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Diferenciabilidade dos expoentes de Lyapunov

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Academic year: 2021

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(1)

Thiago Fanelli Ferraiol

Diferenciabilidade dos expoentes de Lyapunov

Campinas

2012

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(3)

Universidade Estadual de Campinas

Instituto de Matemática, Estatística

e Computação Científica

Thiago Fanelli Ferraiol

Diferenciabilidade dos expoentes de Lyapunov

Orientador: Prof. Dr. Luiz Antonio Barrera San Martin

Tese de doutorado apresentada ao Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp para obtenção do título de Doutor em Matemática Este exemplar corresponde à versão final da tese

defendida pelo aluno Thiago Fanelli Ferraiol

e orientada pelo prof. Dr. Luiz Antonio Barrera San Martin

Assinatura do Orientador

CAMPINAS 2012

(4)

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA POR MARIA FABIANA BEZERRA MULLER - CRB8/6162

BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE MATEMÁTICA, ESTATÍSTICA E COMPUTAÇÃO CIENTÍFICA - UNICAMP

Ferraiol, Thiago Fanelli,

F41d FerDiferenciabilidade dos expoentes de Lyapunov / Thiago Fanelli Ferraiol. – Campinas, SP : [s.n.], 2012.

FerOrientador: Luiz Antonio Barrera San Martin.

FerTese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica.

Fer1. Lyapunov, Expoentes de. 2. Lie, Grupos de. 3. Variedades flag. 4. Fibrados (Matemática). 5. Aplicações diferenciáveis. I. San Martin, Luiz Antonio Barrera,1955-. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica. III. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em inglês: Differentiability of Lyapunov exponents Palavras-chave em inglês:

Lyapunov exponents Lie Groups

Flag manifolds

Fiber bundles (Mathematics) Differentiable maps

Área de concentração: Matemática Titulação: Doutor em Matemática Banca examinadora:

Luiz Antonio Barrera San Martin [Orientador] Ali Tahzibi

Josiney Alves de Souza

Lorenzo Justiniano Díaz Casado Pedro José Catuogno

Data de defesa: 10-12-2012

Programa de Pós-Graduação: Matemática

Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)

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Resumo

Nesta tese apresentamos resultados que fornecem a regularidade dos expoentes de Lyapunov com uma abordagem via teoria de Lie. A generalização dos expoentes de Lyapunov para uxos em brados ag associados a um brado principal é utili-zada para obter a diferenciabilidade de certas combinações lineares do espectro de Lyapunov. Essas combinações que são diferenciáveis são determinadas a partir da caracterização da decomposição de Morse mais na do uxo nos brados ag. A diferenciabilidade é tomada com repeito à perturbação do uxo por elementos do grupo de calibre do brado principal.

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Abstract

In this thesis we present results about regularity of Lyapunov Exponents via a Lie Theory approach. The generalization of Lyapunov Exponents for ows in ag bundles is used to obtain the dierenciability of certain linear combinations of the Lyapunov spectra. This specic combinations that are dierentiable are determined by the caracterization of the nest Morse decomposition of the ows on ag bundles. The dierenciability is taken with respect to the perturbation of the ow by elements in the gauge group of the principal bundle.

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Agradecimentos

Realizar um trabalho de pesquisa e desenvolvimento cientíco está muito longe de qualquer atividade mecânica ou burocrática. É comum car dias e dias pensando até conseguir (ou não) demonstrar aquele resultado, e depois levar outros tantos dias para elaborar a melhor maneira de enunciá-lo e desenvolvê-lo a m de mostrar seu real signicado e sua importância. Tantos dias para desenvolver apenas algumas páginas é uma dura característica do trabalho cientíco, de modo que a pequena produção muitas vezes não revela o árduo trabalho realizado. Digo isso antes dos agradecimentos pois muitas vezes aqueles que estão de fora do meio acadêmico e que fazem parte de nossas vidas não compreendem completamente essa realidade, mostrando que a conança que depositam em nós e no nosso trabalho é, acima de qualquer coisa, uma questão de fé.

Faço, então, meus sinceros agradecimentos:

• À pessoa que caminhou ao meu lado desde a época do colégio, que sempre me incentivou e compreendeu, e teve fé em mim em todos os momentos dessa jor-nada. Taty, minha anjinha, você foi fundamental para o rumo da minha vida. Sem o teu carinho e apoio nos momentos que me faltaram forças dicilmente teria conseguido terminar esse trabalho. Eu te amo!

• Ao meu pai e à minha mãe por sempre buscar me oferecer o melhor. Apesar de todas as circuntâncias difíceis que passamos, vocês sempre me ensinaram a reetir sobre a vida e me mostraram como tirar um aprendizado de cada nova situação.

• Aos meus irmãos, Philippe e Lucas, agradeço pela amizade incondicional. É indescritível a felicidade que sinto quando estou perto de vocês!

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xii

• Aos meus avós, Nida e Hélio, e Maria Olga e Amaury. Aos meus sogros, Will e Denise, e ao meu cunhado Rafael, que sempre torceram por mim e souberam encurtar com pensamentos positivos a distância física.

• Ao meu orientador, Luiz San Martin, por jamais desprezar uma dúvida e por sempre tentar me explicar conceitos complexos com palavras simples. Muito obrigado por toda a ajuda!

• Aos membros da banca examinadora, os professores Ali Tahzibi, Lorenzo Díaz, Josiney Alves e Pedro Catuogno, pelos comentários e sugestões sobre a tese, além de todos os direcionamentos que vão me ajudar a continuar este trabalho. • Aos colegas do grupo de Teoria de Lie, Lonardo Rabelo, Luciana Alves, Ariane dos Santos, Janete Ferrareze, Conrado Lacerda, Adriano da Silva, Lucas Seco e Mauro Patrão, por todas as conversas, seminários e discussões sobre essa empolgante área.

• A todos meus companheiros de doutorado pela companhia e discussões sobre matemática, principalmente na época do primeiro exame de qualicação. Em particular aos amigos Lino Grama, Ricardo Martins, Luis Roberto Lucinger, Lonardo Rabelo, Thiago Castilho, Eduardo Neves, Anderson Albuquerque, Angelo Bianchi, Wellington Assunção, João Paulo Bressan e Durval Tonon. A amizade com vocês criou um ambiente tão bom que chegar cedo ou ir embora tarde para poder car mais tempo estudando nunca foi um sacrifício.

• À todos os professores, amigos e colegas de trabalho da UEM e da Unicamp que contribuiram para minha formação e que, assim como eu, vêem na educação a única maneira de tornar nosso país mais justo e democrático.

• À todos que, de uma forma ou de outra, colocaram um tijolinho nessa cons-trução. Nossa organização em sociedade é tão complexa e segmentada que muitas vezes não enxergamos e não damos valor àqueles que nos suportam in-diretamente, de modo que este agradecimento deve ser entendido da maneira mais geral possível.

• À Fapesp (processo 2007/07610-8) pelo apoio nanceiro.

Thiago Ferraiol Dezembro/2012

(13)

Sumário

0 Estrutura da tese 1

0.1 Apresentação do problema e resultados . . . 1

0.2 Estrutura dos capítulos . . . 4

1 Preliminares 7 1.1 Semigrupos e tipo parabólico . . . 7

1.1.1 Conjuntos de Controle . . . 7

1.1.2 Conjuntos de Controle em variedades Flag e tipo parabólico de semigrupos . . . 8

1.2 Decomposições de Morse e tipo parabólico de uxos . . . 12

2 Estruturas diferenciáveis 19 2.1 Seções em brados vetoriais . . . 20

2.1.1 Topologia do espaço de seções do brado vetorial . . . 20

2.1.2 Diferenciabilidade da aplicação induzida no espaço de seções . 22 2.2 Espaços de funções . . . 25

2.2.1 Estrutura diferenciável (Variedade de Banach) . . . 25

2.2.2 Regularidade de aplicações em espaços de funções . . . 27

2.2.3 Mergulhos de espaços de funções equivariantes . . . 28

2.3 Seções em brados associados . . . 30

2.3.1 Seções e funções equivariantes . . . 30

2.3.2 Estrutura diferenciável no espaço de seções . . . 32

2.3.3 Mergulhos de espaços de seções em espaços de funções . . . . 37

2.3.4 Diferenciabilidade . . . 40 xiii

(14)

SUMÁRIO xiv

2.4 Grupo de Calibre . . . 42

2.4.1 Estrutura topológia (métrica) do grupo de Calibre . . . 43

2.4.2 Estrutura diferenciável (Grupo de Lie de Banach) . . . 45

2.4.3 Diferenciabilidade da ação do grupo de Calibre no espaço de seções . . . 47

3 Expoentes de Lyapunov 49 3.1 Expoentes de Lyapunov clássicos . . . 49

3.2 Expoentes de Lyapunov vetoriais . . . 53

3.2.1 Cociclos e decomposições . . . 53

3.2.2 Teorema Ergódico Multiplicativo . . . 57

3.3 Relações entre os expoentes clássicos e os vetoriais . . . 63

4 Resultados sobre o tipo parabólico de Morse e de Lyapunov 69 4.1 Linearização em brados Flag . . . 69

4.2 Perturbação da componente de Morse atratora . . . 72

4.3 O tipo parabólico de Lyapunov e as componentes de Morse . . . 77

5 Diferenciabilidade dos Expoentes 81 5.1 Diferenciabilidade dos cociclos aditivos . . . 81

5.2 Diferenciabilidade dos expoentes de Lyapunov . . . 84

5.2.1 Variação das medidas suportadas na componente de Morse atratora . . . 86

5.2.2 Demonstração do Teorema principal . . . 89

6 Exemplos 91 6.1 Denição do contexto . . . 91

6.2 Exemplos . . . 93

A Teoria de Lie 97 A.1 Notações para álgebras e grupos de Lie . . . 97

A.2 Flags de Subespaços . . . 101

A.3 Subálgebras opostas, subespaços transversais e Flag dual . . . 102

(15)

Cap´ıtulo

0

Estrutura da tese

0.1 Apresentação do problema e resultados

O objetivo principal deste trabalho é mostrar como a estrutura dos grupos e álgebras de Lie fornece ferramentas para uma análise mais na de alguns sistemas dinâmicos. Nesta tese nós provamos a diferenciabilidade de certas combinações do espectro de Lyapunov de um uxo contínuo num brado vetorial. O resultado pro-vado aqui teve como base o teorema de Ruelle [17], onde ele prova que o maior expo-ente de Lyapunov depende analiticamexpo-ente de uxos que deixam invariante uma certa família de cones no brado vetorial. Nesta tese nós não assumimos essa hipótese e, ao invés disso, utilizamos a classicação e a descrição algébrica da decomposição de Morse mais na de uxos em brados Flag.

Para descrever os resultados obtidos, considere π : Q → X um brado principal contínuo com grupo de Lie redutível G e base um espaço topológico compacto X. Um endomorsmo φ : Q → Q intercambia as bras de Q e assim induz uma aplicação f : X → X na base tal que π ◦ φ = f ◦ π. Assumiremos que tanto φ quanto f são contínuos e que f é um homeomorsmo no caso de φ ser um automorsmo. Consideraremos ainda uma medida de probabilidade f-invariante ν na base X com supp ν = X.

Para o caso em que Q = X × G é um brado trivial, então o automorsmo φ é da forma φ(x, g) = (f(x), T (x)g), onde T : X → G é uma aplicação contínua. Essa

(16)

Seção 0.1 - Apresentação do problema e resultados 2

aplicação gera o cociclo ρ : Z × X → G sobre f dado por

ρ(n, x) =          T (fn−1(x)) · T (fn−2(x)) · · · T (x) se n ≥ 1 Id se n = 0 T (f−n(x))−1· T (f−(n−1)(x))−1· · · T (f−1(x))−1 se n ≤ 1 .

A taxa de crescimento exponencial de φn(q), q ∈ Q, pode ser medida tanto

pela decomposição de Iwasawa G = KAN quanto pela decomposição polar G = K(clA+)K, com A+⊂ A. Essas decomposições podem ser levadas para o brado Q

na forma Q = R · AN ou Q = R · (clA+)K, onde R é uma K-redução de Q. Desta

forma a taxa de crescimento exponencial é medida tomando a A-componente ou a A+-componente de φn(q).

A componente proveniente da decomposição de Iwasawa fornece um cociclo adi-tivo aφ(n, ξ) ∈ a sobre o uxo induzido no brado ag maximal associado E =

Q ×GF = R ×K F, onde a é a álgebra de Lie da componente vetorial A. Por outro

lado, considerando a decomposição polar e tomando a clA+-componente de φn(q)

obtemos um cociclo subaditivo a+

φ(n, x)sobre o uxo na base X.

A partir desses cociclos deni-se o expoente de Lyapunov de φ na direção do ag ξ ∈ E pelo limite

λ(ξ) = lim

n→∞

1

naφ(n, ξ) ∈ a,

cuja existência é garantida pelo teorema ergódico vetorial demonstrado em [2] (ver teorema 3.2.3 nesta tese). Tomando o limite do cociclo subaditivo obtido a partir da decomposição polar obtemos o expoente polar de φ dado por

Λ+φ(x) = lim n→∞ 1 na + φ(n, x) ∈cla +.

No contexto clássico em que o grupo de Lie é um grupo linear (G = Gl(n, R) ou algum de seus subgrupos fechados como Sl(n, R), Sp(n, R), etc.), mostramos que os limites denidos acima fornecem todo o espectro de Lyapunov. O expoente de Lyapunov na direção de um ag será essencialmente uma matriz diagonal formada pelos expoentes de Lyapunov clássicos. Já o expoente polar fornece uma matriz diagonal com os expoentes de Lyapunov bem ordenados (veja a seção 3.3 desta tese).

Seja agora G o grupo de calibre de Q, isto é, o grupo dos automorsmos que induzem na base X a aplicação identidade. Esse grupo possui uma estrutura de variedade de Banach (ver seção 2.4). Se γ ∈ G então γ ◦ φ é um automorsmo

(17)

Cap. 0 - Estrutura da tese 3

de Q que induz a mesma aplicação f na base. Com relação a esse automorsmo perturbado, temos que o expoente polar (ou o espectro de Lyapunov no contexto clássico) é dado ν-q.t.p. por Λ+

γφ(x). Nesses termos o resultado principal desta tese

diz que

Teorema. Para escolhas adequadas de funcionais α ∈ a∗, temos que

γ ∈ G 7−→ Z

X

α Λ+γφ(x) ν(dx) ∈ R (1) é uma aplicação diferenciável.

A escolha adequada dos funcionais α é feita a partir da caracterização algébrica da decomposição de Morse mais na do uxo φn em E

Θ= X × FΘ dado por

φn(r · b) = φn(r) · b, r ∈ R, b ∈ FΘ,

onde FΘ = G/PΘ é uma variedade ag de G. As decomposições de Morse desse tipo

de uxo foram estudadas em [6] e [14] (veja também [22] para uma abordagem nos brados projetivos).

Para facilitar a descrição, suponha Q = X × G. Pelos resultados desses artigos a decomposição de Morse mais na sempre existe e é caracterizada algebricamente da seguinte maneira: existe HMo ∈cla+ (ou hMo = exp HMo ∈clA+), e uma aplicação

contínua

σφ: X → A(HMo),

onde A(HMo) = {ghMog−1 | g ∈ G} é a órbita dos conjugados de hMo, tal que as

componentes de Morse da decomposição mais na são dadas em cada bra pelas componentes conexas de

{x} ×xΘ(σφ(x)),

onde xΘ(σφ(x)) é o conjunto dos pontos xos da ação de σφ(x) ∈ G em FΘ.

Por exemplo, para o caso em que G = Gl(n, R) temos que hMo é uma matriz

diagonal com entradas positivas e σφ(x) é uma matriz conjugada a hMo. Os pontos

xos de σφ(x)nos ags de G são formados pelos seus autoespaços. No caso em que o

Flag é o espaço projetivo RPn−1 a decomposição de Morse corresponde exatamente

à decomposição de Whitney de X × Rn.

Com essa caracterização nosso resultado diz então que a aplicação (1) é dife-renciável se o funcional α for denido por um elemento Hα, isto é α = hHα, ·i, tal

que

(18)

Seção 0.2 - Estrutura dos capítulos 4

Em termos de matrizes, essa inclusão diz essencialmente que Hα deve ser menos

regular que HMo, ou melhor, que a multiplicidade de cada autovalor de Hα deve

ser a soma das multiplicidades de alguns autovalores de HMo. Por exemplo se G =

Gl(n, R), a for o espaço das matrizes diagonais e HMo for uma matriz diagonal com

autovalores λ1 > λ2 > · · · > λk e multiplicidades d1, d2, . . . , dk, então a aplicação

(1) será diferenciável para os funcionais da forma

diag(a1, . . . , an) 7→ a1+ · · · + adi

e suas combinações lineares.

Com isso temos, por exemplo, que se HMo tiver um autovalor dominante (maior

que todos os outros) de multiplicidade um, então podemos escolher α como sendo o funcional λ1(diag(a1, . . . , an)) = a1, o que nos fornece a diferenciabilidade da

aplicação

γ ∈ G 7−→ Z

X

λ1(x, γφ) ν(dx) ∈ R, (2)

onde λ1(x, γφ) é o maior expoente de Lyapunov de γφ. Esse é exatamente o caso

dos uxos que preservam uma família de cones apresentada no artigo do Ruelle [17].

0.2 Estrutura dos capítulos

Capítulo 1

É apresentada a ideia inicial para a abordagem dos problemas de dinâmica via teoria de Lie. Tal abordagem consiste na classicação dos conjuntos de controle para a ação de semigrupos de grupos de Lie semissimples nas variedades ag FΘ,

proveniente do trabalho de San Martin-Tonelli [21]. Ainda nesse capítulo mostramos como essa estrutura dos semigrupos fornecem a caracterização das componentes de Morse de automorsmos em brados Flag, conforme Braga-San Martin [6] e Patrão-San Martin [14]. A descrição algébrica das componentes de Morse é de fundamental importância para este trabalho, uma vez que as condições de regularidade dos ex-poentes de Lyapunov serão dadas em função dessa classicação.

Capítulo 2

Apresentamos uma série de resultados sobre estruturas diferenciáveis e diferen-ciabilidade de aplicações entre espaços de seções de brados e espaços de funções.

(19)

Cap. 0 - Estrutura da tese 5

Tais resultados, apesar de poderem ser encontrados em alguns livros sobre análise não linear, como o livro de Palais [13], não possuem formalizações clássicas e por isso decidimos apresentá-los nesta tese. Ao longo do texto estamos particularmente interessados nos espaços de seções contínuas de brados associados Q ×G F, onde

Q → X é um G-brado principal contínuo sobre um espaço topológico compacto X, com G um grupo de Lie, F um espaço homogêneo de G, e assumimos que Q admite uma K-redução compacta R. O espaço das seções contínuas de Q ×GF possui uma

estrutura de variedade de Banach e, identicado-o com o conjunto das funções equi-variantes de Q (ou de R) em F , mostramos que ele é uma subvariedade mergulhada da variedade de Banach das funções contínuas de R em F , denotado no texto por C(R, F ). Com essa identicação e com a estrutura diferenciável clássica em C(R, F ), obtemos a diferenciabilidade de algumas aplicações envolvendo esses espaços, bem como expressões para a derivada delas. Em particular, consideramos a ação natural do grupo de calibre do brado Q no espaço de seções e mostramos que essa ação é diferenciável. A diferenciabilidade dessa aplicação é um dos pontos chave para se poder perturbar diferenciavelmente as componentes de Morse nos brados ag e assim obter as condições para a regularidade dos expoentes de Lyapunov.

Capítulo 3

O capítulo é destinado à apresentação da generalização dos expoentes de Lya-punov para uxos em brados Flag. Essa generalização se iniciou com o trabalho de Kaimanovich [11], onde ele obtém uma versão do teorema ergódico multiplica-tivo para sequências regulares em espaços simétricos, e mais tarde foi desenvolvida para o contexto de uxos em brados ag por San Martin-Seco [20] e Alves-San Martin [2]. Nas duas primeiras seções desse capítulo apresentamos os conceitos de expoentes de Lyapunov, tanto no caso clássico para uxos em brados vetoriais (ou projetivos) quanto no caso de uxos em brados ag, e enunciamos os teoremas er-gódicos multiplicativos que foram demonstrados nos artigos citados acima. Por m, na última seção, mostramos para o caso de uxos em brados vetoriais induzidos por cociclos a valores no grupo Sl(n, R), as relações entre o contexto clássico e o contexo generalizado. Essas relações são essenciais para se obter resultados para os expoentes de Lyapunov clássicos a partir da generalização proposta, mostrando assim a importância de se considerar tal generalização.

(20)

Seção 0.2 - Estrutura dos capítulos 6

Capítulo 4

São apresentados os resultados técnicos sobre perturbações de automorsmos e suas implicações nas componentes de Morse. Essas relações fornecem estimati-vas para o espectro de Lyapunov. Além disso, apresentamos na última seção desse capítulo as relações entre as componentes de Morse e de Oseledet (proveniente do teorema ergódico multiplicativo vetorial). Mais especicamente, seguindo Alves-San Martin [3], é apresentada um resultado no contexto de brados ag da inclusão das componentes de Oseledets nas componentes de Morse. Tal decomposição já era co-nhecida no contexto de brado projetivos (corolário 5.5.17 de [7]).

Capítulo 5

É destinado à demonstração do resultado principal desta tese, descrito no co-meço desta apresentação.

Capítulo 6

Apresentamos alguns exemplos e aplicações do resultado à teoria clássica, for-necendo diferenciabilidade e estimativas dos expoentes de Lyapunov a partir dos cociclos que os denem.

(21)

Cap´ıtulo

1

Preliminares

Neste capítulo pretendemos apresentar os principais resultados sobre decomposi-ções de Morse, conjuntos de controle em brados Flag, tipo parabólico de semigrupos e de uxos que estão presentes numa série de artigos e teses que antecederam esse trabalho. As referências principais para esse capítulo preeliminar são [6], [14], [19] e [21].

1.1 Semigrupos e tipo parabólico

1.1.1 Conjuntos de Controle

Seja S um semigrupo agindo num espaço X. Diz-se que o semigrupo S é acessível em x ∈ X se int(Sx) 6= ∅. Se S for acessível para todo x ∈ X, diz-se apenas que S é acessível. Nos casos que trataremos os semigrupos serão, em grande maioria, semigrupos de grupos de Lie, com interior não vazio, agindo em espaços homogêneos, de forma que essa propriedade de acessibilidade será sempre satisfeita.

Denição 1.1.1. Um subconjunto D ⊂ X é um conjunto de controle para a ação de S se

1. intD 6= ∅;

2. D ⊂ fe(S · x), para todo x ∈ D;

3. D é maximal com relação às duas propriedades acima. 7

(22)

Seção 1.1 - Semigrupos e tipo parabólico 8

A propriedade 3 de maximalidade implica que os conjuntos de controle são neces-sariamente disjuntos, pois caso não fossem, a união deles ainda teria as propriedades 1 e 2. Além disso, existe uma ordem parcial entre os conjuntos de controle onde D1 ≺ D2 se for possível atingir D2 a partir de D1. Em outras palavras, existem

x ∈ D1 e g ∈ S tal que gx ∈ D2. Equivalentemente, também temos que D1 ≺ D2 se,

e somente se, D2 ⊂fe(S · b) para algum, e assim para todo b ∈ D1. Com relação a

essa ordem, um conjunto de controle D é maximal se, e somente se, ele é invariante pela ação de S, isto é, SD ⊂ D. Da mesma maneira, D é minimal se, e somente se, ele é S−1-invariante.

Dado um conjunto de controle D, denimos o seu conjunto de transitividade como o subconjunto de X onde a ação do semigrupo é idêntica à ação de um grupo. De modo formal, o conjunto de transitividade de D é denido por

D0 = {x ∈ D | x ∈int(Sx) ∩ int(S−1x)}.

Em geral o conjunto de transitividade de um conjunto de controle pode ser vazio. Caso não seja, dizemos que o conjunto de controle é efetivo. Os conjuntos de controle invariantes são efetivos, isto é, D0 6= ∅se SD ⊂ D ou S−1D ⊂ D.

Sobre a existência dos conjuntos de controle, para o caso em que X é compacto, uma aplicação do lema de Zorn garante que para todo x ∈ X, existe um conjunto de controle invariante contido em fe(Sx).

1.1.2 Conjuntos de Controle em variedades Flag e tipo

para-bólico de semigrupos

Vamos nos restringir agora à ação de um semigrupo S, contido num grupo de Lie semissimples G, com intS 6= ∅. O conceito de tipo parabólico de semigrupos vem da caracterização dos conjuntos de controle efetivos da ação de S nas variedades Flag FΘ. A demonstração dos resultados enunciados aqui podem ser encontrados em [21].

Antes de mais nada, xe uma decomposição de Iwasawa G = KAN e seja W o grupo de Weyl de G (ver apêndice). Para descrever os conjuntos de controle efetivos e denir o tipo parabólico de S, considere o conjunto dos elementos regulares de G que estão no interior de S, isto é,

(23)

Cap. 1 - Preliminares 9

onde A+ é uma câmara de Weyl xada.

Os conjuntos de transitividade dos conjuntos controle efetivos para a ação de S em FΘ são dados por pontos xos dos elementos de R(S), como enunciado no

teorema abaixo

Teorema 1.1.2. Para cada w ∈ W, existe um conjunto de controle DΘ(w) ⊂ FΘ

cujo conjunto de transitividade é dado por

DΘ(w)0 =

[

{xΘ(h, w) | h ∈ R(S)}.

Além disso, DΘ(1) é o único conjunto de controle S-invariante (maximal) e DΘ(w0)

é o único conjunto de controle S−1-invariante (minimal), onde w

0 é a involução

principal de W. Mais ainda, os conjuntos DΘ(w) fornecem todos os conjuntos de

controle efetivos.

A partir dessa caracterização dos conjuntos de controle, surge o conceito de tipo parabólico de S. A grosso modo, o tipo parabólico de S é a melhor variedade ag FΘ para se olhar os conjuntos de controle. Esse conceito de melhor variedade ag

se traduz nas caracterizações do tipo parabólico fornecidas no teorema abaixo Teorema 1.1.3. Seja S ⊂ G um semigrupo com intS 6= ∅. Existe um subconjunto de raízes simples Θ(S) ⊂ Σ tal que as três condições abaixo são equivalentes.

i. Θ(S) é o menor subconjunto Θ ⊂ Σ (ou o maior ag FΘ) tal que DΘ(1) está

contido numa célula aberta de Bruhat de FΘ.

ii. Θ(S) é o maior subconjunto Θ ⊂ Σ (ou o menor ag FΘ) tal que π−1Θ (DΘ(1))

é o conjunto de controle invariante de S no ag maximal F.

iii. Θ(S) é o único subconjunto Θ ⊂ Σ (ou o único ag FΘ) tal que DΘ(1) está

contido numa célula aberta de Bruhat e π−1

Θ (DΘ(1)) é o conjunto de controle

invariante de S no ag maximal F. Demonstração: ver [21]

Denição 1.1.4. O tipo parabólico do semigrupo S é a variedade ag FΘ(S) (ou

simplesmente o subconjunto de raízes simples Θ(S) ⊂ Σ) que satisfaz qualquer uma das condições equivalentes do teorema anterior.

(24)

Seção 1.1 - Semigrupos e tipo parabólico 10

O fato de o conjunto de controle invariante DΘ(S)(1) ⊂ FΘ(S) estar contido numa

célula aberta de Bruhat é equivalente a dizer que todos os seus elementos estão na variedade estável para a ação de um elemento regular de h ∈ G. Isto é, existe uma decomposição de Iwasawa G = KAN tal que se bΘ(S) é a origem do ag FΘ(S)

com respeito à essa decomposição e h ∈ A+, então lim

n→∞hnb = bΘ(S) para todo

b ∈ DΘ(S), ou seja, DΘ(S)(1) ⊂ N−bΘ(S).

Essa noção de estabilidade permite ver estruturalmente o tipo parabólico de S, isto é, com relação aos seus elementos. Para isso, vamos denir o tipo parabólico dos elementos de G. Considere g = uhn a decomposição de Jordan (multiplicativa) de g e tome uma decomposição de Iwasawa G = KAN tal que u ∈ K, h ∈ clA+ e

n ∈ N. Associada à escolha da decomposição de Iwasawa, temos a escolha de um conjunto de raízes simples Σ. Então o tipo parabólico de g é dado por

Θ(g) = {α ∈ Σ | α(log h) = 0} = Θ(H), h = exp H, H ∈ a

O tipo parabólico de g diz essencialmente qual é a regularidade da sua compo-nente vetorial h em termos das raízes de G. Quanto menor for o conjunto Θ(g), maior a regularidade de g, isto é, menos raízes anulam a sua componente vetorial h. Por exemplo, para o caso em que G = Sl(n, R), um subgrupo vetorial A é dado pelas matrizes diagonais com autovalores positivos e as raízes são os funcionais da forma λi− λj ∈ a∗, onde λi(diag(a1, . . . , an)) = ai. Um conjunto de raízes simples

é dado pelos funcionais λi − λi+1, com i = 1, . . . , n − 1, e associado à essa escolha

temos a câmara de Weyl positiva a+ dada pelas matrizes diagonais de traço zero,

com autovalores distintos e ordenados do maior para o menor. Já o fecho cla+

são as matrizes diagonais com autovalores ordenados do maior para o menor, só que possivelmente repetidos. Neste caso, a regularidade de um elemento h ∈ clA+

é simplesmente a multiplicidade dos seus autovalores. Quanto mais autovalores repetidos menor a sua regularidade. Nos casos extremos temos Θ(h) = ∅ ou Θ(h) = Σ. Se h ∈ A+ então Θ(h) = ∅, isto é, todos seus autovalores são distintos e sua regularidade é máxima.

Uma boa maneira de se olhar o tipo parabólico de um semigrupo S é se per-guntando qual a regularidade dos elementos de seu interior. Nesse sentido, sempre é possível encontrar, no seu interior, elementos com regularidade máxima, isto é, sempre existe g ∈ G e h ∈ A+ tal que ghg−1int(S). O próximo teorema esclarece

um pouco mais sobre essa relação.

(25)

Cap. 1 - Preliminares 11

g ∈ int(S) com regularidade mínima, isto é, Θ(g) = Θ(S). Em outras palavras, o tipo parabólico de um semigrupo é a menor regularidade possível para os elementos do seu interior.

Demonstração: Seção 4 de [21]

Segue imediatamente desse teorema que o tipo parabólico de um semigrupo S com interior não vazio coincide com o tipo parabólico de int(S).

A próxima proposição ajuda a ver o tipo parabólico de vários semigrupos a partir de subconjuntos admissíveis em FΘ. Dizemos que C ⊂ FΘ é admissível se C está

contido numa célula aberta de Bruhat.

Proposição 1.1.6. Se C ⊂ FΘ é um subconjunto admissível e C = cl(int(C)) então

semigrupo de compressão

SC = {g ∈ G | gC ⊂ C}

tem interior não vazio e seu tipo parabólico é exatamente Θ. Mais ainda, C é o conjunto de controle invariante para a ação de S em FΘ.

Demonstração: Proposição 4.2 de [19]

Com ajuda dessa proposição conseguimos calcular o tipo parabólico de diversos semigrupos. Para mais detalhes e outros exemplos veja a seção 6.3 de [19].

Exemplo 1.1.7. Semigrupos de Compressão de cones Seja W ⊂ Rn um cone pontual e gerador. O projetivizado

C = PW = {[v] ∈ RPn−1| v ∈ W }

é um conjunto admissível e C = cl(int(C)). Logo, o tipo parabólico de SC é o espaço

projetivo RPn−1. Um caso interessante que decorre desse exemplo é o do semigrupo

Sl+

(n, R) formado pelas matrizes com entradas positivas. Esse é o semigrupo de compressão do cone W em Rn dado pelo primeiro octante, isto é, do cone formado

pelos vetores em Rn que tem todas as suas coordenadas positivas. Em termos das

raízes simples de Sl(n, R) temos que o tipo parabólico de Sl+

(n, R) é dado pelos funcionais

(26)

Seção 1.2 - Decomposições de Morse e tipo parabólico de uxos 12

1.2 Decomposições de Morse e tipo parabólico de

uxos

A descrição do tipo parabólico de semigrupos nos ajuda a entender a dinâmica de uxos de automorsmos de brado principais. Mais especicamente, com ela podemos caracterizar as componentes de Morse de uxos em brados Flag induzidos por automorsmos φt : Q → Q, onde Q é um G-brado principal, com grupo de Lie

semissimples G.

Denição 1.2.1. Seja φt: X → X um uxo no espaço topológico X. Uma

decompo-sição de Morse de φt é uma coleção nita de subconjuntos disjuntos {M1, . . . , Mn}

tais que

i. cada Mi é compacto e φt-invariante;

ii. para todo x ∈ X tem-se ω(x), ω∗(x) ⊂ ∪ iMi;

iii. se ω(x), ω∗(x) ∈ M

j então x ∈ Mj

Exemplo 1.2.2. Decomposição de Morse de translações em Projetivos

Seja g ∈ Sl(n + 1, R) e considere o uxo discreto gerado pela ação de g no espaço projetivo RPn, isto é

φn: RPn −→ RPn

[v] 7−→ φn([v]) = [gn(v)]

As componentes de Morse desse uxo são caracterizadas pela componente vetorial de g. Isto é, escreva g = ehu a decomposição de Jordan de g, com e elíptico, h hiperbólico e u unipotente, e sejam V1, V2, . . . , Vk os autoespaços de h. Então

Mj = PVj = {[v] ∈ RPn| v ∈ Vj}, , j = 1, 2, . . . , k,

formam a decomposição de Morse mais na de φt.

Veja [9] para mais detalhes de decomposições de Morse para translações em va-riedades Flag.

Para descrever as componentes de Morse de uxos em brados Flag a partir do tipo parabólico de semigrupos, o que é feito, na verdade, é um descrição das componentes recorrentes por cadeias do uxo, que passamos a denir abaixo.

(27)

Cap. 1 - Preliminares 13

Considere φt : X → X um uxo do espaço métrico (X, d). Dados dois pontos

x, y ∈ X e números reais , T > 0, uma (, T )-cadeia de x para y é dada por um conjunto nito de pontos x = x0, x1, . . . , xk = y e tempos t0, t1, . . . , tn−1 ≥ T tais

que

d(φtj(xj), xj+1) < .

Um subconjunto Y ⊂ X é dito transitivo por cadeias se para cada x, y ∈ X e , T > 0, existe uma (, T )-cadeia de x para y. Um ponto x ∈ X é recorrente por cadeias se o conjunto {x} for transitivo por cadeias, isto é, se para todo , T > 0 existe uma (, T )-cadeia de x para x. Denotamos por RC(φt) o conjunto de todos

os pontos recorrentes por cadeias.

A relação entre componentes de Morse e recorrência por cadeias é dada na pró-xima proposição.

Proposição 1.2.3. O uxo φt admite uma decomposição de Morse mais na se, e

somente se, o conjunto recorrente por cadeias RC(φt)possuir apenas uma quantidade

nita de componentes conexas. Neste caso, as componentes conexas de RC(φt) são

exatamente as componentes de Morse da decomposição de Morse mais na. Demonstração: Teorema B.2.26 de [7]

Em virtude dessa proposição, para obter e descrever as componentes de Morse basta descrever as componentes transitivas por cadeias. É aí que entra o papel dos semigrupos!

Tipo parabólico de semigrupos de endomorsmos

Considere π : Q → X um G-brado principal, localmente trivial, com G um grupo de Lie semissimples e base X compacta, e forme o brado ag associado EΘ= Q ×GFΘ. Seja SQ um semigrupo formado por endomorsmos locais do brado

Q. Esse semigrupo age naturalmente em Q, na base X e no brado ag associado EΘ. Suponha ainda que SQ é acessível e que a ação na base X é transitiva. Essas

hipóteses permitem estudar os conjuntos de controle da ação de SQ em EΘ apenas

olhando para sua ação nas bras, resumindo o estudo à ação de um semigrupo de interior não vazio numa variedade ag.

A idéia geral dessa construção é considerar, para cada bra (ou para cada q ∈ Q) o semigrupo de G formado pelos elementos que agem na bra que contém q da mesma

(28)

Seção 1.2 - Decomposições de Morse e tipo parabólico de uxos 14

forma que algum endomorsmo contido em SQ. De forma mais precisa considera-se

o semigrupo

Sq = {g ∈ G | φ(q) = qg, para algum φ ∈ SQ}.

Com a hipótese de acessibilidade mostra-se que Sq é aberto. Além disso,

deno-tando por Dq(w)o conjunto de controle para a ação de Sq no ag maximal F, temos

a seguinte caracterização dos conjuntos de controle para a ação de SQ no brado

ag maximal E.

Teorema 1.2.4. Os conjuntos de controle para a ação de SQ em E são dados por

conjuntos D(w), com w ∈ W, que se projetam sobre toda a base X e cujos conjuntos de trasitividade são dados em cada bra por

(D(w)o)π(q)= q · Dq(w)0, q ∈ Q.

Além disso, o tipo parabólico de cada Sq não depende de q ∈ Q.

Demonstração: ver seção 8 de [6]

Denição 1.2.5. O tipo parabólico do semigrupo de endomorsmos locais SQ é o

tipo parabólico (comum) de cada Sq, com q ∈ Q.

Tipo parabólico de uxos

Para aplicar o conceito de tipo parabólico de semigrupos ao estudo das compo-nentes transitivas por cadeias do uxo de automorsmos φt : Q → Q, introduz-se

o conceito de semigrupo de sombreamento. Para isso, xado  > 0, considere os automorsmos locais de Q que estão -próximos da identidade. Isto é, considere V = {ϕ ∈ End(Q) | d(ϕ(ξ), ξ) < , ∀ξ ∈ F}, onde a distância em F é induzida por

uma distância invariante em G tal que toda translação por elementos de K ⊂ G é isometria.

Para cada  > 0 e T > 0, o (, T )-semigrupo de sombreamento é denido por

S,T = {ϕs◦ φts ◦ · · · ◦ ϕ1◦ φt1 | ti > T, ϕi ∈ V}.

Dessa construção segue que as (, T )-cadeias a partir de um ponto ξ ∈ E coin-cidem com a S,T órbita de ξ. É possível mostrar que os semigrupos locais S,T são

(29)

Cap. 1 - Preliminares 15

teorema 1.2.4. Denotando por D,T

Θ (w)os conjuntos de controle para a ação de S,T

em EΘ, as componentes de Morse do uxo no brado ag EΘ induzido pelo uxo

φt : Q → Q são obtidas a partir da interseção dos conjuntos de transitividade dos

conjuntos de controle D,T

Θ (w), como enunciado no próximo teorema.

Teorema 1.2.6. As componentes da decomposição de Morse mais na do uxo φt: EΘ → EΘ são dadas por

MΘ(w) =

\

,T

D,TΘ (w). (1.1)

Além disso MΘ(1) é a única componente de Morse atratora e MΘ(w0) é a única

componente de Morse repulsora. Demonstração: ver seção 9 de [6]

Observe que se 1 < 2 e T1 > T2 então S1,T1 ⊂ S2,T2, donde segue que os

tipos parabólicos desses semigrupos satisfazem Θ(S1,T1) ⊂ Θ(S1,T1). Tomando 

sucientemente pequeno e T sucientemente grande temos que o tipo parabólico desses semigrupos estabiliza (pois variando  e T temos uma sequência decrescente de conjuntos nitos).

Denição 1.2.7. O tipo parabólico do uxo φt : Q → Q é o conjunto de raízes

simples dado por

Θ(φ) = \

>0,T >0

Θ(S,T).

Podemos ainda fornecer uma descrição algébrica das componentes de Morse a partir do tipo parabólico Θ(φ) e do seu dual Θ(φ)∗, como enunciado no teorema

abaixo.

Teorema 1.2.8. Seja Θ(φ) o tipo parabólico do uxo φt e Θ(φ)∗ o seu dual. Então

i. O uxo admite uma única componete de Morse atratora em EΘ(φ) e esta

in-tersecta cada bra em um único ponto. Essa componente é realizada como a imagem de uma seção contínua σφ: X → EΘ(φ). Isto é

(MΘ(φ)(1))x = σφ(x).

Da mesma forma existe uma única componete de Morse repulsora no brado ag de tipo dual Θ(φ)∗ e é dada pela imagem de uma seção contínua σ

φ: X →

(30)

Seção 1.2 - Decomposições de Morse e tipo parabólico de uxos 16

ii. Considerando as funções equivariantes f : Q → FΘ(φ) e f∗ : Q → FΘ(φ)∗

associadas às seções σφ e σ∗φ, temos que para cada q0 ∈ Q, f(q0) e f∗(q0) são

subálgebras opostas e a órbita

{(f (q), f∗(q)) | q ∈ Q} =Ad(G)(f(q0), f∗(q0)) ⊂ FΘ(φ)× FΘ(φ)∗

é aberta, densa e se identica com o espaço homogêneo Ad(G)Hφ= G/Z(Hφ),

onde Hφé um elemento característisco de Θ(φ) (isto é, Θ(φ) = {α ∈ σ|α(Hφ) =

0}).

iii. A função equivariante hφ : Q →Ad(G)Hφ obtida a partir da relação do item

ii. acima (hφ(q) ≈ (f (q), f∗(q))) fornece uma descrição algébrica das

compo-nentes de Morse do uxo φtem qualquer brado ag EΘ. Mais especicamente

temos

(MΘ(w))π(q)= q ·xΘ(hφ(q), w).

Observação 1.2.9. Devido à caracterização algébrica das compoentes de Morse de φt nos brados ag ser feita a partir do tipo parabólico do uxo, por vezes iremos

chamar Θ(φ) de tipo parabólico de Morse do uxo φt e o denotaremos por ΘM o(φ)

(ou apenas ΘM o se o uxo φt estiver claro no contexto). O mesmo faremos com

o elemento característico Hφ, que por vezes denotaremos HM o para deixar explícito

que é a partir dele que se obtém a descrição algébrica das componentes de Morse.

Figura 1.1: Decomposição de Morse em Fibrados Flag

O teorema 1.2.8 diz essencialmente que em cada bra do brado EΘ a

(31)

Cap. 1 - Preliminares 17

de algum conjugado de Hφ (i.é., algum elemento da forma Ad(g)Hφ com g ∈ G),

na variedade ag FΘ. Em particular, olhando para o brado ag de tipo ΘMo ou

para aqueles que são projeções deste (Θ ⊃ ΘMo), temos que a componente de Morse

atratora, dada em cada bra por (MΘMo(1))x = q ·xΘMo(hφ(q), 1), é a uma seção

(gura 1.1).

Um caso em que se pode estimar o tipo parabólico do automorsmo φ : Q → Q se dá quando Q = X ×G é trivial e o automorsmo é dado por φ(x, g) = (f(x), A(x)g), com A : X → S ⊂ G assumindo valores num semigrupo S ⊂ G. No caso em que S é aberto (ou quando intS 6= ∅ e A assume valores no interior de S), não é difícil ver que os semigrupos de sobreamento pequenos contém automorsmos com a mesma propriedade. De modo mais preciso temos que para  > 0 sucientemente pequeno e T > 0 sucientemente grande, vale que

S,T ⊂ S e ΘMo(φ) ⊂ Θ(S,T) ⊂ Θ(S). (1.2)

Nestes casos conseguiremos exemplos interessantes sobre a diferenciabilidade dos expoentes de Lyapunov relacionados ao cociclo gerado por A em função do tipo parabólico do semigrupo S.

(32)
(33)

Cap´ıtulo

2

Estruturas diferenciáveis

O objetivo principal deste capítulo é demonstrar a diferenciabilidade de uma apli-cação no espaço de seções de um brado associado, induzida por um automorsmo do brado principal.

Mais especicamente, considere Q → X um brado principal contínuo com grupo de estrutura G semissimples, com base um espaço topológico compacto X, e seja φ : Q → Q um automorsmo. Denotamos também por φ : X → X a aplicação induzida na base pelo automorsmo φ : Q → Q. Se o grupo G agir numa variedade F, formamos o brado associado E = Q ×G F, e induzimos um automorsmo

nesse brado pondo φ(q · z) = φ(q) · z. Esse automorsmo, por sua vez, induz uma aplicação Γφ no espaço das seções contínuas de E, denotado no texto por ΓE, pondo Γφ(σ)(x) = φ ◦ σ ◦ φ−1(x).

Para olhar a diferenciabilidade de Γφ, consideraremos uma K-redução R do brado Q, com K compacto, construiremos uma estrutura diferenciável em ΓE e mostraremos que essa estrutura fornece um mergulho de ΓE no espaço de funções C(R, F ), cuja imagem é o espaço das funções equivariantes de R em F .

Além disso, o grupo de calibre G(Q) do brado Q age naturalmente em Q, e com isso induz uma ação no espaço de seções ΓE por composição, isto é, se γ ∈ G(Q) e σ ∈ ΓE é dada por σ(x) = q · f(q) então γσ(x) = q · γ(f(q)). Mostraremos nesse capítulo que essa ação é também diferenciável. Essa diferenciabilidade é um dos passos fundamentais para a demonstração de que certas combinações dos expoentes de Lyapunov dependem diferenciavelmente do sistema dinâmico.

(34)

Seção 2.1 - Seções em brados vetoriais 20

2.1 Seções em brados vetoriais

Consideraremos aqui brados vetoriais contínuos, localmente triviais, de dimen-são nita, com base compacta e localmente compacta, e os denotaremos pelas letras V, W, etc.. Tais brados sempre possuem um produto interno, ou seja, uma função contínua h·, ·i : V ⊕V → R, que restrita a cada bra Vx é um produto interno. Neste

caso, sempre podemos tomar uma redução do grupo de estrutura do brado para O(n), o que implica que as restrições das coordenadas locais às bras são isometrias entre Vx e Rn.

Diremos que um atlas {ϕi : Ui → Ui × Rn | 1 ≤ i ≤ k} do brado vetorial

π : V → X é normal se para cada x ∈ X, a restrição da coordenada local ϕi à bra

Vx, ϕi|Vx : Vx → {x} × R

n for uma isometria e, além disso, cada aberto trivializante

Ui contiver um compacto Ki tal que Ki ⊂intKi e X = S k

i=1Ki. Se X for compacto

e localmente compacto então tal atlas sempre existe.

A partir do produto interno denido em V, induzimos uma norma k · k : V → R no brado pondo kξk = hξ, ξi1/2.

2.1.1 Topologia do espaço de seções do brado vetorial

Passando ao espaço das seções contínuas,

ΓV = {σ : X → V | σ é contínua e π(σ(x)) = x},

temos que este é um espaço vetorial normado com norma dada por kσk = supx∈Xkσ(x)k.

Lema 2.1.1. Seja π : V → X brado vetorial. Considerando o espaço vetorial das seções contínuas desse brado, ΓV, com a norma dada por kσk = supx∈Xkσ(x)k

temos que:

(a) Se A é um aberto em V contendo a imagem da seção σ ∈ ΓV então ΓA = {τ ∈ ΓV |im(τ) ∈ A} é aberto em ΓV.

(b) Com a norma denida acima, ΓV é um espaço de Banach.

Demonstração:

(a) Considere {ϕi : Ui → Ui × Rn | 1 ≤ i ≤ k} um atlas normal para o brado

(35)

Cap. 2 - Estruturas diferenciáveis 21

para x ∈ Ki, isto é, σi = ϕi◦ σ|Ki. Considere ainda Ai = ϕi(A ∩ Ui). Como as

coordenadas locais são isometrias, temos que se ϕi(ξ) = (x, v)então kξk = kvk.

Agora como Ki é compacto e Aci é fechado, temos que inf{kv − si(x)k | x ∈

Ki, (x, v) ∈ Aci} = ri > 0. Assim, se x ∈ Kie kv−si(x)k < rientão (x, v) ∈ Ai.

Voltando para o brado vetorial, se π(ξ) ∈ Kie kξ−σ(π(ξ))k < rientão ξ ∈ A.

Tomando r = min{r1, r2, ..., rk} temos que B(σ, r) ⊂ ΓA.

(b) Seja (σn) uma sequência de Cauchy em ΓV. Para cada x ∈ X dena σ(x) =

lim

n→∞σn(x). Dado  > 0, existe n0 tal que kσm(x) − σn(x)k <  para todo

n, m > n0 e x ∈ X. Fazendo m → ∞ na desigualdade acima segue que

kσ(x) − σn(x)k ≤  para todo x ∈ X e n > n0. Tomando o supremo em x

segue que kσ − σnk ≤  para n > n0, ou seja, limn→∞σn = σ. Do último

limite segue ainda que σ é, de fato, contínua, pois é limite uniforme de funções contínuas.

Se φ : V → W é um homomorsmo contínuo entre os brados vetoriais πV : V →

X e πW : W → Y, de tal forma que a aplicação φ0 : X → Y induzida na base é um

homeomorsmo, então podemos induzir uma aplicação entre os espaços das seções desses brados pondo

Γφ : ΓV −→ ΓW σ 7−→ φ ◦ σ ◦ φ−10

Para facilitar as notações, iremos supor nas demonstrações abaixo que que os brados V e W estão sobre a mesma base X e que o homomorsmo φ : V → W induz a aplicação identidade na base X. Isso não causa perda de generalidade nos resultados enunciados pois em todos eles poderemos identicar o brado W com o seu pull-back φ∗

0W.

Lema 2.1.2. Se φ : V → W é um homomorsmo contínuo então a aplicação Γφ : ΓV → ΓW também é continua.

Demonstração: Seja σ0 uma seção em V e τ0 = Γφ(σ0). Dado  > 0, considere

B = {ξ ∈ W | kξ − τ0(π(ξ))k < }. Então B é aberto em W e ΓB é a bola em ΓW de

centro τ0 e raio . Como φ é contínua, segue que A = φ−1(B)é aberto em V contendo

a imagem de σ0. Pelo lema anterior, ΓA é aberto em ΓV. Mas ΓA = (Γφ)−1(ΓB),

(36)

Seção 2.1 - Seções em brados vetoriais 22

2.1.2 Diferenciabilidade da aplicação induzida no espaço de

seções

Sobre a diferenciabilidade da aplicação Γφ, não precisamos exigir que o homo-morsmo φ seja diferenciável, mesmo porque os brados envolvidos são apenas con-tínuos. No entanto, Γφ é uma aplicação entre espaços de Banach, e para garantir sua diferenciabilidade basta exigir que as aplicações entre as bras de V e W indu-zidas por φ sejam diferenciáveis e que suas derivadas variem continuamente. Este é o resultado enunciado abaixo.

Proposição 2.1.3. Suponha que para cada x ∈ M a restrição de φ à bra sobre x, φx : Vx → Wφ0(x), seja diferenciável e que essas derivadas variem continuamente no

sentido de que a aplicação

F φ : V −→ L(V, φ∗ 0W)

ξ 7−→ φ0 x(ξ)

é contínua, onde x = π(ξ). Então a aplicação Γφ : ΓV → ΓW é diferenciável e sua derivada calculada na seção σ, na direção de τ, é a seção em ΓW que avaliada em y = φ0(x) é dada por

((Γφ)0(σ) · τ ) (y) = φ0x(σ(x)) · τ (x) (2.1)

Demonstração: Na demonstração abaixo supomos que φ0é a aplicação identidade.

Seja σ ∈ ΓV. Precisamos mostrar que

lim

τ →0

kΓφ(σ + τ ) − Γφ(σ) − (Γφ)0(σ) · τ k

kτ k = 0.

Para isso, denamos uma função auxiliar pondo ψ : V −→ W

ξ 7−→ ψ(ξ) = φ(σ(x) + ξ) − φ0

x(σ(x)) · ξ,

onde x = π(ξ).

A função ψ é um homomorsmo contínuo que induz a identidade na base X. Além disso, a sua restrição à cada bra sobre x ∈ X é diferenciável. Pela hipótese

(37)

Cap. 2 - Estruturas diferenciáveis 23

de continuidade das derivadas de φ nas bras, segue que a aplicação das derivadas de ψ nas bras também é contínua e dada por

F ψ : V −→ Hom(V, W) ξ 7−→ ψ0 x(ξ) = φ 0 x(σ(x) + ξ) − φ 0 x(σ(x)).

Fixado δ > 0 e utilizando a desigualdade do valor médio para ψx bra a bra

obtemos

kψ(ξ) − ψ(0π(ξ))k

kξk ≤ supη∈Bδ

π(η)0 (η)k,

onde Bδ = {η ∈ V | kηk < δ}, ξ ∈ Bδ e 0π(ξ) é a origem na bra Vπ(ξ).

Agora dado  > 0, pela continuidade de η ∈ V 7→ kψ0

π(η)(η)k segue que existe

δ > 0tal que se η ∈ Bδ então kψπ(η)0 (η)k < . Com isso temos que se kξk < δ então

kφ(σ(x) + ξ) − φ(σ(x)) − φ0 x(σ(x)) · ξk kξk = kψ(ξ) − ψ(0π(ξ))k kξk ≤ supη∈Bδ kψ0π(η)(η)k ≤ . Desta última desigualdade segue que se kτk < δ então para todo x ∈ X vale

kφ(σ(x) + τ (x)) − φ(σ(x)) − φ0

x(σ(x)) · τ (x)k

kτ (x)k ≤  , e tomando o supremo em x ∈ X temos

kΓφ(σ + τ ) − Γφ(σ) − (Γφ)0(σ) · τ k

kτ k ≤ 

Para graus de diferenciabilidade maiores, as hipóteses são basicamente as mes-mas. Ou seja, para garantir a derivada até ordem k de Γφ, basta exigir diferencia-bilidade até ordem k da aplicação entre as bras e continuidade delas.

Abaixo denotamos por Lk(V, W) o brado vetorial contínuo cujas bras são

aplicações k-lineares entre as bras dos brados V ⊕ · · · ⊕ V | {z }

k

e W. A notação será a mesma para aplicações k-lineares sobre espaços vetoriais, já que estes são nada mais do que brados vetoriais cuja base é apenas um ponto.

Lema 2.1.4. A aplicação ηk : Γ(Lk(V, W )) → Lk(ΓV, ΓW) denida por

ηk(Φ)(τ1, . . . , τk)(x) = Φ(x)(τ1(x), . . . , τk(x))

(38)

Seção 2.1 - Seções em brados vetoriais 24

Demonstração: ηk é claramente linear. Para ver que é contínua, observe que

kηk(Φ)k = sup{sup x∈X kηk(Φ)(τ1, ..., τk)(x)k : τ1, ..., τk∈ ΓV, kτ1k, ..., kτkk ≤ 1} ≤ sup{sup x∈X kΦ(x)(τ1(x), . . . , τk(x)) : τ1, ..., τk ∈ ΓV, kτ1k, ..., kτkk ≤ 1} ≤ sup x∈X kΦ(x)k = kΦk.

Isso mostra que kηkk ≤ 1 e portanto é continua.

Proposição 2.1.5. Seja φ : V → W homomorsmo contínuo tal que para cada x ∈ X a restrição de φ à bra Vx, φx : Vx → Wφ0(x), possua derivada até ordem

n e que essas derivadas variem continuamente no sentido de que para todo k, com 1 ≤ k ≤ n a aplicação

Fkφ : V −→ Lk(V, φ∗0W)

ξ 7−→ φ(k)x (ξ)

é contínua, onde x = π(ξ). Então a aplicação Γφ : V → W é de classe Ck e sua

derivada de ordem k é a aplicação k-linear que calculada na seção σ ∈ V, e avaliada em (τ1, . . . , τk) ∈ (ΓV)k será a seção em ΓW que no ponto y = φ0(x) vale

((Γφ)(k)(σ)(τ1, . . . , τk)(y) = φ(k)x (σ(x))(τ1(x), . . . , τk(x)) (2.2)

Demonstração: Novamente, para facilitar, vamos supor que φ0 é a aplicação

iden-tidade em X. A demonstração será feita por indução em k.

Para k = 1 a diferenciabilidade foi demonstrada na proposição 2.1.3. Observe ainda que (Γφ)0 = η

1◦ Γ(F φ), que junto com os lemas 2.1.2 e 2.1.4 e com a

conti-nuidade de F φ, mostra a conticonti-nuidade de (Γφ)0.

Suponha então que o resultado é válido para k − 1 e que (Γφ)(k−1) = η k−1 ◦

Γ(Fk−1φ). A aplicação linear ηk−1 é contínua e logo diferenciável. Γ(Fk−1φ)também

é diferenciável, pois F (Fk−1φ) = Fkφ é contínua e as restrições de Fk−1 às bras são

diferenciáveis. Assim (Γφ)(k−1) é diferenciável, já que é a composta de aplicações

diferenciáveis. Além disso, derivando o lado direito da expressão de (Γφ)(k−1)

(39)

Cap. 2 - Estruturas diferenciáveis 25

2.2 Espaços de funções

Nesta seção veremos como contruir uma estrutura diferenciável no espaço das funções contínuas de um espaço topológico compacto X numa variedade Riemanni-ana M. A notação para esse espaço será C(X, M).

Antes de mais nada, a topologia considerada em C(X, M) será a topologia compacto-aberta, cuja base de abertos é formada pelos conjuntos da forma

UK,A= {f ∈ C(X, M ) | f (K) ⊂ A},

onde K é compacto de X e A é aberto de M. Uma distância é dada por

d(f, g) = sup

x∈X

d(f (x), g(x)),

onde a distância no termo da direita é induzida pela métrica Riemanniana de M. A topologia denida por essa distância é a topologia da convergência uniforme e coincide com a topologia compacto-aberta. Além disso, se M for uma variedade Riemanniana completa então C(X, M) será um espaço topológico completo, já que limite uniforme de funções contínuas é ainda uma função contínua.

2.2.1 Estrutura diferenciável (Variedade de Banach)

Mostraremos abaixo uma maneira canônica de construir uma estrutura diferen-ciável no espaço C(X, M) das funções contínuas de X em M, onde X é um espaço topológico compacto e M é uma variedade Riemanniana.

O passo principal para essa construção é a utilização da função exponencial da variedade M. Para tanto, pela propriedade de difeomorsmo local da exponencial de M, existe uma vizinhança U ⊂ T M da seção nula, e uma vizinhança U ⊂ M ×M da diagonal, tal que a aplicação

 : U ⊂ T M −→ U ⊂ M × M v 7−→ (p, expp(v))

é um difeomorsmo, onde p = πM(v). Em particular, para cada p ∈ M, a restrição

da aplicação à bra sobre p é um difeomorsmo entre uma vizinhança da origem de TpM e uma vizinhança de p ∈ M. Esse difeomorsmo é simplesmente a exponencial

(40)

Seção 2.2 - Espaços de funções 26

A inversa de  é dada pelo logaritmo

−1 : U ⊂ M × M −→ U ⊂ T M (p, q) 7−→ logp(q) .

Dada f ∈ C(X, M), a vizinhança parametrizada em torno de f será dada por Uf = {h ∈ C(X, M ) | (f (x), h(x)) ∈ U, ∀x ∈ X}.

Essa vizinhança será parametrizada no aberto do espaço vetorial das seções do -brado vetorial f∗T M dado por

Γ(f∗U ) = {s ∈ Γ(f∗T M ) | s(x) ∈ Tf (x)M ∩ U }.

O sistema de coordenadas é dado essencialmente pelo logaritmo bra a bra, ou seja, pela aplicação

logf : Uf −→ Γ(f∗U )

h 7−→ logf(h)(x) = logf (x)h(x). A inversa é dada pela exponencial,

expf : Γ(f∗U ) −→ Uf

s 7−→ expf(s)(x) = expf (x)s(x).

Para ver que as aplicações acima denem uma boa parametrização, vejamos que a mudança de coordenadas é diferenciável. Se as vizinhanças parametrizadas em torno de f e g se intersectam, então a mudança de coordenadas logg◦ expf ca

denida entre os abertos logf(Uf ∩ Ug) e logg(Uf ∩ Ug) de Γ(f∗T M ) e Γ(g∗T M )

respectivamente. Além disso, tal mudança é dada por

logg◦ expf(s)(x) = logg(x)◦ expf (x)(s(x)). (2.3) Para ver que essa mudança de coordenadas é uma aplicação diferenciável entre abertos do espaço de seções dos brados vetoriais f∗T M e gT M, vamos utilizar o

teorema 2.1.3. Para isso, considere o aberto

Uf g = (f × id)−1(U ) ∩ (g × id)−1(U ) ⊂ X × M ,

que é não vazio, já que contém o gráco de qualquer h ∈ Uf ∩ Ug. Considere

(41)

Cap. 2 - Estruturas diferenciáveis 27

respectivamente por f(x, v) = (x, expf (x)v)e g(x, v) = (x, expg(x)v). Assim a

apli-cação (2.3) é induzida pela apliapli-cação entre os abertos −1

f (Uf g) e  −1

g (Uf g), contidos

respectivamente em f∗T M e gT M, dada por:

−1g ◦ f : −1f (Uf g) −→ −1g (Uf g)

(x, v) 7−→ (x, logg(x)◦ expf (x)v).

Essa é uma aplicação contínua, as restrições às bras de f∗T M são diferenciáveis e

suas diferenciais variam continuamente. Pelo teorema 2.1.3, segue que a aplicação 2.3 é diferenciável.

Com isso as aplicações logf : Uf → Γ(f∗U ) denem os sistemas de coordenadas

de C(X, M).

2.2.2 Regularidade de aplicações em espaços de funções

Vejamos inicialmente um pouco sobre a continuidade de aplicações entre os es-paços de funções.

Lema 2.2.1. Se φ : M → N é contínua então Φ : C(X, M) → C(X, N) dada por Φ(g) = φ ◦ g também é contínua. Em particular se φ for um homeomorsmo então Φ também será.

Demonstração: Basta ver que Φ−1(U

K,A) = UK,φ−1(A).

Se M ⊂ N e considerarmos em M a topologia induzida de N, então a topologia compacto-aberta de C(X, M) será simplesmente a restrição da topologia de C(X, N). Em particular, se φ : M → N for um mergulho topológico, então a aplicação induzida Φ : C(X, M) → C(X, N) também será um mergulho topológico.

Para ver a diferenciabilidade dessa aplicação induzida, vamos utilizar a estrutura diferenciável construída acima e novamente o teorema 2.1.3, que fornece a diferencia-bilidade de aplicações entre espaços de seções induzidas por aplicações entre brados vetoriais.

Suponha então que φ : M → N seja de classe Ck e considere f ∈ C(X, M).

Considere os abertos U de T M e V de T N difeomorfos às vizinhanças U e V da diagonal de M ×M e N ×N respectivamente, como construídos no começo da seção. Seja Uf o aberto trivializante em torno de f e Vg o aberto trivializante em torno de

(42)

Seção 2.2 - Espaços de funções 28

assumir que Φ(Uf) ⊂ Vg. Escrevendo a aplicação Φ nas coordenadas locais descritas

acima, temos a aplicação

logg◦ Φ ◦ expf : Γ(f∗U ) −→ Γ(g∗V)

s(x) 7−→ logg(x)φ(expf (x)(s(x))) .

Essa aplicação é induzida pela aplicação entre os abertos f∗U e gV dos brados

vetoriais f∗T M e gT N, dada por v 7→ log

g(x)φ(expf (x)(v))



, onde πM(v) = f (x).

Como essa aplicação é diferenciável em cada bra e suas diferenciais variam conti-nuamente, o teorema 2.1.3 garante que logg◦ Φ ◦ expf é diferenciável.

O teorema 2.1.3 fornece ainda a expressão para a derivada da aplicação entre os espaços de seções de brados vetoriais. Assim, a derivada de Φ calculada em f ∈ C(X, M ) é a aplicação

Φ0(f ) : Γ(f∗T M ) → Γ(g∗T N )

que avaliada na seção s ∈ Γ(f∗T M ) é a seção de Γ(gT N ) que calculada em x vale

[Φ0(f ) · (s)] (x) = φ0(f (x)) · s(x) . (2.4) Para referência posterior enunciamos os resultados acima na seguinte proposição. Proposição 2.2.2. Se φ : M → N é de classe Ck então Φ : C(X, M) → C(X, N)

dada por Φ(f) = φ ◦ f também é de classe Ck, e sua derivada é dada pela fórmula

(2.4) acima. Além disso, se φ for um mergulho então Φ também será.

Observando o isomorsmo canônico entre C(X, M × N) e C(X, M) × C(X, N), temos o seguinte corolário.

Corolário 2.2.3. Sejam M, N e O variedades Riemannianas e considere uma aplicação de classe Ck, θ : M × N → O. Então a aplicação

Θ : C(X, M ) × C(X, N ) −→ C(X, O)

(f, g) 7−→ Θ(f, g)(x) = θ(f (x), g(x)) é de classe Ck.

2.2.3 Mergulhos de espaços de funções equivariantes

Como já vimos acima, se M é subvariedade mergulhada de N então, com a estrutura diferenciável construída, temos que C(X, M) também e subvariedade mer-gulhada de C(X, N). Nesta parte trataremos de mergulhos entre espaços de funções equivariantes.

(43)

Cap. 2 - Estruturas diferenciáveis 29

Se K age nos espaços X e Y , então uma função f : X → Y é dita K-equivariante (ou simplesmente equivariante) se ela comuta com a ação de K. Isto é, se K age à esquerda (direita) em X e em Y , então f é equivariante se f(kx) = kf(x) (f(xk) = f(x)k) para todos k ∈ K e x ∈ X. Se K agir em lados diferentes, por exemplo à direita em X e à esquerda em Y , então diremos que f é equivariante se f (xk) = k−1f (x). Denotamos o conjunto das funções K-equivariantes de X em Y por CK

eq(X, Y ) (ou apenas Ceq(X, Y ) se o grupo K estiver claro no contexto).

Considere agora R → X um brado principal com grupo estrutural compacto K e L → X um subbrado com grupo estrutural compacto L ⊂ K (K e L agem à direita em R e L, respectivamente). Considere ainda ρ : K → Gl(V ) uma representação de K e F uma órbita dessa representação (K e L agem à esquerda em V e em F através da representação ρ). Como K é compacto, suas órbitas são subvariedades mergulhadas de V . Além disso, também pela compacidade de K, V admite um produto interno h·, ·i tal que ρ(k) é isometria para todo k ∈ K.

Estamos interessados aqui em analisar a relação entre os espaços de funções L-equivariantes Ceq(L, V ) e Ceq(L, F ) com o das funções K-equivariantes Ceq(R, V ) e

Ceq(R, F ). Nosso interesse nesses espaços se deve ao fato de que eles estão em bijeção

com o espaço de seções dos brados associados R ×ρF e R ×ρV. Essas bijeções

serão discutidas com mais detalhes na próxima seção.

Voltando aos espaços de funções, observe primeiramente que C(L, V ) é um espaço de Banach e Ceq(L, V )é um subespaço vetorial fechado, já que o limite uniforme de

funções contínuas e equivariantes é ainda uma função contínua e equivariante. Da mesma forma Ceq(R, V ) é um subespaço fechado de C(R, V ).

Como as funções equivariantes cam completamente determinadas ao longo de uma órbita apenas conhecendo seu valor num ponto dessa órbita, temos uma bijeção

I : Ceq(L, V ) → Ceq(R, V )

que associa cada função L-equivariante f ∈ Ceq(L, V )à única função K- equivariante

I(f ) ∈ Ceq(R, V )que coincide com f no subbrado L. Mais explicitamente, se p ∈ R,

então escrevendo p = qk, com q ∈ L e k ∈ K, temos que I(f)(p) = ρ(k−1)f (q). A

inversa dessa aplicação é dada simplesmente pela restrição da função em Ceq(R, V )

ao subbrado L. Considerando aplicações a valores em F , do mesmo modo feito acima, construímos uma bijeção entre Ceq(L, F )e Ceq(R, F ).

(44)

Seção 2.3 - Seções em brados associados 30

Demonstração: I é claramente uma aplicação linear e injetora. Para ver que é isometria, devemos calcular kI(f)k = supp∈Rkf (q)k, onde a segunda norma é

em V . Para isso, observe que para todo p ∈ R existe k ∈ K e q ∈ L tal que p = qk. Logo f(p) = f(qk) = ρ(k−1)f (q). Como ρ(k−1) é isometria, segue que supp∈Rkf (p)k = supq∈Lkf (q)k, isto é, kI(f)k = kfk.

Veremos na próxima seção que se identicarmos o espaços das funções equiva-riantes Ceq(L, F ) com o espaço das seções de R ×K F, então Ceq(L, F ) passa a ser

uma subvariedade mergulhada de Ceq(L, V ). Deste modo a restrição de I à Ceq(L, F )

fornece um mergulho deste espaço em Ceq(R, V ) e, consequentemente, em C(R, V ).

A imagem dessa restrição será justamente Ceq(R, F ), mostrado que, Ceq(R, F )é uma

subvariedade mergulhada de C(R, V ).

2.3 Seções em brados associados

Nesta seção faremos algumas relações entre espaços de funções equivariantes e seções em brados associados. Tais relações serão úteis para demonstrar que certas aplicações entre espaços de seções são diferenciáveis. Cabe aqui ainda a observação que nem sempre um brado associado possui uma seção global contínua, e por isso assumiremos essa hipótese para as construções que faremos nesta seção. Essa hipótese não será totalmente restritiva pois, no caso de brados Flag, o qual estaremos particularmente interessados, podemos obter seções globais contínuas a partir das componentes de Morse (ver, por exemplo, item i do teorema 1.2.8).

2.3.1 Seções e funções equivariantes

Considere R → X um K-brado principal, F uma variedade na qual K age à direita e forme o brado associado E = R ×K F. O espaço das seções de E está

em bijeção com o conjunto das funções K-equivariantes Ceq(R, F ). De fato, seja

σ ∈ ΓE. Para cada x ∈ X, e r na bra Rx, existe fσ(r) ∈ F tal que

σ(x) = r · fσ(r). (2.5)

A função fσ : R → F assim denida é equivariante, pois se r0 = rk com k ∈ K,

então rk · fσ(rk) = r0· fσ(r0) = σ(x) = r · fσ(r) = rk · k−1fσ(r), e assim fσ(rk) =

(45)

Cap. 2 - Estruturas diferenciáveis 31

seção σ ∈ ΓE pondo σ(x) = r ·f(r). A seção ca bem denida pois f é equivariante. Isso mostra que a relação σ → fσ é uma bijeção.

Fixados uma seção σ ∈ ΓE e um ponto base zo ∈ F, considere o subbrado

Lσ = {r ∈ R | fσ(r) = z0}.

Esse subbrado é uma L-redução de R, onde L é a isotropia em z0. Como feito na

seção 2.2.3, temos que o conjunto das funções K-equivariantes, Ceq(R, F ), está em

bijeção com o conjunto das funções L-equivariantes, Ceq(Lσ, F ).

Outra identicação útil se dá entre o conjunto das funções L-equivariantes de Lσ em Tz0F com o espaço das seções do brado tangente às bras de E ao longo da

seção σ.

Para esclarecer a armação acima vamos xar algumas notações. Denotaremos por TfE o brado tangente às bras de E. Esse brado pode ser visto como um

brado associado a R se considerarmos a ação de K no brado tangente T F . Essa ação é dada via diferenciais, ou seja, se k ∈ K e v ∈ TzF, então k·v = d(k)zv ∈ TkzF.

Assim

TfE = R ×KT F = {r · v | r ∈ R e v ∈ T F }.

Esse brado é um brado vetorial sobre E cuja bra sobre r · z é

(TfE)r·z= Tr·zEπ(r·z)∼= TzF.

Considerando o seu pullback pela seção σ : X → E, temos um brado vetorial sobre X, que é o brado tangente às bras de E ao longo da seção sigma, isto é,

σ∗(TfE) = {(x, t) | t ∈ (TfE)σ(x) = Tσ(x)Ex}.

Além disso, considerando TfE como brado associado à L-redução L

σ, temos

que

TfE = Lσ ×LT F e σ∗(TfE) = Lσ ×LTz0F.

Cada seção τ ∈ Γ(σ∗(TfE))dá origem à uma função equivariante w

τ ∈ Ceq(Lσ, Tz0F )

denida da seguinte maneira: para cada x ∈ X, temos que τ(x) = (x, t(x)), com t(x) ∈ (TfE)

σ(x) = Tr·fσ(r)Ex ∼= Tfσ(r)F. Agora para cada r ∈ (Lσ)x existe

wτ(r) ∈ Tfσ(r)F = Tz0F tal que t(x) = r · wτ(r). Essa função wτ é L-equivariante.

De fato, escrevendo r0 = rl, com l ∈ L, temos que rl · w

τ(rl) = r0· wτ(r0) = t(x) =

(46)

Seção 2.3 - Seções em brados associados 32

função L-equivariante w ∈ Ceq(Lσ, Tz0F ) dá origem a uma seção τ ∈ Γ(σ

(TfE))

pondo τ(x) = (x, l · w(l)), onde l ∈ (Lσ)x. De fato, l · w(l) ∈ Tl·z0Ex = Tσ(x)Ex.

Resumindo temos as seguintes bijeções ΓE −→ Ceq(R, F ) σ 7−→ fσ e Γ σ∗(TfE)  −→ Ceq(Lσ, Tz0F ) τ 7−→ wτ (2.6)

onde as relações entre as seções e as funções equivariantes são dadas por

σ(x) = r · fσ(r), r ∈ Rx e τ (x) = (x, l · wτ(l)) , l ∈ (Lσ)x

2.3.2 Estrutura diferenciável no espaço de seções

O objetivo aqui é contruir uma estrutura diferenciável no espaço de seções de um brado associado. Considere então R → X um brado principal com base X e grupo de estrutura K (ambos compactos). Seja L um subgrupo fechado de K, F = K/L um espaço homogêneo e E = R ×KF brado associado. O contexto que

estamos interessado se dá quando R é uma K-redução de um G-brado principal Q, com G semissimples, obtida através da decomposição de Iwasawa G = KAN. O espaço homogêneo F que utilizaremos com frequência são as variedades ag de G.

Antes de mais nada, vamos construir uma métrica em ΓE. A partir de métrica Riemanniana K-invariante em F , denimos uma distância d0 em F , também

K-invariante, isto é d0(k.z, k.w) = d0(z, w), para quaisquer z, w ∈ F e k ∈ K. Essa

distância pode ser levada a uma distância nas bras de E pondo d(r · z, r · w) = d0(z, w), que ca bem denida pela K-invariância de d0. De fato, se r · z = r0· z0 e

r · w = r0 · w0 então existe k ∈ K tal que r0 = rk, z0 = k−1z e w0 = k−1w. Logo

d(r0 · z0, r0· w0) = d0(z0, w0) = d0(k−1z, k−1w) = d0(z, w) = d(r · z, r · w).

Por m, essa distância nas bras de E dene uma distância em ΓE por

d(σ, τ ) = sup

x∈X

d(σ(x), τ (x)), σ, τ ∈ ΓE. Com essa distância, ΓE é um espaço métrico completo.

Para construir a estrutura diferenciável em ΓE considere Uz0 ⊂ F e Vz0 ⊂ Tz0F

vizinhanças de z0 ∈ F e 0 ∈ Tz0F tais que expz0 : Vz0 → Uz0 é um difeomorsmo.

Considere a ação de K em T F dada pela derivada da ação de K em F , isto é, k∗ : TzF → TkzF, k∗(v) = d(k)zv. Como k ∈ K é isometria da métrica, sua ação

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