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AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE Phaseolus vulgaris CULTIVADO EM LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO TRATADO COM BIOSSÓLIDO AERÓBIO E ANAERÓBIO.

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AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE Phaseolus vulgaris CULTIVADO EM LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO TRATADO COM BIOSSÓLIDO

AERÓBIO E ANAERÓBIO.

Felipe Garbuio Pereira de Miranda1, Arion Zandoná Filho2.

1 Acadêmico do curso de Tecnologia em Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);

2 Químico, Prof. Dr. Universidade Tuiuti .

Endereço para correspondência: Arion Zandoná Filho, arion.zandona@utp.br

___________________________________________________________________________ RESUMO: O presente trabalho teve por objetivo demonstrar os resultados positivos proporcionados a uma cultura de feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) cultivada em um latossolo vermelho distrófico tratado com biossólido aeróbio e anaeróbio. O experimento contou com 3 testemunhas sem adubação (T1, T2, T3) , 3 amostras tratadas com biossólido aeróbio (A1, A2, A3) em uma proporção 20:1 (Terra:Biossólido) e 3 amostras tratadas com biossólido anaeróbio (AN1 , AN2, AN3) em uma proporção 10:1 (Terra:Biossólido). As amostras tratadas tiveram rendimentos superiores às testemunhas, com destaque para as amostras “A” que apresentaram resultados mais expressivos, sobretudo a amostra A1 que apresentou 25.1cm de altura, 52.91g de massa e 14 folhas bem desenvolvidas contra 17.2cm de altura, 11.12g de massa e 5 folhas bem desenvolvidas obtidas na Testemunha T1 demonstrando que o lodo de esgoto tratado é capaz auxiliar no desenvolvimento do vegetal através do fornecimento de nutrientes necessários ao mesmo.

Palavras-chave: LODO DE ESGOTO, RECICLAGEM AGRÍCOLA, FEIJÃO.

___________________________________________________________________________ ABSTRACT: This study aimed to demonstrate results offered to a common bean crop(Phaseolus vulgaris L.) grown in an Oxisol amended with aerobic and anaerobic sewage sludge. The experiment had 3 witnesses without fertilization (T1, T2, T3), 3 samples amended with aerobic biosolid (A1, A2, A3) in a ratio of 20:1 (Soil:Biosolid) and 3 samples amended with anaerobic sludge (AN1, AN2, AN3) in a ratio of 10:1 (Soil:Biosolid). Amended samples had higher yields than witnesses, specially for the samples “A” that showed the most significant results, mainly sample A1, which had 25.1cm, 52.91g and 14 well developed leaves opposite to 17.2cm, 11.12g and 5 well developed leaves obtained in sample T1 showing that the treated sewage sludge can assist in developing the plant by providing nutrients to it.

Keywords: SEWAGE SLUDGE, LAND DISPOSAL, KIDNEY BEAN

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INTRODUÇÃO

O sistema capitalista, o êxodo rural, a busca por uma oportunidade de vida melhor, tudo isso levou ao inchaço urbano. Segundo Tsutiya (2000), com o crescimento das cidades, a comunidade passou a enfrentar um novo problema, em primeiro momento sanitário e posteriormente ambiental, o resíduo doméstico e urbano que era despejado diretamente em corpos d’água sem prévio tratamento. Em virtude dessa necessidade surgiram as ETE’s (Estação de Tratamento de Esgoto) que tinham por finalidade tratar os efluentes gerados pela comunidade. Entretanto, as cidades que aumentaram a coleta e o nível de tratamento dos esgotos domésticos se depararam com um outro problema, gerenciar e dispor corretamente o lodo de esgoto (EPSTEIN, 2003). O lodo de esgoto é o resíduo que se obtém após o tratamento das águas residuárias (esgotos), com a finalidade de torná-las menos poluídas possível (SANEPAR, 1997). “Segundo orientação da Water Environmental Federation - WEF -, caso o lodo de esgoto tenha uma composição predominantemente orgânica e possa ter uma utilização benéfica, estes resíduos devem ser denominados de Biossólidos” (ANDREOLI e PEGORINI, 1998). Para que o lodo de esgoto atenda a essa recomendação e possa ser devidamente disposto, este deve passar por um dos processos de significativa redução de patógenos (PSRP) descritos na norma “U.S EPA CFR Part 503” (USEPA, 1995). Dentre as formas de disposição, a reciclagem agrícola é a forma de disposição final que pode ser considerada a mais adequada em termos técnicos, econômicos e ambientais, desde que, convenientemente aplicada (ANDREOLI et al., 1994). Levando em conta que, uma das prioridades da agricultura é a de sustentar e manter os níveis de fertilidade do solo sem prejudicar o ecossistema natural (PÉREZ et al., 2006), a disposição agrícola é uma opção atrativa, pois, o biossólido possui elevado potencial agronômico e grande quantidade de matéria orgânica, fatores estes, que garantem o seu interesse quanto à fertilização de solos (HUE, 1988) e segundo Leslie (1970) e Corrêa , White, Weatherley (2005) a aplicação de lodo de esgoto em solo agrícola pode ter um rendimento igual ou superior ao de fertilizantes minerais. O lodo de esgoto pode ainda ser categorizado de acordo com o seu processo de origem em aeróbio ou anaeróbio e embora apresentem quantidades de nutrientes diversificadas, ambos possuem os nutrientes necessários para uma melhora do solo. O aumento do custo dos fertilizantes comerciais e a grande quantidade de biossólido produzido mundialmente tornaram a aplicação em lavoura desse resíduo uma opção atrativa de disposição (OLIVEIRA, 2005). Tendo isso em vista, a SANEPAR (Companhia de Saneamento do Paraná) oferece gratuitamente o lodo gerado nas ETE’s, custeia o transporte, disponibiliza um agrônomo para levantamento do solo e empresta o maquinário necessário

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para a incorporação ao solo. Partindo do princípio de que a aceitação por parte dos agricultores está relacionada a duas condições, divulgação do serviço prestado e informações acerca do produto o presente estudo busca, em primeiro momento, demonstrar os benefícios que o biossólido proporciona à cultura de feijão comum, espécie pertencente à família Fabanaceae, quanto ao desenvolvimento do vegetal.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi realizado entre 14/09/2009 e 23/11/2009 em residência própria localizada em Curitiba, Estado do Paraná, Brasil. Antes de dar início ao experimento foi adquirido, em casa de jardinagem, terra para plantio previamente categorizada como latossolo vermelho distrófico de fertilidade mediana classificada como classe 1 de aptidão segundo as classes de aptidão das terras para utilização agrícola de lodo (IAP, 2003) e lodo de esgoto doméstico aeróbio e anaeróbio, provindos das ETE’s Belém (Lote B98) e CIC Xisto (Lote CL09) respectivamente, ambos previamente tratados com adição de 50% de cal em relação ao seu peso seco e dentro das normas da resolução CONAMA Nº 375, de 29 de agosto de 2006 que define critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de tratamento esgoto.

O experimento foi realizado em triplicata em vasos plásticos de 5 litros, contando com: três testemunhas (T1, T2, T3), três amostras de lodo aeróbio (A1, A2, A3) e três amostras de lodo anaeróbio (AN1, AN2, AN3). Nas testemunhas não houve qualquer tipo de adubação. Nas amostras A1, A2 e A3 foi adicionado terra e lodo de esgoto aeróbio na proporção de 20:1, nas amostras AN1, AN2 e AN3 foi adicionado terra e lodo de esgoto anaeróbio na proporção de 10:1. As proporções foram definidas de forma condizente com a taxa agronômica de nitrogênio (USEPA, 1995), porém, de forma suficiente para que não houvesse excesso de nutrientes e evitar um efeito negativo sobre a adubação (CRIPPS e MATOCHA, 1991. As sementes de feijão foram semeadas a 4,0cm de profundidade, os vasos expostos ao sol e a terra foi regada diariamente pelas manhãs. Foi feito um acompanhamento semanal e ao final de 10 semanas as testemunhas e as amostras foram comparadas. Três parâmetros foram levados em consideração: altura, número de folhas e massa fresca do vegetal. A altura dos vegetais foi medida com auxílio de régua milimetrada partindo da base da haste até a ponta da bainha trifoliar mais alta. Só foram contabilizadas as folhas em desenvolvimento pleno, desconsiderando as folhas em fase de desenvolvimento. Para obter a massa fresca, as plantas foram retiradas dos vasos, suas raízes foram devidamente limpas e foi utilizada uma balança analítica.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1 – Resultados obtidos para o desenvolvimento de plântulas de Phaseolus vulgaris L. Nº de Folhas* Altura(cm) Massa Fresca(g) Amostras T1 5 17,2 11,12 T2 5 16,2 10,09 T3 5 16,0 8,57 AN1 8 17,7 16,65 AN2 8 17,2 16,25 AN3 8 16,0 13,48 A1 14 25,1 52,91 A2 11 23,4 46,12 A3 11 22,4 40,23 * - Folhas bem desenvolvidas

Com relação à altura quase não houve diferença entre as testemunhas e as amostras tratadas com lodo anaeróbio, no entanto, as amostras tratadas com lodo aeróbio demonstraram um desenvolvimento superior de até 57% em relação às primeiras. Quanto ao número de folhas as amostras “T” apresentaram apenas 5 folhas bem desenvolvidas ao passo que as amostras “AN” apresentaram 8 folhas bem desenvolvidas e as amostras “A” apresentaram de 11(A2, A3) à 14(A1) folhas bem desenvolvidas. No quesito massa fresca ocorreram as maiores diferenças percentuais. O vegetal cultivado em solo tratado com biossólido anaeróbio teve uma diferença de massa fresca percentual mínima e máxima de 21% e 94%, respectivamente, quando comparado àquele cultivado em solo não tratado. Já o vegetal cultivado em solo tratado com biossólido aeróbio apresentou uma diferença de massa fresca mínima e máxima de 142% e 292% em relação às amostras “AN” e uma diferença de 261% e 517% quando comparadas às amostras “T”. De acordo com Cameron et al. (1996) o lodo de esgoto tratado tem a capacidade de melhorar os parâmetros físico-químicos do solo e melhorar o desenvolvimento do vegetal. Durante a remoção das plantas para a pesagem foi verificado que as amostras de solo tratado com biossólido, sobretudo as amostras A1,A2,A3, apresentavam-se umidificadas uniformemente, segundo Bettiol e Camargo (2004) o lodo de esgoto, de maneira semelhante à matéria orgânica, aumenta a retenção de umidade em solos arenosos e melhora a permeabilidade e infiltração nos solos argilosos. Constatou-se que as amostas “1” (T1, A1, AN1) obtiveram melhores resultados que as demais. É possível que esse desenvolvimento superior se deva ao fato de que o local em que elas foram expostas possuía face Leste coberta, fazendo com que as plantas que estavam dispostas mais à frente (T1, A1, AN1) recebessem uma quantidade de luz solar substancialmente maior do que as demais.

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70 dias após o cultivo

T1 A1 AN1

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CONCLUSÃO

1. A incorporação de biossólido ao solo aumenta a concentração de nutrientes disponíveis para as plantas,

2. O aproveitamento do biossólido como fertilizante da cultura de feijão é viável em termos agronômicos e econômicos.

3. O biossólido aeróbio tem uma eficiência superior ao biossólido anaeróbio no que diz respeito à fonte de nutrientes na cultura de feijão.

4. A adição de biossólido em solos argilosos garante ao solo uma capacidade de distribuição uniforme da água absorvida.

AGRADECIMENTOS

Deixo meus sinceros agradecimentos às seguintes instituições e pessoas, as quais tiveram grande importância para a produção deste trabalho:

-à SANEPAR, pela cooperação e auxílio;

-à Profa. Ma. Luciana Cristina Nowacki, pelo incentivo à produção do trabalho; -ao Prof. Dr. Arion Zandoná Filho, pela orientação prestada durante o trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDREOLI, C. V. et al. Bases para uso do lodo de esgoto da ETE-Belém. In: Simpósio Luso-brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 6, Florianópolis, SC, 1994. Anais... Rio de Janeiro: ABES, 1994. 389-419p.

ANDREOLI, C. V.; PEGORINI, E. S. Gestão de Biossólidos: Situação e Perspectiva. In: I SEMINÁRIO SOBRE GERENCIAMENTO DE BIOSSÓLIDOS DO MERCOSUL, 1998, Curitiba – PR. Anais... Curitiba: Sanepar/ABES. 1998. 11p.

BETTIOL, W.; CAMARGO, O. A. DE. Lodo de Esgoto na Agricultura: Potencial de Uso e Problemas. Tec hoje, 2004 (Boletim Técnico).

CAMERON, K.C.; DI, H.J.; MCLAREN, R.G. Is The Soil an Appropriate Dumping Ground for Our Wastes? In: AUSTRALIAN AND NEW ZEALAND NATIONAL SOILS CONFERENCE, Melbourne, 1996. Proceedings. Melbourne: University of Melbourne, 1996. p.31-53.

CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=506. Acessado em 14 abr. 2009.

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CORRÊA, R.S.; WHITE, R.E.; WEATHERLEY, A.J. Biosolids Effectiveness to Yield Ryegrass Based on Their Nitrogen Content. Sci agric. (Piracicaba Braz.) vol. 62 no.3 Piracicaba May/June 2005.

CRIPPS, R.W.; MATOCHA, J.E. Effect of Sewage Sludge Application to Ameliorate Iron Deficiency of Grain Sorghum. Communications in Soil Science and Plant Analysis, v. 22, p.1931-1940, 1991.

EPSTEIN, E. Land Application of Sewage Sludge and Biosolids. New York, Washington: Lewis Publishers. 2003. 220p.1

HUE, N.V. Residual Effects of Sewage Sludge Application on Plant and Soil-Profile Chemical Composition. Communications in Soil Science and Plant Analysis, v.19, p.1633-1643, 1988.

IAP - INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ. Utilização Agrícola de Lodo de ETE.

Disponível em: http://www.ambientenet.eng.br/TEXTOS/LEGISLODO/IAP2003.PDF.

Acessado em: 22 jul. 2009.

LESLIE, R. Liquid Sludges as a Farm Fertilizer. Compost Science, New York, 1970. OLIVEIRA, K.W. et al. Heavy Metals in Oxisols Amended with Biosolids and Cropped with Maize in a Long-Term. Experiment. Sci. agric. (Piracicaba, Braz.) vol. 62 no.4 Piracicaba July/Aug. 2005

PÉREZ, M.G. et al. Laser-Induced Fluorescence of Organic Matter from a Brazilian Oxisol Under Sewage-Sludge Applications. Sci. agric. (Piracicaba, Braz.) v. 63 n.3 Piracicaba May/June 2006.

SANEPAR - COMPANHIA DE SANEAMENTO DO PARANÁ. Manual Técnico para Utilização Agrícola do Lodo de Esgoto no Paraná. Curitiba, 1997. 96p.

TSUTIYA, M.T. Alternativas de Disposição Final de Biossólidos Gerados em Estações de Tratamento de Esgotos. In: BETTIOL,W.; CAMARGO, O.A. (Ed.) Impacto ambiental do uso agrícola do lodo de esgoto. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2000. cap.4, p.69-105. USEPA – UNITED STATES ENVIRONMNETAL PROTECTION AGENCY. A Guide to the Biosolids Risk Assessments for the EPA Part 503 Rule, 1995. Washington: Office of Wastewater Management, EPA/832-B-93-005, 1995. 195p.

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