DIAGNÓSTICO E CALIBRAÇÃO DO
PULVERIZADOR AUTOPROPELIDO
27 de Junho de 2017 · Los Amores, Tostado; Santa Fé - Fazenda La Florida
FIGURA 1: PULVERIZADOR AUTOPROPELIDO PLA MAP 3
Presentes: Eng. Agrôn. Nicolás Strappa, Especialista de AgroSpray; Javier Alanis, distribuidor de AgroSpray e
Javier Leal, vendedor.
OBJETIVO
Diagnóstico do pulverizador autopropelido.
A equipe técnica de AgroSpray realizou um diagnóstico técnico do pulverizador autopropelido PLA MAP 3. Para essa tarefa, seguiram-se passos estabelecidos no protocolo de calibração nas máquinas da empresa com o objetivo de detectar eventuais vulnerabilidades a melhorar no equipamento pulverizador e obter aplicações eficientes.
Falamos de diagnóstico porque o propósito da visita foi informar o estado atual do equipamento e seus pontos-chaves para melhorar.
Recomenda-se o seguimento das visitas subsequentes, retomando esses pontos e aprofundar seus estudos.
OPERAÇÃO DA BOMBA: Muito bom
A revisão realizou-se visualmente, e verificou-se a visibilidade da agitação do líquido no interior do depósito com todas as boquilhas em funcionamento, e observou-se uma agitação evidente do líquido.
OPERAÇÃO DO AGITADOR: Muito bom
Tinha se observado uma recirculação bem visível no depósito com o equipamento funcionando a 3 bar de pressão com o tanque carregado com uns 500 litros de água.
ESTADO DO TANQUE OU DEPÓSITO E GRELHA DO PRÉ-MISTURADOR: Muito bom Observou-se que não existisse vazamento das paredes do tanque e da tampa, e suas juntas estavam em perfeito estado, garantindo o hermetismo do depósito e que o tampão permanecesse unido a ele.
Além disso, verificou-se que a grelha do pré-misturador esteja presente e em boas condições, e evitar o acesso de grumos, plásticos, tampões ou outras peças ao interior do tanque.
VERIFICAÇÃO ANTIGOTEJO: Muito bom
Após 5 segundos do corte da pulverização e que o último jato chegasse ao solo, não deveria se produzir gotejamento nas boquilhas. Decorridos esses 5 segundos, na revisão do pulverizador tem se observado que as boquilhas não gotejaram.
ESTADO E SUJEIÇÃO DAS MANGUEIRAS E CONEXÕES: Muito bom
A avaliação foi feita visualmente e verificou-se que as mangueiras não estivessem obstaculizadas nem quebradas nem com sujidade grossa. A estrutura de metal da barra encontrava-se limpa na sua superfície, isto é importante porque as deposições dos produtos químicos podem provocar dissolução das camadas de tinta, corrosão ou descoloração das mangueiras, o que compromete as estruturas gerando perdas e mau funcionamento que afetam a qualidade das aplicações.
FILTROS ((Principal e secções): Muito bom
Controlou-se a inexistência de vazamento pelos filtros antes de abrir os copos. Subsequentemente, nós abrimos os copos dos filtros e inspecionamos o estado geral das malhas, não apresentavam nem furos nem deformações na estrutura, além de ter em bom estado os O’rings.
POSIÇÃO DA BARRA E ESTABILIDADE DA BARRA: Muito bom
Para diagnosticar a posição das barras, uma vez abertas nos situamos nas extremidades delas e pudemos observar que tanto no plano vertical quanto no plano horizontal, elas estavam direitas. Com relação à estabilidade, observamos que o dispositivo de amortecimento da barra respondia aos movimentos externos recuperando a posição inicial automaticamente.
CONTROLE DAS SECÇÕES: Muito bom
O pulverizador apresentava um desempenho adequado do sistema de abertura e fechamento das barras (quadro e ponteiras).
Pressão da Cabine 3 bar:
Pressão na barra:
Secção da extremidade direita 3 bar
Secção do centro 3 bar
Estado dos bicos:
Para conseguir aplicações eficientes é fundamental que os bicos estejam em perfeito estado. Antes de mais, todos os bicos devem ser do tipo adequado para cada situação e estar em ótimo estado de limpeza.
A limpeza dos bicos, das barras e filtros é importante tanto para a homogeneidade da aplicação quanto a vida operacional das diferentes peças, incluindo às boquilhas.
É importante lembrar neste ponto que o estado dos filtros (vida operacional e limpeza) também afetam a performance dos bicos.
Para conseguir aplicações homogêneas, os bicos devem disponibilizar a mesma vazão. Para verificar a vazão que efetivamente cada boquilha lançava (volume por unidade de tempo), a pulverização foi feita a 3 bar durante um minuto, porque os aplicadores estavam utilizando essa pressão de trabalho. Testaram-se e compararam 5 boquilhas com a vazão teórica indicada pelo fabricante.
Para que os bicos estejam em bom estado à variação não tem de se exceder o 10% (mais ou menos).
BICOS TESTADOS DO EQUIPAMENTO
Tipo l/min. 4 Bar s/Tabela Cor Conjunto Completo
Disco e núcleo 0,54 D5 13 Sim
ESTADO GERAL DOS BICOS
Limpieza Bom
Estado dos antigotejo Regular
Sobreposição Muito bom
VAZÃO POR BICOS A 3 BAR
Avaliações l/min. bico
1 0.60 l/min
2 0,60 l/min
3 0.64 l/min
4 0.64 l/min
5 0.60 l/min
Média vazão por bico (l/min.): 0,614 l/min
Vazão por bico + 10% (l/min.): 0,594 l/min
Vazão por bico - 10% (l/min.): 0,486 l/min
Os bicos apresentavam-se fora dos parâmetros especificados de desgaste, entre 10% por cima ou por baixo do valor determinado nas tabelas do fabricante. Deveu ser considerada a substituição dos bicos que estivessem fora da gama (0.486 l/min. – 0.594 l/min.).
Uma vez que se observasse que os bicos fossem novos, verificou-se seu estado com outro equipamento pulverizador, cujos bicos deram valores dentro dos parâmetros normais, pelo que não haveria que substituí-los, e conveio fazer um acompanhamentopara ir corroborando seus estados.
Conforme já falado na calibração inclui-se um breve resumo dos fatores que se acham relevantes no momento de cuidar o equipamento e fazer uma aplicação eficiente.
QUALIDADE DE ÁGUA UTILIZADA: a qualidade da água para fazer as aplicações agrícolas
tem origem em três fatores: pH, dureza e conteúdo da matéria orgânica e inorgânica ou turvação. O pH da solução afeta a viabilidade dos agroquímicos a utilizar. Se a água tiver um pH diferente ao ótimo, provoca a degradação mais rápida das moléculas, ou seja, a média de vida do produto acaba sendo o tempo que demora a degradação da metade da dosagem do produto em questão em um determinado pH.
Quando falamos de “Dureza”, nos referimos à quantidade de minerais que contém a água, particularmente as sais de cálcio e magnésio (também existem sais dos cátions sódio, potássio,
formações geológicas atravessadas pela água de forma previa a sua captação. A dureza da água é representada por ppm do CaCO3 (carbonato de cálcio). Considera-se que a água apresenta problemas de dureza desde os 90ppm. O problema das águas duras nas pulverizações radica na interação dos cátions da água com os princípios ativos dos agroquímicos, desativando-os em alguns casos.
Os sólidos dissolvidos em água impedem a transparência, então falamos de “turvação da água”. As partículas em suspensão possuem cargas iguais (negativas) e repelem-se. Essas cargas são as que adsorvem aos pesticidas (retêm moléculas na sua superfície).
Full control permite simultaneamente baixar e estabilizar o pH da água, à medida que
seqüestra os cátions presentes, tanto os bivalentes (cálcio e magnésio) quanto os trivalentes (alumínio e ferro) em um processo irreversível chamado QUELATAÇÃO. Os acidificantes de Full control também permitem combater os efeitos negativos da turvação da água.
LIMPEZA DOS EQUIPAMENTOS: enxaguar os tanques com água nem sempre garante que
fiquem limpos, sem restos de agroquímicos que possam causar toxicidade em aplicações subseqüentes. Os restos de produtos em filtros, mangueiras, boquilhas geram desgastes maiores de acordo com o trato que lhe for dispensado e também apresentará dificuldades nas aplicações sucessivas.
AgroSpray recomenda os seguintes passos para o lavado do tanque dos equipamentos: 1. Extrair os bicos e filtros de linha, lavá-los cuidadosamente com uma escova com cerdas e/ou com ar a pressão, no caso dos bicos.
2. Colocar água limpa no tanque, na medida do possível, de metade a um quarto da capacidade do tanque. Descarregar a água, e parte dela passar pelas tubulações.
3. Colocar água limpa no tanque, na medida do possível, de metade a um quarto da capacidade do tanque. Agregar Spray off para limpar, desincrustar e desinfetar os produtos que pudessem ter ficado. Deixar atuar durante uns minutos..
4. Fazer circular a calda para que chegue a todas as partes do tanque. Descarregar a água pelas tubulações sem colocar ainda os bicos.
5. Lavar o equipamento por fora.
6. Carregar água limpa até meio tanque e fazer funcionar o equipamento estaticamente.
LIMPEZA DAS MANGUEIRAS, CONEXÕES, ESTRUTURA METÁLICA: as sucessivas
deposições dos produtos químicos provenientes das pulverizações levam à degradação das peças do equipamento. Por sua vez, os restos químicos reagem com a luz solar e provocam que a pintura degrada-se e as peças corroam-se. As peças moles do equipamento: o’rings, juntas de borracha, mangueiras reduzem sua vida operacional por causa da ação negativa que produzam os restos dos produtos químicos. Por isso é importante também a limpeza no interior do equipamento: tanque, bicos, estrutura toda, mangueiras e conexões, para evitar sua deterioração. A limpeza externa é tão importante quanto à interna. Existem produtos desengordurantes, desincrustantes que simplificam a tarefa como no caso de MBM.
Manter limpos os equipamentos não só aumenta a eficiência do nosso trabalho senão que também é muito mais seguro, evitando contaminações desnecessárias para a saúde dos operários.
SISTEMA DE AGITAÇÃO: é importante contar com um bom sistema de agitação e mistura
para manter homogênea e estável a calda de aplicação, isto é de importância significativa nos casos onde se utilizam produtos sólidos, mesmo que a sua formulação indique sua alta solubilidade na água.
O uso de produtos como Harrier Bio ajuda a atingir soluções estáveis e uniformes graças aos seus emulsionantes da sua formulação.
ESTABILIDADE DA BARRA E VELOCIDADE DE AVANÇO: observe que os movimentos da
barra podem gerar deriva do produto e/ou uma má distribuição da calda através da barra. Em solos irregulares diminuía a velocidade de avanço para melhorar este parâmetro.
ESPUMA: maioria dos produtos produz espuma. A espuma não só gera inconvenientes ao
carregar o tanque senão também perda de produto e contaminação do meio ambiente. A utilização de Antifoam reduz a formação de espuma provocada pelos agroquímicos, e aumenta a eficiência da tarefa de aplicação, seja pela redução de custos ao evitar vazamentos, seja pela diminuição do tempo de enchimento dos tanques e melhorar a segurança para os operários.
SEGURANÇA DO OPERÁRIO: convém assinalar a importância do uso de equipamentos de
proteção individual por parte de todas as pessoas que manuseiem produtos fitossanitários com o objetivo de reduzir ao mais possível o contato com a pele, olhos, boca e nariz. Entre os EPIs necessários estão: máscara respiratória com filtro específico para pesticidas; luvas descartáveis de nitrilo, botas de borracha, macacão ou avental hidro-repelente, óculos de proteção.
AgroSpray recomenda o prosseguimento dos pontos destacados para verificar a evolução dos mesmos. A capacitação de todos os atores envolvidos nas atividades da pulverização é um fator crucial para obter aplicações de qualidade e eficientes.
ENG. AGRÔN. NICOLÁS STRAPPA Especialista AgroSpray
