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Levantamento das principais helmintoses presentes nos distritos da zona rural do município de Muriaé, MG

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Academic year: 2021

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Levantamento das principais helmintoses

presentes nos distritos da zona rural

do município de Muriaé, MG

Sebastião Rodrigo Ferreira¹, sebarodrigo_@hotmail.com; Evertton P. Soares Marques¹; Aline Sabina de Paula²; Lilia Maria Fraga Tostes3

1. Graduando em Ciências Biológicas na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Santa Marcelina (FAFISM), Muriaé, MG;

2. Graduanda em Enfermagem na Faculdade de Minas (FAMINAS), Muriaé, MG; 3. Professora na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Santa Marcelina (FAFISM),

Muriaé, MG.

RESUMO: Este estudo verificou, de maio de 2005 a março de 2007, a prevalência das helmintoses intestinais nas populações dos distritos da zona rural do município de Muriaé. Foram examinadas 4.287 pessoas, através do método Kato-Katz e Hoffman, sendo examinada uma lâmina por amostra. Entre os exames realizados, 4.083 (95,3%) apresentaram re-sultados negativos; 204 (4,7%), rere-sultados positivos. Dos positivos, 192 (94,2%) estavam monoparasitados; 9 (4,4%), biparasitados; e 3 (1,4%), triparasitados, mostrando a seguinte prevalência das helmintoses: ancilostomídeos: 42%;

Ascaris lumbricoides: 30%; Trichuris trichiura: 15%; Schistosoma mansoni: 6%; Taenia sp: 4%; e Enterobius vermicularis: 3%. As maiores prevalências

por microrregiões foram 15,5% para ancilostomídeos no distrito de Boa Família e, também, 15,5% no distrito de Belisário; 10% e 8% para Ascaris

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lumbricoides nos distritos de Pirapanema e Itamuri,

respectivamente.

Palavras-chave: helmintos intestinais, prevalência, educação sanitária.

RESUMEN: Levantamiento de las principales

helmintotes presentes en los disrtritos de la zona rural de Muriaé, MG. Este estudio constató, de mayo de 2005 a marzo de 2007, la grande presen-cia de helmintoses intestinales en las populaciones de los distritos de la zona rural del municipio de Muriaé. Fueron examinadas 4,287 personas, a tra-vés del método Kato-Katz y Hoffman, siendo exa-minada una lámina por muestra. Entre los exámenes realizados, 4.083 (95,3%) presentaron resultados negativos, 204 (4,7%), resultados positivos. De los positivos, 192 (94,2%) estaban monoparasitados; 9 (4,4%), biparasitados; y 3 (1,4%), triparasitados, que muestra la siguiente prevalecía de las helmintoses: ancilostomídeos: 42%; Ascaris lumbricoides: 30%;

Trichuris trichiura: 15%; Schistosoma mansoni: 6%; Taenia sp: 4%; y Enterobius vermicularis: 3%.

Palabras llaves: helmintos intestinales, prevalecía, educación sanitaria.

ABSTRACT: Rising of the main present

helminthosis in the districts of the rural area of Muriaé, MG. This study verified, from May, 2005 to March, 2007, the prevalence of intestinal helminthosis in the populations of the districts of the rural area of Muriaé. 4.287 people were examined, through the Kato-Katz and Hoffmanmethod, being examined a sheet by sample. Among the accomplished exams, 4.083 (95,3%) presented negative results; 204 (4,7%), positive results. Of the positive ones, 192 (94,2%) were monoparasited; 9 (4,4%), biparasited; and 3 (1,4%), triparasited, showing the following prevalence of the helmintoses: ancilostomídeos: 42%; Ascaris lumbricoides: 30%; Trichuris trichiura:

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15%; Schistosoma mansoni: 6%; Taenia sp: 4%; and Enterobius vermicularis: 3%. The largest prevalences for microregions were 15,5% for ancilostomídeos in the district of Boa Família and, also, 15,5% in Belisário district; 10% and 8% for Ascaris lumbricoides in the districts of Pirapanema and Itamuri, respectively.

Keywords: intestinal helminthos, prevalence, sanitary education.

Introdução

As helmintoses intestinais ainda são causas elevadas de morbidade no mundo, pois têm ampla distribuição geográfica e apresentam variações intra e inter-regionais, influenciadas pelos seguintes fatores: constituição do solo, índi-ce de aglomeração populacional, condições sócio-econômicas, sanitárias e edu-cacionais, presença de animais no peridomicílio, condições de uso e contami-nação do solo, da água e dos alimentos e condições climáticas que interferem diretamente na capacidade de evolução das larvas e ovos dos helmintos nesses ambientes (NEVES,1995).

No Brasil, um grande levantamento helmintológico foi realizado por Peloon e Teixeira (1950). Na ocasião, foram examinados 440.784 escolares na faixa etária de 7 a 14 anos em 11 unidades federativas e os índices de prevalência situaram-se entre 19,9% e 98,84%.

Em Minas Gerais, um recente levantamento helmintológico realizado por Carvalho et al (2002) verificou a ocorrência de helmintos intestinais em três mesorregiões do estado (Noroeste, Triângulo Mineiro, Sudoeste), nas quais o índice de prevalência foi de 18%.

Do presente estudo, consta o levantamento de dados epidemiológicos da prevalência dos helmintos intestinais nas vilas e distritos da zona rural de Muriaé. A oportunidade de tal estudo pareceu-nos interessante, por ter sido o mesmo realizado numa população usuária da agricultura e pecuária como meio de sustentação.

I –

Material e métodos

O município de Muriaé localiza-se na Zona da Mata mineira, a 395 km da capital Belo Horizonte, tem uma área total de 845,6 km2, altitude 209 m,

com clima tropical semi-úmido quente e uma população de aproximadamente 130.000 habitantes.

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Foi realizado o levantamento parasitológico (método Kato-Katz e Hoffman, examinando uma lâmina por amostra) em fezes de 4.287 pessoas residentes nos seguintes distritos do município de Muriaé: Vermelho, Pirapanema, Macuco, São Fernando, Boa Família, Bom Jesus da C. Alegre, Capetinga, Itamuri, Belisário, São Domingos e Patrimônio dos Carneiros.

A prevalência foi calculada tendo como numerador o total de pessoas com exame positivo específico para cada helmintose estudada, e como deno-minador a soma total do número de pessoas com resultado positivo.

II – Resultados

Entre os 4.287 exames realizados, 204 (4,7%) apresentaram resultado positivo, sendo 95 pessoas (46,6%) do sexo feminino e 109 (53,4%) do sexo masculino. A faixa etária está assim distribuída: 73 parasitados (38%) tinham menos de 20 anos, 44 (23%) entre 21 e 40 anos e 75 (39%) acima de 40 anos (Gráfico 1).

Do total de pessoas examinadas: 83 (42%) para Ancilostomídeos; 62 (30%) para Ascaris lumbricoides; 31 (15%) para Trichiuris trichiura; 13 (6%) para

Shistosoma mansoni; 9 (4%) para Taenia sp e 6 (3%) para Enterobius vermicularis

(Gráfico 2)

As maiores prevalências por microrregiões foram 15,5% para ancilostomídeos no distrito de Boa Família e, também, 15,5% no distrito de Belisário; 10% e 8% para Ascaris lumbricoides nos distritos de Pirapanema e Itamuri, respectivamente (Tabela 1).

Do total de pessoas parasitados, 3 (1,6%) estavam infectados por três espécies de parasitas, 9 (4,8%) por duas espécies e 192 (93,6%) por apenas uma espécie.

III – Discussão

Os dados deste estudo demonstraram que as infecções intestinais por helmintos podem ser, efetivamente, controladas quando as condições sócio-econômicas e sanitárias, a educação para saúde e a qualidade nutricional são aprimoradas. A educação sanitária visa à promoção dos hábitos de higiene, favorecer nutrição adequada, e criar um ambiente propício para o bem estar físico e mental.

A prevalência da infecção com helmintos intestinais de 4,7% encontrada entre os indivíduos examinados nos distritos de Muriaé foi relativamente inferi-or aos 18% encontrados pinferi-or Carvalho et al (2002) nas três mesorregiões de Minas Gerais (Noroeste, Triângulo Mineiro, Sudoeste). Provavelmente, esta

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dife-GRÁFICO 1 Faixa de pessoas infectadas

GRÁFICO 2 Porcentagem de helmintos intestinais diagnosticados nos dis-tritos de Muriaé 38 23 39 0 10 20 30 40 50 0-20 20-40 Acima de 40

Faixa etária (em anos)

N úm er o de in fe ct ad os (% ) 42 30 15 6 4 3 0 10 20 30 40 50 Ancilostomídeos Ascaris lumbricoides

Trichuris trichiura Schistosoma mansoni Taenia sp. Enterobius vermiculares Helmintos intestinais N úm er o d e in fe ct ad os ( % )

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TABELA 1 Distribuição de hemintos por localidade Lo cali dad es A m os tr as ne ga tiv as An ci lost om ídeos A. lu m br ic ói des T. t ri ch iu ra S. m an son i Ta en ia s p E. ver m ic ul ar is Ex am es re al iz ad os Vermelho 944 1 6 3 2 3 1 960 Pirapanema 195 - 21 15 1 - - 232 Macuco 362 1 6 3 2 3 1 378 São Fernando 73 1 1 5 - 2 - 82 Boa Família 384 29 1 2 5 - 1 422 Bom Jesus da Cachoeira Alegre 510 1 2 1 1 - - 515 Capetinga 104 6 2 - - - - 112 Itamuri 586 3 16 2 2 1 2 612 Belisário 765 29 4 - 1 - 1 800 São Domingos 96 2 2 - - - - 100 Patrimônio dos Carneiros 63 10 1 - - - - 74 TOTAL 4083 83 62 31 13 9 6 4287

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rença está intimamente ligada aos fatores sócio-econômicos, medidas sanitárias e constituição do solo. É importante ressaltar a dificuldade de comparação de resultados dos trabalhos devido às diferentes metodologias utilizadas.

Segundo Stephenson et al (1990),Ancilostomídeos, A. lumbricoides e T.

trichiura são os helmintos mais freqüentemente encontrados em inquéritos

helmintológicos. Pode-se, então, constatar que os dados encontrados no pre-sente estudo estão de acordo, quais sejam: Ancilostomídeos 42%, A. lumbricoides 30% e T. trichiura 15%.

O maior índice de prevalência por Ancilostomídeos, provavelmente, se deve ao fato da população pesquisada estar exposta ao contato direto com o solo infectado e não utilizar equipamentos de proteção adequados. É sabido que os ancilostomídeos têm uma maior infectividade, pois suas larvas penetram por vias transcutâneas. Quanto à infecção pelo A. lumbricoides e T. trichiura, é possível especular que se deve à ingestão de água e alimentos contaminados. A baixa prevalência de S. mansoni 6% e Taenia sp 4% provavelmente deve se aos seguintes fatores: pequeno número de hospedeiro intermediário do S. mansoni (molusco do gênero Biomphilaria) e a população estudada consu-mir carnes suínas e bovinas provenientes de criadores devidamente fiscalizados pela Vigilância Sanitária.

O baixo índice do E. vermicularis pode ser justificado pela influência do método de exame utilizado, já que o mesmo não é o mais adequado para a identificação da referida espécie.

O coeficiente geral da prevalência de helmintoses de (4,7%), os três casos de triparasitismo e 2 casos de biparasitismo ocorridos, podem ser consi-derados resultados satisfatórios, sobretudo porque a população estudada cons-titui um importante grupo de risco pelo fato das comunidades enfocadas serem da zona rural.

IV – Conclusão

Pelos resultados obtidos, conclui-se que os programas de controle já existentes trazem benefícios, mas permanece a necessidade de levar a estas populações noções de higiene e educação sanitária. Entretanto, apesar de im-prescindíveis, tais programas são muitas vezes ineficazes, pois a falta de proje-tos educativos com a participação da comunidade constitui uma realidade nega-tiva. Portanto, deve-se considerar que o sucesso dos programas de controle de helmintoses depende da inserção de projetos que visem à melhoria das condi-ções sócio-econômicas, realização das obras de infra-estrutura e que garantam educação sanitária e o engajamento comunitário.

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Referências bibliográficas

CARVALHO , O. S; GUERRA, H. L; CAMPOS, Y. R; CALDEIRA, R. L; MASSARA, C. L. Prevalência de helmintos intestinais em três mesorregiões do Estado de Minas Gerais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 35, n. 6, p. 597-600, 2002.

HOFFMAN, W. A; PONS J. A; JANER S. L. The sedimentation concentration method in Schistosomiasis mansoni. Journal of Public Health, Puerto Rico, v. 9, p. 283-291, 1934.

KATZ, N; CHAVES, A ; PELLEGRINO, J. A simple device for quantitative stool thick-smear technique in schistosomiasis mansoni. Revista do Instituto de

Medicina Tropical de São Paulo, São Paulo, v. 14, p. 397-402, 1972. NEVES, D. P. Parasitologia humana. 9. ed. São Paulo: Atheneu, 1995. PELLON, A. B. ; TEIXEIRA, I. Distribuição da esquitossomose Mansônica no

Brasil . Rio de Janeiro: Divisão da Organização Sanitária, 1950.

STEPHENSON, L; LATHAM, M; KINOTI, S; KUTZ, K; BRIGHAM, I. Improvements in phisical fitiness of Kenyan schoolboy infected with hooworm,

Trichuris trichura and Ascaris lumbricodes following a singles dose of albendazole.

Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 84, p. 277-282, 1990.

Imagem

GRÁFICO 1 Faixa de pessoas infectadas
TABELA 1 Distribuição de hemintos por localidade

Referências

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