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NOVIDADES E PERSPECTIVAS

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NOVIDADES E PERSPECTIVAS

M e r c a d o F i n a n c e i r o e M e r c a d o d e V a l o r e s M o b i l i á r i o s

nº02/04 - AGOSTO 2004

FEVEREIRO

DEBÊNTURES PADRONIZADAS

A Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”), em 13 de fevereiro de 2004, editou a Instrução CVM nº 404 (“Instrução CVM nº 404/04”), regulando as cláusulas e condições que devem constar da escritura de emissão das Debêntures Padronizadas. Nos termos da referida instrução, Debêntures Padronizadas são aquelas que: (i) adotem o padrão de escritura de emissão anexa à Instrução CVM nº 404/04; (ii) contenham cláusula de rendimento, conforme o caso, com base (a) no Índice Geral de Preços do Mercado (“IGP-M”), (b) nas taxas médias diárias dos Depósitos Interfinanceiros de um dia (“Taxa DI”), (c) na variação da cotação de fechamento da taxa de venda de câmbio de reais por dólares dos Estados Unidos da América ou (d) em taxa pré-fixada, obedecidos os termos dos anexos II, III, IV ou V à Instrução em tela; (iii) estejam admitidas à negociação em segmento especial de bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão organizado, que atenda aos requisitos previstos no artigo 6º da Instrução CVM nº 404/04; (iv) tenham instituição financeira nomeada para a função de Agente Fiduciário dos Debenturistas; e (v) sejam objeto de atividade permanente por parte de formadores de mercado.

Conforme previsto no parágrafo único do artigo 1º da Instrução CVM nº 404/04, a regulamentação das Debêntures Padronizadas tem por objetivo (i) modelar debêntures com cláusulas de fácil compreensão, aplicação e de simples execução, para estimular o desenvolvimento de um mercado transparente e líquido para títulos privados de renda fixa; (ii) assegurar o acesso irrestrito dos investidores às ofertas de distribuição dessas debêntures e (iii) estabelecer as bases para que o mercado permita às companhias abertas a gestão eficiente do fluxo de caixa, a qualquer tempo, ao custo financeiro mais adequado à percepção do seu risco de crédito pelos investidores. A CVM poderá deferir o registro de distribuição de Debêntures Padronizadas mediante análise simplificada dos documentos e das informações submetidas, desde que o pedido de registro assim o solicite e esteja instruído com: (i) os documentos necessários ao registro previstos na legislação e regulamentação aplicáveis às distribuições públicas; (ii) declaração de que a documentação está em conformidade com as normas aplicáveis, firmada pela bolsa de valores ou entidade de mercado de balcão organizado; (iii) súmula emitida por agência classificadora de risco localizada no País; e (iv) prova da admissão das Debêntures Padronizadas à seção específica de negociação, condicionada, apenas, à obtenção do registro de distribuição pública perante a CVM.

O procedimento de análise simplificada, que envolve um prazo menor de análise do processo por parte da CVM (5 dias úteis), somente poderá se utilizado pela companhia que (i) tenha distribuído, publicamente, ações, debêntures ou bônus de subscrição, nos 5 (cinco) anos anteriores à data de protocolo do pedido de registro de distribuição de Debêntures Padronizadas; e (ii) esteja com o registro de companhia aberta atualizado.

Na hipótese de os requisitos para emissão ou análise simplificada das Debêntures Padronizadas não serem atendidos, a CVM adotará os prazos de análise previstos na Instrução CVM nº 400/03

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para a análise do registro da oferta das debêntures em questão, contados a partir da data da comunicação do fato à emissora e à instituição líder da distribuição.

O registro para distribuição primária de Debêntures Padronizadas será concedido para a emissão em série única ou para cada série, conforme o caso, observando-se que a distribuição primária poderá ser fracionada em lotes de Debêntures Padronizadas, a ser realizada no prazo de até 24 (vinte e quatro) meses contado da data da concessão do registro pela CVM, observada, ainda, a necessidade de prévia publicação de anúncio de início de distribuição relativo ao primeiro lote de Debêntures Padronizadas a serem distribuídas, e de avisos com relação à colocação dos demais lotes de debêntures da mesma série de que se trate.

Conforme os termos da Instrução CVM nº 404/04, os avisos referentes às colocações dos lotes das Debêntures Padronizadas, os quais devem ser publicados no boletim oficial da bolsa de valores ou do mercado de balcão organizado respectivo, deverão conter adicionalmente (i) declaração da bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão organizado, acerca da atualidade do prospecto de emissão; e (ii) indicação dos locais onde poderão ser obtidos exemplares do prospecto atualizado e das páginas da rede mundial de computadores onde este poderá ser consultado, assim como da página institucional da emissora para divulgação de informações aos debenturistas e ao mercado. O prospecto de emissão das Debêntures Padronizadas deverá ser atualizado obrigatoriamente, mediante a elaboração de suplemento, a cada período de seis meses a partir da concessão do registro de emissão das debêntures até o término da colocação das debêntures .

Destacamos, abaixo, os principais termos e condições das Debêntures Padronizadas, constantes da minuta de escritura anexa à Instrução CVM nº 404/04:

APROVAÇÃO DA EMISSÃO.

As Debêntures Padronizadas serão emitidas com base em autorização do Conselho de Administração ou Assembléia Geral Extraordinária da emissora.

REGISTRO PARA NEGOCIAÇÃO SECUNDÁRIA.

As Debêntures Padronizadas serão registradas para negociação secundária em seção especial de negociação eletrônica, administrada por sociedade contratada para esse fim e se submeterá aos controles de compensação e liquidação da respectiva câmara de liquidação.

VALOR NOMINAL UNITÁRIO, FORMA E ESPÉCIE.

As Debêntures Padronizadas terão valor nominal unitário de R$ 1.000,00 (mil reais), serão escriturais e subordinadas.

PUBLICIDADE.

Todos os atos e decisões destinados aos debenturistas deverão ser comunicados por meio (i) do jornal onde a emissora efetua suas publicações, (ii) do boletim oficial da respectiva seção especial de negociação eletrônica das debêntures; e (iii) da internet, devendo a emissora avisar ao agente fiduciário, antecipadamente, sobre a realização de qualquer publicação.

NEGOCIAÇÃO PRIVADA.

A Companhia não poderá negociar privadamente com Debêntures Padronizadas de sua emissão.

VENCIMENTO ANTECIPADO.

São eventos de antecipação do vencimento das Debêntures Padronizadas, resumidamente, os seguintes: (a) pedido de concordata preventiva, liquidação ou decretação de falência da Companhia; (b) falta de pagamento da remuneração das debêntures; (c) protestos legítimos e reiterados de títulos contra a Companhia que não sejam sanados no prazo de 30 (trinta) dias contados do recebimento de aviso escrito que lhe for enviado pelo agente fiduciário, cujo valor, em conjunto, seja superior a valor a ser especificado na escritura, ou que possam configurar, em face das circunstâncias e a critério do Agente fiduciário, estado de insolvência da Companhia ou risco de inadimplemento no pagamento das obrigações decorrentes das debêntures, à exceção do protesto efetuado por erro ou má-fé de terceiro, desde que validamente comprovado pela Companhia; (d) pagamento de dividendos, juros sobre capital próprio ou qualquer outra participação no lucro estatutariamente

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prevista, quando a Companhia estiver em mora perante os detentores das Debêntures Padronizadas, e (e) falta de cumprimento pela Companhia de toda e qualquer obrigação prevista na escritura de emissão das Debêntures Padronizadas, não sanada em 30 (trinta) dias, contados do aviso escrito que for enviado pelo agente fiduciário. A escritura de emissão poderá prever outras hipóteses de vencimento antecipado, conforme negociado por ocasião da emissão.

QUORUM QUALIFICADO PARA WAIVER DE VENCIMENTO ANTECIPADO.

Importante notar que o modelo de escritura de Debêntures Padronizadas estabelece quorum qualificado para a não declaração de vencimento antecipado em alguns casos. Assim, para que o agente fiduciário não declare o vencimento antecipado das debêntures motivado com base em uma das hipóteses previstas nos itens (b) a (e) acima, será necessária aprovação, em Assembléia Geral de Debenturistas, de 85% (oitenta e cinco por cento) de detentores das debêntures em circulação.

REMUNERAÇÃO.

Conforme mencionado, as Debêntures Padronizadas deverão ser remuneradas com base (a) no IGP-M; (b) na Taxa DI; (c) na variação da cotação de fechamento da taxa de venda de câmbio de reais por dólares dos Estados Unidos da América; ou (d) em taxa pré-fixada, obedecido os termos dos anexos II, III, IV ou V à Instrução em tela, os quais refletem cláusulas usuais para utilização dessas remunerações.

FUNDOS DE INVESTIMENTOS

A Instrução CVM nº 405, de 27 de fevereiro de 2004 (“Instrução CVM nº 405/04”), dispõe sobre o envio de informações e o registro, na CVM, dos fundos de investimentos que especifica. Inicialmente, cumpre esclarecer que a Instrução CVM nº 405/04 determina a obrigatoriedade de comunicação, à CVM, a respeito de determinadas informações que sejam relacionadas a: (i) fundos de investimento financeiro, regulados pela Circular BACEN nº 2.616/95; (ii) fundos de aplicação em cotas de fundo de investimento, também regulados pela Circular BACEN nº 2.616/95; e (iii) fundos de investimento no exterior, regulados pela Circular BACEN nº 2.714, de 28 de agosto de 1.996. Antes do advento da Instrução CVM nº 405/04, as informações sobre início de atividades, encerramento, transformação, cisão, incorporação e fusão, bem como as alterações cadastrais, concernentes aos fundos de investimento acima mencionados, eram fornecidas por meio de um sistema de comunicação oferecido pelo BACEN. Todavia, a partir de 05 de abril de 2004, todos esses dados deverão ser comunicados exclusivamente à CVM, no prazo de 1 (um) dia útil da data de sua ocorrência, por meio do sistema de recebimento de informações que a própria CVM mantém na internet.

O art. 2º da Instrução CVM nº 405/04 especifica, ainda, documentos e prazos para o seu envio, aplicáveis não só aos fundos de investimento anteriormente mencionados, mas também a outros fundos tais como os fundos de investimento em títulos e valores mobiliários e os fundos de investimento em cotas destes, regulados pela Instrução CVM nº 302, de 05 de maio de 1999, destacando-se a obrigação de envio à CVM, pelo sistema previsto na instrução ora comentada, do prospecto, sempre que este for alterado, no prazo de 10 (dez) dias contados da sua alteração. É importante destacar que, nos termos do artigo 6º da Instrução CVM nº 405/04, o não atendimento dos prazos nela estabelecidos sujeitará o administrador do fundo ao pagamento de uma multa diária no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), que incidirá a partir do primeiro dia útil subseqüente ao vencimento do prazo.

Ressalte-se, por fim, que, no caso particular das informações semanais que são atualmente exigidas dos fundos de investimento financeiro e dos fundos de investimento no exterior, o envio continuará a ser realizado diretamente ao BACEN.

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CENSO DE CAPITAIS BRASILEIROS NO EXTERIOR

A declaração de capitais brasileiros no exterior tem como base normativa e regulamentar as disposições do Decreto-Lei nº 1.060/69, da Medida Provisória nº 2.224/01, da Resolução CMN nº 2.337/96 e da Resolução CMN nº 2.911/01.

Conforme previsto na Circular BACEN nº 3.225/04, o prazo para apresentação da declaração relativa à data-base 31.12.2003 foi estabelecido para até 31 de maio de 2004, sendo obrigatória somente para as pessoas físicas ou jurídicas, residentes, domiciliadas ou com sede no País, detentoras de ativos, cujos valores somados na referida data-base totalizassem montante igual ou superior a US$ 100,000.00, ou o seu equivalente em outras moedas ("Declaração Anual/2003"). Esse limite foi alterado, visto que na primeira declaração, relativa à data-base de 31.12.2001, com base normativa na Circular BACEN nº 3.071/01 e na Circular nº 3.110/02, eram obrigadas a preencher a declaração do BACEN as pessoas físicas ou jurídicas detentoras de ativos de qualquer natureza mantidos fora do território nacional, cujo valor total fosse equivalente ou superior a R$ 200.000,00 ou seu equivalente em outras moedas e na segunda declaração, relativa à data-base 31.12.2002, que teve como sua base normativa a Circular nº 3.181/03, esse limite foi elevado para acima de R$ 300.000,00 ou seu equivalente em outras moedas.

As informações a constarem da Declaração Anual/2003 estão relacionadas às modalidades abaixo indicadas, podendo ser agrupadas caso sejam coincidentes o país, a moeda, o tipo e a característica do ativo:

I depósito no exterior; II empréstimo em moeda; III financiamento;

IV leasing e arrendamento financeiro; V investimento direto;

VI investimento em portfolio;

VII aplicação em derivativos financeiros; e

VIII outros investimentos, incluindo imóveis e outros bens.

Conforme previsto no art. 7º da Circular BACEN nº 3.225/04, a partir de 1º de agosto de 2004, a Declaração Anual/2003 será considerada não-fornecida ao BACEN sujeitando-se quem deixar de prestar a informação à multa de 50% (cinqüenta por cento) do valor previsto no artigo 1° da Medida-Provisória nº 2.224 de 2001, ou 5% (cinco por cento) do valor da informação que deveria ter sido prestada, o que for menor.

BREVES

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.175, DE 20 DE FEVEREIRO DE 2004.

A Resolução CMN nº 3.175, de 20 de fevereiro de 2004 (“Resolução CMN nº 3.175/04”), alterou o artigo 9º do Regulamento anexo à Resolução CMN nº 2.309/96 para dispor sobre a faculdade de pactuação de cláusula de variação cambial nos contratos de arrendamento mercantil de bens cuja aquisição tenha sido efetuada com recursos provenientes de empréstimos contraídos direta ou indiretamente no exterior. Dessa forma, a pactuação de cláusula de variação cambial deixou de ser obrigatória, nos termos estipulados da nova redação do artigo supra mencionado.

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.171, DE 20 DE FEVEREIRO DE 2004.

O CMN editou, em 19 de fevereiro de 2004, a Resolução nº 3.171 (“Resolução CMN nº 3.171/04”), permitindo a livre movimentação de qualquer dos títulos de renda fixa objeto das operações compromissadas de que trata o Regulamento anexo à Resolução CMN nº 2.950/02, desde que as operações compromissadas sejam registradas e liquidadas financeiramente no âmbito de uma mesma câmara ou de um mesmo prestador de serviço de compensação e de liquidação autorizado pelo BACEN.

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CARTA-CIRCULAR BACEN Nº3.122, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2004.

O BACEN, por meio da Carta-Circular nº 3.122 de 27 de fevereiro de 2004 (Carta-Circular BACEN nº 3.122/04”), esclareceu os procedimentos para a prestação de informações de que trata a Circular BACEN nº 2894/99 relativas ao acompanhamento e ao controle das exposições diárias em ouro, em moedas estrangeiras e em ativos e passivos sujeitos à variação cambial.

As exposições diárias em ouro, em moedas estrangeiras e em ativos e passivos sujeitos à variação cambial devem ser informadas por meio da transação PESP500 do Sistema de Informações Banco Central – SISBACEN, no dia útil subseqüente ao de apuração, considerando-se dias úteis eventuais feriados estaduais ou municipais.

As instituições devem manter à disposição do BACEN as informações utilizadas para a apuração da exposição diária e atualizados, no Sistema de Informações sobre Entidades de Interesse do Banco Central – UNICAD (“UNICAD”), os dados relativos a nome e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicos (“CPF”) do funcionário designado para a prestação de informações.

CARTA-CIRCULAR BACEN Nº 3.121, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2004.

Em 19 de fevereiro de 2004, o BACEN por meio da Carta-Circular nº 3.121 (“Carta-Circular BACEN nº 3.121/04”), alterou o Regulamento sobre Contrato de Câmbio e Classificação de Operações do Mercado de Câmbio de Taxas Livres.

Com base no artigo 4° da Circular BACEN nº 2.231/92 , e tendo em vista a Circular BACEN nº 3.227/04, alterou-se o título "14 - Natureza de Operação", do Regulamento sobre Contrato de Câmbio e Classificação de Operações do Mercado de Câmbio de Taxas Livres, que constitui o Capítulo 1 da Consolidação das Normas Cambiais - CNC.

CARTA-CIRCULAR BACEN Nº 3.120, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2004.

O BACEN, por meio da Carta-Circular nº 3.120, de 19 de fevereiro de 2004 (“Carta-Circular BACEN nº 3.120/04”), divulgou os procedimentos necessários à atualização e à conformidade a dados registrados no UNICAD.

O prazo para as instituições financeiras, demais instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN e administradoras de consórcios para a apresentação dos procedimentos necessários ao registro de conformidade aos dados constantes dos Módulos Estrutura Organizacional, Vínculos – Auditor Independente e Dados Básicos expirou-se em 19 de março de 2004, cabendo observar que a inobservância do prazo e condições estabelecidos sujeita a entidade infratora às penalidades previstas na Resolução CMN nº 2.901/01.

CIRCULAR BACEN Nº 3.224, DE 12 DE FEVEREIRO DE 2004.

O BACEN editou, em 12 de fevereiro de 2004, a Circular nº 3.224 (“Circular BACEN nº 3.224/04”), que estabelece procedimentos relativos ao DOC, ordem de transferência de fundos interbancária, emitida por conta ou a favor de pessoas físicas ou jurídicas, clientes de instituições financeiras. Segundo a Circular BACEN nº 3.224/04, os DOCs somente podem ser remitidos e recebidos por instituições integrantes do sistema de compensação e de liquidação aprovado pelo BACEN em que forem processados. Tais instituições podem ser bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial ou a Caixa Econômica Federal.

Adicionalmente, foi estabelecido o valor máximo de R$ 4.999,99 para os DOCs do tipo E, sobre cujo montante incide a Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF (“CPMF”), e do tipo D, sobre cujo montante não incide a CPMF.

CARTA-CIRCULAR BACEN Nº 3.119, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2004

A Carta-Circular nº. 3.119, de 17 de fevereiro de 2004 (“Carta-Circular BACEN nº 3.119/04”), estabelece procedimentos relativos ao Documento de Crédito (DOC) e à Centralizadora da Compensação de Cheques e Outros Papéis – Compe (“Compe”).

Dentre as inovações da Carta-Circular nº 3.119/04, pode-se mencionar as informações que devem constar do DOC, quais sejam: (a) código da instituição financeira remetente e destinatária; (b) código da agência do cliente remetente e da agência do cliente destinatário; (c) número da

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corrente do cliente remetente e da conta-corrente do cliente destinatário; (d) nome do cliente remetente e do cliente destinatário; e) CPF/CNPJ do cliente remetente e do cliente destinatário; (f) valor da transferência; e (g) finalidade da transferência. Além disso, a Carta-Circular BACEN nº. 3.119/04 estabelece, entre outros, que a Compensação Eletrônica tem por objetivo a substituição de fluxo de papéis por informação eletrônica, nas câmaras de compensação, tanto na troca quanto na devolução, devendo abranger todos os documentos que transitem pela Compe.

CARTA-CIRCULAR BACEN Nº 3.118, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2004.

Em 17 de fevereiro de 2004, o BACEN editou a Carta-Circular nº 3.118 (“Carta-Circular BACEN nº 3.118/04”), divulgando instruções complementares relativas à remessa de informações relacionadas à contratação de correspondentes no País.

Dentre as instruções, importante destacar que o BACEN facultou às instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN, alternativamente ao registro direto no UNICAD, encaminhar as informações relacionadas à contratação de correspondentes no País de que tratam os artigos 1º, 2º e 8º da Circular BACEN nº 2.978/00, por meio de arquivo via CONNECT: DIRECT ou Internet, mediante utilização do aplicativo PSTAW10 (Intercâmbio de Informações).

CIRCULAR BACEN Nº 3.227, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2004

A Circular BACEN nº 3.227, editada em 18 de fevereiro de 2.004 (“Circular BACEN nº 3.227/04”), alterou o Título Quarto, do Capítulo Terceiro, da Consolidação das Normas Cambiais referente ao Regulamento de Operações de Câmbio de Natureza Financeira, de forma a permitir que, além das transferências já regulamentadas no Mercado de Câmbio de Taxas Livres, os bancos autorizados a operar em câmbio, realizem outras 25 (vinte e cinco) novas operações de natureza financeira, de interesse de pessoas jurídicas de direito público interno, bem como operações de interesse de representações diplomáticas, e de representações de organismos internacionais de que o Brasil seja parte. .

A Circular BACEN nº 3.227/04 determinou, ainda, que o curso de transferências destinadas a atender despesas de manutenção de pessoas físicas que se encontrem no exterior cumprindo programas de natureza educacional, científica ou cultural, quando o comprador da moeda estrangeira não for uma pessoa jurídica de direito público interno, seja realizado exclusivamente no Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes.

CIRCULAR BACEN Nº 3.226, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2004

A Circular nº 3.226, de 18 de fevereiro de 2004 (“Circular BACEN nº 3.226/04”), dispõe sobre as normas a serem observadas na prestação de serviços, por parte de bancos múltiplos, bancos comerciais e da Caixa Econômica Federal, a cooperativas de crédito, referentes à compensação de cheques e ao acesso a sistemas de liquidação de pagamentos e transferências interbancárias, especificando em seu artigo 5º as cláusulas essenciais que devem constar dos contratos firmados entre a instituição financeira prestadora dos serviços de compensação de cheques e a cooperativa de crédito. Ademais, o art. 6º da Circular BACEN nº 3.226/04 criou dois novos motivos de devolução de cheques: (i) o inadimplemento contratual da cooperativa de crédito no acordo de compensação; e (ii) o encerramento do contrato de compensação, denominados, respectivamente, de “motivo 71” e “motivo 72” pela mencionada Circular.

Finalmente, destaque-se que, a partir de 1º de setembro de 2004, as cooperativas de crédito não poderão mais fornecer a seus correntistas cheques confeccionados em desacordo com as novas regras e, a partir de 1º de março de 2005, todos os cheques confeccionados em desacordo com as regras da Circular BACEN nº 3.226/04 e recebidos por meio do serviço de compensação serão devolvidos, com base no “motivo 25”, garantido o pagamento, em espécie ou em depósito, conforme o caso, mediante a apresentação diretamente à cooperativa de crédito sacada.

CIRCULAR BACEN Nº 3.223, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2004.

O BACEN, por meio da Circular nº 3.223, editada em 6 de fevereiro de 2004 (“Circular BACEN nº 3.223/04”), extinguiu as exigibilidades relativas ao recolhimento compulsório e ao encaixe obrigatório sobre depósitos judiciais e sobre garantia por fiança bancária, apuradas na forma do artigo 3º das Circulares nº 3.088/02 e 3.092/02 (revogadas a partir de 15 de maio de 2004), observada a aplicação dos seguintes redutores às respectivas exigibilidades: (i) 25% na posição de janeiro de 2004; (ii) 50% na posição de fevereiro de 2004; e (iii) 75% na posição de março de 2004.

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CIRCULAR BACEN Nº 3.222, DE 5 DE FEVEREIRO DE 2004.

O BACEN editou, em 5 de fevereiro de 2004, a Circular nº 3.222 (“Circular BACEN nº 3.222/04”), por meio da qual criou novos títulos e subtítulos contábeis no Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional – COSIF (“COSIF”), definiu fatores de ponderação e esclareceu acerca do registro de operações compromissadas com cláusula de livre movimentação.

No que se refere ao registro de operações compromissadas com cláusula de livre movimentação, a Circular BACEN nº 3.222/04 esclareceu que será caracterizada como "genérica" a operação compromissada com cláusula de livre movimentação em que os títulos mobiliários que sirvam de lastro à transação sejam determinados com base no valor financeiro líquido das operações realizadas no dia, pela câmara ou prestador de serviços de liquidação e de compensação, dentre um conjunto de diferentes tipos de títulos aceitos nessa modalidade.

MARÇO

EDITAL DE AUDIÊNCIA PÚBLICA CVM -

NOVA REGULAMENTAÇÃO DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO.

Encerrou-se em 30 de abril de 2004 o prazo para o envio de sugestões e comentários sobre a minuta de instrução que irá consolidar as regras sobre a constituição, a administração, o funcionamento e a divulgação de informações dos fundos de investimento sujeitos à fiscalização da CVM, preservadas algumas exceções. A audiência pública teve início em 17 de março de 2004. Com a ampliação do conceito de valor mobiliário, promovida pela Lei nº 10.303, de 31 de outubro de 2001 (“Lei nº 10.303/01”), somada à edição da Deliberação CVM nº 461, de 22 de julho de 2003, que dispôs sobre o novo conceito de valor mobiliário e sua aplicação aos fundos de investimento, todas cotas de fundos de investimento passaram a ser consideradas valores mobiliários, ficando sujeitas à regulamentação da CVM.

Em razão disso, alguns fundos de investimento anteriormente fiscalizados e regulamentados pelo Banco Central do Brasil (“BACEN”) também passaram a ser fiscalizados e regulamentados pela CVM. Dessa forma, a minuta de instrução visa a classificar e tornar mais uniforme a regulamentação aplicável a todos esses fundos de investimento.

Um dos pontos principais da minuta de instrução, com vistas à aumentar a proteção do pequeno investidor, é a simplificação do setor e definição clara dos fundos em função de seu ativo principal. Haveria, assim, uma grande redução dos quase trinta tipos de fundos existentes atualmente para 9 (nove) grandes espécies de fundos de investimento. De acordo com a minuta submetida à audiência pública, os fundos de investimento serão classificados em: (i) Curto Prazo; (ii) Referenciado; (iii) Renda Fixa; (iv) Ações; (v) Commodities; (vi) Dívida Externa; (vii) Multimercado; (viii) Previdenciários; e (ix) Exclusivos.

Outra inovação importante e muito discutida é a criação de um limite de 10% da carteira para aplicações compromissadas, ou over-night, que transformam um título longo em uma operação de curto prazo mediante a celebração de acordos de recompra com a própria instituição vendedora. É de se destacar também o ponto que trata de qual quota deverá ser usada como base para o cálculo de resgates eventualmente devidos aos quotistas: (i) a quota do dia anterior – quota de abertura, ou; (ii) a quota do final do dia no qual será devido o resgate – quota de fechamento. Outra inovação extremamente discutida pelo mercado foi a restrição de que somente os fundos de investimento que exijam de seus quotistas a aplicação mínima de R$100.000,00 (cem mil reais) poderão cobrar taxa de performance. Com relação à taxa de performance, existe, ainda, a discussão acerca da padronização do referencial para o cálculo desta taxa.

Vale ainda ressaltar a separação das responsabilidades de gestores, administradores e distribuidores, devendo cada um destes responder à CVM por seus atos, o que representa uma alteração nas regras atualmente em vigor.

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Com relação à alteração da regulamentação aplicável aos fundos de investimento, caso a minuta de instrução venha a ser aprovada conforme a proposta submetida à audiência pública, a CVM poderá cobrar de todos os tipos de fundos de investimento a taxa de fiscalização prevista na Lei nº 7.940, de 20 de dezembro de 1989, a qual é cobrada atualmente apenas dos fundos de investimento em ações, em direitos creditórios e em participações (também conhecidos como private equity) e de todos os fundos fechados no lançamento público de suas cotas.

No que se refere à disciplina específica de cada uma das 9 (nove) grandes espécies de fundos, os fundos de investimento classificados como “Curto Prazo” deverão aplicar seus recursos exclusivamente em títulos públicos federais pré-fixados ou indexados à taxa SELIC, com prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias, sendo o prazo médio da carteira do fundo inferior a 60 (sessenta) dias, vedada a utilização de derivativos, bem como a alavancagem da referida carteira. Os fundos de investimento classificados como “Referenciado” deverão identificar em sua denominação o seu indicador de desempenho, em função da estrutura dos ativos financeiros integrantes das respectivas carteiras, desde que, cumulativamente: (i) estipulem que, no mínimo, 95% (noventa e cinco por cento) da carteira seja composta por ativos financeiros de forma a acompanhar, direta ou indiretamente, a variação do indicador de desempenho (“benchmark”) escolhido; (ii) restrinjam a respectiva atuação nos mercados de derivativos à realização de operações com o objetivo de proteger posições detidas à vista; (iii) tenham no mínimo 80% (oitenta por cento) de seu patrimônio líquido representado, isolada ou cumulativamente por (a) títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do Bacen e (b) títulos e valores mobiliários de renda fixa cujo emissor esteja classificado na categoria baixo risco de crédito ou equivalente, com certificação por agência classificadora de risco localizada no país.

As classes de fundos de investimento “Renda Fixa”, “Ações” e “Commodities” serão definidas a partir do principal fator de risco associado à carteira do respectivo fundo de investimento, que deverá possuir, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de seu patrimônio líquido em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome a sua classe. O principal fator de risco de um fundo de investimento é o índice de preços, o preço do ativo ou a taxa de juros cuja variabilidade produza, efetiva ou potencialmente, maiores efeitos sobre o valor de mercado da carteira do fundo; desta forma: (i) no caso do fundo de investimento “Renda Fixa” o principal fator de risco da carteira desse fundo será a taxa de juros doméstica; (ii) no fundo de investimento classificado como “Ações” o principal fator de risco associado a sua carteira será a variação dos preços de ações das companhias abertas devidamente registradas na CVM, e; (iii) no fundo de investimento classificado como “Commodities”, o principal fator de risco da carteira deverá ser a variação de preço de uma “commodity”, que seja negociada ou tenha seus derivativos cotados em bolsa de mercadorias ou futuros.

Os fundos de investimento classificados como “Dívida Externa” deverão aplicar, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de seu patrimônio em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da União, sendo permitida a aplicação de até 20% (vinte por cento) do patrimônio em outros títulos de crédito transacionados no mercado internacional.

Os fundos de investimento “Multimercado” deverão possuir políticas de investimento que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais classes dos fundos de investimento.

Os fundos de investimento classificados como “Previdenciários” serão aqueles constituídos para receber aplicações exclusivamente dos FAPI – Fundo de Aposentadoria Integral do Trabalhador, PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre, VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre ou de entidades abertas ou fechadas de previdência privada.

Os fundos de investimento “Exclusivos” serão aqueles constituídos para receber aplicações de um único quotista, diferente daqueles mencionados no parágrafo anterior.

Além dessas classes, e assim como já permitido pela Instrução CVM nº 302, de 05 de maio de 1999, poderão ser constituídos fundos de investimento exclusivamente para investidores qualificados e fundos de investimento em quotas de fundos de investimento.

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Os fundos de investimento para investidores qualificados deverão ter como quotistas exclusivamente: (i) instituições financeiras; (ii) companhias seguradoras e sociedades de capitalização; (iii) entidades abertas e fechadas de previdência complementar; (iv) pessoas jurídicas não financeiras com patrimônio líquido igual ou superior a R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais); (v) pessoas físicas que possuam carteira de títulos e valores mobiliários e/ou quotas de fundos em valor superior a R$1.000.000,00 (um milhão de reais) ; (vi) fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados, e; (vii) pessoas físicas com patrimônio superior a R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais), devidamente comprovado através de declaração de rendimentos para fins de imposto de renda.

Já os fundos de investimento em quotas de fundos de investimento deverão manter, no mínimo, 95% (noventa e cinco por cento) de seu patrimônio investido em quotas de fundos de investimento de uma mesma classe, exceto os fundos de investimento em quotas classificados como “Multimercado”, que poderão investir em quotas de fundos de investimentos de classes distintas Esses fundos multimercado não poderão aplicar seus recursos em quotas de: (i) Fundos de Investimento Imobiliário; (ii) Fundos de Investimento em Participações; (iii) Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional; (iv) Fundos de Investimento em Direitos Creditórios; (v) Fundos de Investimento em Quotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios; (vi) Fundos de Investimento em Direitos Creditórios no Âmbito do Programa de Incentivo à Implementação de Projetos de Interesse Social, e; (vii) Fundo de Desenvolvimento Social -FDS.

Observe-se, por fim, que, de acordo com declarações do Presidente da CVM, Marcelo Trindade, o texto final com a nova regulamentação sobre fundos de investimentos pode voltar à audiência pública antes de a instrução ser definitivamente homologada, já que a CVM recebeu um número recorde de sugestões acerca do mesmo.

EDITAL DE AUDIÊNCIA PÚBLICA CVM – MINUTA DE INSTRUÇÃO

CONSOLIDANDO AS ENTIDADES DE PROPÓSITO ESPECÍFICO NAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DAS COMPANHIAS ABERTAS

Encerrou-se no dia 20 de abril passado o prazo para o encaminhamento de comentários e sugestões à Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) sobre a minuta de instrução que dará nova disciplina à inclusão de Entidades de Propósito Específico (“EPEs”) nas demonstrações contábeis consolidadas das companhias abertas. A minuta de instrução havia sido submetida à audiência pública em 29 de dezembro de 2003.

A minuta de instrução submetida à audiência pública alinhada-se ao "Standing Interpretation Committee nº 12, Consolidation – Special Purpose Entities, de junho de 1998, e está inserida no contexto de um esforço da CVM, ao longo dos últimos anos, de orientar o seu trabalho de regulação contábil ao alinhamento das práticas contábeis brasileiras, aplicáveis às companhias abertas, às praticas contábeis internacionais, tendo como principal referência as recomendações emitidas pelo IASB - International Accounting Standard Board.

Dentro dessa linha de atuação a nova minuta modifica o enfoque dado pela Instrução CVM nº 247, de 27 de março de 1996, que atualmente regulamenta a inclusão das EPEs nas demonstrações financeiras das companhias abertas, quanto ao critério que determina a obrigação de inclusão da EPE nas demonstrações contábeis consolidadas das companhias abertas. Segundo a regra em vigor, o critério é eminentemente de participação societária votante, enquanto na minuta de instrução o critério prevalecente é o controle das EPEs.

Nesse sentido, a minuta de instrução estabelece em seu artigo 2º que existem indicadores de controle quando, cumulativamente, direta ou indiretamente: (i) as atividades da EPE são conduzidas em nome de companhia aberta e em função de suas necessidades operacionais específicas; (ii) a companhia aberta tem o poder de decisão ou os direitos para obter a maioria dos benefícios das atividades da EPE, podendo, em conseqüência, estar exposta aos riscos decorrentes dessas atividades, e; (iii) a companhia aberta retém a maioria dos riscos de propriedade relacionados com a atividade da EPE ou de seus ativos.

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Também devem ser levados em conta na avaliação de indicadores de controle e da, conseqüente, necessidade de inclusão das EPEs nas demonstrações consolidadas da companhia aberta, os “Indicadores de Controle sobre uma EPE” elencados na nota explicativa anexa à minuta de instrução, que se subdividem nos seguintes itens:

(I) ATIVIDADES.

As atividades da EPE são primordialmente conduzidas em benefício de companhia aberta que, direta ou indiretamente, criou a EPE de acordo com suas necessidades empresariais específicas, sendo certo que a simples dependência econômica de uma EPE em relação a uma companhia aberta não caracteriza, por si só, o controle;

(II) TOMADA DE DECISÕES.

A companhia aberta tem o poder de tomar as decisões que lhe assegurem o controle da EPE ou a possibilidade de vir, eventualmente, a obtê-lo;

(III) BENEFÍCIOS.

A companhia aberta é destinatária da maioria dos benefícios das atividades da EPE, em virtude de qualquer instrumento ou acordo apto a lhe garantir esse direito. Referido direito aos benefícios da EPE pode ser indicador de controle quando especificado em favor de uma entidade que costuma transacionar com uma EPE, e que aufira continuamente benefícios resultantes do desempenho financeiro da EPE; e

(IV) RISCOS.

O desequilíbrio nos riscos assumidos por cada parte que mantém transações com uma EPE pode ser indício de controle. Freqüentemente, a companhia aberta garante, direta ou indiretamente, um retorno ou proteção de crédito por meio da EPE, para investidores externos que proporcionam substancialmente todo o capital para a EPE. Como resultado da garantia, a EPE retém os riscos residuais ou de propriedade e os investidores são, basicamente, os únicos credores, porque sua exposição a ganhos e perdas é limitada.

Com a exigência de inclusão das EPEs nas demonstrações contábeis das companhias abertas, estas deverão incluir em suas notas explicativas: (i) a natureza, propósito e atividades da EPE e (ii) o tipo e o valor dos ativos consolidados que estejam em garantia das obrigações de EPEs. Ainda, na hipótese de as EPEs não estarem incluídas nas demonstrações contábeis consolidadas, as notas explicativas deverão incluir: (i) a natureza, propósito e atividades da EPE; (ii) a natureza do envolvimento com a EPE; (iii) o tipo de exposição a perdas decorrentes desse envolvimento com a EPE e (iv) a identificação do beneficiário principal ou grupo de beneficiários principais das atividades das EPEs.

Pretende-se, desta forma, evidenciar nas demonstrações contábeis consolidadas certos negócios “controlados” por companhias abertas, que não eram incluídos em suas demonstrações financeiras, mas que afetavam, muitas vezes de forma significativa, a situação financeira e patrimonial da companhia.

BREVES

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.177, DE 08 DE MARÇO DE 2004

O CMN, através da Resolução CMN nº 3.177, de 08 de março de 2004 (“Resolução CMN nº 3.177/04”), proibiu que as instituições financeiras integrantes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (“SBPE”) aumentem suas aplicações em Letras Hipotecárias (“LH’s”) e Letras de Crédito Imobiliário (“LCI’s”), limitando a aquisição de LH’s e LCI’s, por instituição, à posição verificada em 09 de março de 2004. As aplicações deverão ser atualizadas mensalmente pelo mesmo rendimento das LCI’s e LH’s adquiridas.

Tal medida se coaduna com uma série de mudanças anunciada pelo governo federal nos últimos meses para ampliar a oferta de crédito imobiliário e incentivar a retomada do setor de construção civil.

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Ainda nessa linha de retomada do fluxo de crédito para a construção de imóveis, o CMN, também por meio do referido normativo, determinou que os bancos duplicassem a velocidade de redução das aplicações “virtuais” no Fundo de Compensação de Variações Salariais (“FCVS”), as quais são computadas para cumprimento do direcionamento obrigatório de 65% dos recursos das cadernetas de poupança para o crédito imobiliário, alterando de 1/100 para 1/50 a fração de dedução de cada posição mensal dos créditos correspondentes à dívida do FCVS.

Por fim, a Resolução CMN nº 3.177/04 estabelece que, a partir da posição relativa ao mês de março de 2004, os recursos captados em depósitos de poupança que não forem aplicados na forma determinada pela regulamentação específica (65% em operações de financiamento imobiliário, conforme mencionado anteriormente), deverão ser recolhidos ao BACEN no dia 15 (quinze) do mês subseqüente ao da posição apurada (ou dia útil imediatamente posterior), permanecendo indisponíveis até o dia 15 (quinze) do mês subseqüente ao do recolhimento (ou dia útil imediatamente posterior).

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.181, DE 29 DE MARÇO DE 2004

O CMN, por meio da Resolução CMN nº 3.181, de 29 de março de 2004, estabeleceu que a alienação de títulos públicos federais classificados na categoria “títulos mantidos até o vencimento” não descaracteriza a classificação, pelas instituições financeiras, dos mesmos na categoria “títulos mantidos até o vencimento”, desde que simultaneamente sejam adquiridos novos títulos desta natureza, com prazo de vencimento superior e em montante igual ou superior ao dos títulos alienados.

Nos termos da referida Resolução, as informações abaixo, pertinentes à alienação, devem ser divulgadas em nota explicativa às demonstrações contábeis das instituições financeiras: (i) o montante dos investimentos alienados; (ii) o efeito da alienação no resultado, e; (iii) a justificativa para a alienação.

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.171, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2004

O CMN, por meio da Resolução CMN nº 3.171, de 19 de fevereiro de 2004 (“Resolução CMN nº 3171/04”), dispôs sobre a realização de operações compromissadas de que trata o regulamento anexo à Resolução CMN nº 2.950, de 17 de abril de 2002 (“Resolução CMN 2.950/02”). De acordo com o disposto na Resolução CMN nº 3.171/04, passou a ser exigido que, na realização de determinadas operações e compromissos envolvendo títulos de renda fixa de que trata o regulamento anexo à Resolução CMN nº 2.950/02, a livre movimentação de qualquer dos títulos de renda fixa objeto dessas operações dependerá de registro e de liquidação financeira no âmbito de uma mesma câmara ou de um mesmo prestador de serviço de compensação e de liquidação autorizado pelo BACEN, que atue como parte contratante para fins de liquidação das operações realizadas por seu intermédio.

ABRIL

CARTA-CIRCULAR BACEN Nº 3.129, DE 01 DE ABRIL DE 2004

O Banco Central do Brasil (“BACEN”), por meio da Carta-Circular nº 3.129, de 1º de abril de 2004, divulgou o procedimento aplicável à instrução, por parte de instituições financeiras, demais instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN e administradoras de consórcio, de processos que envolvam reforma estatutária ou alteração contratual, ou, ainda, que tratem de autorização para administração ou autorização para funcionamento de grupos de consórcio.

De acordo com a Carta-Circular nº 3.129/04, os referidos processos que envolvam reforma estatutária ou alteração contratual, e de requerimento de autorização para administração ou autorização para funcionamento de grupos de consórcio devem ser instruídos com declaração confirmando que, conforme o caso, o estatuto social, aprovado na assembléia geral de constituição ou consolidado na assembléia geral ordinária e/ou extraordinária, ou o contrato social, inicial ou consolidado em alteração contratual, submetido à apreciação do BACEN confere, em seu inteiro teor, com o documento encaminhado, via internet, nos termos do art. 1º da Circular

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BACEN nº 3.215, de 12 de dezembro de 2003, fazendo-se menção ao número do protocolo de encaminhamento do documento via internet.

CIRCULAR BACEN Nº 3.231, DE 2 DE ABRIL DE 2004

O BACEN editou a Circular BACEN nº 3.231, em 2 de abril de 2004, para divulgar o novo “Regulamento de Câmbio de Importação”, que constitui o capítulo 6 da Consolidação das Normas Cambiais – CNC. Dentre as alterações implementadas, destacam-se (i) a adequação dos aspectos referentes à multa de importação aos termos da Lei nº 10.755, de 3 de novembro de 2003; (ii) a alteração das situações em que é permitida a contratação de câmbio por pessoa diversa do importador indicada na correspondente Declaração de Importação – DI; (iii) permissão do pagamento antecipado ou à vista, bem como a abertura de carta de crédito para importações cuja Licença de Importação seja autorizada para embarque ou deferida no âmbito do Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX; e (iv) explicitação de que o pagamento em moeda nacional de importação brasileira deve ser efetuado mediante transferência internacional em reais para crédito à conta corrente em moeda nacional, aberta e mantida no Brasil nos termos da legislação e regulamentação em vigor, de titularidade do exportador estrangeiro ou de outra pessoa física ou jurídica que comprovadamente seja o legítimo credor.

CIRCULAR BACEN Nº 3.232, DE 6 DE ABRIL DE 2004

Através da Circular BACEN nº 3.232, de 6 de abril de 2004, foi divulgado o novo regulamento do Sistema de Informações do BACEN (“SISBACEN”). Dentre as alterações no referido regulamento, merecem destaque a dispensa de comprovação de regularidade fiscal, para com a previdência social e para com o FGTS, das pessoas jurídicas interessadas em contratar o acesso ao SISBACEN que tenham obrigação legal ou regulamentar de prestar informações ao BACEN por meio do SISBACEN ou, ainda, de nele inserir registros.

CARTA-CIRCULAR BACEN Nº 3.131, DE 13 DE ABRIL DE 2004 E

CIRCULAR BACEN Nº 3.234, DE 15 DE ABRIL DE 2004

Por meio da Carta-Circular BACEN nº 3.131, de 13 de abril de 2004, o BACEN promoveu ajustes no capítulo 1 da Consolidação das Normas Cambiais (“CNC”), para a inclusão de código específico para ingressos e conversões de créditos para absorção de prejuízos de empresas receptoras de investimento externo direto.

A CNC sofreu, ainda, outras alterações com a edição pelo BACEN da Circular BACEN nº 3.234, de 15 de abril de 2004, para prever a assinatura digital em contratos de câmbio por meio da utilização de certificados digitais no âmbito da Infra-Estrutura de Chaves Públicas (ICP-Brasil). A Circular BACEN nº 3.234/2004 ainda veio a uniformizar a exigência de guarda dos documentos que respaldam as operações de câmbio pelo prazo de 5 (cinco) anos, contados do término do exercício em que tenha ocorrido a finalização da operação, para apresentação ao BACEN, se solicitada. Foram também alteradas as exigências relativas aos dados cadastrais dos clientes, mantidos pelas instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio.

INSTRUÇÃO CVM Nº 406, DE 27 DE ABRIL DE 2004

A Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) editou, em 27 de abril de 2004, a Instrução CVM nº 406, que dispõe sobre a constituição, o funcionamento e a administração dos fundos de investimento em participações, de que trata a Instrução CVM nº 391, de 16 de julho de 2003, que obtenham apoio financeiro de organismos de fomento.

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Nos termos da referida norma, entende-se por organismos de fomento (i) os organismos multilaterais; (ii) as agências de fomento; ou (iii) bancos de desenvolvimento, que possuam recursos provenientes de contribuições e cotas integralizadas majoritariamente com recursos orçamentários de um único ou diversos governos, e cujo controle seja governamental ou multi-governamental. Os fundos de investimento em participações que obtenham apoio financeiro direto de organismos de fomentos estão autorizados a (i) emitir cotas de diferentes classes, a que sejam atribuídos direitos econômico-financeiros e/ou políticos diferenciados, a serem estabelecidos no regulamento do fundo; e (ii) contrair empréstimos, diretamente, dos organismos, das agências de fomento ou dos bancos de desenvolvimento citados acima, limitados ao montante correspondente a 30% (trinta por cento) dos ativos do fundo. O exercício das faculdades previstas nos itens (i) e (ii), no entanto, somente será permitido após a obtenção do compromisso formal de apoio financeiro de organismos de fomento, que importe a realização de investimentos ou na concessão de financiamentos em favor do fundo.

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.192 DE 30 DE ABRIL DE 2004.

O Conselho Monetário Nacional (“CMN”) editou a Resolução nº 3.192, de 30 de abril de 2004, alterando as disposições da Resolução CMN nº 1.065, de 5 de dezembro de 1985, que regula a aplicação das penalidades às instituições financeiras, seus administradores, membros de conselhos consultivos, fiscais e semelhantes, gerentes e demais que infrinjam o disposto na Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, na Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, e na Lei nº 4.829, de 5 de novembro de 1965, bem como outras normas legais ou regulamentares aplicáveis.

De acordo com a referida resolução, os capítulos do Manual de Normas e Instruções do Banco Central do Brasil (“MNI”) alterados de forma relevante são aqueles que tratam da multa pecuniária e da intimação (MNI 5-3-4, 5-3-8 e 5-4-2).

Dessa forma, os valores das multas pecuniárias aplicáveis às instituições financeiras por descumprimento ao disposto nas citadas leis, e em outras normas legais ou regulamentares aplicáveis, que anteriormente encontravam-se limitadas a R$ 100.000,00 (cem mil reais), passaram a ser de até R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais), obedecida a gradação, conforme a gravidade da conduta, estabelecida pelo CMN relativamente a cada infração relacionada na Resolução CMN nº 3.192/2004.

A Resolução CMN 1.065/85, em sua parte que versa sobre os valores das multas aplicáveis a pessoas físicas ou jurídicas que atuem nos mercados financeiro, de câmbio ou de capitais sem estar devidamente autorizada pelo BACEN (e ressalvada a competência da CVM), também foi alterada, elevando-se o montante máximo da multa a R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais), em comparação com o limite anteriormente previsto de R$ 100.000,00 (cem mil reais) . A redação até então vigente a respeito das multas dispunha que a falta de pagamento da multa dentro do prazo estabelecido pelo BACEN, ensejaria a incidência de atualização monetária e de juros moratórios, à razão de 1% ao mês, calculados pró-rata-die. A nova redação dos itens do MNI relativos à aplicação de multas visa à adaptar as normas regulamentares ao que dispõe a Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, sobre a atualização e cobrança de juros sobre os créditos não pagos ao BACEN quando devidos. Segundo o artigo 37 da citada lei, em caso de falta de pagamento, tais créditos serão acrescidos de (i) juros de mora, contados a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento, equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (“SELIC”) para os títulos federais, acumulada mensalmente, até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) no mês de pagamento; e (ii) multa de mora de 2% (dois por cento), a partir do primeiro dia após o vencimento do débito, acrescida, a cada 30 (trinta) dias, de igual percentual, até o limite de 20% (vinte por cento), incidente sobre o valor atualizado.

As disposições relativas à forma de publicação das intimações foram igualmente modificadas pela Resolução CMN nº 3.192/04, passando a ser obrigatória a publicação de intimação por edital apenas no Diário Oficial, não se fazendo mais necessária tal publicação em jornal de grande circulação no estado onde estiver domiciliado o infrator. Adicionalmente, a intimação será

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considerada realizada no trigésimo dia após a publicação do respectivo edital, e não no término do prazo fixado no edital, como previa a Resolução CMN nº 1.065/85.

MAIO

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.198 DE DIA 28 DE MAIO DE 2004

A Resolução nº 3.198 do Conselho Monetário Nacional (“CMN”), publicada pelo Banco Central do Brasil (“Bacen”) no dia 28 de maio de 2004, data em que passou a vigorar (“Resolução CMN nº 3.198/04”), alterou e consolidou a regulamentação relativa à prestação de serviços de auditoria independente para instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen e para as câmaras e prestadores de serviços de compensação e liquidação.

O regulamento anexo à Resolução CMN nº 3.198/04 estabelece: (i) quais demonstrações contábeis devem ser obrigatoriamente auditadas por auditores independentes (pessoas físicas ou jurídicas) registrados na Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) e que atendam aos requisitos mínimos a serem fixados pelo Bacen; (ii) a responsabilidade das instituições, câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação (“Instituições”) de fornecer ao auditor independente todos os dados, informações e condições necessários para o efetivo desempenho na prestação de seus serviços e a carta de responsabilidade da administração, de acordo com as normas do Conselho Federal de Contabilidade (“CFC”), sem eximir o auditor independente de responsabilidade; (iii) a independência do auditor independente, vedando, em linhas gerais: (a) a ocorrência de quaisquer hipóteses de impedimento ou incompatibilidade para a prestação do serviço de auditoria independente previstas em normas e regulamentos da CVM, do CFC ou do IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (“IBRACON”); (b) a sua participação acionária, direta ou indireta, na entidade auditada ou em suas ligadas; (c) a existência de operação ativa ou passiva junto à entidade auditada ou suas ligadas; (d) a participação de responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qualquer outro integrante, com função de gerência, do auditor independente substituído, nos trabalhos de auditoria independente realizados pelo seu sucessor para a mesma entidade, em prazo inferior a um ano da substituição; pagamento de honorários e reembolso de despesas do auditor independente, pela entidade auditada, isoladamente, ou em conjunto com suas ligadas, com representatividade igual ou superior a 25% do faturamento total do auditor independente naquele ano; (iv) a substituição periódica do auditor independente contratado (no máximo, após emitidos pareceres relativos a cinco exercícios sociais completos) pelas Instituições; (v) a constituição de um órgão estatutário com a denominação de Comitê de Auditoria, pelas Instituições que tenham apresentado (a) patrimônio de referência igual ou superior a R$ 1 bilhão; ou (b) administração de recursos de terceiros em montante, nos últimos 2 exercícios sociais, igual ou superior a R$ 1 bilhão ou (c) somatório das captações de depósito e de administração de recursos de terceiros em montante igual ou superior a R$ 5 bilhões; (vi) a contratação ou manutenção de auditor independente pelas Instituições condicionada à aprovação do responsável técnico, diretor, gerente, supervisor ou qualquer outro integrante, com função de gerência, da equipe envolvida nos trabalhos de auditoria, em exame de certificação organizado pelo CFC em conjunto com o IBRACON; (vii) as normas e procedimentos de auditoria a serem observados pelos auditores independentes durante a prestação de seus serviços.

O regulamento anexo à Resolução CMN nº 3.198/04 prevê, ainda, o acesso do Bacen, a qualquer tempo e mediante solicitação formal, aos papéis de trabalho do auditor independente e quaisquer outros documentos relacionados à emissão do respectivo relatório.

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.197, DE 27 DE MAIO DE 2004

O CMN, por meio da Resolução CMN nº 3.197, de 27 de maio de 2004 (“Resolução CMN nº 3.197/04”), resolveu facultar, às instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Bacen, a tomar títulos por empréstimo (definido, para efeito do disposto no referido normativo, como a operação em que as partes realizam mútuo de ativos, por tempo determinado, e com pagamento de prêmio pela contratante tomadora), bem como trocar (entendendo-se por

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“troca”, para efeito do disposto na referida resolução, a operação em que uma parte figura como doadora de um ou mais ativos e tomadora de outro ativo ou conjunto de ativos, enquanto que a outra parte figura também como tomadora e doadora, respectivamente, desses mesmos ativos, por idêntico prazo, com pagamento de prêmio por uma das contratantes e retorno dos papéis, ao final do contrato, às posições originalmente detidas) e emprestar títulos integrantes de suas respectivas carteiras, quando se tratar de operações liquidadas financeiramente no âmbito de câmaras ou prestadores de serviço de compensação e liquidação autorizados pelo Bacen.

Referidas operações podem ser realizadas com pessoas físicas e jurídicas integrantes ou não do Sistema Financeiro Nacional, sendo certo que estas operações devem ser computadas para efeito dos limites estabelecidos na Resolução CMN nº 2.950, de 17 de abril de 2002, que consolida as normas que disciplinam as operações e os compromissos envolvendo títulos de renda fixa.

INSTRUÇÃO CVM Nº 407, DE 10 DE MAIO DE 2004

A Instrução CVM nº 407, de 10 de maio de 2004 (“Instrução CVM nº 407/04”), alterou a Instrução CVM nº 405, a qual dispõe sobre o envio de informações e o registro na CVM de determinados fundos de investimento, dentre os quais os fundos de investimentos financeiros, os fundos de aplicação em quotas de fundos de investimento e os fundos de investimento no exterior. De acordo com a Instrução CVM nº 407/04, o balancete dos fundos deverá ser encaminhado à CVM mensalmente no prazo máximo de 15 dias após o encerramento do mês a que se referirem. Adicionalmente, a Instrução CVM nº 407/04 substituiu o envio das informações semanais exigidas dos referidos fundos, que até então eram encaminhadas ao Bacen, pelo envio do demonstrativo de composição e diversificação das aplicações, através do sistema de informações da CVM na rede mundial de computadores.

ALTERAÇÕES NA CONSOLIDAÇÃO DAS NORMAS CAMBIAIS –

CARTA-CIRCULAR BACEN Nº 3.131/04 E CIRCULAR BACEN Nº3.234/04

Em 13 de abril de 2004, por meio da Carta-Circular nº 3.131, o BACEN promoveu ajustes no capítulo 1 da Consolidação das Normas Cambiais (“CNC”), para a inclusão de código específico para ingressos e conversões de créditos para absorção de prejuízos de empresas receptoras de investimento externo direto.

A CNC sofreu, ainda, outras alterações em 15 de abril de 2004, ocasião em que o BACEN editou a Circular 3.234 (“Circular BACEN nº 3.234/04”), por meio da qual alterou a regulamentação cambial para prever a assinatura digital em contratos de câmbio por meio da utilização de certificados digitais no âmbito da Infra-Estrutura de Chaves Públicas (ICP-Brasil).

A mesma circular veio, ainda, uniformizar a exigência de guarda dos documentos que respaldam as operações de câmbio estabelecendo o prazo de 5 (cinco) anos, contados do término do exercício em que tenha ocorrido a finalização da operação, para apresentação ao BACEN, se solicitada. Da mesma forma, a circular revisou as exigências relativas aos dados cadastrais dos clientes, mantidos pelas instituições financeiras autorizadas a operar em câmbio.

Por fim, por meio da Circular BACEN nº 3.234/04, foram divulgadas as folhas necessárias à atualização do Regulamento sobre Contrato de Câmbio e Classificação de Operações do Mercado de Câmbio de Taxas Livres e do Regulamento do Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes, que constituem os capítulos 1 e 2 da CNC, respectivamente.

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BREVES

CIRCULAR BACEN Nº 3.237, DE 7 DE MAIO DE 2004

Em 7 de maio de 2004, o BACEN aprovou o novo Regulamento do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), que estabelece as regras sobre a custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional e do Bacen, bem como trata do registro e a liquidação de operações envolvendo os referidos títulos.

JUNHO

RESOLUÇÃO CMN Nº 3203 DE 17 DE JUNHO DE 2004

O Conselho Monetário Internacional (“CMN”) editou, em 17 de junho de 2004, a Resolução 3.203, dispondo sobre a abertura, manutenção e movimentação de contas de depósitos à vista, por pessoas físicas brasileiras que se encontrem temporariamente no exterior.

De acordo com este normativo, foi facultada aos bancos múltiplos com carteira comercial, aos bancos comerciais e à Caixa Econômica Federal, a possibilidade de abertura dessas contas de depósito desde que preenchidas algumas condições, como (i) a possibilidade de abertura da conta de depósitos por meios eletrônicos como a Internet, terminais de auto-atendimento, telefone e outros; (ii) a limitação quantitativa para depósitos, fixada no valor mensal máximo de R$ 10.000,00 (dez mil reais); (iii) a especificação da modalidade de conta que somente poderá ser do tipo conta individual; (iv) a vedação de fornecimento de talões de cheques e/ou cartões magnéticos para a movimentação da conta; (v) a obrigatoriedade de comparecimento do titular da conta à instituição financeira onde a mesma é mantida, sob pena de suspensão da realização de débitos na conta de depósitos; e (vi) a obrigatoriedade de encaminhamento de cópia de documento de identificação do correntista à instituição financeira no prazo máximo de trinta dias a partir da data da abertura da conta de depósito, sob pena de suspensão da realização de novos depósitos.

CIRCULAR BACEN N° 3.241 DE 17 DE JUNHO DE 2004

O Banco Central do Brasil (“BACEN”) editou, em 17 de junho de 2004, a Circular n° 3.241 que divulga o título 13 do Regulamento de Câmbio de Importação referente ao pagamento de importações em Reais.

O referido título reafirma que o pagamento de importação brasileira em moeda nacional deve ser efetuado mediante transferência internacional em reais para crédito à conta corrente em moeda nacional, aberta e mantida no Brasil, de titularidade do exportador estrangeiro ou de outro legítimo credor.

Entre as alterações do novo normativo, destaca-se (i) o acréscimo de requisitos que regulamentam o pagamento de importações em reais, que passa a ser obrigatório tratando-se de pagamento antecipado ou à vista, sendo efetuados pelo seu valor líquido, deduzida a parcela relativa à comissão de agente que deve ser creditada ao beneficiário diretamente; e (ii) a permissão da utilização da DI emitida antes de 5 abril de 2004, para amparar o pagamento da importação em reais a partir das datas de vencimento originalmente licenciadas, bem como o pagamento mediante crédito em conta de instituição financeira do exterior até 1° de outubro de 2004.

CIRCULAR BACEN Nº 3.242, DE 23 DE JUNHO DE 2004

O BACEN editou, em 23 de junho de 2004, a Circular 3.242 que alterou o Regulamento do Mercado de Câmbio de Taxas Flutuantes, eliminando a vedação para concessão de crédito a usuários de cartão de crédito para financiamento de bens e de serviços adquiridos no exterior, e atualizando o Capítulo 2 da Consolidação das Normas Cambiais (“CNC”).

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O referido capítulo da CNC enuncia que é admitida, no exterior, a utilização de cartões de crédito emitidos no Brasil em favor de pessoas físicas (cartão pessoal) ou jurídicas (cartão empresarial) residentes ou domiciliadas no país, tendo cada cliente, no entanto, limite de crédito que deverá ser analisado pela administradora do cartão, e desde que tais despesas de cartões de crédito sejam oriundas de gastos no exterior, em viagens a qualquer título.

Por fim, o normativo estabelece que a fatura dos gastos deve ser emitida em dólares dos Estados Unidos ou em reais, discriminando cada despesa na moeda estrangeira na qual foi realizada. O pagamento da mesma deve ser realizado pelo equivalente em reais em banco que mantenha convênio de serviços com a respectiva empresa brasileira administradora do cartão de crédito, devendo ser utilizada, para efeito de conversão do valor devido em moeda estrangeira para moeda nacional, a taxa aplicável às operações da espécie no dia.

CIRCULAR BACEN 3.243 DE 23 DE JUNHO DE 2004

O BACEN editou, em 23 de junho de 2004, a Circular 3.243 que altera as disposições acerca da utilização de cartões de crédito internacionais.

Por força deste normativo, os bancos múltiplos com carteira comercial, os bancos comerciais e à Caixa Econômica Federal ficam obrigadas a fornecer ao BACEN, mensalmente, identificação do remetente e do beneficiário da remessa advinda do exterior e depositada na conta de depósito, bem como da demonstração dos valores transacionados através da mesma.

Pro fim, a Circular 3.243 atualizou o capítulo 2 da Consolidação das Normas Cambiais, permitindo a efetuação de transferências de valores para as contas de depósito à vista, através de cartões de créditos emitidos no exterior, desde que atendidas as formalidades de que tratam a Resolução 3.203 e a Circular 3.243.

CIRCULAR BACEN Nº 3.244 DE 30 DE JUNHO DE 2004

O BACEN editou, em 30 de junho de 2004, a Circular n° 3.244 que regula a remessa de informações a consorciados, disposta no art. 14 da Circular n° 2381/93, e altera a redação do art. 22 da Circular n° 2381/93, que trata do arquivamento de documentos na sede da administradora. Este normativo admite a utilização de meios eletrônicos nas remessas compulsórias, da administradora aos consorciados, da última Demonstração das Variações nas Disponibilidades de Grupos e do Demonstrativo Individual do Consorciado.

Adicionalmente o novo normativo alterou o artigo 22 da Circular 2.381, estipulando que as administradoras de consórcio devem manter os documentos relativos à escrituração da administradora, dos grupos e do consolidado dos grupos, bem como os correspondentes demonstrativos contábeis, em locais que facilite o acesso pelos consorciados, não mais necessariamente em sua sede.

SÚMULAS

ABRIL

SÚMULA Nº 289

restituição das parcelas pagas a plano de previdência privada deve ser objeto de correção plena, por índice que recomponha a efetiva desvalorização da moeda.

Tendo em vista as inúmeras controvérsias sobre o tema, a Súmula nº 289 sedimentou o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (“STJ”) acerca da necessidade de correção plena,

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por índice que recomponha a efetiva desvalorização da moeda, de parcelas pagas a plano de previdência privada objeto de restituição. Sendo assim, o empregado tem o direito de receber a restituição das contribuições vertidas em seu favor, devidamente corrigidas por índices que revelam a realidade da desvalorização da moeda, ainda que o estatuto da entidade estabeleça critério de reajuste diverso, posto que o que se pretende é a preservação do valor real das contribuições efetuadas pelos beneficiários.A

SÚMULA Nº 290

Nos planos de previdência privada, não cabe ao beneficiário a devolução da contribuição efetuada pelo patrocinador.

No tocante às contribuições efetuadas pelo empregador aos planos de previdência privada, entendeu o STJ que a devolução de tais contribuições ao empregado não é cabível. Tal entendimento tem por fundamento o fato de não ser possível a devolução ao empregado daquilo que não foi desembolsado pelo mesmo. Segundo o entendimento do STJ, as contribuições feitas pelo empregador a planos de previdência privada não se confundam com salário indireto, uma vez que (i) a finalidade para a qual se destina o plano é a complementação da aposentadoria; (ii) o ingresso no plano de previdência privada é facultativo; e (iii) a poupança destina-se a uma complementação do valor da aposentadoria, para isso concorrendo o empregado diretamente, por sua livre e espontânea vontade. A devolução, portanto, só pode alcançar a parte que efetivamente foi paga pelo empregado demitido que interrompa o sistema de aposentadoria.

SÚMULA Nº 293

A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.

O STJ, por meio da Súmula nº 293, pacificou o entendimento de que não há descaracterização do contrato de arrendamento mercantil em razão da cobrança antecipada do valor residual garantido (“VRG”), por entender que a antecipação do VRG não implica em antecipação do exercício de opção de compra, posto subsistirem as opções tanto pela compra, quanto pela devolução do bem ou prorrogação do contrato Em outras palavras, a antecipação do valor residual não implica necessariamente no exercício da opção de compra, haja vista que, se no término do contrato o arrendatário não se interessar pela compra, terá a quantia devolvida ou não, de acordo com o preço que o bem for vendido a um terceiro.

SÚMULA Nº 294

Não é potestativa a cláusula contratual que prevê a comissão de permanência, calculada pela taxa média de mercado, apurada pelo Banco Central do Brasil, limitada à taxa do contrato.

O STJ divulgou a Súmula nº 294 a fim de dirimir eventuais dúvidas quanto à aplicação da taxa média de mercado, apurada pelo BACEN, limitada à taxa do contrato, como taxa válida para cálculo da comissão de permanência prevista em cláusula contratual. Por ser aferida pelo BACEN, essa taxa não seria potestativa, ou seja, sua fixação não dependeria da instituição financeira mutuante. De acordo com a Resolução CMN nº 1.129/86, a comissão de permanência será calculada com base no que for pactuado no contrato original ou à taxa de mercado do dia do pagamento.

SÚMULA Nº 295

A Taxa referencial (TR) é indexador válido para contratos posteriores à Lei nº 8.177/91, desde que pactuada.

A Súmula nº 295, por sua vez, apontou o entendimento já consolidado no STJ de que não existe qualquer vedação legal para a utilização de Taxa Referencial (“TR”) como base para remuneração dos contratos posteriores à Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991, desde que livre e expressamente pactuada. Não haveria ilegalidade em estipular a TR, pois o artigo 11 dessa lei prevê que, nas operações realizadas no mercado financeiro, é admitida a utilização da TR e TRD como base na remuneração dos respectivos contratos, somente quando não tenham prazo ou período de repactuação inferior a noventa dias.

Referências

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