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Modelo de taxas associadas à prestação de serviços postais previstas no artigo 44º da Lei nº 17/2012, de 26 de abril

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Modelo de taxas associadas à prestação de

serviços postais previstas no artigo 44º da Lei nº

17/2012, de 26 de abril

(2)

2

Índice

Introdução

... 3

I)

Taxas de acesso à atividade de prestador de serviços postais

... 3

II) Taxas referentes ao exercício da atividade de prestador de serviços postais ... 5

Custos de regulação associados à atividade dos serviços postais ... 5

Rendimentos relevantes conexos com a atividade dos serviços postais ... 7

Modelo de taxas de exercício de atividade devidas pelos prestadores de serviços

postais ... 9

Período de transição ... 11

Anexo I - Valor calculado da taxa contributiva do escalão 2

... 13

Anexo II - Metodologia de apuramento dos custos de regulação

... 14

Índice de quadros

Quadro 1:Taxas previstas no nº1 do artigo 44º

... 4

Quadro 2:

Gasto médio por hora de trabalho associado ao setor postal ... 4

Quadro 3: Comparação entre os valores constantes da (Portaria n.º 1473-A/2008 de

17 de Dezembro) e os valores do Modelo do Taxas de Serviços Postais

... 5

Quadro 4: Custos da ANACOM associados ao setor postal

... 6

Quadro 5: Custos da ANACOM associados ao setor postal - média de 3 anos ... 7

Quadro 6: Distribuição das empresas do setor postal segundo os rendimentos

relevantes ... 7

Quadro 7: Rendimentos da ANACOM associados ao setor postal ... 8

Quadro 8: Rendimentos e custos da ANACOM associados ao setor postal ... 8

(3)

3

Introdução

Com a publicação da Lei n.º 17/2012, de 26 de abril, que estabelece o regime jurídico

aplicável a todos os prestadores de serviços postais, surgiu a necessidade de definir o

montante das taxas previstas no seu artigo 44.º, em função dos custos associados às

tarefas administrativas, técnicas e operacionais relacionadas com as atividades de

regulação, supervisão e fiscalização.

Com este intuito, apresenta-se no presente documento o Modelo de taxas no sentido

de fixar os montantes das taxas atrás referidas, devidas pelos prestadores de serviços

postais, as quais se repartem em duas categorias: I) taxas referentes ao acesso à

atividade; II) taxas anuais pelo exercício da atividade; estas taxas estão definidas

respetivamente nos n.º 1 e n.º 2 do artigo 44.º supra citado.

I) Taxas de acesso à atividade de prestador de serviços postais

De acordo com o definido no n.º 1 do artigo 44.º da Lei n.º 17/2012, de 26 de Abril,

estão sujeitos ao pagamento de taxas os seguintes atos:

a) A emissão, alteração e renovação da licença;

b) A emissão da declaração comprovativa da inscrição do prestador;

c) O averbamento à declaração;

d) A substituição da licença ou declaração, em caso de extravio.

De acordo com o definido no nº 3 do artigo atrás mencionado, estas taxas devem ser

fixadas em função dos custos associados às tarefas administrativas, técnicas e

operacionais relacionadas com as atividades de regulação, supervisão e fiscalização

correspondentes.

A emissão de licenças e declarações das entidades que oferecem serviços postais é

uma atividade que o ICP-ANACOM desenvolve em função das solicitações do

mercado, o que naturalmente implica uma distribuição não uniforme de tais

declarações ao longo do tempo.

Pretende-se adotar tanto o pressuposto de uma atuação eficiente por parte do

ICP-ANACOM como privilegiar o princípio da simplicidade, calculando-se assim uma única

taxa para a “Emissão de licença” e outra para a “Emissão de declaração”.

(4)

4

Neste sentido, os valores que se apresentam de seguida basearam-se numa

estimativa eficiente do número médio de horas de trabalho necessárias à execução de

cada um dos atos anteriormente referidos e no gasto médio por hora de trabalho dos

técnicos do ICP-ANACOM que desenvolvem este processo de trabalho, bem como

dos respetivos custos de estrutura.

Resulta assim que a taxa devida pela emissão da licença deverá atingir 540 euros por

licença e a da declaração cerca de 290 euros por declaração (quadros 1 e 2).

Relativamente à “Substituição, renovação ou alteração de licença” e ao “Averbamento

ou substituição de declaração”, calcularam-se os valores de 110 euros e 75 euros,

respetivamente.

Quadro 1:Taxas previstas no nº1 do artigo 44º

Horas de trabalho (valor médio) Valor calculado (€) Emissão de licença 15 540

Substituição, renovação ou alteração de licença 3 110

Emissão de declaração 8 290

Averbamento ou substituição de declaração 2 75

Quadro 2:

Gasto médio por hora de trabalho associado ao setor postal

Valor calculado

Gasto médio hora de trabalho (€) 30,69

% Gastos estrutura (processo) (Gastos estrutura/Gastos Pessoal) 17,36% Gasto médio por (hora de trabalho + gastos de estrutura) (€) 36,02

Os montantes das taxas que se propõem representam uma significativa redução face aos

valores anteriormente vigentes, o que pode ser observado no quadro seguinte:

(5)

5

Quadro 3: Comparação entre os valores constantes da (Portaria n.º 1473-A/2008

de 17 de Dezembro) e os valores do Modelo do Taxas de Serviços Postais

Taxas de acesso - serviços postais

Taxa € (Portaria n.º 1473-A/2008 de 17 de Dezembro) Nova Taxa € (nº 1 do artigo 44º da Lei nº 17/2012) Emissão de licença 10.000 540

Averbamento à licença, em caso de alteração 250 110

Substituição da licença, solicitada pela entidade licenciada 750 110

Renovação da licença 1.500 110

Emissão de autorização 700 290

Averbamento à autorização 70 75

Substituição da autorização, solicitada pela entidade 70 75

Refira-se que deverá ser garantida uma atualização do valor das taxas sempre que se

verifique uma variação (positiva ou negativa) do gasto médio por hora de trabalho

superior a 5%.

II) Taxas referentes ao exercício da atividade de prestador de

serviços postais

De acordo com o definido nos n.ºs 3 e 4 do artigo 44º da Lei nº 17/2012, de 26 de

Abril, as taxas anuais devidas no âmbito do exercício da atividade de prestador de

serviços postais, são fixadas em função dos custos associados às tarefas

administrativas, técnicas e operacionais relacionadas com as atividades de

regulação, supervisão e fiscalização correspondentes.

Custos de regulação associados à atividade dos serviços postais

Os custos de regulação da ANACOM associados ao setor postal apurados no modelo

de custeio são apresentados no quadro seguinte (Quadro 4):

(6)

6

Quadro 4: Custos da ANACOM associados ao setor postal

Unidade: Euros

2012 (1) 2011 2010 2009 2008

Custos totais com a regulação Postal 2.462.056 2.263.579 2.511.944 2.296.317 2.355.860

Custos com autorizações e licenças para o setor postal

12.249 11.261 4.448 12.044 18.624

Custos associados ao exercício de atividade do setor postal

2.449.808 2.252.318 2.507.496 2.294.728 2.354.383

(1)- baseado em valores do orçamento Fonte: ANACOM

Estes custos, nos últimos cinco anos, representaram em média cerca de 2,38 milhares

de euros, sendo apurados através do Sistema de custeio “Activity Based Costing”, cujo

modelo consta do anexo II.

À semelhança do já implementado para o setor das comunicações eletrónicas e no

sentido de se preservar os princípios da previsibilidade e da transparência, os custos

totais a distribuir são apurados através do valor médio dos custos (custos sem

provisões para processos judiciais) verificados nos dois últimos exercícios e do

orçamento do ano em curso ao qual é adicionado o valor médio de 5 anos das

provisões para processos judiciais no setor postal.

Este método permite evitar flutuações acentuadas de taxas por via de alterações dos

custos.

A tabela seguinte apresenta o cálculo dos custos totais a distribuir pelas taxas

referentes ao exercício da atividade de prestador de serviços postais, com base na

média dos custos dos anos de 2011, 2012 e 2013 (estes dois com base no

orçamento), aplicando a este a chave de repartição de custos de 2011.

(7)

7

Quadro 5: Custos da ANACOM associados ao setor postal - média de 3 anos

2013(1) 2012(1) 2011 Média

Custos associados ao exercício de atividade

do setor postal 2.222.581 2.449.808 2.252.318 2.308.236

(1) - baseado em valores do orçamento

Não foram constituídas até à presente data provisões para processos judiciais relacionadas com o setor postal.

Rendimentos relevantes conexos com a atividade dos serviços

postais

Os rendimentos relevantes das empresas que prestam serviços postais, para efeitos

de liquidação de taxas

1

totalizaram, em 2011, cerca de 821 milhões de euros.

[IIC]

[FIC]

Quadro 6: Distribuição das empresas do setor postal segundo os rendimentos

relevantes

Escalão de rendimento Nº de entidades

Nº total de entidades licenciadas Nº total de entidades autorizadas De 0 a 50.000 euros 10 1 9 De 50.001 a 100.000 euros 5 1 4 De 100.001 euros a 500.000 euros 15 0 15 De 500.001 euros a 1.000.000 euros 10 1 9 De 1.000.001 euros a 1.500.000 euros 2 2 0 De 1.500.001 euros a 10.000.000 euros 7 3 4 De 10.000.001 euros a 100.000.000 euros 8 0 8 Mais de 100.000.000 euros 1 1 0 Total 58 9 49

1

Presentemente apenas os prestadores de serviços postais com autorização estão sujeitos ao envio anual do montante dos rendimentos associados à atividade postal, para efeitos de determinação da taxa anual a liquidar.

(8)

8

[IIC]

[FIC]

Nos últimos cinco anos, os rendimentos médios da ANACOM associados ao setor

postal situaram-se abaixo dos 150.000 euros, valor que se situou sempre muito

abaixo dos respetivos custos apurados, os quais foram apenas cobertos pelos

rendimentos em 6,3%, o que pode ser observado nos quadros 9 e 10.

Quadro 7: Rendimentos da ANACOM associados ao setor postal

2012(1) 2011 2010 2009 2008

Taxas anuais - setor postal 133.000 143.125 124.981 147.500 120.000

Taxas autorizações e licenças - setor postal 22.800 2.100 13.500 13.500 23.400

Total de rendimentos do setor postal 155.800 145.225 138.481 161.000 143.400

(1)- previsão

Fonte: ANACOM

Quadro 8: Rendimentos e custos da ANACOM associados ao setor postal

2012(1) 2011 2010 2009 2008

Rendimentos das taxas anuais do setor

postal 133.000 143.125 124.981 147.500 120.000

Custos associados ao exercício de

atividade do setor postal 2.449.808 2.252.318 2.507.496 2.294.728 2.354.383

(1)- previsão

(9)

9

Modelo de taxas de exercício de atividade devidas pelos

prestadores de serviços postais

No sentido de garantir a harmonização com o modelo de taxas que está em vigor para

os fornecedores de redes e serviços de comunicações eletrónicas, desde 2009, bem

como de assegurar a orientação para os custos, tal como resulta da Lei dos serviços

postais atrás referida, apresentam-se os seguintes pressupostos e metodologia:

Manutenção de uma taxa de valor nulo a todos os prestadores de serviços postais

que não alcancem um volume de negócios mínimo, como forma de estimular a

concorrência, de garantir a proporcionalidade das taxas e de evitar que empresas

de pequena dimensão desenvolvam a sua atividade sem a correspondente

declaração face ao seu volume de rendimentos.

Uma taxa de valor fixo para as empresas de pequena dimensão que não estão

incluídas no escalão anteriormente referido e cujo valor permitirá apenas cobrir os

custos de acompanhamento recorrente da atividade prestada pelas mesmas.

Uma taxa de valor variável, a suportar pelas empresas com maiores níveis de

rendimentos a partir de um determinado limite de rendimento.

Neste sentido, as taxas são as seguintes:

Escalão 0 - taxa de valor zero euros para as empresas com rendimentos

relevantes até 250.000 euros (T

0

=0);

Escalão 1 - taxa de valor fixo de 2.500 euros para empresas com rendimentos

compreendidos entre 250.001 euros e 1.500.000 euros (T

1

=2.500 euros);

Escalão 2

– taxa de valor variável (T

2

) para empresas com rendimentos

superiores a 1.500.000 euros, calculada de acordo com a fórmula apresentada no

quadro seguinte:

(10)

10

Taxas anuais: Fórmula de cálculo da taxa T2

Ti(Ano n) = Taxa devida pelas entidades do escalão i (i = 0,1,2) no Ano n.

ni (Ano n) = Número de entidades do escalão i (i = 0,1,2) no Ano n.

Ri (Ano n-1) =

Rendimentos relevantes conexos com a atividade de prestador de serviços postais das entidades do escalão i (i = 0,1,2) relativos ao Ano n-1, a remeter ao ICP-ANACOM.

Os rendimentos relevantes devem ser calculados antes da aplicação do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) e não devem incluir:

 Os rendimentos provenientes de outras atividades que não a de prestador de serviços postais;

 Os rendimentos das transações entre empresas do mesmo grupo, entendido este na aceção do Código das Sociedades Comerciais, com o

sentido estrito que este conceito tem no CSC (artigos 488.º a 508.º).

∑Ri (Ano n-1) =

Total de rendimentos relevantes das entidades do escalão i (i = 0,1,2) relativos ao Ano n-1.

C (Ano n) =

Total de Custos administrativos do ICP-ANACOM, a considerar para o Ano n, que é uma média do valor de 3 anos (2 realizado e 1 de orçamento) da componente de custos sem provisões + média de 5 anos do valor das provisões para processos judiciais associadas ao setor postal (4 realizado e 1 de orçamento).

R2 (Ano n-1) = Proveitos relevantes de entidade do escalão 2 no Ano ( n-1).

t2 (Ano n) =

(C (Ano n) - ∑T1(Ano n)n1(Ano n) ) / ∑R2(Ano n-1) Percentagem contributiva (%) das

empresas do escalão 2 no Ano n

T2(Ano n) = t2 (Ano n) x R2 (Ano n-1)-a2

a2(Ano n)

Parcela a abater no cálculo da taxa das empresas do escalão 2

a2 = t2 (Ano n) X R LI

2 – T1(Ano n)

RLI2 Limite inferior do escalão de rendimentos das empresas do escalão 2

É criada uma parcela a abater, por forma a evitar variações abruptas das taxas a

pagar pelas empresas do escalão 2 cujos rendimentos se situam próximo do limite

superior do escalão 1. Desta proposta resulta uma redução do rendimento em cerca

de 27 mil euros (no exemplo desenvolvido para 2012).

(11)

11

Quadro 9: Modelo de taxas previstas no nº2 do artigo 44º

Taxa

Limite de rendimento relevante €

Escalão 0 (valor fixo) T0 = 0 250.000

Escalão 1 (valor fixo) T1 = 2.500 1.500.000

Escalão 2 (valor calculado)

T2 (Ano n) = t2 (Ano n) x R2 (Ano n-1) - a2

t2 (Ano n) = C (Ano n) - ∑T1n1(Ano n) / ∑R2 (Ano n-1)

t2 = Percentagem contributiva (%) das empresas do escalão 2 no Ano n

a2 = Parcela a abater no cálculo da taxa das empresas do escalão 2 no Ano n

a2 = t2 (Ano n) X RLI2 – T1(Ano n)

Mais de 1.500.000

Período de transição

No sentido de garantir uma transição mais suave dos valores das atuais taxas

liquidadas aos prestadores dos serviços postais e, a exemplo do sistema já

implementado em 2009 relativamente às taxas liquidadas aos prestadores de serviços

das comunicações eletrónicas, é adotado para o o setor postal um período de transição

de quatro anos.

Deste modo, o montante a liquidar da taxa anual devida pelo exercício da atividade de

prestador de serviços postais autorizados e licenciados deverá ser de 20% no primeiro

ano, de 40% no segundo ano, de 60% no terceiro ano, de 80% no quarto ano atingindo

o valor de 100% no quinto ano, calculado de acordo com a fórmula constante da tabela

seguinte:

Período de transição (quatro anos) para as taxas de exercício de atividade – serviços postais

Ano 1 (Ano 2013) Ano 2 (Ano 2014) Ano 3 (Ano 2015) Ano 4 (Ano 2016) Fatores a aplicar durante o

período de transição 0,20 0,40 0,60 0,80

T2(Ano n) = Taxa devida pelas

entidades do escalão 2 no Ano n T2(Ano1) T2 (Ano2) T2 (Ano3) T2 (Ano4)

(12)

12

No entanto

, o

período de transição referido no parágrafo anterior é aplicado apenas às

empresas abrangidas no escalão 2.

Se da aplicação da fórmula do período de transição resultar um valor a liquidar de taxa

para as empresas do escalão 2 inferior ao montante da taxa a liquidar para as

empresas do escalão 1, a taxa a liquidar será a correspondente à do escalão 1 (taxa

fixa de 2.500 euros).

(13)

13

Anexo I - Valor calculado da taxa contributiva do escalão 2

(Exemplo aplicado às taxas a liquidar em 2012, caso esta metodologia já estivesse em vigor)

Valor calculado da taxa contributiva do escalão 2

[IIC]

[FIC]

Taxa Limite de rendimento relevante € Entidades Total de Rendimentos das empresas € Total de rendimentos para a ANACOM €

Escalão 0 (valor fixo) T0 = 0 250.000 25 1.942.404 0

Escalão 1 (valor fixo) T1 = 2500 1.500.000 17 11.215.170 42.500

Escalão 2 (valor calculado)

T2 (Ano n) = t2 (Ano n) x P2 (Ano n-1) - a2

t2 (Ano n) = C (Ano n) - ∑T1n1(Ano n) / ∑P2 (Ano n-1) t2 = Percentagem contributiva (%) das empresas do escalão 2 no Ano n

t2 = 0,2806%

a2 = Parcela a abater no cálculo da taxa das empresas do escalão 2

a2 = t2 (Ano n) X PLI2 – T1

T2 = 0,2806% x P2 (Ano n-1) - 1.667

Mais de 1500.000 16 807.574.980 2.265.736

(14)

14

Anexo II - Metodologia de apuramento dos custos de regulação

Nota introdutória

A repartição dos custos do ICP-ANACOM com o objetivo de determinar os custos de

regulação, equivale à repartição dos seus gastos contabilísticos anuais nos termos do Sistema de Normalização Contabilística (SNC) e de acordo com a metodologia Activity Based Costing (ABC).

A. Repartição de custos do ICP-ANACOM

1. O sistema de custeio do ICP-ANACOM foi desenvolvido com base na metodologia ABC e tem como objetivo identificar os custos associados ao desenvolvimento das atividades inerentes às atribuições estatutárias que lhe estão cometidas, bem como dar resposta ao estipulado no nº 4 do artigo 105º da Lei nº 5/20042.

Em termos globais, foram identificados dois grandes grupos de custos: custos de

regulação e de gestão do espectro e custos não relacionados com a atividade reguladora, estes últimos compreendem essencialmente os custos associados à atividade de

assessoria e representação do Estado. A repartição dos custos consta da Figura 1.

Figura 1: Repartição dos custos do ICP-ANACOM

1. Custos de regulação e gestão do espectro

1.1 Custos Administrativos relativos a Comunicações Eletrónicas 1.1.1 Custos Administrativos

a) Declarações comprovativas de direitos

b) Exercício da atividade de fornecedor de redes e serviços c) Atribuição de direitos de utilização de frequências d) Atribuição de direitos de utilização de números 1.1.2 Custos com a gestão de frequências

1.1.3 Custos com a gestão de números 1.2 Custos com a regulação Postal

1.3 Outros custos de regulação 2. Outros custos

2 Em que os montantes das taxas referidas nas alíneas a) a e) do seu nº 1 são determinados em função dos custos

administrativos da gestão, controlo e aplicação do regime de autorização geral, bem como dos direitos de utilização e das condições específicas referidas no artigo 28º, os quais podem incluir, entre outros, os custos de cooperação internacional.

(15)

15

2. Os custos de regulação e gestão do espectro representam os custos associados com as atividades de regulação, supervisão, regulamentação, representação setorial e cooperação e comportam os seguintes custos:

a) Custos associados ao setor das comunicações eletrónicas (âmbito da Lei nº 5/2004). i ) Custos com as Comunicações Eletrónicas.

Custos associados com a atribuição de declarações para o exercício de atividade, atribuição de direitos de utilização de recursos, e todas as suas atividades de regulação, supervisão, regulamentação, representação setorial e cooperação.

ii ) Custos com a Gestão do Espectro.

Custos associados ao conjunto de atividades desenvolvidas pelo ICP-ANACOM relativas ao planeamento, consignação, monitorização e fiscalização do

espectro de frequências radioelétricas. iii ) Custos com a Gestão de Numeração.

Custos associados ao conjunto de atividades desenvolvidas pelo ICP-ANACOM relativas ao planeamento, monitorização e fiscalização do plano de numeração. b) Custos associados ao Setor Postal.

c) Outros custos administrativos associados à missão do regulador.

Custos com a regulação dos serviços que não se encontram no âmbito da Lei nº5/2004, nomeadamente serviços de audiotexto, ITED (Infraestruturas de Telecomunicações em Edifícios), serviços da Sociedade de Informação, serviço amador e serviço rádio pessoal – banda do cidadão (CB).

3. Os outros custos suportados pelo ICP-ANACOM e que não estão diretamente relacionados com a atividade reguladora3, compreendem os seguintes custos:

a) Contribuições e quotizações associadas a entidades nacionais e internacionais, tais como4:

i ) Entidades nacionais:

CPEC, Câmaras Municipais, FDTI, entre outras. ii ) Entidades não nacionais:

3 Consideram-se que estes custos não são relevantes para a atividade regulatória do ICP-ANACOM, de acordo com a interpretação

do nº4 do art.º 105 da Lei nº 5/2004.

4 Os montantes referentes a contribuições de quotizações têm uma tendência para diminuir fortemente, dado que parte

deles resultaram de decisões governamentais que entretanto se esgotaram, ou de decisões tomadas pelo ICP-ANACOM no passado que não foram objeto de renovação.

(16)

16

ANRT - Marrocos, ESA, CPLP, PALOP e Timor, PECO, outros países no âmbito de cooperação, Organizações de Satélites e URSI.

b) Custos relacionados com a Assessoria e Representação do Estado. Excluíram-se os custos decorrentes da participação do ICP-ANACOM em

representação técnica do Estado Português no setor (alínea r) do nº 1 do artigo 6º dos estatutos, aprovados em anexo ao Decreto-Lei nº 309/2001, de 7 de Dezembro), que não relevem diretamente para a atividade regulatória. Estes custos são genericamente os associados com os seguintes eventos e entidades:

i ) Preparação e participação em reuniões e conferências, bem como todo o intercâmbio de informação neste âmbito.

ii ) Resposta a solicitações de diferente natureza, tais como, pedidos de informação, pedidos de licenciamento, pedidos de peritagens, entre outros. iii ) Resposta a pedidos de servidões radioelétricas e proteção dos serviços de

radiocomunicações.

iv ) Desenvolvimento de programas de cooperação. v ) Acompanhamento de projetos especiais (ESA)

Entidades nacionais:

Ministérios, Governos Regionais, Tribunal de Contas, CPEC, FDTI, entre outras. Entidades não nacionais:

NATO, UIT (Conselho, Setor do Desenvolvimento, Conferência de Plenipotenciários, Conferências Mundiais e Regionais de Radiocomunicações, Agência Nacional de Regulamentação de Telecomunicações (ANRT-Marrocos), Organizações de Satélites, URSI, CPLP, PALOP e Timor, PECO e outros países no âmbito de cooperação.

4. No âmbito da identificação dos custos com as comunicações eletrónicas, procede-se a uma repartição que viabiliza a determinação dos custos associados a cada um dos atos definidos na alínea a) a f) do nº1 do Art.º 105º da Lei das Comunicações Eletrónicas. Deste modo, são segregados os custos pelos seguintes blocos:

a) Gestão do espectro (alínea f) do nº1 do Art.º 105º); b) Gestão de numeração (alínea e) do nº1 do Art.º 105º); e

c) Atividades de regulação – correspondentes aos restantes custos administrativos associados às alíneas a) a d) do nº1 do Art.º 105º e à regulação dos serviços de comunicações que não se enquadram no âmbito da Lei nº5/2004.

(17)

17

B. Metodologia de afetação dos custos às diferentes áreas

5. A afetação dos custos obedece a 2 fases:

a) Fase 1: Análise e afetação dos gastos contabilísticos associados aos processos/atividades/áreas de regulação/entidades externas do ICP-ANACOM.

b) Fase 2: Afetação dos gastos às diferentes naturezas de atividade de acordo com os atos subjacentes ao art.º 105º da Lei nº 5/2004 e às associadas a setores fora do âmbito da Lei das Comunicações Eletrónicas.

Figura 2: Fases da Metodologia de afetação de custos do ICP-ANACOM

Fase 1 - Análise e afetação dos gastos contabilísticos aos processos/atividades do ICP-ANACOM

6. Num primeiro momento, os gastos são agrupados por grupos e por direção de acordo com a seguinte classificação:

a) Recursos direitos – gastos diretamente associados aos serviços de regulação, através de uma relação de causa-efeito.

b) Gastos indiretos/comuns – gastos desprovidos de relação direta com os serviços de regulação.

(18)

18

c) Gastos associados a cooperação e quotizações – gastos específicos de cooperação e

representação do ICP-ANACOM.

7. Num segundo momento, os gastos são afetos aos processos/atividades de modo direto ou por intermédio de critérios que representem uma relação causa-efeito entre a respetiva natureza do gasto e o(s) processo(s) que suportam.

8. A título exemplificativo, apresenta-se de forma sucinta a sequência de movimentos de classificação dos gastos:

a) Agrupamento dos gastos totais contabilísticos por natureza e por direção.

b) Classificação dos gastos de acordo com a estrutura dos processos de trabalho em vigor, áreas reguladas e não reguladas (serviços) e entidades externas (clientes). Análise e afetação dos gastos aos processos5/(serviços e objetos de custeio/clientes do ICP-ANACOM6.

c) Os gastos com o pessoal7 são afetos diretamente aos processos/serviços e objetos de custeio/clientes do ICP-ANACOM, de acordo com o reporte feito por todos os colaboradores numa aplicação informática “Reporte de Horas de Trabalho (RHT) ”. d) Os gastos com deslocações ao estrangeiro, deslocações no País, publicidade,

trabalhos especializados, honorários, formação, documentação, reuniões, patrocínios são diretamente associados aos processos/serviços/clientes, baseados numa relação casuística, sem prejuízo de uma parte de valor irrelevante ser distribuída de acordo com o critério das Horas-Homem (HH).

e) Os gastos com eletricidade, água, ar condicionado, rendas das instalações da Sede, seguros de instalação, elevadores, serviços de limpeza, vigilância e segurança são considerados custos de estrutura e são distribuídos em função dos m2 utilizados por cada direção. Os restantes gastos de funcionamento, designadamente os associados com o economato, reprografia e comunicações, são distribuídos por todas as direções, em função dos respetivos consumos8.

5 De acordo com o Dicionário de Processos/Atividades que suporta o reporte de horas de todos os colaboradores da

ANACOM na aplicação “Reporte de Horas de Trabalho (RHT)” e a classificação dos gastos. A aplicação RHT permite obter as Horas-Homem (HH) globais da ANACOM.

6 Combinação processo e/ou serviço ou objeto de custeio e/ou cliente.

7 Exceto os gastos associados com a Festa de Natal, Aniversário e demais eventos relacionados com os colaboradores

que têm um tratamento equivalente aos gastos comuns (natureza Custos Comuns – Todas as atividades – Distribuir outros objetos de custeio).

8 Sendo distribuídos para os processos/serviços/clientes em função do reporte de horas de cada direção (HH – Horas

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f) Os gastos associados com a cooperação e contribuições/quotizações9 são distribuídos

em função da natureza de atividade10.

g) Os gastos de depreciação e de amortização, de valor relevante são associadas aos processos de trabalho relacionados com os equipamentos, aplicações e máquinas informáticas11, sendo a restante parte distribuída pelas HH.

h) As provisões têm um tratamento equivalente aos dos custos comuns, sendo a sua afetação às várias naturezas de atividade, em função do tipo de provisão12.

i) Outros gastos, relativamente aos quais não se verifique uma relação de causa-efeito, são distribuídos em função do custo relativo ou HH.

9. Importa relevar que uma parte dos processos de trabalho, tais como, “Planeamento e Controlo”, “Sistema Financeiro”, “Serviços Gerais” e “Recursos Humanos” não têm uma relação direta com uma área de regulação específica, sendo transversais a todas as áreas13. Por este motivo, os gastos associados a estes processos de trabalho são redistribuídos para todos os processos operacionais, tendo por base os critérios do custo relativo ou HH.

Fase 2 – Afetação dos gastos aos setores de regulação âmbito da Lei das Comunicações Eletrónicas

10. De forma a garantir uma correta afetação dos gastos contabilísticos, por cada um dos setores de regulação e no âmbito das comunicações eletrónicas, por ato discriminado no nº1 do artigo 105º da Lei 5/2004, foi desenvolvido um processo que permite essa distribuição e que se identifica como “natureza de atividade”.

11. A identificação da natureza de atividade é feita segundo uma combinação - processo de trabalho/área regulada (serviço)/entidade externa (cliente)14. Cada natureza de atividade corresponde a um conjunto determinado de combinações15.

9 Associado sempre ao processo “Cooperação” e a uma determinada entidade externa.

10 Uma parte destes gastos não está relacionada com a atividade reguladora. Vide também lista de Natureza de

Atividade (Figura 3).

11 A título de exemplo: a amortização do equipamento SINCRER (Sistema Integrado de Controlo Remoto de Estações

Radioelétricas) é associada ao subprocesso “Monitorização do espectro” e a todos os serviços de radiocomunicações.

12

Pode ser repartido com base no custo direto ou HH. As provisões para processos judiciais em curso contabilizadas nos últimos anos têm sido consideradas como Custos Comuns - Atividades de Regulação – Serviços Lei nº 5/2004 e Custos Comuns - Atividades de Gestão do Espectro – Serviços Lei nº 5/2004.

13 São considerados processos comuns.

14 Em algumas situações é função da direção que originou o gasto.

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12. A afetação dos gastos associados a cada natureza de atividade segue o seguinte

processo:

a) Identificação do montante dos gastos diretos por bloco de natureza de atividade (atividades de gestão de espectro, atividades de gestão de numeração, atividades de regulação e outras).

b) Distribuição do valor dos custos comuns (gastos contabilísticos de natureza comum) e de cooperação / quotizações pelos blocos de regulação, considerando como critério de distribuição, uma das seguintes opções tendo em conta a tipologia do gasto comum ou cooperação:

i ) Afetação direta ao bloco de natureza de atividades correspondente através de relação causa-efeito.

ii ) Proporção de gastos diretamente associados a cada um dos blocos de natureza de atividade.

iii ) Proporção das HH afetas a cada bloco de natureza de atividade.

c) Posteriormente, e após a determinação dos gastos por cada um dos blocos de natureza de atividade, os gastos afetos a “todas as atividades” de regulação são distribuídos pelos seguintes setores de regulação:

i ) Setor das Comunicações Eletrónicas; ii ) Setor Postal;

iii ) Outros setores fora do âmbito da Lei das Comunicações Eletrónicas.

13. Em seguida, os custos apurados ao nível do Setor das Comunicações Eletrónicas são distribuídos pelos atos definidos nas alíneas a) a d) do nº 1 do artigo 105º da Lei das Comunicações Eletrónicas.

Figura 3: Lista de Natureza de Atividade

Natureza de Atividade de acordo com os atos subjacentes ao art.º 105º da Lei nº 5/2004

Declarações comprovativas dos Direitos Regulação

Exercício de Atividade – Regulação Regulação

Atribuição de Direitos de Utilização de Frequências Regulação

Atribuição de Direitos de Utilização de Números e a sua Reserva Regulação - Numeração

Atividades de Gestão do Espectro Gestão do Espectro

Atividades de Gestão de Numeração Gestão da Numeração

Custos afetos a setores fora do âmbito da Lei nº 5/2004

Declarações comprovativas dos Direitos16 Regulação

16 Para a atividade postal.

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Figura 3: Lista de Natureza de Atividade

Natureza de Atividade de acordo com os atos subjacentes ao art.º 105º da Lei nº 5/2004

Exercício de Atividade – Regulação17

Regulação

Registos e certificados de amador e CB 18 Gestão do Espectro

Atribuição de Direitos de Utilização de Números e a sua Reserva19 Regulação – Numeração

Atividades de Gestão do Espectro20 Gestão do Espectro

Atividades de Gestão de Numeração21 Gestão da Numeração

Custos não relacionados diretamente com a atividade reguladora Custos Comuns

Custos Comuns - Atividades de Gestão do Espectro

Custos Comuns - Atividades de Gestão do Espectro – Serviços Lei nº 5/2004

Custos Comuns - Atividades de Gestão do Espectro – Serviços fora do âmbito da Lei nº5/2004 Custos Comuns - Atividades de Regulação

Custos Comuns - Atividades de Regulação – Serviços Lei nº 5/2004

Custos Comuns - Atividades de Regulação – Serviços fora do âmbito da Lei nº5/2004 Custos Comuns - Atividades de Gestão de Numeração

Custos Comuns – Atribuição de Direitos de Utilização de Frequências

Custos Comuns – Atribuição de Direitos de Utilização de Números e a sua Reserva Custos Comuns – Declarações Comprovativas dos Direitos

Custos Comuns – Todas as atividades – Distribuir com base no custo direto Custos Comuns – Todas as atividades – Distribuir com base nas HH Custos Comuns – Todas as atividades – Distribuir outros objetos de custeio

Gestão do Espectro Gestão do Espectro Gestão do Espectro Regulação Regulação Regulação Gestão da Numeração Regulação Regulação–Numeração Regulação

17 Serviços Postais e ITED.

18 Registos e certificados associados aos CB (banda do cidadão) e serviço amador.

19 Serviços de audiotexto e de tarifação acrescida.

20 CB e serviço amador.

Referências

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