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OS DEZ. REPORTAGEM

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Academic year: 2021

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OS DEZ

Miguel Sá redacao@backstage.com.br Fotos: Internet / Divulgação Revisão técnica: José Anselmo “Paulista”

s duas horas da manhã, as cerca de 30 mil pessoas presentes já haviam curtido as atrações do palco secundário, mas o cansaço passou longe. Quando o Aviões do Forró entrou no palco princi-pal, o local explodiu, com as pessoas dan-çando sem parar até as sete da manhã. O público pode não saber disso, mas ele também viu uma prova de como o áudio brasileiro amadureceu nos últimos dez anos. Além do sucesso consolidado das músicas do grupo, o uso de equipamen-tos de ponta e uma bem cuidada pesquisa sonora proporcionaram a qualidade que garantiu o entusiasmo do público para o registro do terceiro DVD do grupo.

À

SONORIZAÇÃO

O evento foi grande. Por isto, o áudio do show é uma história de muitas parcerias. Quem pilotou o som foi Tibério Gama Cardoso, mais conhecido como Tiba-som, de 36 anos, 18 deles dedicado ao áudio. Ele entrou na banda substituindo Roberto Silva, o Marujo, também presen-te na festa. “Começou meio difícil. Tive-mos que dar uma melhorada nos timbres usados no forró, que eram muito rústi-cos”, relembra Marujo, hoje dono de uma empresa de som.

Para a sonorização do ambiente, Tiba fez questão de usar o sistema line array da Machine. Por meio de Walmy Bastos,

re-OS DEZ

O show aconteceu no

Forró do Sítio, na

cidade de Eusébio, a

60 quilômetros de

Fortaleza. O espaço

teve dois palcos: um

na lateral esquerda,

para as bandas de

baile e a dupla

sertaneja César

Menotti e Fabiano, e

outro, no centro, para

os aniversariantes

da noite.

DE AVIÕES DO

Equipamentos de ponta e pesquisa sonora garantiram qualidade à gravação

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ANOS

ANOS

FORRÓ

presentante da empresa na Bahia, Tiba conseguiu os equipamentos com as empresas Torres Som, de Alagoinhas, e Tek Audio Sonoriza-ção, de Ubaitaba. Elas forneceram um total de 64 caixas Mach Line 4.8, além das 30 SB 218 para subgraves. Tiba trabalhou em conjunto com a equipe de engenharia da Machine para projetar a cobertura sonora do ambiente. A gravação do DVD fez com que fosse necessário tomar cuidado especial com o volume do PA, que não podia ser muito alto. “Eu trabalho em sincronia com o pessoal do Estúdio Carranca. Não

posso fazer um PA muito alto porque vira bagunça na mi-xagem. Por isto, tenho torre de delay, front fill e mais as caixas dentro do camarote (para po-der não aumentar muito o volume do PA). Está cheio de microfones shot gun, tem que ter cuidado com o volume. Estou sono-rizando um ambiente, então tem que ter o de-lay. Não é só colocar 12 caixas de um lado e

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12 do outro”, ressalta Tiba. Walmy Bas-tos também foi o responsável da Ma-chine pelo suporte técnico no local do show. “Uns 15 dias antes do evento nos foram enviadas todas as plantas da área

e a estrutura que iria ser utilizada, o que foi fundamental para dimensionarmos a quantidade de equipamento e onde eles deveriam ser utilizados”, detalha. O sistema line array de PA usou 32

cai-Parcerias dão o tom da festa A dimensão do evento fez com que João

Carlos, sócio da Machine, acompanhasse o evento pessoalmente com Rocha, o repre-sentante da empresa no Ceará. Elder dos Santos Torres, da Torres Som, e Wilde Queiroz, da Tek Audio, também estiveram lá para conferir o suporte ao evento. “Nós te-mos experiência no mercado de som, e pro-curamos sempre o melhor. Tivemos o conhe-cimento de que a Machine estava lançando produtos de qualidade e resolvemos trocar nosso sistema. Fomos bem atendidos, gos-tamos do equipamento e por isto esgos-tamos aqui”, declara Wilde.

“Prefiro usar equipamento nacional para va-lorizar a indústria brasileira e, além do mais,

este é um excelente equipamento”, diz Elder. Dois dias antes do show, também houve uma apresentação do PA para técnicos de som da região. Augusto Castro, da AC Pro-duções, que trabalha em conjunto com a Explosão Som e Luz, se entusiasmou com o som. “Não é fácil colocar à prova o produto e, graças a Deus, hoje a indústria nacional está se superando, mostrando capacidade de concorrer com os internacionais”, enfatiza o empresário.

João Carlos comemora o sucesso. “O princi-pal objetivo aqui é divulgar o line array da Machine no estado do Ceará, tendo em vista que já temos 80% da amplificação daqui”, completa.

Uns 15 dias antes

do evento

nos foram enviadas

todas

as plantas da área

e a estrutura

que iria ser

utilizada, o que foi

fundamental para

dimensionarmos

a quantidade de

equipamento e

onde eles deveriam

ser utilizados

(Walmy Bastos)

Da esquerda para a direita: Tiba, João Carlos, Marujo e Walmy

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xas Mach 4.8 (16 em cada lado) e 16 no delay (oito em cada lado). Quatro caixas do mesmo modelo

Aviões do Forró

Carlos Artistides e Isaias Duarte, sócios da A3 Entretenimento, pro-curavam nacionalizar o som do forró no início da década de 2000. “Quando lançamos uma banda de forró, queríamos uma banda diferente , que fosse jovem. Pegamos o forró e levamos para onde o sertanejo, o axé e o rock estão”, conta Isaias.

Carlos Artistides, filho de Zequinha Aristides, pessoa importante no ce-nário do forró, é o responsável pela construção do som da banda. Ele afirma que a internet e as mudanças no mercado fonográfico mudaram as estra-tégias de lançamento de música. “Nós sempre

procu-ramos equilibrar a agenda de shows com o ensaio, elaborando novidades para o público, porque hoje está muito dinâmico, muito rápido, as coisas acontecem rápido e, se não acompanhar, fica para trás. Hoje lançamos uma música por mês e, no final do ano, lançamos um CD completo com 12 músicas já

testadas, já aprovadas, e mais duas ou três inéditas. Até uns cinco anos atrás, lançávamos um CD por ano, todo inédito, a partir daí é que o trabalho ia ser conhecido”, exemplifica.

foram distribuídas na frente do palco e mais quatro foram usadas no

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watts. O rack de processamento conta-va com três Lake LC 26 para o PA, um dbx 4800 para as torres de delay e um dbx 260 para os front fills.

Na housemix, Tiba gosta de trabalhar com as ferramentas da Digidesign. Ele operou o som por meio de uma Digi-design Venue Profile da Torres Som. Como tem dois i-Locks, ferramentas que permitem o uso dos plug-ins da Waves, ele pode explorar bastante este recurso de processamento. Na configu-ração usada no show, ela estava com 48 canais. Para a captação dos instrumen-tos acústicos e das vozes, os microfones mais usados por ele na captação da ban-da são os ban-da Sennheiser. “Nos tons eu uso o E904, na percussão também, a maioria Sennheiser, e os cantores Xan-de e Solange usam o SKM 5200 com a bobina MD5235; mas para os metais fui atrás dos microfones da Audio -Technica”, diz Tiba.

camarote, que ficava ao lado do palco. Vinte e quatro subs SB 218 reforçaram o PA e duas foram usadas no camarote.

As caixas usaram os amplificadores Machine 2.8 SD, de 1800 watts; 6.0 SD, de 6000 watts; e 14.0 SD, de 14000

Palco secundário O palco das atrações de abertura teve os equipamentos da Projesom, empresa de Fortaleza. Foram duas Yamaha PM5D – uma para PA e outra para o monitor de Cesar Menotti e Fabiano. As outras bandas tiveram a Yamaha M7CL para o monitor. A amplificação dos line array da DAS, Aero 38, eram Machine, com os modelos PSL para o PA e a linha SD nos subs. Foram usados cerca de 40 amplificadores

Nos tons eu uso o E904, na

percussão também, a maioria Sennheiser,

e os cantores Xande e Solange usam o

SKM 5200 (Tiba)

Tiba e Claudinho apostam nos line arrays da Machine

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SOM NO PALCO

Para a gravação do DVD, a configu-ração do equipamento de palco teve de ser mudada, principalmente por causa dos convidados Dorgival Dantas e a dupla César Menotti e Fabiano. “Normalmente trabalho com até 24 auxiliares. Aqui tive-mos que fazer um acoplamento de mais auxiliares por causa dos convi-dados”, diz o técnico de monitor Luis Cláudio Pereira Filho, o Clau-dinho, com a banda há sete anos. Por conta da gravação, guitarras, violões e baixo foram colocados em linha e um biombo acrílico foi colocado para a percussão, além do que já era usado na bateria. Ainda que houvesse a preocupação de deixar o palco o mais limpo possí-vel, foi usado um par de sistemas line array Mach 4.8 como sidefill com oito caixas de cada lado, mais quatro subs. “Normalmente usa-mos monitores de chão para o Alexandre e amplificadores para baixo e guitarra, mas hoje está tudo em linha”, expõe Claudinho. Os sistemas de in-ear usados foram os SR 2000 e EK2000 IEM, além dos SR 300 (G3).

GRAVAÇÃO DO DVD

A unidade móvel de áudio do Es-túdio Carranca foi escolhida pelo

produtor musical Ema-nuel Dias. O estúdio levou uma equipe de três pessoas: Junior

Evangelista, no patch da UM; Bru-no Lins, como operador do rack de palco; e Luis, como roadie, os três sob a coordenação de Gera Vieira. Uma das principais tarefas na grava-ção de um DVD é a captagrava-ção da plateia, feita com oito microfones: quatro shot guns da Audio-Tech-nica, dois da Rode e mais dois cardioides NT5, também da Rode. Na captação de instrumentos, foram usados também o Sennheiser 441

para o topo da caixa e os AKG 451 nos over. O sinal chegava em 48 ca-nais no Pro Tools HD da unidade móvel após passar por 16 canais com pré-amplificadores Neve 9098, API e Focusrite. Estes 16 canais eram convertidos nos Apogee AD16. Os 32 restantes passavam pela con-versão analógico/digital dos pré-amplificadores Mackee Onix 800R. “Nós misturamos esses prés com a conversão Apogee na bateria e na

Equipe da A3

Line Machine também para o side no palco

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voz dos cantores principais. Os Mackee ficam para o restante da banda: baixo, guitarra, acordeom e sopros”, explica Gera Vieira.

Na unidade móvel, o áudio dos instru-mentos gravados no Pro Tools era envi-ado para as caixas KRK V8 pela mesa Yamaha 02R. Os ambientes chegavam na mesa Yamaha 01V. O diretor técnico do Aviões do Forró, Melksedec, operou a gravação do áudio do show.

SUCESSO

O cuidado na produção também é parte da razão do sucesso que o forró do Aviões faz no Brasil. Em 2002, o ritmo ainda era um movimento regional, com o epicentro no Nordeste, e hoje é um fe-nômeno nacional, com bandas que

via-Para saber online

http://machineamplificadores.com.br/ www.a3entretenimento.com.br/

www.avioesdoforro.com.br/

jam o Brasil inteiro e têm o mesmo suces-so que gêneros como o sertanejo e o axé tinham na época. Também há dez anos, apenas as empresas de som do Sudeste ti-nham acesso aos equipamentos de ponta. Hoje, empresas de alcance regional tam-bém oferecem o que há de mais avança-do. E o melhor é que a indústria brasileira também está neste pacote.

No rack de processamento, equipamentos Lake e dbx

Globais fizeram a apresentação do show do Aviões do Forró

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