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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES (UCAM / AVM) PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES (UCAM / AVM)

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM (DEL) X

TRANSTORNO

DO

ESPECTRO

AUTISTA

(TEA):

O

COMPROMETIMENTO DA LINGUAGEM NO CONTEXTO SOCIAL

Por: Ana Lucia Machado dos Santos

Orientador: Profª Fabiane Muniz

Co-orientadora: Profª Giselle Böger Brand

RIO DE JANEIRO 2017

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES (UCAM / AVM)

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM (DEL) X

TRANSTORNO

DO

ESPECTRO

AUTISTA

(TEA):

O

COMPROMETIMENTO DA LINGUAGEM NO CONTEXTO SOCIAL

Ana Lucia Machado dos Santos

Apresentação de monografia a Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Educação Especial e Inclusiva

Orientador: Profª Fabiane Muniz

Co-orientadora: Profª Giselle Böger Brand

RIO DE JANEIRO 2017

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os que me auxiliaram na construção deste trabalho, de modo especial a minha mãe que teve a paciência de me ajudar com as traduções em espanhol e de me orientar na revisão do texto e ao Colégio Logosófico Gonzalez Pecotche por ter confiado em mim e me auxiliado a executar esta especialização.

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DEDICATÓRIA

A minha filha Luana que tanto me ensina, assim como aos meus alunos que me inspiram a acreditar que é possível termos uma humanidade melhor.

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RESUMO

A presente monografia tem como objetivo principal analisar as semelhanças e as diferenças entre o Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e verificar como os níveis de linguagem semântico e pragmático estão comprometidos em indivíduos com Distúrbio Específico de Linguagem e com Transtorno do Espectro Autista. Para tanto foi necessário abordar a importância da linguagem para a comunicação humana e os transtornos de aprendizagem relativos à linguagem, a definição, os fatores etiológicos e a sintomatologia do Distúrbio Específico de Linguagem e do Transtorno do Espectro Autista e especificar a Síndrome de Asperger. Pretendeu-se analisar as semelhanças quanto aos aspectos da linguagem semântico e pragmático e depois as diferenças desses distúrbios frente a orientação, a atenção e a memória, a outros níveis de linguagem, a capacidade intelectual e pensamento, a psicomotricidade, a afetividade e ao comportamento psicossocial e por fim a diferença quanto ao prognóstico. De um modo geral procurou-se compreender a importância de se conhecer essas dificuldades a fim de contribuir para o ensino-aprendizagem mais significativo aos alunos com essas necessidades educacionais especiais.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido na perspectiva qualitativa de pesquisa, fundamentado em bases teóricas, priorizando a pesquisa bibliográfica em livros, revistas e artigos, disponíveis em diversos sites, sendo consultadas publicações nacionais e internacionais pertinentes ao assunto estudado.

Foram consideradas as seguintes abordagens conceituais: Distúrbio Específico de Linguagem, Transtorno do Espectro Autista, Síndrome de Asperger, inclusão e práticas pedagógicas numa proposta inclusiva.

Esta pesquisa tem como objetivo a delimitação de um subtipo do Distúrbio Específico de Linguagem, que se refere ao déficit semântico-pragmático e no que tange ao Transtorno do Espectro Autista o enfoque é para a Síndrome de Asperger, objetivando destacar as semelhanças e diferenças entre esses distúrbios, contribuindo para a inclusão e prática pedagógica em ambientes escolares.

Os principais autores pesquisados para a realização desta monografia foram: Aguado, Befi-Lopes, Cancino, Crestani, Hage, Mousinho, Relvas, Rotta e Zorzi.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Linguagem e Transtornos de aprendizagem 10

1.1 A importância da linguagem 10

1.2 Níveis da linguagem 12

1.3 Transtornos de aprendizagem no uso da linguagem 13

CAPÍTULO II - Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) 17 2.1 Definição 17

2.2 Fatores etiológicos 18 2.3 Sintomatologia 19

2.4 Os Subtipos do DEL 21

2.4.1 Distúrbio da Programação Fonológica 21 2.4.2 Dispraxia Verbal 21 2.4.3 Distúrbio Fonológico-Sintático 21

2.4.4 Agnosia Auditivo-Verbal 22 2.4.5 Distúrbio Léxico-Sintático 22

2.4.6 Distúrbio Semântico-Pragmático 22

CAPÍTULO III - Transtorno do Espectro Autista (TEA) 24

3.1 Definição 24

3.2 Fatores etiológicos 25 3.3 Sintomatologia 26 3.4 O caso específico da Síndrome de Asperger (SA) 26

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CAPÍTULO IV - Distúrbio Específico de Linguagem X Transtorno do Espectro Autista 28

4.1 Semelhanças entre DEL e TEA/SA 28

4.2 Comparativo entre DEL e TEA/SA 29

4.2.1 Orientação, atenção e memória 31

4.2.2 Linguagem 31

4.2.3 Capacidade intelectual e pensamento 32

4.2.4 Psicomotricidade 32

4.2.5 Afetividade e comportamento psicossocial 33

4.2.6 Prognóstico 33

4.3 Estratégias no ambiente escolar 34

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 39

WEBGRAFIA 42

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INTRODUÇÃO

O tema desta monografia refere-se as semelhanças e as diferenças entre o Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A questão central deste trabalho consiste em verificar como os níveis de linguagem semântico e pragmático estão comprometidos em indivíduos com Distúrbio Específico de Linguagem e com Transtorno do Espectro Autista/ Síndrome de Asperger.

O tema sugerido é de fundamental relevância, visto que diversas são as dificuldades de aprendizagem observadas no ambiente escolar e a não-aprendizagem constitui o elemento primordial das preocupações nesse espaço do saber.

A linguagem pressupõe um meio de comunicação, seja na forma de emissão ou recepção da informação. A linguagem oral é a mais utilizada na comunicação humana e engloba cinco níveis: o fonológico, o fonético, o morfossintático, o semântico e o pragmático, detalhados neste trabalho.

Sabendo-se que a linguagem é a ferramenta da comunicação e que assume grande importância no processo de aprendizado e na capacidade de interação entre os seres humanos, quando se encontra comprometida, acaba interferindo no aprendizado, na interpretação da leitura de mundo e nas relações sociais.

No presente estudo optou-se por dar mais ênfase à linguagem semântica e pragmática por estas estarem mais comprometidas em indivíduos com DEL e TEA. Em linhas gerais, a linguagem semântica refere-se à capacidade de compreender o significado da linguagem, o conhecimento do significado das palavras, enquanto que a pragmática é o uso da linguagem com propósito comunicativo, sendo a habilidade de compreender, dependendo do contexto social em que o indivíduo está inserido.

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Considerando o pouco conhecimento acerca do DEL e do TEA por profissionais da área de educação, bem como a pouca bibliografia disponível em português, no que se refere ao DEL, é de suma relevância conhecer esses comprometimentos, a fim de contribuir para o ensino-aprendizagem de alunos com essas necessidades educacionais especiais.

A linguagem semântica-pragmática encontra-se comprometida em indivíduos com DEL e com TEA e a interação social pode ser considerada um diagnóstico diferencial entre esses dois distúrbios.

São, portanto, objetivos deste estudo pesquisar a importância da comunicação e os níveis de linguagem, esclarecer de que forma o DEL e o TEA assemelham-se quanto ao comprometimento da linguagem semântica-pragmática e o quanto se diferenciam frente a outros aspectos; verificar a produção literária sobre o DEL e o TEA, pouco conhecidos no ambiente escolar, afim de apontar estratégias para contribuir com a inclusão de alunos com essas necessidades educacionais especiais.

Assim sendo, este estudo foi dividido em quatro capítulos. O Capítulo I abordará a importância da linguagem para a comunicação humana e o transtorno de aprendizagem no uso da linguagem com enfoque na comunicação e nos níveis de linguagem, na diferença entre dificuldade e transtorno de aprendizagem e as deficiências no processamento da linguagem. Já o Capítulo II irá enfatizar o DEL com suas características, fatores etiológicos, sintomatologia e os seus subtipos.

O Capítulo III tratará do TEA como a definição, os fatores etiológicos, a sintomatologia e o caso específico da Síndrome de Asperger (SA).

E por fim o Capítulo IV apresentará as semelhanças entre DEL e TEA/SA no que diz respeito a linguagem semântico-pragmática, as diferenças frente a diversos aspectos, bem como estratégias de superação das dificuldades no âmbito escolar.

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CAPÍTULO I

LINGUAGEM E TRANSTORNOS DA APRENDIZAGEM

A linguagem é a principal ferramenta para o ser humano interagir com o mundo e se vincular às pessoas. O bebê desde a mais tenra idade se comunica com seus pais e cuidadores através do olhar, do choro e do sorriso. A comunicação é uma necessidade do homem porque este é um ser social.

Caso haja algum transtorno de aprendizagem relacionado à linguagem seja esta oral, escrita ou expressiva, o indivíduo apresentará dificuldades em sua comunicação.

Os transtornos da aprendizagem consistem em uma inabilidade específica, como de leitura, escrita ou matemática, em indivíduos que apresentam resultados significativamente abaixo do esperado para seu nível de desenvolvimento e da faixa etária de seus pares.

Para compreendermos melhor o transtorno da aprendizagem relativo à linguagem será abordada uma breve descrição sobre a importância desta ferramenta para a comunicação.

1.1 A importância da linguagem

A linguagem, segundo definição de Émile Benveniste (Apud VANOYE 1998, p. 21), “é um sistema de signos socializado”. Desta forma, a linguagem é formada por um conjunto de elementos com intenção comunicativa inseridos em um contexto social.

A linguagem depende de inúmeros fatores para poder constituir-se, como os fatores biológicos, afetivos, sociais e cognitivos, que interferem no processo de desenvolvimento da linguagem.

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A linguagem é um dos aspectos importantes do desenvolvimento da criança e sua aquisição mantêm íntima relação com múltiplos fatores, entre os quais destacam-se o biológico, o afetivo e o social. Da adequada condição destes fatores e de sua interação estabelecer-se-á o processo deste complexo aprendizado. (ZORZI, 1993, p. 7).

A linguagem é um ato social que depende não só de um aparato biológico e do desenvolvimento das capacidades cognitivas necessárias, como também da interação com um interlocutor vivo (Kuhl e Rivera-Gaxiola, 2008). A criança não aprenderia a falar se não tivesse um aparato humano, ou seja, criança pequena que assiste televisão o dia todo não aprenderia a falar, pois necessita da interação humana.

Segundo Pedroso e Rotta (2016, p. 113), a linguagem é “a capacidade que a espécie humana tem de se comunicar por meio de um código simbólico adquirido, que permite transmitir seus pensamentos, ideias e emoções”. Além de expressar pensamentos e sentimentos, é constituída por símbolos de diversas ordens como orais, gestuais ou escritos.

Já a palavra comunicação vem de comunicar, derivada do latim communicare, que significa partilhar, tornar comum, trocar opiniões, ou seja, é a ação de partilhar com outro sujeito, trocando informações diversas. Portanto, a finalidade da comunicação também é expressar pensamentos, ideias e sentimentos que possam ser compreendidos por outras pessoas. Trata-se de uma necessidade humana básica se comunicar através da linguagem, seja ela oral, escrita ou corporal.

De acordo com Cancino (2015, p. 24) “a comunicação é a procura de um efeito social que pode ser expressa pela voz, palavra, gestos, movimentos, expressões faciais, escrita, desenho, dança, música, além de muitas outras”. Nos comunicamos por diversos meios, enviamos e percebemos mensagens através de palavras, sons, gestos, expressão facial. Os nossos sentidos (tátil, olfativo, visual, auditivo e gustativo) emitem mensagens que muito auxiliam na comunicação humana.

A linguagem humana oral, de modo específico, é um instrumento de comunicação que surge da capacidade humana

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de simbolizar os mundos interno e externo, por meio de sons e representações simbólicas de palavras e conceitos. Este instrumento origina-se na interação do cérebro com um ambiente social (pessoas), escutando o que as pessoas falam, olhando os gestos e as ações que se produzem nas interações, processando ativamente os eventos sociais e respondendo às mudanças e às correções e ao ensino da família e do meio ambiente social ao seu redor. (CANCINO, 2015, p.24).

Conforme Cereja (2004, p.230), “a linguagem é todo sistema formado por símbolos que permite a comunicação entre os indivíduos”; a linguagem verbal é aquela que tem por unidade a palavra, já a linguagem não verbal, tem múltiplas unidades, como o gesto, os movimentos, a dança, a imagem, a nota musical.

A comunicação não-verbal é tão importante quanto a verbal. Quantas vezes um simples olhar, uma entonação de voz, um gesto, uma expressão facial são tão ou mais expressivos do que a palavra. Os símbolos muitas vezes exprimem uma comunicação tão perfeita que não há necessidade da linguagem verbal.

1.2 1.2 Níveis da linguagem

Para a melhor compreensão do funcionamento da linguagem será abordada uma breve descrição dos níveis da linguagem, segundo Cancino (2015, p. 31-39) e por fim será dado um enfoque maior aos níveis comprometidos no TEA e no DEL que são o semântico e o pragmático.

NÍVEL FONOLÓGICO: refere-se às informações dos sons que formam a língua e que vão estruturar as sílabas e as palavras.

NÍVEL FONÉTICO: refere-se ao nível de como logramos falar, onde as representações mentais dos sons são convertidas por meio dos movimentos do rosto, da língua, da faringe e dos músculos da respiração, em relação com as estruturas de ossos e músculos da face e do tórax, em sons que as outras pessoas podem escutar e que chamamos de fala.

NÍVEL MORFOSSINTÁTICO: refere-se à capacidade do nosso cérebro linguístico de combinar os sons e as sílabas para formar palavras, utilizar regras para combinar e formar frases, coordenar os tempos de cada verbo, utilizar estruturas de sujeito, predicado, gênero, número etc.

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NÍVEL SEMÂNTICO: refere-se a todos os significados culturais ou pessoais que podem expressar em palavras, ou seja, os conteúdos e significados a serem representados no sistema linguístico vão depender da experiência e da estimulação que cada pessoa tem na sua vida.

NÍVEL PRAGMÁTICO: envolve as habilidades e capacidade que nos permitem comunicar intenções, sentimentos, nos adaptar a nosso meio social, ser empáticos, nos expressar com clareza para quem nos escuta, inferir as ideias e os sentimentos das outras pessoas, além de prestar atenção ao fato de que os outros nos compreendem, ficam chateados ou gostam do que falamos.

Os humanos são seres sociais e necessitam interagir para se comunicar com o outro. Precisam compreender os diferentes tipos de signos do ambiente social o qual estão inseridos para primeiramente atender às suas necessidades e depois representar o mundo. Juntamente com o uso da linguagem e do significado das palavras (semântico) é aprendida a forma correta de se comportar em sociedade.

O nível pragmático dá sentido às palavras e auxilia o uso da linguagem com intenção comunicativa dentro de um contexto social. Desta forma, Cancino (2015, p. 39) menciona que este nível é o primeiro a se desenvolver de modo mais funcional, porém o último a amadurecer, pois envolve as habilidades para observar o outro, negociar situações sociais, perceber como os outros recebem nossas intenções comunicativas e se adequar às diferentes situações sociais.

Em maior ou menor grau as pessoas com TEA e DEL apresentam algumas limitações frente às linguagens semânticas e pragmáticas, podendo confundir os distúrbios. Por este motivo, cabe mencionar importância da avaliação multidisciplinar para um diagnóstico preciso e confiável, para que o ser possa ser estimulado da forma mais eficiente para o seu pleno desenvolvimento.

1.3 Transtornos de aprendizagem no uso da linguagem

A pessoa é portadora de um transtorno de aprendizagem quando, segundo Relvas (2011, p.52) “um conjunto de sinais sintomatológicos que provocam uma série de perturbações no aprender da criança, interfere no processo de aquisição e manutenção de informações de uma forma acentuada”, como por

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exemplo, o transtorno da leitura, o transtorno de expressão e o transtorno da matemática.

O indivíduo que possui transtornos de aprendizagem apresenta nível de desenvolvimento e capacidade intelectual abaixo do esperado para pessoas de mesma faixa etária. Entretanto, segundo Ohlweiler (2016 p. 108) “o transtorno de aprendizagem também pode ser encontrado na criança que apresenta algumas características como inteligência normal; ausência de alterações motoras ou sensoriais; bom ajuste emocional e nível socioeconômico e cultural aceitável”.

Segundo a mesma autora o termo transtorno é encontrado em manuais de diagnósticos de doenças como o CID-10 e DSM-5 apresentando uma falta de exatidão para o termo "transtorno", justificando seu uso para evitar problemas ainda maiores caso fosse utilizado o termo "doença" ou "enfermidade".

Nos transtornos da aprendizagem, os padrões normais de aquisição de habilidades estão perturbados desde os estágios iniciais do desenvolvimento, ou seja, não são adquiridos em decorrência de falta de estimulação adequada ou de qualquer forma de traumatismo ou doença cerebral.

(OHLWEILER 2016 p. 108)

No que se refere às dificuldades de aprendizagem estas podem ser influenciadas por questões momentâneas, sendo até mesmo passageiras, em algumas situações, como dificuldade em algum conteúdo escolar específico, a morte de uma pessoa com vínculo com a criança, a separação dos pais, que acabam acarretando prejuízo acadêmico, mudanças de comportamento, alterações psicológicas, entre outros. As crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem quando estimuladas e acolhidas conseguem recuperar o processo, diferente daquelas que já possuem um distúrbio nesse sentido.

Segundo informações do site sobre as dificuldades do processamento da linguagem da Educação Adventista as pessoas que possuem deficiências no processamento da linguagem apresentam dificuldade em ouvir as palavras de forma correta, entender os seus significados, comprometendo a comunicação. Essas dificuldades iniciam com a palavra falada, interferindo na leitura e escrita e prejudicando o aprendizado da criança em fase escolar. A deficiência na

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compreensão da fala e da linguagem se manifesta com o atraso para aprender a falar, a fala é lenta ou com interrupções, pronuncia mal as palavras, utiliza gestos com as mãos ou linguagem corporal para “ajudar” a se expressar, entre outros.

Com relação à leitura as crianças apresentam dificuldade e atrasos, problemas em associar letras e sons, leitura lenta e silabada, fraca compreensão e vocabulário pobre.

Na escrita a deficiência se manifesta através de tarefas escritas em poucas linhas, vocabulário limitado, erros gritantes de ortografia, muitas vezes o aluno não compreende o que escreveu, ideia mal estruturada e com poucos detalhes.

Na matemática apresentam dificuldade com interpretação de problemas que envolvam raciocínio lógico e dificuldade com problemas por extenso devido à fraca compreensão da linguagem e apresentam resposta lenta aos exercícios.

Os problemas relacionados à deficiência do processamento da linguagem apresentam diversas dificuldades como recordar informações ou produzir fatos ou ideias, apresentar uma história ou instruções em uma ordem lógica, raciocínio verbal, problemas para entender trocadilhos ou piadas, dificuldades em aprender língua estrangeira, entre outros.

Como podemos perceber a linguagem é um processo complexo e depende de uma sequência de ações, sendo um fator importante para o desenvolvimento do ser e para o seu aprendizado. Entretanto, quando a linguagem se encontra prejudicada, por algum motivo, o indivíduo fica impedido de se comunicar ou de ser compreendido, causando um desequilíbrio na função social e comunicativa do ser.

Os distúrbios de linguagem dizem respeito àquelas alterações que afetam todo desenvolvimento linguístico da criança: uso da linguagem, a aquisição de vocabulário, a semântica e o domínio formal, incluindo a sintaxe, os morfemas e os fonemas. (ZORZI, 2005, p. 15)

As dificuldades na linguagem podem ser identificadas por baixo rendimento acadêmico, isolamento social ou retardo no desenvolvimento cognitivo, que por sua vez, acabam sendo responsáveis por prejuízos no desenvolvimento

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psicológico da criança, podendo gerar transtornos de conduta ou emocionais significativos.

Os problemas de linguagem podem ser responsáveis pelas dificuldades de relacionamento entre pares na infância. Crianças com problemas de linguagem que apresentam dificuldades em se expressar ou em se comunicar podem sofrer rejeição de colegas e podem apresentar um comportamento mais retraído e menos sociável. Cabe ao professor fazer a mediação entre as crianças e promover um ambiente em que todos possam brincar em conjunto de forma a integrar aquele que, por sua dificuldade, tende a se isolar do grupo.

Desta forma, é de grande importância o olhar do professor frente a esses alunos que apresentam alguma dificuldade, seja de aprendizagem ou de interação social. Sabe-se que não cabe a este profissional dar diagnóstico, porém suas observações na sala de aula e sua experiência com a faixa etária são cruciais para observar o aluno que destoa do grupo de alguma forma. As vezes a família não percebe algumas dificuldades sutis que o filho apresenta e o profissional escolar, por ter experiência e acompanhar várias crianças consegue detectar alguma questão.

Vale ressaltar que cada um aprende de uma maneira e que cada um tem seu tempo e seu próprio ritmo de aprendizagem, porém o professor consegue perceber aquele aluno que está apresentando uma dificuldade além do processo normal de aprendizado.

É importante perceber e sinalizar alguma dificuldade observada no ambiente escolar para que possa ser encaminhada ao especialista e para que a criança seja estimulada o mais rápido possível. Quanto mais cedo for diagnosticado o comprometimento, melhores serão os resultados, sendo de suma importância a parceria entre os profissionais da saúde, a escola e a família.

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CAPÍTULO II

DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM (DEL)

O distúrbio específico de linguagem é caracterizado por uma persistente dificuldade na aquisição e uso da linguagem falada e escrita devido a deficiências de compreensão ou produção de linguagem, descrito a seguir.

2.1 Definição

Segundo Bishop (1992 apud HAGE, 2000, p. 31) “o Distúrbio Específico de Linguagem (DEL) é um transtorno no desenvolvimento normal da linguagem que não pode ser explicado por um déficit de percepção sensorial, capacidades intelectuais, transtornos emocionais ou dano cerebral evidente, sendo que a persistência da alteração também não se justifica por fatores interacionais e afetivos”.

O DEL apresenta atrasos e alterações persistentes na aquisição da linguagem, na ausência de patologia que desencadeie tais prejuízos.

A criança com DEL tem o desenvolvimento cognitivo normal, porém a linguagem não responde da mesma forma que crianças da mesma faixa etária, apresentando atraso e dificuldade na compreensão e na expressão da linguagem.

Conforme o D.S.M. - IV (1994) para diagnosticar o distúrbio é utilizado critério de exclusão de outros comprometimentos, como deficiência intelectual, deficiência auditiva e autismo, visto que estes também possuem comprometimento na linguagem.

Segundo Hage, este quadro pode apresentar grande variedade de alterações, sendo caracterizado pela persistência destas, podendo afetar diversos aspectos da linguagem (fonológico, sintático, semântico e pragmático)

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em maior ou menor grau, tanto na vertente receptiva quanto na expressiva, sendo mais comum nesta última. (HAGE et al, 2004 p.247).

No D.S.M. - V (2014) o DEL é classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento sendo caracterizado por um transtorno da linguagem. Como critérios diagnósticos menciona as dificuldades persistentes na aquisição e uso da linguagem como vocabulário reduzido, estrutura limitada de frases, prejuízos no discurso; capacidades linguísticas abaixo do esperado para a idade, resultando em limitações funcionais na comunicação efetiva, na participação social, no sucesso acadêmico ou no desempenho profissional.

Algumas crianças com DEL podem apresentar dificuldade para falar, combinar palavras e formar frases, apresentando dificuldade de expressão de linguagem.

Segundo Befi-Lopes et al (2007 apud CRESTANI et al, 2013, p.228) “as crianças com DEL levam um tempo maior no reconhecimento, recuperação, formulação e produção das palavras, devido à lentificação no processamento das informações, que podem estar relacionadas a falhas nas representações semânticas e na organização cognitiva”.

A lentidão ocorre, porém elas não são impedidas de falar. Apresentam dificuldade de usar a palavra certa para falar, por isso muitas vezes utilizam palavras simples e frases curtas.

2.2 Fatores etiológicos

O DEL é um distúrbio neurocomportamental, provavelmente de base genética, que ocorre na ausência de alterações neuromotoras, sensoriais, do espectro autista, de transtornos globais ou cognitivos.

De acordo com Zorzi (2005, p. 11) em muitos casos não é possível chegar a um diagnóstico preciso das causas desses distúrbios, porém o autor diferencia dois tipos de fatores que, dependendo do caso, podem até estarem atuando de forma conjunta: “características ou fatores relativos à criança e características ou fatores relativos ao meio”. O primeiro diz respeito às alterações de natureza orgânica; distúrbios emocionais importantes ou alterações de ordem cognitiva.

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Já os fatores relacionados ao meio referem-se a problemas de ordem familiar, falta de estimulação ou exigência maior do que a capacidade da criança.

Uma das causas poderia ser atribuída a uma questão genética em relação a mutações que afetam a transcrição FOXP2, gene responsável pela habilidade da fala e da linguagem, não sendo apenas uma questão relativa ao ambiente, sendo, portanto, um transtorno neurobiológico.

Em termos de diagnóstico médico vários estudos genéticos e de neuroimagem demonstram que há bases orgânicas para o DEL como o estudo que investigou a relação entre mutações que afetam a transcrição FOXP2 (gene implicado na habilidade de adquirir e desenvolver a fala e a linguagem) e transtornos de fala e de linguagem. Constatou-se que essa mutação tem como manifestação comum o distúrbio específico de linguagem. Tais fatores genéticos se combinam aos fatores ambientais, sugerindo uma patologia multifatorial. (Vernes et al. 2008 apud CRESTANI et al, 2013, p.232)

Estudos indicam que o DEL possui um padrão multifatorial, sendo influenciado tanto pelas alterações genéticas relativas ao distúrbio quanto por fatores sócio emocionais, que podem, até mesmo, maximizar a questão genética.

2.3 Sintomatologia

Crianças com DEL podem começar a falar tardiamente, com atraso de pelo menos 12 meses com relação a crianças da mesma faixa de idade. A evolução da linguagem é lenta com vocabulário limitado e fala inteligível. Muitas vezes apresentam dificuldades de entender o que os outros dizem e responder o que as pessoas perguntam.

Mousinho et al (2008 p. 303) destaca que pode ser encontrado na fala de parte destas crianças (já que existe variações do DEL) pouca memória para uma sequência de sons, por isso tendem a falar em um primeiro momento basicamente monossílabos; dificuldade no planejamento motor da produção dos fonemas; frases desestruturadas e/ou construídas na ordem inversa; vocabulário reduzido; trocas na fala; dificuldades na compreensão.

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Por esse motivo a evolução da linguagem é lenta, visto que o vocabulário é limitado com erros gramaticais e falhas na pontuação, comprometendo a compreensão.

No estudo realizado por Befi-Lopes et al (2008) comparando o desempenho narrativo de crianças com DEL e crianças em aquisição normal de linguagem foi observado que aquelas com DEL apresentam narrativas mais rudimentares, independentemente do tipo de história fornecida, se comparadas as crianças sem problemas de linguagem e da mesma faixa etária.

Sendo assim, o discurso narrativo de crianças com DEL carece dos recursos linguísticos necessários para se tornar coeso e coerente, apresentando discurso narrativo abaixo do esperado para seu ano escolar.

Vale ressaltar que os sintomas do DEL não são fáceis de detectar, pois a criança não tem comprometimento cognitivo e nem auditivo, por isso, muitas vezes passa por despercebido e só será de fato comprovado o distúrbio no fundamental I, quando a criança apresenta dificuldades persistentes na leitura, na interpretação e na escrita.

Segundo Aguado (2009 p. 21) “o DEL é um transtorno evolutivo que muda com o tempo. Esta mudança é propiciada pelas próprias modificações da conduta linguística como consequência dos ajustes nas diversas demandas comunicativas, curriculares, etc.”. (tradução nossa). Sendo assim, quanto mais precocemente for diagnosticado o DEL, melhores serão os resultados, possibilitando alcançar um avanço no nível da linguagem.

Crianças que possuem dificuldades na comunicação apresentam dificuldades em relacionar-se com outras crianças, pois a forma como utilizam a linguagem foge do padrão esperado para a idade, podendo se tornar introvertidas e isoladas. Sendo assim, poderão ter dificuldades na escola em diferentes graus, seja na aquisição da linguagem escrita e na leitura, bem como no convívio social. Muitas vezes em função de sua falta de maturidade e nível de linguagem aquém a sua idade podem vir a ser criticadas e discriminadas pelos colegas no ambiente escolar, ao que o professor deverá ficar atento, a fim de poder ajudar e apoiar a inclusão.

Cabe acrescentar a importância de uma ação conjunta entre a família e os diversos profissionais tanto da área de saúde como fonoaudiólogos, psicólogos

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e arteterapeutas, como da área de educação, ou seja, a escola, a fim de contribuir para a superação das dificuldades da criança ou adolescente com DEL.

2.4 Os Subtipos do DEL.

Os subtipos do DEL propostos por Rapin & Allen (1988 apud HAGE, 2000, p. 26-28) foram ampliados e revisados por diversos autores da linguagem infantil, apresentados a seguir.

2.4.1 Distúrbio da Programação Fonológica

Compreensão normal ou próxima do normal.

Aparecimento da fala é normal ou levemente atrasado

A estrutura dos enunciados é compatível com a idade cronológica. Fala ininteligível em função das alterações fonológicas, porém fluente.

Notável melhora da qualidade articulatória em tarefas de repetição de sílabas ou palavras curtas.

2.4.2 Dispraxia Verbal

Compreensão normal ou próxima do normal.

Aparecimento da linguagem oral é atrasado, podendo não se constituir (nestes casos, o quadro é o que se denomina de Afasia Congênita Expressiva).

Fluência pode estar prejudicada, com graves problemas de organização dos sons articulados.

Os enunciados produzidos limitam-se a uma ou a duas palavras. Não se observa melhora da articulação em tarefas de repetição.

2.4.3 Distúrbio Fonológico-Sintático

Compreensão prejudicada quando o enunciado é longo, inclui estruturas complexas ou é emitido com rapidez.

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Alteração da morfossintaxe: frases simples, telegráficas, erros de flexionamento verbal e nominal e na organização sequencial das palavras na frase.

Fluência prejudicada pelas dificuldades de organização sintática. Presença de diversas alterações fonológicas.

2.4.4 Agnosia Auditivo-Verbal

Compreensão da linguagem oral gravemente afetada ou ausente, sendo que a compreensão para gestos é normal.

Ausência de fala ou restrita a palavras isoladas, sendo que a articulação das mesmas é gravemente alterada.

Similar aos quadros denominados de surdez verbal ou afasia congênita receptiva.

2.4.5 Distúrbio Léxico-Sintático

Dificuldade de evocação e fixação do léxico, com uso constante de perífrases e dêiticos.

Pode ocorrer alterações fonológicas, mas que não chegam a prejudicar sensivelmente a inteligibilidade de fala.

A fluência pode estar comprometida em função das dificuldades de evocação lexical.

A compreensão de palavras isoladas pode ser normal, mas não a de frases. Dificuldade em manter a sequência dos elementos na frase ou de usar palavras com sentido gramatical.

O aparecimento da linguagem oral pode ser normal ou atrasado.

2.4.6 Distúrbio Semântico-Pragmático

O aparecimento da fala pode ser normal.

Enunciados e articulação desenvolvem-se dentro dos parâmetros da normalidade ou com ligeiras dificuldades.

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A fala é fluente e podem emitir frases complexas aprendidas de memória. As dificuldades ocorrem ao nível pragmático, ou seja, a inadaptação da linguagem ao contexto e coerência temática instável.

Dificuldades de compreensão quando o enunciado é longo e apresenta um entendimento exageradamente literal das palavras.

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CAPÍTULO III

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

O TEA é um distúrbio do desenvolvimento cujas características principais consistem em prejuízos sociais, comportamentais e de comunicação que serão retratados no capítulo a seguir.

3.1 – Definição

O TEA pode ser definido como uma síndrome comportamental apresentando sintomas como deficiência na interação social, dificuldade de comunicação social e padrões inadequados de comportamento.

A palavra transtorno, segundo Cancino (2015, p.124) “é uma alteração biológica, uma variação anormal e que apesar de estimulação o indivíduo apresenta ausências, atrasos e diferenças na aquisição de habilidades e competências”.

O TEA é definido como um transtorno do desenvolvimento que surge na infância e que se caracteriza por importante atraso na aquisição da linguagem, na interação social, com interesses restritos e comportamentos estereotipados ou repetitivos. (ROTTA & GADIA, 2016, p. 370).

O TEA tem como características essenciais prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social e padrões restritivos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Estes sintomas estão presentes desde o início da infância, ocasionando prejuízo no funcionamento diário. O TEA engloba transtornos anteriormente denominados de autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno

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desintegrativo da infância e transtorno de Asperger. (OHLWEILER, 2016, p. 110)

Segundo o DSM-5 (2014) os subtipos do TEA foram eliminados, passando a existir diferentes níveis de gravidade, mas todos dentro do mesmo espectro. Sendo assim, a Síndrome de Asperger não é mais considerada uma situação separada, nessa nova classificação o Asperger é incluído no TEA.

3.2 Fatores etiológicos

As causas do TEA ainda não estão definidas, mas há fortes indícios relacionados a questões genéticas.

Conforme Relvas (2011, p.78) “o autismo é um distúrbio do desenvolvimento de origem orgânica (lesão encefálica) cuja causa específica é de comportamento genético, todavia ainda não se conhece com detalhes”.

Durante muito tempo as vacinas e os alimentos artificiais foram colocados como vilões, bem como o relacionamento mãe e filho, entretanto tais hipóteses se encontram descartadas como possíveis causas do TEA.

Segundo o site neuropsicopedagogia na sala de aula, o cérebro humano tem múltiplos sistemas de neurônios-espelho especializados em executar e compreender não apenas as ações dos outros, mas suas intenções, o significado social do comportamento deles e suas emoções.

A imitação está intimamente ligada aos hoje muito famosos “neurônios espelho”. Os neurônios espelho, localizados no córtex pré-frontal inferior do hemisfério esquerdo, conhecido como área de Broca, integram a ação e a percepção e se ativam tanto quando observamos como quando imitamos os outros, tanto em macacos quanto em humanos. (MELTZOFF, 2007 apud KONKIEWITZ, 2013, p. 28)

Alguns estudos em neurociência apontam uma falha no mecanismo dos neurônios-espelho das pessoas com TEA. Essa deficiência seria responsável pela dificuldade que o indivíduo dentro do espectro autista teria de se expressar, de ser empático, de interpretar sentimentos e emoções alheias. Ao

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observar a ação de outra pessoa, naturalmente conseguimos interpretar suas intenções, porém uma falha neste sistema acaba bloqueando essa interpretação. A pessoa que tem TEA não faz porque não quer e sim por ser uma questão orgânica, que impede esse reconhecimento. Ao contrário do que ocorre em crianças normais, crianças do espectro autista não imitam gestos no espelho quando se veem face a face.

3.3 Sintomatologia

As áreas afetadas pelo autismo infantil são interação social, comunicação e comportamento. As interações sociais mútuas estão relacionadas às dificuldades da criança autista de estabelecer relação afetiva com outra pessoa. Alguns comportamentos característicos são dificuldade de abstração, de compreensão, como por exemplo, de expressões faciais de sentimentos e afetos e de aceitação de regras sociais.

Com relação a comunicação (verbal e não verbal) podem haver atraso ou ausência da linguagem, apresentando déficit de fala espontânea com prejuízos na linguagem semântica e pragmática. Apresentam dificuldade na compreensão de gestos, símbolos e metáforas. Alguns repetem diálogos de filmes ou frases ditas por outras pessoas sem intenção de se comunicar, a chamada ecolalia. Se referem a fala na terceira pessoa.

A dificuldade comportamental se refere ao comportamento estereotipado e repetitivo como bater palmas, movimentar os braços como se tivesse batendo asas, se balançar, entre outros. Apresentam dificuldade de mudança na rotina e de se colocar no lugar do outro. Possuem interesses restritos, desenhando ou falando somente coisas do seu interesse e de forma repetitiva.

3.4 O caso específico da Síndrome de Asperger (SA)

Segundo Relvas (2011, p.78-79) “a Síndrome de Asperger foi descrita em 1944 como crianças inteligentes, com memória excelente, porém com

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dificuldades na comunicação, interação social e imaginação, ou seja, a mesma tríade do autismo”.

Geralmente são crianças com excelente memória e alto grau de inteligência e muitas vezes se especializam em determinado assunto de grande interesse, como por exemplo, dinossauros ou tipos de carros e só gostam de falar sobre esses assuntos, tornando especialistas nesses temas.

Dificilmente fazem contato visual e podem iniciar conversas unidirecionais com as pessoas, falando somente assuntos do seu interesse, sendo incapazes de compreender as respostas dos outros ou de perceber que o tema da conversa mudou.

A fala é repetitiva ou robótica e as habilidades de comunicação não-verbal estão na média ou abaixo da média, porém a habilidade de comunicação verbal encontra-se na média ou acima da média.

Possuem dificuldade em expressar empatia, ou seja, são incapazes de se colocar no lugar do outro e de compreender ações, palavras ou comportamentos de outras pessoas, apresentando dificuldades em fazer amizades.

Apresentam dificuldades para a compreensão de metáforas, piadas e intenções das pessoas, não percebendo mudanças na expressão e nem alteração de voz com alguma finalidade.

A Síndrome de Asperger possui o mesmo comprometimento do autismo, ou seja, alterações de comportamento, comunicação e interação social, porém é menos severo que o autismo clássico. Como não apresenta comprometimento cognitivo e nem na fala muitos pais ignoram os primeiros sinais ou sintomas dessa síndrome que são muitas vezes confundidos com temperamento ou características da personalidade. Muitas vezes a criança com esta síndrome é tida como “normal” ou os profissionais dão diagnóstico de forma errada como se tivesse algum distúrbio de conduta, impedindo um diagnóstico precoce.

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CAPÍTULO IV

DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM X

TANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

As crianças diagnosticadas com DEL e aquelas com TEA apresentam algumas semelhanças com relação a atrasos na aquisição de habilidades de linguagem que serão descritas a seguir.

4.1 Semelhanças entre DEL e TEA

Crianças com o subtipo de DEL denominado Déficit Semântico-Pragmático apresentam as mesmas dificuldades com relação a linguagem semântica e pragmática encontrada no transtorno do espectro autista, mas especificamente nos portadores da Síndrome de Asperger. O nível semântico-pragmático é o nível linguístico relacionado à interpretação precisa do ouvinte, das intenções comunicativas do falante. Ela engloba aspectos sociais, emocionais e comunicativas da interação social.

Segundo Mousinho et al (2008 p. 303) as alterações semântico-pragmáticas podem ser decorrentes de várias dificuldades no que diz respeito à competência comunicativa. Não basta falar todos os sons da língua e estruturar frases complexas (estes podem ou não estar prejudicados), deve-se falar o conteúdo certo para o momento exigido, ou seja, dependendo do contexto.

A pragmática, segundo Martin apud Farrell (2008 p. 50) são as habilidades que utilizamos para interagir efetivamente, compartilhar o significado e nos comunicar com os outros. Desta forma, a linguagem pragmática refere-se ao uso funcional da comunicação, ou seja, é a utilização da língua em diferentes contextos, é o que torna possível diferentes significados de uma mesma palavra dependendo do contexto a que está inserida, fazendo parte da comunicação social.

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A criança com este tipo de déficit não compreende o que está implícito, acarretando uma linguagem literal e apresentando dificuldades para a compreensão de metáforas e ambiguidade, muito comum em piadas e na linguagem figurada.

A pessoa pode ser capaz de ler as palavras e frases de um texto, mas não necessariamente compreender o que está sendo lido. O processo interpretativo é complexo e, muitas das vezes, vai depender da experiência de cada leitor e de sua capacidade de ler nas entrelinhas o que nem sempre está explícito no texto.

As construções denominadas metáforas, que são figuras de linguagem, com expressões não literais, de uso estilístico com efeito diferenciado para adornar a fala, são de difícil processamento mental e uso para os autistas. (LEON et al. 2007 apud ROTTA et al, 2016, p. 81)

As metáforas, as figuras de linguagem, as expressões idiomáticas, as piadas, as brincadeiras de duplo sentido são de difícil compreensão para crianças com DEL (subtipo Déficit Semântico-Pragmático) e com TEA/SA.

As alterações de ordem semântico-pragmáticas, segundo Mousinho et al (2008 p. 304) estão associadas à rigidez dos pensamentos e pouca flexibilidade no raciocínio, à dificuldade em atribuir sentido além do literal, associar palavras ao seu significado e compreender a linguagem falada.

O desafio é possibilitar as crianças tanto com DEL quanto SA o máximo de experiências a fim de ampliar seu nível de linguagem.

4.2 Comparativo entre DEL e TEA/SA

O DEL é um transtorno especificamente linguístico e as demais áreas do desenvolvimento encontram-se preservadas. Há comprometimentos na linguagem que não podem ser justificadas por questões de perda auditiva, deficiência cognitiva e transtornos globais do desenvolvimento.

A criança com DEL possui vocabulário reduzido, fala logorreica, compreensão deficiente, modos aberrantes de conversação como por exemplo,

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a criança está em casa e pergunta aos pais se pode trazer para a escola um jogo ao invés de levar, apresentando uma troca semântica espacial do verbo.

O TEA além das dificuldades linguísticas apresenta interesses e comportamentos restritos e estereotipados, ecolalia, dificuldade de compreensão verbal e déficits de socialização.

O diagnóstico diferencial entre o DEL (subtipo Déficit Semântico-Pragmático) e o TEA/ SA é a interação social, ou seja, é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de perceber a reação da pessoa, a sua forma de olhar, de falar, a alteração de voz e de semblante.

As dificuldades do TEA com relação a linguagem podem advir da dificuldade da interação social ou da incapacidade de reconhecer os elementos da estruturação da linguagem. (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2002 apud ROTTA et. al., p. 79)

Pessoas com TEA apresentam dificuldade de atribuir estados emocionais, ou seja, com a teoria da mente, que corresponde a compreensão dos estados mentais de outra pessoa. Apresentam dificuldades para se colocar no lugar do outro e para fazer inferência de que o outro está sentindo. Não conseguem perceber que seu assunto está sendo desinteressante. No DEL a capacidade de compreender o estado mental do outro se encontra preservada.

No DEL ocorre uma alteração no nível de linguagem como um efeito primário e pode ocorrer uma dificuldade de relacionamento como um fator secundário, ou seja, uma consequência da dificuldade de se expressar e de se comunicar, diferente do TEA, que o comprometimento inicial já é a tríade, dificuldade de interação social, de comunicação e de comportamento.

Tomando como referência os estudos desenvolvidos por Alda & Gabaldón (2006), Rusell & Simms (2008), Benítez (2009) e Aguado (2009) no trabalho intitulado Diferencias entre el transtorno específico del lenguaje y transtornos

generalizados del desarrollo, Chapi-Mori (2010) podem ser destacadas

algumas diferenças entre esses dois distúrbios, explanadas a seguir. (tradução nossa)

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4.2.1 Orientação, atenção e memória

As crianças com DEL se orientam no tempo, espaço e pessoa com normalidade, salvo em alguns casos, contudo que não haja grave comprometimento. Devido ao alto grau de ansiedade, a atenção se vê diminuída em trabalhos que requerem muita concentração. Sua memória de trabalho se encontra comprometida em determinadas circunstâncias, especialmente em problemas de recepção linguística, afetando desta maneira a compreensão.

Nas crianças com TEA a orientação temporal, espacial e respeito a si mesmo se encontram gravemente afetadas. A atenção se encontra dispersa ou seletiva para áreas de interesses concretos. Sua memória é melhor em questões viso espaciais, ainda que funcione de forma irregular, sendo influenciada pelo interesse em aspectos específicos.

4.2.2 Linguagem

Crianças com DEL têm boa intenção comunicativa, a alteração se apresenta pela lentidão, distorção, omissão, adição, articulação ou mal uso contextual das palavras ou frases. Por isso o discurso das crianças é pobre e/ou pouco fluido. Pode haver comprometimento nos componentes fonológicos, morfossintáticos, semânticos, lexicais e no uso social que é o pragmático. A compreensão da linguagem é menos afetada em alguns casos. A diferença do DEL para o TEA é que o indivíduo com DEL presta atenção ao interlocutor, diferente do TEA.

Nos TEA as alterações de linguagem são um dos sintomas mais significativos e vão desde a ausência de comunicação a alterações na produção da fala no que diz respeito ao volume, tom, ritmo e entonação. Aparecem ecolalias e verborreias. As frases podem ser telegráficas e distorcidas, confundindo palavras com sons similares ou inventando palavras novas. A compreensão da linguagem se dá em função do transtorno. As crianças que sofrem também de retardo mental correm o risco de não poderem desenvolver a mínima compreensão.

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4.2.3 Capacidade intelectual e pensamento

As crianças com DEL obtêm um QI não verbal maior que 85, suas dificuldades surgem no desempenho linguístico, ainda que não necessariamente em todos os aspectos, dependendo do componente linguístico alterado, em casos graves, pode ser afetada a competência verbal, não permitindo desenvolver funções simbólicas abstratas ou cálculos aritméticos de nível médio.

Uma grande porcentagem de crianças diagnosticados com TEA apresenta um QI abaixo de 70 (apresentando muitas das distintas características de retardo mental). Sua habilidade manipulativa é superior a habilidade verbal. Tendem a ter pensamento inflexível, sequencial e focam concretamente nos detalhes de algum objeto ou fenômeno. Cabe ressaltar que nos casos de Síndrome de Asperger o QI pode ser superior à média de crianças para a mesma faixa de idade, apresentando habilidades cognitivas normais.

4.2.4 Psicomotricidade

A maioria das crianças com DEL desenvolve adequadamente suas habilidades psicomotoras, porém havendo pouca estimulação em seu ambiente, pode comprometer a psicomotricidade bucofacial e a psicomotricidade fina. Conforme se adotem medidas adequadas pode haver uma melhora significativa.

As crianças com TEA podem apresentar sintomas de hiperatividade ou falta de iniciativa. Pode apresentar habilidade limitada em jogos de futebol, dificuldade para aprender a dar laço nos sapatos ou uma maneira estranha de caminhar ou correr. A postura e conduta motora são usualmente estereotipadas como por exemplo, andar nas pontas dos pés.

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4.2.5 Afetividade e comportamento psicossocial

Nas crianças com DEL seus problemas de produção e compreensão de linguagem costumam provocar seu retraimento ao contato social. No entanto têm a capacidade de empatia e reconhecimento emocional, assim como de padrões sociais. Em algumas ocasiões, devido ao mal manejo da frustração trazem consigo condutas de rompantes.

Crianças com TEA evitam o contato ocular demonstrando pouco interesse pela interação, rejeição a brincar com seus colegas e estabelecer relações sociais. Apresentam resistências a mudanças, suas condutas tendem a ser obsessivas devido a sua disposição ritualista com interesses em objetos específicos. Seu temor se agrava frente a novas situações ou pessoas desconhecidas.

4.2.6 Prognóstico

As crianças com DEL podem adquirir a capacidade linguística para manter uma conversação normal, ainda que seu nível de vocabulário e de leitura sejam baixo para sua idade. Com estimulação adequada e um bom trabalho terapêutico e educacional as competências linguísticas melhoram e, com isso, a compreensão e adaptação ao meio social. Em outras palavras, dependendo do grau de gravidade e do estímulo recebido, o comprometimento pode diminuir ao longo do desenvolvimento.

Ainda que dependendo do transtorno, no caso de crianças com TEA, o prognóstico é menos animador que no DEL, no entanto com um bom trabalho interdisciplinar a criança conseguirá se comunicar desde níveis mais simples até condutas verbais vinculadas ao contexto imediato.

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4.3 Estratégias no ambiente escolar

Em ambos os casos cabe a família buscar suporte necessário com equipe multidisciplinar, bem como incentivar o filho a cada conquista, dando apoio e segurança e saber valorizar o esforço da criança, sempre com frases positivas de incentivo.

A escola deve adaptar as explicações, simplificar sempre do global para o específico, do grupo para o individual, do abstrato para o concreto, dando exemplos para simplificar, dar mais tempo para a realização das tarefas, incentivar o sucesso do aluno quando este alcançar o esperado e fazer adaptações curriculares.

Na sala de aula minimizar as aulas teóricas em que só o professor explica o conteúdo, fomentar a participação dos alunos e utilizar recursos tecnológicos que prendem a atenção do educando, com uso de apoios visuais.

Adaptar as avaliações, os enunciados das questões, o espaçamento, o tempo de realização, e até mesmo o uso de provas orais, dependendo de cada situação. Evitar ambiguidade nas perguntas e caso seja necessário deixar espaços maiores para a elaboração das respostas. Se a criança deixou em branco alguma questão averiguar o motivo.

Facilitar as interações sociais positivas com colegas, como atividades em dupla ou em grupos pequenos, mediando essas atividades em sala de aula e promover, em outros espaços, como o recreio, atividades como brincadeiras coletivas para que todos os alunos possam brincar juntos, para que nenhum aluno com alguma dificuldade se sinta isolado na escola.

Para as crianças pequenas escrever, através de desenhos, na lateral do quadro a rotina das atividades diárias para que possam compreendê-las com mais exatidão e aceitar as mudanças de atividades com maior facilidade.

Na matemática fazer adaptação de materiais, se possível com uso de material concreto, assinalar o que é relevante, eliminar informações desnecessárias nos enunciados matemáticos, não usar ambiguidades e separar as perguntas do enunciado em tópicos.

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Na leitura é interessante destacar a informação relevante de cada trecho ou parágrafo, ensinando a encontrar o conceito chave, ou seja, o que é mais importante.

Desta forma, a criança com DEL ou TEA estará motivada a aprender e sentirá respeitada em um ambiente acolhedor.

Os conteúdos pedagógicos devem ser adaptados para atender as necessidades dos alunos e cada profissional deve realizar um trabalho que possa permitir que todos os seus alunos típicos e atípicos possam desenvolver suas aptidões e habilidades, uma aula contextualizada com a realidade e que seja um estimulador das competências de seus educandos.

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CONCLUSÃO

A palavra autismo vem do grego “autos” que significa “si mesmo”, ou seja, indivíduos com TEA parecem viver em um mundo próprio, sem interagir com os demais, apresentando dificuldades no desenvolvimento da linguagem e para entender as intenções comunicativas das pessoas. Podem apresentar problemas com a comunicação não verbal, como gestos, contato visual e expressões faciais.

Os transtornos que envolvem o espectro podem ser desde mais leve como na Síndrome de Asperger como mais severos, típico do Autismo clássico. Cabe ressaltar, porém, que apesar dessas definições não serem mais referenciadas no DSM - V são ainda utilizadas no ambiente clínico e no escolar.

Pessoas com Síndrome de Asperger têm os mesmos traços dos autistas, mas com uma diferença significativa que é a grande capacidade cognitiva, podendo o QI variar de normal até níveis elevados. Porém, todos com esse transtorno têm sintomas em comum, como por exemplo, a dificuldade de se relacionar socialmente e a falta de habilidade para interpretar a emoção dos outros.

As crianças com DEL fazem simplificações fonológicas, possuem vocabulário restrito, estruturação gramatical simplificada e pouco variada e ordenação das palavras de forma não usual. Apresentam problemas significativos com relação a comunicação, principalmente com relação a linguagem semântico-pragmática, sendo também características das crianças com TEA. As deficiências na compreensão e na aquisição da linguagem falada são comuns em ambos os grupos, por este motivo muitas crianças “diagnosticadas” com DEL possuem suspeita do TEA.

Como a criança com TEA tem dificuldade de interação social e de se colocar no lugar do outro ela não compreende uma expressão de ironia e nem

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uma fala com entonação diferente, o que não ocorre em crianças com DEL que são capazes de perceber tais atitudes por possuírem reciprocidade emocional, capacidade de ser empático e colocar-se no lugar do outro.

Crianças com TEA têm a tendência de fixar o olhar em partes e possuem dificuldades em perceber o todo. Não conseguem fazer o gesto de apontar, que é uma comunicação não verbal, para compartilhar algo com o outro. No DEL os gestos comunicativos estão preservados.

No TEA há dificuldade no faz de conta, não apresentando capacidade imitativa, diferente do DEL, onde a imaginação é compartilhada entre os pares e a experimentação dos papeis sociais estão presentes nas brincadeiras.

Apesar das pessoas com DEL apresentarem as mesmas dificuldades de linguagem do TEA, elas não possuem dificuldades para interagir com as outras pessoas e nem para se colocar no lugar delas. Elas apresentam dificuldade de se expressar verbalmente, de contar histórias, dificuldades de oralidade com muitos prejuízos na leitura e na escrita. Podem até apresentar dificuldade de relacionamento, mas não porque não interagem socialmente e sim por apresentarem imaturidade frente a seus pares, algum problema emocional como insegurança, baixa autoestima, desmotivação, dificuldade comunicativa, trazendo prejuízos na interação com os colegas. Entretanto, as crianças com DEL são empáticas e conseguem perceber a emoção no outro.

As limitações existentes nos indivíduos com TEA como a comunicação, imaginação, relação social e comportamental são evidentes e mantidas ao longo da vida. Mesmo havendo limitações e inabilidades, antes de ser “autista” essa pessoa é um ser humano que precisa de acolhimento, afeto e respeito como qualquer outro.

O diagnóstico precoce no TEA favorece o amadurecimento de determinados circuitos cerebrais a fim de atingir o máximo de sua plasticidade. O reconhecimento dos sinais precoces e a intervenção adequada poderá favorecer o desenvolvimento da sociabilidade.

O DEL pode contribuir para o surgimento de problemas de leitura, especialmente de compreensão e de linguagem escrita. Devemos estar atentos já nos primeiros anos de vida, de modo a minimizar ou impedir o prejuízo linguístico escolar e social.

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O diagnóstico dado pelo especialista não pode ser visto como um rótulo para o aluno na escola. Esse espaço do saber não pode confundir o fato do aluno ter um comprometimento com o ser o diagnóstico, ou seja, a criança tem DEL ou TEA, assim como tem qualidades e defeitos como qualquer outro ser humano. O aluno não é autista ou TDAH e sim ele tem TDAH ou está dentro do espectro autista. Cabe ao professor e demais profissionais da escola mudar a sua forma de falar. Isso é uma coisa que parece ser simples e não interferir, mas essa fala, rotulando o aluno, transmite a opinião de que ele é assim porque quer ser, e não porque tem um comprometimento que leva a ter um determinado tipo de atitude e de comportamento.

O aluno quando valorizado e estimulado da forma adequada pelo professor em sala de aula se sente acolhido e pertencente do grupo, mesmo com suas especificidades. Desta forma, o exemplo do professor atuando com seus alunos com afeto e respeito é indispensável para a formação de valores de bem e de um ambiente em que todos, apesar das diferenças possam conviver em harmonia e se sintam felizes.

A natureza do ser humano é certamente, singular. Essa singularidade não se refere apenas aos portadores de necessidades especiais. Cabe a escola criar condições e um ambiente favorável e acolhedor, para que as crianças, com algum distúrbio funcional, possam se sentir fortalecidas para construir um bom relacionamento interpessoal, e assim, ser efetiva a inclusão social e pedagógica no ambiente escolar.

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Referências

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