• Nenhum resultado encontrado

GUIOMAR, Nuno; RAMALHO, Carlos; PINHO, João; PAULO, Susana; MARTINS, João

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "GUIOMAR, Nuno; RAMALHO, Carlos; PINHO, João; PAULO, Susana; MARTINS, João"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

ANÁLISE DE PADRÕES ESPACIAIS EM

SIG PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE

FAIXAS E MOSAICOS DE GESTÃO DE

COMBUSTÍVEIS FLORESTAIS

Contributos metodológicos para a definição da rede de defesa da floresta contra incêndios

GUIOMAR, Nuno; RAMALHO, Carlos; PINHO, João; PAULO, Susana; MARTINS, João

PALAVRAS CHAVE: Rede de Defesa da Floresta, Gestão de Combustíveis, Análise Espacial, Padrões da Paisagem

RESUMO

Os incêndios florestais constituem uma verdadeira calamidade provocando consideráveis prejuízos económicos, ecológicos e sociais. A prevenção tem como objectivo primordial a redução da ocorrência de incêndios e dos seus impactes, através da redução das fontes de ignição, da aplicação de modelos de gestão que visem o decréscimo da intensidade e severidade do fogo, assim como da susceptibilidade e vulnerabilidade dos povoamentos florestais, permitindo em simultâneo o aumento da capacidade de detecção e supressão de incêndios através da infra-estruturação territorial planeada sobre um mosaico espacial complexo, e amplificar a capacidade das comunidades para lidarem com os impactes negativos do fogo.

A redução da perigosidade de incêndio pela gestão da carga combustível acumulada nos espaços florestais, através de redução, eliminação ou outro tipo de manipulação, é considerada fundamental na estratégia que visa a diminuição da magnitude deste problema.

O redesenho da paisagem através do estabelecimento de descontinuidades na estrutura das formações vegetais constitui uma das principais componentes da reestruturação dos espaços florestais, a par da alteração da composição e estrutura dos povoamentos ou do uso do solo. Este processo de identificação de unidades espaciais para a gestão de combustíveis florestais está relacionado, entre outros factores, com os padrões de uso e ocupação do solo, com os modelos de combustível presentes, com o comportamento previsível do fogo, com condicionantes de natureza geomorfológica e com aspectos relacionados com o clima.

O presente artigo pretende apresentar um conjunto de procedimentos de análise espacial em Sistemas de Informação Geográfica para a delimitação das Redes de Faixas de Gestão de Combustível e selecção das áreas a integrar no Mosaico de Parcelas de Gestão de Combustível.

(2)

INTRODUÇÃO

Há na paisagem uma relação vertical entre os vários elementos numa unidade, e horizontal entre as várias unidades espaciais, verificando-se interacções entre manchas num mosaico de paisagem (Casimiro, 2002). A homogeneidade interior (seja ela estrutural ou funcional) e a heterogeneidade com as outras manchas paisagísticas, permite a apreensão da paisagem, quer ao nível da sua composição, quer ao nível da estrutura, permitindo assim decidir onde e como agir.

O fogo tem origem numa complexa inter-relação de factores de ordem social, económica e ecológica (Botelho et al., 1990, Botelho, 1993). Muitas são as causas que têm sido apontadas para explicar este flagelo em Portugal.

A maior parte do território continental português encontra-se sob influência do clima mediterrânico, no qual surgem períodos de seca recorrentes, onde o fogo é uma constante ecológica, desempenhando importante papel na dinâmica dos ecossistemas. Estes períodos de seca, associados a vagas de calor elevam assim os índices de risco a valores extremos durante largos períodos, propiciando a ocorrência dos incêndios (Pinto Gomes, 2001, Pereira e Santos, 2003, Santos et al., 2003). Por outro lado há que acrescentar o facto de não se cumprir ou concretizar grande parte da legislação florestal, e de grande parte dos incêndios ter origem em acção antrópica, seja por negligência ou dolo (Pinto Gomes, 2001, CEIF, 2004, CNR, 2005). Todavia, existe um outro factor que não deve ser negligenciado, cuja natureza se reveste de maior complexidade. Segundo Pinho et al. (2006) a raiz dos problemas dos fogos florestais reside essencialmente no colapso das sociedades rurais tradicionais e na consequente perda de utilidade directa e abandono dos espaços silvestres. O despovoamento verificado nas zonas rurais do interior, com tendência para ocorrer de forma mais acentuada, com consequências sociais, económicas e ambientais graves (Alves et al., 2003), conduziu a alterações significativas ao nível da ocupação e uso do solo, e da organização dos espaços rurais, assistindo-se ao abandono e/ou reconversão das actividades agrícolas tradicionais e de vastas superfícies agro-silvo-pastoris, que compartimentavam e estruturavam o território, em povoamentos florestais monoespecíficos densos e contínuos, que associados à ausência de ordenamento e planeamento florestal promoveu a homogeneização do território (Guiomar e Ramalho, 2006). Este fenómeno, no entanto, começa a afectar igualmente áreas de actividade florestal, onde a actividade agrícola também tem tendência a perder importância (Pinto-Correia et al., 2006).

Estas situações têm potenciado o agravamento dos incêndios florestais, em número, intensidade e severidade, deve-se essencialmente à acumulação de material facilmente inflamável e combustível no sub-bosque das florestas, de espécies de mais fácil estabelecimento e rápido crescimento que constituem ecossistemas muito susceptíveis ao fogo. (Botelho et al., 1990, Botelho, 1993)

É ainda unanimemente reconhecido que a diminuição da incidência dos fogos florestais passa, inevitavelmente, pela prevenção, o que remete para objectivos de curto, médio ou longo prazo. A médio a longo prazo refira-se a reconversão da floresta e o ordenamento florestal,

(3)

objectivo sucessivamente adiado e cujos resultados, por definição, só com o tempo são visíveis (Moreira, 2006), cujas estratégias passam pela re-organização do espaço rural, pela gestão estratégica dos combustíveis florestais, pela adopção de critérios de infraestruturação e compartimentação dos espaços florestais, e pela integração eficiente da gestão florestal com o combate aos incêndios (CNR, 2005, CRRAA, 2006, Guiomar e Ramalho, 2006). Como medidas de curto prazo, é ao nível da vegetação que podem ser tomadas algumas medidas de carácter preventivo de modo a fazer inverter o sentido da situação, através de acções que conduzam à diminuição da deflagração fácil de um incêndio e da sua rápida propagação (Botelho, 1993). Existem duas estratégias complementares de intervenção na modificação dos combustíveis quanto ao seu arranjo (Finney, 2004): faixas de gestão de combustível (FGC), numa lógica de “contenção activa” do fogo em bandas que definem compartimentos mais ou menos vastos, e parcelas de gestão de combustível, que actuam numa lógica de modificação do comportamento do fogo, em áreas dispersas de grande dimensão, permitindo a adopção de um mais variado leque de tácticas de supressão.

No entanto para que seja possível fundamentar a decisão que envolve a implementação de Redes de Faixas de Gestão de Combustível (RFGC) e de Mosaicos de Parcelas de Gestão de Combustível (MPGC), importa consolidar alguns conceitos sobre infraestruturação dos espaços florestais, gestão de combustíveis, modelos de combustível e comportamento do fogo.

INFRAESTRUTURAÇÃO DOS ESPAÇOS FLORESTAIS

Um dos pontos fundamentais enunciado nas Orientações Estratégicas para a Recuperação das Áreas Ardidas em 2003 e 2004 (CNR, 2005) é o planeamento do território, que segundo Pinho et al. (2006) visa “dotar os espaços florestais das características e infraestruturas necessárias para a minimização da área ardida e

consequentes danos ecológicos e

patrimoniais, bem como gerir as interfaces floresta/agricultura e floresta/zonas edificadas.”

A RDF é constituída por um conjunto de redes sectoriais como as redes de compartimentação, mosaico de parcelas de gestão de combustível, rede viária florestal, rede de pontos de água, rede de vigilância e detecção, e rede de infraestruturas de combate representados na Figura 1.

Figura 1. Rede Regional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (Ramalho e Guiomar, 2005, CRRAA, 2006)

(4)

A Rede de Defesa da Floresta

(RDF) tem como função

primordial concretizar

territorialmente, de forma coordenada, a estratégia de Defesa da Floresta contra Incêndios (DFCI), a qual tem por finalidade a redução da taxa anual de incidência de fogos florestais para níveis social e ecologicamente aceitáveis. Esta estratégia aborda de forma integrada a prevenção da eclosão do fogo, o planeamento do território, e o combate aos incêndios. A eficácia da RDF passa por um bom conhecimento das diferentes componentes da RDF por parte de todos os agentes envolvidos na DFCI, uma boa sinalização de todos os cruzamentos e entroncamentos da rede viária assim bem como de outros equipamentos, e testes periódicos à capacidade para a sua utilização, designadamente com exercícios de simulação de fogos florestais.

É no desenvolvimento de um modelo conceptual para delimitação das RFGC e dos MPGC que iremos incidir. Para tal é fundamental o conhecimento não só da matéria combustível, como do comportamento do fogo perante dois elementos essenciais à sua propagação, o vento e a morfologia do terreno.

COMBUSTÍVEIS FLORESTAIS

Para Fernandes et al., (2002) os impactes do fogo no ambiente e do Homem sobre o fogo são intermediados e condicionados pela vegetação, o que justifica a sua descrição como um combustível. O tipo de combustível presente no terreno é um dos factores que mais condiciona o comportamento do fogo, contribuindo com as suas características para o processo de combustão (ER, 2004), pelo que o conhecimento da matéria combustível florestal é um elemento fundamental para os decisores e gestores do território (Keane et al., 2001).

A composição florística e a estrutura dos combustíveis que constituem o sub-bosque dos diversos ecossistemas contribuem de forma distinta para o desenvolvimento do fogo. A sua modelação de acordo com as suas propriedades físicas, permite analisar o comportamento previsível do fogo em condições de inflamabilidade diversas (Botelho et al., 1990, Botelho, 1993).

Os combustíveis florestais representam a matéria orgânica disponível para a ignição do fogo e combustão, e representam o único factor que pode ser controlado ao nível da gestão e

(5)

planeamento do território (Rothermel, 1972, Chuvieco e Martin, 1994), e podem ser definidos pelas características das partículas de biomassa, viva e/ou morta, que contribuí para a propagação, intensidade e severidade dos fogos florestais (Burgan e Rothermel, 1984).

Gestão Estratégica de Combustíveis Florestais

As tarefas de controlo da vegetação arbustiva são normalmente reconhecidas como indispensáveis à manutenção e crescimento dos povoamentos florestais, contribuindo para uma diminuição da competição interespecífica, em simultâneo com a redução da carga combustível, garantindo uma diminuição do perigo de incêndio (Manso et al., 2005), constituindo uma solução de prevenção duradoura que pode ser aplicada já a curto prazo, passa pela remoção da biomassa, seja através de fogo controlado (doravante designado por fogo prescrito), por simples recolha, ou ainda através da pastorícia (Moreira, 2006), de acordo com as condições fisiográficas locais, a idade do povoamento e o desenvolvimento da vegetação em presença (Manso et al., 2005).

Figura 3. Sistematização da paisagem em zona florestal nas propostas de ordenamento e desenvolvimento presentes no PROT do Alto Mondego (DROC, 1986)

Para Moreira (2006), a pastorícia, “que envolve a criação do mosaico compartimentado do território não é panaceia aplicável para toda e qualquer superfície florestal, estando particularmente vocacionada para aquelas partes do território abandonadas por uma agricultura que não atrai ninguém ou naquelas zonas de matas que, mesmo quando não totalmente abandonadas pelos seus proprietários, não merecem da parte destes os esforços de gestão que uma boa floresta produtiva exige”, apresentando as seguintes vantagens:

• É uma solução interessante do ponto de vista económico uma vez que parte substancial dos respectivos custos podem ser compensados pelas receitas da produção animal;

• Pode ter um assinalável contributo para o aumento da biodiversidade e para o aumento da riqueza da matéria orgânica no solo;

(6)

• Ao compartimentar a paisagem promove-se um mosaico paisagístico muito mais interessante;

• Essa compartimentação, ao promover zonas de descontinuidade nas matas, usadas pela pastorícia pode garantir a não acumulação de combustíveis susceptíveis ao fogo permitindo o controlo eficaz do fogo que aí chegue;

• Poderá servir de apoio à preservação das raças autóctones, mais rústicas, bem adaptadas ao terreno e menos exigentes em tratamentos e cuidados alimentares.

Para Correia (1985) o fogo prescrito é um instrumento muito útil na prevenção e defesa da floresta contra incêndios. Encara-se assim o fogo como um aliado (sempre perigoso, e daí a opção por “fogo prescrito” em detrimento de “fogo controlado”) e que pode e deve ser utilizado com os seguintes objectivos:

• Eliminação dos matos, nomeadamente debaixo do coberto dos povoamentos;

• Criação de faixas em que se reduz a quantidade de combustível, nomeadamente em áreas mais susceptíveis à propagação dos incêndios;

• Eliminação da competição pela água e pelos nutrientes em povoamentos e pastagens. O fogo controlado parece ser a única técnica compatível com a aplicação da gestão de combustíveis numa escala espacial significativa (Fernandes, 2006), revelando inclusivamente elevada potencialidade na manutenção de faixas de gestão de combustíveis (Molina, 2000). No entanto para Castro Rego (1993b) a utilização de fogo prescrito “na redução dos combustíveis florestais depara naturalmente com algumas resistências (…)” pelo que “(…) a reintrodução do fogo nos ciclos naturais dos ecossistemas florestais deverá ser cuidadosamente baseado no máximo de informações disponíveis”, informações essas que foram compiladas por Fernandes et al. (2002a).

Os resultados obtidos por Manso et al. (2005) evidenciam a eficácia do fogo controlado na redução da cobertura e altura da vegetação, assim como, do biovolume de combustível. O pastoreio mostrou, essencialmente, um papel importante na manutenção dos efeitos das intervenções de fogo controlado e corte, alargando os seus intervalos de execução, sendo, no entanto, de referir o seu efeito selectivo na composição florística dado que existem agrupamentos vegetais evitados pelos animais perante a disponibilidade de outros.

O corte mecânico tem custos muito elevados para a actual valorização do lenho florestal e coloca o problema suplementar que é o de saber o destino da biomassa removida (Moreira, 2006), e tem, como tratamento exclusivo da vegetação, um efeito menos acentuado na redução da vegetação, sendo, no entanto, considerado como um outro tratamento viável na redução da biomassa combustível (Manso et al., 2005), nas zonas onde o uso do fogo prescrito assume um elevado índice de perigosidade, ou onde o uso do fogo ainda não está devidamente estudado (montados, por exemplo).

Para Moreira (2006) a remoção da biomassa a custos aceitáveis só é possível de duas formas: através do fogo controlado ou pela pastorícia, soluções que, provavelmente, poderão ser

(7)

aplicadas de forma complementar. No entanto, em locais onde nenhuma das técnicas se podem aplicar, devem-se estimar as relações custo-benefício entre o custo de tratamento dos combustíveis e o benefício da redução de perigosidade associado ao risco de perda de valor e ao custo de recuperação da área afectada. (Rideout e Omi, 1995)

Contributos Metodológicos para a Cartografia de Modelos de Combustíveis Florestais

É sabido que apenas uma parte do material combustível presente num dado ponto da floresta participa activamente nos processos de combustão mais viva que ocorrem no interior da frente, durante todo o seu tempo de permanência nesse local – também designado tempo de residência da frente. (André e Viegas, 2001) É o combustível fino que controla a propagação do fogo, pelo que é especialmente importante quantificar as suas propriedades. (Fernandes et al., 2002b) Assim, para começar, qualquer modelo de propagação necessita de receber informação de entrada relativamente detalhada sobre esta parte da floresta, designada por leito combustível. (André e Viegas, 2001)

As características do combustível florestal, físicas, químicas e térmicas, determinam as características de inflamabilidade e combustibilidade das espécies e dos ecossistemas que as formam (Botelho, 1993). Entre estes parâmetros podemos incluir a razão superfície/volume das partículas (Natário e Pereira, 1990, Cruz e Viegas, 2001), a humidade dos combustíveis, a humidade de extinção, a compactação e a inflamabilidade (Vallete, 1990, Velez, 1990, Dimitrakopoulos e Mateeva, 1998, Vélez, 2000, Colin et al., 2001, Silva e Páscoa, 2002 CNR, 2005, CRRAA, 2006), dados que estão sintetizados no relatório da Equipa de Reflorestação (ER, 2004) sobre Modelos de Combustível para Utilização nas Regiões de Reflorestação.

Uma vez que se torna

extremamente difícil

descrever todas as

características físicas para todos os combustíveis numa determinada área, foram

criadas descrições generalizadas dos combustíveis, denominados modelos de combustível (Keane et al., 2001). Os modelos de combustível providenciam uma representação qualitativa e quantitativa de várias propriedades físicas e químicas dos tipos de vegetação florestal (Freire et al., 2002), e permitem avaliar a variabilidade do comportamento do fogo devido à variação das

Figura 4. Modelos de combustível identificados no Concelho de Portalegre (Guiomar, 2006)

(8)

propriedades físicas do combustível, que caracteriza os diversos tipos de formações de vegetação florestal nos nossos ecossistemas (Botelho et al., 1990), estando essencialmente vocacionados para o uso em sistemas de predição do comportamento do fogo baseados no modelo de propagação (Fernandes et al., 2002b).

Os mapas de combustíveis incluem uma descrição standartizada dos modelos de combustível e são usados para prever o comportamento potencial do fogo com base na quantidade, distribuição e continuidade da vegetação (Freire et al., 2002).Para Keane et al. (2001) a representação destes combustíveis é um processo extremamente complexo que requer conhecimentos ao nível das metodologias de aquisição, representação e manipulação de dados (Detecção Remota, GPS, Sistemas de Informação Geográfica), comportamento do fogo, modelação de combustíveis, ecologia florestal, etc.

Para André e Viegas (2002) “o facto de se identificarem padrões de vegetação mais ou menos regulares nos ecossistemas, permite a construção a priori de um catálogo de modelos de combustível, para uso de um determinado modelo de propagação, de modo a permitir a posteriori um reconhecimento expedito do modelo de combustível mais adequado para representar um dado leito natural, no limite por simples comparação visual com base em fotografias.”

Os modelos de combustível adoptados e representados posteriormente foram criados por Rothermel (1972) e Albini (1976) e desenvolvidos pelo Northern Fire Laboratory (NFLL). Outros modelos bastante utilizados actualmente, foram definidos com objectivos bem definidos, para modelar o comportamento do fogo (Anderson, 1982) e para a classificação e avaliação do perigo de incêndio (Deeming et al., 1978), estes últimos desenvolvidos para o National Fire Danger Rating (NFDRS). Todavia, segundo Keane et al. (2001), estes modelos são algo limitados pois estão vocacionados para o risco, análise e comportamento do fogo, mas não permitem uma aproximação aos efeitos e severidade do mesmo.

A atribuição de um modelo de combustível existente numa determinada mancha de vegetação com características mais ou menos homogéneas pode fazer-se com recurso a determinados critérios pré-definidos, a chaves dicotómicas e a chaves fotográficas (ER, 2004), como por exemplo os trabalhos realizados pelo ICONA (1987), por Scott e Burgan (2005) e por Cruz (2005) para a Região Centro de Portugal.

Esta situação pode ser ultrapassada através da análise do histórico de incêndios, modelação de padrões de comportamento, e com uma descrição detalhada das ocorrências, associada a dados de inventário florestal e cartografia de uso do solo.

Idealmente, a aquisição de informação quantitativa acerca do combustível florestal deveria recorrer a procedimentos de inventário baseados em amostragem destrutiva. No entanto a morosidade e custos associados a estes métodos inviabilizam o seu uso pelas entidades que gerem os espaços florestais. A alternativa é dada por abordagens indirectas mas razoavelmente exactas, que normalmente assentam no estabelecimento de relações preditivas entre a carga de combustível e variáveis de fácil medição (Fernandes et al., 2002b).

(9)

Outro elemento a ter em consideração está relacionado com a escala de representação, análise e objectivo da cartografia de combustíveis. Para um processo de tomada de decisão mais consistente Covington et al. (1994) refere que os combustíveis devem ser representados em diferentes escalas. Segundo Chuvieco e Martin (1994) os modelos de combustível são essenciais para a gestão territorial em diversas escalas temporais e espaciais, permitindo diferentes níveis de decisão, nacional, regional e local, ao nível do risco de incêndio, até aos planos efectivos que permitem activar, distribuir e mobilizar os meios de supressão de incêndios, com intervalos anuais, mensais, semanais e até diários.

Para Keane et al. (2001) existem várias estratégias para caracterizar e cartografar combustíveis:

• Levantamento de campo;

• Cartografia a partir de dados de Detecção Remota; • Cartografia a partir de dados auxiliares;

• Modelação biofísica.

O ideal será uma combinação destes elementos, em conjunto com dados de composição das espécies, estrutura vertical dos povoamentos e outras características biofísicas do território que influencia, directa ou indirectamente, o desenvolvimento da vegetação. O estabelecimento de relações entre cartografia de uso e ocupação do solo (especialmente quando se tratem de zonamentos microescalares (Fernandes et al., 2006)), as áreas biogeográficas (Costa et al., 1999) e os modelos de combustível constituem uma abordagem interessante a ter em conta no futuro. Guiomar (2006) refere ainda que, na ausência de informação sobre a regeneração natural nas áreas ardidas, é importante avaliar a capacidade regenerativa das espécies em presença, para assim se atribuírem modelos de combustível mais coerentes com a realidade dos locais.

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE SIMULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO FOGO

Segundo Cruz (2005) “a caracterização do comportamento do fogo (…) assume particular importância no processo de tomada de decisão” uma vez que a ele estão directamente ligados “o planeamento de fogos controlados, a quantificação da efectividade de tratamento de combustíveis, as dificuldades de contenção de um incêndio e os efeitos do fogo”, assim como é essencial, segundo Keane et al. (2001), para modelar o risco espacial de incêndio e o comportamento e intensidade de um fogo no território, constituindo “uma tarefa essencial no processo de planeamento do território” (Scott e Burgan, 2005).

O estudo do comportamento do fogo permite aos analistas e decisores simular as características dinâmicas do fogo e estimar a sua intensidade (Finney, 1998), constituindo igualmente um importante instrumento de diagnóstico que permite a avaliação do espaço face ao fenómeno incêndio florestal (Andrews e Queen, 2001). Reveste-se assim de especial relevância nos processos de planeamento e gestão do território e de apoio à decisão na

(10)

prevenção e combate, permitindo também planear mosaicos e faixas de gestão de combustíveis ou determinar os locais estratégicos de estacionamento, por exemplo. Para Botelho (1993) a modelação do comportamento do fogo faculta de forma simplificada isolar os factores mais influentes e estudar as relações mútuas entre esses e as grandezas físicas cujo comportamento o modelo deve predizer.

Para Mendes-Lopes e Águas (2000) os modelos de propagação podem ser estatísticos (baseiam o cálculo da velocidade de propagação em função de relações estatísticas entre esta e os parâmetros que a influenciam), semi-empíricos (recorrem a uma expressão obtida a partir de um balanço de energia ao combustível não ardido sem distinguir de modo individual os vários modos de transmissão de calor), e modelos físicos (parte igualmente de um balanço de energia onde se diferenciam processos de radiação, convecção e condução).

As partículas individuais de combustível influenciam directamente a ignição e combustão influenciam directamente a ignição e combustão, mas o comportamento de um fogo depende essencialmente das características do complexo-combustível. Os complexos combustíveis naturais raramente são homogéneos e contínuos, advindo daí dificuldades para a sua quantificação e caracterização (Botelho, 1993), pelo que é fundamental uma análise rigorosa deste complexo, através do estabelecimento de relações entre a ocorrência de determinadas formações vegetais e dados de caracterização geomorfológica e edafo-climática.

Para além deste complexo, figuram na equação do comportamento do fogo dois factores, que quando associados, constituem um dos parâmetros mais decisivos e influentes: o vento e o declive (Viegas et al., 1990, Viegas, 1993,

Viegas, 2004)

A morfologia do território no ponto de início, nomeadamente a altitude, o declive e a exposição das encostas são determinantes ao nível do microclima, tipo de vegetação e vento junto ao solo. Por outro lado, as condições meteorológicos constituem o elemento mais instável do processo, sendo considerados relevantes na análise e simulação do comportamento do fogo parâmetros de temperatura e humidade do ar, radiação, e velocidade e direcção do vento (Viegas, 1998).

A generalidade dos softwares de modelação do comportamento do fogo utiliza estes dados base, em conjunto com informação meteorológica complementar para realizar as simulações. São softwares que operam usualmente sobre modelos de dados raster e têm, geralmente, incorporados os modelos de

Figura 5. Influência do vento e do declive na propagação do fogo (Viegas, 2004)

(11)

combustível e permitem, para além disso, dentro de cada modelo modificar alguns parâmetros de modo a caracterizar o melhor possível a realidade de cada território (ER, 2004). De entre os simuladores mais utilizados destacam-se o BEHAVE, o FARSITE, o FlamMap, FIREMON, Fire Family Plus, entre outros, sendo de diferençar alguns projectos desenvolvidos em Portugal neste domínio como o GeoFogo (desenvolvido pelo Centro Nacional de Informação Geográfica, Direcção-Geral das Florestas e Departamento de Engenharia Florestal do Instituto Superior de Agronomia), o Firestation (concebido pela Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial), o FireGIS (projecto desenvolvido pelo Centro Nacional de Informação Geográfica) e o SPREAD (um programa de autómatos celulares desenvolvido no Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento do Instituto Superior Técnico). Destes destacam-se o GeoFogo, que permite importar dados raster produzidos no IDRISI® desenvolvido pelos Clark Labs da Clark University, e o Firestation opera sobre o software desenvolvido pela Bentley Systems, MICROSTATION®.

Estes simuladores exigem uma grande diversidade de informação geográfica em formato digital, e conhecimentos ao nível da Detecção Remota, Sistemas de Informação Geográfica, Modelação de Combustíveis e do Comportamento do Fogo, Processamento Digital de Imagem, e Mapas de Vegetação (Keane et al., 1998), sendo fundamental que os dados base das características dos combustíveis, topografia e clima, tenham elevada resolução espacial, para que assim seja possível produzir previsões com alguma margem de confiança (adaptado de Pala et al., 1990).

REDE DE FAIXAS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL E MOSAICO DE PARCELAS DE GESTÃO DE COMBUSTÍVEL

O redesenho da paisagem através do estabelecimento de descontinuidades na estrutura das formações vegetais constitui uma das principais componentes da reestruturação dos espaços florestais, a par da alteração da composição dos povoamentos ou do uso do solo.

Numa região predominantemente florestal entende-se por Faixa de Gestão de Combustível (FGC) uma parcela de território onde se garante a remoção total ou parcial de biomassa florestal, através da afectação a usos não florestais e do recurso a determinadas actividades ou a técnicas silvícolas, com o objectivo principal de

Figura 6. Esquema geral de organização do território (Colin et al., 2001)

(12)

reduzir o perigo de incêndio.

As faixas de gestão de combustível subdividem-se em faixas de redução de combustível (FRC), em que se procede à remoção (normalmente parcial) do combustível de superfície (herbáceo, subarbustivo e arbustivo), à supressão da parte inferior das copas e à abertura dos povoamentos, e faixas de interrupção de combustível (FIC), em que se procede à remoção total de combustível vegetal.

Pelas suas características e funções

(diminuição da superfície

percorrida por grandes incêndios (função 1), redução dos efeitos da passagem de grandes incêndios (função 2), e isolamento de focos potenciais de ignição (função 3)), deverão ser identificadas as localizações estratégicas para a realização de acções de redução e eliminação de combustíveis e alteração da estrutura dos povoamentos, através de processos de análise espacial e modelação geográfica em SIG sobre informação geográfica de ocupação do solo, morfologia do território, pontos de água, rede viária florestal, direcção e intensidade dos ventos dominantes, e informação derivada auxiliar como índices de risco, perigosidade, intensidade e severidade de incêndio, e resultados de simulações de comportamento do fogo. A rede de FGC deverá ainda ser concebida em três níveis, consoante a(s) sua(s) funcionalidade(s):

• Rede primária, de nível sub-regional, delimitando compartimentos com determinada dimensão, desenhada primordialmente para cumprir a função 1, mas desempenhando igualmente as restantes;

• Rede secundária, de nível municipal, estabelecida para as funções 2 e 3;

• Rede terciária, de nível local e apoiada nas redes viária, eléctrica e divisional das explorações agro-florestais, desempenhando essencialmente a função 3.

No caso específico da concepção da

Figura 7. Esquema síntese das FGC

(13)

rede primária de FGC, estas devem apoiar-se em elementos de descontinuidade já existentes, naturais ou artificiais considerados como elementos estruturantes, a sua concepção deve ser precedida de uma análise rigorosa sobre o comportamento e histórico do fogo, a largura de cada faixa não deve ser inferior a 125 m e deve desenvolver-se em linhas onde o ataque indirecto seja facilitado, devem possuir uma orientação perpendicular à dos ventos associados às situações meteorológicas de maior perigo, os compartimentos criados devem situar-se entre os 500 e os 5000 ha, devem estar sempre associadas a uma via de circulação, e nas faixas de redução de combustível o coberto arbóreo não deve ser superior a 50% e idealmente deve situar-se entre 20-30%.

Figura 9. Análise da direcção dos ventos dominantes e das orientações de encosta para delimitação da RP de FGC

Para Castro Rego (1993) na sua relação com os incêndios florestais uma silvicultura adequada deverá possibilitar uma utilização eficiente dos recursos disponíveis (sempre limitados) para alcançar determinados objectivos, tais como, uma máxima produção sustentada, ou numa perspectiva económica, de um máximo valor potencial do solo. A redução do perigo de incêndio pela diminuição do combustível acumulado na floresta é uma

medida recomendada e

considerada essencial para a

resolução dos problemas

causados pelas enormes

proporções e extensões dos

Figura 10. Esquema simplificado dos elementos a analisar para determinar as áreas que anualmente serão sujeitas a práticas de

(14)

incêndios florestais.

Em conjunto com a rede de FGC, a manutenção de um mosaico de parcelas onde se procede à gestão dos vários estratos de combustível e à diversificação da estrutura e composição das composições florestais e de matos, contribui decisivamente para a eliminação das fortes acumulações de combustíveis, da continuidade de estratos de combustível (quer horizontal quer verticalmente), da elevada representatividade de combustíveis finos ou que favorecem os saltos de fogo, da elevada proporção de combustíveis mortos e da distribuição geográfica desfavorável destas características ao nível da paisagem.

A localização, tipo e forma de instalação das parcelas é determinada por uma análise inicial do histórico do fogo, das condicionantes ecológicas, silvícolas, e sócio-económicas para a região, complementada igualmente por simulações de comportamento de fogo.

O objectivo final consiste em garantir um zonamento territorial de áreas tratadas que ofereça resistência à progressão do fogo e optimize os benefícios face às diferentes condicionantes presentes, sejam elas o custo da sua criação e manutenção, a facilidade de combate aos incêndios, ou o impacte paisagístico. Assim, não poderão ser esquecidas todas as funcionalidades do território, tal como terá que estar sempre

presente o processo de

(re)afectação do uso do solo, cuja decisão deverá integrar não só conhecimento sobre a dinâmica da vegetação nas áreas em estudo, como também terá

que ser avaliada a

produtividade/funcionalidades (directas ou indirectas) das espécies a integrar, num quadro de Gestão Multifuncional do Território.

Para a delimitação da RFGC e do MPGC são necessárias algumas análises espaciais paralelas e complementares. Para tal é necessário preparar a informação geográfica disponível, proceder à conversão de dados (entre modelos e formatos de dados), e à codificação dos elementos.

O esquema conceptual seguinte sintetiza os procedimentos mais relevantes no que concerne à delimitação da Rede Primária de Faixas de Gestão de Combustível e Mosaico de Parcelas de Gestão de Combustível.

(15)

Figura 11. Modelo conceptual simplificado para a delimitação da RP de FGC e do MOGC

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Grande parte das paisagens actuais são fortemente influenciadas pela acção do homem, cujo mosaico resultante é uma mistura de elementos naturais e antrópicos que variam em tamanho, forma e arranjo (Turner, 1989), de modo que a análise dos padrões espaciais podem ser aplicadas na análise da sua funcionalidade. Por outro lado a análise de padrões espaciais, ao nível das funções e comportamento face a fenómenos permite consolidar posições e decisões em matéria de planeamento, ordenamento e gestão do território.

A floresta exerce funções ao nível da ocupação e uso do solo, assim como de equilíbrio ambiental. Todavia, dado o carácter diverso das suas funcionalidades é geradora de interesses e conflitos, originado problemas de planeamento e gestão florestal. (Guiomar e Ramalho, 2006) Essa ausência de gestão, associada ao processo de abandono do espaço rural tem vindo a potenciar o vector propulsor dos fogos florestais.

A infraestruturação territorial, a gestão de combustíveis, e a (re)afectação do solo com espécies melhor adaptadas às nossas condições biogeográficas e edafoclimáticas contribuirão certamente para equilibrar a equação que actualmente favorece a calamidade dos incêndios, que todos os anos devastam milhares de hectares de floresta.

Este contributo surge no seguimento dos trabalhos realizados para a concepção das Orientações Estratégicas para a Recuperação das Áreas Ardidas em 2003 e 2004 (CNR, 2005) e das Orientações Regionais para a Recuperação das Áreas Ardidas no Alto Alentejo em 2003 (CRRAA, 2006), e visa iniciar um processo de descerco no que respeita a esta nova abordagem de planeamento e ordenamento dos espaços florestais e prevenção de incêndios florestais.

(16)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Albini, F. A., 1976. Estimating wildfire behavior and effects. USDA Forest Service General Technical Report INT-30, USDA, St. Paul.

Alves, A. L., Carvalho, N. S., Silveira, A. C., Marques, J. P., Costa, Z., e Horta, A. L. L., 2003. O abandono da actividade agrícola. MADRP, Lisboa.

Anderson, H. E., 1982. Aids to determining fuel models for estimating fire behavior. USDA Forest Service General Technical Report INT-122, USDA, St. Paul.

André J. C. S., e Viegas, D. X., 2001. Modelos de propagação de fogos florestais: Estado-da-arte para utilizadores Parte I: Introdução e modelos locais. Silva Lusitana, 9(2): 237-265.

André J. C. S., e Viegas, D. X., 2002. Modelos de propagação de fogos florestais: Estado-da-arte para utilizadores Parte II: Modelos globais e sistemas informáticos. Silva Lusitana, 10(2): 217-233.

Andrews, P. L., e Queen, L. P., 2001. Fire modeling and information system technology. International Journal of Wildland Fire, 10: 343-352.

Botelho, H. S., 1993. Importância dos combustíveis para a previsão do comportamento do fogo em incêndios florestais. Simpósio sobre catástrofes naturais: Estudo, Prevenção e Protecção, LNEC, Lisboa.

Botelho, H. S., Varejão, E., e Fernandes, P., 1990. Caracterização de combustíveis florestais: sua utilização na previsão do comportamento do fogo. Livro do II Congresso Florestal Nacional, pp. 729-742.

Burgan, R. E., e Rothermel, R. C., 1984. BEHAVE: Fire behaviour prediction and fuel modeling system – fuel Subsystem. USDA Forest Service General Technical Report INT-167, USDA, St. Paul.

Casimiro, P. C., 2002. Uso do Solo – Ecologia da Paisagem: Quantificação da Estrutura da Paisagem para Análise de Padrões Espaciais – Concelho de Mértola. Revista GeoInova, 4: 125-157.

Castro Rego, F., 1993a. Algumas considerações sobre a Silvicultura do Pinheiro bravo em relação com o Fogo. Revista Florestal, 6(1): 81-91.

Castro Rego, F. C., 1993b. O fogo controlado na prevenção dos incêndios florestais. Simpósio sobre catástrofes naturais: Estudo, Prevenção e Protecção, LNEC, Lisboa.

CEIF, 2004. Relatório da Comissão Eventual para os Incêndios Florestais. Assembleia da República, Lisboa.

Chuvieco, E., e Martin, M. P., 1994. Global fire mapping and fire danger estimation using AVHRR images. Photogrammetric Engineering and Remote Sensing of the Environment, 29: 147-159.

(17)

CNR, 2005. Orientações Estratégicas para a Recuperação das Áreas Ardidas em 2003 e 2004. Equipa de Reflorestação, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, MADRP, Lisboa.

Colin, P. Y., Jappiot, M., e Mariel, A., 2001. Protection des forêts contre l’Incendie. Cahier FAO Conservation 36, FAO/CEMAGREF, Rome.

Correia, S., 1985. Noções básicas de defesa da floresta contra incêndios. Direcção-Geral das Florestas, Lisboa.

Costa, J. C., Aguiar, C., Capelo, J., Lousã, M., e Neto, C., 1999. Biogeografia de Portugal Continental. Quercetea, 0: 1-56.

Covington, N. W., Everett, R. L., Steele, R., Irwin, L. L., Daer, T. A., e Auclair, A. N. D., 1994. Historical and anticipated changes on forest ecosystems of the Inland West of the United States. Journal of Sustainable Forestry, 2(1/2): 13-63.

CRRAA, 2006. Orientações para a Recuperação das Áreas Ardidas no Alto Alentejo em 2003. Comissão Regional de Reflorestação do Alto Alentejo, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, MADRP, Lisboa.

Cruz, M. G., 2005. Guia fotográfico para identificação de combustíveis florestais – Região Centro de Portugal. ADAI-CEIF, Coimbra.

Cruz, M. G., e Viegas, D. X., 2001. Caracterização do comportamento do fogo em complexos combustíveis comuns na Região Centro de Portugal. Silva Lusitana, 9(1): 13-34.

Deeming, J. E., Burgan, R. E., e Cohen, J. D., 1978. The National Fire Danger Rating System. USDA Forest Service General Technical Report INT-39, USDA, St. Paul.

Dimitrakopoulos, A. P., e Mateeva, V., 1998. Effect of moisture content on the ignability of Mediterranean species. Proceedings of the III International Conference on Forest Fire Research, vol. I, Luso, pp. 455-466.

DROC, 1986. PROT do Alto Mondego: zona envolvente das barragens do Coiço-Fronhas-Aguieira – IV Propostas de ordenamento e desenvolvimento. Direcção Regional de Ordenamento do Centro, Coimbra.

ER, 2004. Modelos de combustível para utilização nas regiões de reflorestação. Working Paper, Equipa de Reflorestação, MAPF, Lisboa.

Fernandes, J. P., Guiomar, N., Cruz, C. S., 2006. Análise comparativa das legendas disponíveis para a Cartografia de Ocupação do Solo e da Vegetação e adaptação da Legenda Corine Land Cover Nível 5 – Escala 1:10.000. AMDE e CEEM, Évora.

Fernandes, P., 2006. Silvicultura preventiva e gestão de combustíveis: opções e optimização. In J. S. Pereira, J. C. Pereira, F. Castro Rego, J. M. N. Silva, e T. Pereira da Silva, Incêndios Florestais em Portugal. ISA Press, Lisboa, pp. 327-354.

Fernandes, P., Botelho, H., e Loureiro, C., 2002a. Manual de formação para a técnica do fogo controlado. UTAD/CNEFF, Vila Real.

(18)

Fernandes, P., Loureiro, C., Botelho, H., Ferreira, A., e Fernandes, M., 2002b. Avaliação indirecta da carga de combustível em Pinhal bravo. Silva Lusitana, 10(1): 73-90.

Finney, M. A., 1998. FARSITE users guide and technical documentation. USDA Forest Service Research Paper RMRS-RP-4, USDA, St. Paul.

Finney, M. A., 2004. Theory and evidence of landscape fuel treatment effects. USDA Forest Services.

Freire, S., Carrão, H., e Caetano, M. R., 2002. Produção de cartografia de risco de incêndio florestal com recurso a imagens de satélite e dados auxiliares. [CD-Rom] Proceedings do ESIG’2002, VII Encontro de Utilizadores de Informação Geográfica, Oeiras.

Guiomar, N., 2006. Metodologia para a elaboração da Carta de Combustíveis Florestais do Concelho de Portalegre. Relatório efectuado no âmbito do Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios Câmara Municipal de Portalegre, CMP, Portalegre.

Guiomar, N., e Ramalho, C., 2006. A defesa da floresta contra incêndios e a recuperação de áreas ardidas: uma abordagem aos trabalhos da Comissão Regional de Reflorestação e Equipa de Reflorestação. In press.

ICONA, 1987. Clave fotografica para la identificacion de modelos de combustible. Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación, Madrid.

Keane, R. E., Burgan, R., e van Wagtendonk, 2001. Mapping wildland fuels for fire management across multiple scales: Integrating remote sensing, GIS and biophysical modeling. International Journal of Wildland Fire, 10: 301-319.

Keane, R. E., Long, D. G., Schmidt, K. M., Mincemoyer, S., e Garner, J. L., 1998. Mapping fuels for spatial fire simulations using remote sensing and biophysical modeling. Proceedings of the 7th Forest Service Remote Sensing Applications Conference, pp. 301-316.

Manso, F., Bento, J., e Rego, F., 2005. Fogo controlado, corte e pastoreio. Resposta da vegetação a diferentes técnicas de gestão. 5º Congresso Florestal Nacional: A Floresta e as Gentes, IPV, Viseu.

Molina, D., 2000. Actuación sobre los Combustibles Forestales: Fuego Prescrito. In R. Vélez (Eds.), La defensa contra incendios forestales. McGraw-Hill/Interamericana de España, S.A.U., Madrid, pp. 14.36-14.42.

Moreira, M. B., 2006. O empresariado rural, a pastorícia e a prevenção dos fogos florestais. Revista Confragri/Espaço Rural. In press

Natário, R. M., e Pereira, J. C., 1990. Modelos de combustíveis para a floresta Portuguesa: subsídios para a sua construção. Livro do II Congresso Florestal Nacional, pp. 717-729.

Pala, S., Taylor, D., e Holder, G., 1990. Integrating staellite-derived forest fuel data into fire management decision support models. Proceeding of 2nd National GIS Conference, Ottawa. Pereira, J. M. C., e Santos, M. T. N., 2003. Áreas queimadas e risco de incêndio em Portugal. Direcção-Geral das Florestas, Lisboa, 64p.

(19)

Pinho, J., Louro, G., e Paulo, S., 2006. Orientações Estratégicas para a Recuperação das Áreas Ardidas: A experiência da Equipa de Reflorestação. In J. S. Pereira, J. C. Pereira, F. Castro Rego, J. M. N. Silva, e T. Pereira da Silva, Incêndios Florestais em Portugal. ISA Press, Lisboa, pp. 327-354.

Pinto Correia, T., Breman, B., Jorge, V., e Dneboská, M., 2006. Estudo sobre o abandono em Portugal Continental: análise das dinâmicas de ocupação do solo, do sector agrícola e da comunidade rural e tipologia de áreas rurais. Universidade de Évora, Évora.

Pinto Gomes, C., 2001. O interesse das séries de vegetação na prevenção de incêndios florestais. In MAI, A Floresta, que Futuro? Conferência Nacional sobre a Prevenção e Investigação de Incêndios Florestais. MAI-SEAMAI, INA, Évora, pp. 145-156.

Rideout, D. B., e Omi, P. N., 1995. Estimating the cost of fuels tratment. ForestScience, 41(4): 664-674.

Rothermel, R. C., 1972. A mathematical model for predicting fire spread in wildland fuels. USDA Forest Service Research Paper INT-115, USDA, St. Paul.

Santos, M. F. V., Gutiérrez, E., Vallejo, R., Meunier, I. J., e Cillero, D., 2003. Diversidade da vegetação pós-incêndio em terraços abandonados e ladeiras não cultivadas em Valência – Espanha. Revista Árvore, 27(3): 399-405.

Scott, J. H., e Burgan, R. E., 2005. Standard fire behavior fuel models: A comprehensive set for use with Rothermel’s surface fire spread model. USDA Foret Service General Technical Report RMRS-GTR-153, USDA, St. Paul.

Silva, J. S., e Páscoa, F., 2002. Manual de silvicultura para a prevenção de incêndios. Direcção-Geral das Florestas, Lisboa.

Turner, M. G. 1989. Landscape Ecology: the effect of pattern on process. Annu. Rev. Ecol. Syst., 20:171-197.

Vallete, J. C., 1990. Inflammabilités des espèces forestières Méditerranéennes. Conséquences sur la combustibilité des formations forestières. Rev. For. Fran., XLII, num. spec., 76-92. Vélez, R., 1990. Clave fotográfica para la identificación de modelos de combustible. 2 Vol., ICONA, Madrid.

Vélez, R., (Eds.) 2000. La defensa contra incendios forestales. McGraw-Hill/Interamericana de España, S.A.U., Madrid.

Viegas, D. X., 1993. Acção do vento e da topografia na propagação de um incêndio florestal. Simpósio sobre catástrofes naturais: Estudo, Prevenção e Protecção, LNEC, Lisboa.

Viegas, D. X., 1998. Forest fire propagation. Philosophy Transactions of The Royal Society of London, 356: 2907-2928.

Viegas, D. X., 2004. Slope and wind effects on fire propagation. International Journal of Wildland Fire, 13: 143-156.

(20)

Viegas, D. X., Monteiro, J. P., Ferreira, A. D., e Lopes, A. M., 1990. Determinação das características do vento em terrenos acidentados com vista à previsão das características de progressão de um incêndio florestal. Livro do II Congresso Florestal Nacional, pp. 764-777.

Referências

Documentos relacionados

Conteúdo: Fabiana iniciou sua exposição descrevendo os objetivos do SciELO, a saber: desenvolver metodologia de publicação e disseminação de resultados de pesquisa em

08 Doutor Danilo Marcondes de Souza Neto - Professor Magistério Superior. 09 Doutora Erica Simone Almeida Resende - Professora

A multiplicação dos pães e dos peixes; Pedro reconhece que Jesus é o Messias; O primeiro anúncio da Paixão; As condições para seguir Jesus; A transfiguração; Jesus cura um

Este trabalho foi realizado com o intuito de inserir a Resposta Simpática da Pele no protocolo dos estudos de condução nervosa, nomeadamente no estudo das polineuropatias

UN 724,01 0,11 80,18 Mistas(Tábuas e Compensados) SUBTOTAL (ATIVIDADE): Cimbramento (Escoras) SUBTOTAL (ATIVIDADE): Armação Armação SUBTOTAL (ATIVIDADE): Concreto Preparado

Nosso estudo evidenciou que as atividades relacionadas à temática ambiental citadas pelos professores, em sua maioria, foram desenvolvidas de forma esporádica, em

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS SBHH - Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia MS - Ministério da Saúde OMS - Organização Mundial da Saúde ABO e Rh - Classificação do

Aproximadamente metade dos idosos possuía a situação de IA instalada e incidência de doenças crônicas não transmissíveis, o que pode comprometer a saúde e qualidade de vida