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Zero, 2011, ano 30, n.2, out.

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(1)

Órgãos

municipais

permitem

construções

em

áreas

protegidas

por

leis ambientais

PÁGINAS

8/9

ZERO

ENTREVISTA

Fugindo

da bola dividida

Técnico

do

Figueirense

e

ex-auxiliar de

Dunga

na

seleção,

Jorginho

fala sobre

sua

carreira

mas

evita temas

polêmicos

4/5

B

CONEXÕES

Um personagem, muitas histórias

Pida,

o

dono do bar mais famoso

nos

arredores da

UFSC,

interfere

nos rumos

da

política

universitária há

30

anos

10

Distante da

origem

Do estilo

musical,

passando pelo

vestuário até

o

nazifacismo,

movimento

skinhead

abriga hoje

várias

vertentes

15

(2)

EDITORIAL

DIRETO

DA

REDAÇÃO

Nossos

repórteres

nas

ruas e urn

caminhão

de

histórias pra

contar

á foi o tempo em que as pessoasseinformavam ape­ nas

pelos

jornais

impressos.

Hoje,

adietainfonnativado

cidadãocomumincluiuma

enxurrada de notícias des­

pejada pela

televisão, rádio,

revista, celular e internet, além de canaisalternativoscomo asredesso­ ciais.Daíquefazer

jornal

éumdesa­ fiomaior

ainda, pois

oriscoé sempre

chegar depois

dos outros meios. Se

antes tínhamos quematar umleão

por

dia,

agoracada

jornalista

preci­

sa sedesdobraremmuitospara dar contado recado.

Neste ambiente de

convergência

de

mídias,

instantaneidade e gran­

de oferta de

informações,

o

jornal

é omeio de

comunicação

que mais

vemsofrendoparase

ajustar

a uma

função

nessa confusão.

Imaginem

então

produzir

um

jornal mensal,

um veículo que

disputa

a

atenção

com tantos concorrentes eque não

pode

sedaraoluxo deser

perecível!

Umarespostaaestedesafio éabusca da

qualidade,

o que

significa

ofere­

cer um

produto útil,

atraente, bem

-OPINIAO

ONDE

O LEITOR TEM VOZ

apurado

e comconteúdosexclusivos.

NoZero,tambémperseguimos isso, tentando dosar os

ingredientes

com

equilíbrio.

Cada

edição

é um

capí­

tulo àparte, com suas

dificuldades,

um ou outro lance de sorte, uma

quantidade

generosa de pequenos

aprendizados

cotidianos _ e muita

transpiração.

A

equipe

é

grande:

quase 30 es­

tudantes

desempenham

diversas

funções

da pauta à

distribuição

do

jornal.

Este pequeno exército vai às ruas atrásdepersonagens,histórias

e

experiências

que mereçamser con­

tadas,

quepossamsensibilizaroslei­

tores,

indigná-los

ou

surpreendê-los.

Quando

retornam com seus textos,

os

aspirantes

a

jornalistas

se

põem

a editar o

material,

cortando

aqui,

esticando

ali,

compondo

as

páginas.

Os

proíessores

responsáveis

deixam claro que

ninguém

tem espaço ga­

rantido,

e

algumas

reportagenssão

descartadas enquanto outrasdevol­ vidaspara

ajustes. Jornalismo

éfeito

de

escolhas,

mesmo asmaisdifíceis.

A melhor parte desses

esforços

fica

impressa

nas 16

páginas

do

jornal,

Gostariade

parabenizar

a

equipe. Quanto

àcoluna

do "Ombudsman", está

cumprindo

seu

papel, porém

nãoestamosacostumadosa vertaiscomentáriosna

grande

mídia,

oque

pode

gerara

falsa

ideia quea

edição

aque elese

refere

estavatotalmenteruim.

Soraya

Pamplona, Florianópolis

Umsonho:ser o

[Luis

Carlos}

Pratesdo @zeroufsc FábioBianchini- @Biancovic

Nostalgia

com

lembranças

da

época

emqueeu era

repórter

do @zeroufsc

Alessandro Bonassoli- @A1ebonassoli Estãobaixandonumanoitedesexta?Belo

treinamentopara

futuros

pescoções.

Boa sorte

Upiara

Boschi

-@upiara

Acabei de recebero@zeroufsc de setembro.Sódei

uma

olhada,

mas

vi queestámuitobom!

K1enizeFavero- @k1enize

e a

partir

daí asorte está

lançada.

Cabeaoleitor

julgar.

Nesta

edição

de

outubro,

o

jornal

laboratório do curso de

Jornalismo

daUFSCserve um menu variadoao seu

público.

Temosdenúncias sobre

rachas no movimento estudantil e

sobreodescaso das autoridadesque

deveriam fiscalizaro meio ambien­

teem

Florianópolis.

Revelamosum

lado pouco conhecido de um per­ sonagem muito

popular

no meio

universitário.

Apontamos

uma ten­

dêncianomeioculturale umapreo­

cupação

com asaúde deumaclasse

profissional.

Retratamos o drama

daqueles

que lutam paraselivrar da

dependência química.

Apresentamos

caminhos

profissionais

para quem

nãoquer

depender

apenasdo

diplo­

ma para sobreviver.

Investigamos

comoviveme como se

organizam

os

skinheads. Entrevistamos um líder

espiritual

e um

campeão

mundial. Ede

quebra,

contamosumpouco

doiníciodahistóriadoZeronasé­ riedereportagensqueseestende até

setembro de2012,

quando

o

jornal

completa

30anosde

circulação.

Amatériado

@zeroufsc[sobrecaronas}

estámais

completa

[que

aveiculada

pelo jornal Nacional,

daRede

Globo}

MirnaTonus- @mtonus Muito

legal

a

participação

doBarretocomo

ombudsman!Acolunaestábeminteressante

Amanda Miranda- @amanda_miranda

ZERO

��i:•

OM

.UDt<

.N

RICARDO

BARRETO

Mais

(e melhores)

pautas

A

primeira edição

doanoeditorial 30

apresentou

suasmudan­ ças iniciais. A

diagramação progrediu,

asfotos foram valori­

zadas

(algumas

óbviase sem

movimento), ilustrações

foram

apropriadas

e na

edição

cometeu-semenos erros.Osalto de

qualidade,

que amparoua

edição,

foi aentrevistaexclusiva com o

governador,

fatoinéditona

trajetória

doZero _

que atépor

isso,

deveriatersidomaisevidenciadana

edição

de capa.Avançossalutares masainda

tímidos, pois

muitas

fragilidades

permanecemexpostas.

O

jornal

se

reorganizou

coil).a

criação

denovasáreastemáticasmas apenas ensaiouos

primeiros

movimentos,

pois

houve

desequilíbrio

com a "editoria"

República,

que

ganhou páginas

emexcesso ecometeuaomis­ são maisgrave da

edição.

Omaterial da

página

central,

sobreagrevedos servidoresdaUFSC,porsuarelevânciaeinteressedemilhares de pessoas, deveriaentregarmuito mais aoleitor local. Como,talreportagem não entrevistaoreitore ocomando de greve dosservidorespara

responder

umaperguntadiáriana

cabeça

de todos:

quando

acaba?Ese abuscaera

tratardas

consequências

da

paralisação

navida da

universidade,

como não foram

apurados

outros

prejuízos

comocalendários decursosdegra­

duação

e

pós afetados,

ineficiência delaboratórios,

qualidade

deensino

comprometida?

Nãosetratadecaça às

bruxas,

movimentos

grevistas

são

legítimos,

imperativos

emdemocracias.Masnosso

público-alvo,

que nãoserestrin­

gea

estudantes,

mastambém inclui

professores

e

servidores,

querver e sa­

ber

-oquese

passa?

Eessa

apuração

o

jornal

nãofez. Estemesmo

jornal,

queemmomentoshistóricosanteriores,maisdeumavez,fez coberturas

memoráveis de greves na

universidade,

críticas, rigorosas

e atentas ao

quadro

nacional.Mesmo

quando

o

próprio

Cursode

Jornalismo

esteve

paralisado.

Matérias

atemporais

deveriamtercedidoseuespaço paraesse

aprofundamento

nacobertura da greve- ou no

registro

domovimento

anti-corrupção

pelo país.

Ousobreamaisrecentereportagemtendencio­

sade

Veja.

Faltaram,

no

mínimo,

20ouaté 10linhas

respondendo

ain­

cômodapergunta,no

lugar daquele

excessodefotosque quasetomaram

doisterçosda central.

Outra

correção

de rumo que se

impõe

são os critérios quanto à

seleção

depautas,que devemtermais

rigor

e sensode

oportunidade.

pautasóbviase

redundantes,

quepouco avançaram,como adasmães­ estudantes

(7),

ados atletas-estudantes

(11)

ou sobre currículos

(12).

OZero,tematicamente,temque sairda

Ilha,

voltara ser

cosmopolita

e

incluirmaterial de

abrangência

estadual,

nacionaleaté internacional.

(Já

cobrimos

eleições estaduais,

nacionais,emoutros

países,

invasãodo

Iraque,

fizemos crítica da mídianos três

níveis,

entre

outras).

A

edição

passada

foi

exageradamente

citadinacomcincode16

páginas

tratando de

temáticaslocais.Ecomoficaointeresse dosleitores queestãoemoutras

cidades e estados? Assim, urge diversificaro

conteúdo,

não

apoiando

toda

edição

apenasem reportagens.

Sugere-se

retomarentrevistascom

jornalistas

ou mesmo artistas

reconhecidos,

e estimular o exercício

decrítica deartes. Mastambém decrítica de mídia.

É

outraformade

possibilitar

experiências

da

equipe

também no âmbito do

jornalismo

opinativo.

Jornalista,professor,ex-diretor deredaçãoe umdoscriadores do Zero.Por15 anos, Barreto comandouojornallaboratórioe,no ano30dapublicação,assume como seu

primeiroombudsman. Próximo decompletartrêsdécadas,oZeroencara odesafio de iniciarumarelaçãomaisabertacom seusleitures.

(3)

Criadaem1979,afaculda­

de de

Jornalismo

da UFSC precisava de um

jornal­

-laboratório para atender

a

exigências

do Ministério

da

Educação.

Era a opor­ tunidade de os alunos ex­

perimentareme

praticarem

aquilo

que se

aprendia

na

teoria.Foicom esseconceito,em umcontextode

implanta­

ção

do

próprio

curso,quenasceu oZero.

Emsetembro de1982,o

jornal

começavaadeixar deser apenasum

projeto.

O nomefoi

inspirado

em sua

própria

essência

-a

experimentação.

O

jornalista

Cesar

Valente,

à

época

professor,

atribuia siaautoriada ideia.

"Sugeri

o nome porque sempre que os

jornalistas

vão

lançar

um

material,

fazem

alguns pilotos

chamadosde

edição

número

zero.Comoo

jornallaboratório

é

experimental,

cada

edição

será sempreumnúmerozero",

explica

ele.

A

primeira

turmade alunosseformarianofinal

daquele

ano semter

inaugurado

o

jornal.

Coubeao

segundo

grupo,

queentrounaUFSCem1980,atarefa de

lançar

as

primei­

ras

edições.

Nesse

período,

haviaturmas

únicas,

formadas por 40

alunos,

queentravamparao curso emmarço,di­ ferente do que ocorre

atualmente, quando

são oferecidas

60vagasdivididasemdoissemestres. A

elaboração

doZero

estavareservada àsexta

fase,

durantea

disciplina

Técnica

de

Jornal

ePeriódico.Em

sala,

três

professores

para12ho­

rasde

aulas,

quesedividiamemtrêsencontrossemanais.

Presentenos

primeiros

momentosdo

jornal,

o

professor

EduardoMeditsch lembraqueos recursosparaa

impressão

vinham doorçamentoda

universidade,

que

garantia

uma

tiragem

demil

exemplares.

A

edição

númeroumdoZero

foi

reproduzida

em

Brusque,

na

gráfica

do

município,

por meiodeumatécnicaque começavaa se

extinguir

- olino­

tipo.

"Achávamosqueosalunos deveriam conhecer

aquela

forma de

imprimir".

Ainiciativa rendeuavisitados alunos

ao

jornal

para

acompanhar

otrabalhopassoapasso.

A

estreia

feita

no

chumbo

KU

elege

JaisoR

e

mais:

� f H'iiI � I'bI a:1 �

I.. " e.�.�'!lro!: '1' � ,I. H ;j" JI" �...-, I. F�n'tW�..tnI�'.� I r ,,' L F'''' � -i�II iljl I' l" ',� .,.,. 1

Resultado de

eleição

estadual estavana

capa

Outubro

de 2011

PauloJunior

paulovitoriojunior@hotmail.com

Willian Reis

wreis_lg@hotmail.com Eduardo Meditsch era

responsável pela

edição

dos textos

Senoiníciodosanos1980ocursoaindanão

dispunha

de

condições

adequadas

aoensino,noZeroa

situação

não

eramuitodiferente. "Ocomeçofoimuito

precário",

resume

Meditsch.E por

precário,

entende-se que, para a

redação

dostextos, as

máquinas

deescreverque haviaeramtodas

velhas,

aindaqueemnúmerosuficienteparaa

quantidade

de alunos.Ascâmeras

fotográficas

eram

analógicas

eexis­ tiam apenastrês.Erauma

época

emque aindasefalavaem

laudas- umafolha de

papel

com asmedidas

gráficas

onde areportagemeraescrita.

Depois

da

primeira

edição

feita por

linotipia,

oZeroco­

meçoua ser

impresso

nosistema

off-set,

em usoaté

hoje.

Parao

trabalho,

escolheu-se a

gráfica

do extinto

jornal

O

Estado,

de

Florianópolis,

principal

diário deSantaCatarina na

época.

Eraummomento

importante

paraahistória do

país,

emqueaditadura

militar,

vigorando

desde

1964,

dava

seusúltimos

suspiros. Apesar disso,

o

perigo

aindaestava

porperto.Meditschlembraque,emsala de

aula,

havia po­

liciaisaserviçodo

regime

disfarçados

dealunos.Eleseram

empregados

como assessoresde

deputados

estaduais para,

desse

modo,

poder

receberosvencimentos.

"Às

vezesomarxista maisexaltadoera,na

verdade,

da

Polícia.Eraumatática parainsuflaros

colegas

eassimsa­

ber quemerada

esquerda", explica

o

professor.

Ele conta

que houveummomentoemquesetentoudescobrir quem

alieram os

policiais disfarçados.

"EstávamosnoBásicoto­

mando café

quando

umhomem que eu não conheciase

aproximou

demim edisse: 'tupara com essa

palhaçada,

senão vaisedar

mal'",

recorda.As ameaças preocupavam, masnão

chegaram

aprovocar

qualquer

forma deautocen­

sura na

redação

doZero. A

experiência

dos

professores

aju­

davaalidarcom essa

situação.

Repórteres

escreviam em

máquinas

precárias

PÁGINAZERO

As

PRIMEIRAS LINHAS

Um

jornal

também

conta

a

própria

história

Eduardo Meditsch

e

Cesar Valente lembram

a

criação

do Zero

depois

de quase trinta

anos

Alunos

acompanharam impressão

no

linotipo

ZERO

(4)

ZERO ENTREVISTA

JORGINHO

"Não tenho

o

que

falar

e nem o

que

reclamar

da

gestão

do

Ricardo

Teixeira

dentro

da

CBF"

fui pro

Flamengo,

sendo

campeão

cariocaebra­ sileiro também.

Quer dizer,

agora que não émais,

depois

voltoue disseque eradenovo.

Então,

na

Copa

União,em1987,foium

período

muito

legal

queo

Flamengo

melevoupra

seleção principal.

Em 1989 eu

saí,

fui

jogar

no

Bayer

Leverkusen,

onde fuio

primeiro

capitão estrangeiro

naAle­

manha,

isso foimuito

legal.

Também no

Bayer

Leverkusen

consegui

um

prêmio

que,

pelo

oque

sei,não existenenhum brasileiroquetenha ga­

nhado,

de

jogador

maisleal do mundo de 1991.

Depois,

em

1992,

fui pro

Bayem

de

Munique,

fiquei

lá dois anos e meioe tambémme

sagrei

campeão

alemãocom otime.

Nofinalde

1994,

iníciode1995,fuiproKashima Antlers

[time

com mais

conquistas

do

Campeo­

nato

Japonês],

fiquei

lá durantequatroanos.Tive

condições

ali deser

campeão

duasvezes,também escolhidoomelhor

jogador

da

liga.

Aí voltei proSão

Paulo, fiquei

umano,

depois jo­

guei

doisanosnoVasco,evolteia ser

campeão

Outubro de 2011

Jorginho,

técnico

do

Figueirense,

se

esquivou

de

assuntos

polêmicos

em

bate-papo atropelado

Queremos

começar falando um pouco da

suacarreira.

Começando

como

jogador

que

foipra

seleção, jogou

naAlemanhae

Japão,

e

chegando

aatual

profissão

de treinador.

Comecei com 13 anos de idade no América do

Riode

Janeiro,

fizumteste

e

passei. Fiquei

dois anos

apenas

treinando,

porque

oAméricanão

disputava

a

sub-l S,Comeceia

disputar

o

Campeonato

Infantil em

1980 e

fiquei

durante seis anos no

América,

de 1978

até

1984.

Fui vendido pro

Flamengo,

onde

fiquei

de

1984

até 1989, quase seis anos, e foi um

período

muito

legal

também.Aindana

época

do Améri­ ca eu tinha sido convocado pra

seleção

sub-20,

e agente foi

campeão

Sularnericano eMundial com o

Brasil,

na

Argentina

e noMéxico.

Depois

Foi

nabeira do

gramado

do estádioOrlando

Scarpelli,

comtodos os

jogadores já

emcampo

esperando pelo

iníciodotreinamento,

queoZeroentrevistou

Jorge

deAmorim

Campos,

o

Jorginho.

O

campeão

mundial de futebol

pela

seleção,brasileira

(EUA,

1994)

e ex-auxiliar de

Dunga

nomundial da Africa do Sul

(2010),

é otécnico do

Figueirense

desde lOdemarço desteano.Aos47anos, veio

desacreditado

depois

deumacurtapassagem

pelo

Goiásno ano

passado.

Após

uminício detrabalhoinconstante,

Jorginho conquistou

a

confiança

datorcidaeda diretoria.Comsua

ajuda,

oclubeocupa

hoje

uma

posição

tranquila

na

tabela,

longe

dazonade rebaixamentoesonhandocom uma vaganaLibertadores.

Com

apito

namãoe

com ouniforme dacomissãotécnica do

Figuei­

rense,ele

respondeu

diretamenteede forma

tranquila

a

perguntas

sobre suacarreirae seus

planos

parao

alvinegro.

Porém,

quando

confrontado

sobrea

relação

com a

cúpula

da

Confederação

Brasileira de Futebol

(CBF),

duranteseu

período

nacomissão

técnica,

deuo

primeiro

sinal de descon­

forto,

trocando olharescom seu assessor. Ofim precoce daentrevistafoi decretado

quando

os

repórteres

doZero tocaramem outro assuntodeli­ cado: liberdadese

privilégios

daRede Globo nacoberturada

seleção,

na

era

Dunga.

Leiaos

principais

trechos daentrevista:

"Pela

estrutura

do

time,

acho muito

pouco

provável

a

queda

para

a

segunda

divisão"

(5)

brasileiro e da Mercosul.E euterminei minha

carreirano

Fluminense,

e os tricoloresnem sa­

bemque eu

passei

por lá porque foramsó três

meses.

Ecomofoiessa

transição

paratreinador? E como

surgiu

o convite parafazer dacomis­ são técnicacom o

Dunga?

Bem,assimqueeu

parei

de

jogar

eunão

queria

manter,

digamos

assim,o mesmo ritmode

vida,

finais desemana concentrado e tal. Então, eu

não

queria

ser

treinador,

mas

chegou

ummo­

mentoemqueeuvi que issotemtudoa vercom a minha

vida,

que eu nãoestava tendo prazer comoutrascoisas, fizum curso efoi aí que eu decidi. Foi

legal

que,nessemomento,emqueeu

estavabem

disposto

aser

treinador,

veioo con­ vite do

América,

do

presidente,

eentão, comecei atrabalharnoAméricaemoutubro de2005. Foi

feitoumtrabalhomuito

legal.

Agentenãotinha

!

I;

---..:f..�----

)_

--1-.-nada,

não tinha uma estrutura boa. Mas con­

seguimos,

dentronoslimitesqueagente

tinha,

montarumaestruturaproAmérica.

Eu

consegui junto

com a

prefeitura

de

Guapi­

mirim, perto de

Teresópolis,

no RiodeJaneiro,

transporte, campo de treinamento,

lavagem

de roupa e

alimentação.

Quer dizer,

eu

consegui

tudo na

prefeitura,

e,com isso,trazia

promoção

paraacidade de lá.Foimuito

legal.

Comessetra­

balhomuito

simples,

bem

humilde,

agentecon­

seguiu

chegar

àfinalda

Taça

Guanabaraeisso

despontou

naturalmenteo meutrabalho.E,

logo

em

seguida,

eu fui pego de surpresa. Primeiro

pelo

Dunga

serescolhidocomotreinador da sele­

ção,

e,

depois,

poreutersido chamado.

Porque

a

gentenuncafoimuito

amigo,

íntimo.Agenteera

companheiro

de

seleção,

eaí ele meconvidou e

fiquei

muitofeliz porissoecomeçamosadesen­

volveressetrabalho.Etrabalhamosdurantequa­

troanos

juntos.

Infelizmentenão

conseguimos

o maior

objetivo,

masfoi uma

experiência

mara­

vilhosa,

mefezcrescermuitocomo

profissional,

como homem. Eu acho que eu

aprendi

muito

durante esse tempo. Tenho certeza que para a

minhacarreira vaiserfundamental.

Depois

da

Copa

doMundotrabalhei poucotem­

po

aqui

noBrasil.

Aqui,

sevocê

perdeu

três

jogos

consecutivos

é mandado embora.Issoaconte­

ceu no

Goiás,

onde

fiquei

só68dias.

Depois

eudei umadescansadae

logo

em

seguida

fui

convidado,

emmarçodesseano,

aqui

pro

Figueirense,

onde

estoutendoumtempomaiorpara desenvolvero meu

trabalho,

quetemdadoumbom resultado. Você comentou que,no

Brasil,

o treinador

perde

três

jogos

e estáfora. Como étentar manterum time nocampeonato com uma

infraestrutura

pequena?

Agentenãotemumainfraestrutura das melho­

res,mas acho que, dentrodos nossos

limites,

a

gentetemumaboaestrutura.

É

claro queagente

sabequeo nossoorçamentonãoéumorçamento como o do

Corinthians,

Cruzeiro ou

Flamengo.

Mas com trabalhoem si, com a

qualidade

dos

atletas,

agenteestá

conseguindo

superartodas

essas

limitações.

E até mesmo

conseguindo

fazerumbomcampeonato,

pelo

menosaté

agora,eespero,

naturalmente,

quevácon­ tinuar assim.

Eu acho que, a coisa mais

importante,

assim,bem

definida,

é você acreditarno

trabalho,

os

jogadores

acreditarem no

potencial,

você

conseguir

armarmuito

bem taticamentea

equipe.

Os

jogado­

res comprarem a ideia do

trabalho,

acreditarem mesmo na comissão

técnica,

e agente

conseguir

manter

um ambiente de

respeito,

mas, ao

Jorginho

também

jogou

no

Japão

eAlemanha

Alémdo

Figueirense,

foi técnico do Américado Rio e auxiliarde

Dunga

nacopade 2010 Ele acreditaem uma

gerência

bem

planejada,

com

no chão

Outubro de 2011

ZERO

O

Figueirense

acabou de

subir,

está fazen­

do uma boa

campanha,

classificado por

enquan-to pra

Sul-Americana,

"Um

treinador que

até com a

possibilidade

de

conseguir

chegar

na

deixa

ingerências

Libertadores. O

Avaí,

principal

rival, subiu,

também fez uma boa

campanha,

eagora, duas

temporadas

depois,

éum

dos

grandes

concorren-

uma

marionete"

tes, a cair pra série B.

Você acha que háa

possibilidade

deaconte­

cerissocom o

Figueirense?

Eoque fazer pra isso não acontecer?

Bem,

possibilidade

sempre tem pra todas as

equipes.

Grandes

equipes até,

você vê oAtlético

Mineirolutando pranão

descer,

tudo

pode

acon­

tecer.Maseucreioque,

pelo

oqueeuestoutraba­ lhando

aqui,

conhecendoa

gestão

queestásendo

desenvolvida,

aseriedadecomque elesestãoen­

carandoodesafio deste anode

permanência

na

primeira divisão,

e o

planejamento

a

longo

prazo,

com os

pés

no

chão,

bem

humilde,

entendendoa nossa

situação

financeira atual eaondenóspo­ demos

chegar,

eu achoque vaisermuitopouco

provável

queissoaconteça.

Porque

eles

consegui­

ramdesenvolverumafilosofia detrabalho muito séria. Por

exemplo,

assim que eu

cheguei

aqui,

assumio

segundo

turno,enão

ganhei

o

segundo

turno

[do Campeonato

Catarinense].

Eles

pode­

riamter

trocado,

oque normalmenteacontece.E nãotrocaram, porqueo

planejamento

delesera

justamente

umtrabalho sérioparaagenteper­

manecerna

primeira

divisão.Então,demoscon­ tinuidadeao

trabalho,

e agenteestácolhendoos

frutosagora, coisa queoutras

equipes

estãotendo

dificuldade, justamente

porquehouveumasérie

detrocasde treinadores. Claroque,àsvezes,uma

trocade treinador é

importante,

trazumânimo novo,umaforma de trabalharnova,mas setiver muitatroca, atéotreinador

conseguir

conhecer essegrupolevaumtempo.

Entãoeuachomuitopouco

provável

quea

queda

pra

segunda

divisãoaconteça,

pela

estruturaque

está sendo

montada,

eatémesmoporqueo

gru-pocomcertezavaimudarno anoquevem,mas euacho que não vaiser uma

mudança

radical.

É importante

você

conseguir

manterumabase.

acontecerem,

não

é

um

treinador,

é

mesmo tempo, de uma

competitividade

muito

grande

entreeles.Eéoquetemacontecido

aqui.

Mesmoo

jogador

quenão

está,

derepente,nem

no

banco,

ele acreditano

trabalho,

eissoémuito

importante.

Mudando um pouco deassunto, saindo um

pouco do

Figueirense,

indo para futebolna­

cional. Você esteve dentro da

seleção,

dos bastidores.

Ultimamente,

tem

surgido

várias denúncias contra a

gestão

do RicardoTei­

xeira,

principalmente

depois

do

perfil

feito

pela

revistaPiauí.Elefaz

alguma ingerência

sobreos

quesitos

técnicosdentro de

campo?

Como a CBF funciona

pordentro?

De forma nenhuma acon­

teceisso.

Quer

dizer,

conhe­

cendo a minha

personali­

dade e a

personalidade

do

Dunga,

issoaíé

impossível

deacontecer.

Qualquer

trei­

nador que deixar que isso aconteça não é

treinador,

ele éuma marionete. Isso nãotemamenor

possibíli­

dade,

e nunca

partiu

do

presidente

esse

tipo

de

imposição.

ACBFtemmaisde mil

funcionários,

ali todo mundo recebe todosos seusdireitoscer­

tinho.Eusaí daCBFcomtodosos meus

direitos,

sem

precisar

entrarna

justiça.

Eu não tenhoo

quefalare nem oquereclamarquantoa

gestão

do

presidente

RicardoTeixeira.

Antesdo

Dunga

assumir a

seleção,

a

mídia,

principalmente

aTV

Globo,

tinhamuitali­

berdade dentro da

seleção,

sempre fazendo

entrevistas...

Quanto

aissoagentenão...Nãosefala sobreisso,

amigão.

Aindamais pravocêsassim,euachoque

agente,desenvolvendoumtrabalho...Eu nãovou

ficar falando sobreuma

questão

polêmica.

Sobre a

Copa

no Brasil.A

África

do Sul foi

um

país

que

conseguiu

se estruturar para

receber a

Copa,

você acha que o Brasilvai

tertempopra isso?

Euachoqueotempoestácurto,mastemostodas

as

condições,

enós sabemos queéuma

grande

oportunidade

que nóstemosparamudarasitu­

ação

do

Brasil,

emtermosdetransporte,emter­

mosde

telecomunicações, hotelaria,

tudo. Tudo

pode

ser

mudado,

e

especificamente

alio Riode

Janeiro,porcausadas

Olimpíadas

[de

2016que serárealizadana

cidade].

Então,éumaoportu­

nidade deouroquenóstemose eutenhocerteza

dequeagentevai

aproveitar.

César Soto

cesarotos@gmail.com

GianKojikovski

gian.kojikovski@gmail.com

Mariana Della Justina

marianadellajustina@gmail.com

Vinicius Schmidt

vinisdl@gmail.com

--..,...---._

(6)

Mercado de

ações

atrai

cada

vez

mais

os

jovens

JORNADA

PASSAPORTE

PARAA CARREIRA

Apesar

dos

riscos,

cresce o

número de investidores

Quando

comprousua

primeira ação

nabolsa

de

valores,

hánoveanos,FlávioBicca não

imaginava

quedeixariaa

engenharia

civil

parasededicar

integralmente

aosinvesti­

mentos.

nos

primeiros

anos nomercado

de

trabalho, percebeu

que tinha acumulado pouco

patrimônio.

Foiaí que,mesmo semterconhecimento

específico

na

área,

decidiusearriscarnomercado de

capitais.

Biccaé apenasumdostantos

jovens

investidores

que

surgiram

no

país

nosúltimosanos.

Segundo

da­

dos da Bolsa de Valores deSãoPaulo

(BM&FBovespa),

onúmero depessoasentre16e25anosquesetorna­

ramacionistas cresceu 10,25%defevereiro de 2009 atédezembro de2010,totalizando

36.706 jovens.

Ao final de oito anos, trabalhando e

investindo,

Bicca

percebeu

queera mais

compensador

destinar

seutempoàs

ações

doque continuarna

engenharia.

Hojeadmite

colher bons frutoscom a

mudança.

Ape­

sardenãorevelaroquanto

ganhou,

elecontaqueo

retornofinanceiro obtido atráves dacomprade

ações

já alcançou

2128%. No mesmo

período,

o mercado

chegou

a320%apenas,oquecomprovaarentabili­

dadeacimada média deBicca.

O estudante de

engenharia química

daUniversi­

dade Federal de Santa Catarina

(UFSC),

Guilherme

Vieira Barros, também lucrou investindo

R$

10 mil

em

ações,

poupançae fundos de investimento, em

2006.

Após

três anos, Barros

havia lucrado

R$

7

mil.Como

valor,

morouporum ano naAlemanha.

Apesar

doavançodos

jovens

investidoresna

bolsa,

nem todos

alcançam

de imediatoo statusde Flávio

Bicca.

É

o casodo aluno deeconomianaUniversidade

do Estado de Santa Catarina

(Udesc)

Rodrigo

Bran­

dão,

que dos

R$

5 mil investidosem2007,

perdeu

R$

1,8

mil,

três anos

depois.

Um

prejuízo equivalente

a 40% dos investimentos feitos na

época.

"Comecei

muito novo,aos15anos,esei quea

perda

foipor não

pesquisar

enãovisualizar

quais

eram meus

objetivos

naquele

investimento".

Aulas

ajudam

finanças

pessoais

NaUFSC,universitários também têma

oportuni­

dade de avaliaremelhorar amaneira como lidam com dinheiro. Oconsultor de

Finanças

Pessoais do

Itaú e

professor Jurandir

Sell Macedo

implantou

na

universidadea

primeira

disciplina

de

finanças

pesso­

ais paracursosde

graduação

do

país.

"Pessoasque buscam sabercomomelhor

aplicar

seudinheirocon­ seguem viverde forma confortávelefazemcomqueo

ganho

voltea seu

favor", explica

o

professor.

As aulas de

finanças

pessoais

na UFSC são ofe­ recidas a 160 alunos acada semestre e,

segundo

o

professor,

cercade 50% deles finalizam a

disciplina

com novos

projetos

de vidaeinvestindoou

poupando

seu dinheiro. Bianca

Quissak,

alunade

engenharia

de

produção

eque também

participa

das aulas de fi­ nanças

pessoais,

diz que "o

problema

damaioriados

jovens

estáemnãopensarcomo

garantirão

umaboa

situação

financeira

daqui

a 20anos.

Quando

sedão

conta

é tardedemais ou

percebem

que

perderam

muitaschances de

ganhar

dinheiro".

Jorge

Barbato Neto, formado em economia

pela

UFSC,

começouainvestirem

2006,

embusca deuma

rendaque

proporcionasse

tranquilidade

financeira. Interessado

pela

área,

Barbatofez

alguns

cursosantes

deentrarnomercado. "Meu

pai

percebeu

ointeresse

queeutinha

pelo

assuntoe meencarregou de

plane­

jar

osinvestimentosfamiliares.A

experiência

foi bem sucedidae

passei

a assessorar

amigos

próximos.

Foi assim quenasceu

aJB3

Investimentos,em2010".

Apesar

dacrescente

participação

no

mercado,

ain­

danão sãoos

jovens

quemais

aplicam,

se

comparado

afaixa etária de 26 a35, com um total de 162.805

investidores- dados da

BM&FBovespa.

"Mesmoassim,

omercadoapostanessegrupo porque,seguramente, ouniversitário de

hoje

iráconstituira massadein­

vestidoresemumfuturo

próximo",

explica

Barbato.

Mesmo não declarando o lucro em

cifras,

Bicca nãoescondea

satisfação

com oque faz: "Para Robert

Kyosaki,

autordePai Rico Pai

Pobre,

serricoé

chegar

Macedoensina como

planejar aplicações

ao pontodenão

precisar

trabalharparapagarseus

gastos. Então,possomeconsiderarrico,sem

precisar

definirumvalor exato",

desconversa,

"e não tenho

patrão;

quer benefíciomaior que esse?".

GabrielleEstevans

gabrielleestevans@hotmail.com

MarianaChiré

chiremariana@gmail.com

ZERO

tudo de caso do

projeto

foi ele

mésmo.

Dias, Ricardo

Broering

May

eJoão Marcelo Correa fun­

daram, no quarto semestre, a

Cianet. Aempresa de comuni­

cação

de dados

hoje

é a 45a

pequena/média

empresa que maiscresce no

país,

no

ranking

da revista Exame.

Apenas

uma boa ideia não

é suficiente para executar um

plano

de

negócio,

é

preciso

dinheiro. Contudo, para Melo este não éo maior dos

proble­

mas. "O

capital

inicial não é a causa da

criação,

ou

não,

de

umaempresa.

Sempre

é

possí­

velrecorrer a umsócio." Schwochow iniciou aSeven­ th com R$ 5 mil doirmão. "No

inícioa gentenão tinha

salário,

tododinheirofaturadoera rein­

vestido",conta.Diasteve outro

tipo

de

apoio

paraergueraCia­

net. "Nós recebemos o investi­

mentodeum

anjo

que colocou 200 mil dólares no

projeto".

Dias também buscou

apoio

das incubadoras de empresas

em seus

primeiros

anos. "Fo­

ram dois

pilares

fundamentais

paranosso sucesso. O

registro

da patente

junto

à UFSC, e os nove anos em que amadure­ cemos na incubadora". Neste

período,

ele teve consultorias,

espaço físico e se relacionou

comoutrasempresas.

Melo crê que "as pessoas não devem se preocupar com o emprego tradicional. Esta

forma,

cedo ou tarde, está fa­

dada aterminar". Ele vê futuro

na área de consultoria e uma

tendência:

cada um ser em­

preendedor

doseu

próprio

tra­

balho."

Ideia de

faculdade,

Seventh quer lucrar

R$

3 milhões em2011

O então estudante de ci­

ências da

computação

Carlos Schwochow apresentou seu

trabalho de conclusão de cur­

so

(TCC)

em março de 2001,

na

UFSC,

diante de 50 curio­

sos que viram

pela primeira

vez a

possibilidade

de trans­

mitir

imagens pela

internet.

Acompanhado

de um

colega

com quem elaborou o

projeto,

Schwochow instalou um televi­

sorque mostravacenasda

pró­

pria

sala, enquantoosforman­ dos controlavam as luzes do

ambiente remotamente.

"Logo

percebemos

que nosso

produ­

to tinha espaço no mercado",

conta.

Hoje,

aos 33 anos, ele

é sócio-fundador e diretor da

Seventh, empresa de desen­

volvimento de softwares para

monitoramento de

imagens

com

previsão

de faturar R$ 3

milhõesem2011.

Na

avaliação

de Pedro An­

tônio Melo,

professor

de em­

preendedorismo

do curso de

administração

da UFSC, uma

boa ideia é a base de

qual­

quer

negócio.

"Uma

padaria

na

esquina

é apenas mais um

padaria.

Massetiver

algum

di­

ferenciai, será inovadora". Na

disciplina,

os alunos desenvol­

vem um

plano

de

negócio

que consiste na

apresentação

do

produto,

análise do mercado

e

objetivos

a serem buscados.

"O

empreendedor

tem que co­

nhecer suas

competências

e

principalmente

a área em que

pretende

atuar. Neste ponto,

o ambiente universitário

pode

colaborar muito."

"Como transformar uma

ideia em

produto

de rnercado" foiotema do TCCapresentado

por Norberto Dias na conclu­ são do curso de

engenharia

de

produção

da UFSC. O

es-ErichCasagrande

erichbrasil@hotmail.it

(7)

JORNADA

PASSAPORTE

PARA A CARREIRA

Viajantes

doam

seu

tempo

por

boas

causas

Intercâmbio social leva

engajados

às pessoas

e

lugares

que realmente necessitam de

ajuda

ão 11 horas danoitedeum

domingo

e Robert

DeKay

]

,�,"

participa

docasamentodesua

prima,

em

Portland,

Es- �

tados Unidos. Nada

incomum,

seelenão estivesse assis-

}

tindo acerimônia através da internetem umavideo-

l

conferência.

DeKay,

26anos,está háum ano naUcrânia

trabalhandocomo

professor

de

inglês

da rede

pública

na

região

central do

país.

Ele fazpartedoPeace

Corps, organização

criada

em

1961

emantida

pelo

governoestadunidensecom o

objetivo

de

proporcionar

experiências

de

liderança

avoluntáriosem76

paí­

ses

diferentes, passando

por

África,

Américado

Sul,

Leste

Europeu

e

Ásia.

Os

participantes

vivem 27meses no

país

de

destino,

tra­

balhandoem umadasáreasqueoprograma

abrange: educação,

desenvolvimento da

comunidade,

saúde,

negócios

e

tecnologia

da

comunicação,

agricultura

emeio-ambiente.

DeKay

nãosabia

qual

seriaseudestino

quando

secandidatou

àvaga.

Quando

descobriu que iria paraa

Ucrânia,

oidiomase

tornouumadas

principais

preocupações.

"Nunca tinhameinte­

ressadoem

aprender

ucranianoou mesmo russo.No começo, a

comunicação

eradifícil porqueafamíliaqueme

hospedou

não

falava nada de

inglês".

A

situação

mudou

depois

dos três

primei­

rosmeses,

quando

tevequatrohoras de aulas diárias derusso.

Na

Rússia,

LilianMonti, 21 anos, viveuuma

experiência

pa­

recidanoinício desteano.Elaatuouno

!Change

Project, proje­

to social emescolas

públicas

deSão

Petersburgo,

trabalhando

questões

de

xenofobia,

sustentabilidade e diversidade cultural.

Com ela estavam mais 20 intercambistas de diferentes

países.

Julia

Nogara

Marcon fundou

urn projeto

para

ajudar

crianças

carentesdurante intercâmbio no

Quênia

A

pluralidade

culturalserviude

exemplo prático

paraas aulas.

"Apesar

deoprocessode

mudança

ser

longo,

nossapresençafoi

impactante

para começara

conscientização",

refleteMonti.

Aestudante estáemLima,noPeru,desde

abril,

trabalhando comogerentede

responsabilidade

socialem umaempresa

pri­

vada de alimentos.Desta vez, atua na suaárea de

graduação,

Relações

Públicas.A

ação

quedesenvolve beneficiarámaisde800

crianças

da

região

de

Ayacucho,

cidadecom umdosmaioresdé­

ficitsnutricionaiseescolares do

país

eque

possui

umahistória

política

bastanteconflituosa.

Como

objetivo

de

ajudar

crianças

carentes,Julia

Nogara

Mar­ con,24anos, iniciouo

projeto

50Sorrisosenquanto

participava

deumintercâmbiono

Quênia

duranteos mesesde

julho

eagosto

desteano.Sua

atribuição

inicialeradar aulasde matemáticana

Marconquermantero

projeto

mesmo àdistância

Outubro de 2011

tinham tantavontade de

aprender

que só iambrincar

quando

terminassemtodososexercícioscorretamenteeficavam diassem

escola

primária

Ngotas

Upendo

em

Mathare, segunda

maiorfa­ vela de

Nairóbi, capital

do

país,

mas a

situação

precária

do

prédio

edas

crianças precisava

de

atenção

imediata.

Aestudante dedicou duassemanasparafazerolevantamento

dositensnecessáriose,com osvaloresemmãos,tentouo

apoio

de empresas

locais,

que nãoseinteressaramem

ajudar.

Através dainternet,MarconmobilizouaAlESECno

Brasil,

amigos

efa­

miliares,

arrecadandomaisde

R$

4,5

milpara a

aquisição

de

quadros

negros,

divisórias,

tinta,

livros, uniformes,

sapatos e,

principalmente,

comida.

"Em

Florianópolis,

eufazia trabalho voluntárionaCasa Lar

Emaús,

um

abrigo

para

meninos,

mas nunca

pensei

que fosse

presenciar

tamanha

pobreza

e dificuldades. Muitas

crianças

comer",contaMarcon.

Antesdevoltarao

Brasil,

as

crianças

e o

professor

da escola

pediram

queelaretornasseaofinal doanoparamorardefinítí­

vamente.Mesmo que o

desejo

não

seja atendido,

aideia daes­

tudante é mantero

projeto

funcionando.Na

segunda

etapa, o

presidente

daAlESECno

Quênia,

Fiona

Akumu,

e umarepresen­

tanteda

instituição

ficarão

responsáveis

por receberas

doações,

entregarascomprasnaescolaevisitarosalunos semanalmente. Através dosite50sorrisos.com é

possível apadrinhar

umadas 50

crianças

enviando

R$

20 por

mês,

osuficiente para

garantir

uma

refeição

diárianaescola.

Experiência

é

valorizada

pelo

mercado

nova

língua,

e

depois

aconvivênciamulti­

cultural,

extremamente

importante

num

país

comtanta

miscigenação

como oBra­

sil". Para

Frohlich,

vivências internacio­ nais

ajudam

adesenvolveramaturidade e ademonstrar

comprometimento,

carac­

terísticas que pesamnahora de assumir

posições

de

liderança.

A

experiência

de MuriloCaraniCoube

emBrasov,

Romênia,

por

exemplo,

foi de­ finitivaparasua

contratação

pela

filial da

Kraft

Foods,

em

Zurique.

"Para a

equipe

quemecontratou,ointercâmbiomostrou

queme

adapto facilmente,

e como o re­

sultado domeutrabalhonaRomêniafoi

muito

positivo,

a Kraft levou em conta

esse sucesso em umambiente de trabalho

internacional",

relata Coube.

Julia

Marcon e Lilian Monti fizeram

seusintercâmbios através daAlESEC,re­

conhecida

pela

UNESCO comomaioror­

ganização

global

totalmente

gerida

por

universitários ou recém-formados. Fun­

dada

após

a

Segunda

Guerra

Mundial,

em

1948,

aONGtemob-

Ação

atenderá

jetivo

de desenvolver

lideranças

e promo-

800

crianças

de

ver

mudanças

posi-tivas na

sociedade,

cidade

cujo

déficit

contandocom

apro-ximadamente60mil

alirnentar é dos

membros e presente

em III

países

e ter­

ritórios.

A ONG oferece o

programaCidadão

Global,

para promover

a

responsabilidade

socialeoentendimen­

todeoutras

culturas,

com

duração

deseis aoitosemanas e

exigência

somentedein­

glês

emnível bom.

Neste ano

foram realizados 808

intercâmbios,

um crescimento de 190%

em

relação

a2010."O destinomaispro­ curado ainda é o Leste

Europeu,

assim o intercambista

pode

viajar

pela

Europa

notempoquerestar.

Infelizmente,

des­

tinos como

Índia

e

África

têm menor

procura",

revela o

vice-presidente

de Intercâmbio Inter­

nacional,

em Flo­

rianópolis,

Matheus Sell Koerich. A

presidente

da

Associação

Brasi-leira de Recursos HumanosemSanta Catarina

(ABRH-SC),

Luzia

Frohlich,

destaca as habilidades valorizadasnum

profissional

que passou

por

experiências

como essas.

"Primeiro,

vem a

questão

do

aprendizado

de uma

Bianca Enomura bianca.enomura@gmail.com Isadora Mafra mafra.isadora@gmail.com

maiores do

país

ZERO

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