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ENSINO DA GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE - saberes & práticas

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Academic year: 2020

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DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA DO COLÉGIO PEDRO II – RIO DE JANEIRO

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ENSINO DA GEOGRAFIA E MEIO AMBIENTE Saberes & Práticas

Marco Polo Leal Pires1

Resumo: A pesquisa investiga as possibilidades de interlocução entre o Ensino da Geografia e a temática ambiental em turmas do Ensino Médio do Colégio Pedro II, da Unidade Humaitá II, tendo como referência uma tríade, qual seja: conteúdo programático, prática docente e livro didático. Sendo assim, o objetivo reside em mostrar como os alunos compreendem e se utilizam da aprendizagem sobre questões relativas ao meio ambiente, a fim de construir ações afirmativas que ajudem a minimizar os efeitos da crise socioambiental.

Palavras chave: ensino de geografia; meio ambiente; prática docente; livro didático.

Abstract: The research investigates the possibilities of dialogue between Geography’s teaching and environmental issues in classes of high school at Colegio Pedro II, Unidade Humaita II, with reference to a triad, just as: curriculum, teaching practice and textbook. In doing so, the aim is to show how students understand and use learning about issues concerning the environment, in order to construct affirmative actions to help minimize the effects of socio-environmental crisis.

Key words: Geography’s teaching; environmental; teaching practice; textbook.

“Educar é impregnar de sentido às práticas, os atos cotidianos. Portanto, a competência do educador tem uma dimensão ética ( ). O desenvolvimento sustentável tem um componente educativo formidável: a preservação do meio ambiente depende de uma consciência ecológica, e a formação da consciência da educação.”

(Adaptado de GADOTTI, Moacir. Cidadania planetária: pontos para reflexão. In: Perspectivas atuais da Educação. Porto Alegre: Artmed, 2000, p. 79-80.)

Muito se tem refletido a respeito das novas perspectivas da educação nacional como um todo, suas necessidades e as possíveis soluções para os problemas mais prementes.

1 Professor e Coordenador Pedagógico de Geografia da Unidade Escolar Humaitá II do Colégio Pedro II.

Mestrando em Educação na Universidad Americana/Paraguai. Especialista em Educação - Problemas no desempenho escolar -, pelo Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação (IBMR). Licenciado e Bacharel em Geografia pela UERJ.

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Enquanto instrumento por excelência de formação e desenvolvimento humanos, a educação, na “era da globalização”2, está sendo revista quanto aos seus métodos, práticas e objetivos.

O fazer pedagógico, nesse sentido, tem um papel a cumprir, principalmente quando consideramos, de um lado, a crise das referências clássicas da objetividade científica, e, de outro, as novas tecnologias de informação e comunicação, desde a segunda metade do século XX; o que atingiu, sobremaneira, os modos como se pensa, produz e transmite o saber, bem como a posição dos docentes e discentes nas instituições de ensino.

Não há dúvida que as disponibilidades temporais e os deslocamentos espaciais estão sendo alterados pelo ritmo veloz e pelo impacto irreversível dessas novas tecnologias nas relações sociais do homem consigo mesmo, com o “outro” e com o meio ambiente.

Um dos dilemas da educação escolar está, inegavelmente, na compartimentação dos saberes construída pela cultura ocidental. Tal paradigma reforçou, dentre outros aspectos, a (suposta) existência de um homem racional apartado da natureza que, ao invés de com ela interagir, coisificou-a em nome da ideologia do progresso e da felicidade universal. E, por isso, esse mesmo homem - que se imaginou dotado de uma razão imutável através dos tempos -, está sendo hoje confrontado com o pesadelo da crise ambiental a ameaçar a existência da própria vida. Do mesmo modo, legitimou uma dada maneira do aluno olhar e apre(e)nder o conhecimento dentro da disposição segmentada das disciplinas e/ou da divisão por grandes áreas; o que impede, na maioria das vezes, a interlocução entre as mesmas. Esse fato, coligado a uma dinâmica político-cultural que respalda a lógica anárquica do mercado em tempos neoliberais, dificulta tanto a elaboração pelo aluno de uma visão holística dos

2 Sobre a questão da globalização e, a ela ligada, as transformações das identidades, ver HALL, Stuart.

Globalização. In: __________. A identidade na pós-modernidade. 6 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 67-76.

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saberes escolares quanto a formulação de ações afirmativas que possam mitigar esse pesadelo socioambiental.

Vivemos, hoje, em um mundo marcado pelas incertezas. As transformações abruptas nos modos de viver, trabalhar, produzir, sentir, pensar e ensinar-aprender exigem adaptações, novas práticas socioculturais e comportamentos diferentes. O homem precisa refazer os campos do conhecimento de modo transdisciplinar3 e interdisciplinar4, e reconstruir a sua

capacidade de problematizar e contextualizar o particular dentro do global; a diversidade dentro da unidade e as identidades individuais e coletivas sob o viés multiculturalista.

Os alunos, frutos dessa realidade sociocultural, mudaram e, por isso, tendem a se afastar cada vez mais da sala de aula ou senão desmotivam-se frente a tradicionais práticas didático-pedagógicas ainda vigentes em muitas escolas. Por seu turno, questionar tais práticas não implica em invalidar as aulas expositivas – legítimas e necessárias no ato educativo quando, por caminhos diversos, instigam o pensamento crítico e/ou a reflexão dos jovens por meio da atuação do professor –, nem superdimensionar o uso das novas tecnologias e/ou de outros recursos, a exemplo de filmes, sejam documentários ou não, uma vez que estes, quando não articulados à discussão de temas pertinentes relacionados às disciplinas ou áreas, podem, às avessas, resultar em mera informação ou se constituir em um passatempo para os alunos.

Por isso mesmo, a nossa proposta de trabalho encontra-se respaldada pelos vínculos – explícitos ou não – entre “saberes” e “fazeres” que precisam levar em conta o

3 Importa mencionar, à guisa de introdução, que transdisciplinar é um conceito que defende a unidade do

conhecimento dentro das diversidades das disciplinas, ou seja, busca um pensamento que permeia e atravessa as diversas áreas do saber, sem reduzi-las a algo único. Cf. UNESCO. I Congresso Mundial de Transdisciplinaridade. Carta da transdisciplinaridade. Arrábida/Portugal, 1994. Ver também HERNÁNDEZ, Fernando. Repensar a função da escola. In: Revista Pátio. Porto Alegre: Artes Médicas, n. 6, ano 2, agost./out.,1998, p. 27-31.

4 A interdisciplinariedade é vista como um requisito prévio para a geografia ensinada, no que tange ao

enriquecimento dos conteúdos e à criação de novas possibilidades de reflexão; ao invés de um fim em si mesmo. Exemplo: geografia e meio ambiente.

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redimensionamento das noções de temporalidade e espacialidade, e a elas coligada, a complexa questão da sustentabilidade.

Tendo como referência o nexo entre a construção do conhecimento e a prática sociocultural5, a questão básica reside em investigar como acontece o entendimento e a

utilização da temática ambiental por parte dos alunos do Ensino Médio, no âmbito do ensino-aprendizagem da Geografia, a partir do livro didático Geografia – ensino médio (2008) adotado pela referida instituição pública federal6; por seu turno respaldado pelos textos legais, quais

sejam: a Lei nº 9394/967 e os Parâmetros Curriculares Nacionais/Ciências Humanas e suas

Tecnologias8.

A par de tais considerações, o problema da pesquisa traduz-se na seguinte indagação: Como o ensino-aprendizagem da Geografia – articulando práxis docente e conteúdos do livro didático –, permite aos alunos de turmas do Ensino Médio, nos turnos da manhã e tarde, do Colégio Pedro II/Unidade Humaitá II, dentro do biênio letivo 2010-2011, apre(e)nder e se apropriar de questões relativas à crise socioambiental, a fim de construir ações afirmativas capazes de ajudar a minimizá-la, que transcendam as competências profissionais e as demandas do mundo do trabalho?

5 Sobre essa questão, baseamo-nos em: AZEVEDO, José Clóvis de. Novos paradigmas e a formação dos educadores.

Porto Alegre: Artes Médicas, n 17, ano V, mai/jul 2001, p. 51-3.

6 Informa-se que esse livro didático, segundo as diretrizes do Programa Nacional do Livro Didático para o

Ensino Médio (doravante PNLEM) foi adotado durante três anos (2009-2011) por essa instituição federal de ensino, o que dá suporte para a investigação ora proposta. O PNLEM encontra-se vinculado à Secretaria de Educação Básica e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do Ministério da Educação e do Desporto (MEC).

7 BRASIL. SENADO FEDERAL. Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: Cegraf, 1997. 8 À guisa de informação: BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Parecer nº 3/98.

Diretrizes curriculares para o Ensino Médio. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb03_98.pdf. Acesso em: 10 de abril 2011. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf Acesso em: 21 de nov. 2011.

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Utilizamos uma parábola de Papert9 para justificar a escolha do tema da pesquisa,

quando ele propõe imaginar um grupo de viajantes do tempo – cirurgiões e professores - de um século anterior que estavam ansiosos para descobrir o que havia mudado em sua profissão a cem anos ou mais no futuro. O túnel do tempo levou o grupo a desembarcar em seus respectivos ambientes de trabalho. Os cirurgiões, assim supomos, ficariam surpresos com suas salas repletas de novos aparelhos e tecnologias modernas; mas não poderiam usar seus antigos saberes já bastante obsoletos diante dos novos médicos, todos demonstrando um, senão total, pelo menos parcial, domínio de suas ferramentas e métodos de trabalho pari passu ao desenvolvimento da ciência médica. O grupo de professores, ao contrário, veria certas mudanças na sala de aula, porém poderia perceber quase todas as finalidades didáticas, conseguiria lidar com alguns objetos estranhos e conduzir a classe dentro daquela liturgia há muito internalizada. Isto denota um certo descompasso da instituição escolar frente às mudanças históricas em suas dimensões econômicas, tecnológicas e socioculturais, apontando as dificuldades de renovação.

Se muitas atividades humanas foram revolucionadas, não ocorreram na escola mudanças comparáveis nas bases do ensino-aprendizagem, fazendo-nos constatar e vivenciar menos alterações substanciais e mais permanências na educação escolar ainda vigente no Brasil e, particularizando, na cidade do Rio de Janeiro, onde se localiza o Colégio Pedro II. Justifica-se, então, a escolha do Rio de Janeiro como espaço da pesquisa – antigo locus do poder da República brasileira até 1960 quando da transferência da capital para Brasília. Os pronunciamentos de educadores daqui partiam e para o Brasil voltavam-se. O Rio de Janeiro, para além da localização geográfica do Colégio Pedro II, foi, durante séculos, o

9 PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: Artes Médicas,

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centro político-burocrático e a capital cultural do país, demonstrando que entre ações de professores e alunos, no encontro de temporalidades diversas, há uma história a contar.

Unindo a reflexão da parábola ao objeto de estudo proposto, indaga-se como seria possível ressignificar o conhecimento para a esfera da produção e da problematização da própria vida, estimulando a capacidade do aluno de refletir sobre as experiências do cotidiano e dos sentidos nela expressos. Porquanto o conhecimento organizado em disciplinas, que dificilmente dialogam entre si, dificulta as operações de pensamento, retirando daquele aluno a possibilidade de integrá-lo e descobrir a aplicabilidade dele na condução da vida.

Tais premissas devem ser – assim entendemos – simultaneamente ponto de partida e de chegada de qualquer processo de investigação dos métodos e práticas didáticopedagógicas que envolvem o cotidiano da sala de aula, bem como do trabalho docente e das múltiplas relações entre educador e educandos.

Frente às transformações históricas, o papel da instituição escolar precisa, efetivamente, se modificar, fazendo com que o indivíduo esteja aberto ao aprendizado, ao mesmo tempo em que o conhecimento não é mais algo pronto, deixando de ser

responsabilidade exclusiva da escola e seguindo pela vida afora, principalmente no que diz respeito à utilização do mesmo na construção de uma sociedade justa, fraterna e autossustentável.

Um dos debates da contemporaneidade reside, sem sombra de dúvida, na necessidade dos homens (con)viverem de maneira crítica na realidade planetária, com ênfase na recriação dos vínculos homem-natureza. Porém, para vencer tais desafios, a organização do saber precisa, também, ser revista de forma a permitir a apreensão pelo aluno da vida e do conhecimento sobre ela, conseguindo articular tanto a compreensão particular dos fenômenos quanto suas relações globais.

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São muitos os desafios que se colocam para a educação do século XXI no âmbito do ensino-aprendizagem, dentre os quais merece destaque as alterações na estrutura dos conhecimentos e, principalmente, a exigência de defender novas orientações para os conteúdos a serem ensinados, ao mesmo tempo em que novas perspectivas devem ser adotadas para instigar nos alunos o pensamento crítico e a autonomia.

A instituição escolar privilegiou uma maneira de ensinar com base em conceitos, informações, caracterizações e/ou acontecimentos, que são pré-determinados, em última instância, segundo as representações dos setores hegemônicos da classe dominante; et pour

cause, “silenciou”10 os alunos para a formação da crítica positiva e da percepção de seu lugar

como sujeitos históricos. Vale ressaltar o lugar do livro didático, qual seja, o de assumir uma função relevante na reprodução da vida social quando define, de uma forma compartimentada, quais e como os conteúdos devem ser apreendidos e estudados (e aqueles que, a contrapelo, omitidos). Dessa forma, uma dada visão de mundo, de homem e de natureza passa a compor, no interdito e/ou no não-dito, a estrutura do livro didático.

Menciona-se, nesse contexto, a ampliação da noção de material didático a partir de uma dupla dimensão, qual seja: de um lado, os suportes informativos voltados especificamente para a escola, como atlas, textos sobre conteúdos diversos, software, vídeos educativos, dentre outros; e, de outro, os documentos, aos que se referem textos escritos e imagéticos que foram apropriados pelo professor para fins de ensino-aprendizagem, dentro do qual se insere, obviamente, o livro didático.

Nesse sentido, é indispensável que a sala de aula se transforme em um lugar de troca de ideias e de recriação do conhecimento humano. Os alunos devem (e precisam), na

10 Sobre essa colocação articulada à ideia da “escola do silêncio”, ver FAZENDA, Ivani Catarina A.

Dificuldades comuns entre os que pesquisam educação. In: ____________. (org.). Metodologia da pesquisa

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condição de sujeitos históricos, serem capazes de se inserir crítica e eticamente, nos contextos local/regional/nacional/global, bem como enfrentar os desafios da contemporaneidade, dentre os quais se destaca a temática ambiental, à luz das contribuições da ecopedagogia11

que intenta articular teoria e práxis.

A ecopedagogia – enquanto movimento transformador acionado por força da crise socioambiental – pode apontar caminhos capazes de dinamizar o ensino-aprendizagem, sensibilizar educandos para novas formas de construção do conhecimento e incorporar as questões do meio ambiente ao processo educativo, tendo em vista o exercício consciente da cidadania.

Assim sendo, justifica-se a inserção da ecopedagogia como um dos pilares conceituais da pesquisa, na medida em que fundamenta a investigação sobre o ensino da Geografia, em turmas do Ensino Médio da Unidade Humaitá II do Colégio Pedro II, com ênfase nas questões ambientais, a partir de um diálogo entre saberes e práticas. Em suma: a discussão da temática ambiental passa a ser concebida, nesse trabalho, como espaço socioeducativo. Na condição de professor do Colégio Pedro II, em turmas do Ensino Médio, a pesquisa é, também, um estudo de caso, uma vez que oferece uma alternativa de tratamento ao objeto de investigação, quando possibilita um contato direto do pesquisador com a situação e as pessoas e/ou grupos selecionados, bem diferente das dimensões de uma biblioteca ou um laboratório. O pesquisador não fica fora da realidade que pretende pesquisar e não se coloca à margem das questões às quais manifesta o desejo12 de captar seus

significados e compreendê-los. A partir da técnica do questionário, além das vivências junto aos alunos, o pesquisador coleta, acumula e analisa dados empíricos e/ou informações que

11 Sobre esse tema, baseamo-nos em GADOTTI, Moacir. Ecopedagogia e educação para a sustentabilidade. In:

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são confrontados com a abordagem teórica e elabora um quadro configurativo da realidade sociocultural a ser estudada.

Tendo como referência as considerações acima, o universo da pesquisa circunscrevese ao espaço institucional do Colégio Pedro II, Unidade Humaitá II, assim como selecionou como população-alvo os alunos do Ensino Médio, dos turnos da manhã e tarde, que cursaram o 1º ano do Ensino Médio no biênio letivo 2010-2011.

12 O uso da expressão desejo, entendido no campo do imaginário/simbólico, está de acordo com os referenciais

de CHAUÍ, Marilena. Laços do desejo. NOVAES, Adauto (org.). O desejo. 7 reimp. São Paulo: Cia das Letras, 2006, p.19-66.

Como o tema “Meio Ambiente” é definido como conteúdo a ser ensinado no 1º ano do Ensino Médio, de acordo com o programa do Departamento de Geografia da referida instituição, justifica-se esse recorte para a pesquisa.

A compreensão da realidade humana, em suas múltiplas dimensões, não pode estar circunscrita ao simples dado objetivo, necessitando de uma abordagem qualitativa capaz de enfatizar as ações e relações entre os homens e os significados que eles atribuem ao complexo e multifacetado universo social.

O escopo central da pesquisa é ampliar o conhecimento sobre uma dada realidade educacional, circunscrita ao Colégio Pedro II, particularizando o ensino da Geografia em suas relações com a temática ambiental em turmas do Ensino Médio. Entrecruzando leitura bibliográfica, documentos oficiais, livro didático e coleta e análise dos dados obtidos nos questionários, será possível oferecer novos insights sobre o processo ensino-aprendizagem da referida disciplina e descobrir como os alunos se apropriam (ou não) de questões relativas ao meio ambiente e se eles saberão utilizá-las em prol de ações afirmativas pela vida afora.

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O processo educativo, enquanto parte constitutiva do tecido social, deve ser compreendido a partir de experiências individuais e coletivas e dos significados diversos que os sujeitos sociais atribuem ao ato de educar, e não somente a partir de registros estatísticos, tabelas e índices matemáticos.

Referências Bibliográficas

AZEVEDO, José Clóvis de. Novos paradigmas e a formação dos educadores. In: Revista

Pátio. Porto Alegre: Artmed, n 1, ano V, mai/jul 2001, p. 51-3.

BRANDÃO, Zaia (org). A crise dos paradigmas e a educação. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995. DEMO, Pedro. Pesquisa – princípio científico e educativo. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2000.

DE TOMMASI, Livia; WARDE, Mirian Jorge; HADDAD, Sérgio (orgs.). O Banco Mundial e

as políticas educacionais. São Paulo: Cortez/PUC-SP, s/d.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

GADOTTI, Moacir (org.). Perspectivas atuais da Educação. Porto Alegre: Artmed, 2000. LIPMAN, Matthew. O pensar na educação. Petrópolis/RJ: Vozes, 1995.

LÜDKE, Menga & André, Marli. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária Ltda., 1986.

MOREIRA, João Carlos & SENE, Eustáquio De. Geografia – ensino médio. São Paulo: Scipione, 2008, volume único.

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Referências

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