•
Órgãos
municipais
permitem
construções
em
áreas
protegidas
por
leis ambientais
PÁGINAS
8/9
ZERO
ENTREVISTA
Fugindo
da bola dividida
Técnico
do
Figueirense
eex-auxiliar de
Dunga
naseleção,
Jorginho
fala sobre
suacarreira
masevita temas
polêmicos
4/5
B
CONEXÕES
Um personagem, muitas histórias
Pida,
odono do bar mais famoso
nosarredores da
UFSC,
interfere
nos rumosda
política
universitária há
30
anos10
Distante da
origem
Do estilo
musical,
passando pelo
vestuário até
onazifacismo,
movimento
skinhead
abriga hoje
várias
vertentes
15
EDITORIAL
DIRETO
DAREDAÇÃO
Nossos
repórteres
nas
ruas e urn
caminhão
de
histórias pra
contar
á foi o tempo em que as pessoasseinformavam ape nas
pelos
jornais
impressos.Hoje,
adietainfonnativadocidadãocomumincluiuma
enxurrada de notícias des
pejada pela
televisão, rádio,
revista, celular e internet, além de canaisalternativoscomo asredesso ciais.Daíquefazer
jornal
éumdesa fiomaiorainda, pois
oriscoé semprechegar depois
dos outros meios. Seantes tínhamos quematar umleão
por
dia,
agoracadajornalista
preci
sa sedesdobraremmuitospara dar contado recado.
Neste ambiente de
convergência
de
mídias,
instantaneidade e grande oferta de
informações,
ojornal
é omeio de
comunicação
que maisvemsofrendoparase
ajustar
a umafunção
nessa confusão.Imaginem
entãoproduzir
umjornal mensal,
um veículo quedisputa
aatenção
com tantos concorrentes eque nãopode
sedaraoluxo deserperecível!
Umarespostaaestedesafio éabusca daqualidade,
o quesignifica
oferecer um
produto útil,
atraente, bem-OPINIAO
ONDE
O LEITOR TEM VOZapurado
e comconteúdosexclusivos.NoZero,tambémperseguimos isso, tentando dosar os
ingredientes
comequilíbrio.
Cadaedição
é umcapí
tulo àparte, com suas
dificuldades,
um ou outro lance de sorte, umaquantidade
generosa de pequenosaprendizados
cotidianos _ e muitatranspiração.
A
equipe
égrande:
quase 30 estudantes
desempenham
diversasfunções
da pauta àdistribuição
dojornal.
Este pequeno exército vai às ruas atrásdepersonagens,históriase
experiências
que mereçamser contadas,
quepossamsensibilizarosleitores,
indigná-los
ousurpreendê-los.
Quando
retornam com seus textos,os
aspirantes
ajornalistas
sepõem
a editar o
material,
cortandoaqui,
esticando
ali,
compondo
aspáginas.
Osproíessores
responsáveis
deixam claro queninguém
tem espaço garantido,
ealgumas
reportagenssãodescartadas enquanto outrasdevol vidaspara
ajustes. Jornalismo
éfeitode
escolhas,
mesmo asmaisdifíceis.A melhor parte desses
esforços
ficaimpressa
nas 16páginas
dojornal,
Gostariade
parabenizar
aequipe. Quanto
àcolunado "Ombudsman", está
cumprindo
seupapel, porém
nãoestamosacostumadosa vertaiscomentáriosnagrande
mídia,
oquepode
gerarafalsa
ideia queaedição
aque eleserefere
estavatotalmenteruim.Soraya
Pamplona, Florianópolis
Umsonho:ser o
[Luis
Carlos}
Pratesdo @zeroufsc FábioBianchini- @BiancovicNostalgia
comlembranças
daépoca
emqueeu erarepórter
do @zeroufscAlessandro Bonassoli- @A1ebonassoli Estãobaixandonumanoitedesexta?Belo
treinamentopara
futuros
pescoções.
Boa sorteUpiara
Boschi-@upiara
Acabei de recebero@zeroufsc de setembro.Sódei
uma
olhada,
masjá
vi queestámuitobom!K1enizeFavero- @k1enize
•
e a
partir
daí asorte estálançada.
Cabeaoleitor
julgar.
Nesta
edição
deoutubro,
ojornal
laboratório do curso de
Jornalismo
daUFSCserve um menu variadoao seu
público.
Temosdenúncias sobrerachas no movimento estudantil e
sobreodescaso das autoridadesque
deveriam fiscalizaro meio ambien
teem
Florianópolis.
Revelamosumlado pouco conhecido de um per sonagem muito
popular
no meiouniversitário.
Apontamos
uma tendêncianomeioculturale umapreo
cupação
com asaúde deumaclasseprofissional.
Retratamos o dramadaqueles
que lutam paraselivrar dadependência química.
Apresentamos
caminhos
profissionais
para quemnãoquer
depender
apenasdodiplo
ma para sobreviver.Investigamos
comoviveme como seorganizam
osskinheads. Entrevistamos um líder
espiritual
e umcampeão
mundial. Edequebra,
contamosumpoucodoiníciodahistóriadoZeronasé riedereportagensqueseestende até
setembro de2012,
quando
ojornal
completa
30anosdecirculação.
Amatériado
@zeroufsc[sobrecaronas}
estámaiscompleta
[que
aveiculadapelo jornal Nacional,
daRedeGlobo}
MirnaTonus- @mtonus Muito
legal
aparticipação
doBarretocomoombudsman!Acolunaestábeminteressante
Amanda Miranda- @amanda_miranda
ZERO
��i:•
OM
.UDt<
.N
RICARDO
BARRETO
Mais
(e melhores)
pautas
A
primeira edição
doanoeditorial 30apresentou
suasmudan ças iniciais. Adiagramação progrediu,
asfotos foram valorizadas
(algumas
óbviase semmovimento), ilustrações
foramapropriadas
e naedição
cometeu-semenos erros.Osalto dequalidade,
que amparouaedição,
foi aentrevistaexclusiva com ogovernador,
fatoinéditonatrajetória
doZero _que atépor
isso,
deveriatersidomaisevidenciadana
edição
de capa.Avançossalutares masaindatímidos, pois
muitasfragilidades
permanecemexpostas.O
jornal
sereorganizou
coil).acriação
denovasáreastemáticasmas apenas ensaiouosprimeiros
movimentos,pois
houvedesequilíbrio
com a "editoria"República,
queganhou páginas
emexcesso ecometeuaomis são maisgrave daedição.
Omaterial dapágina
central,
sobreagrevedos servidoresdaUFSC,porsuarelevânciaeinteressedemilhares de pessoas, deveriaentregarmuito mais aoleitor local. Como,talreportagem não entrevistaoreitore ocomando de greve dosservidorespararesponder
umaperguntadiárianacabeça
de todos:quando
acaba?Ese abuscaeratratardas
consequências
daparalisação
navida dauniversidade,
como não foramapurados
outrosprejuízos
comocalendários decursosdegraduação
epós afetados,
ineficiência delaboratórios,qualidade
deensinocomprometida?
Nãosetratadecaça às
bruxas,
movimentosgrevistas
sãolegítimos,
imperativos
emdemocracias.Masnossopúblico-alvo,
que nãoserestringea
estudantes,
mastambém incluiprofessores
eservidores,
querver e saber
-oquese
passa?
Eessaapuração
ojornal
nãofez. Estemesmojornal,
queemmomentoshistóricosanteriores,maisdeumavez,fez coberturas
memoráveis de greves na
universidade,
críticas, rigorosas
e atentas aoquadro
nacional.Mesmoquando
opróprio
CursodeJornalismo
esteveparalisado.
Matériasatemporais
deveriamtercedidoseuespaço paraesseaprofundamento
nacobertura da greve- ou noregistro
domovimentoanti-corrupção
pelo país.
Ousobreamaisrecentereportagemtendenciosade
Veja.
Faltaram,
nomínimo,
20ouaté 10linhasrespondendo
aincômodapergunta,no
lugar daquele
excessodefotosque quasetomaramdoisterçosda central.
Outra
correção
de rumo que seimpõe
são os critérios quanto àseleção
depautas,que devemtermaisrigor
e sensodeoportunidade.
Hápautasóbviase
redundantes,
quepouco avançaram,como adasmães estudantes(7),
ados atletas-estudantes(11)
ou sobre currículos(12).
OZero,tematicamente,temque sairda
Ilha,
voltara sercosmopolita
eincluirmaterial de
abrangência
estadual,
nacionaleaté internacional.(Já
cobrimoseleições estaduais,
nacionais,emoutrospaíses,
invasãodoIraque,
fizemos crítica da mídianos trêsníveis,
entreoutras).
Aedição
passada
foiexageradamente
citadinacomcincode16páginas
tratando detemáticaslocais.Ecomoficaointeresse dosleitores queestãoemoutras
cidades e estados? Assim, urge diversificaro
conteúdo,
nãoapoiando
toda
edição
apenasem reportagens.Sugere-se
retomarentrevistascomjornalistas
ou mesmo artistasreconhecidos,
e estimular o exercíciodecrítica deartes. Mastambém decrítica de mídia.
É
outraformadepossibilitar
experiências
daequipe
também no âmbito dojornalismo
opinativo.
Jornalista,professor,ex-diretor deredaçãoe umdoscriadores do Zero.Por15 anos, Barreto comandouojornallaboratórioe,no ano30dapublicação,assume como seu
primeiroombudsman. Próximo decompletartrêsdécadas,oZeroencara odesafio de iniciarumarelaçãomaisabertacom seusleitures.
Criadaem1979,afaculda
de de
Jornalismo
da UFSC precisava de umjornal
-laboratório para atendera
exigências
do Ministérioda
Educação.
Era a opor tunidade de os alunos experimentareme
praticarem
aquilo
que seaprendia
nateoria.Foicom esseconceito,em umcontextode
implanta
ção
dopróprio
curso,quenasceu oZero.Emsetembro de1982,o
jornal
começavaadeixar deser apenasumprojeto.
O nomefoiinspirado
em suaprópria
essência-a
experimentação.
Ojornalista
CesarValente,
à
época
professor,
atribuia siaautoriada ideia."Sugeri
o nome porque sempre que os
jornalistas
vãolançar
ummaterial,
fazemalguns pilotos
chamadosdeedição
númerozero.Comoo
jornallaboratório
éexperimental,
cadaedição
será sempreumnúmerozero",
explica
ele.A
primeira
turmade alunosseformarianofinaldaquele
ano semter
inaugurado
ojornal.
Coubeaosegundo
grupo,queentrounaUFSCem1980,atarefa de
lançar
asprimei
rasedições.
Nesseperíodo,
haviaturmasúnicas,
formadas por 40alunos,
queentravamparao curso emmarço,di ferente do que ocorreatualmente, quando
são oferecidas60vagasdivididasemdoissemestres. A
elaboração
doZeroestavareservada àsexta
fase,
duranteadisciplina
Técnicade
Jornal
ePeriódico.Emsala,
trêsprofessores
para12horasde
aulas,
quesedividiamemtrêsencontrossemanais.Presentenos
primeiros
momentosdojornal,
oprofessor
EduardoMeditsch lembraqueos recursosparaaimpressão
vinham doorçamentoda
universidade,
quegarantia
umatiragem
demilexemplares.
Aedição
númeroumdoZerofoi
reproduzida
emBrusque,
nagráfica
domunicípio,
por meiodeumatécnicaque começavaa seextinguir
- olinotipo.
"Achávamosqueosalunos deveriam conheceraquela
forma de
imprimir".
Ainiciativa rendeuavisitados alunosao
jornal
paraacompanhar
otrabalhopassoapasso.A
estreia
feita
no
chumbo
KU
elege
JaisoR
e
mais:
� f H'iiI � I'bI a:1 �
I.. " e.�.�'!lro!: '1' � ,I. H ;j" JI" �...-, I. F�n'tW�..tnI�'.� I r ,,' L F'''' � -i�II iljl I' l" ',� .,.,. 1
Resultado de
eleição
estadual estavanacapa
Outubro
de 2011
PauloJunior
paulovitoriojunior@hotmail.com
Willian Reis
wreis_lg@hotmail.com Eduardo Meditsch era
responsável pela
edição
dos textosSenoiníciodosanos1980ocursoaindanão
dispunha
de
condições
adequadas
aoensino,noZeroasituação
nãoeramuitodiferente. "Ocomeçofoimuito
precário",
resumeMeditsch.E por
precário,
entende-se que, para aredação
dostextos, as
máquinas
deescreverque haviaeramtodasvelhas,
aindaqueemnúmerosuficienteparaaquantidade
de alunos.Ascâmeras
fotográficas
eramanalógicas
eexis tiam apenastrês.Eraumaépoca
emque aindasefalavaemlaudas- umafolha de
papel
com asmedidasgráficas
onde areportagemeraescrita.Depois
daprimeira
edição
feita porlinotipia,
oZerocomeçoua ser
impresso
nosistemaoff-set,
em usoatéhoje.
Parao
trabalho,
escolheu-se agráfica
do extintojornal
OEstado,
deFlorianópolis,
principal
diário deSantaCatarina naépoca.
Eraummomentoimportante
paraahistória dopaís,
emqueaditaduramilitar,
vigorando
desde1964,
davaseusúltimos
suspiros. Apesar disso,
operigo
aindaestavaporperto.Meditschlembraque,emsala de
aula,
havia policiaisaserviçodo
regime
disfarçados
dealunos.Eleseramempregados
como assessoresdedeputados
estaduais para,desse
modo,
poder
receberosvencimentos."Às
vezesomarxista maisexaltadoera,naverdade,
daPolícia.Eraumatática parainsuflaros
colegas
eassimsaber quemerada
esquerda", explica
oprofessor.
Ele contaque houveummomentoemquesetentoudescobrir quem
alieram os
policiais disfarçados.
"EstávamosnoBásicotomando café
quando
umhomem que eu não conheciaseaproximou
demim edisse: 'tupara com essapalhaçada,
senão vaisedar
mal'",
recorda.As ameaças preocupavam, masnãochegaram
aprovocarqualquer
forma deautocensura na
redação
doZero. Aexperiência
dosprofessores
aju
davaalidarcom essasituação.
Repórteres
escreviam emmáquinas
precárias
PÁGINAZERO
As
PRIMEIRAS LINHASUm
jornal
também
conta
a
própria
história
Eduardo Meditsch
e
Cesar Valente lembram
a
criação
do Zero
depois
de quase trinta
anos
Alunos
acompanharam impressão
nolinotipo
ZERO
•
ZERO ENTREVISTA
JORGINHO
"Não tenho
o
que
falar
e nem o
que
reclamar
da
gestão
do
Ricardo
Teixeira
dentro
da
CBF"
fui pro
Flamengo,
sendocampeão
cariocaebra sileiro também.Quer dizer,
agora que não émais,depois
voltoue disseque eradenovo.Então,
naCopa
União,em1987,foiumperíodo
muitolegal
queoFlamengo
melevoupraseleção principal.
Em 1989 eu
saí,
fuijogar
noBayer
Leverkusen,
onde fuio
primeiro
capitão estrangeiro
naAlemanha,
isso foimuitolegal.
Também noBayer
Leverkusen
consegui
umprêmio
que,pelo
oquesei,não existenenhum brasileiroquetenha ga
nhado,
dejogador
maisleal do mundo de 1991.Depois,
em1992,
fui proBayem
deMunique,
fiquei
lá dois anos e meioe tambémmesagrei
campeão
alemãocom otime.Nofinalde
1994,
iníciode1995,fuiproKashima Antlers[time
com maisconquistas
doCampeo
nato
Japonês],
fiquei
lá durantequatroanos.Tivecondições
ali desercampeão
duasvezes,também escolhidoomelhorjogador
daliga.
Aí voltei proSão
Paulo, fiquei
umano,depois jo
guei
doisanosnoVasco,evolteia sercampeão
Outubro de 2011
Jorginho,
técnico
do
Figueirense,
se
esquivou
de
assuntos
polêmicos
em
bate-papo atropelado
Queremos
começar falando um pouco dasuacarreira.
Começando
comojogador
quefoipra
seleção, jogou
naAlemanhaeJapão,
echegando
aatualprofissão
de treinador.Comecei com 13 anos de idade no América do
Riode
Janeiro,
fizumtestee
passei. Fiquei
dois anosapenas
treinando,
porqueoAméricanão
disputava
asub-l S,Comeceia
disputar
o
Campeonato
Infantil em1980 e
fiquei
durante seis anos noAmérica,
de 1978até
1984.
Fui vendido proFlamengo,
ondefiquei
de1984
até 1989, quase seis anos, e foi umperíodo
muitolegal
também.Aindanaépoca
do Améri ca eu tinha sido convocado praseleção
sub-20,
e agente foicampeão
Sularnericano eMundial com oBrasil,
naArgentina
e noMéxico.Depois
Foi
nabeira do
gramado
do estádioOrlandoScarpelli,
comtodos osjogadores já
emcampoesperando pelo
iníciodotreinamento,queoZeroentrevistou
Jorge
deAmorimCampos,
oJorginho.
Ocampeão
mundial de futebolpela
seleção,brasileira
(EUA,
1994)
e ex-auxiliar de
Dunga
nomundial da Africa do Sul(2010),
é otécnico doFigueirense
desde lOdemarço desteano.Aos47anos, veiodesacreditado
depois
deumacurtapassagempelo
Goiásno anopassado.
Após
uminício detrabalhoinconstante,Jorginho conquistou
aconfiança
datorcidaeda diretoria.Comsua
ajuda,
oclubeocupahoje
umaposição
tranquila
natabela,
longe
dazonade rebaixamentoesonhandocom uma vaganaLibertadores.Com
apito
namãoejá
com ouniforme dacomissãotécnica doFiguei
rense,ele
respondeu
diretamenteede formatranquila
aperguntas
sobre suacarreirae seusplanos
paraoalvinegro.
Porém,
quando
confrontadosobrea
relação
com acúpula
daConfederação
Brasileira de Futebol(CBF),
duranteseu
período
nacomissãotécnica,
deuoprimeiro
sinal de desconforto,
trocando olharescom seu assessor. Ofim precoce daentrevistafoi decretadoquando
osrepórteres
doZero tocaramem outro assuntodeli cado: liberdadeseprivilégios
daRede Globo nacoberturadaseleção,
naera
Dunga.
Leiaos
principais
trechos daentrevista:"Pela
estrutura
do
time,
acho muito
pouco
provável
a
queda
para
a
segunda
divisão"
brasileiro e da Mercosul.E euterminei minha
carreirano
Fluminense,
e os tricoloresnem sabemque eu
passei
por lá porque foramsó trêsmeses.
Ecomofoiessa
transição
paratreinador? E comosurgiu
o convite parafazer dacomis são técnicacom oDunga?
Bem,assimqueeu
parei
dejogar
eunãoqueria
manter,
digamos
assim,o mesmo ritmodevida,
finais desemana concentrado e tal. Então, eunão
queria
sertreinador,
maschegou
ummomentoemqueeuvi que issotemtudoa vercom a minha
vida,
que eu nãoestava tendo prazer comoutrascoisas, fizum curso efoi aí que eu decidi. Foilegal
que,nessemomento,emqueeuestavabem
disposto
asertreinador,
veioo con vite doAmérica,
dopresidente,
eentão, comecei atrabalharnoAméricaemoutubro de2005. Foifeitoumtrabalhomuito
legal.
Agentenãotinha!
I;
---..:f..�----
)_
--1-.-nada,
não tinha uma estrutura boa. Mas conseguimos,
dentronoslimitesqueagentetinha,
montarumaestruturaproAmérica.
Eu
consegui junto
com aprefeitura
deGuapi
mirim, perto de
Teresópolis,
no RiodeJaneiro,transporte, campo de treinamento,
lavagem
de roupa ealimentação.
Quer dizer,
euconsegui
tudo na
prefeitura,
e,com isso,traziapromoção
paraacidade de lá.Foimuito
legal.
Comessetrabalhomuito
simples,
bemhumilde,
agenteconseguiu
chegar
àfinaldaTaça
Guanabaraeissodespontou
naturalmenteo meutrabalho.E,logo
em
seguida,
eu fui pego de surpresa. Primeiropelo
Dunga
serescolhidocomotreinador da seleção,
e,depois,
poreutersido chamado.Porque
agentenuncafoimuito
amigo,
íntimo.Agenteeracompanheiro
deseleção,
eaí ele meconvidou efiquei
muitofeliz porissoecomeçamosadesenvolveressetrabalho.Etrabalhamosdurantequa
troanos
juntos.
Infelizmentenãoconseguimos
o maiorobjetivo,
masfoi umaexperiência
maravilhosa,
mefezcrescermuitocomoprofissional,
como homem. Eu acho que eu
aprendi
muitodurante esse tempo. Tenho certeza que para a
minhacarreira vaiserfundamental.
Depois
daCopa
doMundotrabalhei poucotempo
aqui
noBrasil.Aqui,
sevocêperdeu
trêsjogos
consecutivosjá
é mandado embora.Issoaconteceu no
Goiás,
ondefiquei
só68dias.Depois
eudei umadescansadaelogo
emseguida
fuiconvidado,
emmarçodesseano,
aqui
proFigueirense,
ondeestoutendoumtempomaiorpara desenvolvero meu
trabalho,
quetemdadoumbom resultado. Você comentou que,noBrasil,
o treinadorperde
trêsjogos
e estáfora. Como étentar manterum time nocampeonato com umainfraestrutura
pequena?
Agentenãotemumainfraestrutura das melho
res,mas acho que, dentrodos nossos
limites,
agentetemumaboaestrutura.
É
claro queagentesabequeo nossoorçamentonãoéumorçamento como o do
Corinthians,
Cruzeiro ouFlamengo.
Mas com trabalhoem si, com aqualidade
dosatletas,
agenteestáconseguindo
superartodasessas
limitações.
E até mesmoconseguindo
fazerumbomcampeonato,
pelo
menosatéagora,eespero,
naturalmente,
quevácon tinuar assim.Eu acho que, a coisa mais
importante,
assim,bemdefinida,
é você acreditarnotrabalho,
osjogadores
acreditarem nopotencial,
vocêconseguir
armarmuitobem taticamentea
equipe.
Osjogado
res comprarem a ideia dotrabalho,
acreditarem mesmo na comissão
técnica,
e agenteconseguir
manterum ambiente de
respeito,
mas, aoJorginho
tambémjogou
noJapão
eAlemanhaAlémdo
Figueirense,
já
foi técnico do Américado Rio e auxiliardeDunga
nacopade 2010 Ele acreditaem umagerência
bemplanejada,
compé
no chãoOutubro de 2011
ZERO
O
Figueirense
acabou desubir,
está fazendo uma boa
campanha,
classificado por
enquan-to pra
Sul-Americana,
"Um
treinador que
até com a
possibilidade
de
conseguir
chegar
nadeixa
ingerências
Libertadores. O
Avaí,
principal
rival, subiu,
também fez uma boa
campanha,
eagora, duastemporadas
depois,
éumdos
grandes
concorren-uma
marionete"
tes, a cair pra série B.
Você acha que háa
possibilidade
deacontecerissocom o
Figueirense?
Eoque fazer pra isso não acontecer?Bem,
possibilidade
sempre tem pra todas asequipes.
Grandesequipes até,
você vê oAtléticoMineirolutando pranão
descer,
tudopode
acontecer.Maseucreioque,
pelo
oqueeuestoutraba lhandoaqui,
conhecendoagestão
queestásendodesenvolvida,
aseriedadecomque elesestãoencarandoodesafio deste anode
permanência
naprimeira divisão,
e oplanejamento
alongo
prazo,com os
pés
nochão,
bemhumilde,
entendendoa nossasituação
financeira atual eaondenóspo demoschegar,
eu achoque vaisermuitopoucoprovável
queissoaconteça.Porque
elesconsegui
ramdesenvolverumafilosofia detrabalho muito séria. Por
exemplo,
assim que eucheguei
aqui,
assumio
segundo
turno,enãoganhei
osegundo
turno
[do Campeonato
Catarinense].
Elespode
riamter
trocado,
oque normalmenteacontece.E nãotrocaram, porqueoplanejamento
deleserajustamente
umtrabalho sérioparaagentepermanecerna
primeira
divisão.Então,demoscon tinuidadeaotrabalho,
e agenteestácolhendoosfrutosagora, coisa queoutras
equipes
estãotendodificuldade, justamente
porquehouveumasériedetrocasde treinadores. Claroque,àsvezes,uma
trocade treinador é
importante,
trazumânimo novo,umaforma de trabalharnova,mas setiver muitatroca, atéotreinadorconseguir
conhecer essegrupolevaumtempo.Entãoeuachomuitopouco
provável
queaqueda
prasegunda
divisãoaconteça,pela
estruturaqueestá sendo
montada,
eatémesmoporqueogru-pocomcertezavaimudarno anoquevem,mas euacho que não vaiser uma
mudança
radical.É importante
vocêconseguir
manterumabase.acontecerem,
não
é
umtreinador,
é
mesmo tempo, de uma
competitividade
muitogrande
entreeles.Eéoquetemacontecidoaqui.
Mesmoo
jogador
quenãoestá,
derepente,nemno
banco,
ele acreditanotrabalho,
eissoémuitoimportante.
Mudando um pouco deassunto, saindo um
pouco do
Figueirense,
indo para futebolnacional. Você esteve dentro da
seleção,
dos bastidores.Ultimamente,
temsurgido
várias denúncias contra agestão
do RicardoTeixeira,
principalmente
depois
doperfil
feitopela
revistaPiauí.Elefazalguma ingerência
sobreosquesitos
técnicosdentro decampo?
Como a CBF funciona
pordentro?
De forma nenhuma acon
teceisso.
Quer
dizer,
conhecendo a minha
personali
dade e apersonalidade
doDunga,
issoaíéimpossível
deacontecer.
Qualquer
treinador que deixar que isso aconteça não é
treinador,
ele éuma marionete. Isso nãotemamenor
possibíli
dade,
e nuncapartiu
dopresidente
essetipo
deimposição.
ACBFtemmaisde milfuncionários,
ali todo mundo recebe todosos seusdireitoscer
tinho.Eusaí daCBFcomtodosos meus
direitos,
sem
precisar
entrarnajustiça.
Eu não tenhooquefalare nem oquereclamarquantoa
gestão
do
presidente
RicardoTeixeira.Antesdo
Dunga
assumir aseleção,
amídia,
principalmente
aTVGlobo,
tinhamuitaliberdade dentro da
seleção,
sempre fazendoentrevistas...
Quanto
aissoagentenão...Nãosefala sobreisso,amigão.
Aindamais pravocêsassim,euachoqueagente,desenvolvendoumtrabalho...Eu nãovou
ficar falando sobreuma
questão
polêmica.
Sobre a
Copa
no Brasil.AÁfrica
do Sul foium
país
queconseguiu
se estruturar parareceber a
Copa,
você acha que o Brasilvaitertempopra isso?
Euachoqueotempoestácurto,mastemostodas
as
condições,
enós sabemos queéumagrande
oportunidade
que nóstemosparamudarasituação
doBrasil,
emtermosdetransporte,emtermosde
telecomunicações, hotelaria,
tudo. Tudopode
sermudado,
eespecificamente
alio RiodeJaneiro,porcausadas
Olimpíadas
[de
2016que serárealizadanacidade].
Então,éumaoportunidade deouroquenóstemose eutenhocerteza
dequeagentevai
aproveitar.
César Soto
cesarotos@gmail.com
GianKojikovski
gian.kojikovski@gmail.com
Mariana Della Justina
marianadellajustina@gmail.com
Vinicius Schmidt
vinisdl@gmail.com
--..,...---._
•
Mercado de
ações
atrai
cada
vez
mais
os
jovens
JORNADA
PASSAPORTE
PARAA CARREIRAApesar
dos
riscos,
cresce o
número de investidores
Quando
comprousua
primeira ação
nabolsade
valores,
hánoveanos,FlávioBicca nãoimaginava
quedeixariaaengenharia
civilparasededicar
integralmente
aosinvestimentos.
Já
nosprimeiros
anos nomercadode
trabalho, percebeu
que tinha acumulado poucopatrimônio.
Foiaí que,mesmo semterconhecimentoespecífico
naárea,
decidiusearriscarnomercado decapitais.
Biccaé apenasumdostantos
jovens
investidoresque
surgiram
nopaís
nosúltimosanos.Segundo
dados da Bolsa de Valores deSãoPaulo
(BM&FBovespa),
onúmero depessoasentre16e25anosquesetorna
ramacionistas cresceu 10,25%defevereiro de 2009 atédezembro de2010,totalizando
36.706 jovens.
Ao final de oito anos, trabalhando e
investindo,
Biccapercebeu
queera maiscompensador
destinarseutempoàs
ações
doque continuarnaengenharia.
Hojeadmite
colher bons frutoscom amudança.
Ape
sardenãorevelaroquantoganhou,
elecontaqueoretornofinanceiro obtido atráves dacomprade
ações
já alcançou
2128%. No mesmoperíodo,
o mercadochegou
a320%apenas,oquecomprovaarentabilidadeacimada média deBicca.
O estudante de
engenharia química
daUniversidade Federal de Santa Catarina
(UFSC),
GuilhermeVieira Barros, também lucrou investindo
R$
10 milem
ações,
poupançae fundos de investimento, em2006.
Após
três anos, Barrosjá
havia lucradoR$
7mil.Como
valor,
morouporum ano naAlemanha.Apesar
doavançodosjovens
investidoresnabolsa,
nem todos
alcançam
de imediatoo statusde FlávioBicca.
É
o casodo aluno deeconomianaUniversidadedo Estado de Santa Catarina
(Udesc)
Rodrigo
Brandão,
que dosR$
5 mil investidosem2007,perdeu
R$
1,8
mil,
três anosdepois.
Umprejuízo equivalente
a 40% dos investimentos feitos naépoca.
"Comeceimuito novo,aos15anos,esei quea
perda
foipor nãopesquisar
enãovisualizarquais
eram meusobjetivos
naquele
investimento".Aulas
ajudam
finanças
pessoais
NaUFSC,universitários também têma
oportuni
dade de avaliaremelhorar amaneira como lidam com dinheiro. Oconsultor de
Finanças
Pessoais doItaú e
professor Jurandir
Sell Macedoimplantou
nauniversidadea
primeira
disciplina
definanças
pessoais paracursosde
graduação
dopaís.
"Pessoasque buscam sabercomomelhoraplicar
seudinheirocon seguem viverde forma confortávelefazemcomqueoganho
voltea seufavor", explica
oprofessor.
As aulas definanças
pessoais
na UFSC são ofe recidas a 160 alunos acada semestre e,segundo
oprofessor,
cercade 50% deles finalizam adisciplina
com novosprojetos
de vidaeinvestindooupoupando
seu dinheiro. BiancaQuissak,
alunadeengenharia
deprodução
eque tambémparticipa
das aulas de fi nançaspessoais,
diz que "oproblema
damaioriadosjovens
estáemnãopensarcomogarantirão
umaboasituação
financeiradaqui
a 20anos.Quando
sedãoconta
já
é tardedemais oupercebem
queperderam
muitaschances deganhar
dinheiro".Jorge
Barbato Neto, formado em economiapela
UFSC,
começouainvestirem2006,
embusca deumarendaque
proporcionasse
tranquilidade
financeira. Interessadopela
área,
Barbatofezalguns
cursosantesdeentrarnomercado. "Meu
pai
percebeu
ointeressequeeutinha
pelo
assuntoe meencarregou deplane
jar
osinvestimentosfamiliares.Aexperiência
foi bem sucedidaepassei
a assessoraramigos
próximos.
Foi assim quenasceuaJB3
Investimentos,em2010".Apesar
dacrescenteparticipação
nomercado,
aindanão sãoos
jovens
quemaisaplicam,
secomparado
afaixa etária de 26 a35, com um total de 162.805investidores- dados da
BM&FBovespa.
"Mesmoassim,omercadoapostanessegrupo porque,seguramente, ouniversitário de
hoje
iráconstituira massadeinvestidoresemumfuturo
próximo",
explica
Barbato.Mesmo não declarando o lucro em
cifras,
Bicca nãoescondeasatisfação
com oque faz: "Para RobertKyosaki,
autordePai Rico PaiPobre,
serricoéchegar
Macedoensina como
planejar aplicações
ao pontodenãoprecisar
trabalharparapagarseusgastos. Então,possomeconsiderarrico,sem
precisar
definirumvalor exato",
desconversa,
"e não tenhopatrão;
quer benefíciomaior que esse?".GabrielleEstevans
gabrielleestevans@hotmail.com
MarianaChiré
chiremariana@gmail.com
ZERO
tudo de caso do
projeto
foi elemésmo.
Dias, RicardoBroering
May
eJoão Marcelo Correa fundaram, no quarto semestre, a
Cianet. Aempresa de comuni
cação
de dadoshoje
é a 45apequena/média
empresa que maiscresce nopaís,
noranking
da revista Exame.
Apenas
uma boa ideia nãoé suficiente para executar um
plano
denegócio,
épreciso
dinheiro. Contudo, para Melo este não éo maior dos
proble
mas. "O
capital
inicial não é a causa dacriação,
ounão,
deumaempresa.
Sempre
épossí
velrecorrer a umsócio." Schwochow iniciou aSeven th com R$ 5 mil doirmão. "No
inícioa gentenão tinha
salário,
tododinheirofaturadoera rein
vestido",conta.Diasteve outro
tipo
deapoio
paraergueraCianet. "Nós recebemos o investi
mentodeum
anjo
que colocou 200 mil dólares noprojeto".
Dias também buscou
apoio
das incubadoras de empresasem seus
primeiros
anos. "Foram dois
pilares
fundamentaisparanosso sucesso. O
registro
da patentejunto
à UFSC, e os nove anos em que amadure cemos na incubadora". Nesteperíodo,
ele teve consultorias,espaço físico e se relacionou
comoutrasempresas.
Melo crê que "as pessoas não devem se preocupar com o emprego tradicional. Esta
forma,
cedo ou tarde, está fadada aterminar". Ele vê futuro
na área de consultoria e uma
tendência:
"É
cada um ser empreendedor
doseupróprio
trabalho."
Ideia de
faculdade,
Seventh quer lucrarR$
3 milhões em2011O então estudante de ci
ências da
computação
Carlos Schwochow apresentou seutrabalho de conclusão de cur
so
(TCC)
em março de 2001,na
UFSC,
diante de 50 curiosos que viram
pela primeira
vez a
possibilidade
de transmitir
imagens pela
internet.Acompanhado
de umcolega
com quem elaborou o
projeto,
Schwochow instalou um televi
sorque mostravacenasda
pró
pria
sala, enquantoosforman dos controlavam as luzes doambiente remotamente.
"Logo
percebemos
que nossoprodu
to tinha espaço no mercado",
conta.
Hoje,
aos 33 anos, eleé sócio-fundador e diretor da
Seventh, empresa de desen
volvimento de softwares para
monitoramento de
imagens
com
previsão
de faturar R$ 3milhõesem2011.
Na
avaliação
de Pedro Antônio Melo,
professor
de empreendedorismo
do curso deadministração
da UFSC, umaboa ideia é a base de
qual
quer
negócio.
"Umapadaria
na
esquina
é apenas mais umpadaria.
Massetiveralgum
diferenciai, será inovadora". Na
disciplina,
os alunos desenvolvem um
plano
denegócio
que consiste naapresentação
doproduto,
análise do mercadoe
objetivos
a serem buscados."O
empreendedor
tem que conhecer suas
competências
eprincipalmente
a área em quepretende
atuar. Neste ponto,o ambiente universitário
pode
colaborar muito.""Como transformar uma
ideia em
produto
de rnercado" foiotema do TCCapresentadopor Norberto Dias na conclu são do curso de
engenharia
deprodução
da UFSC. Oes-ErichCasagrande
erichbrasil@hotmail.it
JORNADA
PASSAPORTE
PARA A CARREIRAViajantes
doam
seu
tempo
por
boas
causas
Intercâmbio social leva
engajados
às pessoas
e
lugares
que realmente necessitam de
ajuda
ão 11 horas danoitedeum
domingo
e RobertDeKay
]
,�,"participa
docasamentodesuaprima,
emPortland,
Es- �tados Unidos. Nada
incomum,
seelenão estivesse assis-}
tindo acerimônia através da internetem umavideo-
l
conferência.DeKay,
26anos,está háum ano naUcrânia�
trabalhandocomoprofessor
deinglês
da redepública
naregião
�
central do
país.
Ele fazpartedoPeaceCorps, organização
criada�
em
1961
emantidapelo
governoestadunidensecom oobjetivo
de�
proporcionar
experiências
deliderança
avoluntáriosem76paí
ses
diferentes, passando
porÁfrica,
AméricadoSul,
LesteEuropeu
e
Ásia.
Osparticipantes
vivem 27meses nopaís
dedestino,
trabalhandoem umadasáreasqueoprograma
abrange: educação,
desenvolvimento da
comunidade,
saúde,
negócios
etecnologia
dacomunicação,
agricultura
emeio-ambiente.DeKay
nãosabiaqual
seriaseudestinoquando
secandidatouàvaga.
Quando
descobriu que iria paraaUcrânia,
oidiomasetornouumadas
principais
preocupações.
"Nunca tinhameinteressadoem
aprender
ucranianoou mesmo russo.No começo, acomunicação
eradifícil porqueafamíliaquemehospedou
nãofalava nada de
inglês".
Asituação
mudoudepois
dos trêsprimei
rosmeses,
quando
tevequatrohoras de aulas diárias derusso.Na
Rússia,
LilianMonti, 21 anos, viveuumaexperiência
parecidanoinício desteano.Elaatuouno
!Change
Project, proje
to social emescolas
públicas
deSãoPetersburgo,
trabalhandoquestões
dexenofobia,
sustentabilidade e diversidade cultural.Com ela estavam mais 20 intercambistas de diferentes
países.
Julia
Nogara
Marcon fundouurn projeto
paraajudar
crianças
carentesdurante intercâmbio noQuênia
Apluralidade
culturalserviudeexemplo prático
paraas aulas."Apesar
deoprocessodemudança
serlongo,
nossapresençafoiimpactante
para começaraconscientização",
refleteMonti.Aestudante estáemLima,noPeru,desde
abril,
trabalhando comogerentederesponsabilidade
socialem umaempresapri
vada de alimentos.Desta vez, atua na suaárea de
graduação,
Relações
Públicas.Aação
quedesenvolve beneficiarámaisde800crianças
daregião
deAyacucho,
cidadecom umdosmaioresdéficitsnutricionaiseescolares do
país
equepossui
umahistóriapolítica
bastanteconflituosa.Como
objetivo
deajudar
crianças
carentes,Julia
Nogara
Mar con,24anos, iniciouoprojeto
50Sorrisosenquantoparticipava
deumintercâmbiono
Quênia
duranteos mesesdejulho
eagostodesteano.Sua
atribuição
inicialeradar aulasde matemáticanaMarconquermantero
projeto
mesmo àdistânciaOutubro de 2011
•
tinham tantavontade de
aprender
que só iambrincarquando
terminassemtodososexercícioscorretamenteeficavam diassem
escola
primária
Ngotas
Upendo
emMathare, segunda
maiorfa vela deNairóbi, capital
dopaís,
mas asituação
precária
doprédio
edas
crianças precisava
deatenção
imediata.Aestudante dedicou duassemanasparafazerolevantamento
dositensnecessáriose,com osvaloresemmãos,tentouo
apoio
de empresas
locais,
que nãoseinteressaramemajudar.
Através dainternet,MarconmobilizouaAlESECnoBrasil,
amigos
efamiliares,
arrecadandomaisdeR$
4,5
milpara aaquisição
dequadros
negros,divisórias,
tinta,livros, uniformes,
sapatos e,principalmente,
comida."Em
Florianópolis,
eufazia trabalho voluntárionaCasa LarEmaús,
umabrigo
parameninos,
mas nuncapensei
que fossepresenciar
tamanhapobreza
e dificuldades. Muitascrianças
comer",contaMarcon.
Antesdevoltarao
Brasil,
ascrianças
e oprofessor
da escolapediram
queelaretornasseaofinal doanoparamorardefinítívamente.Mesmo que o
desejo
nãoseja atendido,
aideia daestudante é mantero
projeto
funcionando.Nasegunda
etapa, opresidente
daAlESECnoQuênia,
FionaAkumu,
e umarepresentanteda
instituição
ficarãoresponsáveis
por receberasdoações,
entregarascomprasnaescolaevisitarosalunos semanalmente. Através dosite50sorrisos.com é
possível apadrinhar
umadas 50crianças
enviandoR$
20 pormês,
osuficiente paragarantir
umarefeição
diárianaescola.Experiência
é
valorizada
pelo
mercado
nova
língua,
edepois
aconvivênciamulticultural,
extremamenteimportante
numpaís
comtantamiscigenação
como oBrasil". Para
Frohlich,
vivências internacio naisajudam
adesenvolveramaturidade e ademonstrarcomprometimento,
características que pesamnahora de assumir
posições
deliderança.
A
experiência
de MuriloCaraniCoubeemBrasov,
Romênia,
porexemplo,
foi de finitivaparasuacontratação
pela
filial daKraft
Foods,
emZurique.
"Para aequipe
quemecontratou,ointercâmbiomostrouqueme
adapto facilmente,
e como o resultado domeutrabalhonaRomêniafoi
muito
positivo,
a Kraft levou em contaesse sucesso em umambiente de trabalho
internacional",
relata Coube.Julia
Marcon e Lilian Monti fizeramseusintercâmbios através daAlESEC,re
conhecida
pela
UNESCO comomaiororganização
global
totalmentegerida
poruniversitários ou recém-formados. Fun
dada
após
aSegunda
GuerraMundial,
em1948,
aONGtemob-Ação
atenderá
jetivo
de desenvolverlideranças
e promo-800
crianças
de
ver
mudanças
posi-tivas na
sociedade,
cidade
cujo
déficit
contandocom
apro-ximadamente60mil
alirnentar é dos
membros e presenteem III
países
e territórios.
A ONG oferece o
programaCidadão
Global,
para promovera
responsabilidade
socialeoentendimentodeoutras
culturas,
comduração
deseis aoitosemanas eexigência
somentedeinglês
emnível bom.Neste ano
já
foram realizados 808intercâmbios,
um crescimento de 190%em
relação
a2010."O destinomaispro curado ainda é o LesteEuropeu,
assim o intercambistapode
viajar
pela
Europa
notempoquerestar.Infelizmente,
destinos como
Índia
e
África
têm menorprocura",
revela ovice-presidente
de Intercâmbio Internacional,
em Florianópolis,
Matheus Sell Koerich. Apresidente
daAssociação
Brasi-leira de Recursos HumanosemSanta Catarina(ABRH-SC),
Luzia
Frohlich,
destaca as habilidades valorizadasnumprofissional
que passoupor
experiências
como essas."Primeiro,
vem aquestão
doaprendizado
de umaBianca Enomura bianca.enomura@gmail.com Isadora Mafra mafra.isadora@gmail.com