades mais representativas, assim como os relatórios de outras atividades desenvolvidas. Também são incluídos um relatório das reuniões com os encarregados de educação, a caderneta do aluno, os instrumentos de recolha de informação e a avaliação da intervenção.

No final do trabalho são apresentadas as considerações finais, sendo também feito um balanço da importância do Mestrado em Ensino de Música e deste Projeto de Intervenção na minha formação pessoal e enquanto professor.

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CAPÍTULO I - Contexto e plano geral de intervenção

1.1 - Revisão da literatura

1.1.1 - A importância da família no desenvolvimento e educação da criança

Os pais parecem hoje bastante atentos à educação dos seus filhos, procurando dar-lhes as condições necessárias para que estes obtenham o desejado sucesso na escola. Talvez influenciados pela sociedade moderna, que pressiona o ser humano para a obtenção de resultados, cada vez mais exigem da escola pelo facto de estarem preocupados com o futuro dos seus filhos. Segundo Montandon e Perrenoud (2001),

o sucesso escolar tornou-se num assunto de grande importância para a maior parte dos pais. Hoje mais do que nunca, preocupam-se com a felicidade e o desenvolvimento dos seus filhos, esperando simultaneamente que a escola os discipline sem castigar e que os instrua sem os privar da sua infância (p. 2).

Ao longo dos tempos, a escola tem vindo a desempenhar um papel cada vez maior na educação do ser humano, desde os primeiros anos de vida até idade adulta. Devido às circunstâncias das suas vidas profissionais, são muitos os pais que confiam à escola os seus filhos e esperam que ela assuma a responsabilidade da sua educação, procurando que eles obtenham sucesso escolar e se integrem nas tradições e regras da sociedade em que se pretende que vivam e exerçam no futuro as suas vidas profissionais, participando ativamente na sociedade. Contudo, a importância da participação dos pais neste processo é fundamental. Fuller e Olsen (1998) defendem que

apesar de a escola assumir uma grande parte da responsabilidade pela educação, as famílias continuam a ser os primeiros e os mais importantes professores das crianças, porque é através das famílias que as crianças aprendem a viver no mundo (p. 4)1.

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4 Apesar da evidente falta de tempo de muitos pais nesta sociedade moderna, será importante que estes, em conjunto com a escola, encontrem espaços de partilha de experiências e vivências para que possam melhor acompanhar o crescimento dos seus filhos. Também cada um destes dois atores, pais e escola, deverão assumir e repartir a suas responsabilidades na educação das crianças.

A partilha das tarefas educativas faz parte do princípio das relações entre a família e a escola: elas não fazem sentido senão em função de uma divisão das responsabilidades e das acções educativas entre estas duas instituições, que partilham entre si o tempo da criança e a sua disponibilidade para aprender (Montandon e Perrenoud, 2001, p. 5).

Ainda no que diz respeito à divisão de tarefas entre pais e escola, Diogo (1998) refere que “a educação participada integra as noções de parceria, de partilha de responsabilidades e de participação, tendo como pressuposto de base que o sucesso educativo de todos só é possível com a colaboração de todos” (Diogo, 1998, p. 74).

Reforçando a importância da família na educação da criança, Fuller e Olsen (1998) referem que a família desempenha dois importantes papeis: por um lado proteger a criança de influências negativas e da violência; por outro, preparar as crianças para viverem em sociedade, através da aprendizagem das regras, costumes, crenças e tradições culturais do meio que a rodeia.

1.1.2 - Conhecer a diversidade existente entre famílias

Nos dias de hoje é usual os alunos de uma mesma escola serem oriundos de famílias heterogéneas ao nível étnico, cultural, religioso e, sobretudo na escola onde trabalho e no meio onde vivo, no que diz respeito à estrutura familiar e ao nível socioeconómico. Assim, no que concerne à estrutura familiar, além das famílias tradicionais com uma estrutura nuclear, neste momento existem algumas crianças que têm uma família monoparental, cujos pais estão divorciados e a criança vive com um deles ou reparte o tempo pelo dois o que, por vezes, pode causar alguma dificuldade no seu dia a dia. Por outro lado, as crianças procedem de estratos socioeconómicos diferentes. Algumas possuem uma maior facilidade na compra

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de um instrumento musical, por exemplo, ou praticam um número maior de atividades extracurriculares, pois os pais têm uma maior disponibilidade para lhes oferecer essas mesmas atividades, em relação a outros colegas da turma. Tutwiler (1998) avisa que “os professores têm que estar preparados para trabalhar com famílias que desafiam as suas noções e experiencias pessoais sobre aquilo que constitui uma família” (p. 55)2.

Também no que diz respeito à valorização da escola e do trabalho aí desenvolvido por professores e alunos, encontramos diferenças entre famílias. Montandon e Perrenoud (2001) advertem para a condição de que “é indiscutível que nem todos os pais atribuem a mesma importância à escolaridade dos seus filhos” (p. 1). Neste contexto, que se verifica nas nossas escolas tanto ao nível das disciplinas da componente geral como da componente musical, a escola poderá fornecer ao aluno outra perspetiva para que este não desmotive mas, pelo contrário, procure através da educação uma forma de construir o seu futuro com uma maior liberdade de escolha. Assim, cabe à escola procurar acolher todos estes alunos e, respeitando as respetivas diferenças, procurar dar-lhes condições para que sejam felizes e obtenham sucesso nos seus estudos de acordo com o seu esforço, trabalho e aptidões. “Perceber as diferenças entre as famílias permite à escola desenvolver uma variedade de estratégias para trabalhar com as famílias” (Tutwiler, 1998, p. 41)3.

Os professores têm um papel muito importante neste trabalho de aproximação às famílias, pois são a parte mais visível da escola. Além disso, são os professores, sobretudo através do diretor de turma, quem mais contacto tem com os encarregados de educação e mais informações possui sobre os alunos. Através dos conselhos de turma, os professores têm um grande poder de decisão e de implementação de medidas que podem melhorar a vida do aluno. Contudo, será importante procurar respeitar as famílias na sua diferença e não tentar modificá-las à força.

Uma compreensão da diversidade existente nas famílias não significa fornecer informação para a criação de estratégias para mudar as famílias, para estas responderam às necessidades da escola. Em vez disso, providencia informação que permite à escola mudar,

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6

para estar preparada para dar resposta à variedade de famílias que estão hoje representadas na escola” (Tutwiler, 1998, p. 55)4.

Assim, segundo Perrenoud (2001), trata-se de dar liberdade à criança e permitir que esta construa a sua identidade, respeitando as tradições familiares, mas também que possa tornar-se uma pessoa diferente, se esse for o seu desejo:

Através da sua família, todas as crianças pertencem a uma classe social, a uma colectividade local ou regional e a diversos agrupamentos. Mas, a partir de uma certa idade, podem tornar-se membros, desta vez a título pessoal, de grupos, de organizações, de redes das quais os membros da sua família não fazem parte. Desde logo, como a maior parte dos adultos, a criança partilha o seu tempo com a família e outros grupos de pertença (p. 31).

1.1.3 - A comunicação entre a família e a escola

Uma boa comunicação entre a família e a escola é uma condição fundamental para que o professor possa melhor compreender as características do contexto familiar de cada aluno e, desta forma, conseguir trabalhar em conjunto com os pais e procurar que estes se envolvam na educação dos seus filhos. De acordo com Lyons, Robbins e Smith (1983) “a designação ‘relação casa - escola’ contém dois tipos de interações entre escolas e pais: troca de informação e relações pessoais” (p. 3)5. Ainda de acordo com os mesmos autores, “uma

efetiva troca de informação consiste na partilha aberta de ideias e opiniões, entre pais e o pessoal da escola, relacionada com questões de interesse mútuo” (p. 3)6. De salientar que

será fundamental o papel que a escola poderá desempenhar com vista a facilitar essa comunicação, o que originará o posterior envolvimento dos pais na educação dos filhos.

Com o objetivo de envolver os pais na educação dos seus filhos, vários são os autores que defendem que deve existir uma relação pessoal entre a escola e os pais. Assim, “boas

4 “An understanding of diversity among families is not meant to provide information for development of strategies to change families so that

they fit the needs of the school. Rather, it provides information that allows schools to change, so that they are inviting to the variety of families represented in contemporary school settings”.

5 “The term, ‘home-school relationships’, covers two types of interactions between schools and parents: information exchange and

interpersonal relations”.

6 “Effective information exchange is the open sharing of ideas and opinions, between parents and school staff, concerning issues of mutual

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relações entre os pais e a escola preparam o palco para bem sucedidos programas de envolvimento parental” (Lyons et. al., 1983, p. 3)7. O contacto pessoal é importante, não

bastando a troca de correspondência ou de informação por outros meios não presenciais. Esse contacto pessoal com os pais será realizado pelo professor, que deverá estar preparado para essa tarefa. Como refere Judith Macdonald (1998) “ao professor é solicitado que desempenhe vários papéis nos dias de hoje” (96)8.

Contudo, nem sempre uma boa comunicação é estabelecida entre os pais e a escola e vice-versa. De acordo com Macdonald (1998) “o stress dos pais, vidas ocupadas e horários de trabalho acabam por impedir que falem com os professores sobre assuntos nos quais poderiam ajudar” (p. 91)9. Também entre pais e filhos parece existir hoje uma cada vez maior

dificuldade em partilhar experiências do trabalho e da escola. Estas situações estão provavelmente relacionadas com as exigências do dia a dia e por uma quase constante sensação de falta de tempo com que vivemos atualmente.

Outra questão que dificulta a comunicação entre a escola e família é a qualidade do diálogo que, uma vez estabelecido, poderá não ser suficientemente produtivo. Montandon e Perrenoud (2001) afirmam mesmo que “o diálogo é, por vezes, difícil e nalguns casos não chega a existir” (p. 2). Ainda no que diz respeito à qualidade da comunicação estabelecida entre escola e a família, Diogo (1998) refere o

diálogo inexistente porque, para que haja verdadeiramente comunicação, é necessário que esta seja bilateral, verificando-se, porém, que, em muitos casos, a relação professores/encarregados de educação assume um carácter unilateral (p. 60).

Na origem do problema acima descrito encontra-se a situação de alguns professores estarem sobretudo mais preparados para falar do que para escutar. Contudo, Hanhan (1998) adverte que “para obtermos benefícios da participação dos pais na escola, estes devem falar e serem escutados” (p. 107)10.

Depois de estabelecida uma boa comunicação inicial, seria importante que esta se mantivesse regular no tempo. Uma forma regular e eficaz de comunicação entre pais e

7 “good relationships between parents and the school set the stage for successful parental involvement programs”. 8 “Teachers are required to take on many roles today”.

9 “Parents’ stressful, busy lives an work schedules often prevent them from consulting with teachers on issues with which they could provide

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8 professores parece ser a comunicação informal, ou seja, “a conversa casual que pais têm com os professores quando deixam ou vão buscar as suas crianças à escola” (Hanhan, 1998, p. 113)11. Por outro lado, as reuniões com os pais servem para que estes sejam melhor

informados do percurso escolar dos seus filhos. Aqui surgem os diretores de turma, que são uns atores centrais na promoção da comunicação entre a escola e os pais e vice-versa. Assim,

a direcção de turma ocupa uma posição privilegiada na comunidade escolar, tendo em vista o desenvolvimento pessoal e a socialização dos alunos: uma posição de interface entre diferentes subsistemas (alunos, professores, encarregados de educação) que lhe confere especial competência para o envolvimento, de forma activa e participada, dos diferentes actores no processo de construção da identidade intelectual, moral, afectiva e psicomotora dos alunos (Diogo, 1998, p. 30).

Entre a criança, os pais e a escola deverá existir uma efetiva comunicação, uma vez que todos estes intervenientes têm um papel fundamental na educação da criança. “Os pais devem ser membros da equipa de educação dos seus filhos. Os educadores são peritos no seu campo - crianças e a educação de crianças - e os pais são peritos nos seus próprios filhos” (Fuller e Olsen, 1998, p. 9)12. Desta forma, a troca de informação entre a escola e a

família é fundamental para que todos possam beneficiar dos conhecimentos de ambas as partes.

1.1.4 - O envolvimento dos pais na escola

Por vezes o sucesso escolar do aluno depende do acompanhamento da sua vida escolar realizado pela sua família. “Todos parecem concordar que o envolvimento dos pais é uma ideia maravilhosa. De facto, os investigadores dizem-nos que a mais simples e rápida maneira de melhorar os resultados académicos dos estudantes é envolver os pais” (Sandell,

11 “the casual conversation parents have with teachers while dropping off or picking up their children from school”.

12 “Parents must be team members in the education of their children. Educators are experts in their field - children and the education of

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1998, p. 128)13. De acordo com uma revisão de sessenta e seis estudos acerca da prestação

dos alunos na escola pode-se concluir que:

quando os pais se envolvem na educação dos filhos e na comunidade, os resultados incluem um ou mais dos seguintes tópicos: melhores notas e resultados nos testes; melhorias na realização dos trabalhos de casa; menos alunos na educação especial ou turmas de apoio; melhores atitudes e comportamentos na escola; melhores médias finais de curso; mais matrículas na educação pós-secundária (Henderson & Berla, 1994,citado por Sandell, 1998, p. 128)14.

Assim, são vários os benefícios para todos os intervenientes retirados de um maior envolvimento dos pais na escola. Diogo (1998) afirma que “a participação das famílias e dos EEs na vida escolar se traduz em benefícios vários para o desenvolvimento e aproveitamento escolar das crianças, para as famílias, para os professores e as escolas e para o desenvolvimento de uma sociedade democrática” (p. 35).

Para melhor poderem ajudar os seus filhos os pais deverão ter a oportunidade de aumentar os seus conhecimentos e, se for esse o seu desejo, de poderem continuar a sua formação académica.

Os pais que se tornam envolvidos na escola aprendem formas de ajudar as suas crianças e ficam motivados para continuarem a desenvolver a sua própria educação, e aqueles pais que estão alienados das correntes da cultura dominante ou têm experiências negativas da escola podem vir a encarar a escola como um bastião de esperança para as crianças e para eles mesmos (Haynes e Ben-Avie, 1996, p. 45)15.

Existem ainda programas nos quais são os pais a beneficiar da ajuda e orientação da escola, no que diz respeito ao apoio escolar e à ocupação dos tempos livres dos seus filhos.

13 “Everyone seems to agree that parent involvement is a wonderful idea. In fact, researchers tell us that the single fastest way to improve a

student’s academic performance is to involve the parents”.

14 “when parents become involved in children’s education at school and in the community, the results include one or more of the following:

Higher grades and test scores; Better attendance and regularly completed homework; Fewer placements in special education or remedial classes; More positive attitudes and behavior in school; Higher graduation rates; Greater enrollment in post-secondary education”.

15 “Parents who become involved in the school learn ways to help their children and become motivated to further their own education, and

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10 Desta forma, com esta ajuda e orientação os pais podem tornar-se parceiros da escola na educação dos seus filhos (Pauli, 1975, citado por Montandon, 2001, pp. 21-22).

Coloca-se aqui também a questão da igualdade de oportunidades. Se os pais tiverem a possibilidade de tomar um maior contacto com a escola e de adquirirem conhecimentos e ferramentas que lhes permitam melhor ajudar e orientar os seus filhos, poderemos ficar mais perto de alcançar uma verdadeira igualdade de oportunidades no contexto escolar. No caso do ensino musical, esta situação observa-se em pais que procuraram uma instrução musical ou que possuem uma maior sensibilidade para a música. Estes pais, em geral, valorizam e reconhecem a importância e as especificidades do ensino artístico. Com a criação de condições e de oportunidades para trazer os pais até escola de música, através de projetos como o coro de pais, por exemplo, estamos a sensibilizar esses pais para o ensino musical e a procurar que estes o valorizem, o que se espera vir a refletir no empenho e na motivação dos seus filhos para o estudo da música. Assim, “experiências de aprendizagem que ajudam os pais a desempenharem melhor as suas funções ajudam, por fim, a criança” (Lyons et. al., 1983, p. 35)16.

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1.2 - O contexto da intervenção

1.2.1 - A escola

Realizei o meu Estágio Profissional, sobre o tema da participação dos pais na vida escolar do aluno no ensino vocacional de música, na Academia de Música José Atalaya, em Fafe, instituição onde leciono a disciplina de Formação Musical e desempenho a função de Diretor de Turma desde o ano letivo 2009/2010. Trata-se de uma escola do ensino especializado da música que conta com cerca de 300 alunos, desde a pré-iniciação (4 anos de idade) até ao final do ensino secundário (12º ano/8ºgrau).

A Academia de Música José Atalaya foi fundada em 1998 sob proposta do maestro José Atalaya. O seu principal objetivo é o desenvolvimento cultural no concelho de Fafe, ao nível da divulgação e do ensino da música. É uma escola com paralelismo pedagógico que obteve autorização definitiva de lecionação em 16 de janeiro de 2003, através da autorização n.º 95/DREN. Em 17 de janeiro de 2012, por Despacho do Diretor Regional de Educação do Norte, conseguiu autonomia pedagógica concedida pelo período de 3 anos. Possui neste momento os cursos básicos oficiais de Canto, Acordeão, Piano, Flauta Transversal, Clarinete, Oboé, Fagote, Saxofone, Trompete, Trompa, Trombone, Tuba, Viola Dedilhada, Violino, Violeta, Violoncelo e Contrabaixo. Possui também os cursos complementares oficiais de Formação Musical, Piano, Flauta Transversal, Clarinete, Fagote, Saxofone, Trombone, Viola Dedilhada, Violino e Violoncelo.

A Academia de Música José Atalaya possui ensino articulado com as seguintes escolas: Escola Básica 2º e 3º Ciclo Professor Carlos Teixeira; Escola Básica 2º e 3º Ciclo de Montelongo e Escola Secundária de Fafe. Estas três escolas situam-se na cidade de Fafe e próximas do edifício da academia de música.

1.2.2 - Os alunos

Desde que iniciei o meu percurso como professor de Formação Musical já lecionei na academia todos os anos desde o 1º grau (5º ano) até ao 8º grau (12º ano). No ano letivo 2013/2014, ano de realização do estágio, fui professor de Formação Musical das seguintes

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12 turmas: 5º ano (5º A); 6º ano (6º D); 7º ano (7º D); 8º ano (8º A e 8º B); 9º ano (9º A, 9º B e 9º D) e uma turma do 12º ano (12º G), num total de 9 turmas. Importante referir que, com exceção para a turma do 12º ano (4 alunos), as outras turmas com que trabalhei tinham na escola regular em média cerca de 28 alunos cada. Na academia de música, para possibilitar a realização de um trabalho mais individualizado com os alunos na disciplina de Formação Musical, cada uma das turmas acima referida, à exceção do 12º G, desdobrou-se em duas com cerca de 14 alunos cada. Assim, no mesmo horário escolar, eu leciono a uma parte da turma e a minha colega de Formação Musical leciona à outra parte da turma. É realizado um trabalho em parceria no que diz respeito à planificação das aulas e de outras atividades.

Desempenhei também a função de diretor de turma de todas as turmas que me foram atribuídas, estando responsável pela articulação com as escolas do ensino regular como representante da academia, fazendo parte dos respetivos conselhos de turma, nomeadamente nas reuniões de início do ano letivo, intercalares e de avaliação no final de cada período.

De uma forma geral, as turmas do ensino articulado com que trabalhei obtiveram entre bons e muito bons resultados escolares, tanto nas disciplinas do ensino musical como nas disciplinas da componente geral. Apesar do presente trabalho não estar direcionado para esta temática, na minha opinião o ensino musical promove o sucesso do aluno em todas as disciplinas do currículo escolar ao desenvolver a organização, a adopção de métodos de estudo diários, a capacidade de adaptação do horário às necessidades de estudo, a autodisciplina e a concentração.

Como na Academia de Música José Atalaya as turmas do ensino básico são desdobradas para as aulas de Formação Musical no mesmo horário, ou seja, metade da turma fica com cada um dos professores, só foi possível eu trabalhar, observar e lecionar aulas de outras turmas, do ensino complementar (secundário), pois são turmas pequenas e, portanto, sem necessidade de desdobramento, num horário em que eu estava livre. Então, a turma com a qual eu trabalhei foi o 11º ano (7º grau), composta por três alunos: uma pianista, uma saxofonista e um guitarrista.

No que respeita à componente de Direção Coral, o meu estágio foi efetuado com o Coro de Iniciação, dos 3º e 4º anos, num total de cerca de 40 alunos, e com o Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya, com cerca de 25 elementos.

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1.2.3 - O coro de pais

O Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya nasceu da vontade de melhor integrar os pais dos alunos e fazer com que eles participassem de uma forma regular nas atividades da academia. Desde o início, a possibilidade de participação no coro foi alargada a outras pessoas que, de alguma forma, mesmo não sendo pais de alunos, reconhecem e gostam do trabalho realizado na academia.

O coro de pais surgiu em fevereiro de 2012, estava eu no primeiro ano do Mestrado em Ensino de Música, nas áreas de Formação Musical e de Direção Coral, na Universidade do Minho, com vontade de colocar em prática os conhecimentos que estava a adquirir entretanto, paralelamente à necessidade de vozes adultas para fazerem parte do Coro da Academia. Depois de uma série de ensaios e do primeiro espetáculo, e face à adesão do pais ao projeto, entendi que seria importante continuar a promover o Coro de Pais, como forma de aproximar os pais da vida escolar dos seus filhos, num contexto tão específico como o do ensino vocacional da música. Desde então, começou a fazer sentido que este poderia ser o foco do meu Projeto de Intervenção, realizado no âmbito do Mestrado em Ensino de Música.

O Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya é constituído por cerca de 25 elementos, distribuídos por quatro vozes (sopranos, contraltos, tenores e baixos). Os membros do coro são sobretudo pais de alunos, mas também avós, tios ou outros amigos da academia. Alguns elementos do coro já tiveram os seus filhos no passado a estudar na academia.

Nos concertos do coro de pais alguns alunos da academia, sobretudo do curso secundário de instrumento (flauta, clarinete, guitarra e percussão), participaram mais ativamente acompanhando o coro, procurando-se desta forma construir uma comunidade educativa em que estivessem presentes várias gerações, para as quais a música constitui um importante fator de união que facilita a partilha de experiências.

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14 1.3 - O plano geral de intervenção

1.3.1 - Objetivos

O objetivo principal do meu Projeto de Intervenção foi procurar contribuir para uma maior aproximação dos pais à academia, para que estes pudessem melhor perceber e vivenciar as especificidades e as exigências da aprendizagem da música. Desta forma, poderiam compreender e apoiar melhor os seus filhos no estudo musical. Outros objetivos do plano de intervenção foram tentar melhorar a quantidade e a qualidade da comunicação escola-casa e vice-versa.

1.3.2 - Estratégias

A estratégia principal adotada para procurar atingir os objetivos acima descritos foi a criação e desenvolvimento de um coro de pais na academia, chamado “Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya”. Outras estratégias utilizadas para melhorar a comunicação foram as reuniões com os encarregados de educação e a criação e utilização ao longo do ano letivo da caderneta do aluno adaptada ao ensino musical.

1.3.3 - A metodologia aplicada

Nesta intervenção foi utilizada a metodologia de investigação denominada Investigação–Ação. Esta metodologia permite que a partir de observações e análises efetuadas de uma realidade, possamos estabelecer um plano de atuação prático, com o objetivo de provocar mudanças e resolver problemas dessa mesma realidade. Coutinho (2011) refere que “a Investigação–Acção pode ser descrita como uma família de metodologias de investigação que incluem acção (ou mudança) e investigação (ou compreensão) ao mesmo tempo, utilizando um processo cíclico ou em espiral, que alterna entre acção e reflexão crítica” (p. 313). Kemp (1995) refere também que “o estímulo dado aos professores para que se tornem professores-investigadores é a principal característica da investigação-acção” (p. 20).

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Durante os anos de experiência a lecionar numa escola de ensino vocacional de música tive a oportunidade de verificar que a maioria dos pais estava um pouco distante da academia e alheios à dinâmica do ensino musical, e que esta situação se refletia no acompanhamento escolar dos seus filhos. Apercebi-me desta realidade durante as aulas de formação musical lecionadas na academia e no contacto que fui estabelecendo com os encarregados de educação, sobretudo nas reuniões realizadas no âmbito das minhas direções de turma. Também o facto de assistir regularmente às audições de classe e aos concertos finais de período me permitiu melhor perceber esta problemática.

Esta questão foi abordada e refletida em reuniões com a minha orientadora cooperante na academia, a professora Cristina Cunha, e com os professores supervisores da Universidade do Minho. Assim, chegámos à conclusão que era importante desenvolver uma estratégia para alcançar o objetivo de integrar os pais na vida da academia, permitindo desta forma que estes melhor percebessem as características do ensino musical e consequentemente melhor pudessem ajudar os seus filhos no estudo em casa. Para tentar alcançar esse objetivo foi criado um coro de pais na academia.

O projeto foi planificado de forma a que o coro de pais tivesse aulas/ensaios regularmente. Assim, as aulas/ensaios decorreram ao longo do ano letivo, semanalmente às terças-feiras das 21:00 às 22:30, nas quais os seus elementos, na sua maioria pais ou familiares de alunos da academia, foram aprendendo ou melhorando a sua técnica vocal, ao mesmo tempo que preparavam repertório para uma série de concertos a realizar ao longo do ano letivo. Foram efetuadas reuniões com os encarregados de educação ao longo do ano letivo, uma por cada período, como forma de os aproximar à academia de música e também com o objetivo de melhorar a comunicação escola-casa e vice-versa. Também para tentar melhorar esta comunicação, foi elaborada e utilizada uma caderneta do aluno adaptada ao ensino musical.

Ao longo dos ensaios, dos concertos e das reuniões com os encarregados de educação foram realizadas reflexões com vista a se obter uma melhor perceção do problema. Foram recolhidos dados através da observação e do diálogo com os participantes do coro de pais. No final do ano letivo foram aplicados questionários para conseguir perceber de uma forma mais precisa se os objetivos foram ou não alcançados. Estes questionários foram elaborados de forma a conterem também questões em aberto que permitissem aos alunos e aos pais darem a suas opiniões acerca desta temática.

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16 Nas considerações finais são apresentadas as conclusões e é feita uma reflexão acerca da importância deste projeto no meu desenvolvimento pessoal e profissional.

(33)

CAPÍTULO II - Desenvolvimento e avaliação da intervenção

Ao longo do ano letivo 2013/2014 foram realizadas 12 atividades com o Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya. De seguida, são apresentadas três dessas atividades como representação do trabalho desenvolvido. No final da apresentação destas três atividades é feita uma descrição, ainda que de uma forma muito resumida, das outras 9 atividades planeadas e realizadas com o coro de pais.

2.1 - Planificações e relatórios das atividades mais representativas

2.1.1 - Concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle

O concerto decorreu no dia 07 de dezembro de 2013 no Club Fafense. O programa executado pelo Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya foi composto pelas seguintes obras:

- African Alleluia de Jay Althouse; - Look at the world de John Rutter; - Adiemus de Karl Jenkins.

De seguida são apresentadas as planificações dos ensaios em que cada uma destas três obras foi trabalhada. Para cada uma delas é referida a análise da obra efetuada para preparar o ensaio, os vocalizos utilizados e, de seguida, o relatório contendo uma reflexão de cada ensaio realizado. Por fim, é feito um relatório com uma reflexão referente à apresentação final em concerto destas obras.

(34)

18

Planificação

Turma: Coro de Pais e Amigos da Academia

de Música José Atalaya Data: 17.09.2013 Local: Sala Manoel de Oliveira

Aula N.º 1 Duração: 90’ Horário: 21:00 - 22:30

Sumário: Aquecimento vocal; African Alleluia de Jay Althouse.

Objetivos gerais: desenvolver o gosto pelo canto; desenvolver a musicalidade; preparar repertório para o concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle.

African Alleluia

Jay Althouse

Figura 1 - Extrato da obra African Alleluia de Jay Althouse

(35)

Conteúdos

Objetivos específicos

Estratégias

Tempo

• Aquecimento

físico. • Relaxar e preparar o corpo para cantar; • Desenvolver uma correta

postura para cantar.

• Exercícios de relaxamento dos músculos dos ombros, do pescoço e da face; • Exercícios de estímulo à adopção de uma correta forma de respirar e de

utilizar o diafragma;

• Adopção de uma correta postura para cantar, procurando alinhar os pés com os ombros.

10’

• Aquecimento

vocal. • Desenvolver o aparelho vocal; • Desenvolver o apoio, a

fusão e a afinação vocal.

• Começar com um vocalizo com a boca fechada, por graus conjuntos desde a tónica até à dominante, na forma ascendente e, depois, na forma

descendente. Continuar o exercício subindo de meio em meio-tom;

• Realizar o exercício anterior, agora com as vogais, pela ordem “i”, “e”, “a”, “o” e “u”, procurando uma uniformidade no som do coro através da adoção de uma correta emissão vocal;

• Vocalizo utilizando a palavra “Alleluia”. Descrição do exercício na página 22; • Realizar parte do exercício anterior em staccato para estimular o uso do

diafragma e desenvolver o apoio vocal.

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20 • African Alleluia: - Contexto da obra; - Partitura; - Texto. • Conhecer o contexto da obra e a finalidade do seu estudo;

• Perceber a partitura; • Compreender o significado

do texto em português.

• Explicar o contexto da obra, musical e religioso, e a finalidade de a cantar na época Natalícia;

• Depois de entregar as partituras aos cantores, explicar os sistemas da partitura e os instrumentos e vozes presentes. Identificar cada parte vocal (soprano, contralto, tenor ou baixo);

• Explicar o significado do texto em português.

20’ • African Alleluia cc. 9 -17. • Aprender a música, desenvolver a memória musical, a audição interior e a “leitura” de partituras.

• O professor canta a voz do soprano dos compassos 9 ao 17 e os sopranos do coro cantam por imitação, procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Utilizar, por vezes, o piano para tocar a melodia. Proceder de igual modo para os contraltos e tenores;

• Enquanto que o professor toca o acompanhamento no piano, as três vozes ensaiadas cantam em conjunto. Corrigir o ritmo, a afinação e a dicção.

20’ • African Alleluia cc. 19 -27. • Aprender a música, desenvolver a memória musical, a audição interior e a “leitura” de partituras.

• O professor canta a voz do baixo dos compasso 19 ao 27 e estes cantam por imitação, procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Utilizar, por vezes, o piano para tocar a melodia;

• Enquanto que o professor toca o acompanhamento no piano, as quatro vozes ensaiadas cantam em conjunto.

20’

(37)

Análise da obra African Alleluia

A obra African Alleluia foi composta por Jay Althouse e publicada no ano de 2007. Jay Althouse, nascido em 1951, é um compositor norte-americano com mais de 600 obras corais editadas para coros de todos os níveis, e coautor do The Complete Choral Warm-up Book que eu utilizei por diversas vezes como fonte para alguns dos vocalizos usados ao longo do ano letivo no início dos ensaios (Alfred Music, 2013).

African Alleluia é uma obra coral a quatro vozes (S.A.T.B.) com acompanhamento de piano, de bongó e de “hand drum”. É uma obra nas tonalidades de Ré Maior e Mib Maior (começa em Ré Maior e modula no compasso n.º 62 para Mib Maior) num estilo africano, com muito ritmo e energia. O texto em inglês gira à volta da frase “sing alleluia” que em português significa “canta aleluia”, e conta com a sonoridade característica da consonante “s” em “sing” e das vogais “a”, “e”, “u”, “i” em “alleluia” que a tornam numa palavra com muita cor e que constitui um bom exercício para a colocação da voz. Assim, penso que o autor ao escolher o texto, para além do seu carácter temático e religioso, teve em conta aspetos pedagógicos, pois Jay Althouse é um importante pedagogo para o ensino da música vocal, particularmente no que diz respeito à música coral.

As vozes soprano, contralto e tenor têm muitas vezes ao longo da peça, como nos compassos 9-27, o mesmo ritmo e texto. Quanto à voz do baixo, do compasso n.º 20 até ao compasso n.º 27, ela apenas se diferencia das outras ritmicamente no início de cada uma das frases, fazendo melodicamente um salto de dominante – tónica. Estas características do ritmo e do texto facilitam a aprendizagem das diferentes vozes e a sua posterior junção. Por vezes, como nos compassos 28-37, as vozes agrupam-se em femininas (soprano e contralto) e masculinas (tenor e baixo) para darem um contraste de sonoridades numa frase do tipo “pergunta - resposta”. Depois de uma secção diferente (do compasso n.º 52 ao compasso n.º 69) a peça, agora em Mib Maior, volta ao tema inicial e termina com uma pequena coda do compasso n.º 110 até ao compasso n.º 121.

(38)

22 Descrição de exercícios

Vocalizo utilizando a palavra “Alleluia”, muito utilizada no texto da obra, para trabalhar o fraseado, a dicção e a afinação.

Figura 2 - Vocalizo de Lois Fiftal: The Choral Warm-Up Collection

Relatório da aula n.º 1

Durante o aquecimento físico os pais acharam divertido os exercícios de relaxamento e respiratórios, o que levou a que ficassem bem dispostos, ativos e melhor preparados para cantar. Durante os vocalizos foi necessário demonstrar e corrigir a forma de abertura da boca para a formação das diferentes vogais, de forma a facilitar a produção de um som uniforme que promovesse a fusão entre as diferentes vozes.

Após a entrega da partitura, foi necessário orientar alguns cantores na identificação das diferentes vozes e instrumentos nela presentes. Alguns recorreram a um marcador para assinalarem a sua voz na partitura. Esta parte do ensaio demorou um pouco mais de tempo em relação ao que estava previsto. De referir que alguns pais colaboraram na tradução do texto e na sua pronúncia em inglês, pondo em prática as suas aptidões e capacidades ao serviço do grupo.

Em geral, os cantores aprenderam com facilidade as suas partes, sendo no final do ensaio apenas necessário eu acompanhar o coro tocando a harmonia no piano. Nos compassos 19 a 27 foi apenas necessário reforçar a linha do baixo, tocando-a no piano, para que estes cantores estivessem mais seguros. As partes em comum da peça, como o ritmo igual entres as diferentes vozes e a modulação de Ré Maior para Mib Maior que manteve o ritmo e a linha melódica, vieram a facilitar o sua aprendizagem. Uma dificuldade que surgiu durante o ensaio desta peça foi na entrada dos contraltos no compasso n.º 52 (no quarto tempo do compasso e uma 5ª perfeita acima dos tenores) e na entrada dos sopranos no

(39)

compasso n.º 62 ( no segundo tempo do compasso e uma 8ª perfeita acima dos tenores). Assim, foi necessário trabalhar com o coro cada uma das vozes em separado e explicar melhor o gesto do compasso quaternário. Aconselhei os elementos do coro para que estivessem atentos à minha direção, pois eu daria a entrada a cada uma das vozes. Para o ensaio desta secção foi necessário mais tempo que o inicialmente previsto.

A planificação acima apresentada é exemplificativa do ensaio desta peça, abordando os primeiros 27 compassos (onde surge o tema principal). O restante da obra, do compasso n.º 28 até ao compasso n.º 121, foi ensaiada de forma semelhante nos seguintes dias: 01.10.2013; 15.10.2013; 05.11.2013 e 12.11.2013. Foi realizado um ensaio geral no dia 03.12.2013. O concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle decorreu no dia 07.12.2013.

(40)

24

Planificação

Turma: Coro de Pais e Amigos da Academia

de Música José Atalaya Data: 22.10.2013 Local: Sala Manoel de Oliveira

Aula N.º 2 Duração: 90’ Horário: 21:00 - 22:30

Sumário: Aquecimento vocal; Look at the world de John Rutter.

Objetivos gerais: desenvolver o gosto pelo canto; conhecer repertório novo; preparar repertório para o concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle.

Look at the world

John Rutter

Figura 3 - Extrato da obra Look at the world de John Rutter

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Conteúdos

Objetivos específicos

Estratégias

Tempo

• Aquecimento

físico. • Relaxar e preparar o corpo para cantar; • Desenvolver uma correta

postura para cantar; • Desenvolver um correto

uso da respiração ao cantar.

• Exercícios de relaxamento dos músculos dos ombros, do pescoço e da face; • Exercícios de alongamento para promover uma correta postura;

• Exercício respiratório: os cantores inspiraram devagar ao mesmo tempo que levantam os braços; com os braços na horizontal sustêm a respiração e de seguida expiram devagar e de forma controlada ao mesmo tempo que baixam os braços.

10’

• Aquecimento

vocal. • Desenvolver a audição; • Desenvolver a colocação da voz;

• Desenvolver o apoio, a fusão e a afinação vocal.

• Começar com um vocalizo livre, com a boca fechada, no qual o maestro com as mãos pede ao coro diferentes sons em altura, dinâmica e articulação;

• Vocalizo utilizando as sílaba “Vee” “Vay” e “Vah”. Descrição do exercício na página 27.

• Realizar o vocalizo anterior agora em staccato.

15’ • Contexto da obra; • Partitura; • Texto. • Conhecer o contexto da obra e os objetivos a atingir; • Perceber a partitura; • Perceber o significado do texto em português.

• Contextualizar a obra e o seu compositor;

• Depois de entregar as partituras aos cantores, explicar os sistemas da partitura, o instrumento e as vozes presentes. Identificar as partes vocais (soprano, contralto, tenor ou baixo);

• Explicar o significado do texto em português.

(42)

26 • Look at the

world • Aprender o texto. • Estrofe a estrofe, os cantores aprendem o texto, imitando o professor. Ter especial atenção à dicção e à pronúncia. 15’

• Look at the world cc. 9 -24.

• Aprender a música, desenvolver a memória musical, a audição interior e a “leitura” de partituras.

• O professor canta a voz do soprano dos compasso 9 ao 24, por frases, e os sopranos do coro cantam por imitação, procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Utilizar, por vezes, o piano para tocar a melodia. 10’ • Look at the world cc. 25 -39. • Aprender a música, desenvolver a memória musical, a audição interior e a “leitura” de partituras.

• O professor canta a voz do baixo dos compasso 25 ao 39, por frases, e os baixos cantam por imitação, procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Utilizar, por vezes, o piano para tocar a melodia. Proceder de igual modo para as restantes vozes, tenor, contralto e soprano; • Cantar o refrão a quatro vozes com acompanhamento ao piano.

30’

(43)

Análise da obra Look at the world

A obra Look at the world foi composta por John Rutter e editada em 1996. John Rutter nasceu em 1945 e é um compositor inglês que estudou música no Clare College em Cambridge. Durante a sua carreira como compositor escreveu obras corais, orquestrais e instrumentais, um concerto para piano, duas óperas para crianças, música para televisão, entre outras. Formou o coro “Cambridge Singers”, com o qual gravou grande parte das suas obras (John Rutter, 2015).

Look at the world é uma obra coral a quatro vozes (S.A.T.B.) com acompanhamento de piano, ou opcionalmente de uma orquestra de câmara. É uma obra em que as estrofes e o refrão vão alternando e onde existem várias modulações, começando em Dó Maior, passando por Si Maior e terminando em Ré Maior. As vozes que cantam as estrofes vão mudando ao longo da obra, trazendo-lhe uma certa variedade.

Descrição de exercícios

Vocalizo utilizando as sílabas “Vee” “Vay” e “Vah”, para colocar corretamente a vogal “a”. A parte superior do corpo e as mãos inclinam-se para a frente na nota mais aguda.

Figura 4 - Vocalizo de Henry Leck: Vocal Techniques For The Young Singer

...

v

c. Vocal ise for vowel consistency and buoyancy of tone.

(Hands above head rotating in outward circles.)

v

Be ne die tlls,

-'- -*

" - "

De fie dIe· tus.

tl I

r ·

f"

OJr· ....

r

)[u--r.

)

I I

r '

... #. f T I

Yd. Vocalise to promote "lift" and fonvard "A" vowel.

(Upper body and hands tilt forward on highest pitch.)

;J

...

I

,v

-

-

.&. "-'.&.

...J ... - " ' ; - 9

Vee vay yah vee_ vay_ vah vee__ vay__ vah

Jl II -J

-41- -a-- .y 41- -.J -9

r

r

-9 J J I :

{I

"

Vee

Modified "slinky" exercise to promote openness and

evenness of registers. (Hands open on highest pitch.)

,...-

,...-f\ ,-.;

...

y Py Mee yah fl

{

-.:J

-

11!''t:t'

...

...

, 11 ,&.J - c.-mee yah_ _, fl

{

J%"#

Itt::

_=-_1-Vf.

Vocalise to keep the resonance forward and extend the head register down. (Index finger horizontal below nose. The other

hand rotating outward in a circular motion near the head.)

II

T T

...;

noh_ _ _ _ __

Noh noh nob noh

tl

tJ

I

T'f

v

-,-4.

r

fl

noh floh nob nOLLh_ _ _ __

I

L , h,.,

(44)

28 Relatório da aula n.º 2

Foi necessário motivar os cantores para respirarem corretamente, pois isso influencia muito o resultado obtido ao nível do legato e da afinação, aspetos muito importantes na execução desta peça. Pedi para fazerem um movimento horizontal com um dos braços, por forma a estimular o apoio e conseguir uma articulação em legato, pois verifiquei que estavam a separar muito as diferentes sílabas e palavras. Este procedimento resultou bem numa primeira fase, mas foi necessário relembrar esta questão do apoio e do legato mais tarde ao longo do ensaio.

Alguns cantores tiveram alguma dificuldade com a pronúncia de certas palavras em inglês. Pedi a colaboração de um elemento do coro que é professora de inglês na tradução e pronúncia do texto, o que se veio a revelar muito útil e eficaz. De qualquer forma, aconselhei todos a ouvirem a gravação do coro Cambridge Singers para trabalharem a pronúncia em casa.

A planificação acima apresentada é exemplificativa do ensaio desta peça, do início até ao compasso n.º 39, que foi ainda ensaiada de forma similar no dia 05.11.2013. Como o refrão da peça se vai mantendo semelhante (só muda de tonalidade) e como as estrofes são a uma voz (o que permite o seu estudo em casa utilizando uma gravação) a sua aprendizagem foi bastante rápida. Foi realizado um ensaio geral no dia 03.12.2013. Como já foi referido, o concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle decorreu no dia 07.12.2013.

(45)

29

Planificação

Turma: Coro de Pais e Amigos da Academia de

Música José Atalaya Data: 29.10.2013 Local: Sala Manoel de Oliveira

Aula N.º 3 Duração: 90’ Horário: 21:00 - 22:30

Sumário: Aquecimento vocal; Adiemus de Karl Jenkins.

Objetivos gerais: desenvolver o gosto pelo canto; conhecer repertório novo; preparar repertório para o concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle.

Adiemus

Karl Jenkins

(46)

30

Conteúdos

Objetivos específicos

Estratégias

Tempo

• Aquecimento

físico. • Relaxar e preparar o corpo para cantar; • Desenvolver uma correta

postura para cantar; • Desenvolver um correto

uso da respiração ao cantar.

• Exercícios de relaxamento e alongamento muscular; • Exercícios respiratórios.

10’

• Aquecimento

vocal. • Desenvolver a colocação da voz; • Desenvolver a fusão e a

afinação vocal.

• Começar com um vocalizo livre, com a boca fechada, no qual o maestro com as mãos pede ao coro diferentes sons em altura, dinâmica e articulação;

• Vocalizo em graus conjuntos, na forma ascendente e descendente, utilizando diferentes vogais. Descrição do exercício na página 32.

15’

• Contexto da

obra. • Conhecer o contexto da obra. • Contextualizar a obra e o seu compositor. 10’

• Adiemus cc.

1-12. • Desenvolver a memória; • Desenvolver a afinação;

• Sem terem ainda acesso à partitura, os sopranos e os contraltos aprendem a música por imitação;

• O professor acompanha tocando a harmonia no piano.

(47)

• Partitura; • Texto.

• Perceber a partitura; • Compreender o texto.

• Depois de entregar as partituras aos cantores, explicar os sistemas da partitura, os instrumentos e as vozes presentes. Identificar a parte de cada voz (soprano, contralto, tenor ou baixo);

• Explicar o significado do texto.

10’

• Adiemus cc.

12-23. • Aprender a música, desenvolver a memória musical, a audição interior e a “leitura” de partituras.

• Os sopranos do coro cantam por imitação, seguindo o professor, procurando reconhecer a melodia na partitura e tentando memorizá-la. Proceder de igual modo para as outras vozes;

• Os tenores e os baixos cantam a parte do contralto 2 (oitavar se necessário); • Utilizar, sempre que necessário, o piano para tocar a melodia e/ou a

harmonia.

30’

(48)

32 Análise da obra Adiemus

Adiemus é o primeiro andamento de uma obra maior intitulada Songs of Sanctuary, composta por Karl Jenkins e publicada em 1995. Karl Jenkins nasceu em 1944 e é um compositor galês que estudou música clássica na University of Wales em Cardiff e na Royal Academy of Music em Londres e que se tem dedicado a compor obras corais e instrumentais, uma parte delas destinadas a anúncios publicitários. Adiemus, que foi o seu primeiro grande sucesso, foi uma composição elaborada para um anúncio de uma companhia de aviação norte-americana, a Delta Airlines (Boosey & Hawkes, 2015).

Adiemus combina um estilo de composição de tradição clássica com a utilização de sons vocais étnicos que sugerem uma sonoridade característica de algumas músicas do mundo. É uma obra que utiliza muita percussão e uma linguagem inventada, não tendo o seu “texto” qualquer significado e constituindo uma espécie de vocalizo. Segundo o autor, para estimular o som “tribal” os cantores devem utilizar uma dinâmica forte e procurar uma sonoridade sem utilizar o vibrato.

Descrição de exercícios

Vocalizo em graus conjuntos, nas formas ascendente e descendente, para trabalhar a respiração, o apoio vocal e a correta colocação da vogal “a”.

(49)

Relatório da aula n.º 3

Os elementos do coro de pais gostaram muito da sonoridade desta música e do seu texto.

Foi necessário dividir os sopranos em alguns momentos para cantarem alguns apontamentos para soprano 1 que surgem ao longo da música. Os homens, por seu lado, conseguiram cantar a parte do contralto 2 sem dificuldades, excepto no compasso 21 onde foi necessário oitavar o fá (de fá3 para fá2).

Esta planificação foi idealizada para o ensaio desta peça desde o seu início até ao compasso n.º 23. O resto da peça foi ainda ensaiada, de forma semelhante, no dia 12.11.2013. Como do compasso n.º 24 até ao compasso n.º 44 a peça se vai basicamente repetindo, existindo apenas para ser ensaiado de novo uma “coda” final, do compasso n.º 45 até ao compasso n.º 55, a sua aprendizagem foi possível nos ensaios previstos. Foi realizado ainda um ensaio geral no dia 03.12.2013 onde foi estudada esta peça, em conjunto com as peças das aulas anteriores, como forma de preparação para o concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle que decorreu no dia 07.12.2013.

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34 Relatório do concerto de homenagem à poetisa fafense Soledade Summavielle

O concerto inseriu-se numa tertúlia literária que decorreu em Fafe no Club Fafense, no dia 7 de dezembro de 2013, pelas 21:30 e contou com a participação do Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya e de alguns alunos (flauta transversal, percussão e trio de clarinetes). O coro atuou a encerrar o espetáculo com as peças African Alleluia de Jay Althouse, Look at the world de John Rutter e Adiemus de Karl Jenkins.

Apesar deste concerto não envolver o coro dos alunos, contou com a presença de muitos deles a assistir, na sua maioria filhos de elementos do coro de pais, e alguns a acompanhar o coro. Assim, a primeira peça interpretada, African Alleluia, contou com a participação de um aluno da academia na percussão e a terceira peça, Adiemus, contou com a participação de uma ex-aluna da academia na flauta transversal e de um aluno da academia na percussão. Todas as três peças tiveram acompanhamento ao piano de um professor da academia de música. No decorrer do espetáculo, atuou também um trio de clarinetes, alunos da minha turma do 12º ano.

Depois de alguma ansiedade antes de começar a atuação, na minha opinião o coro esteve muito bem ao nível da interpretação das obras apresentadas. Também pelas reacções no final do concerto, fiquei com a impressão que os alunos que estiveram a assistir gostaram de ver os seus pais a atuar.

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2.1.2 - Concerto de Ano Novo

O concerto decorreu no dia 17 de janeiro de 2014 no Teatro-Cinema de Fafe. O programa executado pelo Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya foi composto pelas seguintes obras:

- Hoje na Terra de C. Gabaráin; - Noite Serena de Delfina Figueiredo; - Jesus Já Nasceu de Delfina Figueiredo; - African Alleluia de J. Althouse.

De seguida são apresentadas as planificações dos ensaios em que cada uma destas três obras foi trabalhada (a obra African Alleluia de J. Althouse já estava ensaiada anteriormente). Para cada uma delas é referida a análise da obra efetuada para preparar o ensaio, os vocalizos utilizados e, de seguida, o relatório contendo uma reflexão do ensaio realizado. Por fim, é feito um relatório com uma reflexão referente à apresentação final em concerto destas obras.

Imagem

Figura 2 - Vocalizo de Lois Fiftal:  The Choral Warm-Up Collection
Figura 4 - Vocalizo de Henry Leck:  Vocal Techniques For The Young Singer
Figura 6 - Vocalizo de Raymond Sprague:  The Choral Warm-Up Collection
Figura 10 - Vocalizo de Robinson & Althouse:  The Complete Choral Warm-Up Book
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Referências

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