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LISTA DE TABELAS

SUMÁRIO

2.7 Sistema MI – Aedes

O Sistema MI – Aedes permite monitorar a densidade de mosquitos adultos de uma determinada região e indicar as áreas com risco de transmissão de arboviroses (Figura 6).

A armadilha utilizada no MI – Aedes é a Mosquitrap, que consiste de um recipiente de coloração preta, comporta 300 ml de água, atraente sintético (AtrAedes), que simulam atraentes de oviposição natural e um cartão adesivo no interior da armadilha para capturar as fêmeas de Ae. Aegypti que entram na armadilha para fazer a postura de ovos (EIRAS & RESENDE 2009, RESENDE ET AL. 2010).

No sistema MI – Aedes as armadilhas são instaladas nas residências, com uma distância média de 250 metros entre cada armadilha, sendo essas monitoradas semanalmente por agentes de saúde, e a quantidade de insetos capturados é enviada via celular para a central do programa.

QUADRO 01: Fórmulas e Valores de referência utilizados para a construção e interpretação dos índices que constituem o levantamento rápido de índices para Aedes aegypti – LIRAa.

ÍNDICES FÓRMULAS VALORES DE

REFERÊNCIA

Índice Predial (IP) IP = imóveis positivos x100 imóveis pesquisados

Satisfatório: ≤1% Alerta: >1% ≤3,9%

Risco: >3,9%

Índice de Breteau (IB) IB = recipientes positivos x100 imóveis pesquisados Satisfatório: ≤ 5%

Índice por tipo de Recipiente (ITR)

ITR = recipientes positivos “por tipo” x100 Total de recipientes positivos

Indica o grupo de criadouros de maior relevância

entomológica e epidemiológica para Aedes

Os insetos coletados são encaminhados ao laboratório para análise por Reação em Cadeia Polimerase (PCR) em tempo real para verificar a presença dos vírus agentes das arboviroses, dengue (1, 2 3, e 4), zika e chikungunya. A partir do indicador entomológico, Índice Médio de Fêmeas de Ae. Aegypti (IMFA), as informações são geoprocessadas e analisadas através de mapas, gráficos e tabelas (Quadro 02). As áreas classificadas em alerta ou risco recebem uma maior atenção do poder público, para doção de medidas de controle das arboviroses (EIRAS & RESENDE 2009).

O Sistema MI – Aedes apresentou resultados satisfatórios por aumentar o uso racional de inseticidas, custo-benefício (PEPIN ET AL. 2013), diagnóstico da circulação viral anterior às notificações de casos humanos. (PEPIN et al. 2013, EIRAS & RESENDE 2009, DE MELO et al. 2012, PEPIN ET AL 2013, MS 2009)

FIGURA 06: Fluxograma do funcionamento do MI – Aedes, A: Mosquitrap, B: Residência dos moradores, C: Aplicativo do celular para a contagem dos mosquitos, D: Aedes aegypti capturado, E: PCr em tempo real para a verificação da presença de Arboviroses e F: Contabilização e Geoprocessmaneto dos resultados encontrados.

FONTE: Adaptado de: Adaptado de: https://www.intechopen.com/books/malaria/new-cost-benefit-of- brazilian-technology-for-vector-surveillance-using-trapping-system

3.0 Dengue

A dengue é uma infecção viral causada por um vírus da família Flaviviridae (gênero: Flavivirus), sendo uma das mais importantes enfermidades virais transmitidas por vetores aos seres humanos (HALSTEAD 1970; FERREIRA e LIMA), 2018. Transmitida por mosquitos do gênero

Aedes sp, sendo a espécie Ae. aegypti a principal propagadora da doença

(DELATTE et al., 2008; PAUPY et al., 2010; FERREIRA e LIMA, 2018). O alto número de casos dessa patologia traz enormes agravos em termos de morbidade e impacto econômico nas regiões em que ocorre, constituindo um importante problema de saúde pública (AZIL et al., 20/10).

Por ter se expandido geograficamente nos últimos anos, os quatro sorotipos existentes do vírus da dengue (DENV 1, DENV 2, DENV 3 e DENV4) já circulam na Ásia, África e Américas (NUKUY et al., 2006; Castro et al. 2012). É considerada uma das doenças de transmissão vetorial em maior expansão no mundo. Mais da metade da população mundial corre o risco de adquirir a doença e por sofrer influência de características socioeconômicas e climáticas, a dengue ocorre principalmente nas regiões tropicais e subtropicais do mundo com déficit de infraestrutura, afetando os moradores dos grandes centros urbanos que padecem devido o acúmulo de resíduos. (GURUGAMA et al., 2010; MANORE et al., 2014; KRAEMER et al., 2015; BHATT et al., 2013).

Estima-se que 3,9 bilhões de pessoas em 128 países estejam em risco de infecção pelo vírus da dengue, dessa população 390 milhões de infecções

QUADRO 02: Fórmulas e Valores de referência utilizados para a construção e interpretação do Índice Médio de Fêmeas de Ae. aegypti (IMFA).

ÍNDICE ENTOMOLÓGICO MODELO MATEMÁTICO VALORES DE

REFERÊNCIA

Índice Médio de Fêmeas de Ae. aegypti (IMFA)

Número de fêmeas de aedes encontreadas Número de armadilhas vistoriadas

Satisfatório: 0 a 0,15 Moderado: 0,15 a 0,3

Alerta: 0,3 a 0,6 Crítico: > 0,6.

por dengue ocorrem a cada ano, onde aproximadamente 96 milhões dos casos se manifestam clinicamente, acarretando em até 22 mil mortes (MARTINEZ, 2008; BHATT et al., 2013; PAHO, 2016). Fatores como a globalização, o aumento de viagens internacionais, dispersão passiva do Ae. aegypti, a existência de diversos sorotipos do vírus da dengue e variações climáticas, são responsáveis por dados epidemiológicos tão significativos (COSTA; SANTOS; BARBOSA, 2009)

A dengue é uma doença de notificação compulsória em diversos países, incluindo o Brasil, pois além do alto número de casos anualmente, sua rápida propagação geográfica e seu caráter endêmico-epidêmico, pode provocar diversos sintomas (Figura 07). De 2003 a 2013 a dengue era classificada como dengue clássica (DC) dengue com complicação (DCC), febre hemorrágica da dengue (FHD) e síndrome do choque da dengue (SCD). A partir de 2014 o Brasil passa a utilizar os termos sugeridos pela Organização mundial da Saúde (OMS), são eles: dengue, dengue com sinais de alarme (DSA) e dengue grave (DG).

Dentre as principais manifestações clínicas, pode ocorrer febre alta de aparecimento abrupto (>38.5°), mialgia, cefaléia, que geralmente se limitam a uma duração de 2 a 7 dias, porém, em casos mais graves, as manifestações clínicas podem evoluir para a forma grave da doença, que acarreta dores abdominais, ascites, derramamento pleural, vômitos persistentes, sangramento de mucosas e complicações neurológicas. Fatores estes que podem levar ao óbito (HALSTEAD, 1970; SIMMONS et al., 2012)

A dengue quando apresenta sintomas, geralmente constitui um quadro clínico autolimitado, por não existir tratamento etiológico, as medidas terapêuticas são baseadas de acordo com a sintomatologia de cada paciente, que inclui repouso e intensa hidratação. Medicamentos do tipo ácido acetilsalicílico e Anti-inflamatórios não hormonais devem ser evitados por aumentarem as chances do desenvolvimento da forma grave da doença. (MS, 2016)

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