1 João Martins
1º SKILLS 2013/2014
1) FRACTURAS EXPOSTAS
CASO 1
38 anos, sexo ? Vítima de acidente de viação
1) Diagnóstico? Justifique.
FRACTURA EXPOSTA dos ossos da perna;
o Lesão extensa dos tecidos moles > 10 cm
o Lesão de alta energia com componente de esmagamento significativo; o Sem referência a lesão neuro vascular.
2) Classifique a lesão. Justifique.
FRACTURA EXPOSTA DE GRAU III B (classificação de Gustilo-Anderson): o Lesão extensa dos tecidos moles > 10 cm
o Exposição óssea sem cobertura adequada
o Possibilidade de contaminação massiva
3) Qual a sua actuação se tivesse recebesse este doente no SAP de Penacova?
Acidente de alta energia logo, contexto de POLITRAUMATIZADO: o ABC (Airways, Breathing, Circulation) de acordo com ATLS
o Controlo da hemorragia (pressão directa com controle da hemorragia activa; evitar aplicação de torniquete!! )
o Antibioterapia i.v. + profilaxia tétano (Clostridium) o Penso estéril com solução salina
o Estabilização provisória da fractura com tala de arame ou tala pneumática
4) Qual a sua actuação se tivesse recebesse este doente no SAP de Penacova?
Lavagem abundante ferida com soro salino
Desbridamento da ferida (exérese de fragmentos ósseos desvitalizados) Estabilização da fractura com fixadores externos (osteotáxis)
Cobertura óssea (flap muscular)
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2) OSTEÍTE/OSTEOMIELITE
CASO 2
58 anos, sexo ?
Antecedentes de fractura exposta da tíbia complicada com infecção
Fistulização crónica evoluindo por surtos Queda recente
2 João Martins
1) Descreva as alterações clínicas e RX
Alterações clínicas:
o Múltiplas feridas com perda de substância e supuração a nível da perna o É visível a exposição óssea da tíbia
RX - áreas de sequestro ósseo na tíbia (osso nacarado e desvitalizado)
2) Qual o diagnóstico? Justifique
OSTEÍTE/OSTEOMIELITE:
o Antecedentes de fractura exposta e posterior infecção o Fistulização crónica
3) Perante a lesão cutânea que exame considerava obrigatório pedir? Justifique
Zaragatoa – exame cito-bacteriológico e teste de sensibilidade aos antibióticos (Exames laboratoriais – Leucócitos, VS e PCR)
4) No presente quadro clínico qual a proposta de tratamento? Justifique
Fenestrectomia, limpeza cirúrgica e sequestrectomia (remoção dos fragmentos ósseos desvitalizados)
Em caso de grande instabilidade do fragmento ósseo pode ser necessário colocar um
fixador externo
Em casos arrastados sem resolução e/ou em caso de sépsis pode ser necessária a
amputação
CASO 3
34 anos, sexo M
Antecedente de queda com traumatismo da perna direita Dor, tumefação, impotência funcional, flutuação
EO: ferida com supuração e exposição óssea
1) Qual a atitude imediata perante esta situação?
Zaragatoa (= atrás)
2) Que exames complementares realizaria e o que resultados esperaria encontrar?
Análises laboratoriais – leucocitose, aumento da VS e PCR
RX – zonas de sequestro ósseo (osso desvitalizado)
3) Diagnóstico?
OSTEÍTE/OSTEOMIELITE
4) Qual o tratamento que preconizava neste caso?
(= atrás)
3 João Martins
3) INFECÇÃO PÓS-ATROPLASTIA
CASO 4
71 anos, sexo F
Operada a uma gonartrose há 14 meses
No pós-operatório imediato fez deiscência de sutura e drenagem de serosidade (pensos e antibioterapia) Dores mistas, impotência funcional, sinais inflamatórios
exuberantes
1) Descreva a imagem radiológica
Prótese total do joelho
Sinais de erosão, descolamento (nas interfaces osso/cimento e cimento/prótese), linha radiolucente e reabsorção óssea
2) Perante a história clínica e o RX qual o diagnóstico. Justifique
INFECÇÃO PÓS-ARTOPLASTIA:
o Deiscência de sutura, drenagem de serosidade e antibioterapia o Dores mistas e sinais inflamatórios
o RX - prótese total do joelho cimentada, com sinais de descolamento
3) Como deveria proceder ainda no Serviço de Urgência? Justifique
Artrocentese (aspiração do liquido articular do joelho) para exame cito-bacteriológico:
o Teste mais importante para o diagnóstico de infecção profunda; especificidade, sensibilidade e precisão de 100%
4) Perante a confirmação do seu diagnóstico, qual o tratamento. Justifique
Manutenção da prótese (controverso) – antibioterapia, irrigação e desbridamento Substituição da prótese a 2 tempos (tratamento de eleição, > 90% sucessos)
o Remoção a prótese com colocação de espaçador de cimento com antibiótico o Colocação de nova prótese após desaparecimento dos sinais de infecção Na impossibilidade de colocação de uma prótese:
o Atrodese
Fixação interna – cavilha
Fixação externa – fixadores externos o Ressecção artroplástica
o Amputação (casos de septicémia)
CASO 5
67 anos, sexo F
Artoplastia total do joelho
Dor que tem vindo a agravar, inflamação Derrame volumoso, sinovite
1) Qual a primeira atitude a tomar perante o derrame do joelho?
4 João Martins
2) Que exames complementares realizaria e o que resultados esperaria encontrar?
Análises laboratoriais – leucocitose, aumento da VS e PCR
RX – negativa numa fase inicial; num estado mais avançado pode haver sinais de erosão, descolamento ou reabsorção (sinais tardios)
Cintigrama osteoarticular – hiperfixação focal
3) Diagnóstico? INFECÇÃO PÓS-ARTOPLASTIA ---
4) FRACTURA PATOLÓGICA
CASO 6
64 anos, sexo F Sofreu fractura espontânea ao colocar um livro numa estante
1) Descreva a imagem radiológica. Qual o seu diagnóstico. Justifique
RX:
o Lesão osteolítica na diáfise do úmero com: Destruição das corticais ósseas Fractura associada (traço oblíquo)
FRACTURA PATOLÓGICA, provavelmente associada a metástase óssea
o Idade
o Fractura espontânea sem história traumática prévia o Presença de lesão pré- existente
2) Como orientaria o interrogatório desta doente?
História de neoplasia prévia (mama, rim, tiróide, pulmão, útero, ovários, melanoma) História familiar de neoplasias
3) Que exames solicitaria? Justifique
Pesquisa do tumor primitivo: o Exames laboratoriais
o Imunoeletroforese das proteínas o Cintigrama osteoarticular
o RX e TAC tórax
o TAC abdominopélvica
Estabelecer ou confirmar diagnóstico: o Biópsia
4) Qual o tratamento proposto? Justifique
Tratamento da dor:
o Radioterapia – diminuição efectiva da dor em 53% casos. o Agentes não narcóticos
o Adjuvantes: corticóides, bifosfonados (diminuem o risco de fracturas patológicas), neuropáticos, antidepressivos e ansioliticos
5 João Martins o Opióides o Bloqueios nervosos Estabilização cirúrgica: o Encavilhamento endomedular o Cimento o Placas
CASO 7
11 anos, sexo ? Sem queixas prévias ou antecedentes relevantes
Ao fazer movimento de torção do braço sentiu um estalido acompanhado de dor intensa
1) Descreva as alterações radiológicas. Como classifica esta fractura? Justifique
Lesão radiotransparente do úmero proximal (junto da metáfise): o Central
o Bem limitada
o Com ligeira insuflação da cortical
o (Sem separação óssea ou loculação)
o Presença de traço de fractura oblíquo ou em espiral
2) Possíveis causas para a fractura. Qual a hipótese de diagnóstico mais provável?
Presença de lesão patológica prévia que terá debilitado o segmento ósseo FRACTURA PATOLÓGICA, provavelmente associada a quisto ósseo simples
3) Que tratamento proporia? Justifique
Por se tratar de um doente jovem, imobilização com gesso braquipalmar para consolidação da fractura + vigilância (a maioria dos quistos ósseos simples desaparecem espontaneamente)
Intervenção cirúrgica (= atrás)
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5) PSEUDARTROSE
CASO 8
31 anos, sexo ?
Vítima de acidente de viação com fractura dos ossos da perna Fez tratamento conservador
Rx de controlo aos 6 meses
1) Descreva a imagem radiológica
Foco de fractura visível
Ausência de calo ósseo
Reabsorção e esclerose dos topos ósseos (bordos arredondados) Canal medular obliterado
6 João Martins
2) Qual o seu diagnóstico? Justifique
PSEUDARTROSE
o Não-encerramento da fractura ao fim de 6 meses de imobilização o Características radiográficas
3) Perante o seu diagnóstico que tipo de diferentes formas de apresentação dessa complicação de fractura conhece e quais as suas diferenças?
Pseudartrose Atrófica/Fibrosa:
o Proliferação de tecido conjuntivo fibroso denso
o Ausência de calo ósseo
o Não há preenchimento do foco de fractura Pseudartrose Hipertrófica/Cartilagínea:
o Foco de fractura preenchido por tecido fibrocartilagíneo não unido
o Presença de calo ósseo - calo continua a alargar tentando rodear a pseudartrose que se forma, levando à formação de uma massa grande de osso em torno do foco de fractura (no RX surge imagem em “pata de elefante”)
4) Como designa este caso e qual o seu tratamento? Justifique
PSEUDARTROSE ATRÓFICA
Colocação de enxerto ósseo e osteossíntese rígida com placa e parafusos (Nota: a pseudartrose hipertrófica apenas requer osteossíntese)
CASO 9
38 anos, sexo M
Traumatismo directo do antebraço com fractura diafisária do cúbito Fez imobilização braquipalmar durante 3 meses
Como ao fim de 3 meses de imobilização ainda não apresentava calo ósseo, fez mais 3 messes de gesso
Agora (ao fim de 6m): dor, fractura não encerrou, sem calo ósseo
1) Qual o tipo específico de lesão? Justifique
PSEUDARTROSE ATRÓFICA
o Traço de fractura visível ao fim de 6 meses
o Ausência de calo ósseo
o Reabsorção e esclerose dos topos ósseos (bordos arredondados) o Obliteração do canal medular
2) Quais as causas desta patologia? Quais as causas possivelmente implicadas neste caso?
Causas:
o Infecção
o Interposição de tecidos moles no foco de fractura o Topos isquémicos (vascularização deficiente)
o Imobilização inadequada (mobilidade excessiva dos topos) o Distração dos topos
Neste caso:
o Imobilização inadequada o Interposição de tecidos moles
7 João Martins
3) Qual o tratamento que proporia ? Justifique
(= atrás)
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6) QUISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO
CASO 10
22 anos, sexo ?
Alargamento progressivo da região metáfiso-diafisária da tíbia, provocando deformidade visível
Dores de predomínio mecânico
1) Descreva as imagens radiológicas
RX:
o Lesão osteolítica excêntrica na metáfise proximal da tíbia o Insuflação da cortical óssea
o Fina zona reactiva envolvente por vezes interrompida por padrão finamente trabecular
TAC – presença de níveis líquidos
2) Qual o seu diagnóstico? Exames complementares? Justifique
QUISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO
o Idade (++ nos adolescentes e jovens adultos) o Localização (++ nas metáfises dos ossos longos) o Características radiográficas
Punção/aspiração: presença de sangue
Cintigrama osteoarticular: hiperfixação focal (aspecto em “dognuth”)
RM: sinal intenso em T2 (intermédio em T1)
3) Qual o tratamento que proporia para este caso? Justifique
Lesões latentes: a regressão espontânea é possível (ocasionalmente) Lesões latentes e activas: (boa resposta)
o Radioterapia (20 grey) o Embolização
o Curetagem
Lesões agressivas - tratamento cirúrgico: o Curetagem e cimentação o Excisão marginal em bloco
4) Quais os diagnósticos diferenciais que deveria considerar. Justifique
Condroblastoma Osteoblastoma
Tumor de Células Gigantes Osteossarcoma Teleangectiásico
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CASO 11
15 anos, sexo M
Dores de predomínio nocturno no braço esquerdo
Fez tratamento na Ortopedia há 2 anos: 2x infiltração com corticóides Há 5 dias com agravamento da dor
Aspiração com agulha: sangue
1) Qual o diagnóstico? Justifique
QUISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO
o Idade (++ nos adolescentes e jovens adultos) o Localização (++ nas metáfises dos ossos longos) o Presença de sangue à aspiração
o Características radiográficas (= atrás)
2) Que outros exames complementares solicitaria e o que resultados esperaria encontrar?
(= atrás)
3) Que tratamento proporia? Justifique
(= atrás)
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7) DISPLASIA FIBROSA
CASO 12
13 anos, sexo M
Deformidade progressiva da coxa esquerda Dores de predomínio mecânico
1) Descreva o quadro clinico e as imagens radiológicas. Atente na deformidade do fémur proximal; qual a sua designação?
Quadro clínico: jovem de 13 anos com deformidade óssea do fémur esquerdo RX - lesão radiotransparente na região proximal do fémur:
o Com aspecto de vidro esmerilado
o Circundada por margem de osso activo Deformidade em cajado de pastor
2) Qual o seu diagnóstico? Justifique
DISPLASIA FIBROSA MONOSTÓTICA o Idade (++ entre os 5 e os 15 anos) o Deformidade dos ossos de carga (fémur) o Dor de predomínio mecânico
9 João Martins
3) Que outra forma conhece desta doença? Quais as suas localizações principais?
Displasia fibrosa poliostótica generalizada
(Displasia fibrosa monostótica crânio, fémur proximal e tíbia)
4) Indicações para tratamento cirúrgico? Que cuidados se deverá ter quanto aos meios de preenchimento das locas provocadas pelas lesões?
Indicações:
o Correcção das deformidades incapacitantes o Prevenção de fracturas patológicas
Preenchimento das locas preferencialmente com enxertos corticais (enxertos esponjosos têm alta taxa de recidivas)
CASO 13
14 anos, sexo M
Várias deformidades ósseas: na região proximal da coxa e cotovelo Dor ligeira, de predomínio mecânico
1) Descreva as imagens radiológicas apresentadas. Cite o termo clínico pelo qual é conhecida a deformidade apresentada.
(= atrás)
2) Da história e alterações radiológicas, qual o diagnóstico mais provável?
DISPLASIA FIBROSA POLIOSTÓTICA o Idade (++ entre os 5 e os 15 anos)
o Presença de múltiplas deformidades ósseas (poliostótica) o Dor de predomínio mecânico
o Características radiológicas
3) Que tratamento proporia para este tipo de lesões? Justifique
(= atrás)
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8) OSTEOCONDROMA
CASO 14
27 anos, sexo M
Dores de predomínio mecânico Evolução lenta
1) Perante o quadro clinico e a imagem radiológica qual o seu diagnóstico? Justifique
OSTEOCONDROMA:
o Idade (doente jovem), dor mecânica, evolução lenta
o RX - Imagem de saliência óssea pediculada a nível da metáfise proximal da tíbia, cortical, com aparente continuidade da zona medular
10 João Martins o Imagem de saliências ósseas bilaterais possível quadro de exostose
múltipla hereditária
2) Indicação para cirurgia neste tipo de lesões. Justifique
Se houver sintomatologia por compressão das estruturas envolventes (músculos, fáscias, tendões e ligamentos)
3) Hipótese de malignização? Diagnóstico? Justifique
No caso de exostoses múltiplas hereditárias existe possibilidade de malignização para
CONDROSSARCOMA
4) Importância da RMN nestas lesões. Justifique
Identificação da lesão
Boa visualização da capa cartilagínea
CASO 15
19 anos, sexo M
Dores de predomínio mecânico e tumefacção na face anterior da tíbia Evolução lenta
1) Interprete a imagem radiológica e justifique
Imagem de saliência óssea pediculada a nível da metáfise proximal da tíbia,
cortical, com aparente continuidade da zona medular
2) Qual o diagnóstico e o que necessitaria em termos de mais exames complementares para o seu estudo. Que esperaria encontrar? Justifique
OSTEOCONDROMA
Cintigrama osteoarticular: hiperfixação focal
TAC e RM: permitem avaliar o revestimento cartilagíneo que reveste o tumor
3) Que tratamento proporia? Justifique
Exérese cirúrgica por se tratar de uma lesão sintomática (idealmente deve aguardar-se até ao fim do crescimento ósseo de forma a diminuir o risco de recidiva)
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9) OSTEOMA OSTEÓIDE
CASO 16
23 anos, sexo ?
11 João Martins
1) Descreva as imagens radiológicas. Qual o seu diagnóstico? Justifique
Radiologia:
o Zona de esclerose intensa na cortical óssea da diáfise do fémur (osso reactivo) o Presença de pequena região central radiotransparente (“Nidus”), oval ou
arredondada
TAC: boa visualização da lesão e do Nidus OSTEOMA OSTEÓIDE
o Idade (++ em idade jovem) o Predomínio nocturno da dor
o Localização (++ cortical de ossos longos) o Características radiográficas típicas
2) Que prova terapêutica poderia fazer? Justifique
Administração de AAS, para avaliação da resposta à dor nocturna (alivia)
3) Que outros exames solicitaria? Justifique
Cintigrama osteoarticular: hiperfixação difusa intensa
RM: Nidus apresenta sinal intenso em T2 (intermédio em T1) bom método para encontrar o Nidus no canal medular
4) Descreva as modalidades terapêuticas que conhece para esta lesão? Qual a sua opção? Justifique
Vigilância: não aumenta de dimensões e normalmente regride espontaneamente,
desaparecendo ao fim de 3-5 anos
Tratamento não cirúrgico: o Termoablação
o Rimagem
Tratamento cirúrgico:
o Excisão marginal em bloco
o “Shaving” intracapsular (alta taxa de recidiva)
CASO 17
16 anos, sexo M
Dores de predomínio nocturno na perna Alivia após administração de AAS
5) Imagens radiológicas e diagnóstico? Justifique
Radiologia
o Zona de esclerose intensa na cortical óssea da metáfise distal do fémur (osso reactivo)
o Presença de pequena região central radiotransparente (“Nidus”), oval ou arredondada
OSTEOMA OSTEÓIDE
o Idade (++ idades jovens) o Predomínio nocturno da dor o Alívio com AAS
12 João Martins o Localização (++ cortical de ossos longos)
o Características radiográficas típicas
6) Que outros exames complementares solicitaria e o que resultados esperaria encontrar?
(= atrás)
7) Que tratamento proporia? Justifique
(= atrás)
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10) TUMOR DE CÉLULAS GIGANTES
CASO 18
32 anos, sexo F
Dores mistas no joelho com 6 meses de evolução
Nos últimos 2 meses as dores tornaram-se mais intensas e permanentes.
1) Descreva a imagem radiológica. Classifique-a
Lesão radiotransparente na região distal do fémur o Oesteolítica
o Limites bem definidos
o Atravessa a placa epifisária Estadio 2 (activo)
2) Perante a história e a imagem radiológica quais os outros exames complementares que solicitaria? Justifique.
Cintigrama osteoarticular: hiperfixação focal (aspecto em “dognuth”) TAC: permite avaliar os limites da lesão; lesão normalmente septada
RM: sinal intenso em T2 (intermédio em T1); frequentemente heterogéneo (necrose/hemorragia)
Biópsia: presença de inúmeras células gigantes
3) Qual o seu diagnóstico? Diagnóstico diferencial? Justifique
TUMOR DE CÉLULAS GIGANTES o Idade (entre os 20 e 40 anos)
o Localização (++ epífises dos ossos longos; 50% na periferia do joelho) o Crescimento rápido
o Características radiológicas DD:
o Condroblastoma (++ antes dos 30anos)
o Quisto Ósseo Aneurismático (++ antes dos 20 anos)
4) Qual a sua proposta de tratamento? Justifique
Curetagem com colocação de enxerto ósseo Curetagem com aplicação de nitrogénio líquido Excisão marginal em bloco
13 João Martins
CASO 19
41 anos, sexo F
Dor no joelho com 5 meses de evolução
Dor inicialmente associada ao movimento; desde há 2 semanas de predomínio nocturno
Dor à palpação, tumefacção
1) Descreva a imagem radiológica. Possíveis diagnósticos? Justifique
Lesão radiotransparente na região proximal da tíbia (epífise/metáfise) o Oesteolítica
o Limites mal definidos
o Destruição da cortical e extensão para os tecidos moles adjacentes TUMOR DE CÉLULAS GIGANTES
o Idade (entre os 20 e 40 anos)
o Localização (++ epífises dos ossos longos; 50% na periferia do joelho) o Dor e tumefacção
o Características radiológicas DD:
o Condroblastoma (++ antes dos 30anos)
o Quisto Ósseo Aneurismático (++ antes dos 20 anos)
2) Que exames solicitaria para esclarecer esta lesão e o que esperaria neles encontrar? Justifique.
Cintigrama osteoarticular:
o hiperfixação focal (estadio 1/2)
o hiperfixação difusa, ultrapassando os limites radiológicos da lesão (estadio 3) TAC: permite avaliar os limites da lesão; lesão normalmente septada, realça com
administração de contraste
RM: sinal intenso em T2 (intermédio em T1); frequentemente heterogéneo (necrose/hemorragia)
Biópsia: presença de inúmeras células gigantes
3) Que tratamento proporia? Justifique
Estadio 1: vigilância, curetagem Estadio 2:
o Curetagem com colocação de enxerto ósseo o Curetagem e aplicação de nitrogénio líquido o Excisão marginal em bloco
Estadio 3 - igual ao estadio 2 mais: o Excisão alargada
o Radioterapia
14 João Martins
11) CONDROSSARCOMA
CASO 20
56 anos, sexo ?
Dores na coxa com cerca de 3 meses de evolução Dores mistas de predomínio nocturno
1) Descreva a imagem radiológica. Classifique-a
Lesão ao nível da bacia: o Muito mineralizada
o Margens bem definidas o Padrão em pipoca
Estadio I
2) Quais os exames complementares que pediria para esclarecer este caso? O que esperaria encontrar nesses exames?
Cintigrama osteoarticular: hiperfixação focal marginal(estadio I) TAC: lesão muito calcificada, padrão em pipoca (estadio I) RM: sinal pouco intenso e heterogéneo (estadio I)
Biópsia
3) Qual o diagnóstico? Justifique
CONDROSSARCOMA
o Idade (++ entre os 40 e os 70 anos)
o Localização (++ na bacia, ombro e ossos longos proximais) o Dor de predomínio nocturno
o Características radiológicas
4) Qual o tratamento proposto?
Não responde à quimio-/radioterapia!!
Exérese cirúrgica da lesão com margens alargadas (estadio I)
CASO 21
61 anos, sexo M
Dor e impotência funcional no ombro com 6 meses de evolução Dor de predomínio nocturno
1) Interprete a imagem radiológica
Lesão na região proximal do úmero (epífise/metáfise): o Muito mineralizada (estadio I)
o Margens relativamente bem definidas o Padrão em pipoca, aspecto em anéis/arcos
2) Hipóteses diagnósticas? Justifique
CONDROSSARCOMA (provavelmente estadio I) o Idade (++ entre os 40 e os 70 anos)
15 João Martins o Dor de predomínio nocturno
o Características radiológicas
3) Que exames pedia para esclarecer o diagnóstico e o que esperaria encontrar? Justifique
Cintigrama osteoarticular:
o hiperfixação focal marginal(estadio I) o hiperfixação difusa intensa(estadio II) TAC:
o Lesão muito calcificada, padrão em pipoca (estadio I) o Lesão osteolítica, calcificações punctiformes (estadio II) RM:
o Sinal pouco intenso e heterogéneo (estadio I) o Sinal muito intenso e homogéneo (estadio II) Biópsia
4) Em geral qual a proposta de tratamento? Justifique
Não responde à quimio-/radioterapia!! Exérese cirúrgica da lesão com margens:
o Alargadas (estadio I) o Radicais (estadio II)
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12) SINOVIOSSARCOMA
CASO 22
43 anos, sexo F
Massa de tecidos moles com cerca de 13 meses de evolução
1) Comente as imagens apresentadas
RX: massa de tecidos moles na face posterior da articulação do joelho Peça de ressecção: evidencia a massa de tecidos moles
2) Qual o seu diagnóstico? Justifique
SINOVIOSSARCOMA o Idade (++ jovens)
o Características da massa
o Localização (++ junto a articulações e bainhas tendinosas) o Velocidade de crescimento
o Características radiográficas e histológicas
3) Qual o tratamento que proporia? Justifique
Radioterapia (pré- e pós-operatória) Exérese cirúrgica alargada ou radical
Quimioterapia
4) Se fosse uma criança qual seria a hipótese diagnóstica mais provável? Justifique
16 João Martins
CASO 23
23 anos, sexo M
Massa de tecidos moles na face posterior da mão com 3 meses de evolução; crescimento rápido
Dor de predomínio nocturno
Palpação: massa duro-elástica, pouco móvel, aderente aos planos profundos
1) Baseado na história e RX qual o diagnóstico? Justifique
SINOVIOSSARCOMA o Idade (++ jovens)
o Características da massa
o Localização (++ junto a articulações e bainhas tendinosas) o Velocidade de crescimento
o Características radiográficas: massa com densidade de tecidos moles
2) Exames complementares para esclarecer o seu diagnóstico
Cintigrama osteoarticular: hiperfixação focal
TAC (lesional): permite avaliar a extensão da lesão, a presença de calcificações e o grau de invasão óssea
RM (lesional): permite visualizar bem o tumor (densidade de tecidos moles); tumor heterogéneo e septado
Angiografia
Biópsia: padrão bifásico (células sinoviais arredondadas e células fusiformes)
3) Outros exames?
TAC: pesquisa de metástases linfáticas e pulmonares Pesquisa de linfoma (??)
4) Que tratamento proporia? Justifique
Radioterapia (pré- e pós-operatória) Exérese cirúrgica alargada ou radical