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PROCURADORIA-GERAL DE CONTAS

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PROCESSO: 2459/2019-TCERO

ASSUNTO: RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO – ACÓRDÃO APL-TC 00186/19 – PROCESSO 5061/17

INTERESSADO: LUIS FERNANDO PEREIRA DA SILVA MARCOS JOSÉ ROCHA DOS SANTOS JURACI JORGE DA SILVA

JOSÉ GONÇALVES DA SILVA JUNIOR PEDRO ANTÔNIO AFONSO PIMENTEL

HORCADES HUGUES UCHÔA SENA JÚNIOR MAXWEL MOTA DE ANDRADE

RELATOR: CONSELHEIRO WILBER CARLOS DOS SANTOS COIMBRA

Trata-se de Recurso de Reconsideração1 manejado pelos

Senhores Marcos José Rocha dos Santos, Governador do Estado de Rondônia, José Gonçalves da Silva Júnior, Chefe da Casa Civil, Pedro Antônio Afonso Pimentel, Secretário de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão, Juraci Jorge da Silva, Procurador-Geral do Estado, e Luís Fernando Pereira da Silva, Secretário de Estado das Finanças, assistidos pela Procuradoria Geral do Estado,

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tratou de buscar a melhor forma de se promover a prestação do serviço médico de anestesiologia, para correção das fragilidades detectadas na execução do Contrato n. 245-PGE/2013.

O acórdão recorrido exibe os seguintes termos:

FISCALIZAÇÃO DE ATOS E CONTRATOS. SESAU.

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS DE

ANESTESIOLOGIA. ALTERNATIVA EXCEPCIONAL E TRANSITÓRIA. ESTRITA COMPLEMENTARIDADE. OBRIGATORIEDADE DE CONCURSO PÚBLICO. NECESSÁRIA REESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA. DETERMINAÇÕES.

1. A contratação para execução indireta da prestação de serviços médicos constitui medida complementar, não se podendo substituir inteiramente à execução direta pela Administração Pública, em especial quando a atividade em questão é típica da unidade jurisdicionada, sendo vedada a terceirização de mão-de-obra, sob pena de esvaziamento do preceito constitucional que impõe a obrigatoriedade de realização de concurso público para ingresso nos quadros de pessoal do poder público. Inteligência dos arts. 37, inciso II, 197 e 199, § 1.º, todos da Constituição Federal, c/c. o art. 24 da Lei Federal n. 8.080/90.

2. Cumpre à Administração Pública a adoção de medidas pertinentes com vistas a tornar atrativa a carreira profissional no serviço público mediante a investidura em cargo público efetivo, e a incentivar a permanência de profissionais nos seus quadros, compreendendo a elaboração de aprofundados estudos técnicos, dotados de critérios metodológicos que assegurem a confiabilidade e a verificabilidade de suas conclusões, de modo a subsidiar uma proposta de revisão legal do plano de cargos, carreiras e remunerações, em termos de atribuições, de remuneração, de incentivos funcionais e de jornada de trabalho, com demonstração de sua viabilidade técnica e sustentabilidade financeira.

3. Para garantir a eficácia da realização de concurso público para provimento de cargos efetivos constantes de seus quadros, com reconhecida deficiência de pessoal, deve a Administração adotar medidas que promovam ampla publicidade ao certame e permitam a maior participação possível dos interessados.

4. Determinações. ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, que tratam de Fiscalização de Atos e Contratos promovida por esta Corte com o

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Corpo Técnico como necessárias à supressão de eventuais ilicitudes ainda praticadas na execução do Contrato n. 245-PGE/2013, como tudo dos autos consta.

ACORDAM os Senhores Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, em consonância com o Voto do Relator, Conselheiro PAULO CURI NETO, por unanimidade de votos, em:

I – Determinar ao atual Secretário de Estado da Saúde, Senhor

Fernando Rodrigues Máximo (CPF n. 863.094.391-20), ou quem vier a substituí-lo ou sucedê-lo, que, no prazo de 180 (cento e

oitenta) dias a contar da ciência deste acórdão, comprove nos autos:

a) a promoção de aprofundados estudos a serem produzidos

diretamente ou mediante contratação de serviço especializado e dotados de critérios técnico-metodológicos que assegurem a confiabilidade e a verificabilidade de suas conclusões, voltados à

elaboração, ou ao aperfeiçoamento, de uma proposta de plano de cargos, carreiras e remunerações que ofereça

condições mais atrativas para os profissionais médicos especialistas, em termos de atribuições, de remuneração, de incentivos funcionais e de jornada de trabalho, considerando as diferentes especialidades e as demandas mais sensíveis, em observância à legislação do SUS, bem como à viabilidade técnica e sustentabilidade financeira dos vínculos públicos, submetendo-se a proposta ao Consubmetendo-selho Estadual de Saúde para deliberação;

b) o encaminhamento das conclusões dos estudos mencionados acima e dos documentos produzidos a partir deles às Secretarias da Casa Civil, do Planejamento, Orçamento e Gestão e de Finanças, cientificando-as da

importância do plano de cargos, carreiras e remunerações para resolver graves disfuncionalidades existentes na prestação dos serviços a cargo da SESAU, a exemplo da contratação para execução indireta de serviços médicos vitais.

II – Determinar ao atual Governador do Estado de Rondônia,

Senhor Marcos José Rocha dos Santos (CPF n. 001.231.857-42), ao atual Chefe da Casa Civil, Senhor José Gonçalves da Silva Júnior (CPF n. 794.285.332-20), ao atual Secretário de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão, Senhor Pedro Antônio Afonso Pimentel (CPF n. 261.768.071-15), ao atual Procurador-Geral do Estado, Senhor Juraci Jorge da Silva (CPF n. 085.334.312-87) e ao atual Secretário de Estado das Finanças, Senhor Luís Fernando Pereira da Silva (CPF n. 192.189.402-44, ou quem vier a substituí-los ou sucedê-los, que, no prazo de 180

(cento e oitenta) dias a contar do cumprimento da determinação contida na letra “b” do item I supra, comprovem nos autos o encaminhamento ao Poder Legislativo Estadual do projeto de lei alusivo ao plano de cargos, carreiras e remunerações previsto no item anterior;

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Fernando Rodrigues Máximo (CPF n. 863.094.391-20), ou quem vier a substituí-lo ou sucedê-lo, que, no prazo de 180 (cento e

oitenta) dias a contar do cumprimento da determinação contida no item II supra, comprove nos autos a deflagração de concurso público de provas e títulos objetivando o provimento de cargos efetivos, independentemente da aprovação legislativa do novo plano de cargos, carreiras e remunerações, para a admissão de profissionais médicos, especialmente os detentores da especialidade em anestesiologia, conferindo ampla publicidade ao certame, com

divulgação nos veículos oficiais de comunicação, nos jornais de grande circulação e na rede mundial de computadores, bem como a previsão editalícia da possibilidade de realização das provas em diversas cidades do país, de modo a propiciar a maior participação possível de interessados;

IV – Advertir os responsáveis indicados nos itens I, II e III supra

que o descumprimento das determinações neles contidas acarretará a cominação de multa, nos termos do art. 55, inciso IV, da Lei Complementar estadual n. 154/96, c/c. o art. 103, inciso IV, do Regimento Interno desta Corte;

V – Comunicar o teor deste acórdão aos responsáveis indicados

nos itens I, II e III supra, via ofício, instruído com cópia do acórdão;

VI – Dar ciência deste acórdão, via Diário Oficial Eletrônico deste

Tribunal de Contas, aos responsáveis identificados no

cabeçalho, cuja data de publicação deve ser observada como

marco inicial para possível interposição de recurso, com supedâneo no art. 22, inciso IV, c/c. o art. 29, inciso IV, da LC n. 154/96, informando-os que o Voto e o Parecer Ministerial, em seu inteiro teor, estão disponíveis para consulta no endereço eletrônico www.tce.ro.gov.br, em atenção à sustentabilidade ambiental.

VII – Sobrestar os autos no Departamento do Pleno para o

acompanhamento do cumprimento deste acórdão. (...)

Os recorrentes requereram (a) o recebimento do recurso com efeito suspensivo, (b) a sua exclusão do processo, por não serem parte e inexistir oportunidade do contraditório e ampla defesa e (c) a revisão do acórdão para modificar seu dispositivo e excluir as obrigações ali impostas. Em anexo, um parecer jurídico e uma peça informativa destinada ao Procurador-Geral do Estado, ambos de autoria do Procurador do Estado Maxwel Mota de Andrade.

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irresignação.

No Despacho ID 811751, o Conselheiro Relator não analisou a admissibilidade recursal2, determinando o encaminhamento do processo ao MPC para manifestação regimental.

É o relatório.

DA PARCIAL ADMISSIBILIDADE RECURSAL

Observa-se que o recorrente é parte interessada, exibindo legitimidade processual, tendo em vista que foi diretamente atingido pelo acórdão recorrido. Ademais, o representante reúne capacidade postulatória e encontra-se legalmente constituído (LCE 620/2011, art. 3º3).

Vê-se, dos autos n. 05061/2017, fl. 42, que o Acórdão APL-TC 0186/19 foi disponibilizado no DOe/APL-TCE-RO n. 1911 no dia 22.7.2019, considerando-se como data de publicação o dia 23.7.2019 e como data inicial da contagem do prazo processual o dia 24.7.2019. Diante disso, o termo final se

2 RITCERO. Art. 89 (...) § 2º O relator, em juízo monocrático, não conhecerá de recurso que

manifestamente não preencha os requisitos de admissibilidade, bem como decidirá pelo prosseguimento ou não de pedidos fundamentados em direito de petição. (Incluído pela Resolução nº 252/2017/TCE-RO)

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Art. 3°. Compete à Procuradoria Geral do Estado de Rondônia: ( ... )

11 - exercer a consultoria jurídica do Estado de Rondônia, a promoção da defesa dos agentes públicos nos procedimentos administrativos ou judiciais relacionados com atos que praticarem no exercício de suas funções, desde que o agente tenha provocado e seguido a orientação jurídica da Procuradoria Geral do Estado;

( . .. )

IV - representar a Fazenda Pública perante os Tribunais de Contas da União e do Estado

( ... )

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27.8.2019. Sendo assim, o recurso encontrar-se-ia, a princípio, intempestivo.

Em defesa da tempestividade do expediente, os recorrentes alegam que o prazo recursal se inicia da juntada aos autos de documento que ateste o encaminhamento do mandado de citação, do mandado de audiência, da notificação ou da intimação, por meio eletrônico ou fac-símile. Alegam, também, que, em caso de litisconsórcio passivo, o prazo inicia sua contagem da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido, conforme preceitua o art. 97, III, §1º, do RITCERO. Por fim, aduzem que os prazos devem ser contados em dias úteis, em razão da previsão no CPC, ao art. 212, aplicável subsidiariamente ao TCE-RO, por força do art. 99-A da LCE 154/1996.

Esclareça-se, aos recorrentes, que os prazos recursais, no âmbito desta Corte, são contados de forma contínua, em razão de previsão expressa no Regimento Interno (art. 97 do RITCERO). Assim, não cabe aplicar a forma de contagem prevista no Código de Processo Civil (em dias úteis), visto que há previsão própria no normativo específico e o CPC só se aplica aqui subsidiariamente, em caso de lacuna.

Nesse sentido, os Acórdãos AC1-TC 00829/17, referente ao Processo n. 00574/17-TCE-RO, e APL-TC 00052/17, referente ao Processo n. 00197/17-TCE-RO, respectivamente:

PEDIDO DE REEXAME. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE POSITIVO. MÉRITO. NÃO PROVIMENTO.

1. Configurados os pressupostos de admissibilidade deve o recurso interposto ser conhecido.

2. No mérito, verifica-se que os argumentos expostos pelo recorrente não se mostram aptos a afastar as irregularidades detectadas.

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mantendo-se incólume o Acórdão combatido. ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, que tratam de Pedido de Reexame interposto por Rogério Barbosa Menezes, em face do Acórdão AC2-TC 02385/16, proferido em sede de Representação julgada parcialmente procedente e considerou irregular a conduta do médico Rogério Barbosa Menezes, por descumprimento dos deveres funcionais em relação a um dos vínculos jurídico-administrativos que mantinha com o Estado de Rondônia, como tudo dos autos consta.

ACORDAM os Senhores Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, em consonância com o Voto do Relator, Conselheiro JOSÉ EULER POTYGUARA PEREIRA DE MELLO, por unanimidade de votos, em:

I – Conhecer do pedido de reexame em apreciação, interposto por Rogério Barbosa Menezes, uma vez atendidos todos os requisitos de admissibilidade.

II – Afastar as preliminares arguidas pelo recorrente, pois: não se aplica no âmbito desta Corte de Contas o art. 219 do CPC, para que a contagem dos prazos recursais ocorra somente em dias úteis, uma vez que sua aplicação é de caráter subsidiário e o Regimento Interno, em seu art. 97, caput, é expresso ao prescrever que os prazos são contínuos; apesar de regularmente notificado, o requerente

restringiu sua manifestação a sustentar a legalidade na acumulação de cargos públicos, não arrolando testemunhas ou trazendo nenhum outro elemento capaz de concretamente sinalizar para o exercício efetivo das atribuições dos cargos que declarou exercer; e as irregularidades identificadas no processo de origem referem-se exclusivamente ao servidor ora recorrente, não havendo que se falar em ilegitimidade no polo passivo da demanda.

III – No mérito, negar-lhe provimento, por não apresentar razões suficientes para modificar o Acórdão AC2-TC 02385/16.

(...)

RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO. PRESTAÇÃO DE CONTAS. PODER EXECUTIVO DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA. NÃO CONHECIMENTO.

1. O caput do artigo 97 do Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia estabelece que os prazos nele referidos são contínuos.

2. Comprovada a intempestividade da interposição impõe-se o não conhecimento do recurso nos termos dos artigos 31 e 32 da

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Interno do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia.

Todavia, observando atentamente a redação do acórdão, notou-se que o item VI determinou que a ciência da decisão seria dada por meio do DOeTCE-RO aos responsáveis identificados no cabeçalho, cuja data de publicação deve ser observada como marco inicial para possível interposição de recurso.

Por seu turno, o cabeçalho do acórdão aponta como responsáveis os Senhores Fernando Rodrigues Máximo, Secretário Estadual de Saúde; Luís Eduardo Maiorquin, Ex-Secretário Estadual de Saúde, Williames Pimentel de Oliveira, Ex-Secretário Estadual de Saúde, e Maria do Socorro Rodrigues da Silva, Ex-Secretária de Estado Adjunta da Saúde. Desses, apenas o Senhor Fernando Rodrigues Máximo foi atingido pelas determinações exaradas na decisão (itens I e III).

Os demais recorrentes não constam no cabeçalho, motivo pelo qual, para eles, o prazo recursal não pode ser contado da publicação no DOeTCERO, mas da juntada aos autos do documento que atestou o encaminhamento da notificação, nos termos do art. 97, III, do RITCERO.

Em que pese ser previsão legal a contagem do prazo recursal a partir da publicação no diário oficial (LCE 154/1996, art. 29, IV4), o fato

de o acórdão indicar de maneira restritiva os destinatários da norma cria uma expectativa legítima de que será observado tal como nele redigido, não podendo,

4 Art. 29. - Os prazos referidos nesta Lei Complementar contam-se da data:

(...)

IV - da publicação da decisão colegiada ou singular no Diário Oficial eletrônico do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, para interposição de recursos, pedido de reexame e recolhimento da dívida a que se refere o art. 19 e seu Parágrafo único desta Lei Complementar. (Incluído pela LC nº. 749/13) (Repristinada através de concessão de liminar TJ/RO nº 0005270-31.2014.8.22.0000)

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contra factum proprium).

Ademais, no caso dos autos, com exceção do Senhor Fernando Rodrigues Máximo, os demais não foram informados anteriormente do feito. Tendo em vista que não há um dispositivo específico nos normativos do TCE-RO que discipline tal circunstância, aplica-se, subsidiariamente, o CPC, como previsto no art. 99-A da LCE 154/1996.

O CPC, por seu turno, prevê, ao § 2º do art. 1.003, que “Aplica-se o disposto no art. 231 , incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação.”

Trata-se de situação similar a estes autos, haja vista que não houve oitiva prévia dos recorrentes anteriormente à intimação do acórdão, com exceção, ressalte-se, do Senhor Fernando Rodrigues Máximo.

A propósito, os dispositivos aplicáveis, são:

Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:

I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;

II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;

III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;

IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;

V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;

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não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;

Daí se extrai que, de qualquer forma, não poderia ser considerada como termo inicial da contagem do prazo a data de publicação da intimação pelo Diário Oficial, mesmo sendo prevista na redação do dispositivo do acórdão, pois esta hipótese consta do inciso VII do art. 2316, possibilidade essa

excluída pela previsão restritiva do § 2º do art. 1.003 acima transcrito.

Quanto ao pedido dos recorrentes para que seja aplicada a contagem do prazo a partir da juntada aos autos do último expediente em que consta o recebimento da notificação do acórdão, esclareça-se que o art. 97, §1º, do RITCE/O não se aplica ao caso (termo inicial do prazo recursal), mas apenas às hipóteses de defesa e razões de justificativa7.

Esse entendimento é coerente com a sistemática da processualística civil (art. 231, §1º8), segundo a qual, para a contestação, em

5 Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a realização da

citação ou da intimação será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante.

6 Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:

(...)

VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;

7 Assim entendeu o Conselheiro José Euler Potyguara Pereira de Mello na DM

0284/2018-GCJEPPM, referente ao Processo n. 3759/18.

8 Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:

I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação for pelo correio;

II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;

III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;

IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação for por edital;

V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;

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recebimento ou mandado de citação cumprido. Nos demais casos (entre os quais, os prazos recursais), o prazo é contado individualmente (art. 231, §2º).

A propósito, a doutrina do Professor Daniel Amorim Assumpção Neves9 confirma essa interpretação:

Nos §§ 1º e 2º do art. 231 do Novo CPC há previsão a respeito do termo inicial de fluência de prazo, e por consequência de contagem, quando houver no processo litisconsórcio.

Para a contestação, a regra é de que só tem início a fluência do prazo a partir da juntada do último aviso de recebimento ou mandado de citação cumprido aos autos. Trata-se, portanto de termo inicial comum da fluência de prazo. Registre-se que tal regra se aplicará somente quando não houver audiência de conciliação e de mediação, porque nesse caso o prazo de contestação começa a fluir da data da audiência frustrada e a contagem do primeiro dia útil subsequente.

Com relação às intimações a regra é outra, tendo para cada parte a fluência do prazo a partir da data de juntada de seu aviso de recebimento ou mandado aos autos, conforme já vinha decidindo o Superior Tribunal de Justiça10. Trata-se, portanto de termos

iniciais autônomos de fluência do prazo e por consequência de sua contagem.

Sendo assim, os prazos para apresentação de recurso seriam os seguintes, para cada um dos recorrentes:

RECORRENTE DATA DA INTIMAÇÃO DATA FINAL PARA

INTERPOSIÇÃO DO

RECURSO

VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;

(...)

§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput.

§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.

9 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil – Volume único. 8. ed.

Salvador: Ed. JusPodivm, 2016, pág. 371.

10 STJ, 3ª Turma, REsp 1.095.514/RS, rel. Min. Nancy Andrighi, j. 1.10.2009, DJe 14.10.2009.

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Máximo

Marcos Rocha dos Santos

6.8.201912 21.8.2019

José Gonçalves da Silva Júnior

6.8.201913 21.8.2019

Pedro Antônio Afonso Pimentel

12.8.201914 27.8.2019

Juraci Jorge da Silva 6.8.201915 21.8.2019

Luís Fernando Pereira da Silva

6.8.201916 21.8.2019

Assim, considerando que o recurso foi protocolado ao dia 27.8.2019, estaria tempestivo apenas para o Senhor Pedro Antônio Afonso Pimentel.

Para os demais, o recurso não pode ser conhecido, o que somente seria possível em face de superveniência de fatos novos (art. 31, parágrafo único, da LOATCERO), o que não é o caso.

Dessa feita, o Ministério Público de Contas entende que o recurso somente pode ser conhecido em relação a Pedro Antônio Afonso Pimentel, aproveitando-se aos demais as matérias que lhes forem comuns.

De outro tanto, o art. 31, I, da LCE 154/1996 prevê as hipóteses de cabimento do recurso de reconsideração. Veja:

11 Data da publicação do acórdão no DOeTCE-RO.

12 Data da juntada aos autos do expediente que notificou o recorrente do acórdão (ID 798244). 13 Data da juntada aos autos do expediente que notificou o recorrente do acórdão (ID 798468). 14 Data da juntada aos autos do expediente que notificou o recorrente do acórdão (ID 799065). 15 Data da juntada aos autos do expediente que notificou o recorrente do acórdão (ID 798246). 16 Data da juntada aos autos do expediente que notificou o recorrente do acórdão (ID 798463).

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Art. 31. Da decisão proferida em processo de tomada ou prestação de contas cabem recursos de:

I - reconsideração;

Como se vê, são apenas duas as hipóteses de cabimento desta espécie recursal: de decisão em processo de tomada de contas especial e de decisão em prestação de contas, o que não é o caso, visto se tratar de decisão proferida em processo de fiscalização de atos e contratos, para a qual é cabível pedido de reexame e embargos de declaração (art. 45 e 33 da LOATCERO).

Isso não impede o conhecimento do recurso em relação ao Senhor Pedro Antônio Afonso Pimentel, tendo em vista que foi manejado tempestivamente, dentro do prazo previsto para o recurso adequado, em razão do princípio da fungibilidade recursal e do formalismo moderado. Os dois recursos podem ser manejados no prazo de 15 dias, contados da mesma forma, por força do parágrafo único do art. 4517 da LOATCERO.

PRELIMINAR – DOCUMENTOS NOVOS

Antes de adentrar ao mérito, deve-se examinar a admissibilidade dos documentos anexados à peça recursal. A respeito, os recorrentes não mencionam se eles se encontram juntados nos autos principais ou se consubstanciam peças novas. Neste último caso, a apreciação é vedada em sede de recurso de reconsideração e pedido de reexame (parágrafo único do

17Art. 45. De decisão proferida em processos concernentes às matérias de que tratam

as Seções III e IV deste Capítulo, caberá pedido de reexame, que terá efeito suspensivo.

Parágrafo único. O pedido de reexame reger-se-á pelo disposto no parágrafo único do artigo 31, e nos artigos. 32 e 34-A, desta Lei Complementar. (Redação dada pela Lei Complementar nº. 806/14)

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Ademais em consulta ao PCe, na opção ver “Arquivos Eletrônicos”, o documento resultante da opção “Imprimir Autos Eletrônicos” é uma compilação em PDF dos arquivos ID ali juntados, com 3.129 páginas. Nele, ao acionar o comando “localizar” (Ctrl + F), não apareceram quaisquer resultados para o termo “Parecer n° 292/2018/SESAU-DJJUR” nem para “Informação n° 18/2018/SESAU-DTJUR”. Sendo assim, por serem documentos novos nos autos principais, não serão examinados por este MPC.

MÉRITO

O recorrente, Pedro Antônio Afonso Pimentel, Secretário de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão, alega ilegitimidade passiva, haja vista que não lhe foi oportunizado participar do processo em momento anterior à prolação do acórdão, o que desafia os princípios do contraditório e da ampla defesa constitucionalmente garantidos e enseja a sua exclusão da decisão. Também aduziu que a determinação exarada pela Corte feriria o princípio da separação dos poderes, extrapolando as competências a ele afetadas pela Carta Constitucional.

Sobre a alegada ilegitimidade para figurar como responsável para cumprir a determinação exarada ao item II do acórdão, concorda-se com o recorrente, mas por fundamento diverso.

18Art. 78. De decisão proferida em processos concernentes às matérias de que tratam as Seções

IV e V deste Capítulo, caberá pedido de reexame, que terá efeito suspensivo.

Parágrafo Único. O pedido de reexame reger-se-á pelo disposto nos arts. 90 a 93 deste Regimento.

(...)

Art. 93. (...)

Parágrafo Único. As razões do recurso de reconsideração só poderão se reportar a documentos constantes dos autos, não sendo apreciados novos documentos juntados após a publicação do acórdão. (Incluído da pela Resolução Administrativa n. 007/TCE-RO-1999).

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Isso porque o recorrente não reúne a competência necessária para cumprimento da determinação, qual seja, de encaminhar projeto de lei ao Poder Legislativo Estadual que trate de plano de cargos, carreiras e remunerações dos profissionais médicos especialistas.

Como é cediço, tal competência é reservada ao Chefe do Executivo e consagrada expressamente na Constituição do Estado, ao art. 39, §1º, inciso II, alíneas “a” e “b”, e ao art. 65, III, em simetria com o art. 61, §1º, II, “a” e “c” da CR/1988:

Constituição do Estado de Rondônia, 28.9.1989

Art. 39. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a

qualquer membro ou Comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de Justiça, ao Tribunal de Contas, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos cidadãos, na forma prevista nesta Constituição. (NR dada pela EC nº 43, de 14/06/2006 – D.O.E. nº 562, de 25/07/2006)

§ 1° São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que:

(...)

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;

b) servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade;

(...)

Art. 65. Compete privativamente ao Governador do Estado:

(...)

III - iniciar o processo legislativo na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

Constituição da República, de 5.10.1988

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a

qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

(16)

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que:

(...)II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;

(...)

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

(...)

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

(...)

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

Sendo assim, com razão o recorrente, devendo-se reformar o Acórdão APL-TC 00186/19, referente ao processo 05061/17, para que seu nome seja excluído do rol de responsáveis do item II.

Sendo matéria de ordem pública19 e, ainda, comum aos

seguintes recorrentes, deve ser a eles aproveitada, para que sejam igualmente excluídos do rol de responsáveis do item II: José Gonçalves da Silva Júnior, Chefe da Casa Civil, Juraci Jorge da Silva, Procurador-Geral do Estado, e Luís Fernando Pereira da Silva, Secretário de Estado das Finanças.

Dessa feita, deve ser mantida a determinação encartada ao

19 AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. ILEGITIMIDADE DE

PARTE. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. REFORMATIO IN PEJUS. INOCORRÊNCIA. EFEITO EXPANSIVO SUBJETIVO. ART. 509 DO CPC. LITISCONSÓRCIO SIMPLES. INAPLICABILIDADE.

1. As questões de ordem pública, no caso a ilegitimidade das partes, podem ser alegadas em qualquer tempo e grau de jurisdição ordinária, podendo ser, até mesmo, conhecidas de ofício pelo juiz, o que afasta as teses de julgamento ultra petita e reformatio in pejus, levantadas pelos recorrentes.

2. O entendimento que firmemente prevalece nesta Corte é o de que o recurso produz efeitos somente ao litisconsorte que recorre, ressalvados os casos de litisconsórcio unitário, que não é o caso dos autos.

3. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ, AgRg no REsp 770.326/BA, Rel. Ministro Celso Limongi (Desembargador Convocado do TJ/SP), Sexta Turma, DJe de 27/09/2010).

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17 www.mpc.ro.gov.br

competente para seu cumprimento.

No mais, esclareça-se que o próprio texto constitucional criou mecanismos de freios e contrapesos para controle mútuo entre os poderes/funções estatais, razão pela qual o TCE-RO reúne competência e legitimidade para “assinar prazo a órgão ou entidade para que adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade” (inciso IX, art. 70, CR/1988).

Além disso, é seu dever-poder comunicar “às autoridades competentes dos Poderes do Estado e Municípios o resultado das inspeções e auditorias que realizar, para as medidas saneadoras das impropriedades e faltas identificadas” (art. 77 do RITCERO). De outra sorte, seria inócuo o exercício do controle externo pelo órgão técnico, pois ausentes instrumentos coercitivos eficazes de melhoria da gestão pública.

Ante todo o exposto, manifesta-se o MPC pelo:

1 – NÃO CONHECIMENTO do recurso de reconsideração em relação aos Senhores Marcos José Rocha dos Santos, Governador do Estado de Rondônia, José Gonçalves da Silva Júnior, Chefe da Casa Civil, Juraci Jorge da Silva, Procurador-Geral do Estado, e Luís Fernando Pereira da Silva, Secretário de Estado das Finanças, em razão da sua intempestividade e não cabimento;

2 – CONHECIMENTO do recurso em relação ao Senhor Pedro Antônio Afonso Pimentel, Secretário de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão, devendo, todavia, ser recebido como Pedido de Reexame;

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seja reformado o Acórdão APL-TC 00186/19, referente ao processo 05061/17, excluindo o nome do item II do Sr. Pedro Antônio Afonso Pimentel, Secretário de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão;

4 – reconhecer de ofício a questão de ordem, no que tange a ilegitimidade passiva dos senhores José Gonçalves da Silva Júnior, Chefe da Casa Civil, Juraci Jorge da Silva, Procurador-Geral do Estado, e Luís Fernando Pereira da Silva, Secretário de Estado das Finanças, excluindo seus nomes do item II do acórdão vergastado;

5 - pela manutenção dos demais termos do acórdão.

É o Parecer.

Porto Velho, 18 de dezembro de 2019.

Yvonete Fontinelle de Melo

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PROCURADORA-GERAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS

Referências

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