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Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Parasitologia Programa de Pós-graduação em Parasitologia

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Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Parasitologia

Programa de Pós-graduação em Parasitologia

Análise comparativa dos métodos de Vigilância Entomológica do Aedes

aegypti, associadas á ocorrência de Dengue e Chikungunya em Governador

Valadares – Minas Gerais.

Lucas Matos Oliveira

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LUCAS MATOS OLIVEIRA

Análise comparativa dos métodos de Vigilância Entomológica do Aedes

aegypti, associadas á ocorrência de Dengue e Chikungunya em Governador

Valadares – Minas Gerais.

Belo Horizonte 2020

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Parasitologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito para a obtenção do título de Mestre em Parasitologia.

Área de concentração: Epidemiologia Orientadora: Dra. Mariângela Carneiro Coorientador: Dr. Álvaro Eduardo Eiras Colaboradores: Dr. David Soeiro Barbosa Dr. Marcelo Carvalho de Resende

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“Tenho a impressão de ter sido uma criança brincando à beira-mar, divertindo-me em descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as outras, enquanto o imenso oceano da verdade continua misterioso diante de meus olhos”. (Isaac Newton)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por toda a força, discernimento e sabedoria a mim concebidos durante essa jornada. E todas as graças alcançadas na minha vida pessoal e profissional.

A toda a minha família, pelo apoio, carinho e incentivo. Em especial meus pais, Maria Francinete Matos Oliveira e Adailto dos Reis Oliveira, por todo o encorajamento, amor e carinho que recebi desde o dia que decidi realizar o processo seletivo do mestrado em Parasitologia. As minhas irmãs Letícia Matos Oliveira e Lívia Matos Oliveira, por serem acima de tudo minhas amigas, que sempre desejam o meu sucesso e a realização dos meus sonhos.

A minha amiga e companheira Even Gabrielle de Sousa Oliveira, que apesar da distância sempre se manteve firme para me incentivar e me apoiar durante toda essa caminhada, e por me fazer sentir querido e amado.

Ao meu afilhado Samuel, por ter me dado uma nova visão sobre as alegrias e os amores da vida, e por me dar forças para lutar pelos meus sonhos.

Aos meus eternos companheiros Hulk e Bolota, este em vida, me ensinou o verdadeiro significado de amor, cuidado e amizade. Meu amigo Hulk por ter entrado na minha vida e me ajudado a superar um dos momentos mais difíceis pelos quais já passei me fortaleceu e me fez chegar até aqui.

A minha orientadora Mariângela Carneiro, por ter me recebido de braços abertos desde o dia que a conheci, durante esses dois anos me ensinou muito além dos ensinamentos da epidemiologia, aprendi os princípios da ética e educação. Agradeço por ter tido esse convívio com você, lhe tenho como exemplo de pessoa e profissional a ser seguido.

A minha amiga Juliana Maria Trindade Bezerra, que desde a minha entrada para o LABDIP, sempre esteve disposta a me ouvir e me aconselhar. Agradeço

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por ter assumido o papel de mãe ao me corrigir quando necessário. Tenho muito carinho e admiração por você.

A minha amiga Fernanda Magalhães, que sempre foi à alegria do nosso laboratório, sempre alto astral e disposta a ajudar a todos.

Ao meu amigo Fabrício, que sempre esteve disponível a me ajudar. Por ter tido paciência para descomplicar o até então desconhecido mundo do Geoprocessamento.

Ao professor David Soeiro, por toda a ajuda recebida, palavras de apoio e por ter me tranquilizado quando ainda não tinha um projeto de pesquisa definido.

Aos meus amigos Selma, Carla e Diogo, por sempre estarem disponíveis para tirar minhas dúvidas, levo comigo um pouquinho de cada um de vocês. E agradeço por todo o apoio.

Aos meus colegas de Turma, que durante todo o primeiro semestre me ensinaram de forma direta ou indireta a lidar com as dificuldades que lidávamos diariamente. Em especial Genil, Jefferson e Hugo, por todas as vezes que nos reunimos para estudar para provas, trabalhos e apresentações. Vocês me ajudaram bastante a compreender o mundo da pesquisa. Ao Genil por ter aberto os meus olhos em como agir diante as dificuldades da vida acadêmica.

Aos meus amigos Jorgino, Pedro e Jessica, por todo o apoio e companheirismo durante nossa jornada no complexo mundo da Bioestatística. Com vocês esse caminho se tornou mais brando. A professora Edna por ter sido nossa excelente professora.

Ao professor Marcelo Resende, por todos os ensinamentos, palavras de apoio e incentivos durante a execução da minha pesquisa. Com você aprendi muito sobre o mundo da Entomologia.

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Ao meu Coorientador, professor Álvaro Eduardo Eiras, pela oportunidade a mim concebida de fazer parte do LINTEC e ter a honra de lhe ter como mentor.

A Juliana, Agustin, Elizangela, Kelly, e todos os integrantes do LINTEC que sempre me receberam de braços abertos.

Ao meu amigo Richard, por ter me elucidado conceitos essências para a minha pesquisa.

A Secretaria Municipal de saúde de Governador Valadares, a Secretaria de Vigilância epidemiológica e o Centro de Controle de Zoonoses por sempre colaborarem de forma eficiente e em tempo hábil. Ao Ivan Ferreira de nascimento e ao José Batista por toda a colaboração realizada.

A Empresa de Controle de Vetores – ECOVEC, por todos os as informações e colaborações recebidas.

Ao Programa de Pós-graduação em Parasitologia, por toda a Infraestrutura oferecida, corpo docente de excelência e a oportunidade de realizar um mestrado de qualidade internacional.

A Sibelle e Sumara, por sempre estarem dispostas a ajudar todos os discentes do programa de Pós-graduação. A Sibelle por todas as ótimas conversas realizadas desde quando estive na UFMG pela primeira vez.

Ao apoio Financeiro que recebi da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG. Apoio que foi essencial para a realização desse trabalho.

A todos que moram comigo na República, vocês literalmente são Minha família aqui em Belo Horizonte. Amo vocês!

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RESUMO

A dengue e a febre de chikungunya estão entre as arboviroses de maior relevância na saúde pública do mundo e do Brasil. Essas infecções são transmitidas principalmente por mosquitos da espécie Aedes aegypti. Uma das principais metodologias de controle executada no Brasil no combate a essas infecções é o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti – LIRAa, porém, este tem apresentado resultados insatisfatórios em relação ao controle do vetor. Baseado nisso, se abre espaço para a aplicação de novos métodos de combate a essas doenças. Como exemplo, o Sistema M.I Aedes, que tem ganhado destaque no monitoramento e fornecimento de informações para um controle efetivo das doenças transmitidas pelo Aedes

aegypti. O trabalho teve como objetivo analisar os índices de infestação

encontrados no LIRAa e no MI – Aedes e correlacionar com os casos de Dengue e Chikungunya em Governador Valadares – Minas Gerais de 2014 a 2018. Foi realizado um estudo ecológico de tendência espacial e temporal, que englobou os bairros do município de Governador Valadares, onde simultaneamente eram realizados o LIRAa e o Sistema MI-Aedes, e os casos de dengue e chikungunya notificados no período de 2014 a 2018. A obtenção dos dados foi realizada junto a Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares e a Empresa de controle de vetores (ECOVEC). Os dados foram analisados através da análise descritiva das varáveis obtidas, a análise espaço-temporal dos casos de dengue e chikungunya, e dos dados entomológicos gerados pelo LIRAa e pelo M.I Aedes, teve a sua distribuição efetuada com base na divisão do município em estratos, conforme a delimitação feita pelo LIRAa. Foram efetuadas análises de associação (Regressão linear) entre os casos de dengue e chikungunya e os índices entomológicos dos métodos analisados. Análises de autocorrelação espacial (Bivariate Local Moran´s I) foram executadas para a delimitação de áreas prioritárias de controle do Aedes aegypti. De 2014 a 2018 ocorreram 4934 casos de dengue, 8777 casos de chikungunya e 12 óbitos por chikungunya. Com destaque para o ano de 2017 que concentrou respectivamente 50,7%, 98.5% e 100% das ocorrências. A distribuição geográfica dos índices entomológicos do LIRAa e do M.I Aedes e da incidência de dengue e

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chikungunya, mostrou uma concentração dos maiores valores dessas variáveis na região leste do município (Estrato um, quatro, oito e nove). O M.I Aedes não apresentou associações significativas com as taxas de incidência de dengue. Porém foi o método com maior associação com as taxas de incidência de chikungunya, e em menor defasagem de tempo (15 dias). Em relação ao LIRAa, o método apresentou associação com ambas as doenças, com destaque para o Índice Predial (IP) e o Índice de Breteau (IB). Com os melhores resultados em uma defasagem de dois meses. O LIRAa identificou uma maior quantidade de áreas com a classificação do tipo Alto-alto e o M.I Aedes identificou áreas contínuas as identificadas pelo LIRAa. O estrato oito foi à região de Governador Valadares que apresentou a situação mais crítica de acordo com os dados analisadas. O estudo colabora para uma melhor compreensão da interação dos índices entomológicos do LIRAa e do M.I Aedes com as incidências de dengue e chikungunya no Município.

Palavras chave: Dengue, Chikungunya, Controle, Monitoramento, Vigilância, Epidemiologia, Aedes aegypti.

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ABSTRACT

Dengue and chikungunya fever are among the most relevant arboviruses in public health in the world and in Brazil. These infections are transmitted mainly by mosquitoes of the species Aedes aegypti. One of the main control methodologies implemented in Brazil to combat these infections is the Rapid Survey of Infestation Indexes by Aedes aegypti - LIRAa, however, this has shown unsatisfactory results in relation to vector control. Based on this, there is room for the application of new methods to combat these diseases. As an example, the M.I Aedes System, which has gained prominence in monitoring and providing information for an effective control of diseases transmitted by Aedes aegypti. The work aimed to analyze the infestation rates found in LIRAa and MI - Aedes and correlate with the cases of Dengue and Chikungunya in Governador Valadares - Minas Gerais from 2014 to 2018. An ecological study of spatial and temporal trends was carried out, which encompassed the neighborhoods of the municipality of Governador Valadares, where LIRAa and the MI-Aedes System were simultaneously carried out, and the cases of dengue and chikungunya notified in the period from 2014 to 2018. Data were obtained from the Municipal Health Secretariat of Governador Valadares and the Vector Control Company (ECOVEC). The data were analyzed through the descriptive analysis of the variables obtained, the spatio-temporal analysis of the cases of dengue and chikungunya, and the entomological data generated by LIRAa and MI Aedes, had their distribution made based on the division of the municipality into strata, as defined by LIRAa. Association analyzes (linear regression) were performed between the cases of dengue and chikungunya and the entomological indices of the analyzed methods. Spatial autocorrelation analyzes (Bivariate Local Moran´s I) were performed to delimit priority control areas for Aedes aegypti. From 2014 to 2018 there were 4934 cases of dengue, 8777 cases of chikungunya and 12 deaths from chikungunya. The highlight was 2017, which concentrated 50.7%, 98.5% and 100% of occurrences, respectively. The geographical distribution of LIRAa and M.I Aedes entomological indices and the incidence of dengue and chikungunya, showed a concentration of the highest values of these variables in the eastern region of the municipality (Stratum one, four, eight and nine). M.I Aedes did not show any

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significant associations with dengue incidence rates. However, it was the method with the highest association with the incidence rates of chikungunya, and in the shortest time lag (15 days). In relation to LIRAa, the method was associated with both diseases, with emphasis on the Building Index (IP) and the Breteau Index (IB). With the best results in a two-month lag. LIRAa identified a greater number of areas with the classification of type Alto-alto and M.I Aedes identified continuous areas those identified by LIRAa. Stratum eight went to the Governador Valadares region, which presented the most critical situation according to the data analyzed. Conclusions: The study contributes to a better understanding of the interaction of the entomological indices of LIRAa and M.I Aedes with the incidence of dengue and chikungunya in the Municipality.

Keywords: Dengue, Chikungunya, Control, Monitoring, Surveillance, Epidemiology, Aedes aegypti.

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LISTA DE ABREVIATURAS

IP: Índice Predial IB: Índice de Breteau

ITR: Índice por tipo de recipiente

LIRAa: Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti CCHIK: Casos de chikungunya

ICHIK: Incidência de chikungunya CDENG: Casos de dengue

IDENG: Incidência de dengue

M.I Aedes: Sistema de monitoramento inteligente do Aedes aegypti IMFA: Índice médio de fêmeas de Aedes aegypti

JAN: Mês de janeiro FEV: Mês de Fevereiro MAR: Mês de Março ABR: Mês de abril JUN: Mês de junho

OPAS: Organização Pan – Americana de Saúde OMS: Organização Mundial de Saúde

WHO: World Health Organization MS: Ministério da Saúde

SES/MG: Secretaria de Saúde Minas Gerais

SINAN: Sisitema de informação de agravos de notificação IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Desenho ilustrativo da anatomia da fêmea do Aedes aegypti.____33

Figura 02: Ciclo biológico do mosquito Aedes aegypti. Apresentando o desenvolvimento das fases aquáticas (ovo, larva e pupa) e terrestre (inseto adulto)._______________________________________________________33

Figura 03: Exemplos de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti.__34

Figura 04: Distribuição Global das áreas onde se tem Aedes aegypti e notificação de casos de Dengue___________________________________35

Figura 05: Mapa do Brasil ilustrando a quantidade de estudos por área, com resultados positivos para a identificação de Aedes aegypti resistente a inseticidas.____________________________________________________41

Figura 06: Fluxograma do funcionamento do MI – Aedes, A: Mosquitrap, B: Residência dos moradores, C: Aplicativo do celular para a contagem dos mosquitos, D: Aedes aegypti capturado, E: PCr em tempo real para a verificação da presença de Arboviroses e F: Contabilização e Geoprocessmaneto dos resultados encontrados.______________________44

Figura 07: Principais Manifestações clínicas da dengue, em vermelho estão destacadas as que ocorrem com maior frequência no paciente.___________47

Figura 08: Distribuição dos casos prováveis e óbitos por dengue, ocorridos no Brasil de 2003 à semana epidemiológica 47 de 2019.___________________50

Figura 09: A – Distribuição da taxa de incidência ocorrida no Brasil, estratificada por município, de 2003 a semana epidemiológica 47 de 2019. B – Casos graves e óbito por dengue, ocorridos no Brasil de 2003 a semana epidemiológica 47 de 2019. C – Média do coeficiente de mortalidade por

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dengue, estratificado por unidade federativa, ocorridos no Brasil de 2003 a semana epidemiológica 47 de 2019.________________________________50

Figura 10: Distribuição das taxas de incidência de dengue e chikungunya no Brasil da semana um até a semana epidemiológica 47 de 2019.__________51

Figura 11: Principais Manifestações clínicas da chikungunya, em vermelho, estão destacadas as que ocorrem com maior frequência.________________53

Figura 12: Distribuição da Taxa de incidência e óbitos confirmados no Brasil de chikungunya de 2015 a semana epidemiológica 47 de 2019._____________55

Figura 13: Distribuição do número de óbitos, Taxa de incidência e de mortalidade por chikungunya por unidade da Federativa no Brasil de 2015 a

semana epidemiológica 47 de 2019.________________________________56

Figura 14: Localização geográfica de Governador Valadares no estado de em Minas gerais.___________________________________________________59

Figura 15: Divisão de Governador Valadares em estratos, conforme divisão do LIRAa. Cada numeração refere-se a um estrato._______________________61

Figura 16: Distribuição dos casos de dengue e chikungunya ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2018._______69

Figura 17: Distribuição dos casos de dengue por mês de notificação, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2018.____69

Figura 18: Distribuição dos casos de dengue e chikungunya por mês de notificação, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano de 2017._________________________________________________________69

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Figura 19: Distribuição dos casos de dengue e chikungunya por mês de notificação, ocorridos em Governador Valadares – Minas gerais, no ano de 2018._________________________________________________________69

Figura 20: Frequência relativa das armadilhas (Mosquitraps), vistoriadas em Governador Valadares no período de 2017 e 2018._____________________72

Figura 21: Valores dos IMFA encontrados em Governador Valadares, utilizando o MI-Aedes nos anos de 2017 e 2018. ______________________73

Figura 22: Média mensal do IP, estratificada por ano, ocorrida em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2018._________________74

Figura 23: Média mensal do IB, estratificada por ano, ocorrida em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2018._________________74

Figura 24: Média anual do IP, estratificada por estrato, ocorrida em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2018._______74

Figura 25: Média anual do IB, estratificada por estrato, ocorrida em Governador Valadares - Minas Gerais, no período de 2014 a 2018.________74

Figura 26: Distribuição dos valores do IP, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2017. Est = Estrato______________________________________________75

Figura 27: Distribuição dos valores do IP, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano de 2018.______75

Figura 28: Distribuição dos valores do IB, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2017. Est = estrato.______________________________________________75

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Figura 29: Distribuição dos valores do IB, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano de 2018.______76

Figura 30: Média mensal do ITR, estratificada por ano, ocorrida em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2017._______76

Figura 31: Média mensal do ITR, estratificada por ano, ocorrido em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano de 2018._________________77

Figura 32: Média anual do ITR, estratificada por estrato, ocorrido em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano de 2014._________________77

Figura 33: Média anual do ITR, estratificada por estrato, ocorrida em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano de 2015._________________77

Figura 34: Média anual do ITR, estratificada por estrato, ocorrida em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano de 2017._________________77

Figura 35: Média anual do ITR, estratificada por estrato, ocorrida em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano de 2018._________________78

Figura 36: Distribuição dos valores do ITR – tipo A1, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2017. Est = Estrato._______________________________________78

Figura 37: Distribuição dos valores do ITR – tipo A1, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano de 2018._________________________________________________________78

Figura 38: Distribuição dos valores do ITR – tipo A2, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2017. Est = estrato.________________________________________79

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Figura 39: Distribuição dos valores do ITR – tipo A2, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano 2018._________________________________________________________79

Figura 40: Distribuição dos valores do ITR – tipo B, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2017. Est = estrato.________________________________________79

Figura 41: Distribuição dos valores do ITR – tipo B, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano 2018._________________________________________________________80

Figura 42: Distribuição dos valores do ITR – tipo C, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2017. Est = estrato.________________________________________80

Figura 43: Distribuição dos valores do ITR – tipo C, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano 2018._________________________________________________________80

Figura 44: Distribuição dos valores do ITR – tipo D1, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2017. Est = estrato________________________________________81

Figura 45: Distribuição dos valores do ITR – tipo D1, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano 2018._________________________________________________________81

Figura 46: Distribuição dos valores do ITR – tipo D2, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2017. Est = estrato.________________________________________81

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Figura 47: Distribuição dos valores do ITR – tipo D2, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano 2018._________________________________________________________82

Figura 48: Distribuição dos valores do ITR – tipo E, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no período de 2014 a 2017. Est = estrato.________________________________________82

Figura 49: Distribuição dos valores do ITR – tipo E, estratificados por meses e estratos, ocorridos em Governador Valadares – Minas Gerais, no ano 2018._________________________________________________________82

Figura 50: Médias anuais do IP, encontradas em Governador Valadares no período de 2015 a 2018. MIP= Média anual do índice predial, 15= ano de 2015, 17= ano de 2017, 18= ano de 2018._________________________________83

Figura 51: Distribuição dos valores absolutos do IP, estratificados por mês de realização do LIRAa, executado em Governador Valadares de 2015 a 2018. IP= Índice Predial, JAN = Janeiro, MAR= Março, ABR = Abril, OUT= Outubro, 15= Ano 2015, 16= Ano 2016, 17= Ano 2017 e 18= Ano 2018.____________84

Figura 52: Médias anuais do IB, encontradas em Governador Valadares no período de 2015 a 2018. MIB= Média do Índice de Breteau, 15= ano 2015, 17= ano 2017 e 18= ano de 2018.______________________________________86

Figura 53: Distribuição dos valores absolutos do IB, estratificados por mês de realização do LIRAa, executado em Governador Valadares de 2015 a 2018. IB= Índice de breteau, JAN= Janeiro, MAR= Março, OUT= Outubro, ABR= Abril, 15= Ano 2015, 16= Ano 2016, 17= Ano 2017 e 18= Ano 2018.____________87

Figura 54: Médias anuais do IMFA, encontradas em Governador Valadares no período de 2015 a 2018. MIMFA= Média anual do Índice média de fêmeas de Ae. Aegypti, 17= ano de 2017, 18= ano de 2018.______________________89

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Figura 55: Distribuição dos valores absolutos do IMFA, estratificados por mês de realização do M.I - Aedes, executado em Governador Valadares de 2015 a 2018. JAN= Janeiro, MAR= Março, OUT= Outubro, ABR= Abril, 17= Ano 2017 e 18= Ano 2018.________________________________________________90

Figura 56: Distribuição da taxa de incidência referente ao número de casos acumulados de chikunfungya por extrato a cada10 mil habitantes, notificados em Governador Valadares no período de 2015 a 2018.__________________92

Figura 57: Distribuição da taxa de incidência referente ao número de casos acumulados de chikungunya por extrato a por 10 mil habitantes, estratificados por mês de realização do LIRAa, executado em Governador Valadares de 2015 a 2018. ICHIK= Incidência de chikungunya, JAN= Janeiro, MAR= Março, OUT= Outubro, ABR= Abril, 17= 2017 e 18= 2018.__________________________93

Figura 58: Distribuição da taxa de incidência referente ao número de casos acumulados de dengue por extratoa cada10 mil habitantes, notificados em Governador Valadares no período de 2015 a 2018._____________________95

Figura 59: Distribuição da taxa de incidência referente ao número de casos de dengue por extrato a cada 10 mil habitantes, estratificados por mês de realização do LIRAa, executado em Governador Valadares de 2015 a 2018. IDENG= Incidência de dengue, JAN= Janeiro, MAR= Março, ABR= Abril, OUT= Outubro, 15= 2015,16= 2016, 17= 2017 e 18= 2018.____________________96

Figura 60: Análise de autorrelação espacial, entre os índices do LIRAa e a taxa de incidência de dengue em fevereiro de 2017. A= Índice de Moran Global, B= LISAMap (cluster) , C= LISAmap (significância), ICHIK= Incidência de chikungunya, FEV= Mês de fevereiro, A2= ITR do tipo A2, E= ITR do tipo E, JAN= Mês de janeiro, e 17=ano de 2017.___________________________107

Figura 61: Análise de autorrelação espacial, entre os índices do LIRAa e a taxa de incidência de dengue em março de 2017. A= Índice de Moran Global, B= LISAMap (cluster) , C= LISAmap (significância), ICHIK= Incidência de

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chikungunya, FEV= Mês de fevereiro, B= ITR do tipo B, C= ITR do tipo C, JAN= Mês de janeiro, e 17=ano de 2017.___________________________108

Figura 62: Análise de autorrelação espacial, entre os índices do LIRAa e a taxa de incidência de dengue em abril de 2017. A= Índice de Moran Global, B= LISAMap (cluster) , C= LISAmap (significância), IDENG= Incidência de dengue, ABR= Mês de abril, B= ITR do tipo B, A2= ITR do tipo A2, D1= ITR do tipo D1, E= ITR do tipo E, JAN= Mês de janeiro, e 17=ano de 2017._____________109

Figura 63: Análise de autorrelação espacial, entre os índices do LIRAa e a taxa de incidência de chikungunya em fevereiro de 2017. A= Índice de Moran Global, B= LISAMap (cluster) , C= LISAmap (significância), ICHIK= Incidência de chikungunya, FEV= Mês de fevereiro, B= ITR do tipo B, A2= ITR do tipo A2, D1= ITR do tipo D1, E= ITR do tipo E, JAN= Mês de janeiro, e 17=ano de 2017.________________________________________________________111

Figura 64: Análise de autorrelação espacial, entre os Índices do LIRAa e a taxa de incidência de chikungunya em março de 2017. A= Índice de Moran Global, B= LISAMap (cluster) , C= LISAmap (significância), ICHIK= Incidência de chikungunya, MAR= Mês de março, JAN=Mês de janeiro, B= ITR do tipo B, D1= ITR do tipo D1 e 17=ano de 2017._____________________________112

Figura 65: Análise de autorrelação espacial, entre os índices do LIRAa e a taxa de incidência de chikungunya em abril de 2017. A= Índice de Moran Global, B= LISAMap (cluster) , C= LISAmap (significância), ICHIK= Incidência de chikungunya, ABR= Mês de abril, A2= ITR do tipo A2, E= ITR do tipo E, JAN= Mês de janeiro, e 17=ano de 2017.________________________________113

Figura 66: Análise de autorrelação espacial, entre o IMFA e a taxa de incidência de dengue em maio de 2017. A= Índice de Moran Global, B= LISAMap (cluster) , C= LISAmap (significância), IDENG= Incidência de dengue, MAI= Mês de maio, MAR= Mês de março. IMFA1= IMFA da primeira semana epidemiológica de março IMFA3= IMFA da terceira semana epidemiológica de

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março, IMFA4= IMFA da quarta semana epidemiológica de março IMFA= IMFA geral para o mês de março, MAI= Maio, MAR= março e 17=ano de 2017.__115

Figura 67: Análise de autorrelação espacial, entre o IMFA e a taxa de incidência de dengue em maio de 2017. A= Índice de Moran Global, B= LISAMap (cluster) , C= LISAmap (significância), IDENG= Incidência de dengue, MAI= Mês de maio, MAR= Mês de março. IMFA3= IMFA da terceira semana epidemiológica de março, ABR= Mês de abril e 17=ano de 2017._________116

Figura 68: Análise de autorrelação espacial, entre o IMFA e a taxa de incidência de dengue em maio de 2017. A= Índice de Moran Global, B= LISAMap (cluster) , C= LISAmap (significância), IDENG= Incidência de dengue, MAI= Mês de maio, MAR= Mês de março. IMFA3= IMFA da terceira semana epidemiológica de março, MAI= Maio e 17=ano de 2017._______________116

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Fórmulas e Valores de referência utilizados para a construção e interpretação dos índices que constituem o levantamento rápido de índices para Aedes aegypti – LIRAa.

Quadro 02: Fórmulas e Valores de referência utilizados para a construção e interpretação do Índice Médio de Fêmeas de Ae. aegypti (IMFA).

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Análise descritiva das variáveis: sexo, faixa etária, e critério de classificação das infecções dengue e chikungunya, ocorridas em Governador Valadares no período de 2014 a 2018_______________________________68

Tabela 02: Número de casos confirmados de dengue (dengue, dengue grave e óbito por dengue) e chikungunya (chikungunya e óbitos por chikungunya), em relação à taxa de incidência e taxa de letalidade, ocorridos em Governador Valadares no período de 2014 a 2018_______________________________68.

Tabela 03: Média da variável idade, dos casos de dengue e chikungunya, estratificada por sexo, ocorrido em Governados Valadares de 2014 a 2018__70

Tabela 04: Análise descritiva dos óbitos por chikungunya estratificada por faixa etária e sexo, ocorridos em governador Valadares de 2014 a 2018.________70

Tabela 05: Média de idade dos óbitos por chikungunya, estratificados por sexo, ocorridos em Governador Valadares de 2014 a 2018___________________71

Tabela 06: Número de Mosquitraps positivas no ano de 2017 e 2018 em Governador Valadares___________________________________________72

Tabela 07: Classificação dos estratos do Município Governador Valadares em relação á média anual do IP, de 2015 a 2018. ________________________83

Tabela 08: Distribuição do número de estratos, segmentados por ano, mês e classificação por valor absoluto do Índice predial, do município Governador Valadares de 2015 a 2018. Nº= Número_____________________________84

Tabela 09: Classificação dos estratos do Município Governador Valadares em relação ao valor absoluto do IP, estratificado por mês e ano de realização do LIRAa, de 2015 a 2018.__________________________________________85

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Tabela 10: Classificação dos estratos do Município Governador Valadares em relação á média anual do IB, de 2015 a 2018. Nº= Número______________86

Tabela 11: Distribuição do número de estratos, segmentados por ano, mês e classificação por valor absoluto do Índice de breteau, do município Governador Valadares de 2015 a 2018. Nº= Número_____________________________88

Tabela 12: Classificação dos estratos do Município Governador Valadares em relação ao valor absoluto do IB, estratificado por mês e ano de realização do LIRAa, de 2015 a 2018.__________________________________________88

Tabela 13: Classificação dos estratos do Município Governador Valadares em relação á média anual do IMFA, de 2015 a 2018. Nº= Número___________89

Tabela 14: Distribuição do número de estratos, segmentados por ano, mês e classificação por valor absoluto do IMFA, do município Governador Valadares em 2017 e 2018.________________________________________________90

Tabela 15: Classificação dos estratos do município Governador Valadares, de acordo com os valores de densidade vetorial do IMFA, realizado em 2017 e 2018._________________________________________________________91

Tabela 16: Classificação dos estratos do Município Governador Valadares em relação á Incidência dos casos acumulados de chikungunya por 10.000 habitantes, de 2015 a 2018._______________________________________92

Tabela 17: Distribuição do número de estratos, segmentados por ano, mês e classificação por incidência de chikungunya por 10 mil habitantes, do município Governador Valadares de 2015 a 2018.______________________________93

Tabela 18: Classificação dos estratos de Governador Valadares de acordo com a taxa de incidência referente aos casos de dengue ocorridos durantes os meses de realização do LIRaa em 2017 e 2018._______________________94

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Tabela 19: Número de estratos classificados de acordo com a taxa de incidência acumulada dos casos de dengue ocorridos em Governador Valadares de 2015 a 2018. Nº= Número._____________________________95

Tabela 20: Número de estratos de Governador Valadares estratificados pela classificação das taxas de incidência referentes aos casos de dengue ocorridos em Governador Valadares em 2017 e 2018. Nº= Número_______________97

Tabela 21: Classificação dos estratos de Governador Valadares de acordo com taxas de incidência calculadas para os casos de dengue ocorridos nos meses de realização do LIRAa de 2015 a 2018. Inc= Incidência.________________98

Tabela 22: Regressões lineares das taxas de incidência de chikungunya de abril, maio e junho por 10 mil habitantes, com os IMFA das quatro semanas epidemiológicas de março e o IMFA total para o mês de março.___________99

Tabela 23: Regressões lineares das taxas de incidência de dengue de abril e maio, por 10 mil habitantes, com os IMFA das quatro semanas epidemiológicas de março e o IMFA total para o mês de março._______________________100

Tabela 24: – Regressões lineares das taxas de incidência de chikungunya de fevereiro, março e abril por 10 mil habitantes, com os índices entomológicos provenientes do LIRAa._________________________________________101

Tabela 25: Regressões lineares das taxas de incidência de dengue de fevereiro, março e abril por 10 mil habitantes, com os índices entomológicos provenientes do LIRAa._________________________________________102

Tabela 26: Regressões espaciais (Bivariate Locan Moran´s I) das taxas de incidência de chikungunya de abril, maio e junho por 10 mil habitantes, com os IMFA das quatro semanas epidemiológicas de março e o IMFA total para o mês de março.____________________________________________________103

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Tabela 27: Regressões espaciais (Bivariate Locan Moran´s I) das taxas de incidência de dengue de abril, e maio por 10 mil habitantes, com os IMFA das quatro semanas epidemiológicas de março e o IMFA total para o mês de março._______________________________________________________104

Tabela 28: Regressões espaciais (Bivariate Locan Moran´s I) das taxas de incidência de chikungunya de fevereiro, março e abril por 10 mil habitantes, com os índices provenientes do LIRAa_____________________________105

Tabela 29: Regressões espaciais (Bivariate Locan Moran´s I) das taxas de incidência de chikungunya de fevereiro, março e abril por 10 mil habitantes, com os índices provenientes do LIRAa._____________________________106

Tabela 30: Classificação dos estratos que apresentaram autocorrelação espacial entre os índices entomológicos do LIRAa de janeiro de 2017 e as taxas de incidência de dengue, de fevereiro, março e abril no Bivariate Locan Moran´s I.____________________________________________________110

Tabela 31: Classificação dos estratos que apresentaram autocorrelação espacial entre os índices entomológicos do LIRAa de janeiro de 2017 e as taxas de incidência de chikungunya, de fevereiro, março e abril no Bivariate Locan Moran´s I._______________________________________________114

Tabela 32: Classificação dos estratos que apresentaram autocorrelação espacial entre o IMFA de março de 2017 e as taxas de incidência de chikungunya, de maio no Bivariate Locan Moran´s I.___________________116

Tabela 33: Classificação dos estratos que apresentaram autocorrelação espacial entre o IMFA de março de 2017 e as taxas de incidência de chikungunya, de maio no Bivariate Locan Moran´s I.___________________117

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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO________________________________________________ 2.0 REVISÃO DE LITERATURA_____________________________________ 2.1 Aspectos Biológicos do Aedes aegypti_____________________________ 2.2 Dinâmica Vetorial na Transmissão das Arboviroses__________________ 2.3 Fatores socioambientais relacionados ao Aedes aegypti e arboviroses___ 2.4 Histórico do combate ao Aedes aegypti no Brasil____________________ 2.5 Medidas de controle do Aedes aegypti no Brasil_____________________ 2.6 Levantamento Rápido de Índices para Ae.aegypti (LIRAa)_____________ 2.7 Sistema MI – Aedes____________________________________________ 3.0 Dengue______________________________________________________ 3.1 Epidemiologia da dengue no Mundo e no Brasil_____________________ 3.2 Epidemiologia da dengue em Minas Gerais________________________ 4.0 Chikungunya_________________________________________________ 4.1 Epidemiologia da Chikungunya no Mundo e no Brasil________________ 4.2 Epidemiologia da Chikungunya em Minas Gerais____________________ 5.0 Justificativa__________________________________________________ 6.0 Objetivos____________________________________________________ 6.1 Objetivo Geral_________________________________________________ 6.2 Objetivos específicos___________________________________________ 7.0 Metodologia__________________________________________________ 7.1 Área de estudo________________________________________________ 7.2 Tipo de estudo________________________________________________ 7.3 Fontes de dados______________________________________________ 7.4 População do estudo__________________________________________ 7.5 Análise dos dados_____________________________________________ 7.5.1 Análise descritiva dos casos de dengue e chikungunya_____________ 7.5.2 Análise descritiva dos dados do M.I – Aedes______________________ 7.5.3 Análise descritiva dos dados do LIRAa___________________________ 7.6 Análise Espaço e Temporal______________________________________ 7.7 Análise de Regressão__________________________________________ 7.8 Aspectos Éticos e Legais_______________________________________ 7.9 Laboratórios de Pesquisa_______________________________________ 28 32 32 34 36 37 39 41 43 45 47 51 52 53 56 57 58 58 58 59 59 60 60 61 61 61 62 63 63 65 66 66

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8.0 RESULTADOS________________________________________________ 8.1 Análise descritiva______________________________________________ 8.1.1 Análise descritiva dos casos de dengue e chikungunya_______________ 8.1.2 Análise descritiva dos dados do M.I Aedes_________________________ 8.1.3 Análise descritiva do Índice de Bretau e Índice Predial________________ 8.1.4 Análise descritiva do Índice por tipo de Recipiente___________________ 9.0 ANÁLISE ESPAÇO TEMPORAL DOS ÍNDICES ENTOMOLÓGICOS DO LIRAA E M.I – AEDES, E DOS CASOS DE DENGUE E CHIKUNGUNYA EM GOVERNADOR VALADARES______________________________________ 9.1 Distribuição Espaço temporal dos índices entomológicos do LIRAa_______ 9.2 Distribuição Espaço temporal dos índices entomológicos do M.I Aedes____ 9.3 Distribuição Espaço temporal das taxas de incidência de chikungnunya____ 9.4 Distribuição Espaço temporal das taxas de incidência da dengue_________ 10 REGRESSÕES LINEARES DAS TAXAS DE INCIDÊNCIA DE DENGUE E CHIKUNGUNYA COM OS ÍNDICES ENTOMOLÓGICOS DO LIRAA E DO M.I AEDES._________________________________________________________ 11 REGRESSÕES ESPACIAIS ENTRE OS ÍNDICES ENTOMOLÓGICOS DO LIRAA E DO M.I AEDES, COM AS TAXAS DE INCIDÊNCIA DE DENGUE E CHIKUNGUNYA._________________________________________________ 12 DISCUSSÂO__________________________________________________ 12.1 Análise descritiva dos casos de dengue e chikungunya_______________ 12.2 Análise espaço temporal das incidências de dengue e chikungunya, e dos índices entomológicos do LIRAa e do M.I AEDES._______________________ 12.3 Análise da associação entre os índices do LIRAa e as taxas de incidência de dengue e chikungunya._________________________________________ 12.4 Análise da associação entre os índices do M.I Aedes e as taxas de incidência de dengue e chikungunya.__________________________________ 12.5. Regressões espaciais entre os índices entomológicos do LIRAa e do M.I Aedes com as taxas de incidência de dengue e chikungunya.______________ 13 LIMITAÇÕES DA PESQUISA_____________________________________ 14 CONCLUSÕES________________________________________________ 15 CONSIDERAÇÕES FINAIS______________________________________ 16 REFERÊNCIAS________________________________________________ 17 LISTA DE ANEXOS____________________________________________ 67 67 67 71 73 76 83 83 89 91 94 99 103 117 117 118 119 120 121 124 125 126 127 138

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1.0 INTRODUÇÃO

O grupo de doenças conhecido como arboviroses tem causado muitos problemas na saúde pública, principalmente nas regiões de clima tropical do mundo. Este conjunto de doenças é causado por centenas de vírus que compartilham a característica de serem transmitidos por artrópodes hematófagos, esses não necessariamente tendo que apresentar alguma relação filogenética. Os vetores mais importantes para a saúde humana são os mosquitos do gênero Culex sp e Aedes sp., representados respectivamente pelas espécies Culex quinquefasciatus, Aedes aegypti e Aedes albopictus (WEAVER et al., 2010).

Todos os anos mais de um bilhão de pessoas são infectadas por doenças transmitidas por artrópodes, e mais de um milhão de pessoas morrem em decorrência das infecções disseminadas por vetores, sendo os mosquitos os grandes responsáveis por esses danos (WHO, 2014). O Ae. aegypti e Ae.

albopictus têm recebido muita atenção por parte do poder público de diversos

países, já que ambas as espécies são importantes propagadores das arboviroses. (THANGAMANI et al., 2016; GARDNER et al., 2016; MARCONDES e XIMENES,2016).

No Mundo, são inúmeras as arboviroses que provocam danos à saúde humana, dentre elas têm-se a dengue, zika, chikungunya, febre do Nilo, vírus Marayo dentre outras, que podem ser transmitidas por mosquitos incluindo o

Ae. Aegypti. (DONALISIO et al., 2017). Todas possuem fase clinica inicial

parecida, mas ao mesmo tempo provocam prognósticos e danos diferentes, desde inchaços crônicos nas articulações a microcefalia e óbitos. (MS/2017)

O Ae. aegypti é considerado o principal vetor da dengue e chikungunya nas Américas e no Brasil, sendo uma espécie altamente sinantrópica e adaptada ao meio urbano. Tendo em vista seu modo de reprodução urbano, esse vetor é hoje considerado uma espécie cosmopolita (KRAEMER et al., 2015). Estas características aumentam sua proximidade com os seres humanos, e consequentemente maiores chances de transmissão de arboviroses. A dengue e chikungunya ocorrem principalmente em países de clima tropical e subtropical do globo. Nesses países associam, geralmente, outros fatores como crescimento urbano desordenado e saneamento básico ineficaz que

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provocam uma maior dispersão de recipientes e materiais, criando ambientes que sirvam de criadouros para o vetor e consequentemente uma maior infestação do mosquito. (TAUIl, 2002; SILVA et al., 2008; STANAWAY et al., 2013; ROIZ et al., 2018; YAMASHITA et al., 2018).

Dentre todas as arboviroses que ocorrem o Brasil, as que possuem maior importância para a saúde pública atualmente são a dengue, chikungunya e zika. Os danos econômicos gerados por estas doenças no País estão entre os maiores quando comparados a outros países do hemisfério, levando-se em consideração tanto os custos diretos quanto os indiretos (SHEPARD et al. 2011). A dengue é um antigo problema de saúde no cenário mundial, consistindo uma das doenças tropicais mais importantes do mundo devido à sua alta incidência e potencial de disseminação (WHO, 2016).

O primeiro relato de dengue no Brasil foi descrito na cidade de Recife, Pernambuco, em 1685, e a seguir, no ano de 1692, a doença foi reportada em Salvador, Estado da Bahia. No ano de 1846 a dengue ocasionou uma epidemia, atingindo vários estados, como Rio de Janeiro e São Paulo (MS, 2010). Com o Programa de Controle da Febre Amarela, desenvolvido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) o Ae. aegypti foi erradicado do Brasil na década de 1950. Com a descontinuidade do programa e a circulação de múltiplos sorotipos, casos de dengue voltaram a ocorrer no ano de 1980 com manifestação endêmica-epidêmica no país (OSANAI et al., 1983; MAGALHÃES, 2016).

A febre de chikungunya é uma arbovirose que vem ganhando bastante relevância na saúde pública do mundo e do Brasil (GUDO et al., 2015). O primeiro caso autóctone foi notificado no país pelo Ministério da Saúde no estado do Amapá, em setembro de 2014. (NUNES et al., 2015). A chikungunya tem causado muitos danos, e vem sempre se destacando com alta incidência, nos últimos anos juntamente com a dengue já que apresentam a mesma dinâmica de transmissão e compartilham dos mesmos vetores.

O vírus da dengue (DENV) possui quatro sorotipos distintos (DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4) (NUKUY et al., 2006; PAHO, 2018) com variação genotípica em cada um deles, podendo estar relacionada à maior virulência da cepa (WEAVER e VASILAKIS, 2009,). O quinto sorotipo foi identificado em casos isolados na Malásia, em 2013 (MUSTAFA et al., 2015). O vírus da

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chikungunya (CHIKV) possui apenas um sorotipo. Nos últimos anos o Brasil vem apresentando um grande número de casos, sendo que 1.499.674 casos de dengue foram notificados em 2016 (PAHO, 2016), e 185.854 casos autóctones de febre chikungunya confirmados em 2018 (MS/Brasil, 2018).

A presença da dengue está intimamente relacionada com variáveis climáticas e políticas, já que condições econômicas e socioambientais, como a falta de saneamento básico, clima quente, principalmente em países subdesenvolvidos favorece a proliferação de seu vetor, subsequentemente um aumento nos casos da infecção (SAN MARTIN et al. 2010, DESCLOUX et al. 2012).

Devido aos inúmeros danos causados a economia e a saúde geradas pelo

Ae. aegypti, nas regiões onde ocorre a disseminação das arboviroses, são

inúmeras as formas de combate e controle do vetor utilizadas pelo poder público para impedir a propagação de doenças. O controle abrange desde o combate as formas imaturas do vetor (larvas), até a sua fase adulta (mosquito alado). Sendo considerado erradicado no Brasil em 1955, o Ae. Aegypti teve sua reintrodução e disseminação no País registrada em 1976 (TAUIL 2001, ALMEIDA et al. 2008), alertando o governo da necessidade de se adotar medidas para o controle e eliminação do vetor.

Em 1996 o Programa de Erradicação do Ae. aegypti (PEAa) foi criado, porém não apresentou resultados satisfatórios para a eliminação do mosquito, sendo substituído pelo Programa Nacional do Controle da Dengue (PNCD) (MS 2002a). O PNCD implementado em 2002 e em vigência atualmente almeja reduzir a infestação pelo Ae. aegypti, minimizar a incidência da dengue e reduzir a letalidade das arboviroses.

Uma das metodologias do PNCD é o monitoramento das larvas, através do Levantamento Rápido de Índices para Ae. aegypti – LIRAa, (MS 2013), que apresenta uma maneira simples de amostragem para determinar os índices de infestação em período rápido. O LIRAa identifica as áreas da cidade com maior proporção ou ocorrência de focos do mosquito e os criadouros predominantes, através da identificação das formas larvárias do vetor. Porém, devido à habilidade do Ae. aegypti em explorar um grande número de criadouros e depositar ovos em mais de um local, (CHADEE et al. 1990, REITER 2007), fatores associados ao grande número de objetos próximos às instalações

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humanas que podem servir como local de reprodução, tornam o método árduo e trabalhoso (REGIS et al. 2013).

Os dados apresentados pelo PNCD apontam que seus objetivos não estão sendo atingido de forma satisfatória, mostrando que são necessárias adequações no programa, o que abre espaço para a aplicação de novas metodologias para o controle vetorial e prevenção da dengue. (PESSANHA et al. 2009).

O sistema MI-Aedes é um método que vem ganhando destaque no controle do vetor por apresentar bons resultados no monitoramento, fornecendo maior auxílio para o controle e prevenção das arboviroses. Esse é um método privado, que pode ser contratado por prefeituras municipais e que atualmente apresenta maior implementação na região sudeste do Brasil incluindo o estado de Minas Gerais (ECOVEC Ltda, Belo Horizonte, MG)

O sistema MI-Aedes monitora fêmeas grávidas de Ae. Aegypti em áreas urbanas por meio de armadilhas adesivas (MosquiTrap), onde no interior da armadilha é usado um atraente natural (Atraedes). A armadilha permite capturar as fêmeas do vetor e gera o indicador entomológico, o levantamento do Índice Médio de Fêmeas de Ae. aegypti (IMFA), os insetos são coletados semanalmente e são analisados em laboratório para a presença do vírus da dengue, zika e chikungunya e as informações são georeferenciadas para identificação de áreas prioritárias de intervenção. Avaliações apontam que o MI-Aedes pode evitar casos de dengue, identificando fêmeas positivas para arboviroses antes do início de um quadro epidêmico e com isso diminuir danos econômicos (PEPIN et al. 2013, EIRAS & RESENDE 2009, DE MELO et al. 2012, PEPIN ET AL 2013, MS 2009b).

A cidade de Governador Valadares localizada no estado de Minas Gerais, por adotar o MI-Aedes e as rotinas do PNCD de monitoramento de Aedes sp., entre elas a metodologia LIRAa, e por apresentar um histórico de surtos epidêmicos de dengue e chikungunya nos últimos anos, se configura como objeto do estudo da pesquisa.

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2.0 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Aspectos Biológicos do Aedes aegypti

O Aedes aegypti foi registrado primeiramente no continente africano, mais especificamente no Egito, local de origem que resulta seu nome, e desde os tempos antigos tem demonstrado seu comportamento sinantrópico, ao acompanhar o homem em seu histórico de migrações pelo mundo (Braga et al., 2007). Em sua classificação taxonômica, o Ae. aegypti é um vetor pertencente ao Filo Arthropoda, classe Insecta, ordem Diptera, subordem Nematocera, família Culicidae, subfamília Culicinae, tribo Aedini e gênero Aedes (FORATTINI, 2002).

Como características morfológicas, o inseto adulto possui o tórax enegrecido, com a presença de manchas, faixas ou desenhos de escamas claras ou branco-prateadas (Andrew & Bar, 2013). A probóscide tem comprimento similar ao fêmur anterior, suas pernas têm o aspecto listrado nos segmentos tarsais, fêmur e tíbia, existe a presença de manchas brancas (Figura 1). Sendo esta uma característica popularmente conhecida. (kraemer et al., 2015).

O seu ciclo biológico é do tipo holometábolo, já que durante seu desenvolvimento o inseto passa pelos estágios de ovo, larva (L1, L2, L3 e L4), pupa e adulto. As formas imaturas se desenvolvem em ambientes aquáticos, ao chegar a sua evolução completa possui uma vida de hábitos terrestres (Figura 2), (POWELL e TABACHNICK, 2013; KRAEMER et al., 2015).

O intervalo decorrente entre a primeira e última fase do seu desenvolvimento é variável, estando relacionado a condições climáticas e disposição de alimento. De forma geral em climas mais quentes (31ºC) o ciclo pode ter um intervalo de sete dias, em temperaturas amenas (20ºC) pode apresentar um espaço de até 20 dias (Silva et al., 1998; NEVES et al., 2016) .

O Aedes aegypti é um inseto que tem como habitat ambientes urbanos (Figura 3), sendo que sua problemática esta característica no âmbito da saúde é resultante de alguns fatores, dentre eles o desenvolvimento urbano desordenado, ampla distribuição de criadouros artificiais (SILVA et al., 2008). Associa-se também o fato da fêmea do Ae. aegypti ser capaz de realizar sua

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oviposição em qualquer recipiente capaz de acumular água (QUINTERO et al., 2014).

Aliado a falta de saneamento básico presente no Brasil, são inúmeros os criadouros presentes no território brasileiro, nas mais diversas regiões, estados e cidades que pode propiciar um aumento populacional do inseto, e números de casos das doenças transmitidas em razão dessas condições. (BEZERRA et al., 2006; QUIRINE et al., 2018).

FIGURA 2: Ciclo biológico do mosquito Aedes aegypti. Apresentando o desenvolvimento das fases aquáticas (ovo larva e pupa) e terrestre (inseto adulto).

FONTE: Adaptado de: http://www.paranapanema.sp.gov.br/portal/agentes-recebem-capacitacao-para-controle-de-vetores/

FIGURA 1: Desenho ilustrativo da anatomia da fêmea do Aedes aegypti.

FONTE: Adaptado de: http://gestaodelogisticahospitalar.blogspot.com/2015/12/conheca-diferenca-entre-dengue-zika-e.html.

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2.2 Dinâmica vetorial na transmissão das arboviroses.

O Ae. aegypti é mundialmente conhecido por ser um importante vetor de infecções virais (Figura 4), conhecidas como arboviroses, sendo inúmeras as doenças que podem ser carreadas pelo vetor. As que possuem maior importância epidemiológica no Brasil, são a dengue, zika, chikungunya e febre amarela (Linnaeus, 1762; Gloria-Soria et al., 2016). Porém, esta não possui registro de transmissão no ciclo urbano pelo Ae. aegypti desde 1942, onde atualmente tem sua transmissão realizada por mosquitos silvestres do gênero

Haemagogus sp e Sabethes sp.(TAUIL, 2010).

Os mosquitos do gênero Aedes sp são responsáveis pela disseminação de outras arboviroses, como o vírus Mayaro e a Febre do Nilo Ocidental (DIBO et al., 2011, FIGUEIREDO, 2007), patologias que ainda não possuem grande relevância no cenário brasileiro. O contágio do ser humano pelas arboviroses provém da necessidade da fêmea do vetor em realizar a hematofagia, já que a mesma precisa dos nutrientes (proteínas) provenientes do sangue do hospedeiro, para maturar seus ovos (Ovócitos). Em consequência disso, o vírus presente na saliva é introduzido na corrente sanguínea do indivíduo. (SILVA ET AL., 2008, CARVALHO & MOREIRA 2017).

FIGURA 3: Exemplos de possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti.

FONTE: Adaptado de: https://www.buritem.com.br/noticia/risco-de-epidemia-de-dengue-12-em-cada-100-casas-tem-criadouros-do-mosquito-aedes-aegypti

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É importante destacar que a fêmea do vetor possui um hábito alimentar altamente antropofílico, o que expõe ainda mais o ser humano a infecção (BRAGA, 2007; COSTA et al., 2009). A fêmea do Ae. aegypti é capaz de realizar a hematofagia mais de uma vez, para viabilizar seus ovos, fenômeno conhecido como distrofia gonotrófica, podendo influenciar diretamente no aumento do número de casos de arboviroses (SCOTT Et al., 2000)

Outra característica da fêmea é a grade quantidade de ovos depositados no ambiente, um total de 80 a 100 que podem ser colocados em locais espalhados, característica conhecida como “Skip oviposition” (Reiter, 2007), o que pode influenciar diretamente uma expansão da área de ocorrência de arboviroses (REGIS et al. 2013).

FIGURA 4: Distribuição Global das áreas onde se tem Aedes aegypti e notificação de casos de Dengue. FONTE: Adaptado de http://science.sciencemag.org/content/350/6261/626/tab-figures-data

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2.3 Fatores socioambientais relacionados ao Aedes aegypti e arboviroses.

A densidade vetorial do Aedes aegypti e a dinâmica de transmissão das arboviroses estão intimamente relacionadas com variáveis climáticas e sociodemográficas. Sejam elas: temperatura, umidade, precipitação pluviométrica, densidade populacional, urbanização sem infraestrutura e imunidade prévia ao vírus da dengue e chikungunya (WATTS ET AL. 1987, MORIN ET AL. 2013, PADMANABHA ET AL. 2012).

As condições climáticas como temperatura e umidade, quando elevadas, propiciam aumento da densidade vetorial, por acelerarem o ciclo de desenvolvimento do vetor, a alta precipitação contribui por aumentar o número de criadouros urbanos, refletindo diretamente no aumento da incidência das arboviroses, o que pode ser visto em diversas regiões brasileiras, durante as épocas mais quentes e chuvosas do ano (SAN MARTIN ET AL. 2010, DESCLOUX ET AL. 2012).

Em relação às características urbanas, uma cidade ou região ao apresentar saneamento básico ineficiente, aglomerados populacionais sem estrutura adequada e terrenos abandonados, oferecem um cenário ideal para o desenvolvimento do mosquito, já que este possui um ciclo de vida urbano, e possui preferência para se desenvolver em criadouros artificiais. Cidades que possuem um grande número de habitantes, e principalmente susceptíveis a infeção, podem apresentar maiores chances de transmissão da doença, devido ao maior contato com o vetor (GUBLER ET AL. 2001, REITER ET AL. 2003, PADMANABHA ET AL. 2012, WU ET AL. 2009, FOCKS ET AL. 2000).

Em decorrência desses fatores, é observado historicamente, que as arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti, ocorrem em maior número, principalmente em regiões mais quentes e com alta densidade populacional do mundo (Rebêlo et al. 1999).

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2.4 Histórico do combate ao Aedes aegypti no Brasil

No século XX, o Brasil passou a intensificar as medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti, com o objetivo de controlar a febre amarela urbana, através da eliminação do vetor. Até esse período, a dengue não representava grandes problemas à saúde pública no Brasil e nas Américas. O primeiro trabalho direcionado ao combate a febre amarela urbana, foi iniciado por Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, por volta de 1902 a 1907. As ações tinham o intuito de identificar pessoas acometidas pela enfermidade e eliminar criadouros do mosquito (FRANCO, 1976; FUNASA 2001A; LOWY, 1990; DONALISIO, 1999).

A campanha apresentou ótimos resultados, porém, a doença ainda se mostrava endêmica na região nordeste do país, em decorrência desse fato, a Fundação Rockfeller, juntamente com o Departamento Nacional de Saúde Pública, iniciaram uma campanha de eliminação do vetor nas cidades litorâneas do nordeste brasileiro. Os guardas municipais eram responsáveis por visitar as casas dos moradores, com a função de identificar e eliminar criadouros do mosquito (FRANCO, 1976; LOWY, 1999).

O trabalho foi considerado bem sucedido, sendo encerrado em 1925. Em contrapartida no mesmo ano foram identificados surtos de febre amarela urbana na Bahia e Minas Gerais, o mesmo quadro foi relatado nos anos de 1927 e 1928, respectivamente nos estados de Pernambuco e Rio de Janeiro. Na década de 1940 o controle da febre amarela urbana passou a ser de responsabilidade do governo brasileiro, onde conseguiu com êxito a eliminação do ciclo urbano da febre amarela, não havendo registros no Brasil desde 1942 (SOPER, 1965; FRANCO, 1976; TAUIL, 2010).

Após o controle da febre amarela urbana, a eliminação do Ae. aegypti ainda era uma meta a ser alcançada, apenas em 1947 com o sucesso da erradicação do Anopheles gambiae e o descobrimento do diclorodifeniltricloroetano (DDT), o governo brasileiro passou a almejar ainda mais a erradicação do vetor (DEANE, 1992). Juntamente com a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), o Brasil conseguiu eliminar o mosquito em 1955 (Franco, 1969). Este feito, sendo declarado oficialmente em 1958 (FUNASA, 2002).

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Apesar do sucesso alcançado, ocorreu uma desestruturação da vigilância entomológica no país, acarretando na reintrodução do vetor em terras brasileiras em 1967 no Pará. Com a reestruturação do combate ao mosquito, no ano de 1973 o Brasil declara novamente a erradicação do Ae. aegyptIi (FRANCO, 1969; ANTEZANA & TAUIL, 1994).

No ano de 1976 o Aedes aegypti é reencontrado no Brasil. Apesar de não ter registros de epidemias de dengue, as medidas adotadas visavam a erradicação do vetor. Nesta época o trabalho foi inicialmente realizado pela Superitendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM), posteriormente aderido a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), (BRASIL, 1970; FUNASA 2001A; BRAGA & VALLE, 2007).

Em decorrência do grande aumento dos casos de dengue, e dengue grave, o Ministério da Saúde criou o Plano de Erradicação do Ae. Aegypti (PEAa), em 1996. Com essa iniciativa, foi possível a implantação de medidas de combate ao vetor, através de colaborações e convênios com os municípios afetados. O PEAa não conseguiu atingir seus objetivos, devido a falta de padronização das medidas de combate ao vetor em cada município e a descentralização das ações planejadas (FUNASA, 2001B; BRAGA & VALLE 2007).

Em 2001, o Brasil desiste oficialmente de erradicar o Ae. aegypti do seu território. Onde o objetivo a partir desse ano, é o controle do vetor, com a concentração de medidas de combate ao mosquito, nos municípios que mais são acometidos com a dengue. Sendo assim implantado o Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue (PIACD), (Barbosa da silva et al., 2002; Braga & Valle, 2007). Em 2002 foi implantado o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), cujo objetivo é definir e aplicar condutas que possam diminuir os danos causados pela patologia no Brasil (FUNASA, 2002).

Em 2003, a Estratégia de Gestão Integrada da Dengue nas Américas (ECGI-Dengue), foi implantada no país, onde este segue o modelo de diretrizes do PNCD. O ECGI-Dengue foi incorporado nas diretrizes nacionais de prevenção e controle de epidemias, onde busca treinar e qualificar gestores de estados e municípios para desenvolverem medidas de controle ao Ae. Aegypti e as arboviroses (Brasil, 2009). O insucesso do controle do vetor, refletido no grande número de casos de arboviroses que ocorrem no país anualmente, é

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um sinal de que é necessário que melhorias nas condutas de controle e prevenção dessas doenças devam ser reanalisadas e melhoradas (FIGUEIRÓ et., 2010).

2.5 Medidas de controle do Aedes aegypti no Brasil

O monitoramento e eliminação dos mosquitos da família culicidae, com maior ênfase ao Ae. aegypti, pode ser realizado de diversas formas e pelo fato de não existir vacina e tratamento etiológico para as arboviroses, a prevenção se da principalmente pelo combate as formas imaturas e adultas do vetor (GUZMAN ET AL. 2010, WONG et al. 2011).

Para o combate às formas imaturas do vetor, pode ser utilizado o controle químico (inseticidas), físico (eliminação de criadouros), biológico e/ou integrado. Já as medidas utilizadas para a eliminação ou prevenção do inseto adulto, são a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), inseticidas (piretróides), repelentes, Transgenia, bactérias entomopatogênicas, Wolbachia e o controle comportamental (armadilhas). Para ambas as formas evolutivas do transmissor, o manejo ambiental e educação em saúde para a conscientização de não deixar água parada em recipientes artificiais, pode ser aplicada. Sendo esta uma das mais simples e efetivas dos métodos a serem empregados (NEVES ET AL.; 2016, ZARA ET AL., 2007).

No Brasil, um dos métodos mais difundidos e utilizados para o controle vetorial é o controle químico através do uso de larvicidas e inseticidas. Os inseticidas utilizados em território brasileiro para o combate ao Ae. aegypti, são todos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Apresentam eficácia na eliminação do mosquito, porém quando usada de forma errônea ou exacerbada, acarreta em problemas para o meio ambiente, e danos à saúde do ser humano. Juntamente a esses fatores se tem a plasticidade genética do Ae.

aegypti, que o possibilita de adquirir rapidamente resistência aos inseticidas

(Figura 5), que pode ser passada por gerações (MONTELLA ET AL., 2007; MACIEL-DE-FREITAS ET AL., 2014).

O forte uso de inseticidas em território brasileiro desde a reintrodução do vetor em 1970, tanto em projetos desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, como o uso domiciliar pelos residentes, tem selecionado cada vez mais

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populações de mosquitos resistentes. O que agrava a situação da dinâmica de transmissão das arboviroses, já que o vetor ao adquirir resistência aos inseticidas encontra melhores condições de sobrevivência (VALLE ET AL; PIMENTA; CUNHA 2015).

Desde o século XX o Ministério da Saúde também utiliza métodos de monitoramento e eliminação de criadouros do Ae. aegypti aplicados em residências. É realizado o monitoramento de ovos, através de armadilhas (ovitrampas), e o monitoramento de infestação larvária através da busca ativa de criadouros nas residências, contendo ovos e/ou pupas de Ae. aegypti. Este consiste no Levantamento Rápido de Índices para Ae.aegypti (LIRAa), (MS 2013), metodologia utilizada pelo PNCD e recomendada pela OPAS. Apesar de serem métodos sensíveis e possuírem bom custo benefício, possuem limitações operacionais, como a identificação dos ovos capturados nas armadilhas e a busca por criadouros no extenso ambiente urbano (MS 2009b, AZIL ET AL. 2011).

O Brasil vem demonstrando grande insucesso no controle da densidade vetorial do Ae. aegypti, posteriormente na redução do número de casos de arboviroses, o que indica a necessidade de rever os métodos utilizados no combate ao vetor. Até mesmo analisar a possibilidade de se adotar metodologias mais modernas, com o intuito de modernizar e complementar o trabalho já realizado pelo Ministério da Saúde, visando um controle integrado.

Referências

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