Necessidades Educativas Especiais
Cegueira e baixa
visão
Cátia Costa; Cátia Duarte; Cátia Silva;
Cristiana Ferreira; Sónia Lopes
Faculdade de Psicologia e
Ciências da Educação
Conteúdos
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Definição
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Causas
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Limitações de funcionalidade
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Legislação
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Intervenção
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Factos importantes
Definição
Distância angular que o olho
consegue abranger (área
correspondente à visão central e
periférica)
Campo Visual
Acuidade Visual
Critérios para determinação da deficiência visual
Capacidade do sujeito perceber e
discriminar pormenores de um
objeto a uma dada distância.
Utiliza-se a Escala de Snellen para
esta avaliação.
Definição
Definição
Em Portugal, de acordo com o Decreto-lei
49331/69, de 28 de Outubro, considera-se
cegueira:
a) A ausência total da visão;
b) As situações irrecuperáveis em que:
•
A acuidade visual seja inferior a
0,1 no melhor olho e após a
correção apropriada;
•
A a c u i d a d e v i s u a l , e m b o r a
superior a 0,1, seja acompanhada
de limitação do campo visual igual
ou inferior a 20º angulares.
Definição
Segundo a ACAPO (Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal), a cegueira
pode ser de 3 tipos:
1. Congénita: quando surge dos 0 ao 1 ano de idade, em que o referencial visual
é nulo ou quase nulo, existindo apenas uma representação intelectualizada do
ambiente;
2. Precoce: quando se manifesta entre o 1º e o 3º ano de idade, em que as
referências visuais são escassas ou desaparecem gradualmente;
3. Adquirida: tardia ou recente, quando surge após os 3 anos de idade e há toda
uma riqueza do património visual anterior à cegueira, existindo representação
dos objetos ou de um ambiente.
Causas
Miopia
Retinopatia da
permaturidade
Ambliopia
Em Portugal as causas mais frequentes são a
degeneração macular associada à idade, glaucoma,
retinopatia diabética (SPO, sd)
Motricidade Global
Crianças mais pequenas, atraso do desenvolvimento motor,
habitualmente não gatinham, atraso nos
primeiros passos.
Limitações na funcionalidade
Aspetos cognitivos
Limitação nas funções intelectuais, dificuldade na
aquisição da permanência do objeto, dificuldades de
generalização e representação mental, jogo simbólico e desenho.
Linguagem
Dificuldade na área do conteúdo (léxico e semântica). Alterações na
expressividade, tanto nos gestos como no tom de
voz.
Motricidade Fina
Dificuldade na coordenação olho-mão, dificuldade na utilização da mão e do braçoSocialização e autonomia
Pouca iniciativa, dificuldade na interação social, mais dificuldade eminiciar e manter a interação com os pares.
Motricidade
Instabilidade postural, inibição do movimento
espontâneo,
movimentos mais lentos e diminuição da atividade física. Posturas corporais corporais características, por exemplo aproximar muito a cara do objeto.
Limitações na funcionalidade
Sócio-afetiva
Défices nas habilidades sociais e ralação com os colegas. Baixa auto-estima.
Família
Comportamento de super-proteção, fruto da falta de
informação e crenças erradas sobre as capacidades das pessoas
com deficiência visual
Académicas
Mais lento a realizar as tarefas, vocabulário pobre,
dificuldades de leitura e escrita. Dificuldade na matemática, dificuldade
em realizar tarefas complexas.
Limitação na atividade e restrição na participação
Aprendizagem e aplicação do
conhecimento
Experiências sensoriais intencionais
Observar (d110)
Aprendizagem básica e aplicação do conhecimento
Aprender a ler (d140)
Aprender a escrever (d145)
Adquirir competências (d155)
Tarefas e exigências gerais
Realizar uma única tarefa (d210)
Realizar tarefas múltiplas (d220)
Lidar com o stress e outras exigências
psicológicas (d240)
Limitação na atividade e restrição na participação
Comunicação
Comunicar e receber mensagens
Comunicar e receber mensagens não verbais (d315)
Comunicar e produzir mensagens
Produzir mensagens não verbais (d335)
Comunicação e utilização de dispositivos e técnicas de
comunicação
Conversação (d350)
Mobilidade
Andar e deslocar-se
Andar (d450)
Deslocar-se utilizando algum tipo de equipamento
(d465)
Deslocar-se utilizando transporte
Utilização de transporte (d470)
Limitação na atividade e restrição na participação
Auto cuidado
Lavar-se (d510)
Cuidar das partes do corpo (d520)
Vestir-se (d540)
Comer (d550)
Interações e relacionamentos
Relacionamentos interpessoais particulares
Relacionamentos sociais informais (d750)
Áreas principais da vida
Educação
Educação pré-escolar (d815)
Educação escolar (d820)
Vida comunitária, social e cívica
Recreação e lazer (d920)
(Benito, et al. 2003)Legislação
2007
1991
2008
2018
1986
1985
Define o Regime Educativo Especial para crianças e jovens com NEE: Equipamentos, Adaptações materiais e
curriculares, Condições especiais de matrícula, frequência e avaliação, Apoio
Pedagógico Acrescido e Ensino Especial.
Decreto-Lei nº 319/91
23 de agosto
Define os apoios
especializados a prestar na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário
dos sectores público, particular e cooperativo.
Decreto-Lei nº 3/08
7 de janeiro
Cria condições para a integração dos alunos
portadores de deficiência no Ensino Superior.
Portaria nº 785/85
17 de outubro
Regulamenta a vida e o funcionamento das escolas.Despacho nº 14 026/07
3 de julho
Estabelece o regime jurídico da educação inclusiva.Decreto-Lei nº 54/2018
6 de julho
Nos artigos 17.º e 18.º estabelece os objetivos e forma de organização da Educação Especial.Lei nº 46/86
14 de outubro
Intervenção
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Crianças com deficiência visual necessitam de recorrer a outros sentidos que
as permitam desenvolver competências para adquirirem conhecimentos e
oportunidades idênticas às dos seus colegas.
❖
Para isso, estas crianças trabalham particularmente os sentidos do tato,
Intervenção
Escolas de referência
Intervenção
❖
“As escolas de referência no domínio da visão constituem
uma resposta educativa especializada nas seguintes
áreas:
❖
Literacia braille contemplando a aplicação de todas as
grafias específicas;
❖
Orientação e Mobilidade;
❖
Produtos de apoio para acesso ao currículo;
❖
Atividades de vida diária e competências sociais.”
Intervenção
Literacia braille
contemplando a
aplicação de todas
as grafias
específicas;
Intervenção
Orientação e
mobilidade
Intervenção
Produtos de
apoio para
acesso ao
currículo
Linha Braille, scanner, impressora Braille, máquina Braille,
Máquina de produção de relevo
Intervenção
Produtos de
apoio para
acesso ao
currículo
Leitura de Ecrã, Gravadores
de audio, Suportes digitais
de acesso à internet
Cubarítmo, Calculadora
eletrónica
Intervenção
Produtos de
apoio para
acesso ao
currículo
Brinquedos adaptados
Intervenção
Atividades de
vida diária e
competências
sociais
Cumprimentar os
colegas, dirigir o rosto
para interlocutor,
despedir-se…
Higiene pessoal, vestir-se, comer…
Factos Importantes
❖
“Onde vives tem impacto nas tuas chances de ser cego ou ter
deficiência visual”
❖
“Quanto mais pobre a tua comunidade ou país, mais probabilidade de
seres afetado”
❖
“Pessoas mais velhas, comunidades rurais, minorias étnicas e pessoas
indígenas são mais afetadas”
❖
“As pessoas com deficiência visual têm de ter acesso a serviços de
reabilitação que lhes permitam a participação completa na sociedade”
❖“Para evitar a miopia, as crianças precisam de passar tempo ao ar livre
e fazerem exercício”
Referências Bibliográficas
Decreto-Lei 69/2018 de 27 de agosto. Diário da República n.o 164/2018, Série I de 2018-08-27. Obtido 24 de Março de 2020, de https://dre.pt/pesquisa/-/search/
116165764/details/normal
DGE. (2018). Para uma Educação Inclusiva: Manual de Apoio à Prática. Ministério da Educação/Direção-Geral da Educação (DGE).Obtido 24 de Março de 2020, de https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/EEspecial/manual_de_apoio_a_pratica.pdf
Benito, J. C., Veiga, P. D., & González, R. P. (Coord.). (2003). Manual para la intervencion psicológica en el ajuste a la deficiencia visual. Manuales. Ladeira, F., & Queirós, S. (2002). Compreender a baixa visão. Ministério da Educação/Departamento da Educação Básica.
Khadka, J., Ryan, B., Margrain, T. H., Woodhouse, J. M., & Davies, N. (2012). Listening to voices of children with a visual impairment: A focus group study.
British Journal of Visual Impairment, 30(3), 182–196. https://doi.org/10.1177/0264619612453105
Rainey, L., Elsman, E. B. M., van Nispen, R. M. A., van Leeuwen, L. M., & van Rens, G. H. M. B. (2016). Comprehending the impact of low vision on the lives of children and adolescents: A qualitative approach. Quality of Life Research, 25, 2633–2643. https://doi.org/10.1007/s11136-016-1292-8
SPO. (sem data). Problemas e Doenças Oculares. Obtido 24 de Março de 2020, de https://spoftalmologia.pt/perguntas_frequentes/problemas-e-doencas-oculares/
WHO. (2019, Outubro 9). Over 2.2 billion people are blind or visually impaired, and the numbers are rising. Here’s why. Medium. https://medium.com/@who/ over-2-2-billion-people-are-blind-or-visually-impaired-and-the-numbers-are-rising-heres-why-f0da6df0a191