• Nenhum resultado encontrado

Maíra Ferreira Sant Ana e Danielle Roberta Dias

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Maíra Ferreira Sant Ana e Danielle Roberta Dias"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

Maíra Ferreira Sant’Ana e Danielle Roberta Dias

Resumo

A N S I E D A D E : F A T O R D E E F E I T O P O S I T I V O E / O U

A N S I E D A D E : F A T O R D E E F E I T O P O S I T I V O E / O U

A N S I E D A D E : F A T O R D E E F E I T O P O S I T I V O E / O U

A N S I E D A D E : F A T O R D E E F E I T O P O S I T I V O E / O U

N E G A T I V O N O D E S E M P E N H O E M S A L A D E A U L A D E

N E G A T I V O N O D E S E M P E N H O E M S A L A D E A U L A D E

N E G A T I V O N O D E S E M P E N H O E M S A L A D E A U L A D E

N E G A T I V O N O D E S E M P E N H O E M S A L A D E A U L A D E

L Í N G U A S ?

L Í N G U A S ?

L Í N G U A S ?

L Í N G U A S ?

Resumo

Este trabalho trata sobre a influência da ansiedade na aprendizagem de segunda língua em sala de aula. O maior conhecimento deste assunto por parte dos professores pode ajudá-los a reconsiderar seus métodos de ensino, promovendo uma melhoria no aprendizado de línguas. A literatura afirma existir dois tipos de ansiedade: a facilitativa e a debilitativa de acordo com Gardner e MacIntyre (1988). Entretanto, parece ainda não haver um consenso ou maior esclarecimento a respeito da influência desses dois tipos. Dessa forma, nosso objetivo é apresentar o que a literatura afirma sobre esse conceito, ou seja, se a ansiedade representa um fator de efeito positivo e/ou negativo no desempenho dos aprendizes de segunda língua. Através da revisão teórica de artigos (Young, 1994; Brown, 1994; e Qin, 2003 e dissertação de mestrado de Mastrella, 2002) pudemos constatar que estes autores consideram que a ansiedade influencia positiva e negativamente o desempenho dos alunos em sala de aula de línguas, porém eles apenas citam a influência positiva, enfatizando mais o efeito negativo desta. Concluímos com algumas sugestões da literatura para lidar com a ansiedade dos alunos em sala de aula.

(2)

AULA DE LÍNGUAS Introdução

Este artigo aborda a influência da ansiedade na aprendizagem de segunda língua em sala de aula. O objetivo deste é, através de uma breve revisão bibliográfica, mostrar se a ansiedade representa um fator de efeito positivo e/ou negativo no desempenho dos aprendizes de segunda língua. Assim, nossa pergunta de pesquisa é: Ansiedade - Fator de efeito positivo e/ou negativo no desempenho em sala de aula de línguas? Esta pesquisa é de base teórica e envolverá, basicamente, a revisão de três artigos e uma dissertação. Os artigos são de autoria de Young (1994), Brown (1994) e Qin (2003). Já a dissertação é de autoria de Mastrella, (2002).

Para a realização do objetivo proposto, nosso trabalho é dividido em quatro seções: 1) Introdução, 2) Revisão Bibliográfica, 3) Considerações Finais e 4) Referências Bibliográficas. Neste, além de apresentar os estudos realizados pelos autores acima a respeito do efeito da ansiedade no aprendizado de segunda língua, nos posicionaremos em relação à nossa pergunta de pesquisa.

Acreditamos que, a relevância desse trabalho se deve ao fato da necessidade de se estudar mais o(s) efeito(s) da ansiedade no desempenho dos aprendizes de línguas. Assim, nosso trabalho estaria colaborando para que os professores de segunda língua tenham um maior conhecimento sobre o assunto em pauta. A consciência deste pode

ajudá-los a reconsiderar seus métodos de ensino, promovendo assim, uma melhoria no aprendizado de línguas.

2. Revisão Bibliográfica

Qin assim como Brown apresenta, no início de seus artigos, a definição de ansiedade proposta por Scovel de que a

ansiedade é um estado de apreensão, um medo vago... (QIN, 2003, p.57). Vale

ressaltar, que ambos os autores retiraram esta definição de obras de Scovel cujas datas são distintas: 1978 e 1994, respectivamente.

Já Mastrella parafraseia duas definições de ansiedade: a ansiedade linguística e a ansiedade psicológica propostas, respectivamente, por Gardner e MacIntyre (1993) e Spielberger (1966). De acordo com Gardner e MacIntyre (1993), a ansiedade linguística é caracterizada pela presença de medo ou apreensão que ocorre quando o aprendiz tem que se expressar na língua estrangeira (LE) ou segunda língua (L2). Para Spielberger (1996), o conceito de ansiedade psicológica é definido como sentimentos de apreensão e tensão subjetiva e conscientemente percebidos, acompanhados ou associados à ativação ou despertamento do sistema nervoso autônomo.

Assim, segundo os conceitos supracitados, observamos que Brown, Qin e Mastrella trabalham a definição de ansiedade associada a sentimentos, tais como apreensão e medo. Por outro lado, Young define

(3)

ansiedade de acordo com a Teoria Cognitiva. Segundo esta teoria, ansiedade é definida

como uma resposta cognitiva marcada pela auto-dúvida, sentimentos de insuficiência e auto-culpa. (YOUNG, 1994: 25). Convém

ressaltar que tal definição foi retirada de Gardner e MacIntyre (1988). Brown, Qin e Mastrella afirmam que a ansiedade pode ser experienciada em vários níveis, entretanto apresentam apenas dois destes: (1) nvel mais profundo (nível global), em que a ansiedade é uma predisposição permanente para ser ansioso, uma característica estável da personalidade do indivíduo; e o (2) nvel mais momentâneo (nível situacional), em que o estado de ansiedade é uma condição transitória de apreensão resultante de algum evento ou ato particular. Destacamos que Mastrella nominaliza “nível global” de forma distinta, utilizando o termo “personalidade ansiosa”. Young, por sua vez, não menciona níveis de ansiedade em seu artigo.

Qin bem como Mastrella diz que, dependendo do nível de ansiedade do aprendiz, a ansiedade pode ter um efeito positivo e negativo na aprendizagem. Além disso, elas dizem que muitas pesquisas mostram uma tendência para a ansiedade estar facilitando a aprendizagem de um idioma estrangeiro. Brown, em seu artigo, apenas cita o efeito positivo e negativo da ansiedade na aprendizagem, não fazendo qualquer relação destes com o nível de ansiedade. Já Young apresenta e define, de acordo com Gardner e MacIntyre (1988), vários tipos de ansiedade,

tais como: Ansiedade Debilitativa e Facilitativa, Ansiedade Temporal, Ansiedade de Apreensão da Comunicação, Ansiedade Avaliativa Social e Ansiedade Permanente. Todavia, Qin, Mastrella, Brown e Young afirmam que apesar de alguns pesquisadores defenderem que existe uma influência positiva da ansiedade sobre a aprendizagem de uma língua estrangeira, a maioria relata o lado negativo dessa influência.

Qin afirma que a relação entre a ansiedade e a aprendizagem de uma língua estrangeira é complicada. No entanto, ela ressalta, assim como Brown, a importância da ansiedade, considerando-a um elemento motivacional chave do comportamento e do sucesso dos estudantes em sala de aula.

Por outro lado, Qin, Mastrella e Young destacam a influência negativa da ansiedade na aprendizagem de uma língua estrangeira. Qin diz que falar uma língua estrangeira como o inglês, por exemplo, pode ser muito estressante para os alunos, principalmente na presença de outros na classe, porque os estudantes têm medo de cometer erros. Diz ainda que a ansiedade impede a comunicação na sala de aula de inglês como língua estrangeira de duas maneiras. Na primeira, porque os estudantes são inibidos por seu medo de fracassar, falhar, o que os conduz a perda de concentração e ao desvio de atenção da tarefa que eles deveriam resolver. Na segunda, os estudantes que frequentemente sofrem intensa ansiedade perdem a coragem e tendem a evitar a fonte

(4)

AULA DE LÍNGUAS

da ansiedade, nesse caso, o idioma estrangeiro.

Já Mastrella enfatiza a influência negativa da ansiedade na aprendizagem de uma língua estrangeira expondo alguns estudos relevantes desta área, tais como: MacIntyre (1995); Kleinmann (1977); Steinberg e Horwitz (1986); MacIntyre e Gardner (1989); Horwitz et al. (1991); pesquisas realizadas pela Universidade do Texas através do Learning Skills Center; Gardner, Lalonde, Moorcroft & Evers (1987); Young (1990); Price (1991) e Oxford (1999). Após examinar em detalhes os resultados das pesquisas supracitadas, a autora chega a duas conclusões importantes. A primeira é que o fator ansiedade linguística é muito importante dentro de qualquer metodologia de ensino de língua, pois este fator tem grande influência no processo de aprendizagem de uma língua estrangeira. A segunda se refere à necessidade de se desenvolver mais pesquisas na área da ansiedade.

Young também destaca a influência negativa da ansiedade na aprendizagem de uma língua estrangeira, mas diferente de Mastrella, a autora apresenta apenas quatro pesquisas. A primeira, que também foi utilizada por Mastrella, é a de Steinberg e Horwitz (1986). A segunda é de Phillips (1992), a terceira é de MacIntyre e Gardner (1991 b) e (1994 a) e a última é de Sparks e Ganschow (1991). Através destas pesquisas, Young conclui que a ansiedade impede a

aprendizagem de uma nova língua, ou seja, dificulta a aquisição de um segundo idioma.

Qin e Brown afirmam que a ansiedade é um importante fator de personalidade que influencia a aprendizagem de um idioma estrangeiro em sala de aula. Em seus artigos, os autores consideram-na um elemento motivacional chave do comportamento e do sucesso dos estudantes em sala de aula.

Qin diz que um pouco de ansiedade pode ser benéfica e energizante para a aprendizagem de um idioma estrangeiro. A autora ressalta uma pesquisa na qual há uma tendência para a ansiedade estar facilitando a aprendizagem de uma segunda língua em estudantes com alta-habilidade. De acordo com esta pesquisa, estes estudantes são ansiosos porque pensam que não sabem bem o idioma e que não são bem sucedidos como alguns outros alunos na classe. Isto os conduz a fazer grandes esforços para alcançar os outros estudantes e se comparar favoravelmente a eles. Então, os estudantes competitivos, como resultado dessa competitividade, trabalham “duro”, tendo assim, êxito no aprendizado do idioma estrangeiro.

Em seu artigo, Brown afirma que, segundo Bailey (1983), a ansiedade facilitativa pode ser uma das chaves para o sucesso do aprendizado de uma segunda língua. Brown corrobora com Qin ao mencionar a relação existente entre a competição e a ansiedade. Para tanto, ele

(5)

apresenta a Teoria Humanística de Rogers, segundo a qual baixa ansiedade entre aprendizes e uma postura não defensiva entre eles pode prejudicar a aprendizagem de um segundo idioma, pois não favorece a competição, sendo esta primordial para o progresso na aprendizagem de uma segunda língua.

Mastrella assim como Qin e Brown, fala sobre a importância da ansiedade na aprendizagem de uma segunda língua. Entretanto, a autora utiliza a denominação “ansiedade útil” para se referir à ansiedade facilitativa, isto é, a ansiedade que tem efeito positivo na aprendizagem de um idioma estrangeiro. Visando dar credibilidade ao seu posicionamento, ela cita Scovel (1991) o qual sugere que a ansiedade útil pode contribuir positivamente para a aprendizagem, como, por exemplo, para manter os aprendizes alertas. Já Young, ao contrário de Qin, Brown e Mastrella, não se refere à ansiedade como sendo um fator importante na aprendizagem de um idioma estrangeiro. Em seu artigo, a autora dá ênfase ao efeito negativo da ansiedade no desempenho em sala de aula de línguas.

Considerações Finais

Este artigo discutiu, brevemente, a influência da ansiedade na aprendizagem de língua em sala de aula. O interesse por este estudo partiu da importância desempenhada pela ansiedade no aprendizado de língua e da

necessidade de se discutir mais a respeito deste fator, uma vez que os estudos nesta área são escassos.

Através dessa breve revisão bibliográfica, percebemos que Qin (2003), Brown (1994), Mastrella (2002), e Young (1994) consideram a ansiedade como um fator que influencia positiva e negativamente o desempenho em sala de aula de línguas. Todavia, observamos que os autores acima, apenas citam a influência positiva da ansiedade, enfatizando o seu efeito negativo na aprendizagem dos estudantes de idioma estrangeiro. Sendo assim, faz-se necessário explorar mais o efeito positivo da ansiedade nos estudantes de língua, uma vez que a ansiedade representa um fator relevante para a aprendizagem de línguas.

Diante do que foi exposto, corroboramos com as considerações feitas pelos autores analisados, que a ansiedade influencia positiva e negativamente o aprendizado da língua estrangeira, porém, devido à escassez de estudos que tratam da influencia positiva deste fator, consideramos ainda há muitos questionamentos a serem respondidos a este respeito.

Acreditamos que um número maior de pesquisas ressaltando o efeito positivo da ansiedade no desempenho em sala de aula de línguas, pode ajudar o professor a ter um maior conhecimento sobre este assunto. Assim, ele será capaz de sugerir como os alunos poderão trabalhar a ansiedade dentro e fora do ambiente escolar. Além disso, dentro

(6)

AULA DE LÍNGUAS

de sala de aula, o professor desempenhará melhor sua função, reconsiderando seus métodos de ensino, propondo a seus alunos aproximações mais efetivas com o idioma estrangeiro estudado, e então, provendo-os com ótimas oportunidades para aprender.

Referências Bibliográficas

1. BROWN, H. Douglas. Personality Factors. In: BROWN, D. Principles of Language

Teaching. Ed. Prentice Hall, 1994. p. 99-114.

2.MASTRELLA, Mariana Rosa. A relação

entre crenças dos aprendizes e

ansiedade em sala de aula de língua inglesa:

um estudo de caso.

Dissertação (Mestrado em Letras), UFG, Goiânia, 2002.

3. QIN, Gangyin. The Influence of Personality

on Foreign Language Learning. Disponível

em:

http://www.linguist.org.cn/doc/uc200310/200 31013.doc. Acesso em: 15 set. 2008.

4. YOUNG, Dolly Jesusita. New Directions in Language Anxiety Research. In: KLEE, Carol A. Faces in a Crowd: The Individual Learner in Multisection Courses. Boston. Ed. Aunle e Aunle, 1994. p. 16-59.

Referências

Documentos relacionados

Pensando no contexto do acampamento e de demais comunidades do campo que vivem nessas mesmas condições, ou seja, que vivem a compressão das áreas rurais pelo crescimento

documentos de segurança obrigatórios por parte dos estabelecimentos comerciais; que os agricultores familiares utilizam as construções que dispõem para o

lançamento da Estratégia Fome Zero, a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), a institucionalização da política de SAN e

Este trabalho considera como documento as cartas manifesto dos eventos organizados com o apoio do MST por Educação do Campo, as políticas públicas educacionais

outras pessoas referidas nas histórias de vida e nas entrevistas foram modificados, dentro do mesmo propósito, também de forma aleatória. As narrativas orais e histórias de vida,

A pesquisa empreendida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia - PPGEDAM/NUMA/UFPA evidenciou

Assim, compreendendo o caráter rentista do capitalismo no campo brasileiro, tentar-se- á demonstrar que o modelo de implantação dos assentamentos rurais no Brasil, seja via luta

Em 2008 foram iniciadas na Faculdade de Educação Física e Desportos (FAEFID) as obras para a reestruturação de seu espaço físico. Foram investidos 16 milhões