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Sistemas de custos e análise de resultados em uma propriedade rural

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUÍ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO – DACEC

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ALESSANDRO FACHIN

SISTEMAS DE CUSTOS E ANÁLISE DE RESULTADOS EM UMA

PROPRIEDADE RURAL

IJUÍ (RS)

2014

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2

ALESSANDRO FACHIN

SISTEMAS DE CUSTOS E ANÁLISE DE RESULTADOS EM UMA

PROPRIEDADE RURAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, como requisito para obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: Eusélia Paveglio Vieira

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3 AGRADECIMENTOS

Agradeço ao velho senhor Deus, criador da humanidade, que me guia pelos caminhos da vida, livrando-me dos maus caminhos e me mostrando a diferença entre o certo e o errado, e graças a isso, eu pude chegar até aqui.

Agradeço também aos meus pais por todo o apoio nas horas difíceis que encontrei em minha jornada, pelos conselhos, pelos puxões de orelha, por desejar o meu bem, pela preocupação dos trajetos que percorri para esta conquista. E principalmente, por depositarem confiança e insistência em mim, para que um dia eu pudesse alcançar bons objetivos.

A minha namorada, minha companheira, a qual amo tanto, que sempre me apoiou e me incentivou com palavras determinadas, e gestos de querer bem. Pelas contribuições em meus estudos, pela paciência que tivestes neste tempo.

Agradeço a professora Eusélia Paveglio Vieira, pelas orientações neste importante estudo, e por contribuir sempre em minha aprendizagem, por me acompanhar em meu processo de formação acadêmica sempre me incentivando a continuar e alcançar meus sonhos. Aos demais professores que me transmitiram bons ensinamentos, por terem me instruído nesta jornada, por estarem sempre preocupados com a melhor aprendizagem.

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“Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na centésima tentativa eu consegui, nunca desista de seus objetivos mesmo que esses pareçam impossíveis, a próxima tentativa pode ser a vitoriosa”. Albert Einstein

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5 RESUMO

Este estudo tem o objetivo de desenvolver um sistema de custos e análise de resultados em uma propriedade rural, sendo realizado um levantamento de todos os custos e as devidas despesas incorridas durante o processo de produção de quatro culturas: a soja, trigo, aveia preta e aveia branca. Os dados para elaboração foram coletados junto ao proprietário, que disponibilizou todo o tipo de material necessário no decorrer do estudo. Por meio de pesquisa aplicada, descritiva e qualitativa, foram realizados os devidos levantamentos, e a elaboração de planilhas, como forma de organizar as informações, e consequentemente iniciou-se o processo de apuração de resultados das culturas, por meio das margens, tanto a de contribuição quanto a de segurança operacional. Os resultados apresentam os cálculos realizados por meio de planilhas, assim como os resultados que as culturas de soja, trigo, aveia preta e branca, apresentam bons resultados, ambos positivos e com boa margem de lucratividade.

PALAVRAS CHAVE: Sistema de custos. Custos Atividade rural. Análise de resultados. Gestão.

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6 LISTA DE QUADROS

Quadro 01- Custos diretos e insumos da soja ... 44

Quadro 02 - Custos diretos e insumos do trigo ... 46

Quadro 03- Insumos utilizados na aveia preta... 48

Quadro 04- Insumos utilizados na aveia branca ... 49

Quadro 05- Custos com mão de obra ... 51

Quadro 06- Custo com mão de obra de acordo com as culturas ... 51

Quadro 07- Custos com depreciação de bens de todas as culturas ... 53

Quadro 08: Custos com depreciação específica por culturas ... 54

Quadro 09- Custo de depreciação das benfeitorias ... 55

Quadro 10- Custos indiretos de produção de grãos ... 55

Quadro 11- Custos indiretos por hectare ... 56

Quadro 12- Custo por absorção ... 57

Quadro 13- Custo absorção por saca produzida ... 58

Quadro 14- Custeio variável ou direto ... 61

Quadro 15- Custo variável por saca produzida ... 62

Quadro 16- Análise da margem de contribuição unitária e total ... 65

Quadro 17- Ponto de equilíbrio contábil ... 66

Quadro 18- Margem de segurança operacional ... 68

Quadro 19- Demonstração de resultado da soja ... 69

Quadro 20 - Demonstração de resultado do trigo ... 69

Quadro 21 - Demonstração de resultado da aveia preta ... 70

Quadro 22 - Demonstração de resultado da aveia branca ... 70

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7 LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

Figura 01- Fluxograma ciclo da produção da soja ... 38

Figura 02- Fluxograma do ciclo de produção do trigo ... 39

Figura 03- Fluxograma do ciclo de produção da aveia preta ... 41

Figura 04- Fluxograma do ciclo de produção da aveia branca ... 42

Gráfico 01 – Custos direto da soja... 45

Gráfico 02 - Custos diretos do trigo ... 47

Gráfico 03- Custos diretos da aveia preta ... 48

Gráfico 04- Custos diretos aveia branca ... 50

Gráfico 05- Custo com mão de obra ... 52

Gráfico 06 - Custo total da soja ... 59

Gráfico 07 - Custo total do trigo ... 59

Gráfico 08 - Custo total da aveia preta ... 60

Gráfico 09 - Custo total da aveia branca ... 60

Gráfico 10 - Custeio variável da soja ... 62

Gráfico 11 - Custeio variável do trigo ... 63

Gráfico 12- Custeio variável da aveia preta ... 64

Gráfico 13 - Custeio variável da aveia branca ... 64

Gráfico 14 - Ponto de equilíbrio contábil ... 67

Gráfico 15 - Margem de segurança operacional ... 68

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8 SUMÁRIO

RESUMO ... 5

LISTA DE QUADROS ... 6

LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS ... 7

INTRODUÇÃO ... 11 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 13 1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO ... 13 1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 13 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 14 1.4 OBJETIVOS ... 14 1.4.1 Objetivo geral ... 15 1.4.2 Objetivo específicos ... 15 1.5 JUSTIFICATIVA ... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 17

2.1 CONTABILIDADE: CONCEITOS E APLICAÇÕES ... 17

2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS... 18

2.2.1 Classificação dos custos ... 21

2.2.2 Custos patrimoniais ... 22

2.2.3 Custos com pessoal ... 23

2.3 SISTEMAS DE CUSTEIO POR PROCESSO ... 25

2.4 MÉTODOS DE CUSTEIO ... 26

2.4.1 Método de custeio absorção ... 26

2.4.2 Método custeio variável ... 27

2.5 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO ... 27

2.5.1 Margem de contribuição ... 28

2.5.2 Ponto de equilíbrio ... 28

2.5.3 Margem de segurança operacional ... 29

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 33

3.1 CLASIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 33

3.1.1 Quanto à sua natureza ... 33

3.1.2 Quanto aos objetivos ... 33

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema ... 34

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 34

3.2 COLETA DE DADOS ... 35

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ... 35

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ... 36

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 37

4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO ... 37

4.1.1 Soja ... 37

4.1.2 Trigo ... 39

4.1.3 Aveia preta ... 40

4.1.4 Aveia branca ... 42

4.2 APURAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS DE PRODUÇÃO ... 43

4.2.1 Custos diretos ... 43

4.2.1.1 Custo com mão de obra ... 50

4.3 APURAÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS DE PRODUÇÃO ... 52

4.3.1 Custo com depreciação ... 52

4.4 APURAÇÃO DO CUSTO TOTAL POR CULTURA ... 57

4.4.1 Método de custeio por absorção ... 57

4.4.2 Método de custeio variável ... 61

4.5 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO ... 65

4.5.1 Margem de contribuição unitária e total ... 65

4.5.2 Ponto de equilíbrio contábil ... 66

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4.5.4 Demonstrações de resultados por cultura ... 69 CONCLUSÃO ... 73 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 75

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11 INTRODUÇÃO

A população mundial está em constante crescimento, e este vem acompanhado do consumo de alimentos. Para que estes alimentos não se tornem produtos escassos, constantemente os produtores rurais, responsáveis pela produção, tanto de alimentos como da matéria prima para a produção dos diversos gêneros alimentícios, investem em novas tecnologias. Este investimento resulta consequentemente no aumento da produtividade e dos custos de produção.

Uma vez em que o preço do produto é definido pelo mercado, e os custos começam a elevar, o produtor rural necessita de um tipo de controle gerencial, que por sua vez, é encontrado na contabilidade de custos. Esta contabilidade assume a forma de controle do patrimônio, além de oferecer uma vasta bagagem de cunho gerencial, seja rural ou qualquer outro meio que possa utiliza-la.

O estudo em questão trata-se do trabalho de conclusão do curso de Ciências Contábeis, que analisou a relação entre os custos, o volume e o resultado de uma propriedade rural. Tem como embasamento os dados levantados com o dono da propriedade, que foram analisados e aplicados nos moldes da contabilidade de custos para a geração de resultados. Os resultados alcançados foram repassados ao proprietário com o intuito de facilitar na tomada de futuras decisões.

Primeiramente abordou-se a contextualização do presente estudo, sendo composto pela área contemplada, ou seja, o tema abordado, pela caracterização da organização, a problematização do tema, os objetivos, geral e específicos, e a justificativa.

Em seguida, contempla-se o referencial teórico, que consiste na conceituação e aplicabilidade da contabilidade, seguido da contabilidade de custos, contendo a classificação dos custos, os custos patrimoniais e os custos com pessoal. Também, os sistemas de custeio por processo, bem como, os métodos de custeio, composto pelo custeio por absorção e custeio variável, seguido da análise do custo, volume e resultado da produção agrícola.

Posteriormente, apresenta-se a metodologia da pesquisa envolvendo a classificação da pesquisa, sendo determinada de natureza, aplicada objetivos, e quanto a forma de abordagem aos problemas, assim como os procedimentos técnicos, a forma de coleta e análise de dados.

No quarto e ultimo capítulo, o estudo apresenta a análise dos resultados, contemplando a descrição dos processos de produção, a apuração dos custos diretos de produção, bem como, a apuração dos custos indiretos de produção, apuração dos custos por cultura, utilizando-se o

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custeio por absorção e o custeio variável, os quais permitiu analisar a composição dos custos de cada cultura, que posteriormente foram a base na análise dos custos, volume e resultado.

Para finalizar, o estudo apresenta a devida conclusão e o referencial bibliográfico, que foi utilizado para dar o embasamento teórico as práticas aplicadas.

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13 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

A seguir, são apresentados os itens que compõe a contextualização do estudo, os quais integram a área contemplada, seguida da caracterização da empresa/organização, bem como da problematização do tema em estudo, dos objetivos e da justificativa.

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO

O Curso de Ciências Contábeis é composto por um conjunto de disciplinas organizadas de forma que atenda o perfil do profissional Contábil formado pela Unijuí, contemplando diversas áreas de atuação no mercado de trabalho. Entre elas, está a contabilidade de custos, que é o tema deste estudo, onde abordou-se os sistemas de custos e análise de resultados em uma propriedade rural com produção de grãos.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A propriedade em estudo está localizada no interior da cidade de Jóia, às margens da RST 377, no noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Esta, conta com uma sede composta por dois galpões e duas casas, sendo que uma dessas casas é do proprietário e a outra serve como depósito de materiais. A propriedade possuía no período de 2011/2012 380 hectares de área total.

Dentro do ano agrícola, a propriedade cultivava nos meses de outubro a maio as cultivares de soja, no total de 332 hectares e 48 hectares eram terras incultiváveis, que compreendia mato, rios e pedregulhos. Já no período de junho a outubro, cultivava-se em torno de 180 hectares de trigo, 70 hectares de aveia preta, 30 hectares de aveia branca, e o restante cerca de 52 hectares, não são cultivados no inverno, pois compõem uma parte imprópria para o cultivo das culturas de inverno, mas são utilizadas para o início de plantio da soja.

Por se tratar de uma propriedade familiar, ela é gerenciada pelo próprio proprietário que juntamente com seu filho executam os trabalhos, não possuem colaboradores fixos, no entanto, em períodos de safra contam com a ajuda de dois diaristas.

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14 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Para qualquer tipo de negócio é fundamental ficar atento se ele está apresentando bons resultados. Para tanto se faz necessário a utilização de uma ferramenta de extrema importância que está em constante crescimento, ou seja, a contabilidade de custos. Esta área tem a finalidade de apurar dados referentes a custos incorridos, além de sistematizar estes dados demonstrando por meio de indicativos econômicos, a lucratividade ou eventuais prejuízos no negócio, auxiliando o gestor em sua tomada de decisão.

De acordo com Leone (1997, p.19) a contabilidade de custos “[...] é o ramo da Contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomada de decisão”. Nessa mesma linha de pensamento, pode-se dizer que a contabilidade de custos implantada na atividade agrícola assume um papel de verificação de quais são os custos de produção, nesse caso: soja, trigo, aveia branca e aveia preta. Além disso, qual a lucratividade que cada uma dessas culturas apresenta, sendo possível ter uma melhor facilidade de identificação e controle dos custos.

Como a propriedade objeto deste estudo não possui nem um sistema formalizado de custos, o mesmo pode contribuir significativamente, proporcionando indicativos gerenciais, além de análises de resultados para ambos os produtos produzidos e comercializados. Também aponta outros benefícios, como um melhor e mais preciso detalhamento de seus custos e resultados, da forma mais clara possível para melhor entendimento do proprietário, diante do gerenciamento das culturas na propriedade.

Neste contexto questiona-se: Qual o benefício do desenvolvimento de um sistema gerencial de custos e resultados para uma propriedade agrícola que proporcione informações para o seu gerenciamento?

1.4 OBJETIVOS

O objetivo do estudo divide-se em objetivo geral e específicos, apresentados na sequência.

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15 1.4.1 Objetivo geral

Desenvolver um sistema gerencial de custos em uma propriedade rural de forma que forneça informações para auxiliar na melhoria da gestão dos custos e resultados por cultura.

1.4.2 Objetivo específicos

- Revisar a base teórica presente na literatura, tais como os conceitos e as finalidades, no que se refere à contabilidade de custos e custos na atividade rural;

- Levantar os custos de cada cultura produzida na propriedade rural; - Realizar os devidos cálculos dos custos de produção das culturas;

- Estruturar um sistema de custos por absorção e variável para cada cultura; - Analisar os resultados das culturas em estudo;

- Sistematizar as informações para o gerenciamento da propriedade.

1.5 JUSTIFICATIVA

A contabilidade de custos é muito importante na atualidade, pois é responsável por aperfeiçoar o gerenciamento empresarial, seja em uma empresa rural ou em qualquer outro tipo de atividade. Ela é responsável por apurar os devidos resultados dos custos dos produtos, o que é fundamental antes de qualquer tomada de decisão do gestor.

Dessa forma, a aplicação da contabilidade de custos em uma propriedade rural, agrega maior valor gerencial para o proprietário visando uma maior otimização da sua propriedade. Um bom controle de custos traz muitos benefícios em uma propriedade rural, uma vez que, nesta podem-se cultivar vários tipos de culturas - algumas possuem maior valor de mercado do que outras – no entanto o custo de produção varia de uma cultura para outra. É então, que a contabilidade de custos se torna necessária, trazendo os indicadores econômicos e financeiros do cultivo de cada produto, permitindo assim avaliar se o resultado está sendo o esperado para cada cultura de acordo com os seus devidos custos.

Na condição de concluinte do Curso de Ciências Contábeis, o estudo ampliou meus conhecimentos e os meus horizontes profissionais qualificando-me Contador. Além de apresentar as técnicas de gestão de custos que são muito úteis ao dono da propriedade em estudo.

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Este estudo pode servir para a UNIJUÍ e para o Curso de Ciências Contábeis, ou áreas afins, como uma fonte de pesquisa e baseamento para futuros trabalhos, pois ficará a disposição de quem tiver o interesse nessa área do conhecimento, em especial aos alunos de Ciências Contábeis.

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17 2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta etapa do estudo são abordados conceitos no que se refere à contabilidade, contendo seus conceitos e aplicações além da contabilidade de custos, abrangendo a classificação dos custos, os custos patrimoniais e custos com pessoal. Também são apresentados os sistemas de custeio por processo, os métodos de custeio e a análise do custo, volume e resultado.

Para a melhor compreensão destes assuntos foram consultados diversos periódicos e livros a fim de aprofundar os conhecimentos da pesquisa em questão, servindo como base para o desenvolvimento do estudo aplicado.

2.1 CONTABILIDADE: CONCEITOS E APLICAÇÕES

A contabilidade já existe desde os antepassados, no entanto esta veio se aprimorando constantemente com o passar dos anos. Conforme Sá (apud BASSO, 2005, p.17), “[...] a história da contabilidade nasce com a própria civilização, em uma espontânea forma de ter conhecimento sobre as utilidades ou riquezas que o homem ia acumulando”. Dessa forma, nota-se que conforme o homem ia acumulando riquezas necessitava de alguma forma de controle, um meio de registro do seu patrimônio, e assim começa a se desenvolver a contabilidade.

A contabilidade possui as mais diversas formas de conceituação, descritas por diversos autores que, por sua vez, buscaram aprofundar seu embasamento em leis específicas, princípios e normas abrangentes. A contabilidade pode ser conceituada da seguinte forma:

Entendemos que Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e relevar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômico-financeira. (BASSO, 2005, p.22).

Nessa mesma linha de pensamento, Franco (apud BASSO, 2005, p.22) relata que: Contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

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Dessa forma, pode-se perceber o quanto a contabilidade é importante na gestão de um negócio, pois é uma ciência que foi evoluindo de acordo com as necessidades dos seus usuários. Ela assume vários papéis dentro de uma entidade, sendo de extrema importância para o gerenciamento do patrimônio da entidade.

A contabilidade considera como objeto, de acordo com Basso (2005), o patrimônio da entidade, constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações. Os bens e direitos formam a parte positiva do patrimônio, enquanto que as obrigações formam a parte negativa. A diferença entre estes deriva no conceito de patrimônio líquido, resultando na diferença tanto para negativa quanto para positiva do patrimônio.

Os principais usuários da contabilidade conforme Basso (2005, p.26) são “[...] administradores, diretores executivos, sócios ou acionistas, bancos, fornecedores e governos (federal, estaduais e municipais)”.

Com relação ao campo de atuação, a contabilidade abrange inúmeras formas de negócio, desde micro empresas até entidades que não possuem fins lucrativos. Com relação aos ramos da contabilidade temos a seguinte conceituação:

Segundo os principais campos de aplicação da Contabilidade, podemos classifica-la nos seguintes ramos: Contabilidade Comercial, Contabilidade Industrial, Contabilidade Pública, Contabilidade Bancária, Contabilidade Rural (Agrícola ou Agropecuária), Contabilidade de Cooperativas, Contabilidade de Seguradoras, Contabilidade de Fundações, Contabilidade de Construtoras, Contabilidade Hospitalar e Contabilidade de Condomínios, entre outros. (BASSO, 2005, p.27).

A contabilidade está presente, nos mais diversos campos de atuação, e portanto, ela é indispensável em qualquer tipo de negócio. A mesma é utilizada por vários grupos sociais que compõe a estrutura organizacional da instituição em que estão inseridos.

2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS

A Contabilidade de Custos apresenta um papel muito importante no meio organizacional, pois é responsável pela coleta de informações de cunho gerencial, além de ser responsável pelo processamento e fornecimento destas informações, para as partes solicitantes. Dessa forma, Vieira (1998, p.14) expõe em seu artigo:

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19 Dentro deste contexto, um sistema de custos assume um papel fundamental como ferramenta de gestão. O ambiente competitivo em que estamos inseridos, com a globalização da economia e dos mercados, torna cada vez mais evidente a necessidade de um bom gerenciamento dos custos das empresas, em todos os níveis.

Nesta mesma linha de pensamento, Leone (2008) enfatiza, “Fundamentalmente, a Contabilidade de Custos refere-se hoje às atividades de coleta e fornecimento de informações para as necessidades de tomada de decisão de todos os tipos [...]”.

Logo, esta contabilidade está em constante aperfeiçoamento, pois cada vez mais suas responsabilidades estão aumentando, mas isto nem sempre foi assim. A Contabilidade de Custos no passado não teve a devida importância como obtêm na atualidade, pois, esta não foi criada com a intenção de gerenciamento empresarial, mas como um meio de mensuração dos valores dos estoques. Conforme relatado:

A preocupação primeira dos Contadores, Auditores e Fiscais foi a de fazer da Contabilidade de Custos uma forma de resolver seus problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, não a de fazer dela um instrumento de administração. Por essa não utilização de todo seu potencial no campo gerencial, deixou a Contabilidade de Custos de ter uma evolução mais acentuada por um longo tempo. (MARTINS, 2001, p.21).

Nesse mesmo pensamento, Bruni; Famá (2004, p. 24) contribuem:

O nascimento da contabilidade de custos decorreu da necessidade de maiores e mais precisas informações, que permitissem uma tomada de decisão correta após o advento da revolução industrial. Anteriormente a Revolução Industrial, a contabilidade de custos praticamente não existia, já que as operações resumiam-se basicamente em comercialização de mercadorias [...].

Assim, percebe-se que inicialmente a Contabilidade de Custos não foi criada com o intuito gerencial, mas como uma forma de controle patrimonial de estoques, o que acabou deixando-a estagnada por um período. No entanto, com o passar do tempo e do avanço das empresas, passou-se a ter uma necessidade de um mecanismo capaz de desempenhar o papel gerencial. Consequentemente, a Contabilidade de Custos, começou a ser vista com outros olhos, e a se desenvolver novamente.

A Contabilidade de Custos, de acordo com Bruni; Famá (2004, p.24, 25), podem ser definidas como “[...] o processo ordenado de usar os princípios da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio [...]”, os autores ainda complementam “Custos: representam os gastos relativos a bens ou serviços utilizados na produção de outros bens ou serviços [...]”. Pode-se dizer que os custos são todos aqueles meios utilizados para a

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fabricação de produtos e ou serviços, além de ser indispensável na tomada de decisão no meio organizacional.

A Contabilidade de custos é fundamental para um bom gerenciamento organizacional, seja do ramo industrial, comercial ou até mesmo rural. Embora muitos produtores rurais não apresentem uma contabilidade de cunho gerencial em suas propriedades, e alguns não consideram a necessidade da sua implantação, a contabilidade gerencial é indispensável para o melhoramento do desempenho financeiro. Como se pode ver no trecho a seguir:

Neste contexto, a contabilidade pode desempenhar um importante papel como ferramenta gerencial, por meio de informações que permitam o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange os objetivos e atribuições financeira, controle de custos, diversificação de culturas e comparação de resultados. (CREPALDI, 2011, p.39).

Qualquer organização, mesmo sendo ela rural, necessita de um sistema contábil completo, pois esta última, apresenta movimentações contábeis, assim como qualquer outra empresa do meio urbano.

A contabilidade de custos no meio rural tem algumas particularidades com relação a outros setores, pois destaca-se uma variação do seu espaço entre a produção e a venda, o que exige técnicas especiais para o levantamento de seus custos. Os autores Santos; Marion; Segatti (2002, p.44) indicam três objetivos fundamentais de custos agropecuários:

a) Custos para avaliação dos estoques (Custeio por Absorção) – São os levantados pela Contabilidade de Custos tradicional, a fim de mensurar monetariamente os estoques de produtos acabados ou ainda em exploração e, ao fim de um exercício ou intervalo de tempo, apurar o resultado contábil da empresa. b) Custos para avaliação dos estoques (Custeio Direto ou Variável) – este método considera somente os custos variáveis para determinação dos custos de produção, ou seja, mão-de-obra direta, máquinas diretas e insumos agrícolas. Os custos fixos neste caso serão considerados como despesas correntes e debitados diretamente no resultado, por este motivo não é aceito pela legislação fiscal, é utilizado apenas para fins gerenciais.

c) Custos Standart ou padrão – Destina-se a confrontar a realidade com os padrões de custos e outros tipos de previsões e metas contidos no planejamento empresarial. Evidentemente, muitos dos padrões estabelecidos vêm do controle.

Estes custos agropecuários apresentam a importância de mensuração, de levantamento além de confrontação de informações, o que é importante, pois trazem indicativos e valores que podem ser destinados para seus devidos lugares. Além de ser possível a partir destes indicativos, aperfeiçoar a propriedade rural.

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21 2.2.1 Classificação dos custos

Os custos possuem algumas classificações específicas, no entanto, serão apresentados somente alguns, como os custos diretos e indiretos, podendo ser fixos ou variáveis. Esse tipo de classificação varia de acordo com cada tipo de gestão de custos.

Conforme Leone (2008, p.55) explica em seu livro, “Existem vários tipos de custos, tantos quantas forem às necessidades gerenciais [...]”. Dessa forma, os custos devem ser alocados de acordo com cada característica da produção, tendo em vista que cada custo, mesmo sendo direto ou indireto, possui a sua própria terminologia.

Uma boa análise de custos no meio rural é de grande importância para o cunho gerencial, pois permite ao produtor saber se o seu produto vendido está dando lucro, ou seja, se ele está cobrindo os custos e a sua possível margem esperada. Para isso, deve-se ater em identificar se estes custos são diretos ou indiretos. De acordo com Crepaldi (2011, p.100) tem-se o tem-seguinte conceito com relação a custos diretos na atividade rural:

Custos diretos são aqueles que podem ser diretamente (sem rateio) apropriados aos produtos agrícolas, bastando existir uma medida de consumo (quilos, horas de mão de obra ou de máquina, quantidade de força consumida, etc.). De modo geral, identificam-se aos produtos agrícolas e variam proporcionalmente a quantidade produzida. Podem ser apropriados diretamente aos produtos agrícolas porque há uma medida objetiva do seu consumo nesta produção.

Já em relação aos custos indiretos, Crepaldi (2011, p.101) acrescenta a seguinte explicação:

Os custos indiretos dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes produtos agrícolas; portanto são s custos que só são apropriados indiretamente aos produtos agrícolas. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de base ou critério de rateio.

Assim pode-se dizer que os custos diretos são aqueles custos que não necessitam de qualquer forma de rateio, pois não possuem uma medida exata, são custos objetivos e podem ser apropriados aos produtos agrícolas. Já os custos indiretos, necessitam de rateios e estimativas, por apresentarem algumas dificuldades de medição, para isso faz-se a necessidade de adoção de um critério de rateio.

Além dos custos serem diretos ou indiretos, conforme se apresentou anteriormente, os custos agrícolas podem ser representados também em fixos ou variáveis. No que se refere a

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esses conceitos, os autores Santos; Marion; Segatti (2002, p.43) apresentam as seguintes definições:

a) Custos variáveis. São aqueles que variam em proporção direta com o volume de produção ou área de plantio. Ex.: mão-de-obra direta, materiais diretos (fertilizantes, sementes, rações), horas máquina.

b) Custos fixos. São os que permanecem inalterados em termos físicos e de valor, independentemente do volume de produção e dentro de um intervalo de tempo relevante. Geralmente são oriundos da posse de ativos e de capacidade ou estado de prontidão para produzir. Por isso, também são conhecidos como custos de capacidade. Ex.: depreciação de instalações, benfeitorias e máquinas agrícolas; seguro de bens; salários de técnicos rurais e chefias.

Portanto, os custos variáveis, são aqueles que acompanham a produção, se produzir para mais, os custos irão aumentar de acordo com a proporção desse aumento. Já os custos fixos, não se alteram conforme a produção, por exemplo, caso a produção aumente no mês estes custos se manterão constante, sem qualquer alteração. Assim os custos fixos apresentam um diferencial, pois quanto mais se produzir no período, menor se tornará estes custos, pois serão divididos conforme a produção.

2.2.2 Custos patrimoniais

Os custos patrimoniais são representados basicamente por três conceitos: a depreciação, a exaustão e a amortização, sendo que estes também são atribuíveis na atividade rural. Crepaldi (2011, p.127-8) apresenta algumas definições para tais conceitos:

Depreciação- aplica-se somente aos bens tangíveis, exemplos: máquinas, equipamentos, etc. Exaustão- aplica-se somente aos recursos naturais exauríveis, exemplos: reservas florestais, petrolíferas etc. Amortização- aplica-se somente aos bens intangíveis, exemplos: marcas e patentes.

A depreciação é a maneira pelo qual os bens vão perdendo seu valor de mercado devido ao desgaste com o passar do tempo. Este desgaste é calculado para cada tipo de bens tangíveis, e o resultado somado aos custos da empresa. Já a exaustão, é aquele recurso natural em que se é extraído o produto por completo na sua total exploração. A amortização é aquela oriunda de bens intangíveis, ou seja, direitos adquiridos sobre um determinado bem.

A depreciação na atividade rural é dividida de acordo com a finalidade de produção, como por exemplo, culturas permanentes, máquinas e equipamentos agrícolas e a pecuária.

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Com relação a culturas permanentes, conforme o Parecer Normativo CST n°18, de 9/4/1979 (apud SANTOS; MARION; SEGATTI, 2002, p.84), diz que:

No que tange às culturas permanentes, às florestas ou árvores e a todos os vegetais de menor porte, em caso de empreendimento próprio da empresa do qual são extraídos somente os frutos o custo de aquisição ou formação da cultura é depreciado em quantos anos a planta ou árvore der frutos. Por exemplo: café, laranja, figo, goiaba etc.

O prazo para este tipo de depreciação vai ser calculado de acordo com o tempo, que estas culturas levarão para produzir seus frutos. Já quando a depreciação é calculada sobre máquinas e equipamentos agrícolas, de acordo com Santos; Marion; Segatti (2002, p.85) ocorre da seguinte forma:

Sabemos que todas as taxas de depreciação, principalmente as estabelecidas pelo Imposto de Renda, são estimadas, quando, por exemplo, a taxa de máquinas é fixada em 10%, nota-se que pode haver desvios significativos: há maquinas cuja vida útil não chega a três anos, enquanto outras ultrapassam a 10 anos.

Na pecuária, a depreciação ocorre com qualquer tipo de gado, podendo ser reprodutores e matrizes, ou até mesmo animais de corte. Conforme Santos; Marion; Segatti, (2002, p.86):

O método mais utilizado para depreciar é o da linha reta, tendo em vista a dificuldade de se estabelecer uma curva de eficiência do gado reprodutor, considerando-se que o declínio de potencialidade de reprodução é acelerado no final de sua vida útil. Entretanto, pela variabilidade de raças, do clima, da região, das condições de vida e outros fatores, torna-se impossível estabelecer um número padrão.

Dessa forma, pode-se perceber que o cálculo da depreciação no meio rural não é tão simples, uma vez que este leva em consideração muitos fatores que são importantes para a correta avaliação da vida útil dos bens. Esse tipo de estimativa varia de acordo com cada atividade que a propriedade contempla no seu meio organizacional.

2.2.3 Custos com pessoal

Este tipo de custo também pode ser chamado de custo com mão de obra, e existe em qualquer meio de produção seja agrícola, industrial ou comercial. Pois é um custo necessário mesmo com a utilização de máquinas na produção. Os custos com pessoal se apresentam em

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mão de obra direta e indireta. Com relação à mão de obra direta, Basso e Didoné (2005, p.67) esclarecem que:

Custos com mão-de-obra direta correspondem aos relacionados aos recursos humanos utilizados diretamente na elaboração de um produto, desde que se possa identificar quem executou determinada tarefa, sem que haja a necessidade de rateios na apropriação deste custo.

No meio agropecuário, Santos; Marion; Segatti, (2002, p.53) contribuem com a seguinte afirmação:

Considera-se mão-de-obra direta na agropecuária as pessoas que prestam serviços de forma mensurável, e com gastos relevantes, nas operações agrícolas e no manejo de animais. É possível, portanto, identificar quem executou o trabalho, as quantidades de horas trabalhadas e/ou volumes de tarefas executadas.

Então, o custo com mão de obra direta é todo aquele trabalho desenvolvido pelo colaborador identificado naquela operação, e que somente a executa, podendo assim ocorrer uma mensuração de tempo e apuração do custo sobre este.

Já na mão de obra indireta, Santos; Marion; Segatti, (2002, p.54) explanam que “[...] se tiver que recorrer a qualquer critério de rateio ou estimativa, transforma-se em mão-de-obra indireta, qualquer que seja o objetivo do sistema de levantamento de custos”. Seguindo esse pensamento, tem-se a seguinte diferenciação entre mão de obra direta e indireta:

O operário que movimenta um torno, por exemplo, trabalhando um produto ou componente de cada vez, tem seu gasto classificado como Mão-de-obra Direta. Porém, se outro operário trabalha supervisionando quatro máquinas, cada uma executando uma operação num produto diferente, inexistindo possibilidade de se verificar quanto cada um desses produtos consome do tempo total daquela pessoa, temos aí um tipo de Mão-de-obra Indireta (MARTINS, 2001, p.143).

Nesse contexto, Basso; Didoné (2005, p.68) constatam em seu artigo, “Os custos indiretos têm como característica o fato de não serem alocados diretamente aos produtos elaborados [...]”.

Portanto, a mão de obra indireta é aquela que só é possível calcular seu custo se utilizar alguma forma de rateio ou até mesmo uma estimativa, uma vez que, não é possível mensurar quanto tempo foi empregado para a realização de determinada tarefa pelo colaborador. Ocorrendo a apuração deste custo de mão de obra, não é acrescido seu valor diretamente ao custo do produto final. Um exemplo de mão de obra indireta na atividade

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agrícola é um colaborador que acompanha o trabalho de colheita, de outros colaboradores na propriedade.

2.3 SISTEMAS DE CUSTEIO POR PROCESSO

No decorrer de um processo produtivo de uma organização, existem diversos fatores a serem observados, e um deles são os custos necessários para a elaboração de qualquer produto. Estes custos de fabricação, entretanto, vão se acumulando, e conforme o produto vai sendo concluído devem ser apropriados ao seu valor final, pois, conforme for o processo de produção de cada empresa, diferente deverá ser o sistema de acumulação de custos. Para tanto, existem dois sistemas de acumulação: o sistema de custeio por processo; e o sistema de custos por ordem específica ou ordem de produção ou serviço.

O sistema de custeio por processo é utilizado quando a empresa não apresenta grandes variações no seu processo produtivo. Nesse sistema, os custos são primeiramente qualificados quanto ao tipo de gasto representado, ou seja, sua natureza contábil. Posterior a isso, é relacionada aos processos específicos, responsável pela distribuição dos custos aos respectivos produtos. De acordo com Bruni; Famá (2004, p.150):

No controle de custos por processo, uma tarefa rotineira consiste na avaliação dos estoques de produtos que continuam em processo, já tendo sido parcialmente manufaturada e recebida parte dos gastos associados a materiais diretos, mão-de-obra direta ou custos indiretos de fabricação.

Na atividade agrícola pode-se aplicar o sistema de custeio por processo, no entanto, deve-se estar atento a cada atividade desempenhada no processo produtivo, nas diferentes culturas. Para isso, Santos; Marion; Segatti, (2002, p.23), abordam quanto às operações agrícolas:

São fases necessárias do processo produtivo, de acordo com o tipo de cultura. Essa separação traz diversos benefícios à administração, por exemplo: na propagação e distribuição de tarefas para o pessoal; possibilita medir o desempenho e comparar com outras áreas; identificar os custos de cada operação ou sub operação de acordo com sua relevância em termos de valor etc.

Dessa forma, nas operações agrícolas é possível ocorrer à identificação dos custos de cada operação, para assim estes serem alocados ao produto final no sistema de custeio por processo.

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No processo produtivo existem várias operações agrícolas a serem desempenhas até a colheita do produto final que são responsáveis por parte dos custos de produção, classificando-se em: reparo do solo, plantio e adubação, tratamento fitossanitário, cultivo químico e colheita. A partir destas fases, podem-se mensurar os custos de cada um e assim posteriormente alocar ao produto final.

2.4 MÉTODOS DE CUSTEIO

Os métodos de custeio são aqueles responsáveis por calcular o custo unitário dos produtos que estão em elaboração. Os métodos de custeio são representados pelo método de custeio por absorção e o método de custeio variável.

2.4.1 Método de custeio absorção

Este método é amplamente utilizado no controle e gerenciamento e custos, pois levam em consideração todas as despesas e os custos alocados ao processo de produção, tendo como principal objetivo atingir o custo unitário de cada produto. De acordo com Leone (2008, p.242):

O custeio absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da área da fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos indiretos, fixos ou variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do critério é revelador dessa particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação.

O custeio por absorção se caracteriza por utilizar todos os custos sejam eles diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, e além de todas as despesas incorridas. Conforme Basso; Didoné (2005, p.69) citam “O método de custeio por absorção trabalha com todos os tipos de custos de produção, tanto fixos quanto variáveis, e se destaca por ser uma metodologia que busca encontrar o custo total de cada objeto de custeio, além de ser aceito pela legislação”. Como se pode perceber, este método por ser o mais confiável é o único método aceito pela contabilidade no que se refere às demonstrações contábeis.

Como este é um método que encontra o valor total dos custos, na agricultura pode-se

ter como um exemplo, o consumo de óleo e lubrificantes que podem ser somado juntamente às despesas do plantio à colheita.

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27 2.4.2 Método custeio variável

O método de custeio variável, também denominado como custeio direto, se caracteriza por considerar em seus custos, somente os custos variáveis, ao considerar os custos fixos como despesas do período. Conforme Bruni e Famá (2003, p.216), “No sistema de custeio variável, apenas os custos variáveis e as despesas variáveis, serão subtraídos da receita, gerando um valor que é denominado margem de contribuição. Os custos e despesas fixas serão abatidos da margem de contribuição do período”.

Este método está direcionado principalmente para fins de gerenciamento, pois não engloba todos os custos incorridos no produto. Para Vieira; Rossi; Pocai (2003, p.40) “O custeio variável fornece informações muito úteis para a tomada de decisões, porque pressupõe uma apropriação de caráter gerencial, uma vez que os custos fixos ficam separados e são considerados como despesas do período [...]”.

Embora este método seja bastante útil para fins gerenciais, ele não é aceito pelos princípios contábeis, ferindo estes princípios. Como aborda Martins (2001, p.220):

Mas os Princípios Contábeis hoje aceitos não admitem o uso de Demonstrações de Resultado e de Balanços avaliados a base do Custeio Variável; por isso, esse critério de avaliar estoque e resultado não é reconhecido pelos Contadores, pelos Auditores Independentes e tampouco pelo Fisco.

Logo, este método só apresenta a finalidade de cunho gerencial pela sua praticidade, pois acaba ficando impedido de ser utilizado como critério nas demonstrações contábeis.

2.5 ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO

Para que seja possível realizar uma boa análise do custo de uma produção o contador devem-se utilizar algumas ferramentas que são de extrema importância: a Margem de Contribuição, o Ponto de Equilíbrio, a Margem de Segurança Operacional e a Demonstração do Resultado do Exercício. Elas propiciam informações confiáveis e precisas, tornando-se imprescindíveis no momento em que as informações forem passadas aos gestores independentemente da organização. Para melhores esclarecimentos, será abordado cada um destes indicadores.

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28 2.5.1 Margem de contribuição

A margem de contribuição é toda aquela calculada sobre o preço de venda do produto, levando em consideração a dedução dos custos e despesas variáveis incorridos sobre o produto. Conforme Mello et al (2012, p.8), “[...] Um conceito muito importante é o da margem de contribuição, que é a diferença entre as receitas e os custos e despesas variáveis, significando a sobra gerada pelas vendas suficiente para cobrir os custos e despesas fixas e formar o resultado da empresa”. Dessa forma, a empresa terá bons resultados, se a margem de contribuição dos produtos vendidos for superior aos custos e despesas variáveis.

Para que seja possível elaborar o cálculo desta margem, pode-se utilizar a seguinte fórmula:

Margem de Contribuição Unitária= Preço de Venda –(Custos + Despesas Variáveis Unitários)

Como se pode perceber, a margem de contribuição apresenta o resultado do valor restante de cada produto para a empresa. No entanto, vale ressaltar que junto com este valor apresentado pela margem de contribuição, devem-se deduzir os custos fixos para assim totalizar o lucro que está sendo obtido neste produto.

2.5.2 Ponto de equilíbrio

O ponto de equilíbrio é o responsável por informar qual é a capacidade mínima em que a empresa deve operar para não começar a ter prejuízo, ou seja, seu ponto mínimo é zero o que significa que em indo abaixo deste a empresa esta operando em saldo negativo. Conforme Martins (2001, p.273), “O Ponto de Equilíbrio (também denominado Ponto de Ruptura- Break-even Point) nasce da conjugação dos Custos Totais com as Receitas Totais [...]”. Basso; Didoné (2005, p.72) reconhecem que o ponto de equilíbrio:

[...] Evidencia em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender para que consiga pagar todos os seus custos e despesas variáveis que ela tem, necessariamente, para fabricar e/ou para vender o produto. No ponto de equilíbrio não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou de venda a empresa passa a ter lucros.

Para que o ponto de equilíbrio seja calculado, se faz necessário à utilização de formulas como menciona Dalmacio et al (2013, p.6) em seu artigo:

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RM = CF + LO RM = resultado meta; CF = custos fixos; LO = lucro operacional; MCU MCU = margem de contribuição unitária;

PE = CF PE = ponto de equilíbrio em unidades; CF = custos fixos; MCUm MCUm = margem de contribuição média.

O ponto de equilíbrio apresenta três formulações diferentes como apresentam Bruni; Famá (2004): ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro. O ponto de equilíbrio contábil possui representação do volume de venda necessária para cobrir os custos, e no qual o lucro é nulo; o ponto de equilíbrio econômico apresenta o faturamento que a empresa precisaria atingir para poder cobrir o capital de investimento; e o ponto de equilíbrio financeiro é aquele que corresponde à quantidade que iguala a receita total da empresa somando os gastos oriundos de desembolsos financeiros.

O ponto de equilíbrio é de grande valia para fins gerenciais, uma vez que este indicador facilita a tomada de decisão, além de ser um método que se adapta a qualquer meio organizacional.

2.5.3 Margem de segurança operacional

A Margem de Segurança Operacional, pode-se dizer que é a diferença entre as unidades que foram vendidas, versus a quantidade que se encontra no seu ponto de equilíbrio. Essa diferença indica o quanto às vendas de produtos podem baixar sem que a empresa possa apresentar um prejuízo.

Vieira; Rossi; Pocai (2003, p.45) sustentam que “[...] o cálculo da margem de segurança resulta da quantidade efetivamente vendida e a quantidade no ponto de equilíbrio. MSO= Quantidade Vendida- Quantidade no Ponto de Equilíbrio”. Esta margem de segurança operacional pode ser calculada tanto em valores monetários, em unidades de produto, ou até mesmo em porcentual.

Os autores ainda complementam (2003, p.46) “Na margem de segurança operacional percebe-se a quantidade de unidades que a empresa tem de vender além do ponto de equilíbrio, ou seja, após cobrir todas as despesas fixas e o custo de aquisição da mercadoria [...]”.

Dessa forma, a margem de contribuição é um grande indicativo financeiro, pois através dela é possível manter-se informado se a empresa está operando de forma segura, com indicadores positivos, ou apresentando resultados insatisfatórios. Vale destacar que esta margem leva em consideração suas vendas e o ponto de equilíbrio.

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30 2.6 CUSTOS AGRÍCOLAS

Os produtores rurais, por vezes, não tem grandes conhecimentos dos custos agrícolas, e acabam calculando-os de forma equivocada. Para isso, é de grande valia que o produtor possa ter um suporte na contabilidade gerencial, mais precisamente a área de custos voltados ao setor agrícola, a fim de que possa obter resultados mais precisos, tanto de operações

agrícolas quanto no que se refere à produção. Nachiluk;Oliveira propõem que:

[...] a utilização de estimativas de custos de produção na administração de empresas agrícolas assume importância crescente, quer na análise da eficiência da produção de determinada atividade, quer na análise de processos específicos de produção, os quais indicam o sucesso de determinada empresa no esforço de produzir. Ao mesmo tempo, à medida que a agricultura vem se tornando mais competitiva e com a redução da intervenção governamental no setor, o custo de produção transforma-se em um importante instrumento do processo de decisão. Assim, se por um lado os custos de produção vêm aumentando a sua importância na administração rural, na determinação de eficiência na produção e no planejamento de empresas, por outro as dificuldades de estimá-los só recentemente começaram a ser reduzidas, à medida que aumentou a adoção da informática na gestão das empresas agropecuárias (2012, p.2).

Dessa forma, a (CONAB, 2010, p.9) contribui:

A produção na atividade agrícola, pelas suas particularidades, exige escolhas racionais e utilização eficiente dos fatores produtivos. Esse processo de tomada de decisão reflete no seu custo total, que, por sua vez, impacta os resultados ótimos da atividade. O custo da produção agrícola é parte essencial para a gestão do empreendimento rural e o seu acompanhamento pelo Estado é importante para a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas.

A agricultura vem se desenvolvendo cada vez mais, e para isso os produtores devem buscar meios de maximizar a sua produção e minimizar os seus custos. Da mesma forma como a adoção da informática, que tem facilitado na autonomia de estimar os custos de produção, visando cada vez mais atingir bons indicadores econômicos.

Os custos na agricultura são bastante amplos, pois abordam muitos fatores que podem ser levados em consideração. O levantamento destes custos implica em alguns cuidados, pois é possível na agricultura trabalhar fortemente em cima de aumento ou diminuição dos custos agrícolas. No entanto, isso traz alguns efeitos que refletem tanto positiva como negativamente na produtividade. Concordo com Nachiluk; Oliveira (2012) quando relatam que:

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31 A implementação do custo de produção na propriedade possibilitará quantificar seu dispêndio, avaliar se está realizando operações desnecessárias na lavoura e o desembolso realizado ao comprar insumos (adubo, defensivos, inseticidas, nematicidas, controle biológico, etc.). Este detalhamento permitirá uma visão global da situação e possibilitará uma intervenção nos custos por meio da avaliação do impacto do item no custo de produção pela sua participação percentual.

No ramo agrícola podem-se somar diversos custos de produção, pois para se produzir determinada cultura exige-se várias etapas para que de fato, se consiga uma boa produção. Junto com essas etapas vão se incluindo os custos, sejam eles com máquinas, mão-de-obra, ou outros que normalmente os produtores não levam em consideração, como o seguro, depreciação de máquinas, e que influenciam diretamente nos custos.

Os custos de produção são representados por alguns grupos encontrados em qualquer

meio de produção agrícola, comoas máquinas e implementos agrícolas, as benfeitorias, os

agrotóxicos, os fertilizantes, as mudas e sementes, a mão de obra e os encargos sociais e trabalhistas, dentre outros. A (CONAB, 2010, p.29) reconhece que:

As máquinas e os implementos agrícolas são projetados para realizar a execução de operações em diversas fases do cultivo (correção e preparo do solo, plantio, trato cultural, colheita e pós-colheita) e devem ser utilizadas de acordo com as suas características e com as necessidades do plantio. O levantamento dos coeficientes técnicos, que são observados a partir do seu uso, se traduzem em impactos importantes nos custos de produção agrícola.

Já com relação às benfeitorias, (CONAB, 2010, p.32) sublinha:

As benfeitorias são obras ou serviços realizados num bem com o intuito de aproveitá-lo e conservá-lo e que não podem ser retirados sem destruição ou dano. Podem ser necessárias, úteis ou recreativas e são assim classificadas: a) não-reprodutivas: são aquelas que por se acharem aderidas ao chão, não são negociáveis e nem rentáveis separadamente das terras; b) reprodutivas: podem ser definidas como as culturas comerciais ou domesticas que, embora não negociáveis separadamente do solo, poderão ter colocação em separado, para base de negócios de propriedades rurais [...].

Os agrotóxicos variam conforme cada cultura, pois “[...] são classificados de acordo com a praga que combatem e são denominados de acaricidas, bactericidas, fungicidas, herbicidas, inseticidas, nematicidas, rodenticidas e moluscicidas” (CONAB, 2010, p.34).

O fertilizante “[...] é substância mineral ou orgânica, natural ou sintética, fornecedora de um ou mais nutrientes vegetais. Aplicados ao solo ou diretamente nas plantas, concorre para o aumento da produtividade [...]” (CONAB, 2010, p.34).

Com relação à mão de obra, a (CONAB, 2010, p.40) diz que “[...] de acordo com as legislações em vigor, o trabalhador rural é a pessoa física que presta serviço a outra pessoa

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32

física ou jurídica que explore atividades agro econômicas, independente da exploração ser permanente ou temporária [...]”.

Estes são exemplos de alguns dos principais custos de produção encontrados em uma

propriedade rural, e responsáveis por todos os processos de cultivos sendo indispensáveis para qualquer produtor, apesar de apresentarem custos a serem agregados à produção final. Assim os custos agrícolas devem estar muito bem claros para o proprietário, uma vez que, podem comprometer a lucratividade desta atividade.

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33 3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Este estudo aborda o levantamento de custos de produção, quantidade produzida e o resultado alcançado individualmente por cultura em uma propriedade rural. Logo, são aplicadas as formas de gestão de custos cabíveis para este tipo de atividade.

Dessa forma, foi classificado de acordo com sua natureza, seus objetivos, da abordagem do problema e seus procedimentos técnicos.

3.1 CLASIFICAÇÃO DA PESQUISA

A seguir as devidas formas de classificações da pesquisa com seus respectivos conceitos utilizadas no estudo em questão.

3.1.1 Quanto à sua natureza

Existem duas formas de natureza de pesquisa, podendo ser básica ou aplicada. Assim, Ander-Egg (1978 apud LAKATOS; MARCONI, 1990, p.19) menciona:

Pesquisa básica, pura ou fundamental. É aquela que procura o progresso científico, a ampliação de conhecimentos teóricos, sem a preocupação de utilizá-los na prática [...]. b) Pesquisa aplicada. Como o próprio nome indica, caracteriza-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados sejam aplicados ou utilizados, imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na realidade.

O método de pesquisa utilizado neste estudo é a pesquisa aplicada, pois é aquela em que origina informações que são analisadas e aplicadas como forma de solução de possíveis problemas encontrados na organização.

3.1.2 Quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos, este estudo se classifica como uma pesquisa descritiva. Gil (1999) descreve, “[...] como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis [...] e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados” (p.44).

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Dessa forma, este estudo pretende contemplar em seus objetivos, a pesquisa, descritiva, que detalha a propriedade e suas movimentações entorno da produção de grãos, como forma de melhorar e aprofundar os conhecimentos no gerenciamento rural.

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema

De acordo com a forma de abordagem do problema, este pode ser classificado em dois aspectos, podendo ser qualitativamente ou, quantitativamente. Minayo; Gomes postulam que (2008, p.21) “[...] ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e atitudes [...]”.

Esta pesquisa caracteriza-se como qualitativa, levando-se em consideração que as informações são disponibilizados diretamente pelo proprietário, dispensando o uso da forma quantitativa que leva em consideração o uso de ferramentas estatísticas.

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Para o embasamento teórico, o estudo se utilizou inicialmente da pesquisa bibliográfica, que de acordo com Gil (1999, p.65), “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

Nesse mesmo contexto, tem-se o estudo de caso, com a seguinte afirmação mencionada por Gil (1999, p.72/73) “O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetivos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos”.

Também contou com a utilização de pesquisa documental. Nesse sentido,

A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. (GIL, 1999, p.66).

Este estudo utilizou como base de informação os procedimentos técnicos citados anteriormente, que foram: pesquisa bibliográfica, estudo de caso e pesquisa documental, além de ter sido embasado em artigos publicados online.

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35 3.2 COLETA DE DADOS

Na coleta de dados são obtidas todas as bases informativas, que deram consistência ao presente estudo. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista com o dono da propriedade rural, na qual pode-se obter dados essenciais para o estudo.

Nesta coleta de dados, foram consultados e levantados junto com o proprietário, os custos de formação da lavoura, de acordo com cada cultura, além dos custos referentes também a comercialização da produção. A partir do levantamento detalhado dos custos que incorrem sobre a produção de grãos na propriedade em estudo, efetuou-se uma análise mais detalhada e específica da contabilidade.

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados

No estudo em questão, contemplaram-se basicamente duas formas de instrumentos de coleta de dados: a observação não estruturada e a entrevista.

Na observação não estruturada o observador monitora todos os aspectos do fenômeno que se mostram importantes para o problema em foco – por exemplo, observar crianças brincando com novos brinquedos. Esta forma de observação é adequada quando o problema ainda precisa ser formulado com precisão, tornando-se necessária flexibilidade para identificar os componentes-chave do problema e para formular hipóteses (ZAMBERLAN et al., 2014, p. 119).

Com relação à entrevista, utilizou-se da entrevista em profundidade, que é conceituada por Zamberlan et al. (2014, p. 121):

As entrevistas em profundidade caracterizam outra técnica para você obter dados qualitativos. Ela é uma entrevista não estruturada, direta, pessoal, em que um único respondente é entrevistado de cada vez por um entrevistador altamente treinado, para descobrir motivações, crenças, atitudes e sensações com relação a algum assunto.

Dessa forma, tanto a observação não estruturada e a entrevista em profundidade, foram de extrema importância no decorrer deste trabalho, porque trouxeram informações e dados necessários para a pesquisa do tema em questão.

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36 3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

Com relação à análise e interpretação de dados, estão estruturados em planilhas contendo todas as informações necessárias para a elaboração completa e detalhada do estudo. Estas informações foram consultadas diretamente com o dono da propriedade rural, e baseada nas informações elaborou-se os devidos cálculos em planilha e a devida interpretação e analise dos mesmos.

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37 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este estudo foi efetuado visando apresentar de forma clara e consistente o detalhamento das informações. Além de, respectivamente, levantar as informações necessárias para que fosse possível realizar a avaliação dos custos e a representatividade do resultado na propriedade em estudo.

4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO

Apresentam-se as etapas e processos utilizados para a produção de grãos, das culturas de soja, trigo, aveia branca e aveia preta. Por sua vez, os processos de cultivos possuem algumas diferenças, por se tratarem de culturas diferentes, além da redução de custos devido o valor de venda no mercado.

Esta produção compreendeu uma propriedade localizada na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, no município de Jóia. Quando efetuado o estudo, a propriedade estava cultivando naquele período (2011/2012) com 332 hectares, sendo que no verão, apenas a soja. No inverno 180 hectares de trigo, 70 hectares de aveia preta, 30 hectares de aveia branca, e o restante cerca de 52 hectares, não estavam sendo cultivadas nenhuma cultura, pois eram compostas por áreas improprias pra cultivo de inverno e áreas em descanso para o início de plantio da soja mais no cedo. As culturas apresentaram uma média de cerca de 20 sacas de soja por hectare, 45 sacas de trigo por hectare, 60 sacas de aveia branca por hectare e cerca de 32 sacas de aveia preta por hectare.

4.1.1 Soja

Esta cultura é cultivada no período de outubro até abril, e pode variar o ciclo de dias que a cultura leva até a sua colheita de acordo com as condições climáticas, como dias de luminosidade, calor e umidade, bem como o próprio ciclo que cada variedade que a soja possui, além do dia em que foi plantada. Na propriedade o plantio da soja iniciou no fim da segunda quinzena do mês de outubro e terminou na primeira quinzena do mês de novembro. Já a colheita ocorreu durante o mês de abril.

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Figura 01- Fluxograma ciclo da produção da soja

Fonte: Dados conforme pesquisa

Na figura 1, está representado o fluxograma de todo o ciclo de produção da cultura da soja na propriedade. Em um primeiro momento, são realizados os reparos no solo para o plantio, como emparelhamento de valetas resultantes de erosão das chuvas, dentre outros. Nesta mesma etapa é realizada a aplicação dos herbicidas como forma de controle das ervas invasoras com um pulverizador e um caminhão tanque.

Já na etapa seguinte é feito o preparo das sementes necessárias para o plantio, a maior parte semente própria, e a outra parte é comprada em empresas, que são devidamente tratadas com inseticidas, fungicidas e micronutrientes, deixando-a pronta para o plantio. Juntamente com esta, vem o preparo da adubação que será distribuído junto no plantio através de duas plantadeiras e dois tratores, que nesta mesma etapa são devidamente reguladas para plantar a quantidade devida de grãos por metro linear de acordo com cada variedade da soja, ocorrendo assim o plantio das sementes e a adubação.

A germinação da soja ocorre por volta de cinco a sete dias dependendo das condições de umidade no solo. Quando ela atinge aproximadamente, vinte a vinte e cinco dias do seu estágio vegetativo, novamente é aplicado os herbicidas para o controle de ervas daninhas, que estão prejudicando o seu desenvolvimento. Quando esta começa o fechamento das linhas é efetuado o primeiro tratamento de fungicida via aérea juntamente com os inseticidas, após o vencimento deste, é aplicado à segunda aplicação de fungicida e

Preparo do solo, aplicação dos herbicidas Preparo sementes, adubo e implementos

Plantio das sementes com adubo Aplicação de herbicidas 1ª Aplicação de tratamento e inseticidas 2ª Aplicação de tratamento com adubação foliar e inseticida 3ª Aplicação de tratamento e inseticidas Colheita, transporte

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inseticida juntamente com adubação foliar para um melhor florescimento e enchimento de grãos. Após o período de carência do tratamento anterior, ocorre uma terceira aplicação de fungicida e inseticida. Logo, a maturação da soja vem à colheita com o auxílio de duas colheitadeiras e o transporte com dois caminhões, seguido da armazenagem dos grãos que quando atingirem os preços pretendidos pelo produtor serão vendidos.

4.1.2 Trigo

O trigo é uma cultura típica de clima com predominância de temperaturas baixas, cultivada no período do inverno, pois é quando a temperatura encontra-se propicia para este, pois não necessita de grandes volumes de umidade no solo para seu desenvolvimento e sim bastante frio para que não ocorra grande incidência de fungos prejudiciais aos trigais muito comuns em climas quentes e úmidos. O trigo possui uma janela de plantio bastante ampla, compreendendo da segunda quinzena de maio até a primeira quinzena de julho, ficando a critério do produtor qual a melhor época de cultiva-lo, pois a produção pode ser comprometida caso ocorra à formação de geada durante o espigamento.

Na propriedade esta cultura foi plantada durante o mês de junho, sendo que a sua colheita ocorreu durante a segunda quinzena de outubro e a primeira quinzena de novembro. Esta safra apresentou resultados medianos, pois parte da área de cultivo foi afetada com a formação de geada o que reduziu a media total da lavoura.

Figura 02- Fluxograma do ciclo de produção do trigo

Fonte: Dados conforme pesquisa Preparo do solo, das sementes e adubo Aplicação dos herbicidas Plantio das sementes Aplicação de adubo a lanço Aplicação de uréia a lanço e 2ª aplicação de herbicida 1º tratamento 2º tratamento e inseticida 3º tratamento e inseticida Colheita Transporte e armazenagem Venda do produto

Referências

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