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Nancy Rabello de Barros Trindade

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Academic year: 2019

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(1)

Nancy Rabello de Barros Trindade

.

(2)

NANCY RABELLO DE BARROS TRINDADE

.

Disserta apresentada

Presbiteriana Mackenzie como requisito para obten

Arte e Hist

Orientador Prof.Dr. Arnaldo Daraya Contier

(3)

Trindade, Nancy R.B.

A bruxa nos contos de fadas / Nancy Rabello de Barros Trindade. 2008

204f. ; 30 cm.

Disserta

-Universidade Presbiteriana Mackenzie, S ! " # $ % & %! 197-204

(4)

NANCY RABELLO DE BARROS TRINDADE

.

Disserta idade

Presbiteriana Mackenzie como requisito para obten

Educa ! "

Aprovado em de de 2008.

Prof. Dr. Arnaldo Daraya Contier________________________________________ (orientador)

Prof. Dra.Patr # $$$$$$$$$$$$$$___________________________ (USP)

(5)

"

O mestrado, para mim, foi motivo de satisfa . Um sonho que acalentei por muitos anos e que, enfim, se tornou uma realidade. Poder estudar, me aprofundar e apropriar dos contos de fadas foi muito gratificante. Ir, aos poucos, percebendo o

quanto eles s % & ' s autores

que os estudam, fazer as rela ( % ) * +

escolhida traz consigo uma sabedoria muito grande, , a conhecedora da vida, de seus encantamentos e mist, % acrescentou muito em todos os sentidos e, principalmente, enquanto mulher. Pois, o estudo da bruxa na hist & ,, por certo, o estudo da mulher.- tudo isso que conquistei ao longo deste mestrado que fa *

agradecimentos.

Em primeir lugar ao meu filho Alessandro, que me fez perceber que os

desafios est . ' / * +

no mestrado, sabendo que tinha junto a mim um dos meus maiores incentivadores. Ao Rodrigo, que acompanhou todos os passos e soube compreender as noites de

estudos e leituras, os passeios n ' % * '

importante para o meu desempenho acad0

2minha m & , que me incentivaram a prosseguir sempre, apesar das poss ificuldades encontradas.

(6)

2 amiga e Prof. Dra. Patr cia Pinna, que atrav,

maior e amplo conhecimento sobre os contos de fadas e as bruxas neles contidos, e que me d4 & 0-la em minha banca.

2 Clara Cust , que com o seu jeito meigo me orientou em rela

escrever, o que muito me ajudou durante todo o processo da escrita da minha

disserta '

E um agradecimento especial * ' 5 ,

que com seu jeito carinhoso e seguro soube fazer com que as minhas id, ' transcritas com o rigor acad0 4 , mas que, em nenhum momento, tolheu meu caminho, deixando que eu realmente fosse autora desta disserta Como acontece nos contos de fadas, esta disserta +

provas % 3 ) , em diferentes

momentos houve a necessidade de recorrer a sabedoria e ( 4+ bruxas. Mas, como quase todo conto de fadas, existe um final feliz. E este final , que estou vivendo agora, fazendo a minha defesa com a colabora &

(7)

Esta disserta ) 6 ' # %

te rico e no pr4 % * 7

adultos da atualidade v0 ) 6 ' 8 &

desenvolver este tema, busca-se respaldo em Jung e autores como Paz, von Franz, Coelho e Byington, que seguem a linha da Psicologia Anal 9 +

estudos sobre os contos de fadas. A constru + ), , ainda sob o olhar de historiadores como Darnton, Clark e Nogueira, que analisam a figura da bruxa e da mulher no contexto hist

Em rela % ) -se observar a estrutura dos contos sob o olhar de Propp e de outros tantos que fazem an4 , (

personagens neles inseridos. Analisaram-se os principais conceitos relacionados aos contos de fadas e suas personagens, como arqu, % : ; +

arquet % , ) ) 6 '

crian < ) + + + ) & % ,

atrav, + + ) ica que os contos transmitem seus conte= humanidade. Os autores usados para entender os s ) #> + % Neumann, Bussato e Kast, entre outros.

Este estudo est4 + 7

pesquisas realizadas com crian 4 ' &

tr0 7 9 ; % # ? @ / % * ) 6

diferentes maneiras. Ap % '

desenhar a bruxa e, posteriormente, buscou-se analisar estes desenhos a partir das teorias da Arteterapia, com aporte te como Futh, Derdyk, Cox e

MA

A partir das atividades conduzidas, chegou-se * ) 6

contos de fadas n ) amente m4 % / *

personagem , * ' s cumpram seu potencial para

ajudar as crian 'B

(8)

This paper )3 to focus on the witch of the fairy tales more specifically on they way witches are perceived by adults and children. In order to better understand and develop this theme, it seeks background on Jung himself and authors as Paz, von Franz, Coelho, Byington who follow the Analytical Psychology of Jung on their studies about fairy tales. The research is enriched by the perspectives of authors as Darnton, Clark and Nogueira, who analyze the construction of the images of the witch and the woman within the historical context

The structure of the fairy tale was based on Propp C + & & C& analyze the fairytale through the actions of the characters within it. It was also analyzed the contribution of this character to the development of the children personality. The main concepts related to fairy tales (archetypes, Great Mother and other archetypical images) were also identified on several chapters. The symbols and images are the focus of the following chapter, as it is through the symbolic language that the fairy tales bring out their meanings to the mankind. The authors used to understand the symbols are Byington, Neumann, Bussato and Kast among others.

This study is divided in 2 great moments: theoretic data and interviews conduct among children and adults. For interviews work, 3 stories were chosen: HD

Grethel, Snow white and Rapunzel, which represent the witch in 3 different perspectives. After listening to the stories, the children were invited to draw the witch. Those drawings were analyzed using as a starting point the theories of Art-therapy, supported by authors as Futh, Derdyk, Cox and MA

The conclusion achieved from the conducted study is that the witches are not perceived by children as being totally mean, and that this character has a fundamental part in order to allow the fairy tales to accomplish its potential of helping children across their childhood.

(9)

#

% ... 10

A Justificativa... 10

B- Objetivos principais... 12

C - Crit, -metodol + 15 D - Corpus - Estudo de caso - A representa ) xa... 21

' ( ) * + * ... 24

1.1. As primeiras coletB + ' s... 31

' ( ) ... 38

2.1. Jo ; 40 2.2. Branca de Neve... 46

2.3. Rapunzel... 51

' ( ... 56

3.1. A estrutura dos contos... 56

' ( , ) %- . / 0 % ( " 1 " ... 62

4.1. Jung e os arqu, ' 62 4.2. S ) + ' .... 68

' ( , ) ... 79

5.1. A bruxa: o arqu, ... 82

5.2. A rela F ) 6 ... 87

' ( , ) , * + .. 91

6.1. A constru & ' + ) 6 & F) 6 96 ' ( , ) % % 2 ... 100

7.1. Aporte te & 100 7.2. Compara & ' contos descri 4 106 7.3. Os desenhos dos adultos/professoras... 151

(10)

%- ... 158

3 ) 1 ... 161

3 ) , ... 174

3 5 (... 190

(11)

%

16 7

No estudo sobre contos de fadas,, ) 4-los como portadores de mensagens. Os temas neles tratados revelam as dificuldades encontradas na vida de toda a humanidade. Apresentam, em seu bojo, conte= )

universal. Cada , ' *

significados.

Von Franz (1990) assegura que alguns contos de fadas s ( religiosas e folcl 5 forma, ao estud4-los, reinterpretam-se as tradi ( os ritos. Os contos apresentam aos leitores diferentes conflitos, semelhantes s

suas viv0 % ), & + ( 0

-los. Dentre os estudiosos dos contos de fadas, encontra-se Bettelheim (1979), que

discute sobre os contos e sua importB % -se *

maravilham e se encantam com as hist . E que, ao mesmo tempo, sentem-se compreendidas, pois os contos segundo este autor lidam com as ang= '

Os contos cont0 )4 % + 4

popular durante s, .uas personagens, reis, pr % % '

bruxas est % mente da cultura na qual estes

contos est ? , cada cultura apresenta diferentes contextos sociais. Desta forma, para melhor compreens % -se importante o conhecimento da cultura da qual este conto, + 4

(12)

Nesta pesquisa, a bruxa , a personagem central, pois procurar-se-4

discutir a constru ' tes conjunturas hist

psicol + * / '

A bruxa ser4 % %

femininos espec' 4 , conforme momentos s -culturais no decorrer da hist

Entre as personagens dos contos de fadas, encontram-se os aliados do bem e os antagonistas do mal. Estas personagens fazem parte de um

, onde fatos inimagin4 % 6 her e

hero * as at, )3 G4 6 '

bruxas.

-O estudo da bruxa nos contos de fada justifica-se por ser, esta personagem, uma mulher que, por transgredir os valores s -culturais de uma

determinada comunidade, , 6 do conv %

independente. Ela sabe cuidar da alma e do corpo das pessoas de sua comunidade,

ela conhece as ervas que curam e as po ( Por este

motivo, ela, /

Para a realiza * , faz-se necess4

in= os contos de fadas, arqu, % + * %

e s ) , entre outros.

Analisando-se esta personagem, portanto, do ponto de vista psicol + %

Jung esclarece ' & 6 .

significado est4 * ( & & (apud

VON FRANZ, 1990, p. 9)

(13)

Os contos de fadas fazem parte de um momento m4+

crian . Atrav, % ' % % * & <

contos s , acima de tudo, obras de arte liter4 * ibilitam transcender o

cotidiano e viajar com a imagina . + '

maneiras pelas pessoas que os l0 % mente da faixa et4 *

encontram.

Atrav, + -se castelos, florestas, fadas, bruxas princesas, pr % & . * , para cada leitor ou ouvinte, existe uma imagem diferente, pois esta depende de suas viv0

Nos contos de fadas, as figuras da fada e da bruxa s constante. Desta forma, Robles (2006) afirma que fadas s + * 0

poder de reger os destinos humanos muito antes de seu nascimento. S 3 % belas e sempre dispostas a resolver problemas. J4 ) 6

bem estar, pois se entregam aos mist, ' . A bruxa , %

maioria dos contos, atrav, & ' &

) 8 9 : :

A figura da bruxa faz parte do imagin4 . Sendo assim, esta

disserta )3 alidade v0

figura, fazendo compara ( ( +

A bruxa, como personagem significativa nos contos de fadas, , pesquisa o foco principal. Cabe, neste estudo, considerar quais os riscos que esta figura pode representar para a personalidade em forma %

como, quais as oportunidades que esta personagem tr4

psicol + 5 ' % , )3 )4

(14)

et4 H I ! , ), sa figura permanece no

imagin4

Para entender como , ) 6 & 3

pelos adultos, valer-me-ei de tr0 & s: Jo ; %Branca de Neve e Rapunzel, nos quais a bruxa aparece de maneiras diferentes. Estes contos ser narrados aos grupos de alunos de acordo com cada faixa et4 % 3

adultos (professoras).

A representa ) 6 -se-4 atrav, & . +

MA JKLMHN, o desenho constitui-se numa linguagem pr ' *

se d4 & , 4' ) +

Sabe-se que a crian , ao desenhar, utiliza-se de uma s, + s gr4' %

quais se assemelham em crian ' 6 4 Isso facilita as

pesquisa em rela & '

A crian + 4 6 0

entre seres reais e imagin4 faz com que os contos de fadas encontrem facilmente lugar em sua vida. Eles proporcionam crescimento e amadurecimento

emocional, gerando compreens ( -a-dia.

A imagem traz em si mensagens subjetivas, sendo que a subjetividade, menor quando se lida com a palavra. As imagens carregam consigo um cabedal imenso de simbologias.

A representa ' + ) 6 ), 4 ' '

da escola da mesma maneira como ser4 / % *

contos, segundo Dieckmann (1986), conseguem atingir o interesse de diferentes pessoas, em diferentes fases de suas vidas, e com diferentes graus de amadurecimento. Isso porque, os contos trazem os problemas fundamentais da

humanidade, os quais transitam n rante v4 %

assim como na vida da humanidade. Desta forma, torna-se importante neste estudo analisar como a bruxa permanece no imagin4

As entrevistas ou depoimentos ser ) &

(15)

acad0 +0 % ' <

trabalhos acad0 * ,

pela linguagem do discurso acad0 co. N

a estes escritos. Os depoimentos orais devem ser ouvidos e entendidos no seu contexto, isso porque recebem sempre a influ0ncia cultural.

Estudar a simbologia que a bruxa carrega, )3

nesta disserta . Para tanto, a interpreta )

Psicologia Junguiana ser4 4 + )3

Bernardo (2006) coloca que os contos de fadas apontam e

mostram-nos como se d4 ' formas de rela

realidade. Os contos, por, , n %

processos criativos referentes a um momento hist * ' / ,

da rela + + + 4 % / o em si

diferentes significados. Desta forma, ao representarem a bruxa, as crian

adultos dialogar -se observar que

atrav, ( % + 4 % * ,

estar4 endo revelado.

Conhecer a bruxa do ponto de vista hist +

para os contos de fadas incide num dos pontos nodais desta pesquisa. Darnton (1986) afirma que no s, OPQQQ

vivia na pobreza, com muitas dificuldades, com falta de alimentos, moravam em casebres longe da comunidade. Os homens enviuvavam cedo, necessitando casar-se novamente, pois eram muitos os filhos e precisava-casar-se de uma mulher e/ou de uma madrasta para cuid4-los. Este era o cen4 a real. Portanto, segundo a

vis & % , 4 * '

fadas, os quais chegaram at, & 3 % %

posteriormente, recolhidos por folcloristas e transformados em coletB

As duas vis( % + quanto a hist ' /

(16)

bruxa no imagin4 destas pessoas, dando subs * )3 possam ser atingidos.

Desta maneira, n ) * ) '

fadas se espelharam na realidade ou se esta , * ' ' %

porque, a fantasia faz parte da vida de todos os indiv ' % pois ela n 6 somente nos livros e nos contos. Assim como, tamb, , vivida somente na infB , pois em diferentes fases de nossas vidas h4 possibilidade de se viver a fantasia. - *

imita a realidade, sendo que muitas vezes, *

) ; 9 < 9)= 9 9><? 9

Os autores arrolados nesta disserta ( -se daqueles que, de diferentes maneiras, colaboram para a discuss ) 6

fadas, tanto na sua an4lise sob o olhar da Psicologia Junguiana, como sob olhar

hist

Definir contos de fadas e ampliar os conceitos a eles relacionados ,

ponto de partida desta pesquisa. Estudiosos e te * 0 )

enfoque da Psicologia Anal 9 + -no como portador de

mensagens e carregado de conte= * et picos. As mensagens inseridas nos

contos de fadas v ' es faixas et4 %

estes conte= & 5 ' ,

independentemente da idade em que se encontre o leitor, os contos de fadas podem trazer mensagens muito importantes, al, ) itar vislumbrar novos caminhos.

(17)

Dos autores lidos, Jung, * 4 ) ! ndo os conceitos apresentados por Jung, encontram-se Marie Louise von Franz, Nelly Coelho, Noemi Paz, Dieckmann e Neumann, que conceituam contos de fadas,

arqu, % ) % + * e o arqu, .

Em rela hist %

autores arrolados foram Clark, Nogueira, e Darnton.

Os conceitos inicialmente trabalhados nesta pesquisa s ' ( de contos de fadas dados por diferentes autores, os quais, em linhas gerais, afirmam

que os contos s + 4 ' .

Estes contos fazem parte da literatura infantil. Coelho (2003) e Abramovich (1997) enfatizam a importB literatura infantil, ilustram o percurso hist

e as primeiras coletB !

contos de fadas, como Perrault, Irm : ! , que elucidam as

diferentes vers(

Von Franz (1990) conceitua contos de fadas sob diferentes aspectos. Esta autora coloca que os contos se apresentam por meio de um sistema relativamente fechado e que neles vamos encontrar uma linguagem simb . Von Franz (1990) faz refer0 + + , afirmando que esta ,

toda uma esp, & entemente de idade, ra .

Dieckmann (1986) complementa a conceitua '

afirmando que estes s ( % com os quais muitas pessoas colaboraram e foram trazidos pela oralidade at, * ' coletados, transformado - se em coletB * & atualidade.

Coelho (2000) assegura que os contos de fadas s & + 4 dos Celtas, entre os personagens que fazem parte de seus enredos encontram-se os mediadores vividos por fadas, que recebem a ajuda de talism & m4+ / ( . E os opositores s representados por gigantes, bruxas e bruxos, feiticeiros, que interferem na vida e nas a ( &

hero % ' & R ' / parte das aventuras nas quais os

(18)

Paz (1996) amplia a vis ) ' * ' * estes podem ser entendidos como parte de passagens inici4

Jung (2006) traz conceitos relevantes para o estudo dos contos de fadas. Este autor desenvolve o conceito de arqu, % * , '

contos de fadas, Jung afirma que os arqu, * =

que est '

Jung (2006, p. 87) esclarece que o arqu, , *

express 34 6 ! + % S , S

Entende-se arqu, = * & )

e que s / * + mentos. Herdamos as formas

e n , . Sendo assim, s ' * ( ,

Cada arqu, 4 % + ,

respectivamente.

Giordano (2007) e Coelho (2003) escrevem sobre a trajet %

dando 0 ' & / .

Descrevem os conceitos de arqu, % % )

simb : * , *

que habitam no inconsciente coletivo. Esta autora ainda afirma que os

arqu, % & & +

que, de acordo com nossas viv0ncias, ampliamos estas imagens arquet * recebemos.

Giordano (2007) assegura ainda que h4 uma predisposi *

para desempenhar pap,is como m e filhos, entre tantos outros pap,is que desempenhamos nas nossas vidas, e que impulsionados pelos arqu, , , * agimos de diferentes maneiras frente as mais diversas situa ( % % &

potencial para a experimenta ' ,is sociais.

Neumann (1974) permite analisar a bruxa como a , vista sob

sua face negativa, a m % 5 ) * ,

, enfocando os diferentes aspectos do seu p + !

(19)

arqu, , pode ser observado ao longo do percurso da humanidade, estando presente em ritos e mitos.

Este autor exemplifica os dois p personagem. Coloca que no conto

de Jo ; % & -de-l % & , esconde uma

devoradora de crian % ) 6 % + .

Neumann (1974) faz rela o entre os conceitos de e

! , definindo o! como princ %

de onde a vida surge. Esclarece que a n ,

provedora, mas tamb, * * / n ,,

necessariamente, a morte f % + ' %

para o nascimento ou surgimento de uma nova fase. Portanto, momentos de transforma (

A , * * , no seu aspecto

positivo, e vista como a que abandona, a mulher perversa e m4%

negativo. E , que , + associado ao s )

da bruxa.

O s ) , segundo Chevalier e Gheerbrant (2006), adquire valor arquet % is aspectos distintos. Um construtivo e outro destrutivo. Ao considerar os aspectos positivos, essenciais para a exist0 & %

-se o nutrir, a prote % % + % * % *

ligados ao ! e a , assegurando =

positivos do relacionamento. As rupturas e cis( ), )

, no seu aspecto de m 4% ) 6 %

diab % & 4bia. A bruxa, sendo mulher, relaciona-se imagem arquet da vivenciada desta maneira nos contos de fadas.

Chevalier e Gheerbrant (2006, p. XXV) esclarecem que ) ,

sempre pluridimensional, sendo suscept = ' (

(20)

A bruxa, nesta pesquisa, tamb, , ) & & % que tem pontos de vista divergentes dos autores que a enfocam sob o prisma da Psicologia Anal

Darnton (1986) acredita que contos s & %

quais sofreram as transforma ( ' ( %

portanto, que os contos retratam fatos reais. Desta forma, o autor v0 como documentos que possibilitam conhecer melhor os camponeses e como viviam no s, OPQQQ

Nogueira (2004) afirma que os poderes m4+ + % existentes nos contos, fazem parte do imagin4 e visam satisfazer a psique coletiva, em seus desejos, anseios, e necessidades. Seus estudos s )

fatos hist % ) m analisar a bruxa e a ca ) 6 ,

valiosa, favorecendo desta maneira, relacionar e analisar a figura bruxa pelo vi,s

da hist ! B * Q+ 3

movimento da ca bruxas.

Clark (2006) apresenta a bruxa como ' % 3

com o s ) 4 ? ) , a bruxa, + + idade.

Afinal, expressam o ponto negro social no suposto quadro branco da comunidade.

Esta dicotomia preserva as rela ( )

ordem vigente. Este autor, de que a ca ) 6 ' ), ca mulheres. O uso do conceito de bruxaria como foco permitiu que se alcan )3 , como a opress mulher e seu controle social.

A Arteterapia, que dar4 ) sua real

contribui ' ersonalidade das crian , , ) &

(21)

Ostrower (2004) acredita que a criatividade na crian ,

totalidade Faz parte integrante de sua vida, surge em diferentes situa ( % nas brincadeiras, no faz-de-conta, nos sonhos, para que a crian as diferentes situa ( ! + * , para criar, h4

integrar os novos conhecimentos significativos s nossas viv0ncias e poder, de alguma, maneira transmiti-los aos outros.

A interpreta 4 ) os trabalhados por

Bonaventure (1992), e Chevalier e Gheerbrant (2006), que apresentam os simbolismos que podem-se relacionar a diferentes elementos encontrados nos enredos dos contos de fadas, como por exemplo, os diferentes significados da torre , da madrasta e das florestas.

Pain e Jureau (2001) acreditam que a imagem pode ser definida como

" # e esta , . Sua cria

acontece em partes separadas, portanto,, *ue se transforma em resultado.

- ' 4+il, surge como objeto ou a figura, sendo constru +

conhecimento. Continuamente, s ' 4lises e s + ,%

portanto, um processo.

As entrevistas e os depoimentos desta pesquisa baseiam-se nas leituras da hist ral, que asseguram que as informa ( &

acad0 +0 % ' <

trabalhos acad0 * ,

pela linguagem do discurso acad0 ?

a estes escritos. Os depoimentos orais devem ser ouvidos e entendidos no seu contexto, isso porque recebem sempre a influ0ncia cultural.

Ao final desta disserta ter- se -a material suficiente para, ent ,

analisar e concluir a constru ) ) 6 % %

personagem ter4 ) + '

(22)

) 9 :6

6 9 9 ) : @A 9 6B

O estudo de caso ser4 / ,-escola situada no bairro de Higien % . . A escola,pequena e possui, no m46 , dez crian por sala, sob a orienta ' . A escola atende crian

faixa et4 ' ) 4 , com beb0 H , at, I

anos completos.

As crian , tendo como crit, ' 6 4

desenvolvimento cognitivo. Esta escola atende uma popula , % cujos pais trabalham fora durante o dia e, desta forma, muitas crian

na escola em per +

A interven ) 6 , &

realizados pelas crian % e dos

depoimentos gravados sobre a vis * ' / ) 6

As crian 9 Q, que est H , as do Jardim II, com 5 anos, e as do Pr,, com 6 anos, perfazem um total de 16 crian . Todas suas professoras apresentam forma 0

As professoras far * * , ao final, possamos

ter a vis bruxa nos contos de fadas

As crian 9 Q% ' ) /

conto e, posteriormente, far resenta , & . As crian

do Jardim II, que j4 , poder * ' a

bruxa e tamb, ' & . As crian ,, por j4 ' ) / %

escrever ' ) ) 6 % , ' / em o desenho.

Para a realiza & % ter folhas de

(23)

identificados com o nome da crian % que se possa, posteriormente, relacion4-los aos depoimentos sobre a bruxa.

No depoimento individual sobre a bruxa constar4 + que ser gravadas. Este depoimento ter4 )3 * as crian

verbalizam sobre a bruxa, como a descrevem, seus sentimentos em rela personagem e se esta fala difere do desenho realizado.

A cada encontro ser ' ) & . Elas ser

anexadas disserta

Foram escolhidos os contos da coletB % & , dos Irm

Grimm (1962). Estes contos s 9 ; % # ? @ / l. As

vers( / + % /

Estes contos foram escolhidos por apresentarem a personagem da bruxa

atrav, ' ' ( . Em Jo ; %pode-se observar a bruxa

que mora na casa de chocolate, mas tamb,

entendida como a de uma bruxa. Em Branca de Neve, pode-se observar a

transforma & 3 ) 6 % * ) 3

continuar sendo a mais bela. J4 @ / % ) 6 +

menina, contra a pr @ / ipe.

Sendo assim, os contos escolhidos mostram a figura da bruxa nos seus diferentes aspectos, o que possibilita aos ouvintes perceb0-la tamb, 4 maneiras, Outro motivo que levou a escolha destes contos para integrarem a

pesquisa , * B que apresenta uma vers

60, sem muitas mudan

Os tr0 & na faixa et4 H

a 6 anos e, para os adultos, objetivando verificar a pertin0

caracter ' + ) 6 &

(24)

Ao finalizar esta interven , pode-se analisar como os integrantes desta pesquisa idealizam esta personagem, quais suas caracter %

esta figura no imagin4 *

Desta forma, teremos ao todo tr0 & e cada participante da pesquisa, podendo, portanto, analisar como esta personagem , %

visto que uma das quest( das , * + esta personagem

causava medo, era temida e assustadora. J4nos nossos dias, parece-nos que esta

personagem , %que assusta e

(25)

' (

* + *

Von Franz comenta que Plat ' / ' 0 ) & %

afirma * & & &

simb ' ( JKLLT, p. 11). Isso demonstra que, desde muito

tempo, os contos de fadas s

Ainda cita que, na Antiguidade, Apuleio1, escritor e fil ' , QQ d.C. escreveu uma novela famosa :) . Uma narrativa em prosa com 11 livros, denominada inicialmente C Essa obra narra as aventuras do

jovem L= * % ' 4 , unta-se de um unguento m4+

Mas, em fun equivocado do unguento, v0-se transformado em asno. Depois de uma s, 6 4 s, ele recupera a forma humana

gra U

Desta coletB % = ! +V & +

nossos dias, . Esta hist +

da uni % s grotescas e obscenas.

Interaja com este mito:

1Apul,

- Lucius Apuleius (125 - 164) - nasceu em Madaura, na Num J& 3 ! +, N

125. Educado em Cartago e Atenas, viajou pelo MediterrB % Profundo conhecedor de autores gregos e latinos, ensinou ret @ +

W' -se com uma rica vi= ' %

escreveu a obra Apologia (173), uma esp, ) + ' % * ' da acusa

pr4 + % * X %ColetB

trabalhos de eloqV0 ! ) & ,) .

(26)

Psique era a mais nova de tr0 ' & ;

extremamente bela. Sua beleza era tanta que pessoas de v4 + ( iam admir4-la, assombrados, rendendo-lhe homenagens que s devidas !' !' enviou seu filho, Eros, para faz0-la apaixonar-se pelo homem mais feio e vil de toda a terra. Por, %

beleza, Eros apaixonou-se profundamente Psique continuava s .

procuram um or4 * * iam levar Psique ao cume de uma

montanha e l4 + % %e assim ocorreu.

Ao chegar a montanha Psique sentou e sentiu muito sono adormecendo, ao acordar se viu num lindo lugar onde foi levada a um castelo escuro l4 %

escurid . *

Ao amanhecer o marido n 4%

tempo. Com saudades de suas irm % permiss para visit4-las, recebendo a permiss , mas ao contar s irm *

feliz mas, que nunca vira seu marido foi instigada por elas para v0- lo. Voltando ao castelo, com uma lamparina tentou v0-lo, viu ao seu lado um lindo jovem, mas Eros acorda com um pingo de *

Afirmou que o amor n ) a abandona. Para

recuperar o amor de Eros que realizar tr0 foi realmente feliz.2

Esta hist & -se & * O enredo relata

a hist 3 * , ) + a viver em um castelo, convivendo com um

pr ' ' 4-lo, valorizando sua beleza

interior. Quando o feiti , * ) , ) 3 ) % X

transforma-se em pr

- ) r a similaridade entre estes contos e outros, ainda da atualidade, encontrados na R= % . , ? + , pontuado

por transforma ( % ' ' + ' * + * ,

do seu amor redime seu amado. Existe, aproximadamente, h4mais de 2.000 anos, mantendo-se praticamente inalterado em seu conte= , & 3

Von Franz (1990), a respeito da trajet ' %

documentos como as colunas de papiros eg * ais

c, ) % 6 % , ) & + * , que

relata as desaven % 3

constantemente brigam entre si, mas dependem um do outro. Observa-se, ent , que os temas b4

semelhantes entre si. Outra informa * X / ' , )

2

(27)

padre W. Schimidt, segundo a qual os temas dos principais contos permanecem inalterados desde aproximadamente 25.000 anos a.C.

Nos s, XVII e XVIII, os contos eram dirigidos para crian e adultos, sendo a narra & uma pr4

civiliza .

Vale elucidar que [...] o contar hist ,

ocupa l essencial sendo at, & de:

-Rocken Philosophie. (VON FRANZ, 1990, p. 12)

Herder, um estudioso do s, OPQQQ% ' *

continham lembran 34 * 6 ,

seus s )olos. Eram reminisc0 ) ',% ,% ) +

que melhor satisfizesse os ensinamentos dados %

nova aspira Jid., ibid)

Os irm : (apud VON FRANZ, 1990), integrantes da escola

romB % + ' . + : JYTTMN%

! , * + 3 ( & *

pertencem a uma sociedade. -% , uma heran

diferentes participantes das comunidades, independentemente de onde habitem. Giordano esclarece que a palavra ! surgiu pela primeira vez em Londres, na revista Ateneu, em 22 de Agosto de 1846, tendo sido criada pelo

arque + + 0 Z 9 & R& comp( 3

voc4) ,-que significa povo, e cujo significado, )

Os irm : &

pelos camponeses e pessoas dos arredores. Por, %

misturar elementos fantasiosos em algumas vers( % +

modifica + % 6 -na nas notas de rodap, 4+

Eles + 6 ' 6 % / %

(28)

Surge Perrault na Fran % *

pessoas come ' <

identificavam, admirados, a quantidade de temas que se assemelhavam e que se

repetiam. Um tema presente na Fran ), % +

varia ( % @= Q 4 JVON FRANZ, 1990)

Para explicar este fenS , os irm : + e

met4' 7 % * * * ) % &

fragmentos pela grama (apud VON FRANZ, 1990, p. 14)

Paralelamente aos irm : % + & *

considerava que os mitos expressavam, simbolicamente, as realiza (

pensamentos filos ' ' ? , pode-se ver como um

+ ' 5

e o mundo J % ) N

O interesse em verificar o que causava a repeti a semelhan

os temas conquistou express & ' * fico. A pesquisa foi direcionada para a descoberta dos originais e de suas migra ( % & , at, , estudos sobre o inconsciente coletivo e a psique. Alguns acreditavam que os contos eram, em sua maioria, origin4 U , # ) S . De l4, migravam para toda a Europa. Outros acreditavam que esses fossem oriundos da

W ; % + % +

desenvolveram sobre as poss is migra ( JVON FRANZ, 1990)

A autora enfatiza que o % ! . buscava analisar a teoria das

migra ( P4 & + *

sua origem em um s . Eles acreditavam que diferentes contos surgiam em diversos locais. A partir desta teoria, surgiram coletB + +

mesmo tipo, acreditando-se que a melhor das vers( % %

po, % +

Von Franz (1990) declara sua posi ) rela

contos: alguns migram e se desintegram e outros recebem valor agregado. No percurso da hist , a autora assegura que no s, OPQQQ

(29)

1"( - em 1889. Este autor defendia a hip * )4 , tanto dos contos de fadas, como dos folcl , derivam de sonhos. Faz a rela

os temas repetidos de sonhos t % * *

diferentes fases da vida, como sonhos de se casar, ter filhos, e os temas folcl Para Bastain3, os temas mitol +

elementares (apud VON FRANZ, 1990, p. 17) da esp, & Esta, possui um

estoque de 2 , , os quais n + % s +0

indiv duo. Estes aparecem com varia ( + + 4'

na U % # ) S % 6 % * " '

Tais id, 6 9 + ) * , +

arquet pica, conforme explica von Franz. Segundo Jung,

[...] o arqu, , strutural b4 / certa narra m + fica sob a qual os arqu, acabam de uma forma recebendo ent nome de Imagens arquet ( id., ibid.)

Bastian acreditava que refletiam um fator

hipot, % * + ' * ; , ao deparar com

& , tem-se ind 6 0 pensamento b4 * est4 )3 Jid, ibid.)

A Escola Liter4 a visava investigar os contos sob o ponto de vista

estritamente formal. X / 4 7 % % &

cS % & & 3 % * se denomina de contos

de fadas cl4 (id., p. 18). Estes contos s % :

Andersen, que transcrevem os contos da tradi oral de suas comunidades,

3

Antrop + % ! ' # JK[YI-1905), abria o campo da experi0

para distinguir duas importantes concep ( ' + <) &

costumes de cada povo, experimentado e curioso explorador, Bastian, dentro das longas viagens que

fez, desenvolveu a teoria das "id, \ J + ] N% \ ,

, ou culturais" (Volkergedanke).

(30)

mantendo suas singularidades. Estes estudos foram importantes e denotaram as diferen 6 & dos contos de fadas, que podem ser definidos como aqueles que salvam, matam e n 0 !+

sentimentos, s ( * + ( '

Nas lendas e sagas, o her 34demonstra seus sentimentos. (VON FRANZ, 1990) Os contos de fadas foram estudados por etn + % + e

especialistas em mitologia e hist + ( % * ,

e cientifica sobre o assunto em pauta.

A trajet / ) ' )

diferentes enfoques sobre seus significados. Von Franz conclui que os estudiosos,

aos poucos, come & %

simb melhan ( +

avan + % ) - se o quanto os contos possibilitam o conhecimento das estruturas mentais, emocionais e sociais dos indiv

Jung, ao estudar os mitos, percebeu que os contos de fadas tamb,

continham ensinamentos vindos da sabedoria popular. Em suas pesquisas sobre os arqu, % -os presentes em mitos e em contos de fadas.

Uma defini ) * os contos de

fadas s 6 ( mples dos processos ps*

inconsciente coletivo . (VON FRANZ, 1990, p. 9)

A autora comenta o motivo que Jung e a Psicologia Junguiana t0

estudar os contos. Deve-se ao fato de ser &

a anatomia comparada da psique JJUNG apud VON FRANZ, 1990, p. 25), pois nos contos existe um material cultural que tem suas ra/ + 4 *

coletiva, possibilitando a cria + ' *V %

oferecem uma imagem mais clara das estruturas ps* 94 %

ou outro material mais elaborado, temos as estruturas b4 * , uma grande quantidade de material cultural.

Silveira (2000) sugere tratar-se uma maneira de lidar com v4

(31)

elementos trazidos nos contos s & % + nas profundas camadas do inconsciente, comuns a pisque de todos os seres humanos e pertencentes ao mundo dos arqu,ipos. Por este motivo , * mesmos temas aparecem em contos de pa ses distantes, em diferentes , com muito pouca varia

Von Franz (1985) afirma que as tend0 % * , * encontram-se nos contos, podem ser influenciados pelas civiliza ( * originaram. O conto se origina de uma hist % = * , ' partir de um sonho. Este revela um ou mais arqu, *

encontra. Observa-se, assim, a perman0 * ,

Apesar das ramifica ( ' % ) -se a

inter-rela % * % ' + +

ao outro com maior facilidade. Apresentam uma estrutura simples e b4 , o que lhe permite fazer sentido para qualquer pessoa. (VON FRANZ, 1985)

Segundo Silveira, para Jung:

Mitos e contos de fadas d 6 inconscientes e sua narra provoca revitaliza rocessos, restabelecendo a conex do consciente ao inconsciente (JUNG apud SILVEIRA, 2006 p.105)

Isso acontece quando se escuta ou se l0

-qual as crian * & 4 /

Enquanto n 0 ( ' % )

para seus conflitos.

Jung define arqu, 7

[...] o arqu, a essencialmente um conte= inconsciente, o

qual se modifica atrav, / %

matizes que variam de acordo com a consci0 ia individual na qual se manifesta (JUNG, 2006, p. 17 )

O autor exp( * % , * ,

(32)

indiv duo. Quando adquire valor emocional e afetivo, pode ter vida. Jung defende

que n &4 + ' % , os santos. S

h4 + ' + quando existe, junto a ele, uma experi0 ' J VON FRANZ, 1990).

Os arqu, .

representa ( B * 4 % * 4

deles , ' / ' 3 % -o neste momento

(id., ibid.). Este conceito, estudar-se os contos. Pode-se verificar quando o arqu, ' ' /

indiv duo. Isso acontece de acordo com o momento de vida e com a percep deste momento espec'

- ) * duo, a seu modo, ir4 )

a interpreta . 4 m ou outro aspecto para valid4-la.

Observar4 * X %

talvez se encontrem explica ( ) & * 6

conte= 6 < ) ) es contidos e suas

poss ( < %

ao inv, + ' + % 3 3

de casualidade entre as a ( )

DCDC : = 9> E 9 ? 9 9 9 7

A primeira coletB ' + X , no reinado de

Lu s XVI, % " . Esta coletB

apresentando o total de oito contos recolhidos dos relatos da popula . S eles:

* * - %( " ( 3 ( - ) * - )

(33)

2 . Numa pr 6 '

- - / 6 0 (COELHO, 2003)

Coelho (2003) assegura que Perrault foi o primeiro escritor a fazer uma coletB -se dizer que a literatura infantil surgiu na Alemanha, s, OPQQQ%

tendo como objetivo a pesquisa da l + . No pa amb, surgiram os Irm : ! ) & deles, a literatura infantil come 6 pela Europa e Am,

Os irm : ) / + < )3

estudo preferenciais destes autores eram os mitos, lendas e sagas que

permaneceram vivos na tradi % +

gera ? 6 * +V % -se os

contos, trazidos pela cultura popular: Os Contos de Grimm, nesta cole

receberam o nome de X ! Jid., ibid.)

As hist & % * - *

7 1 8 - %( " ( 3 ( - * ( - )

) - ) 1 % - ) + * -

-9 ( - ) 2 - 5 : ! - ) " 1 " -entre

outros, foram publicadas como contos avulsos, entre os anos de 1812 a 1822. Na

segunda edi % Q : + * & fatos

cru, e aqueles que envolviam as crian Jid., p. 23)

D, Q : % + , no in cio do romantismo,

Andersen, dinamarqu0 * ) K[M K[_` , K[MM%

denominado '. Andersen era um homem ligado aos valores crist &

mesmos ideais romB % . % -se o

primeiro escritor a escrever para o p=) ' . + + , +

cora . ndo, veiculando

valores como bondade, lealdade e honestidade. Seus contos, em geral, s retratam um final nem sempre feliz, diante do ego 3

Desta maneira, os contos de Andersen refletem, em seus conte= , os

(34)

s egnados de problemas pessoais, a maioria deles vivenciados pelo autor. (VON FRANZ, 1985)

Andersen busca resgatar o folclore da Dinamarca. Ao mesmo tempo em

que mostra as injusti % & +

solu ! , procura passar ( *

para se alcan , . ) ( %(

-" . - ) " - "

" - 9 e ( . (COELHO, 2003)

Andersen trazia em seus contos os valores ideol + * / Temos como exemplo os contos " e& " %( < -que mostram a defesa dos direitos iguais para todos, propondo a anula )

" ( ! e " . demonstram a necessidade da

valoriza % , * ! , 6

nos contos 1 ( - ) " e ) " ( ( . ) 1 ( %( e ) ( 7 apresentam os valores que envolvem a incerteza da vida. )

0 = " discorre sobre os valores naturais em rela '

E, finalmente, os contos ) % 1 2 e ) 1 " ( 3 ( mostram a necessidade de se incentivar a fraternidade, a caridade, a resigna

paci0 ' = Jid., ibid.)

Coelho (2003) investiga algumas origens dos contos de fadas. Vale a pena relembrar%( " ( 3 ( :

Uma menina conhecida pelo apelido de Chapeuzinho Vermelho, que a

pedido de sua m ? caminho,

desobedece a sua m & lobo fica sabendo

ent * 4 % % J + s vers(

e depois a menina). Ambas s * assava. o

ca ) Jem algumas vers( ) +

do lobo que morre)4

Este conto existe em v4 ' * % +

certa. Acredita-se que tenha sido origin4 mito grego de% .

4

(35)

O mito nos fala sobre que a esposa de Urano era Gaia (a Terra) e que cada vez que Gaia tinha um filho, Urano o devolvia ao ventre de Gaia. Cansada disto, Gaia tramou com seu filho Cronos. Ela fez de seu pr

pedra em forma de B Cronos. Cronos esperou que Urano, seu pai, dormisse e o castrou. Atirou a genit4 % onde brotou Afrodite, a deusa do amor. Depois, Cronos reinou entre os deuses durante um per conhecido como Idade Dourada. Mas uma profecia dizia que ele seria enfim vencido por um filho seu. Assim, temendo uma revolta tal qual a sua, ele passou a devorar seus pr ' & assim que nasciam. At, * ' e cumpriu, e Zeus, auxiliado por sua m % @, % + * 'caria conhecida como titanomaquia. Zeus libertou definitivamente seus irm ) tit aT4 5

Esta mesma hist , '4) , OQ%

! 0 Ela conta sobre uma menina que usava um capuz vermelho, ,

devorada por lobos, e consegue escapar, enchendo a barriga do lobo com pedras.

* , & B *

com um tema semelhante, cujo original , , OQQQ7 ) 5 ' > (COELHO, 2003)

Outro conto, cuja c, + + + + ,,

) * . Sua origem seria a lenda do R Q6 . (id., ibid.)

O conto4 5 " , segundo o autor,, *

! . Ambos teriam suas origens no conto oriental ) " " " : , no qual uma das irm , , se transformando numa bela jovem.

Este mesmo tema aparece em ( O pr tamb, sofre o

processo de desencantamento. Esta lenda procede de Portugal e tem o nome de

7 ? / . Este , bom exemplo de migra .

origem, o mito % " , de Apul,io.

% ou a * ( tem sua origem em& % <

-registrada por Basile, na qual existe uma mo ' * ' rma em bela.

Ainda no folclore italiano, outra hist ' 7 )

: ( Neste conto, h4 sa que aparece transformada em r . (id. Ibid.)

5

(36)

Coelho (2003) revela que as origens do 2 , conto que

relata a hist ' %j4 tamanha exatid , %

o tema , * ' A hist conta a tradi

milenar do nascimento de uma crian * que ajuda seus pais.

Segundo Coelho (2003), h4 ' entre este, 9 (

ainda com a hist * Crian ' C

Em todos estes contos o cen4 , & 7 ' , onde

crian ) % + * de crian % +

e a bota de sete l,+ , ) 6 '

trazem temas semelhantes com sua migra local para outro. (COELHO, 2003)

E, finalmente, o autor menciona o * -que tem origem incerta, embora conhecido nos folclores de diferentes localidades. Anteriormente a Perrault, Basile, em sua coletB % % , datada do s, OPQ, na It4 %

um conto cujo nome ,% 2 Trata-se de um gato astuto, audacioso e sagaz, que consegue transformar um amo pobre em rico senhor da corte, casando-se com a princesa, da mesma maneira que acontece no conto * CO conto relata

as experi0 + * , para agradar seu amo, busca

solu ( ' ) 6 Tais atitudes

causam espanto entre os moradores da sua comunidade. Pode-se afirmar que os recursos por ele encontrados s

Por meio desses exemplos de contos conhecidos de gera

gera % -se constatar o qu + * +

lendas vindas da Europa. Cabem, ent , alguns questionamentos: Qual o motivo que faz com que sejam contados at, 8 , e porque, se perpetuam no tempo?

Em geral, os contos apresentam caracter .ua composi

, )4 * , podem fazer

sentido para qualquer pessoa. Apresentam uma linguagem que,

(37)

1. A presen ' % ' 4 + 4 % ) +

contos n -se dizer que ,

mediador entre o her J & N )3 a

2. A oposi bem e mal.- * !* * )

, ) ? 6 = ) )

Aquele que pratica o mal , incapaz de

qualquer a ) X

constante guerra, o bem dever4

3. A ambigV as personagens: bom e o mau; ou o personagem , muito bom ou ao contr4 . feios. Os valores s absolutos, em ess0 , e seus opostos n ) a mesma personagem. As personagens s as de acordo com o esteri produzido pelos valores que carregam em suas a (

4. As provas ou desafios, que normalmente acontecem ao her ,

dificultam sua trajet + )3

5. Estere 7 as personagens do conto s dotadas de beleza, mesmo que pobres. Os opositores s ' !

lindas e meigas. As bruxas s ' % & e com verruga no nariz.

6. Os elementos m4+ s * * 3 & . Como a varinha de cond ( 4+ % ou a vassoura, que ajudam a fazer o mal.

7. O Final feliz, que corresponde * )3 JVON FRANZ, 1990)

Paz (1995) esclarece que os contos podem ser classificados de acordo com os temas que desenvolvem no seu enredo. Sendo assim, temos:

>9 9 nele, encontram-se crian ) % * '

merc0 J ) 6 N% o Ogro, esp *

(38)

>9 9 9 = 9 neste ciclo, encontram-se contos nos quais o

pr , + '

>9 F < 9 abrange contos onde existem lutas. A luta contra o drag % ) o resgate, e as provas que levam ao casamento.

Bettelheim (1979) acrescenta que nos contos de fadas o mal ,

presente quanto o bem, sendo comum estarem inseridos sob forma de personagens

e suas a ( % ),

-que possibilita ) ) existente e tamb,m a necessidade de resolv0-lo.

O mal est4 % imbolizado pela poderosa bruxa, pelos gigantes maus ou, por exemplo, pela astuta rainha de * 7 . As

a ( 6

em destaque. Por, , no final da hist , o mal ser4 % rando

que a pessoa m4 quase sempre , X * +

crian + . Como podem lidar com seus sentimentos.

Mostra-lhes que existem, ao mesmo tempo, uma m ) % 4% *

(39)

' (

Os contos de fadas trazem-nos de volta ao mundo maravilhoso da imagina e da fantasia, onde vivem os reis, as rainhas, os pr %as princesas,

as bruxas e as fadas. Al, % =

conhecimento sobre o comportamento humano, pois t0 * ' as diferentes formas atitudinais e tra * ' & ! , ,

pode-se estudar as estruturas b4 & .

importB , como afirma von Franz (1990), est4 ' * '

trazem em seus conte= + % *

crian * 0 %

Os conte= '

inconsciente, ao mostrarem, em seus enredos, situa (

cotidiano. Por vezes, falam de problemas e tamb, ( + 4 que podem se assemelhar ao nosso dia-a-dia. As solu ( )

dificuldades nos s , (es dos seus her

Von Franz (1985) contextualiza que antigamente os contos de fadas n

eram destinados % asses inferiores da popula %

como lenhadores e camponeses. Conta-se que enquanto as mulheres fiavam, ouviam contos. A autora relata ainda que, em alguns locais, existiam profissionais contadores de contos, que eram convidados a cont4-los e a repeti-los, se necess4 sas atividades eram herdadas ou aprendidas, caracterizando-se como

uma tradi

Os contos conquistavam valor. Havia uma tradi * &

sempre no imagin4 ! *

uma forma de entreterem adultos e crian % / ,

(40)

aspectos da sabedoria popular, passados de gera + JVON FRANZ, 1990)

Von Franz afirma que, para Jung, ' ,% %

sua melhor explica . Seu significado est4 alidade dos temas que ligam o fio da hist . (apud VON FRANZ, 1990, p. 9).

Os temas encontrados nos contos de fadas s

humanidade. Contam hist ' % % %

s madrastas, aos ricos e pobres.

Bettelheim (1979) afirma que nos contos de fadas, os personagens s muito parecidos com os homens, mas se diferem destes pois n 0

pr ! ( 7 % *

ent & r0 ' & % ' & & * , porventura, estes

personagens t0 % eles s , como Maria ou Jo

Da mesma forma, fadas e bruxas tamb, 0 Q para que a identifica as personagens flua com maior facilidade.

Os personagens t0 ) ' *

indiv * & ) nos contos atravessam o tempo da hist , que s finitos. O indiv < + , G + %a personagem tem prioridade ao individuo, em se tratando de contos de fadas. O indiv

um diferencial com rela personagem. Esta possui vida e lugar pr -diferenciada por si s + , a no conto de fadas, pois nos contos sempre encontramos rainhas, reis, pr % , ) 6 fadas. Assim, podemos pensar que esta possibilidade, de ser eterno e com

caracter % , * 6 ,

dias atuais.

Assim, as personagens ganham vitalidade para atravessar a linha do tempo em que transita a humanidade. Por exemplo, o rei quando falece deixa o trono para que outro indiv 4-lo. Quem morre n , % sim o humano que exercia o reinado. A fun permanece viva no imagin4 &

(41)

Observa-se que a identifica + -se facilitada. Trata-se de representa ( * % e filhos.

Para Bettelheim (1979), os contos, ao lidarem com o imagin4 , n iludem as crian . Estes apenas colocam-nas em contato com diferentes emo (

e dificuldades comuns & .

GCDC 19A9

Este conto encontra-se na% # % & -dos Irm : , de junho 1962, volume I. Recebe, nesta edi , o nome de9 ( 2 .

Este conto relata a vida de um casal com dois filhos, vivendo numa

, * ' ' , . Por este

motivo, a madrasta e o pai das crian m deix4-los abandonados na floresta.

Esta foi a solu ' '

Jo / & , por ter ouvido a conversa dos adultos, que decidiram abandon4-los na floresta, leva em seu bolso ao sair de casa, pedrinhas com as quais pretende marcar o caminho para retornar a casa. Com esta atitude, as crian +

para casa.

Mas a situa ' , e mais uma vez, s

floresta e, desta vez, Jo & e, por isso, leva peda p . As migalhas s as pelos p4 %impedindo a volta das crian casa.

(42)

inten e , + por elas no final da hist . Maria empurra a bruxa no fog e solta Jo . Depois, as crian encontram um tesouro e

voltam para casa com a ajuda de um p4 / & ,

ent , viver tranqV ' /

No conto 9 -a madrasta e a bruxa apresentam caracter

do p + .

Neumann (1974) afirma que muitas imagens simb

arqu, . Os arqu, am entre os dois p 7 +

e outro positivo. Sendo um complementar ao outro.

Segundo Grinberg (2003), o arqu, , no seu p positivo, apresenta a m como aquela que prov, , alimenta e acolhe a crian

o p + , manifesta-se atrav, %

que seduz, asfixia, abandona e aprisiona, quase sempre representada nas hist como a personagem da bruxa ou da madrasta.

Grinberg (2003) esclarece que estas estruturas arquet

bipolares e, desta forma, apresentam aspectos que s % lado dos aspectos negativos e destruidores. Mas estas polaridades n

relacionadas ( )

No conto 9 , a figura da mulher assume posturas tamb, vividas pelas mulheres atuais. Uma delas , ' m * % , , vivida pela madrasta. A outra fun , ' & , vivenciada pela Mariazinha. Toda mulher vive o arqu, em fases distintas de sua vida. Primeiramente, vive este arqu, ' & % *uando, ) )0 , & colo e, posteriormente, o vive em outra fase, quando , j4 m * 4

seus filhos. Estes, em alguns momentos de suas vidas, podem sentir-se abandonados assim como Jo Mariazinha. (BONAVENTURE, 1992).

Neste conto a madrasta (bruxa) pode ser entendida pelas crian

modelo de m . Isso significa que as crian , durante suas vidas, podem sentir sua

(43)

todas as vontades. Sendo assim pode-se dizer que toda m ) 6 dentro de si.

A m , & %

mas ela deve tamb, ' -se um pouco para que as crian +

maneira independente, pois, * ela mostre aos filhos que eles devem e podem caminhar sozinhos. Uma m / uidadosa, que alimenta seus filhos na boca quando estas crian s j4 0 condi ( em por conta pr pria, estar atuando como bruxas que n m o crescimento das crian s, por mais que estejam agindo com amor e carinho. Pode-se, ent ,

perceber que as atitudes das m no

seu aspecto negativo ou positivo, nas diferentes situa (

A floresta , &4 + . - escuro, o que causa medo. - um lugar desconhecido, obscuro, inating . + &

Gheerbrant (2006), a floresta simboliza o inconsciente, sendo o local onde vivem os animais selvagens, que correspondem aos nossos instintos, e onde deparamo-nos

com o desconhecido. Na vida, precisamos tamb, ' *

possamos crescer.

As situa ( * * %

primeiro dia na escola, ou tendo que fazer sozinhas algumas atividades, podem

gerar uma sensa ) (

na floresta, levando novas conquistas. Isso porque proporciona buscar recursos pr para resolver suas poss 'iculdades.

Mellon (2006) explica que a floresta , ), ) conhecimentos, podendo ser vista sob dois aspectos. Uma situa * 4 , ou ainda aquela que nos liberta. Na floresta, moram os monstros e as bruxas, assim como fadas e princesas.

(44)

A bruxa atrai as crian alimento , pois a m e cuida.

Alimentar , ' ( % ) e, desta

maneira a casinha de p -de-l , e apetitosa, principalmente, quando se tem fome.

A bruxa deste conto est4 . Oferece

crian ' + % -as definitivamente, e seu

comportamento, a princ pio,, & # JKLLYN 4

respeito da atitude da bruxa, colocando que, ao contr4 io da atitude que teve a

madrasta com rela % ) 6 + % ' -lhes alimentos

apetitosos e preparando uma cama macia e gostosa. Assim, o medo que havia causado no seu primeiro contato deixa de existir.

A bruxa nesse conto , ) + % -se bondosa no in cio da

hist % se artif * Este comportamento da

bruxa possibilita v0-la como uma mulher boa ou m4% , & *

algumas crian 0 , em suas vidas reais, ora boas, ora ruins. Quando a m ) + com seu filho, pode parecer ele uma bruxa, mas quando ,

carinhosa a bruxa deixa de existir dando lugar a fada bondosa.

A nossa vida est4 ) +V . Mesmo dentro de cada um de n s, encontramos um lado bondoso e outro lado perverso.

Jo , neste conto, representa o lado masculino, e a Maria, o feminino que existe dentro de cada indiv duo. Um lado que pondera, apresentando solu ( % e o outro que se desespera e chora. Estes dois aspectos s

complementam.

Jo , pressentindo o abandono, separa pedrinhas para marcar seu caminho. Marcar o caminho com pedras traz seguran % , % permanece onde, cada. Assim, pode facilitar o caminho de volta. Maria, apesar de demonstrar fragilidade no in cio deste conto, age com seguran no final. Acha, dentro dela, for 'iculdade em que se encontra, jogando a bruxa no forno e salvando Jo + @elacionando esta situa vida infantil, pode-se

observar que, quando as crian % / +

(45)

Bonaventure (1992) explica que ao relacionarmos a atitude de Jo % tomar a iniciativa de buscar uma solu para ao problema, e a atitude de Maria, de ficar com medo e chorar, observamos explicitamente os valores culturais e sociais,

em rela & & ' . Mas, ainda

esclarece que dentro de cada ser humano h4 9 Maria, que s nossas polaridades. Uma que se deixa levar pelo desespero, n 4 %

e outra que , % ) ' ( !

observar-se estas duas atitudes, pode- se perceber que elas n +S , e sim complementares.

Segundo Lerner (1992),, , % * , , que as

crian + & % ilumina os

caminhos. A lua est4 ) amente associada ao feminino.- como uma m que orienta, ajuda, mostra o caminho, a sabedoria. Neumann (1974) afirma que a lua , um dos s ) , representando, por causa de suas fases, a capacidade do nascimento, assim como de um renascimento. Chevalier e Gheerbrant (2006) ampliam as coloca ( ? ' *

representar a periodicidade, o feminino e a transforma

As mulheres deste conto assumem pap,is bem definidos. A madrasta

abandona as crian ' % , sem rodeios, n 6

influenciar pelos sentimentos,, % 6 )

pelos empecilhos, personificando, assim, a m 4, que tamb,

ser associada a uma esp, ) uxa. A bruxa da floresta tinha por objetivo se alimentar das crian ! , , a madrasta e a bruxa impulsionam

as crian % ) ( % %

personagens que levam ' % ) ( %

comportamento.

A m F % ) 6 Maria s & *

(46)

Em rela ) 6 % '

das crian % oderar da inoc0 % / % +

da vida, da gra % * % , & % ' %

A bruxa de 9 mora afastada da sua comunidade, n

vizinhos, vive isolada, representada um padr * , visto na literatura, atrav, ' + & & % + % ' %

n 6 + )

Relacionando a bruxa deste conto com as bruxas da Idade M,

percebe-se que existem semelhan ! ) 6 Q ;, velhas,

moravam afastadas das cidades, cuidavam da natureza e das ervas, faziam po ( m4+ * avam daqueles que as procuravam, alimentando-os. A bruxa do conto assemelha-se s antigas na medida em que tamb, , velha, mora afastada da comunidade e alimenta as crian

Representantes do mal, segundo Mellon (1992), as bruxas s

apresentadas com roupas negras e, em rela , s

orgulhosas e invejosas, normalmente provocando espanto e medo. Mas ao mesmo tempo, exercem fasc o tanto nas crian . Usam vassouras

m4+ 0 '

A bruxa deste conto n 6 + ) . Pode-se relacionar esta

caracter s diferentes situa ( % * *

enxergar, ver o que est4 ' % ' + ' ? ( , ou

choramos como Maria e obedecemos ) 6 J N% %

como fez Jo , ao mostrar durante um bom tempo o ossinho bruxa. (BONAVENTURE, 1992)

No final deste conto, depois de conseguirem sua liberdade, as crian acham na casa da bruxa um tesouro com pedras preciosas, voltam para casa e vivem felizes com seu pai. Relacionando este epis vida das crian s, pode-se observar que, quando a crian + ) ar no seu interior as solu (

enfrentar suas dificuldades, ela encontra o seu tesouro, as suas possibilidades, os

(47)

A confian * ) salva . Jo , ao ficar preso e impossibilitado de buscar solu (

livres da bruxa, como havia feito no in & % ; busca de uma nova for , que a faz forte e ativa, pois n +

ajuda externa. Maria, por passar por estas dif 6 0 % 6 gir apenas com seu lado afetivo, buscando as solu ( . Aprendeu, portanto, a desenvolver e usar sua polaridade masculina.

A comunh )3 ' *

fazem com que Jo ; % 3 , consigam atingir suas metas, pois ambos tinham o mesmo prop 7 ara casa e se livrar da bruxa. Jo ' Maria e vice-versa

Os contos, atrav, = ) , possibilitam ao

ouvinte/leitor vivenciar com mais clareza seus momentos dif %

quanto externamente, e encontrar neles solu ( . Por, , isso n garante que as dificuldades deixem de existir. Os contos apenas apontam caminhos que apontam onde buscar for enfrentar estas dificuldades.

Observa-se, neste conto, os dois aspectos que comp( * , , o negativo e o positivo. Deve-se ter o cuidado de n 0-los como bom

ou mau, pois , 4-los como p um

mesmo s ) Isso significa que temos sempre dentro n

GCGC

O Conto da Branca de Neve, relatado aqui, foi retirado do volume I da

% # % & -dos Irm : , de 1962.

(48)

novamente com uma rainha muito linda, por, josa e ciumenta. A rainha julga-se a mais bela das mulheres. Ela possu & 4+ , que sempre lhe confirmava sua beleza.

2 que foi crescendo, Branca de Neve foi se tornando cada vez mais bela. A rainha, ao constatar esta realidade, fica enfurecida e cheia de inveja, pois seu espelho m4+ lhe afirma ser ela a mais bela entre todas as mulheres. Diante disso, a rainha tenta v4 / S ' vida de Branca de Neve. Mas

somente depois de tr0 + 4 la.

Branca de Neve, depois de comer a ma % permanece dormindo durante muitos anos, at, * % ao v0-la, enamora-se por sua beleza, levando-a ao seu castelo.

Branca de Neve revive e casa-se com o pr ! Jbruxa) , convidada para a festa de casamento, e l4 , ) + ) * como brasa at,

Neste conto, as figuras masculinas t0 + ' %

sabemos a respeito do rei e o ca , ' + 6 , mesmo

representando a seguran # ? ve diante da morte. Este homem n mata a jovem, mas a deixa na floresta, viva e abandonada. (BONAVENTURE, 1992)

S an( presentes na hist Estes pequenos homens protegem a menina, que passa a morar com eles. Eles, ao seu modo, orientam Branca de Neve sobre as maldades que podem prejudic4-la. Segundo Chevalier e

Gheerbrant (2006), an( % +

cavernas incrustadas nas montanhas, podem representar, portanto, o inconsciente. S misteriosos. Podem ser considerados, desta forma, os guardi( +

Chevalier e Gheerbrant (2006) explicam que os gnomos recebem o nome popular de an( e s representados pela figura de homenzinhos pequenos e

feios, / ? ) , s %

assim como das pedras preciosas. Em rela & %

como clar( 0 Ainda sobre o simbolismo dos an( %

(49)

conquista de tesouros, sendo o oposto ao que acontece com reis, rainhas e princesas, que obt, tesouros e j , assim como Branca de Neve, sem se

esfor . E , * na casa dos an( 4 *

trabalhar para poder comer, pois n = o seu dispor. Transpondo

esta situa , observa-se que as crian 0

responsabilidades de cuidar, lavar, ou mesmo de fazer comida, mas quando estas v , podem e devem ter algumas responsabilidades, de acordo com suas possibilidades.

Segundo Chevalier e Gheerbrant (2006), os an( eram sete, o n= ,

formado pela jun H, que simboliza a terra e seus pontos cardeais, e o n=

3, que simboliza o c, . , este n= talidade do

universo em movimento, sendo portador de um dinamismo. Tamb,

passagem do conhecido para o desconhecido, o fim de um ciclo que d4

outro. Ainda representa a perfei % * ,

dias. Esse n= % , a mudan que acontece ao final de cada ciclo.

As figuras mais expressivas neste conto s as femininas, aqui representadas pela madrasta (bruxa) e por Branca de Neve. A madrasta nos contos de fadas, normalmente , da pela figura da mulher m4% 3 %

arqu, em seu aspecto perverso, destruidor. A madrasta deste

conto n + % ' & , e n ' &

casamento do marido.

Ao trazer esta situa s nossos dias, pode-se intuir que, com as separa ( / ' *V e os novos casamentos dos parceiros, os

filhos normalmente v0 & % * *

quer assumir o lugar de sua m % ser vista pelas crian % possivelmente, como uma bruxa.

Especialmente no conto * 7 , a madrasta ,

inveja, do ci= ) R perder sua beleza e formosura. Quer, portanto, continuar bela para sempre. Sente ci= ) / # e Neve.

(50)

relacionamento entre m ' & % %

entre ambas , . A m , neste momento, percebe que sua juventude est4 passando e que n retornar4. V0-se diante de uma nova etapa de sua vida, o envelhecimento, sendo assim, o espelho da vida lhe mostra que agora a m n brilhar4 mais, pois este , * ' & , via de regra, passa a ser considerada a mais bela. As filhas, geralmente, se espelham na m

de mulher, sendo sua refer0 . Isso significa que as m & quais as jovens se miram ao se transformarem em mulheres.

Entre a rela ' & 6 ' + .

- ele quem ameniza as desaven s e filhas. Mas, neste conto isso n acontece, o pai de Branca de Neve n o tem presen ' % impedir a madrasta de tentar matar a personagem. Dessa maneira, a presen ,

vivida pelos dos an(

As bruxas ficaram conhecidas na Antiguidade por usarem os segredos da natureza para conseguirem poderes m4+ . E julgava-se que tinham efeitos

mal, ! # ? ), + % usando de

efeitos m4+ para matar a menina.

Segundo Chevalier e Gheerbrant (2006), as bruxas ou feiticeiras sabem como exercer poder sobre os outros, por vezes buscam vingan .- isso o que acontece neste conto, em que a madrasta, transformada em bruxa, vai pessoalmente se vingar de Branca de Neve.

A madrasta usa o espelho para saber o quanto, ) . Os espelhos t0 poder de refletir imagens, mas tamb, revelar a verdade, a qual pode ser boa ou

ruim. Na China, o espelho, ) ' % ), o

emblema da rainha. - / & < & 4+ ler tanto o passado, como o presente e o futuro. - o pr )

simbolismos , segundo Chevalier e Gheerbrant (2006). Gillig (1999) tamb, '

que os espelhos n ' ' . Eles mostram tamb, * &4

dentro do cora & % % '

(51)

A madrasta procura v4 as maneiras para retirar Branca de Neve de seu caminho e usa, para isso, diferentes artif 7

- o primeiro , um cinto que pode dar for poder, mas tamb, prender. Portanto, , o lado oposto liberdade, pois oprime e aprisiona. Este ,

significado que mais pr 6 & + o cinto do conto de Branca de Neve. (CHEVALIER e GHEERBRANT, 2006).

A madrasta vai ( , onde vive a menina, oferece-lhe um lindo cinto e, ao coloc4-lo em Branca de Neve, aperta-o em sua cintura, oprimindo

sua respira % ' / '

- o segundo artif , < ) / e enfeita,

por, , este pente cont, . Dessa forma, o pente deixa de ser um simples adorno para ser o portador da morte.

- o terceiro e = ' , a ma ta ma , assim

como a vida, tem dois lados: a ma ' # ? um lado

branco e outro vermelho. - & * &

Ma s s gnificativas, no Cristianismo, a ma ' o s ) conhecimento, como fruto da4 % ) Jid., ibid.)

O conhecimento tanto pode ser unificador como degenerador, pois pressup( & Branca de Neve, ao comer a ma , busca novos conhecimentos e faz sua escolha.

Neste conto, a madrasta impede que Branca de Neve viva diferentes momentos de sua meninice e juventude. Ao comer a ma , permanece

(52)

Os contos mostram as diferentes situa ( *

nossas vidas e, juntamente com elas, mostram as poss solu ( . Dessa forma, as crian s, os jovens ou os adultos aprendem a lidar com suas tristezas e m4+ ao escutar os contos de fadas. Esta , + bui *

trazem.

GCHC :6 >

Conto dos Irm : % % # % & , volume II,

Para esta pesquisa e para a interpreta tamb, ' uma vers

atualizada deste conto no livro " . Por, , o

conto lido para a representa s foi o da cole : Ambos os

livros relatam a hist & & *

desejam ter um filho. Finalmente, este desejo se realiza atrav, oni

uma r ? ' podia-se ver o quintal da casa da bruxa e nele existe uma planta de repS os.

Um dia, a mulher falou ao marido que tinha muita vontade de comer repS < & ' , * e os trouxe para sua mulher. Fez isso mais uma vez, at, * um dia foi descoberto pela bruxa. Ela, furiosa, prop( & um acordo por ter retirado os repS do seu quintal. Pede a crian * 4

nascer em troca dos repS * . Com medo da bruxa, o

homem concorda com esta troca.

Ao nascer a menina, a bruxa vai busc4-la. A crian recebe o nome de

Rapunzel, por sua m S * ) 6a. A bruxa cuida

(53)

Um pr , ao passar pr 6 , ouve uma linda can % ' encantado e passa a vir ouvi-la todos os dias. Ele observa a atitude da bruxa para entrar na torre. Curioso por saber de quem era a voz que entoava a can %

faz o mesmo que a bruxa pede que Rapunzel jogue as tran O pr ) na torre pelos cabelos da jovem e os dois se enamoram. Ele, ent % assa a visitar Rapunzel sempre que a bruxa vai embora.

A bruxa, por, % descobre e castiga o pr % ' / * ' * cego, e o deixa vagando pelo deserto. Ela tamb, + Rapunzel. Abandona a jovem no deserto como castigo pela trai Um dia, o jovem pr cego, vagando pelo deserto, ouve um canto e reconhece a voz de Rapunzel. Segue em sua dire . A jovem, ao v0-lo cego, chora sobre seus olhos e suas lagrimas o fazem enxergar novamente. Casam-se e s ' /

Esta, dos dois livros, um antigo e outro do

ano de 2005. A hist ria de Rapunzel permanece praticamente inalterada, sendo somente alguns detalhes retirados da edi / % como os dois filhos que viviam com Rapunzel no deserto (os quais seriam os filhos da uni

e Rapunzel, mas isso n ' exto).

De acordo com as leituras anteriores, percebe-se claramente, o quanto os contos mant0 seus enredos quase inalterados, apesar de suas diferentes vers(

Este conto possibilita observar diferentes atitudes realizadas pela bruxa. A

primeira a refere-se ' * 4 nascer porque o

homem retirou alguns repS de seu quintal. Esta amea concretiza-se. Ela leva a crian , cuida dela, mas, na sua juventude, deixa Rapunzel presa na torre, impossibilitando-a do contato com o mundo, deixando-a sozinha no deserto, ao perceber que foi enganada por ela. Castiga tamb, , deixando-o cego no deserto, ao descobrir que visitava Rapunzel com freqV0

Ao aprisionar a personagem na torre, a bruxa impede a jovem de viver as experi0 3 . Com isso, a menina torna-se fr4+ % '

(54)

A torre, segundo Chevalier e Gheerbrant (2006), significa um local sagrado que se direciona ao c, % lmente com o intuito de aproximar-se dos poderes celestes e traz0-los para a terra. Na Idade M, , as torres podiam servir para avistar de longe os inimigos, tamb,

soldados. Apresenta o sentido de escada, que vai da terra ao c, % *

degrau da torre significava uma etapa conquistada.

Rapunzel possu muito compridas e fortes, pois elas eram usadas como escada para que a bruxa e, posteriormente, o pr pudessem atingir o topo da torre para visit4-la. Segundo Chevalier e Gheerbrant, as tran cabelos, assim como a torre, podem ter o significado de liga % o que aprisiona e o que liberta. Neste conto, as tran @ / ' /

liga % com a bruxa e tamb, 3

pr

A tran ), + ' % ) /

rela ,

A bruxa do conto Rapunzel, como as demais bruxas de outros contos, n 0 nome. De acordo com Bettelheim (1979),,conhecida somente por bruxa e por seus poderes mal, . Este aspecto dos contos j4 '

anteriormente. Isso acontece para que a identifica as personagens e os leitores flua mais facilmente.

A bruxa faz uma troca entre duas vidas: a vida do pai pela vida da crian .

Ela n e transforma sua vida em pris % lhe dando

escolhas nem autonomia. A bruxa, como a no seu p + % , a

m * e n 4 )

O deserto, ' e sem vida. Estar no deserto significa ficar sem orienta % * local faz nos sentir perdidos, sem rumo. Pode-se fazer a

rela . Os dois locais deixam as pessoas

sem contato com o mundo. A torre, por n , dificulta o acesso das pessoas, e o deserto, por ser imenso, faz com que se perca os parB %

(55)

A bruxa transformou o pr & + . Ser cego, segundo Chevalier e Gheerbrant (2006), tem dois aspectos: um que significa estar fora do mundo, se negando a v0-lo, e o outro aspecto afirma que ser cego , &

mundo interno, para dentro de si mesmo.

A bruxa teve como objetivo deixar o pr ) r sua amada. Por, , estando cego, o pr olhou para dentro de si e buscou for para viver no deserto e, quando surgiu o momento, reencontrou sua princesa. Na

vida, por vezes, , * & % ' /

pr %e busquem for ' *

vidas.

Este conto trabalha com a possibilidade de crescer tanto externamente quanto internamente. A bruxa, atrav, ( , quer barrar o processo de crescimento e amadurecimento pessoal da jovem, pois mantendo Rapunzel presa

na torre, a jovem, 6 6 0

Em linhas gerais, os contos mostram as situa ( * se encontram na

vida. Atrav, 4' % ), os caminhos para a resolu

dos problemas. A bruxa, neste conto, , + * , apesar de aprisionar, possibilita as mudan e as buscas de solu (

Portanto, os contos permitem olhar para as fantasias, assim como olhamos para os diferentes lados de um imenso diamante, que a cada momento reluz com um brilho diferente e especial, inigual4 qual podemos olhar horas sem cansarmos de admir4-lo.

Concluindo, Dieckmann assegura que:

Mesmo sem interpreta de fada nos fala, e se dirige ao problema mais agudo em n * momento. Assim o conto

desenvolve sua a humano. E a '

(56)

Imagem

figura feminina desenhada com formas mais arredondadas em tamanho bem menor.
figura enigm4  &lt; * + , * ! 0 ) 6

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