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Análise de gestão de custos de obra: estudo de caso

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

LUIZ AUGUSTO BASSANI FILHO

ANÁLISE DE GESTÃO DE CUSTOS DE OBRA: ESTUDO DE CASO

Ijuí 2017

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LUIZ AUGUSTO BASSANI FILHO

ANÁLISE DE GESTÃO DE CUSTOS DE OBRA: ESTUDO DE CASO

Pesquisa apresentada como requisito para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de curso de Engenharia Civil da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul para obtenção de grau de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Fernando Wypyszynski

Ijuí 2017

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______________________________________________________________________________ AGRADECIMENTOS

À minha família, por sempre me apoiar nos momentos cercados de decisões difíceis, me ajudando a decidir meu futuro.

Aos Professores da UNIJUÍ, pela disposição em sempre atender aos alunos, transmitindo conhecimentos para a nossa profissão e nossa vida.

Aos colegas e amigos conquistados durante o curso, que sempre ajudaram uns-aos-outros, formando amizades sólidas que a distância e o tempo não irão derrubar.

Aos colaboradores da Empresa Bassani Engenharia, especialmente ao Engenheiro Emerson Schmitt, ao Mestre de Obras Altair Machado e ao Diretor Luiz Augusto Bassani pelas constantes ajudas durante a coleta de dados para o

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RESUMO

BASSANI FILHO, L. A. Análise de Gestão de Custos de Obra: Estudo de Caso. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2017.

Nas atividades da construção civil, desde o estudo de viabilidade de um projeto até a sua execução, leva-se sempre em consideração a capacidade da obra ser feita de maneira a se sustentar financeiramente durante toda a sua duração, ao mesmo tempo em que se exige o atendimento às normas técnicas e à qualidade nos serviços. Exigem-se olhares voltados a respeito de como está sendo feita a administração de custos de uma construção, que têm sua necessidade agravada quando não são obtidos os resultados financeiros esperados de um serviço prestado, ao mesmo tempo em que se apresentam, na sociedade, fatores incontroláveis pelo empreendedor, como instabilidade econômica e variações na demanda deste tipo de serviço. O objetivo deste trabalho, portanto, é obter uma visão geral de como uma empresa construtora se utiliza de conceitos para realizar a gestão de seus custos, e através da análise de como são realizadas suas compras e como se apresentam suas despesas, verificar se são eficientes as estimativas utilizadas quanto à orçamentação, analisando assim, se tais estimativas se aproximam do custo real gerado pelos serviços executados. Detalha-se, nesta pesquisa, cada custo gerado por compras e serviços realizados para a produção de parte dos serviços de uma empresa da construção civil, e estima-se o preço quando o mesmo não pode ser obtido diretamente, a fim de se pesquisar a possibilidade de ocorrência de falhas no gerenciamento das despesas.

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ABSTRACT

BASSANI FILHO, L. A.. Análise de Gestão de Custos de Obra: Estudo de Caso. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2017.

In all activities that belong to the Civil Engineering industry, since the start of a project until its execution, the concerning with the finantial viability of the entire process works together with the obligation of respecting the technical standards and the accomplishment to the quality of the service. The observations on how is working the administration of a construction need to be increased when the finantial results are different than what was expected and when the market shows economic instability. The objective of this research is to get a general idea of how a construction company uses concepts to control its production costs, and by the collecting of data of what is spent and the estimation of values of everything that the firm has to handle to finish some services that the company does, get a final value of the real cost of the service and compare with the amount that was estimated by the engineers. The costs of the different parts of the execution of the works were detailed, and the prices that was not possible to be part of the work with accuracy was estimated, showing that this research has the goal to look for possible failures in the managing of the expenditures of a company.

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A competitividade de um país não começa nas indústrias ou nos laboratórios de engenharia. Ela começa na sala de aula. Lee Laccoca.

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______________________________________________________________________________ LISTA DE SIGLAS

CUB – Custo Unitário Básico

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte Hh – homem-hora

TCPO – Tabela de Composições de Preços para Orçamentos BDI – Benefícios e Despesas Indiretas

VGV – Valor Geral de Vendas

ORSE – Orçamento de Obras do Sergipe PIS – Programa de Integração Social

COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social CSLL – Contribuição Social sobe o lucro líquido

TCU – Tribunal de Contas da União

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Curva do Fator de Capacidade. ... 18

Figura 2 - Preços na Empreitada Global. ... 36

Figura 3 - Exemplo de Diagrama Origem-Destino. ... 39

Figura 4 - Etapas da pesquisa. ... 45

Figura 5 - Parte do Orçamento de uma Subestação de Energia Elétrica. ... 48

Figura 6 - Cálculo do BDI utilizado pela empresa. ... 50

Figura 7- Folha de pagamento de alguns dos cargos da empresa. ... 51

Figura 8 - Parte do orçamento de subestação de energia elétrica... 57

Figura 9 - Parte do orçamento de subestação de energia elétrica... 58

Figura 10 - Produção de muros vazados antes e depois do despejo de concreto fresco. ... 59

Figura 11 - Conversão de brita. ... 60

Figura 12 - Projeto de placa da parede corta fogo. ... 65

Figura 13 - Preço por quilograma de vergalhão. ... 66

Figura 14 - Projeto de pilares de uma parede corta fogo... 69

Figura 15 - Bases da parede corta fogo e vista superior com pilares e placas. ... 72

Figura 16 - Confecção das bases de fundação e instalação das placas da parede corta fogo. ... 76

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______________________________________________________________________________ LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Utilização do Fator de Lang. ... 18

Tabela 2 - Utilização do Fator de Hand. ... 19

Tabela 3 - Utilização de Composição de Custo Unitário. ... 20

Tabela 4 - Comparação de Cotações de Preço. ... 24

Tabela 5 - : Utilização de custos indiretos. ... 27

Tabela 6 - Uso dos métodos de medição. ... 37

Tabela 7 - Cronograma da pesquisa. ... 46

Tabela 8 - Conversão dos preços dos agregados. ... 61

Tabela 9 - Gastos de materiais para a produção de muro vazado. ... 62

Tabela 10 - Custos unitários de mão de obra... 63

Tabela 11 - Custos de materiais da produção de parede corta fogo. ... 67

Tabela 12 - Gastos de mão de obra referentes à produção das placas. ... 68

Tabela 13 - Custos verificados de materiais dos pilares. ... 70

Tabela 14 - Custos analisados de mão de obra para confecção dos pilares. ... 71

Tabela 15 - Materiais e custos. ... 74

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_____________________________________________________________________________________________ LISTA DE EQUAÇÕES Equação 1 ... 17 Equação 2 ... 31 Equação 3 ... 31 Equação 4 ... 32 Equação 5 ... 32 Equação 6 ... 42 Equação 7 ... 42

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______________________________________________________________________________ SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 TEMA ... 13 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ... 13 1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ... 14 1.4 JUSTIFICATIVA ... 14 1.5 OBJETIVO GERAL ... 14 1.6 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 16 2.1 ORÇAMENTAÇÃO ... 16 2.2 ESTIMATIVAS DE CUSTOS ... 16

2.3 INTERPRETAÇÃO DE COMPOSIÇÃO DE CUSTOS... 20

2.4 CURVA ABC ... 21

2.5 COTAÇÕES DE PREÇO ... 22

2.6 IMPEDITIVIDADES ... 24

2.7 PRODUÇÃO DAS EQUIPES MECÂNICAS ... 25

2.8 CUSTOS INDIRETOS ... 26

2.9 LUCRO ... 30

2.10 CONTRATO ... 33

2.11 CONTRATO POR PREÇO DE CUSTO ... 33

2.12 CONTRATO POR EMPREITADA GLOBAL ... 35

2.13 MEDIÇÃO E PAGAMENTO ... 36

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_____________________________________________________________________________________________

2.15 ESTRATÉGIAS DE CANTEIRO ... 38

2.16 ORIGEM E DESTINO DOS MATERIAIS ... 39

2.17 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS ... 40

2.18 APURAÇÃO DE RESULTADOS DA OBRA E/OU DO EMPREENDIMENTO ... 41

2.19 PERDAS ... 42 3 Método de Pesquisa ... 44 3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 44 3.2 DELINEAMENTO ... 45 3.3 CRONOGRAMA ... 45 4 ESTUDO DE CASO ... 47

4.1 MÉTODOS UTILIZADOS NA EMPRESA ... 47

4.2 ESCOLHA DO SETOR PARA IMPLANTAÇÃO DA PESQUISA DE GESTÃO DE CUSTOS ... 55

4.3 ESCOLHA DOS OBJETOS DE PRODUÇÃO PARA ANÁLISE DE CONTROLE DE GESTÃO DE CUSTOS ... 56

4.4 ANÁLISE DE CUSTOS DAS PRODUÇÃO DE MURO VAZADO (GRADIL) ... 58

4.5 ANÁLISE DE CUSTOS DA PRODUÇÃO DE PAREDE CORTA FOGO ... 64

5 CONCLUSÕES ... 77

5.1 MURO VAZADO ... 77

5.2 PAREDE CORTA FOGO ... 78

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______________________________________________________________________________

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho de conclusão de curso do acadêmico Luiz Augusto Bassani Filho, orientado pelo Professor Fernando Wypyszinski, trata de uma análise de gestão de custos de obra. Busca-se enfatizar temas presentes no trabalho de um Engenheiro Civil, que estão relacionados ao controle e à previsão de gastos durante uma construção e, que foram aplicados em um estudo de caso de uma construtora com sede na cidade de Santo Ângelo, localizada no interior do estado do Rio Grande do Sul.

1.1 TEMA

O tema presente nesse trabalho engloba as diferentes etapas e métodos utilizados para facilitar a gerência dos gastos de uma obra, os quais apresentam-se como estimação de custos, controle da produção e apuração de resultados. Explanam-se, com exemplos, métodos de aplicação de conceitos consagrados na construção civil que se adequam na forma em que os serviços são executados, onde objetiva-se uma ótima gestão dos recursos materiais e pessoais. Também é realizada uma coleta de dados em campo referentes aos custos gerados pelos serviços prestados por uma empresa construtora, a fim de se analisar a eficiência dos controles financeiros existentes na companhia.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

O desenvolvimento dessa pesquisa se delimita em elaborar uma investigação em uma empresa construtora de como ocorrem as despesas geradas direta e indiretamente por serviços de construção civil e o quanto elas se aproximam de resultados previamente estimados em orçamentos.

Toda essa análise é feita coletando minuciosamente dados de gastos realizados em parte dos serviços prestados por uma empresa de construção civil, identificando possíveis falhas no gerenciamento das despesas caso algum valor previamente estipulado, for extrapolado.

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_____________________________________________________________________________________________ 1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

A pesquisa limita-se a um arranjo de métodos observados em prática a partir de referências bibliográficas, a fim de estimar gastos, os quais podem ser calculados diretamente, e somando-se aos custos diretos, identificar se na empresa onde ocorre a pesquisa o gerenciamento dos custos de obra está sendo formulado corretamente.

1.4 JUSTIFICATIVA

No setor da construção civil, cabe ao engenheiro responsável por uma obra ter noções necessárias para viabilizar a execução de um serviço, e consequentemente, trabalhar de tal modo que suas operações estejam dentro das configurações de uma economia de mercado em que ser competitivo é o único meio de sobrevivência.

Uma boa gestão das finanças em um empreendimento da área de edificações requer, além de conhecimentos técnicos e administrativos, cuidados especiais na gerência de recursos humanos, objetivando-se o cumprimento de metas e prazos estabelecidos pelos clientes ou pela própria empresa.

São inúmeros os métodos conhecidos e utilizados por empresas construtoras para gerenciar uma obra, porém a aplicação dos mesmos em situações práticas se mostra uma atividade cercada de imprevistos e dificuldades de aplicação, temas que serão investigados ao longo deste trabalho.

1.5 OBJETIVO GERAL

O objetivo geral dessa pesquisa é primeiramente analisar métodos de controle de gastos na construtora Bassani Engenharia Limitada, que possui sede no município de Santo Ângelo, no estado do Rio Grande do Sul, para então tentar identificar discrepâncias em seus controles de gastos que fizeram a empresa obter resultados financeiros menores que os esperados ao longo dos últimos meses.

1.6 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Os objetivos específicos desse trabalho são propor um estudo a respeito das etapas que pertencem à gestão de custos de uma obra, as quais são:

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______________________________________________________________________________ Controle de custos da produção;

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_____________________________________________________________________________________________

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ORÇAMENTAÇÃO

Segundo Limmer (1996), em uma obra, a orçamentação refere-se ao planejamento dos custos existentes durante a execução, ou seja, é definida como a determinação dos gastos necessários para a realização de uma construção. Para isso, faz uso de um plano de execução previamente estabelecido, onde os gastos são traduzidos em termos quantitativos.

Na orçamentação, objetiva-se definir o custo de execução de cada atividade ou serviço; constituir um documento contratual, que servirá de base para o faturamento da empresa executora da obra; servir de base como referência na análise de rendimentos obtidos dos recursos empregados na execução do projeto e; fornecer como ferramenta de controle, informações para o desenvolvimento de coeficientes técnicos confiáveis, visando assim, o aperfeiçoamento da capacidade técnica e da competitividade dos envolvidos na gestão da construção no mercado.

2.2 ESTIMATIVAS DE CUSTOS

Conforme Mattos (2016), observa-se que a primeira preocupação de uma equipe técnica responsável por uma construção, é a de estimar custos, tarefa em que se vê a necessidade de aproximar, de maneira indireta, o preço de serviços ou atividades. Na estimativa, aplicam-se métodos conceituais, onde variáveis usadas no modelo de predição apresentam-se geralmente diferentes das medições de unidade de serviço a ser fisicamente executadas, assim, não se orça cada serviço individualmente (concreto, fôrma, alvenaria), o que deve ser feito é atrelar dados históricos a parâmetros relacionados com projetos em questão.

De acordo com Limmer (1996), toda estimativa orçamentária é afetada de erro, que vai ser tanto menor quanto melhor for a qualidade da informação disponível por ocasião da sua elaboração. São observadas, entre as variadas formas de estimativa de custos, cinco metodologias possíveis que se caracterizam por aspectos de Dimensões Físicas, Unidades do Produto Final, Fator de Capacidade, Fator de Proporcionalidade e pelo Modelamento Paramétrico.

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______________________________________________________________________________ Analisa-se, segundo Mattos (2016), que pela Metodologia das Dimensões Físicas o custo é estimado pela utilização de parâmetros físicos existentes na obra, tais como comprimento, volume, área, entre outros. Utiliza-se muito no mercado imobiliário Brasileiro o custo por metro quadrado (R$/m²), que é baseado no Custo Unitário Básico (CUB), valor que é calculado através dos preços dos insumos atualizados, sendo meramente orientativo para o setor da construção civil, pois não se relaciona com o custo real da obra. Também são utilizadas, por tal metodologia, estimativas de preço usadas para outros setores de obras, como o custo do quilômetro de estrada e o valor por tonelada de estrutura metálica e por metro de túnel.

Através da constatação em dados históricos de construções similares, usa-se a Metodologia de Estimativas por Unidades do Produto Final, nessa o custo total da obra é relacionado com uma unidade de capacidade da edificação. Nesse método separa-se o tipo de construção por sua finalidade, onde em um hotel, seu preço se diferencia pelo número de quartos (R$/quarto), em um hospital pelo número de leitos (R$/leito), em um estacionamento pelo número de vagas (R$/vaga) e em uma escola pelo número de alunos (R$/aluno). Assim, não é necessário preocupar-se diretamente com o custo do metro quadrado de construção, e sim, com as dimensões de capacidade do empreendimento.

Dispondo de uma grande quantidade de projetos similares, se pode empregar a Metodologia do Fator de Capacidade, essa que permite a correlação entre custo e tamanho, utilizando uma equação do tipo:

Equação 1 $𝐵 $𝐴= ( 𝐶𝑎𝑝𝐵 𝐶𝑎𝑝𝐴 ) e (1) Fonte: Mattos, A. D. 2016. Sendo:

$A = custo de uma obra já construída; $B = custo da obra que quer se estimar;

CapA = capacidade da edificação já construída; CapB = capacidade da nova edificação;

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_____________________________________________________________________________________________ Figura 1 - Curva do Fator de Capacidade.

Fonte: Website da AACE.

Lançando os dados em um gráfico que relaciona Custo em função da Capacidade de duas obras, através das informações disponibilizadas gera-se uma curva exponencial, como mostrado na figura 1, e através de uma equação logarítmica, é possível obter o Fator e Capacidade (e), o qual é utilizado para obtenção do custo da nova obra.

Confrontada com obras industriais, utiliza-se muito a Metodologia do Fator de Proporcionalidade, que possui seus fundamentos nos Fatores de Lang e de Hand. Multiplicando um Fator de Lang, determinado por uma série histórica de preços de construção, pelo preço de equipamentos de uma parte de uma fábrica, tem-se, como mostra-se na tabela 1, a estimativa de preço da execução da construção desta parte da obra.

Tabela 1 - Utilização do Fator de Lang.

Tipo de Planta Fator de Lang Processamento de líquidos 6,2 Gaseificação 1,5 Empacotamento 0,8

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______________________________________________________________________________ Estima-se o custo de uma planta industrial no setor de gaseificação de uma empresa de bebidas, sabendo que o dispositivo utilizado para o processo custa R$30.000,00, é de R$45.000,00.

Com o objetivo de ter uma precisão maior de valores, se multiplica um Fator de

Hand, utilizando uma série histórica de preços, pelo custo de cada equipamento, assim

se dá a despesa total da obra. Segundo a Associação para o Desenvolvimento da

Engenharia de Custos (AACE), calcula-se que o grau de precisão da Metodologia do

Fator de Proporcionalidade se mantém entre 15% e 30%.

Tabela 2 - Utilização do Fator de Hand.

Grupo de equipamento Fator de Hand Custo do Equipamento (xR$1000) Custo dos equipamentos instalados (xR$1000) Transformador 2,5 95 237,5 Reator 1,2 110 132 Seccionador 0,8 7 5,6 Total 212 375,1

Fonte: Adaptado do Livro “Gestão de Custos de Obra”. Editora PINI. 2016.

Conforme constata-se na tabela 02, o custo estimado fica em R$375.100,00. Desejando obter uma fórmula que permita obter o custo de uma obra, emprega-se a Metodologia do Modelamento Paramétrico, que também é útil em obras industriais. As diferentes características de um equipamento instalado em fábricas são analisadas, e com o seu custo total de construção, é possível relacionar cada especificação com sua influência no preço final. Dessa forma, faz-se uma matriz vetorial com todos os dispositivos analisados afim de obter, ao final do cálculo, o valor de cada variável relacionada, que será o valor multiplicado pela especificação, e somando com as outras características da máquina, se terá o preço estimado de construção da mesma.

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_____________________________________________________________________________________________ 2.3 INTERPRETAÇÃO DE COMPOSIÇÃO DE CUSTOS

Para Mattos (2016), contemplam-se em quase todos os orçamentos as Composições de Custos Unitários, onde são detalhados diversos insumos utilizados no serviço a ser executado, seus coeficientes de utilização e para quantificar serviço, o custo unitário de cada elemento. Nota-se que tais valores são importantes, pois para além de analisar a composição para saber o tipo de insumo considerado, se pode verificar no campo a produtividade que é adotada na formação do preço da obra.

Dessa forma se interpretam os custos de uma obra em preços unitários, dividindo categorias para cada composição, onde se chega ao Tipo de Insumo (elementos essenciais para a produção determinado produto ou serviço). Os custos se apresentam como mão de obra (pedreiro, servente, azulejista), material (areia, aço, prego, bloco), equipamento (escavadeira, martelo, betoneira), a unidade, expressando-se como medida de compra ou cotação (kg, m², m, l), o índice (coeficiente de utilização de cada insumo), onde aponta-se a quantidade do insumo utilizada para obtenção de uma unidade do serviço, o custo unitário, no qual o valor de aquisição da unidade do insumo é explicitado e, enfim, o custo total, que demonstra a multiplicação do índice pelo custo unitário.

Tabela 3 - Utilização de Composição de Custo Unitário.

Insumo Unidade Índice

Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) Armador h 0,1 10 1 Ajudante h 0,1 8 0,8 Aço CA-50 kg 1,1 5 5,5 Arame kg 0,03 6 0,18 Total 7,48

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______________________________________________________________________________ É possível observar na tabela 03 uma Composição de Custos Unitários que se relaciona com a armação de aço em uma obra, incluindo corte, dobra e instalação do aço. Interpreta-se, na tabela 03, que há a mesma proporção de ajudante e armador, comparando os índices se retrata que o armador é quem o dita ritmo do serviço, pois com Índice de 0,1h/kg, produz-se 1,0 kg de armação a cada 0,10h, o que corresponde a 10,0 kg do insumo por hora, valor do qual relata-se que a produtividade é o inverso do Índice (1/0,10 = 10,0 kg por hora). Na prática se pode evidenciar que se a produtividade for maior que 10kg por hora, melhor para o construtor, pois tem-se no serviço um Custo Unitário menor.

Se pode calcular, para conhecer a produtividade em uma semana com cinco armadores (e cinco ajudantes), o total de Armação de Aço feito nesse período, onde irá ser multiplicada a produtividade pela unidade de tempo transcorrida (5x44hx10kg/h), obtendo assim, a confecção de 1870 kg de armação de aço nos cinco dias de trabalho. É adicionado no índice um valor que se refere com a perda de material, em que foi usado uma quantia de 10%, expondo o motivo de utilizar 1,1kg de aço no cálculo do Custo Unitário.

Decidiu-se subcontratar uma empresa fornecedora de mão de obra para a atividade. Para não acarretar prejuízo no orçamento o valor máximo a ser pago é a soma do custo total do ajudante e do armador (R$1,80/kg). Admitindo a possibilidade de um ajudante auxiliar dois armadores, rendendo a mesma produtividade, diminuiu o índice do ajudante pela metade, transformando em 0,05h/kg, barateando o serviço em R$0,40/kg.

2.4 CURVA ABC

Observa-se que após um orçamentista terminar de fazer uma tabela com Composições de Custos Unitários para cada um dos serviços, pode tomar a atitude de gerar a Curva ABC de serviços, onde ordena-se, em ordem decrescente de custo e as atividades a serem executadas seguidas do seu percentual simples e acumulado. É usado o nome ABC para identificar as faixas a serem definidas na tabela de serviços, como a faixa A, a qual engloba serviços que pertencem a 50% do custo total da obra; a

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_____________________________________________________________________________________________ faixa B, que engloba as atividades entre os percentuais acumulados que ficam entre 50% e 80% do valor da construção e; a faixa C onde se encontram todos os serviços restantes.

Esse método é muito usufruído na identificação dos serviços que mais impactam no custo total da obra, que se localizam no topo da tabela, além de dispor de informações que relacionam com a priorização para negociação (serviços que ocupam posições mais altas na tabela exigem negociação mais cautelosa) e de avaliações de impactos (ou seja, analisar periodicamente, durante a execução da obra, o custo real que está se obtendo dos serviços das faixas A e B). Nota-se que operações como movimento de terra, armação de aço, locação da obra e preparo de fôrmas geralmente são encontrados na região A e B, enquanto que limpeza da construção, instalação de sifão e colocação de torneira normalmente encontram-se na faixa C.

Aproveita-se também a Curva ABC para a análise de insumos, onde são arranjados fatores de mão de obra, material e equipamentos na ordem decrescente do valor total a obra em uma tabela, na qual são detalhados os elementos como matérias primas da tarefa (escavação apareceria como trator, operador, e assim por diante). Ordenam-se as faixas de mesma forma utilizada na Curva ABC de Serviços.

2.5 COTAÇÕES DE PREÇO

Segundo Mattos (2016), é provável se deparar com uma grande quantidade de insumos e serviços na elaboração de um orçamento, e todos esses elementos devem ter seus custos cotados. A comparação de valores de compra se apresenta como uma atividade simples, e possui características que, através de pouca análise, gera uma grande diferença no valor total da construção. Há no mercado várias formas de cotar-se um produto, pois cada lojista, fabricante, subempreiteiro, distribuidor ou prestador de serviço tem sua forma de quantificar a venda, e nem todas são incluídas no mesmo escopo.

Encontra-se no mercado vendedores que entregam o material na obra, enquanto que outros só o disponibilizam na revenda, e também se vê fabricantes com preços menores que a concorrência, mas que só negociam a partir de um a determinada quantidade mínima de compra. O tipo de cotação de preços nos serviços terceirizados

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______________________________________________________________________________ também é diferenciado, pois existem empreiteiros que, em sua incumbência, embute-se no valor itens como andaime e limpeza final, enquanto, não é possível, em seus concorrentes, observar tais ofícios. Destaca-se, no momento de um orçamentista definir uma compra, a observação de especificações técnicas, em que ele deve estar atento para descrições qualitativas do material, dimensões, peso, cor, resistência, e no caso de equipamentos, o que se atende de normas técnicas.

Sabendo a quantidade do material a ser adquirido, se pode interferir no valor, o tipo de embalagem, como bloco cerâmico solto no caminhão ou paletizado, cimento em sacos ou a granel e tinta em lata ou galão. Percebe-se que no caso de produtos especiais, não facilmente encontrados no mercado, pode haver preocupação quanto ao prazo de entrega, como se ocorre com elevadores, esquadrias especiais, cerâmicas específicas e produtos importados. Necessita-se na compra informações a respeito do setor financeiro da empresa construtora para analisar condições de pagamento, para a programação do desembolso. Para isso, pode haver interesse de quem faz a obra de debater com o vendedor os tipos de facilidades das quais ele concede em relação a prazo de pagamento.

Após verificadas todas as características dos produtos e serviços necessitados para a execução da obra ofertados no mercado, é preciso fazer uma equalização de cotações, operação que é difícil pelo fato das mesmas não possuírem a mesma base de informações. A fim de facilitar tal operação, pode-se individualizar os valores de cada etapa e buscar-se a parcela que falta na outra cotação e preencher a lacuna. Não sendo apresentados os valores individualizados, precisa-se então orçar a parcela de serviço que se encontra em falta na proposta incompleta.

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_____________________________________________________________________________________________ Tabela 4 - Comparação de Cotações de Preço.

Item Fornecedor 1 (R$) Fornecedor 2 (R$) Fornecedor 3 (R$) Fornecimento 20000 18000 15000 Pintura 4000 Não faz Não faz Local da

Entrega Obra Obra Fábrica

Fonte: Adaptado do Livro “Gestão de Custos de Obra”. Editora PINI. 2016.

Vê-se na tabela 04, o exemplo de fornecedores em que há preços para o fornecimento de esquadrias de madeira. É possível que o fornecedor 1 opere com custo mais alto, porém é o único que faz a atividade completa. Compara-se os valores completando a tabela, colocando o preço de pintura nas colunas dos fornecedores que não praticam tal operação e obtém-se o valor do transporte do material até a obra (cotado separadamente pelo orçamentista). Com isso, se objetiva atingir o total do valor do fornecedor 3. Somando todos os montantes, gera-se a quantia de R$24.000,00 para o fornecedor 1, R$22.000,00 para o fornecedor 2 e R$26.500,00 para o fornecedor 3, dessa forma, a melhor oferta é a do fornecedor 2.

2.6 IMPEDITIVIDADES

Mattos (2016) diz que todas os condicionantes inerentes ao ambiente de produção são refletidos no orçamento. Tal fator, na construção civil é conhecido como impeditividades, pois aumentou-se consideravelmente, nos últimos anos, o rigor que foi estabelecido quanto ao cumprimento das mesmas, as quais relacionam-se com questões de meio ambiente, qualidade, saúde e segurança do trabalho.

Perde-se produtividade na execução de serviços e aumenta-se o custo da obra, pois há toda a burocracia envolvida para desempenhar as funções, como cadastramento e integração (exames e treinamento dos operários até a permissão do serviço), auditoria comportamental (observação e interação com a força de trabalho) e treinamentos programados (como prevenção de acidentes de trabalho). Constata-se que as impeditividades, são fatores de grande alteração do tempo de execução da obra, pois se limitam ao tempo disponível do trabalhador, o qual pratica tais funções em

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______________________________________________________________________________ sua jornada de trabalho, fazendo com que muitas vezes o construtor tenha que recuperar o tempo perdido utilizando horas extras dos funcionários ou mobilizando uma quantidade maior de trabalhadores.

Verifica-se que as impeditividades não são apresentadas nos custos unitários, pois os mesmos referem-se ao período produtivo. Assim, aplica-se na montagem de composições de custos um coeficiente redutor de produtividade que se chama Fator de Eficiência, e que é baseado nas interrupções naturais da atividade durante a operação de algum serviço. Dessa forma, se pretende captar, na obtenção do Fator de Eficiência, os momentos de paralisações dos serviços, como o consumo de água, necessidades fisiológicas, comunicação com pessoas da obra, instruções de atividades, entre outros fatos que ocorrem em uma construção.

2.7 PRODUÇÃO DAS EQUIPES MECÂNICAS

Mirando o custo unitário de um serviço mecanizado, como terraplanagem ou pavimentação, tem-se a difícil tarefa de calcular a produtividade dos equipamentos dos quais se integra o conjunto de máquinas que realizam tal operação. Relaciona-se com a produtividade a capacidade de cada equipamento, que pode se mostrar como carga, tempo de ciclo, distância de transporte e fator de eficiência.

Apresenta-se como uma maneira prática de reunir estes dados e computá-los de forma padronizada a planilha “Produção de Equipes Mecânicas” (PEM), que é utilizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Manual de Custos Rodoviários. Tratando-se a produção de equipes mecânicas como atividades auxiliares, o Manual de Custos Rodoviários do DNIT (2003) trata, por exemplo, da composição de custos do transporte de concreto em caminhão betoneira em via não pavimentada, onde é considerada a capacidade (b), fator de carga (g), fator de conversão (h), fator de eficiência (i) e a velocidade média do veículo (t), resultando na fórmula na qual há o cálculo da produção horária (P) P = b * g * h * i * (t/2).

Sabendo que o caminhão tem uma velocidade média de 30 km/h e capacidade de 30t, se utiliza um fator de eficiência de 0,75, um fator de conversão de 1,00 e um fator de carga de 1,00, chegando a uma produção horária de 129 t*km/h. Assim, é

(26)

_____________________________________________________________________________________________ possível perceber que o fator de eficiência é 0,75 porque o caminhão move-se 45 minutos a cada hora (45/60=0,75). É procurado saber qual é o equipamento de maior responsabilidade para cada serviço, pois junta-se, na tabela, todas as máquinas necessárias para a execução da operação. Dessa forma, verifica-se que todas atividades de dispositivos secundários ficam limitadas ao ofício do aparelho principal, tendo nele um fator de utilização operativa igual a 1,00, pois compreende o ritmo da execução.

Tal fator faz com que nos outros aparelhos esse valor fique igual ou menor a 1,00, dado que é obtido através da divisão das produções horárias. Percebe-se que a produção horária do equipamento que é o “carro-chefe” da operação, sendo a máxima para aquela tarefa. Como busca-se o custo unitário do serviço, se divide o custo horário de cada máquina (R$/h) pela produção horária calculada (no caso, t*km/h). Ao totalizar o custo horário de toda a atividade, é adicionado o valor do(s) encarregados(s) e servente(s), obtendo-se uma unidade do tipo R$/t*km/h.

2.8 CUSTOS INDIRETOS

Definem-se como custo indireto as atividades necessárias ao funcionamento de uma empresa como um todo. De acordo com Limmer (1996, p. 92), “esses custos podem ser classificados em quatro grandes grupos: custos administrativos, custos comerciais, custos tributários e custos financeiros”. Verifica-se que os custos indiretos podem relacionar-se com operações ligadas à administração da empresa, onde se compreende salários da direção (do pessoal técnico ou do corpo administrativo), despesas de representação, material de consumo do escritório, energia elétrica (da rede de baixa tensão ou gerador), comunicações (telefones celulares), assessoria de consultores, despesas com manutenção do escritório, oficina de reparos, manutenção de equipamentos (muitas vezes não programada) e depósitos para guarda de materiais e equipamentos.

Também pode haver gastos necessários aos serviços de engenharia, como assessoria jurídica aos contratos, elaboração de propostas e de estudos técnicos, despesas de fiscalização e assessoria técnica para vendas ou licitações. Os custos indiretos empresariais são calculados a partir da elaboração de mapas mensais de

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______________________________________________________________________________ custos da administração da empresa, e usufruindo-se dessas informações, com os dados de um trimestre pode estimar-se o valor anual.

Tabela 5 - : Utilização de custos indiretos. Custos Janeiro (R$) Fevereiro (R$) Março (R$) Total (R$) Anual (x4) (R$) Administrativos Salários 4000 4200 4300 12500 50000 Aluguéis 1100 1200 1150 3450 13800 Telefone 150 210 180 540 2160 Material de escritório 700 850 850 2400 9600 Energia Elétrica 140 110 320 570 2280 Comerciais Propaganda 150 200 210 560 2240 Assessoria Técnica 200 100 100 400 1600 Elaboração de Propostas 90 130 110 330 1320 Totais 6530 7000 7220 20750 83000 Fonte: Adaptado do Livro “Gestão de Custos de Obra”. Editora PINI. 2016.

Analisando os custos indiretos, observa-se na figura 05, as diferentes fontes de gastos de uma empresa relacionados com seus serviços prestados. Foi estimado um valor anual baseando-se nos meses de janeiro, fevereiro e março; multiplicando esse valor por quatro, o somatório dos mesmos, se obteve o valor de R$83.000,00 em despesas indiretas. Imaginando um valor anual de construção das obras de R$500.000,00, a taxa percentual de custos indiretos empresariais (Tie) será:

𝑇𝑖𝑒 =500.000,00 83.000,00 = 16,6% Valor esse que incide sobre o custo direto de produção.

Normalmente, outros métodos são usados para a aproximação dos custos indiretos, parte deles é baseada em analisar cada despesa separadamente, para tanto,

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_____________________________________________________________________________________________ mantém-se um rigor maior na avaliação dos gastos. Através desse fator, é possível orçar custos indiretos através do uso da legislação trabalhista em vigor no Brasil, como o benefício do Vale-transporte, valor que o empregador antecipa ao trabalhador para utilização de efetivas despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa.

Respeita-se a regra de pagamento do vale-transporte, pois o beneficiário (operário) custeará uma parcela equivalente a 6% (seis por cento) do seu salário básico e o empregador desembolsará o que exceder a parcela referida à parte do trabalhador. Inclui-se no orçamento da obra apenas a parte referente ao empregador, e como custo unitário, supondo um trabalhador que para o qual precisa-se de 4 passagens diariamente, e que cada passagem custe $2,50, representa-se um custo de R$10,00 de Vale-transporte por dia por empregado, equivalendo-se a R$10,00 / 8,8h = R$1,14/Hh. Nota-se que este valor não entra no orçamento, pois é o valor total.

Como são retidos 6% (seis por cento) do salário do trabalhador para o pagamento desse benefício, vê-se que a empresa precisa subsidiar ainda, o transporte de quem possuir um salário mais baixo. Assim, é preciso calcular o custo horário médio do efetivo de obra para ver quanto essa porcentagem de valor representa. Tendo em uma obra um custo total de mão de obra de R$260.000,00 e um corpo de 26.000Hh, observa-se uma hora média de:

𝑅$260.000,00

26.000𝐻ℎ = 𝑅$10,00/𝐻ℎ

Deduzindo 6% (seis por cento) se chega a R$0,60/Hh, onde encontra-se no orçamento o valor R$1,14 – R$0,60 = R$0,54, e multiplicando pelo corpo da obra de 26.000Hh, resulta no custo total de vale-transporte da obra que será:

26.000𝐻ℎ ∗ 0,54 = 𝑅$14.140,00

Montante que se apresenta muito preciso, pois não se baseia em estimativas, além de poder ser organizado na tabela de orçamento de forma ordenada em ordem decrescente, formando uma Curva ABC. Ajustando a uma Curva ABC, a alimentação dos trabalhadores pode ser orçada como custo indireto, o qual arbitra-se um efetivo médio mensal e multiplica-se pela duração da obra, cálculo que se mostra inexato por não seguir em um padrão real de dimensionamento. Como é fornecido um almoço por

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______________________________________________________________________________ operário a cada dia, para descobrir o total de almoços durante a obra, se pode dividir o total de homens-horas (Hh) pela jornada média diária (assumindo 8,8horas/dia):

26.000𝐻ℎ

8,8ℎ = 2.955 𝑎𝑙𝑚𝑜ç𝑜𝑠

E, supondo um custo por almoço de R$12,00, teremos um gasto de R$35.460,00 em alimentação durante a obra. É permitido, através da legislação brasileira, cobrar do empregado 20% (vinte por cento) do valor da refeição, deslocando para o orçamento 80% (oitenta por cento) do valor total calculado de almoços, obtendo-se assim, R$28.368,00 de custo total de refeições para os operários, sendo um cálculo mais preciso para contribuir com a exatidão do orçamento.

Orçando os EPI’s (Equipamento de Proteção Individual), enquadram-se todos os dispositivos usados na construção civil com a função de impedir danos físicos aos trabalhadores, como capacete, protetor auricular, bota, máscara, cinto de segurança, luva, óculos e viseira de proteção. Cada conjunto de EPI é relacionado por categoria profissional (pedreiro, servente, armador) e seu custo horário. Listam-se itens com as respectivas vidas úteis indicando quando é preciso reposição do dispositivo, e através do preço do mesmo, divide-se o custo médio mensal do EPI por 176 horas (jornada mensal do operário) chegando ao custo horário do equipamento.

Desta forma, tendo uma bota, com valor de R$28,30 e uma vida útil de seis meses, se tem um custo médio mensal de cerca de R$4,72, e dividindo tal valor por 176 horas, se obtém um custo de EPI de R$0,027/h. Agregando ao custo dos outros EPI’s do mesmo funcionário, tem-se o montante total do custo horário do EPI por trabalhador. É possível adicionar um custo que se refere à lavagem dos equipamentos. Inclui-se no orçamento de custos indiretos, o valor com que se arca em uma obra referente à tributação.

A construção civil apresenta impostos que se embutem nos custos de aquisição de mercadorias, como o ISS (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza), o qual se apresenta como imposto municipal e que é pago pelas empresas ou profissionais autônomos que prestam tal serviço tributável, tendo uma alíquota entre 2% (dois por cento) e 5% (cinco por cento) para todos os serviços. Esse mostra-se como base de cálculo o valor do serviço prestado, ou que incidem sobre a folha de pagamento, como

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_____________________________________________________________________________________________ o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que tem como objetivo proteger o trabalhador ao qual se demite sem justa causa, que corresponde a 8% (oito por cento) do salário do operário.

Tem-se também impostos que se estendem sobre o faturamento da obra, ou seja, sobre a nota fiscal emitida, como o PIS (Programa de Integração Social), em que há o financiamento do pagamento do seguro-desemprego, abono e participação na receita dos órgãos e o COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que incide sobre a receita bruta de empresas. Discute-se muito a respeito de integrar o Imposto de Renda ao orçamento da obra, sabendo que os impostos com função de pertencer a tal assunto são os tributos indiretos (que podem ser transferidos de uma pessoa a outra e incidem sobre o produto, e não sobre a renda). Observa-se que Imposto de Renda e CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) se portam como tributos diretos (tributo pago ao governo sem intermediário que se incide sobre a renda), assim, não podendo ser transferido para terceiros, acabando por se estabelecer fora do orçamento.

2.9 LUCRO

Conforme Mattos (1996), nota-se que juntando todos os custos diretos e indiretos, tem-se ainda um fator que se mostra como o objetivo principal de um empreendimento: o lucro. O lucro é conhecido como a diferença entre o preço de venda e o custo de produção, o qual contabiliza-se anualmente e, que é caracterizado como lucro bruto. São pagos impostos referentes ao mesmo, que caracterizam-se como Contribuição Sindical e Imposto de Renda. Embute-se o lucro como parte dos custos indiretos e os integra ao cálculo do BDI (Benefícios e Despesas Indiretas), que se agrega ao custo direto de um empreendimento, obra ou serviço para apurar o custo total, apresentando-se de forma percentual. Se pode calcular o preço de venda de uma obra como:

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______________________________________________________________________________ Equação 2 𝑃𝑉 = 𝐶𝐷 ∗ (1 + 𝐵𝐷𝐼 100) Fonte: Mattos, A. D. 2016. Sendo: PV = Preço de venda

CD = Total dos custos diretos

BDI = Benefícios e Despesas Indiretas

Conceituando o preço de venda, apresentam-se diversas fontes das quais são utilizadas fórmulas para o BDI, como a metodologia de cálculo da taxa do BDI do engenheiro Tisaka (2011). Mostra-se a equação como:

Equação 3





1 100 1 1 1 1 100 1 100 1 100 1 100 1 100 1 x l c s t f r i x L C S T F R I BDI                                                                              Fonte: Mattos, A. D. 2016. Sendo: i = taxa de Administração C;

r = taxa de risco do empreendimento;

f = taxa de custo financeiro do capital de giro; t = taxa de tributos federais;

s = taxa de tributo municipal – ISS;

c = taxa de despesas de comercialização; l = lucro ou remuneração liquida da empresa.

É recomendado para tal equação, utilizar-se dela como cálculo de toda construção para uma pequena obra, e para empreendimentos de grande porte,

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calculá-_____________________________________________________________________________________________ la para cada setor, especificando cada situação. Verifica-se que as taxas que se relacionam com custos diretos estão localizadas no numerador, enquanto taxas no denominador incidem-se sobre preço de venda. Preconiza-se, pelo engenheiro Mattos (2016), o cálculo do BDI como:

Equação 4 𝐵𝐷𝐼 = {[(1+𝐶𝐼%) [1+(𝐴𝐶%+𝐶𝐹%+𝐼𝐶%)]

1−(𝐿𝑂%+𝐼%) ] − 1} ∗ 100 – 1 Fonte: Mattos, A. D. 2016.

Sendo:

CI% = Custo indireto (em percentual sobre o custo direto);

AC% = Administração Central (em percentual sobre o custo direto e indireto); CF% = Custo Financeiro (em percentual sobre o custo direto e indireto);

IC% = Imprevistos e contingências (em percentual sobre o custo direto e indireto);

LO% = Lucro Operacional (em percentual sobre o preço de venda); I% = Impostos (em percentual sobre o preço de venda).

Propõe-se, através do TCU (Tribunal de Contas da União), uma metodologia própria para calcular o BDI no Acórdão nº 2.369/2011, onde a equação é:

Equação 5

𝐵𝐷𝐼 = {[1+(𝐴𝐶+𝑅+𝑆+𝐺)](1+𝐷𝐹)(1+𝐿)

1−𝑇 } ∗ 100 Fonte: Mattos, A. D. 2016.

Sendo:

AC = taxa representativa das despesas divididas da administração central; R = taxa representativa de riscos;

S = taxa representativa de seguros; G = taxa representativa de garantias;

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______________________________________________________________________________ L = taxa representativa de lucro;

T = taxa representativa da incidência de tributos.

É possível observar que grande parte das empresas Brasileiras consideram a taxa de lucro de 10% (dez por cento). Nota-se que todas as fórmulas usadas para calcular o BDI possuem os impostos no denominador, pois sabe-se que tributos são incendidos sobre o preço de venda e não sobre o custo da obra. Escolhe-se a equação de BDI que mais se adapta para um tipo de obra, através das variáveis que mais condizem com os gastos da construção, como em obras onde não se utiliza o serviço de seguradoras, pois não se mostra adequado o uso da fórmula 5.

Tem-se, na equação 5, proposta pelo TCU, uma das únicas maneiras de calcular o BDI, que é empregando o lucro no numerador, em que será definida tal variável sobre o custo, e não sobre a venda, enquanto que nos outros métodos coloca-se o percentual de lucro aplicado sobre o valor do preço de venda. As equações 3 e 4 são mais compactuadas com a realidade das empresas Brasileiras, pois é possível localizar o lucro em um percentual sobre o valor contratado, e não sobre o custo.

2.10 CONTRATO

O contrato é definido como um vínculo jurídico entre dois ou mais sujeitos de direito, ou seja, um acordo entre duas ou mais vontades. Observam-se os requisitos legais para sua validade a fim de serem cumpridas, em ambos os lados, suas obrigações e direitos recíprocos.

2.11 CONTRATO POR PREÇO DE CUSTO

Mattos (2016) diz que se mostrando aparentemente barata, justa e transparente, tem-se na Construção a Preço de Custo a característica de que os adquirentes da obra aportam os custos mensais para erguê-la. Imaginando tal construção como um prédio, constitui-se pelos futuros moradores; um condomínio destinado ao pagamento integral da execução da obra, não sobrando despesas para a construtora ou incorporadora. Intencionando a remuneração, aplica-se, pela construtora, aos custos incorridos uma

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_____________________________________________________________________________________________ taxa de administração de 10% (dez por cento) a 15% (quinze por cento), que dependem do porte da obra, do prazo de construção e dos riscos envolvidos.

Dispõe-se, nesse método, a vantagem de quem pretende conhecer plenamente os custos da obra, pois normalmente o preço da construção é liberado apenas mediante a apresentação de cotações de insumos, propostas de fornecedores, programações financeiras e prestações periódicas de contas. Dessa forma, apresenta-se presumivelmente um preço justo de construção, já que eventualidades são arcadas como custos inerentes à obra.

Analisando o lado da construtora, vender imóveis a “preço de custo” demonstra ser vantajoso pelo fato de jamais provocar prejuízo, uma vez que ao garantir a remuneração em cima do consumo do condomínio, todas as faturas, notas e recibos emite-se em nome do grupo de quem adquire o empreendimento, excluindo a necessidade de a construtora contrair empréstimos, ter capital de giro ou utilizar-se de ativos bancários. Zeram-se riscos de erro de avaliação de parâmetros como produtividade das equipes, paralisações por chuva e mudança de preço de insumos.

Contata-se também, em Construções a Preço de Custo, desvantagens, como desconhecer durante a obra o preço final de construção com exatidão, por motivos de desregularidade no pagamento dos condôminos, prática onde se geram modificações no prazo da obra, e consequentemente, aumentam-se custos indiretos. Exige-se muito cuidado ao validar o orçamento da obra, pois ao extrapolar o custo, pode-se responsabilizar a construtora por um orçamento mal feito ou por ineficiência na distribuição dos recursos aportados.

É recomendado, para tal caso, a validação do orçamento, prática na qual encomenda-se dois orçamentos independentes (a duas construtoras ou a diferentes profissionais do mercado). Segundo o Engenheiro Mattos (2016, p. 154), a respeito de Construções a Preço de Custo se recomenda “que orcem a obra com o mesmo critério e grau de detalhe que usariam se a obra fosse vendida por preço fechado”.

É necessário analisar nessas construções a importância de arrecadar cedo montantes consideráveis para a execução da mesma, pois verifica-se que tais obras apresentam um comportamento de custo ao longo dos meses que representa uma curva em formato de sino, e utilizando-se uma média que considere também os picos

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______________________________________________________________________________ de gastos, tem-se no início da obra investimentos excedentes que irão compensar nos meses com despesas mais altas, de modo a facilitar o método de pagamento dos condôminos, uma vez que ao pagar parcelas iguais, se possui menor dificuldade em relação à programação das parcelas.

Dessa forma, mostra-se de suma importância no contrato de Obras a Preços de Custo a imposição de regras para alterações de projeto, que se baseiam em alterações de especificações técnicas (substituição e inclusão de materiais) e imposições técnicas (modificações de dimensões de estruturas), desejando assim, evitar desgastes quando é preciso aumentar o custo da obra devido a uma modificação durante sua execução.

2.12 CONTRATO POR EMPREITADA GLOBAL

Segundo Tognetti (2016), define-se o contrato por Empreitada Global, um acordo em que assume, por parte do contratado, o valor total, independentemente das quantidades e preços unitários envolvidos, o qual ultrapassando o custo previsto para a execução da obra a construtora se responsabiliza pelos gastos excedentes, mesmo que o motivo para tal fato ocorrer seja devido a aumento de preços de insumos no mercado da construção civil.

Nota-se nessa modalidade no Brasil, uma grande desvantagem financeira devido à alta carga de tributos, pois tem-se em tal forma de contrato a cobrança de vários impostos diretos (como PIS, COFINS e ISS), e quando a nota fiscal é emitida pela construtora são incluídas tais cobranças sobre seu preço, as quais estende- tal tarifa para produtos e serviços de subcontratados. Dessa forma, é cobrado imposto sobre imposto, e a obra se torna mais cara. Imaginando uma obra que custe R$8.050.000,00, sendo que R$2.500.000,00 se origina do custo de mão de obra, R$4.500.000,00 provém do gasto em materiais e R$1.050.000,00 se decorre da margem que fica com a construtora.

Ao emitir a nota fiscal de empreitada global, paga-se pela construtora os mesmos impostos que os empreiteiros e fornecedores de materiais já pagaram sobre os R$7.000.000,00 (referente a mão de obra e materiais), e então são passados valores extras ao cliente. Esse que arca com o acréscimo de 3,65% (três inteiros e sessenta e

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_____________________________________________________________________________________________ cinco centésimos por cento) que é atribuído aos valores do PIS e COFINS, se a construtora estiver no lucro presumido.

Figura 2 - Preços na Empreitada Global.

Fonte: Autoria própria.

Como pode ser observado na figura 02, adiciona-se um montante de R$255.500,00 no custo total desta obra.

No mercado da construção civil é possível notar uma leve variação do modelo de contrato de Empreitada Global: o modelo Turn Key (chave na mão), que se mostra como um acordo em que a construtora tem a liberdade para executar a obra com tecnologias próprias, onde se garante a construção pronta, porém, não há controle sobre os modos de execução do serviço pelo cliente. Nessa proposta, recomenda-se a aplicação de regras contratuais com aspectos técnicos e comerciais detalhados, pelo fato da empresa contratada assumir os riscos que decorrem da execução, como a elaboração de projetos quantitativos, atendimento das especificações técnicas e riscos geológicos e arqueológicos.

2.13 MEDIÇÃO E PAGAMENTO

Conforme Mattos (2016), é destinada ao engenheiro de custos a tarefa de identificar corretamente os critérios de medição e pagamento dos quais utiliza-se a empresa contratante. São definidos tais critérios como regras que se destinam a

R$ R$ 1.000.000,00 R$ 2.000.000,00 R$ 3.000.000,00 R$ 4.000.000,00 R$ 5.000.000,00 R$ 6.000.000,00 R$ 7.000.000,00 R$ 8.000.000,00 R$ 9.000.000,00

Empreitada Global

Empreitada Global

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______________________________________________________________________________ quantificar um serviço e pagá-lo durante a execução da obra, para tanto, leva-se em consideração a formação do preço do serviço e o fechamento das medições mensais.

Mostra-se prática a adoção de métodos como o TCPO, em que se leva em consideração a produtividade da mão de obra, consumo de materiais e consumo horário dos equipamentos, chegando a técnicas nas quais, por exemplo, podem ser descontadas na medição de execução de alvenaria vãos de até 2m² (e o que exceder descontar 2 m² por vão), justificando-se pelo fato de que o que um operário leva de tempo e trabalho para requadrar e arestar esse furo, é o mesmo para preenchê-lo.

Tem-se também, para a função de medição, o método ORSE (Orçamento de Obras do Sergipe), o qual é disponibilizado como um software que se detém em um banco de dados composto de milhares de insumos, serviços e composições de preços unitários. Verifica-se que ao medir alvenaria em um orçamento ou medição, o método ORSE desconta todos os vãos, independentemente de suas dimensões. Nota-se que diferentes métodos podem levar a grandes diferenças de valor em obras de alto porte.

Tabela 6 - Uso dos métodos de medição.

Órgão Critério Área de medição

TCPO

Descontar o que exceder 2m² por vão

20 – [(1,4*2,1)-2] – 0 = 19,06m²

ORSE Descontar todos os vãos

20 – (1,4*2,1) – (0,80*2,10) = 15,38m²

Fonte: Adaptado do Livro “Gestão de Custos de Obra”. Editora PINI. 2016.

Considera-se, para interpretação da tabela 6, uma medição de uma parede de 5m x 4m que possui uma porta de 0,80m x 2,10m e uma janela com vão de 1,4m x 2,1m. É possível notar na tabela 06, que o uso de diferentes métodos de medição gera diferentes resultados, o que pode resultar em um orçamento ou medição com uma considerável variação de preços finais de obra, pois apresentou-se, nestes dois métodos, uma diferença de quase 20% na área de medição e pagamento entre os dois critérios. Objetivando minimizar esse conflito, os índices que compõe os custos unitários podem ser ajustados, pois dividindo as áreas de medição, multiplica-se o resultado

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_____________________________________________________________________________________________ pelos índices utilizados no critério TCPO (19,06 / 15,38 = 1,239) ou no método ORSE (15,38 / 19,06 = 0,807).

2.14 GESTÃO DE CUSTOS NA EXECUÇÃO

Inclui-se em uma gestão ótima de custos de execução de obra a escolha certa na compra de materiais, o cumprimento dos prazos determinados de execução, a fiscalização da produção da mão de obra (analisar se condiz com o custo unitário do serviço), a qualidade na produção e o atendimento a questões legais (segurança, direitos trabalhistas e meio ambiente).

2.15 ESTRATÉGIAS DE CANTEIRO

Conforme Chagas (2008), verifica-se que todas decisões a serem tomadas nas etapas iniciais de execução da obra acarretam consigo custos associados, os quais devem ser considerados nos valores de todo o empreendimento. Imaginando a construção em um local com facilidade de recrutamento de mão de obra, não é preciso construir alojamentos, assim como acessando energia elétrica em todo local de construção, não se constata a exigência de geradores de energia elétrica para alimentar equipamentos, excluindo-se todos seus custos de manutenção, operação e suprimento de combustíveis.

Considera-se de suma importância a localização do canteiro de obras devido a aspectos de segurança, facilidade de apoio logístico, transportes e administração das frentes de produção. Geralmente se produz muita poeira e barulho em locais de concretagem e britagem, o que faz com que, de preferência, os ambientes sejam afastados de escritórios para causar o mínimo de transtorno às unidades administrativas e de apoio logístico.

Liga-se a produtividade do canteiro de obras não somente pela sua localização, mas também pelo seu layout, onde a qualidade do acesso e sua manutenção resulta em economia. É sugerido que se trabalhe sempre com programações de fabricação e beneficiamento dos produtos (como as ordens de fabricação de fôrmas e ordens de corte e dobragem de ferros, para os quais existem softwares específicos no mercado, e

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______________________________________________________________________________ as regras de armazenamento de sacos de cimento, a fim de evitar o contato com umidade), racionalizando o uso dos pátios de estocagem.

2.16 ORIGEM E DESTINO DOS MATERIAIS

De acordo com Mattos (2016), analisa-se a necessidade de existir em uma obra fluxogramas de balanceamento de origem e destino para os grandes volumes de materiais primários, enfatizando as quantidades requeridas para executar os serviços da construção. Colocam-se nos fluxogramas em seu início, normalmente, as origens dos materiais, que podem ser jazidas de solos para aterros, cascalho areia ou rocha, enquanto que em seu desenvolvimento encontra-se os destinos, como concreto estrutural ou pavimentos.

Passando por estocagem ou processamento (como britagem, depósito ou central de concreto), se deve colocar no fluxograma tal particularidade, considerando a perda que o insumo sofre durante tal processo. Se pode obter de um fluxograma origem-destino um diagrama origem-origem-destino, facilitando-se sua visualização.

Figura 3 - Exemplo de Diagrama Origem-Destino.

Fonte: Mattos (2016)

Percebe-se na figura 03, um diagrama origem-destino da construção de uma barragem imaginada por Mattos (2015), que é composto de um aterro compactado

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_____________________________________________________________________________________________ (2.000.000 m³), com um filtro granular (5.000 m³), uma zona de enrocamento (800.000 m³) e um vertedouro de concreto (15.000 m³), todos localizados em duas faces. Nota-se que o material do aterro vem de uma jazida de solo e a brita para o filtro e o concreto, de uma pedreira.

É preciso saber, ao confeccionar o fluxograma, qual o volume a ser extraído da jazida, qual volume de rocha a ser retirada da pedreira e qual parcela da quantidade de rocha passa pela central de britagem. Para calcular o volume extraído da jazida, considerou-se o fenômeno do empolamento (aumento do volume de material solto em relação à condição natural) e da contração (redução de volume de material ao ser compactado), nesse momento, estudou-se a densidade do solo em tais condições. Após, é possível verificar qual volume de rocha que é retirado da pedreira, e ao separar o montante de material que se destina à britagem (para ir ao filtro e vertedouro), obtém-se as quantidades de material a ir ao destino.

2.17 SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS

Segundo Chagas (2008), deve ser considerada a compra de um equipamento para executar um serviço como um investimento a ser recuperado durante o decorrer da obra, através dos resultados do trabalho que a máquina ajuda a praticar. Evidencia-se como função da aquisição do equipamento pagar por si mesmo através de receitas que superem os custos dos serviços de construção. Somente analisar o tipo e tamanho de equipamento para cada tarefa não basta para decidir a compra do mesmo, deve-se analisar se para o caso é viável investir em um novo equipamento, utilizar das unidades usadas que a empresa dispôs ou alugar de terceiros.

Devem ser estudadas possibilidades, como por exemplo, de no futuro arcar com a ociosidade das máquinas após a conclusão das obras, impedindo-as de participar de futuros projetos. Na construção civil há o emprego de equipamentos de uso corrente, que se diferenciam por executar operações que se repetem, mostrando que são mais econômicos e; dos equipamentos especiais, que são fabricados sob encomenda para um determinado tipo de projeto ou operação. É selecionado o tipo de equipamento considerando os aspectos técnicos e econômicos.

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______________________________________________________________________________ Conforme Chagas supôs (2008), na construção de uma represa, para a retenção de grandes quantidades de água, é preciso construir um aterro compactado, exigindo o transporte de solo da jazida da obra até o local de trabalho. Verificou-se nesta obra pelas equipes de engenheiros, duas opções de equipamentos para transporte: caminhões e correia transportadora. Foi analisado, para o uso de caminhões, o custo de construção de uma estrada, o valor de escavação e transporte por volume de solo e a compra de máquinas necessárias para tal operação; para o uso de correias transportadoras foram analisados o gasto para implantação total do sistema, suas despesas de operação do sistema de correias por volume de solo e o valor de venda ao fim da obra.

Ao comparar todos os custos, foi possível chegar à conclusão de que o sistema de correias é mais econômico em sua totalidade de valores, apesar de que a escolha mais viável varia dependendo do foco a ser considerado, uma vez que em relação à distância de transporte, condições de acesso e climatologia, os caminhões mostram-se como uma melhor proposta, e à respeito de assistência técnica e potencialidade de reutilização ou revenda, as correias transportadoras ficam mais executáveis, detectando-se a necessidade de estudar profundamente todas alternativas de execução.

2.18 APURAÇÃO DE RESULTADOS DA OBRA E/OU DO EMPREENDIMENTO

Diz Mattos (2016) que é comum no mundo profissional o uso de termos como “Lucratividade” e “Rentabilidade”, que apesar do fato de possuir relação entre as duas palavras, ambas se referem a formas distintas de traduzir o quão satisfatório foi um negócio. Entende-se lucratividade como a relação entre o lucro líquido de um empreendimento (ou da empresa) e a receita obtida (valor geral das vendas), podendo expressar-se pela fórmula:

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_____________________________________________________________________________________________ Equação 6 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑎𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 Fonte: Mattos, A. D. 2016.

É definido na equação (9) Lucro como a sobra da receita de vendas ao deduzir o custo (despesas) e Lucratividade como o ganho obtido sobre as vendas realizadas. Consideram-se Lucro e Receita em valor monetário e Lucratividade em percentual (valor relativo). Se nota no mercado imobiliário que a Lucratividade é mais importante que a Rentabilidade, pois tem como referência o VGV (valor geral de vendas), o qual possui valor conhecido.

A Rentabilidade é definida pela relação entre o lucro líquido do negócio (ou da construtora) e o capital investido, o qual calcula-se como:

Equação 7 𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑑𝑜 Fonte: Mattos, A. D. 2016.

Na equação (10) Rentabilidade indica-se como quanto do dinheiro investido está se transformando em lucro, também expressa em valor percentual. Utilizando a rentabilidade, é possível que um investidor compare seu negócio a um rendimento bancário.

2.19 PERDAS

Para Mattos (2016), a perda se como a utilização de uma quantidade maior do que a necessária de um dado insumo, necessitando levar em consideração o conceito de bem de produção. Nota-se que se trata de uma concepção econômica, que tem a ver com eficiência. Vê-se em obras perdas de material, que são as mais fáceis de perceber, pelo simples motivo de ser visíveis e necessitar limpeza.

Porém, estuda-se durante a execução de obras a diminuição ou eliminação da perda incorporada, que é o caso de peças confeccionadas fora dos parâmetros especificados em projetos (como peças de concreto pré-moldadas com dimensões

Referências

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