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Modelagem e otimização de forças e torques aplicados por robôs com redundância cinemática e de atuação em contato com o meio

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Academic year: 2021

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1    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA  PROGRAMA DE PÓS‐GRADUAÇÃO EM   ENGENHARIA MECÂNICA      Lucas Weihmann            MODELAGEM E OTIMIZAÇÃO DE FORÇAS E TORQUES  APLICADOS POR ROBÔS COM REDUNDÂNCIA  CINEMÁTICA E DE ATUAÇÃO EM CONTATO COM O  MEIO        

Tese  submetida  ao  Programa  de  Pós‐ Graduação  em  Engenharia  Mecânica  da  Universidade Federal de Santa Catarina para  a  obtenção  do  Grau  de  Doutor  em  Engenharia Mecânica  Orientador: Prof. Daniel Martins, Dr. Eng.  Coorientador: Prof. Henrique Simas, Dr. Eng.          Florianópolis    2011     

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            Catalogação na fonte elaborada pela biblioteca da   Universidade Federal de Santa Catarina                                 

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3    Lucas Weihmann          MODELAGEM E OTIMIZAÇÃO DE FORÇAS E TORQUES  APLICADOS POR ROBÔS COM REDUNDÃNCIA  CINEMÁTICA E DE ATUAÇÃO EM CONTATO COM O  MEIO        Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de  “Doutor  em  Engenharia  Mecânica”,  e  aprovada  em  sua  forma  final pelo Programa de Pós‐Graduação em Engenharia Mecânica.    Florianópolis, 12 de agosto de 2011.    ________________________________________  Prof. Dr. Júlio César Passos  Coordenador do Curso    ________________________________________  Prof. Dr. Júlio Henrique Simas  Coorientador    Banca Examinadora:    ________________________________________  Prof. Dr. Daniel Martins  Presidente    ________________________________________  Prof. Dr. Altamir Dias 

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5    ________________________________________  Prof. Dr. Edson Roberto de Pieri    ________________________________________  Prof. Dr. Aníbal Alexandre Campos Bonilla    ________________________________________  Prof. Dr. Tarcisio Antônio Hess Coelho                               

 

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7                                                      Desculpem-me se fui longo, não tive tempo de ser breve (Padre Antônio Vieira)             

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AGRADECIMENTOS   

À  minha  esposa  Leticia  Klas  pelo  carinho,  amor,  apoio  e  compreensão  durante  todo  o  período  de  desenvolvimento  deste  trabalho. Toda minha gratidão. 

Aos  meus  orientadores  Daniel  Martins  e  Henrique  Simas  pelo  conhecimento  transmitido,  pelo  respeito,  pela  amizade  e,  principalmente, pela confiança depositada em meu trabalho. 

Aos  meus  pais  Manfredo  e  Grete  Weihmann, aos  meus  ir‐ mãos  Marcos  e  Tatiana,  ao  meu  sobrinho  Dudu  e  a  minha  tante  Gerda pela torcida, pela alegria compartilhada nos bons momen‐ tos e pela união nos momentos difíceis. 

Ao Prof. Raul Guenther (in Memoriam) por ter me incenti‐ vado nos primeiros passos da Robótica, pelo exemplo de caráter e  integridade.  Um  exemplo  para  todos  que  tiveram  o  prazer  de  conhecê‐lo. 

Ao amigo Leandro dos Santos Coelho, pelo incentivo e pela  contribuição técnica valiosa no desenvolvimento da tese. 

Aos  pais  adotivos  em  Florianópolis,  Juan  e  Susana,  e  aos  grandes  amigos  do  punhobol.  Só  o  fato  de  poder  desfrutar  da  amizade e da companhia de vocês tornou as desgastantes e incon‐ táveis viagens para a ilha em um grande prazer. 

À direção do grupo Produtrônica da PUCPR, pelo apoio e  pela  flexibilização  dos  horários  permitida.  Foram  fundamentais  em um momento crítico do trabalho. 

Ao  meu  amigo  Marcelo  Gitirana,  pela  amizade  de  longos  anos e pelas poucas e sábias palavras. 

Ao  Julio  Gollin,  pela  companhia  desde  o  mestrado,  pelas  dificuldades  compartilhadas  e  pela  certeza  eu  no  fim  tudo  dá  certo. 

Ao  Silvio  e  Regina  Klas,  que  nos  acolheram  em  Curitiba,  pela alegria, carinho e pelos vários almoços de domingo.

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11    RESUMO    O aumento da complexidade das tarefas de robôs industriais e a  expansão da utilização de robôs de serviço requerem o aprofun‐ damento de estudos sobre a interação de robôs com o meio. Esta  interação pode ser estática, quando não existe movimento relati‐ vo do robô com o meio, ou dinâmica, quando existe movimento  relativo  do  robô  em  relação  ao  meio,  mas  o  contato  é  mantido  durante  esta  movimentação.  Quando  a  movimentação  é  lenta,  é  possível considerar a interação como quase‐estática, pois os efei‐ tos  dinâmicos  podem  ser  desprezados.  Na  execução  de  determi‐ nadas  tarefas,  os  robôs  industriais  e  os  robôs  de  serviço  podem  ser  levados  ao  limite  de  sua  capacidade  de  força‐momento.  Se  a  capacidade de força‐momento do robô é excedida, danos materi‐ ais e ferimentos em pessoas podem ocorrer durante a execução de  uma tarefa. A capacidade de força‐momento de um robô depende  dos torques em seus atuadores, de sua configuração, da posição e  orientação de seu efetuador e das ações presentes no contato com  o meio. O objetivo principal deste trabalho é o desenvolvimento  de uma metodologia para determinação da capacidade de força‐ momento de robôs em condições estáticas ou quase‐estáticas. Esta  metodologia é estendida para a otimização da capacidade de for‐ ça‐momento ao longo de uma trajetória. Em comparação com as  abordagens existentes na literatura, a metodologia proposta dife‐ rencia‐se  por  abranger  robôs  com  redundância  cinemática  e  de  atuação. Além disso, o ponto de contato com o meio, a orientação  do  efetuador  e  o  modo  de  trabalho  (working  mode)  do  robô  não  necessitam  ser  constantes  ao  longo  do  processo  de  otimização.  Devido à redundância cinemática e às variáveis geométricas pre‐ sentes,  a  função  objetivo  do  problema  de  otimização  de  capaci‐ dade  de  força‐momento  é  descrita  por  equações  não‐lineares  e  não‐convexas,  apresentando  mínimos  locais.  Para  resolver  este  problema de otimização global, é utilizado um algoritmo evoluti‐ vo  chamado  Evolução  Diferencial.  A  modelagem  das  equações 

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e  do  método  de  Davies.  A  metodologia  proposta  é  validada  na  determinação da capacidade de força‐momento de um robô para‐ lelo e de um robô serial de sete graus de liberdade chamado Ro‐ boturb.  A otimização da força ao longo de uma trajetória é reali‐ zada  para  um  manipulador  serial  planar.  Os  principais  fatores  que  influenciam  a  capacidade  de  força‐momento  dos  robôs  ma‐ nipuladores são discutidos.  

 

Palavras‐chave:  Robôs  manipuladores.  Contato  com  o  meio.  Ca‐ pacidade  de  força‐momento.  Otimização  de  força  ao  longo  de  uma  trajetória.  Redundância  cinemática.  Redundância  de  atua‐ ção. Helicoides. Método de Davies. Otimização Global. Evolução  Diferencial. Roboturb. Robôs paralelos. 

 

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13    ABSTRACT    The increasing complexity of task performed by industrial robots  and the widespread use of service robots demands deeper know‐ ledge of robot interaction with the environment. This interaction  can be static, when there is no relative movement between robot  and  environment  or  dynamic  when  exist  relative  movement  but  the contact is maintained during this movement. When this rela‐ tive  movement  is  performed  in  slow  velocity,  the  interaction  is  considered quasi‐static and the dynamics effects can be neglected.  In certain tasks, industrial and service robots can be demanded to  their  wrench  capabilities  limits.  If  robots  wrench  capabilities  are  exceeded when executing a task, material damages and personal  injuries can occur. Wrench capabilities depends on robot configu‐ ration,  position,  orientation,  actuators  limits  and  on  wrenches  at  interaction.  The  development  of  new  methodology  to  evaluate  the  wrench  capabilities  of  robots  in  static  or  quasi‐statics  condi‐ tions is the main purpose of this thesis. This methodology is also  extended  to  the  optimization  of  wrench  capability  along  a  path.  Different  from  previous  approach,  the  proposed  methodology  deals  with  kinematic  and  actuation  redundant  robots.  Add  to  that, the contact point with the environment, the robots working  mode and orientation must not remain constant during optimiza‐ tion process. Due to kinematic redundancy and geometric varia‐ ble  parameters,  the  wrench  capability  optimization  objective  function  is  described  by  non‐linear  and  non‐convex  equations  with local minima. To solve this global optimization problem, an  evolutionary algorithm called Differential Evolution is used. Stat‐ ic  modeling  uses  as  background  Screw  Theory  and    Kirchhoff‐ Davies  cutset  method.  The  efficiency  and  feasibility  of  the  pro‐ posed methodology is demonstrated on an optimization problem,  where  the  wrench  capabilities  of  a  planar  parallel  manipulator  and  a  seven  degree  of  freedom  serial  robot  called  Roboturb  are  evaluated.  Wrench  capabilities  along  a  path  for  a  planar  serial 

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wrench capabilities are discussed.   

Key‐words:  Robot  manipulator.  Environment  contact.  Wrench  capabilities.  Wrench  capabilities  optimization  along  a  path.    Ki‐ nematic  redundancy.  Actuation  redundancy.  Screw  theory.  Da‐ vies  method.  Global  optimization.  Differential  Evolution.  Robo‐ turb. Parallel Robots.

 

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LISTA DE FIGURAS   

Figura  2.1:  Estrutura  cinemática  e  grafo  correspondente  de  um  robô serial plano ... 44  Figura  2.2:  Estrutura  cinemática  e  grafo  correspondente  de  um  robô paralelo plano ... 46  Figura  2.3:  Representação  por  grafos  da  junta  rotativa  na  cinemática e na estática... 48  Figura  2.4:  Representação  por  grafos  da  junta  esférica  na  cinemática e na estática... 48  Figura 2.5: Cadeia cinemática aberta e fechada ... 49  Figura 2.6: Espaço nulo de robôs cinematicamente redundantes 55  Figura 2.7: Mecanismo plano de mobilidade M=5 ... 58  Figura 2.8: Robôs seriais em tarefa de compartilhamento de carga  ... 61  Figura 3.1: Componentes do heligiro ... 65  Figura 3.2: Componentes da heliforça ... 69  Figura  3.3:  Manipulador  serial  com  três  juntas  rotativas  e  uma  prismática ... 84  Figura 3.4: Grafo do manipulador serial PRRR ... 85  Figura  3.5:  Representação  esquemática  do  manipulador  paralelo  3‐RRR ... 90  Figura 3.6:  Grafo das ações do manipulador paralelo 3‐RRR ... 91  Figura 4.1:  Modos de trabalho do manipulador planar RR ... 97  Figura 4.2:  Modos de trabalho do manipulador planar PRRR ... 97  Figura  4.3:    Representação  esquemática  do  manipulador  planar 

RR ... 99  Figura 4.4:  Configuração do manipulador planar RR com θA e θB  igual a 0 rad ... 101  Figura  4.5:    Configuração  do  manipulador  planar  RR  com  θA=0 

rad e θB=π/4 rad ... 102  Figura 4.6:  Manipulador planar RR na posição θA=0 rad com Fx ≠  0 N ... 103 

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RRRR ... 105  Figura  4.8:    Manipulador  planar  RRRR,  reduzido  a  um  RRR  equivalente ... 106  Figura 4.9:  Posições do manipulador RRR, com θA no intervalo 0°  e 90° e cotovelo para cima ... 109  Figura  4.10:    Força  Fx  máxima  possível  de  ser  aplicada  pelo  manipulador RRR, na configuração cotovelo para cima e com θA  no intervalo 0° a 90° ... 110  Figura  4.11:    Torques  em  cada  uma  das  juntas  do  manipulador 

RRR  na  configuração  cotovelo  para  cima  ao  atingir  a  força 

máxima ... 111  Figura  4.12:    Torques  em  cada  uma  das  juntas  do  manipulador 

RRR  na  configuração  cotovelo  para  cima  ao  atingir  a  força 

máxima, com torques máximos iguais ... 112  Figura  4.13:    Força  Fx  máxima  possível  de  ser  aplicada  pelo  manipulador RRR, com torques máximos reduzidos ... 113  Figura  4.14:    Torques  em  cada  uma  das  juntas  do  manipulador 

RRR  na  configuração  cotovelo  para  cima,  com  torques  máximos 

reduzidos ... 114  Figura 4.15: Posições do manipulador RRR, com θA no intervalo 0°  e 90° e cotovelo para baixo ... 116  Figura  4.16:    Força  Fx  máxima  possível  de  ser  aplicada  pelo  manipulador RRR, na configuração cotovelo para baixo e com θA  no intervalo 0° e 90° ... 117  Figura  4.17:    Espaço  de  trabalho  de  força  do  manipulador  RR  (PAPADOPOPULOS; GONTHIER, 1995) ... 123  Figura  4.18:    Comparação  do  espaço  de  trabalho  de  força  dos  manipuladores  RR  e  RRR(PAPADOPOPULOS;  GONTHIER,  1995) ... 124  Figura  4.19:    Capacidade  de  força  do  manipulador  3‐RRR  em  todas  as  direções  com  Mz=0  utilizando  a  metodologia  explícita(NOKLEBY et al., 2005) ... 128  Figura  5.1:    Representação  esquemática  do  manipulador  planar 

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Figura 5.2:  Mecanismo de busca diferencial da ED ... 141  Figura 5.3:  Mecanismo de geração do vetor teste na ED ... 142  Figura 6.1:  Erro de posição para manipuladores seriais planos 156  Figura  6.2:    Erro  geométrico  para  manipuladores  seriais  planos  ... 157  Figura 6.3:  Diagrama da metodologia de otimização proposta 167  Figura 7.1:  Geometria do manipulador 3‐RRR ... 173  Figura 7.2:  Modos de trabalho do manipulador 3‐RRR ... 175  Figura  7.3:  Evolução  do  fitness  na  otimização  do  modo  de  trabalho do manipulador 3‐RRR ... 182  Figura  7.4:    Ângulo  θF  de  aplicação  de  força  do  manipulador  3‐

RRR ... 184  Figura  7.5:    Capacidade  de  força  em  diferentes  direções  do  manipulador 3‐RRR ... 186  Figura  7.6:    Evolução  do  fitness  na  otimização  de  força  do  manipulador 3‐RRR ... 191  Figura 7.7:  Geometria do manipulador 3‐RPRR ... 192  Figura 7.8:  Grafo das ações do manipulador paralelo 3‐RPRR . 193  Figura 7.9:  Manipulador Roboturb ... 207  Figura 7.10:  Geometria do manipulador Roboturb ... 210  Figura 7.11:  Geometria do manipulador PRRR (Roboturb plano)  ... 211  Figura  7.12:    Orientação  θP  do  manipulador  PRRR  (Roboturb  plano) ... 212  Figura  7.13:    Composição  da  força  Fdir  a  partir  de  Fx  e  Fy  no  manipulador PRRR ... 220  Figura 7.14:  Duas posições do manipulador PRRR, em modos de  trabalho  distintos,  onde  a  maior  capacidade  de  força  com  YPdes  livre foi obtida ... 228  Figura 7.15:  Evolução do valor médio do fitness em 10 testes com  G=1500 na otimização de força do manipulador PRRR ... 232  Figura 7.16:  Evolução do valor médio do fitness em 10 testes com  G=300 na otimização de força do manipulador PRRR ... 233  Figura 7.17:  Grafo do Roboturb espacial ... 235 

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determinação da capacidade de força ... 242  Figura  7.19:    Visão  tridimensional  do  Roboturb  espacial    na  melhor configuração obtida para determinação da capacidade de  força ... 242  Figura  7.20:    Capacidade  de  força  do  manipulador  PRRR  (Roboturb  plano)  ao  longo  de  uma  trajetória  nos  dois  modos  de  trabalho ... 245  Figura  7.21:    Coordenadas  das  juntas  do  manipulador  PRRR  (Roboturb  plano)  ao  longo  de  uma  trajetória  na  configuração  cotovelo para cima ... 246  Figura  7.22:    Coordenadas  das  juntas  do  manipulador  PRRR  (Roboturb  plano)  ao  longo  de  uma  trajetória  na  configuração  cotovelo para baixo ... 246  Figura  7.23:    Torques  e  forças  nos  atuadores  do  manipulador 

PRRR  (Roboturb  plano)  ao  longo  de  uma  trajetória  na 

configuração cotovelo para cima ... 248  Figura  7.24:    Torques  e  forças  nos  atuadores  do  manipulador 

PRRR  (Roboturb  plano)  ao  longo  de  uma  trajetória  na 

configuração cotovelo para baixo ... 249   

Figura A.1: Cadeia virtual PPR ... 280  Figura A.2: Manipulador paralelo com cadeia virtual PPR ... 281  Figura A.3: Manipulador serial com cadeia virtual PPR ... 282  Figura  B.1:  Sistema  de  coordenadas  e  vetores  p  do  manipulador  serial RRR ... 289  Figura  B.2:  Vetores S0  do  manipulador  RRR  e  da  cadeia  virtual  PPR ... 290  Figura B.3: Grafo do manipulador serial RRR com cadeia virtual 

PPR ... 291  Figura B.4: Manipulador paralelo 3‐RRR com cadeia virtual PPR  ... 295  Figura  B.5:    Grafo  do  manipulador  paralelo  3‐RRR  com  cadeia  virtual PPR ... 296 

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19   

Figura C.1: Diagrama do corpo livre: forças e momento atuantes 

no elo i ... 302 

Figura  C.2:  Forças  e  momento  no  efetuador  do  manipulador  paralelo 3‐RRR ... 303 

Figura C.3:  Elipsoide de força ... 307 

Figura  D.1:  Representação  esquemática  do  manipulador  serial  com três juntas rotativas ... 309  Figura D.2: Ações atuantes no manipulador RRR ... 310  Figura D.3: Ações atuantes no elo 3 do manipulador RRR ... 311  Figura D.4: Grafo das ações do manipulador RRR ... 315  Figura D.5: Inclusão da força gravitacional no grafo das ações . 322  Figura E.1:  Elipsoide de rigidez ... 330   

 

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21   

LISTA DE TABELAS   

Tabela  4.1:    Torques  nas  juntas  do  manipulador  RRR  em  cada  posição θA quando Fx é máxima ... 111  Tabela  4.2:    Índices  de  desempenho  de  capacidade  de  força  propostos. ... 122  Tabela  4.3:  Combinações  de  forças  e  momentos  testadas  para  o  manipulador 3‐RRR, utilizando a metodologia explícita ... 127  Tabela 5.1: Variantes clássicas da ED ... 144  Tabela  6.1:  Comparativo  entre  as  abordagens  existentes  para  otimização  da  capacidade  de  força‐momento  de  manipuladores  ... 149  Tabela  7.1:  Estudos  de  caso  do  manipulador  3‐RRR  e  de  suas  variantes ... 172  Tabela 7.2: Características do manipulador 3‐RRR ... 174  Tabela  7.3:  Valores  das  variáveis  de  decisão  do  manipulador  3‐

RRR no melhor fitness ... 180  Tabela  7.4:  Valores  da  força  Fx  do  manipulador  3‐RRR  para  os  diferentes modos de trabalho ... 181  Tabela  7.5:  Valores  das  variáveis  de  decisão  do  manipulador  3‐

RRR no melhor fitness ... 190  Tabela  7.6:  Valores  das  variáveis  de  decisão  do  manipulador  3‐

RPRR com redundância cinemática no melhor fitness ... 197  Tabela  7.7:  Valores  das  variáveis  de  decisão  do  manipulador  3‐

RPRR com redundância cinemática e de atuação no melhor fitness

 ... 200  Tabela  7.8:  Valores  das  variáveis  de  decisão  do  manipulador  3‐

RRR com orientação variável no melhor fitness ... 202  Tabela  7.9:  Valores  das  variáveis  de  decisão  do  manipulador  3‐

RRR com ponto de contato variável no melhor fitness ... 204  Tabela 7.10: Valores de Fdir obtidos para o manipulador 3‐RRR e  suas variantes em diferentes condições de teste ... 205  Tabela 7.11: Estudos de caso do Roboturb ... 209 

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PRRR (Roboturb plano) no melhor fitness ... 218  Tabela  7.13:  Valores  de  Fx  do  Roboturb  plano  para  diferentes  posições da junta prismática ... 219  Tabela  7.14:  Valores  das  variáveis  de  decisão  do  manipulador 

PRRR (Roboturb plano) no melhor fitness com θPdes=π/4 rad .... 222  Tabela  7.15:  Valores  de  Fdir  do  manipulador  PRRR  (Roboturb  plano) obtidos em diferentes condições de contato com θPdes=0 rad  ... 225  Tabela  7.16:  Valores  de  Fdir  obtidos  do  manipulador  PRRR  (Roboturb  plano)  em  diferentes  condições  de  contato  com 

θPdes=π/4 rad ... 225  Tabela  7.17:  Valores  das  variáveis  de  decisão  do  manipulador 

PRRR (Roboturb plano) no melhor fitness com YPdes livre ... 229  Tabela  7.18:  Valores  das  variáveis  de  decisão  do  Roboturb  espacial no melhor fitness ... 241  Tabela  7.19:  Velocidade  das  juntas  do  manipulador  PRRR  (Roboturb plano) ... 244  Tabela 7.20: Valores testados de Fs ... 251  Tabela 7.21: Valores testados de CR ... 251  Tabela 7.22: Estratégias testadas ... 251  Tabela  7.23:  Resultados  obtidos  com  diferentes  combinações  de  parâmetros  na  determinação  da  capacidade  de  força  do  manipulador 3‐RRR ... 252  Tabela  7.24:  Resultados  das  quatro  melhores  combinações  de  parâmetros  na  determinação  da  capacidade  de  força  do  manipulador 3‐RRR ... 255 

 

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23    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS     IFR  Federação Internacional de Robótica  EF  Efetuador final  ED  Evolução Diferencial  MAV  Maximum Available Value  MIV  Maximum Isotropic Value               

 

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25    LISTA DE SÍMBOLOS     Mi  circuito de um grafo  fi  grau de liberdade de uma junta  mobilidade de uma cadeia cinemática   número total de juntas de uma cadeia cinemática   número de eq. independentes na análise estática  λ  ordem mínima do sistema   Fg  grau bruto de liberdade de uma cadeia cinemática  ci  grau de restrição de uma junta  grau bruto de restrição de uma cadeia cinemática  número total de elos  υ  número de circuitos de um mecanismo  Rc  redundância cinemática da cadeia  dimensão do espaço da tarefa  redundância cinemática    velocidade das juntas de um manipulador    velocidade cartesiana de um manipulador  Ki,j  grau de controle entre dois elos  Ci,j  conectividade entre dois elos  Ri,j  redundância entre dois elos  ja  número de juntas atuadas  Ra  redundância de atuação  τd  translação no sentido do eixo de rotação  ω  vetor velocidade angular do heligiro  $M  heligiro  passo do heligiro ou da heliforça  Vp  vetor velocidade linear do heligiro  So  vetor posição do heligiro  SM  vetor normalizado na direção do eixo do heligiro  O­xyz  origem do sistema de coordenadas  $   heligiro normalizado  ϕ  magnitude do heligiro  $A  heliforça 

(26)

Tp  vetor de momento da heliforça    binário atuante na heliforça  So  vetor posição da heliforça  SA  eixo de atuação da heliforça  $   heliforça normalizada  ψ  magnitude da heliforça  Fx  força na direção x do sistema de coordenadas  Fy  força na direção y do sistema de coordenadas  Fz  força na direção z do sistema de coordenadas  Mx  momento em torno do eixo x   My  momento em torno do eixo y   Mz  momento em torno do eixo z   Jacobiano ou matriz jacobiana de um manipulador    posição das juntas de um manipulador    posição cartesiana de um manipulador  Jx  Jacobiano parcial de um manipulador paralelo  Jθ  Jacobiano parcial de um manipulador paralelo  ja  juntas ativas de um manipulador  jp  juntas passivas de um manipulador  τ  vetor de forças e momentos nos atuadores  vetor de forças e momentos de contato com o meio  AD  matriz das ações do corte     matriz das ações unitárias do corte  número de cortes fundamentais em um grafo  Cn  grau líquido de restrição de um mecanismo  AN  matriz de ações de rede    matriz de ações unitárias de rede    matriz de ações de rede primária    matriz de ações de rede secundária  ψp  magnitude das ações primárias  ψs  magnitude das ações secundárias  δp  deslocamentos diferenciais  δs  rotações diferencias  δW  trabalho virtual 

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27    δθ  deslocamentos e rotações virtuais das juntas de um ma‐ nipulador  δx  deslocamentos e rotações virtuais do efetuador de um  manipulador  ponto de contato entre o manipulador e o meio  τmáx  limite de torque das juntas rotativas   Fapp  força máxima considerando todas direções possíveis  Fiso  força máxima possível em todas direções possíveis  Fdir  força máxima em uma direção definida  Fpara  força perpendicular à Fdir  FTraj  capacidade de força ao longo de uma trajetória  θmáx  limite máximo de deslocamento das juntas rotativas de  um manipulador  θmin  limite mínimo de deslocamento das juntas rotativas de  um manipulador  η  número de variáveis de decisão na ED  tamanho da população da ED  Fs  fator de escala da ED  CR  fator de recombinação da ED  x t,i  indivíduo da geração t na ED  índice da geração na ED  X t  população da geração t na ED 

u t,i  vetor mutante na ED 

x t,r1  vetor base na ED  v t,i  vetor teste na ED  número de gerações da ED  α  método de escolha do vetor base na ED  β  número de diferenças do vetor base na ED  δ  mecanismo de recombinação na ED  x t,best  melhor indivíduo da geração t na ED  pesos das parcelas na função objetivo  matriz de transformação homogênea genérica  Tdes  matriz de transformação homogênea desejada  Te  matriz de transformação homogênea do erro 

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θe  ângulos do erro de orientação  eor  escalar que define o erro de orientação  Pe  coordenadas do  erro de orientação  epos  escalar que define o erro de posição  eg  erro geométrico  fp  parcela principal da função objetivo  fgeo  parcela geométrica da função objetivo  ffor  parcela de força da função objetivo  fatua  parcela de atuação da função objetivo  fobj  função objetivo  θP  Orientação da plataforma móvel  li  Comprimento do elo de um manipulador  Xi  Coordenada x de um ponto do manipulador  Yi  Coordenada y de um ponto do manipulador  deslocamentos das juntas prismáticas do manipulador  θf  Ângulos de aplicação de força  Conf  Variável que define a configuração do manipulador     

 

(29)

29    SUMÁRIO          1  INTRODUÇÃO ... 33  1.1  LOCALIZAÇÃO E DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ... 33  1.2  MOTIVAÇÃO ... 36  1.3  OBJETIVOS ... 37  1.4  JUSTIFICATIVA ... 38  1.5  ORGANIZAÇÃO DA TESE ... 40  2  REDUNDÂNCIA EM ROBÓTICA ... 43  2.1  TEORIA DE GRAFOS APLICADA A MECANISMOS ... 43  2.2  MOBILIDADE ... 49  2.3  REDUNDÂNCIA CINEMÁTICA ... 53  2.3.1  Redundância Cinemática de Robôs Seriais ... 56  2.3.2  Redundância Cinemática de Robôs Paralelos ... 56  2.4  REDUNDÂNCIA DE ATUAÇÃO ... 59  3  ANÁLISE CINEMÁTICA E ESTÁTICA DE ROBÔS ... 63  3.1  REVISÃO SOBRE TEORIA DE HELICOIDES ... 64  3.1.1  Helicoides na Cinemática: o Heligiro ... 64  3.1.2  Helicoides na Estática: a Heliforça ... 68  3.2  MÉTODO DE DAVIES: TERMINOLOGIA E PRINCÍPIOS  FUNDAMENTAIS ... 71  3.3  CINEMÁTICA DIFERENCIAL DE ROBÔS SERIAIS E  PARALELOS... 73  3.4  ANÁLISE ESTÁTICA DE ROBÔS ... 75  3.4.1  Estática de Robôs: Método de Davies... 76  3.5  PRINCÍPIO DO TRABALHO VIRTUAL E DA  ORTOGONALIDADE ... 79  3.6  ANÁLISE COMPARATIVA DO MÉTODO DE DAVIES ... 82  3.7  EXEMPLOS DE CÁLCULO DA ESTÁTICA DE  MANIPULADORES ... 83  3.7.1  Robô serial PRRR : análise estática pelo método de Davies ... 84  3.7.2  Robô Paralelo 3‐RRR : análise estática pelo método de Davies ... 89 

4  CAPACIDADE  DE  FORÇA‐MOMENTO  DE 

MANIPULADORES ... 95 

4.1  MODOS DE TRABALHO DE UM MANIPULADOR ... 96 

(30)

4.2.2  Manipulador planar RRRR ... 105 

4.3  ÍNDICES DE DESEMPENHO ... 118 

4.4  ABORDAGENS EXISTENTES ... 122 

4.5  OUTROS FATORES DE INFLUÊNCIA ... 129 

5  OTIMIZAÇÃO  GLOBAL:  ALGORITMO  DA 

EVOLUÇÃO DIFERENCIAL ... 133  5.1  NECESSIDADE DE UM ALGORITMO DE OTIMIZAÇÃO  GLOBAL ... 134  5.2  JUSTIFICATIVA PARA A ESCOLHA DA TÉCNICA DE  EVOLUÇÃO DIFERENCIAL ... 138  5.3  EVOLUÇÃO DIFERENCIAL: FUNDAMENTOS ... 140  5.4  VARIANTES CLÁSSICAS DA EVOLUÇÃO DIFERENCIAL .... 143  5.5  INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE CONTROLE ... 144  5.6  TRATAMENTO DE RESTRIÇÕES ... 146  5.7  CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A ED ... 147 

6  METODOLOGIA  PARA  DETERMINAÇÃO  DA 

CAPACIDADE  DE  FORÇA‐MOMENTO  DE 

MANIPULADORES ... 149  6.1  METODOLOGIA DE OTIMIZAÇÃO PROPOSTA ... 150  6.2  EXTENSÃO DA METODOLOGIA PARA OTIMIZAÇÃO DE  FORÇA AO LONGO DE UMA TRAJETÓRIA ... 168  7  ESTUDOS DE CASOS ... 171  7.1  ROBÔ PARALELO 3‐RRR ... 171  7.1.1  Geometria do manipulador 3‐RRR em estudo ... 173 

7.1.2  Determinação  da  capacidade  de  força  do  manipulador  3‐RRR  considerando diferentes modos de trabalho ... 174 

7.1.3  Determinação da capacidade de força do manipulador 3‐RRR em  distintas direções... 183 

7.1.4  Determinação  da  capacidade  de  força  do  manipulador  3‐RRR  com redundância de atuação em uma direção qualquer ... 187 

7.1.5  Determinação da capacidade de força do manipulador do 3‐RPRR  com redundância cinemática ... 191 

7.1.6  Determinação  da  capacidade  de  força  do  manipulador  3‐RPRR  com redundância cinemática e de atuação ... 197 

7.1.7  Determinação  da  capacidade  de  força  do  manipulador  3‐RRR  com uma orientação qualquer ... 200 

(31)

31    7.1.8  Determinação da capacidade de força do manipulador 3‐RRR em  uma posição cartesiana qualquer ... 203  7.1.9  Análise dos Resultados do manipulador 3‐RRR ... 204  7.2  ROBOTURB PLANO (PRRR) E ROBOTURB ESPACIAL ... 207  7.2.1  Características geométricas do Roboturb ... 210 

7.2.2  Determinação  da  capacidade  de  força  do  manipulador  PRRR  (Roboturb plano) na direção x ... 212 

7.2.3  Determinação  da  capacidade  de  força  do  manipulador  PRRR  (Roboturb plano) em uma direção determinada ... 219 

7.2.4  Determinação  da  capacidade  de  força  do  manipulador  PRRR  (Roboturb  plano)  em  uma  direção  determinada  com  as  demais  ações livres ... 223 

7.2.5  Determinação  da  capacidade  de  força  do  manipulador  PRRR  (Roboturb plano) na direção x com YP livre ... 226 

7.2.6  Determinação  da  capacidade  de  força  do  manipulador  PRRR  (Roboturb  plano)  na  direção  x,  a  partir  da  cinemática  inversa  de  posição ... 229  7.2.7  Determinação da capacidade de força do Roboturb espacial .... 233  7.2.8  Análise dos resultados do Roboturb ... 243  7.3  CAPACIDADE DE FORÇA AO LONGO DE UMA TRAJETÓRIA  PARA O MANIPULADOR PRRR (ROBOTURB PLANO) ... 243  7.4  TESTES DE SIMULAÇÃO ... 250  8  CONCLUSÕES ... 257  8.1  CONCLUSÕES SOBRE O MANIPULADOR 3‐RRR ... 259  8.2  CONCLUSÕES SOBRE O ROBOTURB ... 261  8.3  CONTRIBUIÇÕES DO TRABALHO DE TESE ... 262  8.4  ARTIGOS RELACIONADOS ... 263  8.5  TRABALHOS FUTUROS ... 264  REFERÊNCIAS ... 265  APÊNDICE  A  –  CINEMÁTICA  DIFERENCIAL:  ROBÔS  SERIAIS E PARALELOS ... 277  A.1 CINEMÁTICA DIFERENCIAL DE ROBÔS SERIAIS E PARALELOS  : MÉTODO DE DAVIES ... 277  A.2 CINEMÁTICA DIFERENCIAL : EMPREGO DE CADEIAS  VIRTUAIS ... 279  A.3 CINEMÁTICA DIFERENCIAL DE ROBÔS CINEMATICAMENTE  REDUNDANTES ... 283 

(32)

APÊNDICE B –ANÁLISE CINEMÁTICA: RRR E 3‐RRR ... 287  B.1 CINEMÁTICA DIFERENCIAL DO ROBÔ RRR: MÉTODO  CONVENCIONAL ... 287  B.2 CINEMÁTICA DIFERENCIAL DO ROBÔ RRR: MÉTODO DE  DAVIES ... 289  B.3 CINEMÁTICA DIFERENCIAL DO ROBÔ RRR: REDUNDÂNCIA  CINEMÁTICA ... 293  B.4 CINEMÁTICA DIFERENCIAL DO ROBÔ 3‐RRR ... 294  B.5 CINEMÁTICA DIFERENCIAL DO MANIPULADOR 3‐RRR:  MÉTODO DE DAVIES ... 295  APÊNDICE  C  –  FUNDAMENTOS  DA  ANÁLISE  ESTÁTICA  DE ROBÔS ... 301  C.1 ANÁLISE ESTÁTICA: DIAGRAMA DO CORPO LIVRE ... 301  C.2 ANÁLISE ESTÁTICA DE ROBÔS COM REDUNDÂNCIA DE  ATUAÇÃO ... 304  C.3 ELIPSOIDE DE FORÇA ... 306  APÊNDICE D ‐ ANÁLISE ESTÁTICA DO ROBÔ RRR ... 309  D.1 DIAGRAMA DO CORPO LIVRE ... 310  D.2 MÉTODO DE DAVIES ... 314  APÊNDICE  E  –  RIGIDEZ  E  INFLUÊNCIA  DA  FORÇA  GRAVITACIONAL NA ESTÁTICA ... 325  E.1 RIGIDEZ ... 325  E.2 RIGIDEZ DE MALHA ABERTA DE MECANISMOS ... 325  E.3 ELIPSOIDE DE RIGIDEZ ... 329  E.4 INFLUÊNCIA DA GRAVIDADE ... 331       

 

 

 

 

 

(33)

33    1 INTRODUÇÃO      1.1 LOCALIZAÇÃO E DEFINIÇÃO DO PROBLEMA  Os robôs podem ser classificados, de forma geral, em robôs  industriais e robôs de serviço (IFR, 2009). Os robôs industriais são  aqueles  utilizados  no  interior  de  indústrias  realizando  tarefas  como  soldagem,  montagem,  inspeção,  pintura,  movimentação  e  outras. Os robôs de serviço operam fora do ambiente industrial e  são divididos em duas categorias: robôs de uso privado, quando  utilizados por pessoas físicas, e robôs de uso profissional, quando  utilizados por empresas. Os robôs de serviço de uso profissional  são  utilizados  em  aplicações  médicas,  limpeza,  atividades  suba‐ quáticas, em fazendas para ordenha, resgate de pessoas ou equi‐ pamentos,  construção  e  demolição,  segurança  e  vigilância  e  em  aplicações militares. Já os principais robôs de uso privado são os  aspiradores de pó e máquinas de cortar grama, kits educacionais,  próteses  robóticas  e  robôs  utilizados  para  auxílio  de  portadores  de deficiência. 

O  número  de  robôs  industriais  e  de  robôs  de  serviço  em  operação  no  mundo  ao  final  do  ano  de  2008  é  respectivamente  1,036 milhões e 7,2 milhões. Projeções feitas pela Federação Inter‐ nacional  de  Robótica  (IFR  –  International  Federation  of  Robotics)  mostram que em 2012 serão 1,056 milhões de robôs industriais e  11,6  milhões  de  robôs  de  serviço  em  operação  (IFR,  2009).  Isto  indica  um  aumento  acelerado  na  utilização  de  robôs  de  serviço  em comparação com os robôs industriais. 

Na execução de tarefas, são recorrentes as situações em que  os  robôs  necessitam  interagir  com  o  meio,  aplicando  ou  supor‐ tando forças e momentos de contato. Nas indústrias, este contato  ocorre  quando  o  robô  é  empregado  em  tarefas  como  montagem  de  componentes,  movimentação  de  cargas  e  peças,  limpeza  de  superfícies,  remoção  de  rebarbas,  estampagem,  conformação  e 

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outras.  Nos  robôs  de  serviço,  como  em  geral  estão  inseridos  em  ambientes  não  estruturados  e  como compartilham  o  espaço com  objetos, equipamentos e até seres humanos, o contato com o meio  é dado de maneira frequente e muitas vezes imprevista.  O estudo da interação entre robôs e o meio pode ser divido  em quatro linhas de pesquisa (LEFEBVRE et al., 2005):  •  Modelagem da geometria do contato;  •  Estimativa dos parâmetros de contato;  •  Geração de referência;  •  Estratégias de controle. 

A  modelagem  da  geometria  do  contato  está  relacionada  com  a  caracterização  do  contato,  representando  cada  elemento  através de suas propriedades topológicas. Investiga se ocorre um  contato  através  de  vértices,  faces  ou  superfícies  dos  objetos,  ou  uma  combinação  destes.  Analisa  também  as  restrições  que  exis‐ tem quanto à movimentação relativa dos elementos. 

A  estimativa  dos  parâmetros  de  contato  está  relacionada  com  as  propriedades  físicas  dos  elementos  em  contato  e  com  as  variações  dos  estados  de  contato  que  podem  ocorrer  durante  a  execução da tarefa. Tanto os parâmetros físicos quanto os geomé‐ tricos  apresentam  incertezas  que  devem  ser  mantidas  dentro  de  certa tolerância. Do contrário, podem ser comandados movimen‐ tos onde o contato é perdido ou onde forças excessivas são apli‐ cadas. As informações provenientes de sensores auxiliam na tare‐ fa de melhor estimar os parâmetros, sendo então utilizadas para  correção da referência e para melhoria do controle. 

A  geração  de  referências  fornece  informações  sobre  posi‐ ção,  velocidades,  torques  e  forças  desejados  do  manipulador  de  forma  que  o  contato  seja  mantido  durante  determinada  movi‐ mentação  e  que  as  forças  e  momentos  desejados  na  execução  da  tarefa sejam aplicados. 

As  estratégias  de  controle  têm  a  função  de  determinar  os  torques  e  forças  necessários  nos  atuadores,  assegurando  que  a  posição e orientação do efetuador final, os movimentos e as forças  de  contato  desejados,  especificados  pelo  gerador  de  referência, 

(35)

1.1 Localização e Definição do Problema  35 

   

sejam  efetivamente  realizados  pelo  robô  (MASON,  1981).  As  principais  estratégias  de  controle  de  força  existentes,  testadas  e  consolidadas em estudos disponíveis na literatura, são o controle  por  impedância,  o  controle  híbrido  e  o  controle  paralelo  (DE  SCHUTTER et al., 1998) (ZENG; HEMANI, 1997).  

O  estudo  desenvolvido  nesta  tese  está  relacionado  com  a  etapa  de  geração  de  referência,  levando  em  conta  as  limitações  físicas do robô. 

Estas limitações físicas estão relacionadas com as restrições  de  deslocamentos  das  juntas  e  com  as  forças  e  torques  máximos  dos  atuadores.  Em  situações  onde  grandes  acelerações  ou  forças  elevadas  de  contato  são  exigidas  do  robô,  os  atuadores  podem  chegar  ao  limite  de  saturação,  comprometendo  a  execução  da  tarefa.  

Em  tarefas  estáticas  ou  quase‐estáticas,  realizadas  com  o  robô  parado  ou  em  velocidade  reduzida,  os  efeitos  dinâmicos  podem ser desprezados e toda a força/torque dos atuadores pode  ser empregada na geração de forças e momentos de contato com  o meio.  A capacidade de força‐momento do robô é definida co‐ mo a força (ou momento) máxima que o robô consegue aplicar no  meio  em  situações  estáticas ou  quase‐estáticas  (NOKLEBY et al.,  2005). A capacidade de força‐momento não depende apenas dos  limites dos atuadores, mas também da configuração do robô e da  natureza da ação aplicada no meio. 

Na  existência  de  redundância  cinemática,  o  robô  pode  ter  infinitas  configurações,  mantendo  a  posição  e  a  orientação  do  efetuador inalteradas. Em cada uma destas configurações, a força  máxima possível de ser aplicada no meio é distinta e a capacida‐ de  de  força‐momento  pode  ser  obtida  com  o  auxílio  de  alguma  técnica de otimização. Se o robô apresentar redundância de atua‐ ção,  para  cada  uma  das  configurações  é  possível  otimizar  a  dis‐ tribuição dos torques e forças nos atuadores de forma a determi‐ nar sua capacidade de força‐momento. 

 Conhecer  a  capacidade  de  força‐momento  de  um  robô  é  necessário para o planejamento de tarefas onde forças e momen‐

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tos  de  contato  com  o  meio  são  esperados.  Na  existência  de  re‐ dundância  cinemática  e  de  atuação,  as  equações  que  definem  a  capacidade  de  força‐momento  são  em  geral  descritas  através  de  funções  não  convexas  e  não  lineares.  Nestas  condições,  determi‐ nar  a  capacidade  de  força‐momento  de  um  robô  consiste  em  re‐ solver  um  problema  de  otimização  global  e  técnicas  convencio‐ nais baseadas na derivada da função objetivo não podem ser em‐ pregadas.       1.2 MOTIVAÇÃO      Restrições na utilização de robôs industriais em tarefas on‐ de elevadas ações de contato com o meio são exigidas estão rela‐ cionadas com limitações na capacidade de força‐momento e baixa  rigidez, verificadas principalmente nos robôs seriais.   Com o desenvolvimento dos robôs paralelos e sua inserção  em ambientes industriais, estas restrições estão sendo superadas.  Por  apresentarem  maior  rigidez  e  maior  capacidade  de  força‐ momento  em  comparação  com  os  robôs  seriais  (MERLET,  2002),  os robôs paralelos vêm sendo também utilizados em tarefas como  usinagem,  fresamento  e  limpeza  de  superfícies  com  remoção  de  material (MERLET, 2000).  

Nestas tarefas, as ações de contato necessárias são em geral  elevadas e variam de acordo com o material envolvido, o tipo de  ferramenta  de  corte  utilizado  e  a  taxa  de  remoção  de  material  desejada.  Neste  contexto,  a  capacidade  de  força‐momento  do  robô deve ser conhecida para verificar a priori se as tarefas plane‐ jadas podem efetivamente ser executadas. 

Considerando  os  robôs  de  serviço,  a  principal  motivação  para  realização  deste  estudo  está  relacionada  com  o  desenvolvi‐ mento  do  robô  chamado  Roboturb,  utilizado  na  recuperação  a‐ través  de  soldagem  de  turbinas  erodidas  por  cavitação.  Trata‐se  de  uma  parceria  entre  UFSC,  LACTEC  e  FURNAS  e,  em  uma 

(37)

1.3 Objetivos  37 

   

primeira  etapa  já  finalizada,  o  Roboturb  é  capaz  de  planejar  a  melhor  trajetória  para  realizar  a  tarefa  e  depositar  o  material  de  solda nos locais definidos.  

Em uma etapa futura de desenvolvimento, é desejado que o  Roboturb execute também a limpeza do local onde a solda é de‐ positada, preparando a superfície e removendo o material aplica‐ do  em  excesso.  Na  realização  da  primeira  etapa  do  projeto,  não  estava prevista a utilização do Roboturb na tarefa de remoção de  material,  motivo  pelo  qual  não  houve  uma  preocupação  em  de‐ terminar a sua capacidade de força‐momento e as forças de conta‐ to  atuantes.  Com  o  desenvolvimento  da  segunda  etapa,  torna‐se  necessário  conhecer  a  capacidade  de  força‐momento  do  Robo‐ turb. Em havendo a necessidade de desenvolver um novo Robo‐ turb  com  configuração  diferente  da  atual, a  determinação  da ca‐ pacidade  de  força‐momento  pode  ser  obtida  ainda  na  fase  de  projeto  através  de  simulações,  reduzindo  os  custos  de  projeto  com a construção de protótipos. 

Além dos motivos citados para os robôs paralelos e para o  Roboturb,  a  determinação  da  capacidade  de  força‐momento  de  robôs pode vir a ser útil em diversas outras aplicações. Nos robôs  domésticos, por exemplo, o robô pode ser utilizado no auxílio de  pessoas idosas em atividades como ajudar a levantar da cama ou  de  uma  cadeira.  Em  construções,  os  robôs  de  uso  profissional  podem  ser  utilizados  para  carregar  materiais  e  equipamentos  pesados,  como  sacos  de  cimento,  tijolos,  etc.  Nestas  situações,  conhecer  a  capacidade  de  força‐momento  é  fundamental  para  evitar  acidentes  que  podem  colocar  em  risco  a  integridade  das  pessoas ou danificar equipamentos.      1.3 OBJETIVOS      O objetivo principal deste trabalho é o desenvolvimento de  uma  metodologia  para  a  otimização  da  capacidade  de  força‐

(38)

momento  de  robôs  manipuladores  em  contato  com  o  meio,  em  situações  estáticas  ou  quase‐estáticas,  aproveitando  de  forma  eficiente  a  redundância  cinemática  e  a  redundância  de  atuação.  São objetivos específicos: 

a) Analisar  os  fatores  que  influenciam  a  capacidade  de  for‐ ça‐momento de manipuladores; 

b) Adaptar  o  método  de  Davies,  utilizado  na  resolução  da  estática de manipuladores, ao problema de otimização da  capacidade  de  força‐momento,  sistematizando  o  proce‐ dimento de inclusão de forças externas; 

c) Determinar uma função objetivo geral para o problema;  d) Realizar  testes  de  simulação  para  determinar  os  parâme‐

tros de controle da técnica de otimização empregada;  e) Desenvolver  uma  metodologia  para  otimizar  a  capacida‐

de de força‐momento ao longo de uma trajetória. 

f) Formular  o  problema  de  otimização  para  obter  a  capaci‐ dade  de  força‐momento  do  robô  serial  com  redundância  cinemática chamado Roboturb.      1.4 JUSTIFICATIVA      Existem diversas linhas de pesquisa em robótica que tratam  da  distribuição  de  forças  e  torques  nos  atuadores  de  forma  a  cumprir  determinado  função.  O  compartilhamento  de  carga  por  dois  ou  mais  robôs  é  um  exemplo  clássico,  estudado  por  vários  autores  (CHENG;  ORIN,  1990)  (KIM;  CHOI,  2001)  (MELCHIORRI,  1994)  (SUH;  HOLLERBACH,  1987)  onde,  em  geral, o objetivo é manter as ações nos atuadores o mais afastado  possível  da  saturação.  Ao  compartilhar  a  carga,  a  distribuição  ótima de torques e forças nos atuadores pode ocorrer ao longo de  uma  trajetória  específica  (ZHENG;  LUH,  1989)  ou  o  a  definição  da melhor trajetória para manter os atuadores afastados da satu‐

(39)

1.4 Justificativa  39 

   

ração pode ser o objetivo do problema de otimização (SZABAD et  al., 2000).  

O problema de distribuir forças e torques entre os dedos de  uma  garra  ou  mão  robótica  para  segurar  um  objeto  é  bastante  similar  ao  compartilhamento  de  carga  em  robôs  manipuladores.  A  diferença  fundamental  é  que  na  mão  robótica  a  geometria  do  contato e o atrito são normalmente considerados e o objetivo em  geral é determinar a mínima força necessária em cada dedo para  segurar o objeto (BUSS et al., 1996) (BOYD; WEGBREIT, 2007). Na  movimentação dinâmica de cargas, a otimização da trajetória do  robô  com  o  objetivo  de  não  saturar  os  atuadores  é  apresentada  em (WANG et al., 1999). Estudos sobre o balanceamento estático  de  robôs  compensando  os  efeitos  das  forças  gravitacionais  são  apresentados em (SARAVANAN et al., 2008). 

Embora estas linhas de pesquisa citadas estejam relaciona‐ das  com  a  otimização  de  forças  e  torques  nos  atuadores  de  um  robô,  o  objetivo  em  geral  é  a  distribuição  eficiente  de  torques  e  forças  para  evitar  a  saturação  e  não  a  determinação  da  força  ou  momento máximo que um robô consegue aplicar ou suportar em  determinada condição. 

Estudos  específicos  sobre  a  capacidade  de  força‐momento  são  apresentados  em  (NOKLEBY  et  al.,  2005)  e  em  (PAPADOPOPULOS;  GONTHIER,  1995).  No  entanto,  ambas  as  abordagens são restritas a determinados tipos de robôs, a condi‐ ções  de  carregamento  específicas  e  não  contemplam  simultanea‐ mente a presença de redundância cinemática e de atuação. 

A metodologia para determinação da capacidade de força‐ momento  proposta  nesta  tese  justifica‐se  pois  não  foram  encon‐ tradas  na  literatura  abordagens  genéricas  para  o  problema,  a‐ brangendo  robôs  paralelos  e  seriais,  planos  e  espaciais,  com  re‐ dundância  cinemática  e/ou  de  atuação.  Também  não  foram  en‐ contradas  na  literatura  abordagens  que  tratem  da  determinação  da capacidade de força‐momento ao longo de uma trajetória. 

   

(40)

1.5 ORGANIZAÇÃO DA TESE   

 

A tese está dividida em oito capítulos e cinco apêndices. No  Capítulo  1,  o  problema  em  estudo  é  definido.  A  motivação,  as  justificativas  e  os  objetivos  referentes  ao  trabalho  desenvolvido  são apresentados. 

No Capítulo 2, é feita uma revisão sobre a teoria de grafos e  são apresentas fórmulas para o cálculo da mobilidade de cadeias  cinemáticas  abertas,  fechadas  e  híbridas.  Os  conceitos  de  redun‐ dância cinemática e redundância de atuação são apresentados e o  grau de redundância é calculado para alguns exemplos de cadei‐ as cinemáticas. 

O Capítulo 3 aborda a análise estática e cinemática de robôs  seriais  e  paralelos.  Na  análise  cinemática,  são  apresentados  ape‐ nas  os  conceitos  gerais.  Na  análise  estática,  são  empregadas  as  técnicas  desenvolvidas  por  Davies.  Como  o  método  de  Davies  é  baseado  na  teoria  dos  helicoides,  uma  breve  revisão  sobre  o  as‐ sunto  é  apresentada.  Tendo  como  base  o  princípio  do  trabalho  virtual, é mostrado que, sob certas condições, existe uma relação  clara  entre  a  estática  e  a  cinemática  diferencial  de  mecanismos.  Para exemplificar o funcionamento do método de Davies e apre‐ sentar as diferenças em relação ao método do diagrama do corpo  livre, a estática de alguns manipuladores planos é resolvida. 

O conceito de capacidade de força‐momento de manipula‐ dores  é  apresentado  no  Capítulo  4.  A partir  dos  resultados  obti‐ dos  através  de  simulações  com  os  manipuladores  planares  RR  e 

RRRR,  é  verificada  a  influência  da  configuração,  da  singularida‐

de,  do  carregamento  e  dos  modos  de  trabalho  na  determinação  da  capacidade  de  força‐momento.  Índices  de  desempenho  são  apresentados e as aplicações e limitações dos elipsoides de força  são  mostradas.  Abordagens  existentes  na  literatura  são  discuti‐ das. Considerações sobre a rigidez e sobre a influência das forças  gravitacionais são analisadas. 

(41)

1.5 Organização da Tese  41 

   

No  Capítulo  5,  a  necessidade  de  utilizar  um  algoritmo  de  otimização  global  para  determinação  da  capacidade  de  força‐ momento de robôs manipuladores é justificada. Os motivos para  utilização  do  algoritmo  da  Evolução  Diferencial  (ED)  na  resolu‐ ção  deste  problema  são  apresentados.  Os  fundamentos  da  ED,  suas variantes, a influência dos parâmetros de controle e o trata‐ mento de restrições são discutidos. 

No  Capítulo  6,  a  metodologia  proposta,  objetivo  principal  desta tese, é apresentada em detalhes. A extensão da metodologia  para  a  otimização  da  capacidade  de  força‐momento  ao  longo  de  uma trajetória é mostrada. 

No Capítulo 7, a metodologia proposta é validada em estu‐ dos  de  casos  utilizando  o  Roboturb  (modelo  espacial  e  modelo  simplificado) e o manipulador 3‐RRR e suas variantes. Resultados  dos  testes  de  simulação  para  determinação  dos  parâmetros  de  controle da ED são discutidos.  Estudo de caso focando a obten‐ ção da capacidade de força‐momento ao longo de uma trajetória  para o modelo simplificado do Roboturb é apresentado. 

As  conclusões  sobre  o  trabalho  e  as  perspectivas  de  traba‐ lhos futuros são discutidas no Capítulo 8. 

No  Apêndice  A,  são  mostrados  os  fundamentos  da  cinemática diferencial de robôs manipuladores seriais e paralelos,  utilizando  o  método  de  Davies  e  o  emprego  de  cadeias  virtuais.  No  Apêndice  B,  a  cinemática  diferencial  dos  manipuladores  3‐

RRR  e  RRR  é  apresentada.  No  Apêndice  C,  são  apresentados  os 

fundamentos  da  estática  de  robôs  manipuladores  utilizando  o  diagrama  do  corpo  livre  e  o  conceito  de  elipsoide  de  força  é  analisado.  No  Apêndice  D,  a  estática  do  manipulador  RRR  é  resolvida.  No  Apêndice  E,  a  influência  da  rigidez  e  das  forças  gravitacionais  na  capacidade  de  força‐momento  dos  manipuladores é discutida. 

(42)
(43)

43   

2 REDUNDÂNCIA EM ROBÓTICA 

Em  robótica,  o  termo  redundância  é  frequentemente  asso‐ ciado apenas  à  redundância  cinemática,  que  tem  como  origem  a  geometria do robô e/ou a escolha da tarefa a ser executada. Com a  crescente  utilização  de  robôs  de  estruturas  cinemáticas  mais  complexas, como os paralelos, o conceito de redundância de atu‐ ação  passa  também  a  ser  utilizado.  A  redundância  de  atuação  pode ser verificada tanto em robôs seriais, quando utilizados em  tarefas cooperativas, como em robôs paralelos.  

Neste capítulo é feita uma revisão sobre a teoria dos grafos,  ferramenta  útil  no  cálculo  da  mobilidade  de  mecanismos  de  ca‐ deia  fechada e  no  cálculo  da  cinemática  e  estática  de  robôs.  O  conceito de mobilidade, necessário para o cálculo do grau de re‐ dundância de robôs, e as definições de redundância cinemática e  redundância de atuação são discutidos.       2.1 TEORIA DE GRAFOS APLICADA A MECANISMOS      A teoria de grafos encontra aplicações em diversas áreas do  conhecimento  como  informática,  computação,  engenharia  elétri‐ ca, química e ciências sociais. Na análise e síntese de mecanismos,  a representação de cadeias cinemáticas através da teoria de grafos  é utilizada (TSAI, 1999):  a) Como ferramenta de auxílio no cálculo da mobilidade de  mecanismos;  b) Para representar de forma unívoca a estrutura topológica  de um mecanismo;  

c) Como  ferramenta  para  a  resolução  computacional  da  ci‐ nemática e da dinâmica de mecanismos; 

d) Na  enumeração  e  classificação  sistemática  de  mecanis‐ mos; 

(44)

 Martins (2002) emprega a teoria de grafos em seu trabalho  sobre  análise  hierárquica  de  manipuladores  como  ferramenta  para obter as equações de restrição. Campos et al. (2005) utiliza a  teoria dos grafos para análise cinemática de robôs manipuladores  com  o  emprego  de  cadeias  virtuais.  As  equações  cinemáticas  de  robôs redundantes podem ser obtidas com o auxílio da teoria de  grafos  (SIMAS,  2008).  O  cálculo  da  mobilidade  de  mecanismos  utilizando  definições  da  teoria  dos  grafos  é  mostrado  em  (CARBONI, 2008). 

O grafo é um sistema de linhas (arestas) conectado através  de  nós  (vértices)  (SESHU;  REED,  1961). Mecanismos  podem  ser  representados de forma unívoca através de grafos onde as arestas  são as juntas do mecanismo e os vértices são os elos.  

A Figura 2.1(a) mostra a estrutura cinemática de um robôs  serial  com  3  juntas  rotativas  e  a  Figura  2.1(b)  mostra  sua  repre‐ sentação  através  de  grafos.  Nestas  representações,  os  elos  são  enumerados  como  0,  1,  2  e  3,  da  base  até  o  efetuador.  As  juntas  são identificadas da base até a extremidade através das letras A, B  e C respectivamente. No grafo, todos os tipos de juntas são repre‐ sentados  por  arestas,  sendo  necessário  algum  tipo  de  identifica‐ ção adicional para definir qual o tipo de junta representado. 

        

(a) Estrutura cinemática       (b) Grafo equivalente 

Figura  2.1:  Estrutura  cinemática  e  grafo  correspondente  de  um  robô  serial plano 

 

O digrafo é um grafo direcionado onde as arestas apresen‐ tam  um  sentido  de  orientação  (CAZANGI,  2008).  É  interessante 

A B C 3 2 1 0 A B C 3 2 1 0

(45)

2.1 Teoria de Grafos aplicada a Mecanismos  45 

   

esta  notação  quando  se  quer  representar  o  estado  cinemático  ou  estático de um corpo em relação aos seus adjacentes.  

Na análise estática, o direcionamento das arestas define se  um  corpo  está  aplicando  ação  sobre  outro  corpo  adjacente  ou  recebendo a ação.  Funciona como uma convenção de sinais que  deve  ser  respeitada  para  a  obtenção  de  resultados  corretos.  Na  análise cinemática, o digrafo indica o sentido do movimento rela‐ tivo entre elos adjacentes. 

Cadeia, circuito, árvore e corte são alguns conceitos adicio‐ nais  sobre  grafos,  necessários  na  análise  cinemática  e  estática  de  mecanismos.  Cadeia  é  uma  sequência  qualquer  de  arestas  adja‐ centes que unem dois vértices. Um circuito é uma cadeia que ini‐ cia e termina no mesmo vértice. Uma árvore é um grafo em que  há pelo menos uma cadeia ligando cada par de vértices, mas que  não  possui  circuitos.  A  árvore  é  dita  geradora  se  é  um  subgrafo  de um grafo qualquer, tal que contenha todos os vértices do gra‐ fo,  mas  apenas  um  subconjunto  de  suas  arestas.  As  arestas  que  pertencem  à  árvore  geradora  são  denominadas  ramos  e  as  que  não pertencem são chamadas de cordas. Um corte é um conjunto  de arestas que, se removidas, separam o grafo em dois subgrafos  independentes.  Na  análise  estática  de  mecanismos,  cada  corte  é  uma linha que cruza as cordas e apenas um dos ramos da árvore.  E cada ramo da árvore geradora pode ser cruzado por apenas um  corte. 

Para  ilustrar  estes  conceitos  é  utilizado  um  robô  paralelo  plano de três pernas, cada uma delas com três juntas rotativas.  A  Figura  2.2(a)  mostra  sua  estrutura  cinemática  e  a  Figura  2.2(b)  mostra sua representação através de digrafos. Os elos são identi‐ ficados através de números e as juntas através de letras.  

Para obter a árvore geradora é possível remover as arestas  A e C, que ficam então definidas como as cordas do grafo. As de‐ mais  arestas  são  os  ramos  e,  nesta  situação,  não  existe  nenhum  circuito. Recolocando a corda A no grafo, define‐se o circuito for‐ mado  pelas  arestas A‐D‐G‐H‐E‐B,  identificado  no  grafo  como MA. 

(46)

Retirando‐se  novamente  a  corda  A  e  recolocando‐se  a  corda C,  define‐se o circuito C‐F‐I‐H‐E‐B, identificado no grafo como MC. 

  (a) Estrutura cinemática 

  (b) Grafo equivalente 

Figura  2.2:  Estrutura  cinemática  e  grafo  correspondente  de  um  robô  paralelo plano  A D G I F C H E B 1 3 4 5 6 0 7 2 0 0

2

3

1

4

5

6

7

0

B

M

A

A

C

D

G

H

I

E

F

M

C

corte 2

corte 3

corte 4

corte 5

corte 6

corte 7

(47)

2.1 Teoria de Grafos aplicada a Mecanismos  47 

   

A  escolha  das  arestas  que  serão  as  cordas  do  grafo  não  é  única e, para cada escolha feita, podem surgir circuitos formados  por arestas diferentes destas. Na análise cinemática, uma escolha  conveniente das cordas pode tornar o modelo menos complexo. 

Tendo definido A e C como cordas, os sete cortes possíveis  são mostrados na Figura 2.2(b). São eles as arestas A‐B‐C, A‐E‐C, A‐ H‐C, A‐D, A‐G, C‐F e C‐I.  Na  análise  estática  de  mecanismos,  uma  escolha conveniente de cordas também pode conduzir a um mo‐ delo menos complexo. 

Na análise cinemática e estática de mecanismos, uma corre‐ ta  representação  através  de  grafos  das  restrições  impostas  e  das  liberdades  permitidas  pelas  juntas  é necessária. As  juntas  são  os  elementos responsáveis por transmitir forças e torques de um elo  para  o  adjacente  em  um  mecanismo.  São  também  responsáveis  por  permitir  o  movimento  relativo  entre  dois  elos  adjacentes,  podendo ser atuadas ou passivas. Cada aresta do grafo represen‐ ta uma junta de tipo qualquer, sendo as mais comuns em robótica  a prismática, a rotativa e a esférica.  

Considerando  o  espaço  tridimensional,  uma  junta  rotativa 

R  permite  uma  rotação  e  restringe  duas  rotações  e  três  transla‐

ções. Supondo que a rotação permitida θz ocorre em torno do eixo 

z, as rotações θx e θy em torno dos eixos x e y e as translações Lx, Ly 

Lz  nas  três  direções  cartesianas  são  restringidas.  Na  análise  ci‐ nemática, esta junta é representada por uma única aresta equiva‐ lente ao grau de liberdade permitido. Na análise estática através  do  método  de  Davies,  é  interessante  representar  cada  uma  das  restrições impostas pela junta como uma aresta. O grafo da junta  rotativa utilizado na análise estática possui cinco arestas em para‐ lelo unindo dois vértices adjacentes, onde cada aresta representa  uma das restrições impostas.  

Na  Figura  2.3(a)  é  mostrada  a  representação  por  grafo  da  junta rotativa, utilizada na análise cinemática, e na Figura 2.3(b) é  mostrada a representação utilizada na análise estática. O fato de a  junta ser atuada não modifica a representação utilizada na análise 

(48)

cinemática. Na análise estática, esta atuação deve ser representa‐ da como uma aresta adicional unindo os dois elos adjacentes.                (a) Grafo na cinemática       (b) Grafo na estática  Figura 2.3: Representação por grafos da junta rotativa na cinemática e na  estática    Para a análise cinemática, cada grau de liberdade permitido  por  determinada  junta  deve  ser  representado  como  uma  única  aresta no grafo. A junta esférica S, que permite três rotações (θx, θy  e  θz)  e  restringe  três  translações  (Lx, Ly e  Lz),  é  representada  por  grafos através de três juntas rotativas posicionadas em série, cada  uma  representando  um  dos  três  graus  de  liberdade  permitidos  (Figura  2.4(a)).  Quando  apresentado  desta  forma,  o  grafo  é  cha‐ mado  de  grafo  expandido.  Na  análise  estática,  cada  grau  de  li‐ berdade  restringido  deve  ser  representado  como  uma  aresta  em  paralelo  (Figura  2.4(b)),  onde  cada  uma  das  arestas  representa  uma das três restrições impostas.      (a) Grafo na cinemática       (b) Grafo na estática  Figura 2.4: Representação por grafos da junta esférica na cinemática e na  estática    1 θz 0 1 0 Ly θ x Lz Lx θ y 1 0 θ x θz θ y 0 1 Lx Ly Lz

Referências

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