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Balanço de Potência em Enlaces FSO

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Academic year: 2021

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Balanço de Potência em Enlaces FSO

A pesquisa sobre um sistema de comunicação óptico tecnologicamente inovador, com LASER's e receptores ópticos, mas substituindo a fibra óptica convencional pelo próprio ar livre como meio de transmissão de dados, voz e imagens é objeto de estudo deste tutorial.

Esta tecnologia é conhecida como FSO (Free Space Optics) e se utiliza da luz emitida por um LASER para estabelecer comunicação com um receptor óptico devidamente alinhado. A principal contribuição do tutorial é o desenvolvimento de um programa, com interface gráfica amigável para o usuário, utilizando a plataforma do aplicativo MATLAB®, para balanço de potência em enlaces FSO.

No programa desenvolvido, parâmetros como potência do LASER, sensibilidade do receptor, visibilidade, perdas de cintilação, etc, são avaliados no ambiente das principais cidades brasileiras.

José Francisco Meireles Aleixo Júnior

Bacharelando em Engenharia de Telecomunicações pelo Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (IESAM), está cursando atualmente o Cisco Networking Academy para obter o Cisco Certified Network Associate (CCNA).

Atuou como Técnico em Informática na de serviços no Instituto Evandro Chagas (Belém e Ananindeua), sendo responsável pela manutenção e configuração de Roteadores, Computadores e Impressoras, e pelo suporte interno e externo aos funcionários do instituto. Atuou também como Tecnólogo em Informática no IESAM, sendo responsável manutenção, instalação e suporte de equipamentos informáticos e rede de computadores do instituto, nos ambientes Linux e Windows.

Atualmente, através de empresa própria, presta serviços para empresas e pessoas físicas nas áreas de Redes (física e lógica), de manutenção de computadores e impressoras, e na instalação e suporte de programas de computadores.

E-mail: aleixo_telecom@hotmail.com

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Marcus Anthonius Santana da Fonseca

Engenheiro Elétrico pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e de Telecomunicações pelo Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (IESAM).

Possui conhecimentos nas áreas de telefonia fixa, telefonia móvel, telefonia a longa distância, rádio e televisão, tendo atuado como auxiliar administrativo e técnico em informática na Petrobrás.

Atualmente é monitor do curso de engenharia, sendo responsável pelo planejamento estratégico de atividades pertinentes aos cursos de engenharia elétrica e de telecomunicações.

E-mail: anthonius_97@hotmail.com

Duração estimada: 20 minutos

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Balanço de Potência FSO: Introdução

A maturidade da tecnologia Free Space Optics (FSO) não está realmente estimada ou prevista, devido a um desconhecimento de quanto tempo ela esteve sendo desenvolvido às escondidas.

Historicamente, a comunicação óptica sem utilização da fibra óptica (FSO) foi demonstrada por Graham Bell no século XIX, antes mesmo dele ter demonstrado o funcionamento do telefone.

Ele tentou converter sinais de voz em sinais telefônicos e transmitiu os mesmos entre receptores através do ar livre, num feixe de luz, a uma distância de 180m.

Ele chamou este experimento de photophone, e considerou isto uma transmissão óptica e não telefônica, porque não precisava de fios para transmissão.

Embora a invenção de Bell nunca tenha se tornado comercialmente viável, foi ela que deu fundamento às comunicações ópticas.

Contudo, grande parte da tecnologia FSO atual vem sendo desenvolvida a 40 anos, sendo utilizada em grande parte pelos militares.

Em comunicações ópticas no espaço livre, a transmissão de feixes é feita por infravermelho modulado transmitido através do ar.

Assim como em sistemas ópticos que utilizam fibra óptica com meio de comunicação, as comunicações ópticas no espaço livre também se utilizam de LASER's para transmitir informação, mas ao invés dos sinais trafegarem pela fibra de sílica (SiO 2 ), o tráfego é estabelecido pelo ar livre.

A tecnologia trabalha utilizando princípios semelhantes aos dos controles remotos infravermelho de alguns televisores, teclados sem fio e outros equipamentos atualmente encontrados no mercado mundial.

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Balanço de Potência FSO: Tecnologia

O FSO trabalha com transmissão de feixes luminosos através de diodos LASER's, enviando estes feixes através de um aparelho para outro, sendo eles semelhantes a telescópios, denominados transceptores, isto é, transmissor e receptor ao mesmo tempo, usando LASER's de baixa potência na faixa de freqüência de THz (Tera Hertz - 10+e12).

Os feixes são transmitidos pelo LASER focado em receptores altamente sensíveis. Estes receptores possuem lentes telescópicas capazes de coletar as informações contidas nos fótons. Velocidades típicas já alcançadas estão na faixa de 100 Mbit/s a 2,5 Gbit/s, mas já há testes em que taxas de 160 Gbit/s foram obtidas.

Os sistemas ópticos que utilizam o espaço livre como meio de comunicação, podem funcionar para distâncias de diversos quilômetros, tendo melhor desempenho quando não há obstáculo algum entre os transceptores. A potência transmitida pelo LASER e a sensibilidade do receptor são dois parâmetros importantes para determinar o comprimento de um enlace FSO, isto é, a maior distância possível entre os transceptores que ainda permita desempenho satisfatório do sistema, este normalmente medido em termos da BER (Bit Error Rate).

Uma vantagem da tecnologia FSO é que não se torna necessário o licenciamento ou reserva de espectros de freqüência, ou até mesmo o fracionamento do espectro de freqüência com outros serviços, porque o LASER não interfere em outros equipamentos, e na transmissão de feixes LASER ponto a ponto é extremamente difícil ocorrer interceptação, tornando-se assim uma tecnologia bastante segura.

Atualmente, as taxas de dados praticadas em fibras ópticas podem ser comparadas com as obtidas com FSO onde se observam taxas de erro (BER) muito baixas. Estes valores reduzidos da BER se devem, em grande parte, à reduzida quantidade de pares de transceptores, o que torna pouco provável a interceptação de feixes de luz. Contudo, a utilização de um número pouco mais elevado destes equipamentos, ou seja, centenas de transceptores num só local elevariam a BER dos sistemas envolvidos.

Em síntese, algumas das vantagens apresentadas pela tecnologia FSO apresentadas a seguir: • Não requer licença de espectro RF;

• É de fácil atualização e suas interfaces abertas suportam equipamentos de uma variedade de fabricantes, o que ajuda empresas e fornecedores serviços a proteger seus investimentos nas estruturas de telecomunicações;

• Não requer atualização de segurança no software;

• É imune à interferência de freqüências de radio ou saturação;

• Pode ser posicionado atrás de janelas, eliminando a necessidade de telhados caros. Velocidade de Fibra com Flexibilidade Sem Fio

Comunicação óptica sem fio, quando baseada na tecnologia FSO, se apresenta na categoria de produto sem fio que fornece a mesma velocidade da fibra, com a flexibilidade sem fio, garantindo transmissão óptica à taxas acima de 1,25 Gbit/s e possibilitando no futuro taxas de 10 Gbit/s ou acima, pelo uso da técnica WDM.

Isso não é possível com qualquer tecnologia sem fio ou tecnologia RF. A tecnologia óptica sem fio também elimina a necessidade de adquirir concessão de espectros caros (não requer FCC ou licença de aprovação mundial), o que acaba por se distinguir de tecnologias sem fio. Produtos de óptica sem fio podem ser integrados às soluções ópticas convencionais, facilitando o acesso às redes ópticas.

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Os sistemas FSO são vulneráveis a fenômenos atmosféricos, como atenuação ou cintilação, o que limita seu alcance e disponibilidade. No Brasil foram realizados estudos em algumas cidades e foi desenvolvido um modelo numérico baseado no conceito de transmissão da potência do LASER [1]. A disponibilidade de sistemas FSO é calculada como função do alcance onde diferentes parâmetros que contribuem para a perda total de potência são descritos e avaliados.

Diversos resultados são apresentados considerando várias cidades brasileiras, cada uma delas com condições atmosféricas próprias [2].

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Balanço de Potência FSO: Variáveis Importantes

Enquanto os cabos de fibra óptica e tecnologia FSO dividem diversos dos mesmos atributos, os mesmos enfrentam diferentes desafios devido à forma como transmitem informações. A fibra óptica está sujeita a uma gama de distúrbios causados por construções descontroladas, roedores, e mesmo tubarões quando colocadas no mar.

Já a tecnologia FSO está sujeita ao seu próprio potencial quando colocada sob distúrbios ao ar livre. As redes ópticas sem fio fundamentadas na tecnologia FSO devem ser projetadas para combater mudanças na atmosfera, que podem afetar a capacidade de desempenho do sistema. Devido a esta tecnologia necessitar de visada direta, todos os pontos de interconexão devem estar livres de obstruções físicas e devem ser capazes de "enxergar" um ao outro.

Todos os distúrbios em potencial podem ser evitados através de planejamento e projeto apropriados de uma rede. Apresentam-se a seguir alguns dos aspectos importantes a serem considerados quando se utilizam sistemas com a tecnologia FSO.

Neblina

O primeiro desafio das comunicações FSO é a neblina densa. Chuva e neve têm pouco efeito na tecnologia FSO, mas neblina é diferente. Neblina é vapor composto de gotas de água, que possuem apenas algumas centenas de mícrons de diâmetro, mas que podem modificar as características da luz ou atrapalhar por completo a passagem da luz por absorção, reflexão ou mesmo divisão.

O problema da neblina pode ser contornado quando se diminui a distância do enlace. A instalação do FSO em cidades com neblina forte como São Francisco tem sido bem sucedida e alcançado bons resultados.

Absorção

A Absorção ocorre quando moléculas de água suspensas na atmosfera terrestre extinguem os fótons. Isso causa uma diminuição da densidade de potência (atenuação) dos raios e afeta diretamente a disponibilidade do sistema FSO . A Absorção ocorre mais facilmente em alguns comprimentos de onda do que outros. Entretanto, o uso apropriado da potência, considerando as condições atmosféricas, e o uso de diversidades espaciais (múltiplos raios além de unidade base de FSO) ajudam a manter o nível exigido de disponibilidade da rede.

Espalhamento

O espalhamento é causado quando ondas colidem com dispersos (partículas espalhadas pelo ar). O tamanho físico dos dispersos determina o tipo de espalhamento. Quando o disperso é menor que o comprimento de onda, ocorre o assim chamado espalhamento Rayleigh.

Se o disperso for de tamanho comparável ao comprimento de onda, tem-se o espalhamento Mie. Se o tamanho do disperso é muito maior do que o comprimento de onda de comprimento do LASER, ocorre o chamado espalhamento não seletivo. No espalhamento - diferente da absorção - não há perda de energia, mas sim uma redistribuição que pode provocar redução significativa na intensidade dos raios por longas distâncias.

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Obstruções Físicas

Pássaros voando ou construções podem temporariamente bloquear a visada direta de um sistema FSO, mas isso tende a causar somente pequenas interrupções, embora as transmissões possam ser automaticamente refeitas.

Produtos ópticos sem fio de determinados fabricantes usam sistemas de múltiplos raios LASER (diversidade espacial) para endereçar obstruções temporárias, assim como outras condições atmosféricas desfavoráveis, para fornecer uma maior disponibilidade do serviço.

Atividades sísmicas

O movimento das construções pode prejudicar a transmissão/recepção de feixes LASER por conta da perda de alinhamento. Uma das formas de suavizar este problema é através da utilização de múltiplos raios FSO.

Cintilação

O ar quente proveniente do solo ou de aparelhos desenvolvidos pelo homem, como é o caso dos dutos de aquecimento, propiciam variações de temperatura entre em diferentes trechos por onde o feixe FSO possa trafegar.

Isso pode causar flutuações em amplitude que provocam dificuldades de detecção do sinal na base receptora FSO.

Segurança

Para quem não está familiarizado com a tecnologia FSO, a segurança pode ser uma preocupação, pois a tecnologia usa LASER's para transmissão. A utilização correta e segura de LASER's tem sido discutida desde que os primeiros aparelhos FSO apareceram nos laboratórios há mais de três décadas.

As maiores preocupações envolvem a exposição do olho humano aos raios de luz de alta densidade de potência. Padrões internacionais restritos foram criados para desempenho e segurança.

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Balanço de Potência FSO: FSO x FIBRA

Os sistemas de comunicações ópticos que utilizam o espaço livre como meio de transmissão têm se mostrado uma alternativa viável para substituir sistemas clássicos que utilizam fibra óptica em diversas aplicações, tais como em redes locais (LAN) e redes metropolitanas (MAN).

Estima-se que em áreas metropolitanas um enlace de fibra óptica pode custar aproximadamente US$ 200.000,00 por quilômetro, sendo que 85% desse valor é gasto em escavação e instalação. Por outro lado, o custo de instalação de um sistema FSO é cerca de 20% dos sistemas desenvolvidos para a aplicação em projetos baseados em soluções com fibra.

Atualmente as fibras ópticas utilizadas nos diversos sistemas podem operar com taxas de transmissão que ultrapassam 620 Mbit/s. Fazendo-se uma comparação entre os sistemas de telefonia e fibra, apenas como uma idéia de grandeza, esta taxa é aproximadamente dez mil vezes maior que as taxas do MODEM's comumente utilizados pela maioria dos usuários da Internet, quando nos referimos à conexão discada.

O FSO é caracterizado como tecnologia de visada direta dependente totalmente do uso de raios de luz, invisíveis ao olho humano, que permitem conexões de longa distância entre transceptores para transmissão de voz, vídeo e dados. Atualmente, a presença desta nova tecnologia permitiu o desenvolvimento de uma nova categoria de produtos sem fio com taxas acima de 1,25 Gbit/s. Essa conectividade óptica não requer cabos caros de fibra óptica ou licenças de espectro de radio freqüência seguras (RF).

No espectro eletromagnético, os sistemas FSO operam próximos à região do infravermelho com comprimentos de onda típicos de 750 nm, 810 nm e 852 nm, devido à disponibilidade de fontes LASER de baixo custo trabalhando nesses comprimentos de onda. Receptores PIN e APD com boa sensibilidade também estão disponíveis nesses comprimentos de onda.

Entretanto, as constantes demandas por distância, especialmente em aplicações de telecomunicações, empurraram a operação desses sistemas para comprimentos de onda maiores, principalmente 1550 nm, onde fontes LASER podem fornecer maior potência óptica. Amplificadores de fibra dopada a érbio (EDFA - Erbium Doped Fiber Amplifier) podem ser usados nos transceptores, possibilitando amplificação de potência e, consequentemente, aumentando o alcance do sistema.

Os equipamentos de comunicação ópticas atualmente disponíveis operam com LASER's de 850 nm ou 1550 nm. Todavia, o LASER de 1550 nm, embora mais caro, possui melhor desempenho para alcances maiores, exige potência reduzida e, portanto, não agride a retina dos olhos humanos. Em termos de desempenho, um sistema de comunicação, por definição, deve apresentar uma taxa de erro não superior a apenas um bit para cada dez bilhões que ele transmite, isto é, BER <= 10-e10 .

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Balanço de Potência FSO: Formulação

A formulação adotada é semi-empírica, com a parte empírica desenvolvida na atmosfera de algumas regiões brasileiras.

A caracterização do sistema FSO é feita a partir do balanço de potência: (1) Onde: • P(0) = potência transmitida (dBm); • P(R) = sensibilidade do receptor (dBm); • = perda total no enlace do espaço livre (dB). • M = margem de segurança do sistema (dB).

O conceito de balanço de potência se aplica para estabelecer a distancia máxima de operação (alcance) de um enlace os transceptores.

A perda total em um enlace FSO possui diversos componentes, como perda óptica no receptor, perda devida a erros de alvo (ou alinhamento), perda devido ao alargamento geométrica do raio LASER, e perdas devido aos efeitos atmosféricos. Relatos encontrados na literatura sugerem que valores típicos para perdas ópticas do receptor e por erros de alvo são 9,0 dB e 3,0 dB; respectivamente.

A perda por alargamento geométrico do LASER pode ser avaliada através da comparação entre a área iluminada na superfície do receptor e a área de superfície do raio que sai do transmissor. Esta perda depende da divergência geométrica do raio e do comprimento do enlace FSO.

Efeitos atmosféricos como absorção, dispersão e cintilação são os que mais contribuem para elevação da perda total no enlace. Tais efeitos podem prejudicar consideravelmente o desempenho dos sistemas FSO e reduzir sua disponibilidade.

A atenuação da potência LASER na atmosfera é descrita pela lei de Beer [4][5]:

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Onde:

• R = alcance do enlace (m);

• P(R) = potência LASER à distância R da fonte; • P(0) = potência do LASER na fonte;

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O coeficiente de atenuação total s é composto por quatro parcelas: • m = coeficiente de absorção molecular;

• a = coeficiente de absorção aerossol;

m = coeficiente de espalhamento molecular ou espalhamento Rayleigh ; a = coeficiente de espalhamento aerossol ou Mie .

Na faixa de comprimento de onda de interesse, entre 780 nm e 1550nm, as dimensões das partículas em suspensão na atmosfera são da mesma ordem ou maiores que o comprimento onda, tornando os coeficientes de absorção atmosférica e aerossol desprezíveis ( m aprox. = 0 e a aprox. = 0) [1][2]. O coeficiente de espalhamento molecular, ou espalhamento Rayleigh , que varia com o inverso da quarta potência do comprimento de onda do LASER (1/ 4) também pode ser negligenciado ( m ~ 0) para a mesma faixa de comprimentos de onda. Dessa forma, o coeficiente de espalhamento aerossol ou Mie torna-se o coeficiente de atenuação total (s aprox.= ßa).

O espalhamento Mie é fortemente evidenciado quando os diâmetros das partículas em suspensão são da ordem do comprimento de onda LASER, e se torna praticamente independente do comprimento de onda à medida que o diâmetro dessas partículas cresce. A eficiência do espalhamento Mie também depende da visibilidade atmosférica, definida como a distância em que a intensidade da luz decresce 2% do seu valor inicial.

A atenuação devido ao espalhamento Mie varia com a visibilidade e com o comprimento de onda LASER de acordo com: (3) Onde: • V = visibilidade (km);

• = comprimento de onda do LASER (nm);

• q =

distribuição de tamanho das partículas espalhadas, sendo:

A avaliação completa da perda no enlace requer estimativa da perda por cintilação.

Resultados experimentais[2] indicam que as perdas por cintilação podem ser reduzidas com o uso de sistemas com múltiplos raios e/ou receptores com abertura larga. Os resultados também indicam que o efeito da cintilação é mais severo à tarde e no verão. Outros resultados sugerem que a perda por cintilação aumenta com o comprimento de onda de operação.

A interpolação linear é aplicada aos dados obtidos em outro trabalho [2] com o propósito de estimar a perda por cintilação para diferentes alcances FSO, de acordo com a fórmula empírica:

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onde R é dado em km e os valores das constantes a e b dependem do tipo de sistema FSO:

Raio único e/ou sistemas com receptor de pequena abertura (diâmetro = 10 cm ): a = 13 / 9,2 e b = 67,2 / 9,2.

Raios múltiplos e/ou sistemas com receptor de pequena ampla (diâmetro > 10 cm): a = 8 / 9,2 e b = 27,2 / 9,2.

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Balanço de Potência FSO: Software

O ambiente oferecido pela ferramenta GUIDE do MATLAB foi escolhido por sua simplicidade no que diz respeito ao desenvolvimento da interface gráfica para o usuário e também porque o MATLAB possui uma linguagem de programação bastante simples, com diversas funções já definidas e que dispensa a declaração de variáveis observada na maioria das linguagens de programação.

O programa dispõe tópicos de ajuda, como é o caso da exibição de gráficos com valores práticos de visibilidades em cidades brasileiras, e também apresenta resumos teóricos acerca de determinados assuntos vinculados à tecnologia FSO, como por exemplo, espalhamento Rayleigh, espalhamento Mie, divergência do raio, etc.

No programa desenvolvido é realizado o balanço de potência para enlaces FSO levando em consideração os diversos parâmetros descritos nos tópicos anteriores. Assim, os seguintes parâmetros são usados com entrada de dados para o programa:

• Potência média na saída do transmissor: PT (dBm); • Comprimento de onda do LASER: (nm);

• Divergência do raio LASER: (mrad);

• Sensibilidade óptica do receptor para a taxa de transmissão e BER de interesse: Srx (mrad); • Área de abertura da superfície do receptor: AR (m2);

• Perdas ópticas no receptor: PLRx (dB); • Perdas ópticas por desalinhamento: Pdes (dB). • Margem de segurança do sistema: M (dB).

Para avaliar o correto funcionamento do software foram usados valores práticos apresentados em outro trabalho [2]. Os seguintes valores foram usados com entrada de dados: PT = 13 dBm, = 780 nm, PR = -46 dBm, = 1 mrad, AR = 0.025 m2 , PLRx = 9 dB, Pdes = 3 dB e M = 0 dB.

A figura 1 a seguir apresenta a interface gráfica desenvolvida com o GUIDE do MATLAB quando se pretende calcular o alcance máximo R(km) de acordo com os dados fornecidos.

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Figura 1: Aspecto da interface gráfica do software desenvolvido.

Na figura 2 é apresentado o gráfico dos valores práticos de visibilidade [2] de acordo com a opção selecionada na interface.

Figura 2: Gráfico para estimativa da visibilidade na região sudeste.

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A proposta de desenvolvimento deste software é facilitar o entendimento e o projeto de sistemas FSO em cidades brasileiras, estimando-se de forma rápida o alcance máximo de enlaces FSO de acordo com parâmetros diversos inerentes ao sistema.

Problemas de degradação atmosférica, dificuldade de visada devido à influência de neblina ou presença de fumaça, bem como a própria poluição em si são, de certa forma, contemplados no software quando seguidas sugestões de valores de visibilidade apresentados no software.

O layout do programa é bastante simples e objetivo, proporcionado facilidade de alteração dos parâmetros do sistema por parte de qualquer usuário. Os textos estáticos presentes na interface apresentam de forma objetiva os dados fornecidos e o que se necessita obter.

O software também pode ser perfeitamente adaptado para calcular qualquer outro parâmetro do sistema desde que todos os demais parâmetros sejam fornecidos. Assim, por exemplo, é possível calcular o comprimento de onda, a área mínima do receptor, a potência mínima a ser transmitida, etc., desde que todos os demais parâmetros sejam fornecidos.

Para isto, basta que o usuário preencha com um traço ou ponto de interrogação a caixa de texto correspondente ao parâmetro que se deseja calcular. Se mais de uma caixa de texto for preenchida com interrogação ou traço, ao acionar o botão calcular o software exibirá uma mensagem de erro.

O software apresentado é perfeitamente sugerido como ferramenta didática para aproximar a tecnologia de comunicações ópticas de acadêmicos em potencial. É verdade que as fibras ópticas estão em alta e, portanto, são mais divulgadas, contudo, progressivamente a tecnologia FSO vem ganhando espaço em aplicações diversas, inclusive se integrando às redes com infra-estrutura de cabos ópticos.

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Balanço de Potência FSO: Considerações Finais

A realização do trabalho de pesquisa de sistemas de transmissão modulados por LASER que se utilizam do espaço livre como meio de transmissão se justifica por aspectos diversos: comunicação em alta velocidade por meio de LASER, tecnologia de transmissão em espaço livre, gerenciamento que pode ser feito através de softwares, investimento e retorno mais rápidos quando comparados com sistemas de comunicações ópticas com fibra, por se tratar de uma tecnologia que utiliza o espaço livre como meio de transmissão, podendo estabelecer enlaces de comunicação de 5 km ou acima.

O FSO é ainda uma tecnologia que oferece segurança na transmissão de dados pelo ar livre e banda larga para prover serviços de Internet, intranet, telefonia fixa e celular, e possui ótima relação custo/beneficio para atendimento de grande demanda de banda.

Além de salientar suas qualidades e vantagens, nosso estudo também procurou analisar as deficiências do FSO, no caso de névoa o sinal pode ser atenuado, o que também pode ser ocasionado pela chuva bastante presente em nossa região.

Com planejamento, sistemas FSO podem atender a uma gama de empresas que necessitem de serviços de telecomunicações com conectividade em alta velocidade, oferecendo baixo custo (aproximadamente 1/5 do custo de um sistema similar que utiliza fibra óptica) e em um curto período de tempo.

Certamente o FSO constituirá, no futuro breve, uma boa alternativa tecnológica para de telecomunicações em nosso país.

Referências

[1] L. E. da S. Moura, et al. "Da viabilidade da tecnologia óptica no espaço livre". Revista de Ciência e Tecnologia. Piracicaba, v. 1, n. 1, 1991.

[2] P. B. Harboe, "Free Space Optical Communication Systems: a feasibility study for deployment in Brazil". Journal of Microwaves and Optoelectronics, v. 3, n. 4, abr. 2004.

[3] I. I Kim, B. Mcarthur, Eric Korevaar, Comparison of LASER beam propagation at 785 nm and 1550 nm in fog and haze for optical wireless communications. San Diego. http://www.opticalaccess.com, 2005.

[4] D. Johnson: “Optical Through the Air Communications Handbook”, http://www.imagineeringezine.com.

[5] I. I. Kim, R. Stieger, J. Koontz, C. Moursund, M. Barclay, P. Adhikari, J. Schuster, and E. Korevaar, "Wireless optical transmission of Fast Ethernet, FDDI, ATM, and ESCON protocol data using the TerraLink laser communication system," Optical Engineering, Vol. 37, pp. 3143-3155, 1998.

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Balanço de Potência FSO: Teste seu Entendimento

1. A tecnologia FSO (Free Space Optics) utiliza emissores e receptores de luz do tipo LASER para enviar informações através de:

Fibras Ópticas. Guias de Ondas. Ar livre.

Cabos de cobre.

2. Quais das alternativas abaixo representam algumas das vantagens apresentadas pela tecnologia FSO?

Não requer licença de espectro RF.

É de fácil atualização e suas interfaces abertas suportam equipamentos de vários fabricantes. É imune à interferência de freqüências de radio ou saturação.

Pode ser posicionado atrás de janelas, eliminando a necessidade de telhados caros. Todas as anteriores.

3. Qual das alternativas abaixo não representa um componente a ser considerado no cálculo do Balanço de Potência de um enlace FSO?

Perda devido ao raio de curvatura da Terra. Perda óptica no receptor.

Perda devida a erros de alvo (ou alinhamento).Perdas devido aos efeitos atmosféricos. Perdas devido aos efeitos atmosféricos.

Referências

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