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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL PATRÍCIA LOURENCETTI PEDROZO

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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL

PATRÍCIA LOURENCETTI PEDROZO

REDUÇÃO DE DANOS PARA USUÁRIOS DE DROGAS: ESTRATÉGIAS E SUSTENTABILIDADE DAS AÇÕES

MARÍLIA 2012

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PATRÍCIA LOURENCETTI PEDROZO

REDUÇÃO DE DANOS PARA USUÁRIOS DE DROGAS: ESTRATÉGIAS E SUSTENTABILIDADE DAS AÇÕES

Monografia apresentada ao Programa de Aprimoramento Profissional/SES, elaborada na Faculdade de Medicina de Marília em Enfermagem em Psiquiatria e Saúde Mental, sob a orientação do Prof. Dr. Adalberto Jesus Silva da Rosa.

Área: Saúde Mental.

MARÍLIA 2012

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Pedrozo, Patrícia Lourencetti

P372r Redução de danos para usuários de drogas: estratégias e sustentabilidade das ações. - - Marília, SP: [s.n.], 2012.

Orientador: Prof. Dr. Adalberto Jesus Silva da Rosa Trabalho de Conclusão de Curso (Programa de Aprimoramento Profissional) – Secretaria de Estado da Saúde-Fundap, elaborado na Faculdade de Medicina de Marília em Enfermagem em Psiquiatria em Saúde Mental. Área: Saúde Mental.

1. Redução do dano. 2. Transtornos relacionados ao uso de substâncias.

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REDUÇÃO DE DANOS PARA USUÁRIOS DE DROGAS: ESTRATÉGIAS E SUSTENTABILIDADE DAS AÇÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Aprimoramento Profissional/SES, elaborado na Faculdade de Medicina de Marília em Enfermagem em Psiquiatria e Saúde Mental.

Área: Saúde Mental.

Comissão de Aprovação:

_______________________________ Prof. Dr. Adalberto Jesus Silva da Rosa Supervisor/Orientador

_______________________________ Profa. Dra. Roseli Vernasque Bettini

Coordenador PAP (SES/Fundap) – Famema ________________________________ Prof.ª Ms. Lilian Maria Giubbina Rolin

Coordenadora PAP (SES/Fundap) - Famema Área Saúde Mental

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Dedico este trabalho à Deus acima de tudo, à minha família, amigos, aos orientadores do Programa de Aprimoramento Profissional e à todas as pessoas que fazem parte da minha vida, e que direta ou indiretamente contribuíram para que este trabalho fosse desenvolvido.

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Agradeço primeira e acima de tudo à Deus, pois só ele me fortalece, por toda a força que me deste esse ano nos momentos de fraqueza e em que pensava em desistir por conta das dificuldades encontradas. Pela fé, amor e esperança que tenho em ti Senhor. Pela conclusão de mais uma etapa importante na minha vida profissional.

A toda minha família, em especial pai, mãe e irmãos, que são a minha fortaleza e a base para tudo na minha vida.

As minhas companheiras de aprimoramento que se tornaram eternas amigas e que hoje fazem parte da minha vida: “Fernanda Zappaterra e Nathali Passarinho”.

Ao meu orientador “Adalberto J. S. da Rosa” pela dedicação, paciência e sabedoria que me passou durante todo período de meu aprimoramento profissional.

A bibliotecária “Cláudia” pelas horas de preocupação e dedicação com meu trabalho e pela pessoa doce e especial que se revelou para mim.

A todos os meus preceptores do Programa de Aprimoramento Profissional da FAMEMA, Márcia Padovan Otani, Antônio Carlos Siquira Júnior e Adalberto Jesus Silva da Rosa, pelo conhecimento e estimulo ao aprendizado.

A todas as pessoas que conheci durante as passagens de estágios, aos residentes, aos funcionários, pelas amizades conquistadas e momentos de ensinamento.

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RESUMO

O trabalho foi realizado com o objetivo de abordar as estratégias de redução de danos voltadas para os usuários de álcool e outras drogas, essas medidas inclui a possibilidade de mudança no padrão de uso, a substituição da droga de abuso por outra menos danosa e o uso de forma segura, sem que a abstinência seja o único objetivo à ser alcançado. Este estudo mostra que a abstinência das drogas não pode ser exigida quando a vontade não partir do próprio usuário, ou seja, ao invés de trabalhar somente a abstinência e a repressão, trabalhar o sentido da prevenção e da promoção com ações redutoras de danos para esses tipos de usuários. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, realizada através do levantamento da produção cientifica sobre o tema entre os anos 2000 a 2012. Utilizou-se a base de dados Lilacs (Leitura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), onde foram selecionados 25 de um total de 77 artigos, sendo realizada a análise através de questões norteadoras. Para critérios de exclusão não foram utilizadas as teses, dissertações e discussões, e as publicações anteriores ao ano 2000. De acordo com a análise dos artigos foi possível considerar que as ações de redução de danos voltadas para usuários de álcool e drogas foi um grande avanço na saúde pública e que a troca de seringas usadas por seringas novas e estéreis obteve bom resultado na diminuição do índice de HIV/DST entre os usuários de drogas injetáveis (UDI). Descritores: Redução do dano; Transtornos relacionados ao uso de substâncias.

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The work was carried out in order to address the harm reduction strategies aimed at users of alcohol and other drugs, such measures include the possibility of change in the pattern of use, replacement by another drug of abuse and the use of less harmful safely, without that abstinence is the only objective to be achieved. This study shows that abstinence from drugs can not be required when the will is not from the user's own, ie, instead of working only abstinence and repression, to work towards prevention and promotion actions in reducing damage to these types users. The methodology was a literature search, performed by the scientific survey on the subject between the years 2000 to 2012. We used the database Lilacs (Reading Latin American and Caribbean Health Sciences), where 25 were selected from a total of 77 articles, the analysis being conducted by leading questions. For exclusion criteria were not used theses, dissertations and discussions, and publications prior to 2000. According to the analysis of the articles was possible to consider that the harm reduction actions aimed at users of alcohol and drugs was a major breakthrough in public health and that the exchange used needles for new sterile syringes obtained good results in the decrease of the index HIV / STD among injecting drug users (IDUs).

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 10 2 OBJETIVO ... 16 2.1 Objetivo geral ... 16 2.2 Objetivo específico ... 16 3 METODOLOGIA ... 17

4 TABELA DE DADOS QUANTITATIVOS DOS ARTIGOS ... 19

5 CARACTERIZAÇÃO DOS ARTIGOS SELECIONADOS ... 21

6 ANÁLISE ... 25

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 34

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1 INTRODUÇÃO

O uso abusivo e/ou dependência de álcool e outras drogas é um grave problema de Saúde Pública no Brasil (BRASIL, 2004) e (SILVEIRA et al., 2003).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo consomem abusivamente substâncias psicoativas, independente da idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo (DELBON; DA ROS; FERREIRA, 2006).

A relação dos seres humanos com substâncias psicoativas é fato antigo nos registros da história. Tanto o uso de drogas lícitas quanto ilícitas, não ocorre com isenção de riscos (LIMA; JUSTO; FORMIGONI, 2005).

Quando falamos neste tema logo se associa à criminalidade, à práticas antissociais e a oferta de tratamentos inspirados em modelos de exclusão e separação dos usuários do convívio social. Bem como, alternativas de tratamento de caráter rígido, fechado, como as internações em clínicas psiquiátricas para recuperação dos dependentes, que tem como principal objetivo a abstinência total das drogas (BRASIL, 2004) e (SILVEIRA et al. 2003).

Reconhecendo a necessidade de criar uma política voltada para os usuários/dependentes de álcool e drogas, o Ministério da Saúde (MS) criou em 2003 a Política de Atenção Integral à Usuários de Álcool e outras Drogas. Durante o estabelecimento da política e a criação das ações, pensava-se apenas em um único objetivo a ser alcançado: a abstinência (BRASIL, 2004).

Muitos dos consumidores de drogas não compartilham do mesmo objetivo dos profissionais de saúde e acabam abandonando o tratamento resultando em falta de adesão, e ineficácia das medidas práticas de promoção e prevenção à saúde. Pensando na singularidade de cada sujeito e nas diferentes possibilidades e escolhas como a principal proposta da Política do Ministério da Saúde voltada para os usuários de álcool e drogas, surgem as estratégias de Redução de Danos (RD), que estão voltadas, não para a abstinência como único objetivo a ser alcançado, mas para a defesa da vida do usuário que não deseja ou não consegue ficar em abstinência (BRASIL, 2004).

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Para Dias et al. (2003) e Cruz; Sáad; Ferreira (2003) a RD não é contra a abstinência e sim a reconhece como o estado ideal, porem aceita alternativas que minimizem os danos para aqueles que permanecem usando drogas.

O estabelecimento da Política de Atenção Integral à Usuários de Álcool e outras Drogas pelo Ministério da Saúde trouxe alguns objetivos imprescindíveis, tais como: incluir a questão do uso de álcool e outras drogas como problema de saúde pública; indicar o paradigma da redução de danos, como estratégia de saúde pública que visa reduzir os danos causados pelo abuso de drogas lícitas e ilícitas, sem a preconização imediata da abstinência e incentivando a mobilização social; quebrar a ideia de que todo usuário de droga é um doente que requer internação, mobilizar a sociedade civil, oferecendo condições de exercer seu controle, participar das práticas preventivas, terapêuticas e reabilitadoras, bem como estabelecer parcerias locais para o fortalecimento das políticas municipais e estaduais (BRASIL, 2004) e (DANTIL FILHO et al., 2009).

Mas quando falamos em RD, encontramos várias definições.

Para Landi Filho et al. (2009, p. 299) “redução de danos é uma estratégia da saúde pública que busca reduzir os danos à saúde em conseqüência de práticas de risco”.

Pollo-Araújo e Moreira (2008, p.11) definem Redução de Danos como “uma política de saúde que se propõe a reduzir os prejuízos de natureza biológica, social e econômica do uso de drogas, pautada no respeito ao indivíduo e no seu direito de consumir drogas”.

Para a Associação Brasileira de Redutores de Danos (Aborda) redução de danos é definida como “movimento social para a busca de um estado de maior bem-estar social para todos, usuários ou não de drogas legais ou ilegais. As terapias de substituição (TS) são naturalmente entendidas como parte do repertório de ações de RD ao transigir com o uso de drogas e não ter como meta única a abstinência” (CAMPOS; SIQUEIRA, 2003, p.387).

No dicionário Aurélio da língua portuguesa (2001, p. 589), a palavra reduzir1 nos dá o sentido de “tornar menor, subjugar, submeter, simplificar uma fração, diminuir as porções de, limitar-se, resumir-se e transformar-se”. E traz como

1FERREIRA, A. B. H. Miniaurélio século XXI escolar: o minidicionário da língua portuguesa. 4. ed.

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significados da palavra dano2 como “um mal ou ofensa pessoal, prejuízo que sofre quem tem seus bens deteriorados ou inutilizados” (p. 202). No entanto reduzir os danos decorrentes ao uso de drogas significa “tornar menor o mal ou ofensa pessoal”.

Não existe uso de drogas lícitas ou ilícitas sem promover a ocorrência de algum dano à saúde. Este dano pode ser tanto aquele que a droga traz para o organismo como os hepáticos e cerebrais causados pelo álcool, como outros danos associados às formas de utilização das drogas como, compartilhamento de equipamentos de injeção, drogas de aspiração que podem causar laringoespasmo, entre outras. Há também os danos associados ao contexto no qual a droga é usada, como por exemplo, os acidentes automobilísticos associados ao comportamento de beber e dirigir (DIAS et al., 2003).

Para Passos e Souza (2011), a proposta de reduzir os danos coloca ao usuário diversas possibilidades para que sejam vistos enquanto pessoas, as quais merecem ser respeitadas em suas decisões de continuar fazendo uso de drogas, porém com proteção à sua saúde. Deixando assim de serem consideradas como pessoas criminosas, doentes e menos cidadãs que as outras, mas sim, como usuários de drogas que não concordam com tratamento, que não querem/conseguem parar de usar drogas, ou, que não aceitam tratamento, ou ainda que queiram diminuir o uso sem necessariamente parar de usar drogas.

Muitas são as propostas colocadas à disposição dos usuários como medidas redutoras de danos: pensar na possibilidade de diminuir e/ou parar o uso de drogas, substituição de drogas consideradas “pesadas” por drogas consideradas “leves” (ex: substituir crack por maconha), usar somente nos finais de semana, fazer uso de protetores labiais para evitar lesões por queimaduras, não compartilhar cachimbos, evitar o uso em locais de riscos, troca e distribuição de seringas, uso de preservativos, atividades de informação, aconselhamento, reuniões comunitárias, entre outras (PASSOS; SOUZA, 2011).

De acordo com Lima; Justo e Formigoni (2005), a política de RD voltada para usuários de drogas pode ser descrita como uma tentativa de minimizar as conseqüências adversas do consumo de drogas, do ponto de vista da saúde e dos seus aspectos sociais e econômicos, sem necessariamente reduzir o consumo.

2 FERREIRA, A. B. H. Miniaurélio século XXI escolar: o minidicionário da língua portuguesa. 4. ed.

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A RD teve origem na Holanda e Inglaterra, em 1986-1987, quando a transmissão e disseminação do vírus HIV entre usuários de drogas injetáveis (UDI) estavam se tornando uma ameaça para a sociedade. Nesta época surgem então os primeiros centros de distribuição e trocas de agulhas e seringas para essa clientela (POLLO-ARAÚJO; MOREIRA, 2008).

Para estes autores, quando se fala em origem da RD, o Reino Unido foi o pioneiro, quando na década de 20 os médicos prescreviam cocaína para os dependentes de heroína com a finalidade de controlar os sintomas da abstinência e diminuir os riscos de morte por overdose, já que a cocaína é considerada uma droga menos destrutiva que a heroína. Essa prática foi proibida após o fim da 1ª Grande Guerra, pois era entendida pela população como uma forma de estímulo ao uso de drogas.

Para Pollo-Araújo e Moreira (2008), na Europa, algumas ações de RD começaram a ser realizadas por volta da década de 70 onde estas estavam enfrentando problemas sérios com farmacodependentes. Em Amsterdã as ações se iniciaram na década de 80, onde o aumento de dependentes de heroína, a transmissão de hepatites e posterior aparecimento da AIDS exigiam uma atitude das autoridades sanitárias. Já na Inglaterra o primeiro Centro de RD foi criado na cidade de Liverpool, que desenvolvia uma ação de distribuição de pequenas porções de heroína para os dependentes limitando a sua quantidade de uso e evitando a possibilidade de morte por overdose, além da troca de seringas e agulhas e terapias de substituição.

No Brasil a RD surge em 1989 na cidade de Santos/SP, onde nesta época apresentava altos índices de transmissão de HIV devido ao uso de drogas injetáveis e conseqüentemente o uso compartilhado dessas seringas entre os usuários (PASSOS; SOUZA, 2011).

Neste mesmo ano a Secretaria Municipal de Saúde daquele município realizou a primeira tentativa de distribuir seringas para o uso seguro de droga injetável e a distribuição de hipoclorito de sódio para a higienização de seringas e agulhas dos usuários de drogas injetáveis (UDI). Essa estratégia de prevenção teve sua sustentabilidade financeira vinculada ao Programa Nacional de DST/AIDS. Mas a ação foi interrompida pelo Ministério Público, por ser interpretada como uma forma de incentivo ao uso de drogas, chegando a gerar processos jurídicos para os

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profissionais de saúde e gestores que realizassem essa prática (POLLO-ARAÚJO; MOREIRA, 2008).

Para Nardi e Rigoni (2009), as implantações de RD no Brasil iniciaram há 17 anos com as primeiras ações em São Paulo que na época também enfrentou dificuldades com a aceitação dessas ações. Essa falta de aceitação e a interpretação errônea voltada para as estratégias de RD resultaram em uma interdição judicial que proibia as práticas na cidade. Depois de 12 anos da implantação oficial da RD no Brasil as ações também começam a ser desenvolvidas em Salvador/BA em 1995, e em Porto Alegre/RS em 1996 com um projeto de RD adotado pela política do município voltada para as DST/AIDS.

No ano de 1998 houve a legalização do Programa de Troca de Seringas (PTS) pelo deputado estadual Paulo Teixeira, quando surgiu a primeira lei estadual autorizando a troca de seringas em São Paulo. Desde então, outros estados e municípios brasileiros aprovaram leis semelhantes e implantaram as estratégias (LIMA; JUSTO; FORMIGONI, 2005).

Já a regulamentação das atividades de RD aconteceu em 1999, com a aprovação da Lei nº. 169/99 de 18 de Setembro. Esta estabelece o regime jurídico do funcionamento dos órgãos dos municípios e das freguesias, assim como as respectivas competências (NARDI; RIGONI, 2009).

A princípio a idéia de RD era voltada apenas para os UDI na cidade portuária de Santos com o objetivo de diminuir a transmissão da AIDS, quando em 1994, o Ministério da Saúde divulgou um boletim indicando que 25% dos casos de AIDS no Brasil estavam associados ao uso de drogas injetáveis. Diante dessa realidade epidemiológica havia uma exigência que a RD deixasse de ser uma ação centrada apenas naquele município e sim como uma política nacional (PASSOS; SOUZA, 2011).

As ações para a RD tiveram um novo momento em 1994, quando se iniciou um projeto de articulação política entre AIDS e Drogas: “Projeto Drogas” do Programa Nacional de DST/AIDS, incentivada e constituída em parceria com o Ministério da Saúde que vem se sustentando até hoje. Junto a esse projeto ocorreu a criação dos Programas de Redução de Danos (PRDs), que foram fundados muitos deles por usuários de drogas responsáveis tanto pelos processos de gestão quanto pelos processos de atenção, sendo denominados redutores de danos (SAMPAIO; FREITAS, 200?).

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No ano de 1996, foi fundada a Associação Brasileira de Redutores de Danos (ABORDA) com objetivo de capacitar e articular os PRDs e incentivar a criação de diversas ONGs pelo Brasil. Faziam parte dessas ONGs redutores de danos, travestis, usuários de drogas, profissionais de saúde, pessoas vivendo com HIV, entre outras (PASSOS; SOUZA, 2011).

Frequentemente os redutores de danos que desenvolvem as ações nas comunidades ou em alguns locais estratégicos são ex-usuários ou usuários na ativa, por serem mais aceitos nestes grupos e obterem um bom resultado quando desenvolvem as ações de prevenção por conhecerem a realidade dos UDIs e usuários de outras e por serem respeitados em seu meio (DELBON; DA ROS; FERREIRA, 2006).

Em 2003 o Ministério da Saúde cria a Política de Saúde para Usuários de Álcool e outras drogas, nesse momento então a RD deixam de ser uma política voltada apenas para a transmissão de DST/AIDS e se torna uma importante diretriz, também voltada para os usuários de álcool e drogas. Esse programa também propõe a idéia de RD com a criação dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-AD) e redução da oferta e demanda de drogas quando a abstinência não é o principal objetivo a ser alcançado (SAMPAIO; FREITAS, 200?).

Para esses autores, o desafio da RD é incluir o usuário de drogas nos serviços de saúde não só como mais um paciente; mas como um ser singular, onde terá autonomia e liberdade de escolha quando a abstinência do uso de drogas não é o seu desejo. Além de ser um usuário que participa como agente político, que colabora na produção de redes de cuidado e de comunicação, e que ajude a criar uma mobilização coletiva; uma gestão comum.

A temática de Redução de danos ainda é algo novo e pouco desenvolvido em nosso país. Quando falamos em dependência de drogas, várias percepções e curiosidades surgem a respeito desse mundo, bem como a visão preconceituosa da população. Criar uma política que apóie o usuário de drogas visando proteger sua saúde, sem impedir que esse cesse o uso de sua substância de preferência, é algo muito polêmico e que gera muitas repercussões.

Foi pensando na liberdade de escolha dos usuários de drogas que não conseguem ou não desejam abster-se, e na RD como uma possibilidade de proteção à sua saúde dos usuários, que me interessei por este tema, já que me desperta tanta curiosidade e desejo de um dia desenvolver essa prática.

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2 OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

Caracterizar as estratégias de redução de danos voltadas para usuários de álcool e outras drogas.

2.2 Objetivo específico

Descrever as ações de redução de danos que estão sendo colocadas em prática e as formas de sustentabilidade dessas ações.

Identificar as dificuldades encontradas no desenvolvimento das ações de RD.

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3 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, onde foi utilizada a base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS).

A revisão de literatura consiste em identificar, obter e consultar a bibliografia e outros materiais que sejam uteis para os objetivos do estudo, do qual se deve extrair e recompilar a informação relevante e necessária sobre o nosso problema de pesquisa (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006, p. 54).

O trabalho foi desenvolvido no período de Agosto/2011 à Fevereiro/2012 fazendo parte do Programa de Aprimoramento Profissional/SES Fundação do Desenvolvimento Administrativo (FUNDAP), desenvolvido na Faculdade de Medicina de Marília na área de Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiátrica.

Para critérios de inclusão dos artigos na pesquisa foram considerados aqueles que contemplassem a temática de redução de danos voltada para usuários de drogas, publicados em idioma português no período de 2000 a 2012.

Foram excluídas da pesquisa as teses, dissertações, discussões realizadas pelos autores e outros assuntos de redução de danos que não estavam voltados para os usuários de drogas.

A busca pelos artigos foi feita utilizando como descritores do assunto as palavras transtornos relacionados ao uso de substancias or redução do dano, no campo do idioma foi inserido português and "S" no campo de tipo de literatura.

O resultado inicial obtido foi de 77 documentos. Nesse resultado foi realizada a seleção onde foram excluídos aqueles que não contemplavam o objetivo do trabalho, as teses de doutorado, dissertações e as discussões, que resultou em 25 artigos que estavam dentro do período de publicação desejado.

O material selecionado foi localizado na biblioteca da Famema e outros on-line disponíveis no LILACS.

Para análise dos artigos foram seguidos os seguintes passos: foram elaboradas 4 questões norteadoras para se obter o resultado desejado:

1 - Quais são as estratégias de RD descritas no artigo?

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3 - Quais são as dificuldades encontradas para a aplicação das ações de redução de danos?

4 - O que os autores sugerem para melhorar a implantação das ações de redução de danos?

Os resultados obtidos através das respostas às questões norteadoras foram organizados em forma de tabela de modo que pudesse facilitar a posterior análise qualitativa dos mesmos.

A análise qualitativa segundo Sampieri; Collado e Lucio (2006, p. 5) utiliza a coleta de dados sem medição numérica para descobrir ou aperfeiçoar questões de pesquisa e pode ou não provar hipóteses em seu processo de interpretação.

A ênfase dos estudos qualitativos não está em medir as variáveis envolvidas no fenômeno, mas em entendê-lo.

Em seguida foi construída uma segunda tabela contendo dados quantitativos dos artigos tais como o ano e local de publicação do periódico, palavras-chaves utilizadas e a profissão do primeiro autor descrito.

Os dados quantitativos segundo Sampieri; Collado e Lucio (2006, p. 5) são uma forma de utilizar a coleta de dados para responder às questões de pesquisa e testar as hipóteses com base na medição numérica e na analise estatística para estabelecer padrões de comportamento.

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4 TABELA DE DADOS QUANTITATIVOS DOS ARTIGOS

Periódico de publicação Local e ano Metodologia Palavras chaves autor principal Formação do

Política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas.

Rio de

Janeiro, 2003. Revisão de literatura. Saúde Pública, redução de danos e usuários de álcool e outras drogas.

Médico. Redução de danos: Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Rio de janeiro,

2003. Revisão de artigos do Medline. Redução de danos, HIV, drogas e álcool. Médico.

Avaliação da

Disponibilização de Kits de Redução de Danos.

São Paulo,

2006. Pesquisa de campo. Redução de danos, tratamento da dependência química e políticas públicas de saúde.

Psicólogo.

Mapeando programas de redução de danos da Região Metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

Rio de

Janeiro, 2009. Pesquisa de campo. Redução de danos, drogas ilícitas e políticas públicas.

Sociólogo.

Troca de seringas na cidade de São Paulo: uma estratégia de redução de danos para usuários de drogas injetáveis.

Rio de

Janeiro, 2005. Revisão de literatura. Redução de danos, drogas injetáveis e HIV. Psicólogo.

Redução de danos: uma

abordagem de saúde pública. Rio de Janeiro, 2003. Revisão de literatura. Redução de danos, saúde pública, legalização e pesquisa.

Psicólogo. Redução de danos e terapias

de substituição em debate: contribuições da Associação Brasileira de Redutores de Danos.

Rio de

Janeiro, 2003. Análise. Drogas, redução de danos, terapia de substituição e movimentos sociais.

Médico.

Redução de danos: uma

visão internacional. Rio de Janeiro, 2003. Revisão de literatura. Redução de danos, convenções da ONU, prevenção terciária, descriminalização e legalização.

Médico.

Redução de danos: posições da Associação Brasileira de Psiquiatria e da Associação Brasileira para Estudos de Álcool e Outras Drogas.

Rio de

Janeiro, 2003. Revisão de literatura. Redução de danos, drogas lícitas e ilícitas, uso nocivo de drogas, dependência de drogas, risco, dano, abstinência e saúde pública.

Filósofo.

Posicionamento do Instituto de Psiquiatria da UFRJ sobre as estratégias de redução de danos na abordagem dos problemas relacionados ao uso indevido de álcool e outras drogas.

Rio de

Janeiro, 2003. Síntese de literatura. Álcool e drogas, redução de danos, política de saúde, terapia de substituição e proibicionismo.

Médico.

Redução de danos: marcos, dilemas, perspectivas, desafios.

Rio de

Janeiro, 2006. Revisão de literatura. Médica.

Centro de Atenção

Psicossocial Álcool e Drogas e Redução de Danos: novas propostas, novos desafios.

Rio de

Janeiro, 2007. (Estudo observacional). Atenção psicossocial, álcool, droga e redução de danos.

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Periódico de publicação Local e ano Metodologia Palavras chaves autor principal Formação do

Redução de danos do uso indevido de drogas no contexto da escola promotora de saúde.

Rio de

Janeiro, 2006. Revisão de literatura. Drogas, educação, prevenção, redução de danos, e escola promotora de saúde.

Médico.

Redução de danos e saúde da família: conhecimento de profissionais de saúde em três regionais do DF/Brasil.

Brasília, 2009. Estudo transversal, descritivo e observacional. Redução de danos, saúde da família e usuários de drogas injetáveis. Médico. Familiares e pessoas conhecidas de usuários de drogas ilícitas: recorte de opiniões sobre leis e políticas públicas de uma comunidade da zona oeste do Rio de Janeiro, Brasil.

Ribeirão Preto,

2009. Estudo coorte-temporal. Drogas ilícitas/legislação & jurisprudência, leis, transtornos

relacionados ao uso de substâncias/prevenção & controle e família.

Assistente Social.

O Processo Saúde-Doença e a Dependência Química: Interfaces e Evoluções.

Brasília, 2009. Análise de bases

teóricos-conceituais.

Saúde pública, doença, drogadição, substâncias psicoativas e

dependência química.

Psicóloga.

A política antidrogas

brasileira: velhos dilemas. Florianópolis, 2008. Análise. Política antidrogas, política pública, política de saúde e drogas.

Psicóloga. Descentralização, AIDS e

redução de danos: a

implementação de políticas públicas no Rio de Janeiro, Brasil.

Rio de

Janeiro, 2007. Análise de dados. Descentralização, políticas públicas de saúde, redução de danos, abuso de drogas e HIV.

Psicóloga.

Rede de atenção aos usuários de substâncias psicoativas: mapeamento de serviços e equipes de enfermagem.

Goiânia, 2009. Estudo exploratório

quali-quantitativo. Transtornos relacionados ao uso de substancias, saúde pública e enfermagem psiquiátrica.

Enfermeiro.

Desenvolvendo

competências para a redução da demanda de drogas.

Ribeirão Preto,

2008. Enfermeira.

Na boca do CRUSP: programa de prevenção e acolhimento em caso de uso problemático de álcool e drogas.

Rio de

Janeiro, 2007. Descritivo exploratório. (Entrevista co coleta de dados) Alcoolismo, transtornos relacionados ao uso de substancias e prevenção primária. Assistente Social. A abordagem proibicionista em desconstrução: compreensão fenomenológica existencial do uso de drogas. Ribeirão Preto,

2010. Análise. Drogas, prevenção, fenomenologia e proibicionismo.

Psicólogo.

Projeto Bocada: Reflexões e complexidades na redução de danos entre UDIs.

São Paulo,

2002. Análise. Redução de danos, drogas e HIV. Psicólogo. Redução de danos e tratamento de substituição: posicionamento da Rede Brasileira de Redução de Danos. Rio de

Janeiro, 2003. Análise. Redução de danos, tratamento de substituição, tratamento de manutenção, discriminalização, crack, cannabis, heroína e metadona. Psicólogo. Posicionamento da Unifesp

sobre redução de danos. Rio de Janeiro, 2003. Análise. Redução de danos, Unifesp, dependência de droga e tratamento.

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5 CARACTERIZAÇÃO DOS ARTIGOS SELECIONADOS

Gráfico 1: Profissão do autor principal.

40%

41%

9% 5%

5%

Psicólogo Médico Assistente Social Filósofo Fisioterapeuta

O gráfico 1 apresenta a profissão primeiro autor citado nos artigos. Podemos observar que os médicos foram os profissionais que mais publicaram artigos sobre a temática de redução de danos representando 41% seguido dos psicólogos que representam 40%.

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Gráfico 2: Palavras-chaves. 68% 56% 40% 44% 16% 16% 12% 16% 8% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% Redução de danos Drogas Trans. rel. ao uso de substâncias Política pública de saúde HIV/Aids Terapias de substituição Legalização Prevenção Proibicionismo

Com relação as palavras-chaves mais descritas pelos autores, pode-se observar que a “redução de danos” aparece na maioria dos artigos representando 68% do total.

Logo em seguida da palavra “drogas” com 56% representando no gráfico todos os tipos de drogas que os autores citaram nos artigos, tais como: álcool,

cannabis, heroína, metadona, drogas ilícitas, drogas injetáveis e drogas lícitas.

O descritor “transtorno relacionado ao uso de substâncias” no gráfico representa também outros descritores como: abuso de substâncias, usuários de álcool e drogas e dependência química, e aparece em 40% dos artigos.

“Política pública de saúde”, “política de droga”, “saúde pública e saúde da família”, são descritores representados no gráfico apenas por “política pública de saúde” e aparece em 44% dos artigos.

Os descritores “HIV/AIDS”, “tratamentos” ou “terapias de substituição” e “prevenção”, forma citados em 16% dos artigos.

A palavra “legalização” foi citado em 12% dos artigos. E, “proibicionismo” aparece em 8% dos artigos.

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Dentre outras palavras que aparecem uma única vez como palavras-chaves nos artigos são: movimentos sociais, convenções da ONU, pesquisa, abstinência, atenção psicossocial, educação, escola promotora de saúde, jurisprudência, controle, família, fenomenologia, descriminalização e Unifesp.

Dois dos artigos não trazem as palavras-chaves que foram utilizadas.

Gráfico 3: Ano de publicação do periódico.

4% 36% 4% 12% 12% 8% 20% 4% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 2002 2003 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Com relação ao ano de maior publicação de artigos com a temática de redução de danos, é possível observar um aumento significativo de publicações no ano de 2003 que coincidi com o surgimento da Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral à Usuários de Álcool e outras Drogas que foi publicada em 2004, após decisão da “III Conferência Nacional de Saúde Mental, onde o Ministério da Saúde assume de modo integral e articulado o desafio de prevenir, tratar, reabilitar os usuários de álcool e outras drogas como um problema de saúde pública” (BRASIL, 2004; p. 9).

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Gráfico 4: Metodologia utilizada pelos autores.

72% 8%

8%

8% 4%

Revisão de literatura Pesquisa de campo

Estudo observacional Estudo descritivo-exploratório

Estudo de coorte-temporal

A metodologia mais analisada e utilizada pelos autores foi a revisão de literatura. Isso significa que há um predomínio no âmbito teórico, talvez pelas dificuldades de aplicabilidade dessas ações.

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6 ANÁLISE

Ao realizar a análise das estratégias de redução de danos voltadas para usuários de drogas trazidas pelos autores foi possível identificar cinco tipos de ações: 1- Voltadas para usuários de drogas injetáveis, tais como o não compartilhamento de material de injeção, a distribuição de preservativos e kits de redução de danos e a troca de seringas usadas por seringas estéreis; 2- Terapias de substituição; 3- Criação de salas de injeção e inalação de drogas com equipamentos que permitem obter a análise da pureza da droga; 4- Intervenções educativas tais como aconselhamento, orientações individuais, distribuição de panfletos e cartazes, realização de palestras nas escolas para impedir o uso de substancias psicoativo pela primeira vez, oferta de filmes educativos para a comunidade sobre prevenção do uso de drogas; e 5- Ações desenvolvidas pelos agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes redutores de danos como encaminhamento dos usuários aos serviços especializados e de saúde quando desejarem tratamento, encaminhamento para centros de testagem de HIV e vacinação.

Dos 25 artigos selecionados para análise 17 deles (68%) descrevem estratégias de redução de danos que estão sendo realizadas tanto no Brasil quanto em outros países.

Para Silveira et al. (2003); Delbon, Da Ros e Ferreira (2006); Nardi e Rigoni (2009); Lima, Justo e Formigoni (2005); Carlini-Marlatt, Requião e Stachon (2003); Carlini (2003); Souza et al. (2007); Landi Filho et al. (2009); Fonseca et al. (2007); Westin (2002); Carlini, (2003) a troca de seringas usadas por seringas novas estéreis, a distribuição de kits de redução de danos contendo seringas, agulhas, swabs, água destilada, distribuição de preservativos e o não compartilhamento de material de injeção são estratégias que reduzem os danos à saúde causados pelo uso de drogas injetáveis.

Estas ações de redução de danos foram as mais citadas pelos autores sendo destinadas principalmente aos usuários de drogas injetáveis (UDI), cujo objetivo é o não compartilhamento de materiais de injeção, evitando possíveis contaminações com DSTs, Aids, hepatites e outras doenças.

As terapias de substituição (TS) incluem a troca de uma droga mais lesiva por uma menos lesiva; substituir a via injetável pela via inalável; beber com

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moderação, oferta de nicotina oral ou transdérmica para tabagistas em abandono do hábito, misturar crack com maconha para minimizar os danos, substituição de crack por cannabis, que embora também seja uma droga ilícita os danos físicos da cannabis são considerados menores, etc (CARLINI-MARLATT; REQUIÃO; STACHON, 2003; CAMPOS; SIQUEIRA, 2003; CARLINI, 2003; MACRAE; GORGULHO, 2003).

Três dos autores sendo estes Carlini-Marlatt, Requião e Stachon (2003); Campos e Siqueira (2003); Carlini (2003), citaram a terapia de substituição (TS) como uma forma de redução de danos, sendo que um deles Carlini-Marlatt, Requião e Stachon (2003) cita além da troca de seringas as terapias de substituição também, no entanto aparecem nos dois resultados.

Nos países europeus criaram-se salas para inalação ou injeção de drogas em unidades de saúde de forma que o usuário pudesse fazer o uso da droga de forma segura como uma estratégia de redução de danos. Essas salas também dispunham de equipamentos que permitisse aos usuários testar a pureza de sua droga (CARLINI, 2003).

Nestas salas não havia a presença de profissionais de saúde, era destinada apenas aos usuários.

Outra ação de redução de danos citada é a de intervenção educativa que se caracteriza por medidas educativas realizadas por profissionais de saúde, voluntários da comunidade, ex-usuários de drogas ou não usuários. Estas ações incluem a distribuição de panfletos e cartazes, orientações individuais, aconselhamento, abordagem nas escolas, distribuição de material informativo, acolhimento diferenciado, abordagem de profissionais do sexo, população carcerária e moradores de rua, capacitação de equipes de saúde, incluindo os agentes comunitários de saúde (ACS), atividades culturais e oficinas de geração de renda (DELBON; DA ROS; FERREIRA, 2006; NARDI; RIGONI, 2009; LIMA; JUSTO; FORMIGONI, 2005; SOUZA et al., 2007; WESTIN, 2002).

O Programa na Boca do CRUSP (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo) abriga estudantes com baixas condições sócio-econômicas também desenvolve ações educativas de redução de danos tais como: a divulgação de informações atualizadas a respeito de drogas lícitas e ilícitas, e doenças sexualmente transmissíveis (DST); busca também ampliar a consciência política dos alunos a respeito da produção, do tráfico e do uso de drogas, ou seja, da

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complexidade da questão nos contextos sociais, político e econômico (ZALAF; FONSECA, 2007).

Estes autores também chamam a atenção para outras estratégias que podem ser desenvolvidas como a distribuição de kits de redução de danos tais como a distribuição de panfletos educativos, disponibilização de materiais de redução de danos nas recepções das unidades e saúde e dos serviços especializados para álcool e drogas, as terapias de substituição e a criação de salas para injeção e inalação de drogas.

Sodelli (2010) não apóia as formas de proibir o uso de drogas e sim cita as diferentes formas de evitar os possíveis danos causados por elas, tais como: a prevenção primária – destinada aqueles que ainda não experimentaram drogas, ou que estejam na idade que possivelmente poderiam iniciar o uso de drogas lícitas ou ilícitas; prevenção secundária – o objetivo é atingir as pessoas que já experimentaram ou que fazem uso ocasional de drogas, com intuito de evitar que esse padrão de uso se torne problemático ou abusivo; prevenção terciária – corresponde aos usuários que já apresentam problemas e a intervenção preventiva é feita para que eles não cheguem à dependência.

As ações de redução de danos desenvolvidas pelos agentes comunitários de saúde (ACS) e pelos agentes redutores de danos são realizadas em locais estratégicos onde se concentra um grande numero de usuários. Tais ações incluem encaminhamentos dos usuários de drogas para as consultas em centros de saúde e de tratamento em dependência química quando há interesse em tratamento, encaminhamentos para centros de tratamento e testes de HIV/AIDS, vacinação em geral, incluindo a vacinação para hepatites, dentre outras cujo objetivo seja o de proporcionar maior acessibilidade da população aos serviços e melhorar a qualidade de vida dos usuários (NARDI; RIGONI, 2009; SOUZA et al., 2007; FONSECA et al. 2007), e a troca de seringas (NARDI; RIGONI, 2009; SOUZA et al., 2007; FONSECA et al. 2007).

Ao analisarmos as formas de financiamento das ações de redução de danos foi possível identificar que dos 25 artigos selecionados apenas 9, ou seja, (36%) explicitam de que maneira ocorre a sustentabilidade dessas ações.

Para Malbergier, Andrade e Scivoletto (2003) sempre foi possível observar dificuldades para adquirir o financiamento das ações de redução de danos talvez

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pelo fato de ser uma estratégia que não vise a abstinência total das drogas e seja interpretada como um apoio ao uso de drogas.

Delbon, Da Ros e Ferreira (2006) nos colocam que com relação as formas de financiamento das ações há o engajamento da comunidade por meio de suas associações, organizações, redes de interação social, grupos e organizações religiosas, que se reúnem em prol da discussão da problemática da AIDS e do uso de drogas para fim de garantir a sustentabilidade dessas ações.

A sustentabilidade dos projetos de RD é compreendida por Nardi e Rigoni (2009) como apoio político, técnico-administrativo e financeiro necessários para a continuidade das ações de redução de danos implantadas pelos programas.

Contudo, os dados produzidos na região metropolitana de Porto Alegre nos possibilitam dizer que a inserção de um Programa de Redução de Danos (PRD) ou as ações do SUS mediante o trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS) ou da inserção em um programa municipal está longe de garantir a sustentabilidade e estabilidade dos programas, trabalhadores e ao atendimento à população.

Tanto as organizações governamentais quanto as ONGs também sofrem com os atrasos no repasse dos recursos ou com as dificuldades de financiamento, o que por si já prejudica o andamento do trabalho (NARDI; RIGONI, 2009).

Nardi e Rigoni (2009) colocam que em duas das localidades da região metropolitana de Porto Alegre onde havia um Programa de Redução de Danos (PRD) vinculado a organização governamental também não foi possível encontrar um financiamento especifico para as ações de RD. Porém, os programas contavam com um local próprio para o uso e um ou dois funcionários cedidos parcialmente para esse trabalho, ficando a negociação dos insumos (preservativos masculinos e femininos, folders informativos, seringas, swabs, pote para diluição, água destilada e cachimbos) na dependência da boa vontade de outros programas existentes no município.

Para os autores Lima, Justo e Formigoni (2005) o resultado das ações de redução de danos foi bastante efetivo no município de estudo, porém não foi descrita as formas de sustentabilidade dessas ações. Para estes autores o apoio da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo para o financiamento das ações foi importante para o desenvolvimento e sustentabilidade do projeto.

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Landi Filho et al. (2009) trazem que a sustentabilidade financeira das ações de redução de danos eram vinculadas ao Programa Nacional de DST/AIDS e se estabeleceu principalmente em relação as estratégias de troca de seringas.

Fonseca et al. (2007) em seu estudo citam que até o ano de 2002 os recursos financeiros eram repassados aos Estados e Municípios estratégicos, através do mecanismo de convênio firmado com o Programa Nacional de DST/AIDS (PN – DST/AIDS) e através de concorrências publicas com as organizações da sociedade civil.

Antes da mudança de forma de repasse desses recursos houve conflito entre os Estados e foi necessário repensar em outra forma de transferência dessas verbas. Com isso os recursos dos programas de AIDS passaram a ser efetivamente transferidos para os 27 Estados e para os 424 dos mais de 5 mil municípios brasileiros, localidades onde a epidemia de AIDS estava concentrada.

Mediante isso o financiamento das ações passou a ser transferido diretamente do Fundo Nacional de Saúde (transferência fundo-a-fundo), respeitando a lógica da legislação do SUS (FONSECA et al. 2007).

No entanto, as ações de prevenção à AIDS entre os usuários de drogas injetáveis (UDI) que no Brasil são implementadas por organizações da sociedade civil e basicamente financiadas pelo PN – DST/AIDS, que passaram em 2002 a ser selecionadas através de concorrência pública no nível dos estados e municípios.

A Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas (CICAD) em associação conjunta com as Escolas de Enfermagem da America Latina assumiram a coordenação político-financeira, captando e destinando recursos para implementação do projeto de redução da demanda de drogas, articulando-se com instituições participantes, com os governos e com as fontes financiadoras para apresentar os resultados de cada projeto desenvolvido. Essa articulação com as instituições participantes envolve a seleção dos profissionais-chaves que recebem o investimento e que assumem o compromisso e a responsabilidade de atuarem como multiplicadores dessas ações de redução de danos em seus países de origem (MENDES; MARZIALE, 2008).

Segundo Zalaf e Fonseca (2007) o financiamento das ações de redução de danos desenvolvidas no CRUSP (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo) ocorria por meio da COSEAS (Coordenadoria de Assistente Social). Este órgão estava diretamente relacionado com a Reitoria da Universidade de São Paulo.

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Westin (2002) cita que o Projeto Bocada que desenvolvia ações de redução de danos fazia parte do Programa Estadual de DST/AIDS 2001, e era financiado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Quando falamos em ações de redução de danos voltadas para usuários de álcool e outras drogas foi possível identificar algumas dificuldades de aceitação da população, que muitas vezes essas podem ser vistas como uma forma de apoio ou incentivo ao uso de drogas.

Durante analise dos artigos foi possível identificar que em 25 deles apenas 8, ou seja, (32%) trazem em sua descrição algumas dificuldades enfrentadas para a aplicação dessas ações.

Para Nardi e Rigoni (2009) um fator importante que talvez possa dificultar a inserção e a manutenção das ações de redução de danos nos municípios é a negociação com os gestores locais. Isso ocorre em função da visibilidade negativa que os usuários de drogas tem na sociedade e também na diferenciação da proposta de redução de danos em relação às estratégias focadas na abstinência, isso implica na negociação de apoio-político financeiro para as ações.

Segundo Lima, Justo e Formigoni (2005) os membros do Programa de Redução de Danos (PRD) tinham certo receio quanto a aceitação da população e quanto a forma de interpretar as ações de distribuição de kits para o uso de drogas injetáveis. Mas, o programa teve boa aceitação pela população da cidade de São Paulo, apesar de ainda existir preconceito e mitos sobre os usuários de drogas injetáveis (UDI) e duvidas sobre a efetividade dessas ações.

Carlini-Marlatt, Requião e Stachon (2003), também citam como dificuldade o risco da sociedade interpretar as ações como uma forma de incentivar os jovens a usar drogas.

Bem como descreve Carlini (2003), em função da má interpretação da população frente às estratégias de redução de danos, o governo Holandês descontinuou o programa de controle de qualidade das drogas e da disponibilização de salas de injeção e inalação, pois surgiram evidencias de que o mesmo era uma forma de incentivo ao uso indevido de drogas.

Para Westin (2002) foram várias as dificuldades encontradas durante a execução das ações de redução de danos na comunidade onde o tráfico e o uso de drogas ocorria diariamente.

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Dentre essas podemos destacar o receio que a comunidade apresentava frente aos redutores de danos, pois sempre estavam desconfiados de que eles fossem agentes policiais disfarçados, a falta de compromisso dos usuários que ficavam com a tarefa de distribuição dos kits de redução de danos, o receio dos usuários em procurar pelas ações e serem identificados como tal e a carência da comunidade por atendimento de saúde, que acabavam procurando a unidade móvel para outros fins que não os voltados para o uso de drogas.

Segundo Macrae e Gorgulho (2003) há dificuldades de implementar a estratégia proposta pelos mesmos de substituir crack por cannabis, por haver intolerância legal e cultural, e pelo fato da cannabis também ser uma droga legalmente proibida.

Quando analisamos a questão que descreve a opinião dos autores para a melhoria na implementação das ações de redução de danos, foi possível identificar que dos 25 artigos selecionados, 16 dos autores (64%) deixam algumas sugestões a esse respeito.

Também durante a análise é possível observar que muitas estratégias não são implantadas pela falta de apoio político-financeiro e pela grande repercussão que as estratégias causam na sociedade.

Delbon, Da Ros, Ferreira (2006) cita que para desenvolver um Programa de Redução de Danos é necessário a realização de uma parceria com a Política Nacional de Drogas na qual tem como componente a redução de danos. É necessária também a parceria com ONGs que facilitam o trabalho dos redutores de danos. Outra parceria fundamental é a sensibilização da polícia militar, pois minimiza problemas existentes e permite a ampliação das ações.

Com a realização dessas parcerias talvez seja acessível a implantação das estratégias.

As ações de redução de danos voltadas para os usuários de drogas injetáveis (UDI) foram as que demonstraram maior destaque em efetividade na diminuição da incidência de HIV. Embora reduzir os danos possa ser ações dirigidas para o uso de todos os tipos de drogas, aquelas que têm despertado maior interesse dos gerenciadores das políticas de saúde são as que envolvem a substituição/fornecimento de seringas e educação para formas de consumo menos arriscadas, em se tratando de drogas injetáveis (LIMA; JUSTO; FORMIGONI, 2005).

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Os autores acima chamam a atenção para essas ações, que despertam maior interesse dos órgãos públicos.

Para Cruz; Sáad; Ferreira (2003) a troca de seringas deve ser apenas uma das ações nesta direção, e junto a esta tarefa deveriam ser realizadas obrigatoriamente outras como, oferecer tratamento para a dependência da substancia, exames clínicos para doenças clinicas, ensinamentos e distribuição de material educativo.

Carlini-Marlatt, Requião, Stachon (2003) sugerem que haja mais pesquisas a respeito do tema de redução de danos para que a mesma seja afirmada como uma alternativa viável, que comprove realmente sua efetividade. Ou seja, podemos perceber que há necessidade de maior divulgação e estudos a respeito da política de redução de danos para os usuários de drogas.

Sabemos que essas ações são muitas vezes mau vistas pela população e pelos órgãos políticos, que acreditam ser uma forma de incentivo ao uso de drogas.

Campos e Siqueira (2003) sugerem que haja o reconhecimento, a normatização e a disponibilização pelo SUS das terapias de substituição (TS), assim como também de todas as estratégias de redução de danos.

Já para Dias et al. (2003), Silva et al. (2009), Garcia; Leal; Abreu (2008) colocam que deveria ser prioridade absoluta a criação e implantação de uma política nacional no Brasil sobre drogas, pois são pessoas vítimas de preconceito e que geralmente sofrem descaso quando procuram por um serviço de saúde.

Campos e Siqueira (2003), Dias et al. (2003) deixam algumas sugestões para as terapias de substituição, que incluem: a disponibilização de cocaína e maconha com qualidade controlada pelo estado, disponibilização de álcool enriquecido com tiamina para usuários em condições de indigência, aumento dos preços das bebidas, proibição de propagandas de álcool e leis mais atuantes sobre beber e dirigir.

Para Macrae e Gorgulho (2003) fica a sugestão de usar a cannabis como uma droga auxiliar no tratamento de algumas dependências, como a do crack por exemplo.

Para aqueles usuários que não desejam a abstinência deveria haver maior disponibilidade de um tratamento especial, e todo sistema de tratamento deveria basear-se numa política de inclusão daqueles pacientes que não estivessem tendo uma boa evolução. Estes pacientes deveriam ser incluídos no sistema de tratamento

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com programas especiais, e a recusa do paciente em se tornar abstinente nunca deveria ser motivo para a exclusão do tratamento (DIAS et al. 2003).

Para Caiaffa e Bastos (2006), Ambrósio et al. (2009), as ações de redução de danos para usuários de drogas é um grande avanço na saúde pública e para aqueles profissionais que atuam ou tem o desejo de atuar na área da saúde mental, fica a sugestão de que procurem por maior capacitação profissional a fim de melhorar o atendimento à essa clientela.

Segundo Souza et al. (2007) é importante que haja a ampliação das abordagens de redução de danos incluindo os indivíduos alcoolistas através de medidas educativas. Propõe também a atuação conjunta do Caps-AD, do Serviço de Redução de Danos e da Unidade Básica de Saúde. Com a união das redes de saúde, os profissionais falaram a mesma língua com relação as condutas que deverão ser tomadas.

Sendo assim Landi Filho et al. (2009) constatam a necessidade de conscientização e esclarecimento sobre a redução de danos e seus objetivos, além da qualificação dos profissionais para prestar esse atendimento como parte de atenção primária à saúde.

Moreira; Silveira; Andreoli (2006), Sodelli (2010) faz a comparação de diversas ações de promoção da saúde voltadas ao uso de substancias psicoativo a serem aplicadas nas escolas com o objetivo de inserir os alunos no real contexto do uso de drogas. Coloca sua visão de que se as escolas já deveriam ter uma estrutura de funcionamento dentro dos princípios da redução de danos e já desenvolvendo uma ação preventiva com relação aos transtornos relacionados ao uso de substancias.

Enfim para Carlini (2003) a maioria dos usuários de drogas faz uso de álcool, maconha ou cocaína, e não apenas de um único tipo de droga. Isso requer ações mais adequadas a esse perfil.

É preciso discutir quais são os nossos principais problemas para determinar as ações de redução de danos prioritárias e permitir um adequado planejamento.

Para isso é necessário um esforço conjunto das autoridades dos sistemas de saúde, judiciário de assistência social, da comunidade universitária e de profissionais atuantes na área, a fim de permitir a adoção de medidas cientificamente embasadas que permitam a melhor aplicação possível de recursos humanos e financeiros disponíveis (CARLINI, 2003).

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante o estudo foi possível considerar que as práticas de redução de danos voltadas para os usuários de drogas em geral ainda enfrenta muitas barreiras perante aos olhos da sociedade. Isso também implica em dificuldades de encontrar apoio para a sustentabilidade dessas ações.

Consideramos também que as ações de redução de danos foi um grande avanço na saúde pública, e quando desenvolvidas, demonstraram grande efetividade principalmente na diminuição da incidência de HIV entre os usuários de drogas injetáveis com a troca de seringas usadas por seringas novas e estéreis.

Com o surgimento da Política do Ministério da Saúde voltada para usuários de álcool e drogas foi possível considerar que a abstinência não é a principal meta a ser alcançada, que todo usuário merece ser respeitado em sua decisão, e quando esta for a de usar sua droga de escolha que esse uso aconteça de forma segura, minimizando o máximo possível os riscos causados por ela.

As perspectivas para o futuro das ações de redução de danos é desenvolvimento de mais estudos dentro dessa temática, que possa haver a conscientização da população e que esses possam realmente comprovar a efetividade das ações para posteriormente ser adotada como política nacional.

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