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ANÁLISE DE CUSTOS DA PRODUÇÃO DE PAREDE CORTA FOGO

Constatou-se que para a produção da parede corta fogo são necessárias dezoito placas de concreto pré-moldado, nas quais se pretende realizar a vedação entre equipamentos elétricos em subestações de energia elétrica. Para sustentar tal estrutura são construídos três pilares de concreto pré-moldado e três peças de fundação, visto que tais bases se confeccionam no local da obra por se tratar de estruturas de peso extremamente elevado, inviabilizando a possibilidade de serem transportadas a longas distâncias.

Como se vê na figura 12, as placas da parede corta fogo possuem 1 metro de altura, 3,285 metros de largura e 0,15 metros de comprimento, compreendendo um volume de cerca de 0,493 metros cúbicos. Por exigência de projetos, deve-se utilizar um concreto com um mínimo de 30 Mpa no teste de resistência à compressão.

______________________________________________________________________________ Figura 12 - Projeto de placa da parede corta fogo.

Fonte: Arquivo da empresa.

Nota-se a partir da figura 12 que todos os vergalhões utilizados possuem a bitola de 6,3 milímetros, e somando todo aço necessário para a sua confecção o resultado final é um total de 87,15 metros de vergalhão. Como na empresa quando se compra grandes quantidades de aço, é feita a aquisição utilizando-se a unidade de quilogramas, observou-se que 87,15 metros de aço equivaleriam a 21,35 quilogramas. Adiciona-se, a fim de estimar a quantidade de aço que se desperdiça, 10% (dez por cento) ao peso total, totalizando 23,845 quilogramas de aço. Na figura 13 estão detalhados os custos do quilograma de vergalhão e suas respectivas bitolas no comércio, local em que são feitas as compras deste material pela empresa.

_____________________________________________________________________________________________ Figura 13 - Preço por quilograma de vergalhão.

Fonte: Arquivo da empresa.

Notando que o preço de vergalhão se encontra em R$3,4934 para a bitola de 6,3 milímetros, gasta-se em cada placa R$82,04 em armaduras.

Notou-se no processo de produção das placas para parede corta fogo que a primeira atividade é o corte de armadura, e essa atividade tem a duração média de um turno da manhã de um serralheiro, em que ele ocupa quatro horas para finalizar sua operação, sempre acompanhado por um auxiliar de produção. Segue-se a atividade de produção da placa com a montagem da fôrma metálica, prosseguida pela colocação da armadura na fôrma para, posteriormente, ser realizada a concretagem da estrutura.

Nessa operação foi possível notar que foram utilizados dois ciclos de betoneira, utilizando-se três sacos de cimento para cada ciclo, com o traço de duas caixas de areia e três caixas de brita 01 para cada saco de cimento, tendo na caixa um volume de 0,03675 metros cúbicos. Na tabela 11, vê-se todos os gastos notados na observação da operação de confecção da estrutura, onde foram relatados os custos da mesma maneira descrita de quando se acompanhou a produção de gradil.

Foi realizado a partir da quantificação do que foi comprado e utilizado integralmente na operação do produto e estimando-se quando o produto não foi diretamente adquirido para a função específica. Foram usados para a composição do custo dos materiais da placa uma estimativa de preço para o uso da fôrma metálica, da qual notou-se que teve um custo de produção de R$3500,00. Tal valor foi dividido por cinquenta e quatro, referente à quantidade de fôrmas que foram confeccionadas para a obra, e adicionou-se um valor de R$50,00, alusivos à equipamentos.

______________________________________________________________________________ Tabela 11 - Custos de materiais da produção de parede corta fogo.

PRODUÇÃO PAREDE CORTA FOGO - PLACA - 1 UNIDADE - 0,493m³ (1:2:3) - 2 Betoneiras

Material Quantidade Vlr. Unitário Vlr. Total Saco Cimento Votoran toda obra

(CPII) 6 25,9 155,40 Areia (m³) 0,441 78 34,40 Brita 01 (m³) 0,6615 52,2 34,53 Disco de Corte 0,3 3,15 0,95 Arame recozido 1,2mm 1kg (62,5m) 0,4 11,23 4,49 Óleo de soja 900ml 0,5 3,7 1,85

Vergalhão 6,3mm CA-50 Nerv.

Gerdau (kg) 23,485 3,4934 82,04

Fôrma e Equipamentos 1 114,81 114,81

Total

R$ 428,47

Fonte: Autoria própria.

O custo referente à mão de obra foi estimado a partir da observação da quantidade em que cada trabalhador se envolveu na operação, como pode se notar na tabela 12. Ainda na mesma tabela, adicionou-se uma certa quantidade de horas trabalhadas para os cargos de pedreiro e auxiliar de produção, pelo motivo dos mesmos possuírem a função de, após a produção, posicionar as placas no depósito. Essa tarefa que exige grande parte de um turno de trabalho, além de que quando as placas são transportadas faz-se a operação de colocá-las em um caminhão, com o auxílio de uma carregadeira ou caminhão do tipo Munck.

_____________________________________________________________________________________________ Tabela 12 - Gastos de mão de obra referentes à produção das placas.

Produção de Placa da Parede Corta-fogo

Mão de Obra Salário (R$) Custo por hora (R$/h) Horas Trabalhadas Custo Total da produção (R$) Serralheiro 1742,52 10,89075 6 65,3445 Pedreiro 1617,4 10,10875 12 121,305 Servente 1373,2 8,5825 12 102,99 Servente 1373,2 8,5825 12 102,99 Total R$ 392,63 Fonte: Autoria própria.

Somando os valores totais referentes à mão de obra e materiais envolvidos na produção, o custo de produção de uma placa para parede corta fogo resulta em R$821,10.

Terminando a atividade de confecção das dezoito placas que constituem parte da parede corta fogo, inicia-se a produção de peças de concreto pré-moldado que servem de pilares, feitos de forma a possuírem cortes que propiciam o encaixe das placas. Como se vê na figura 14, a parede corta fogo possui três pilares, sendo o pilar central de diferente forma. Estimou-se a produção dos pilares da mesma forma feita com o gradil e com as placas.

______________________________________________________________________________ Figura 14 - Projeto de pilares de uma parede corta fogo.

Fonte: Arquivo da empresa.

Mediu-se a quantidade total de aço utilizada para os pilares em metros. Esses estavam separados por bitolas, para após se fazer uma relação entre o peso de cada barra de 12 metros de cada um, onde o vergalhão de bitola 6,3 milímetros teriam 0,245 quilogramas por metro, o vergalhão de bitola de 10 milímetros de bitola teria 0,616 quilogramas por metro e o vergalhão de 16 milímetros de bitola teria 1,5783 quilogramas por metro.

Foi possível, assim, chegar ao peso de cada quantidade de aço necessária para a confecção dos pilares, acrescentando-se 10% (dez por cento) como coeficiente de desperdício. Somando aos custos de outros materiais, na tabela 13, é apresentado o total de custos verificados para os três pilares.

_____________________________________________________________________________________________ Tabela 13 - Custos verificados de materiais dos pilares.

PRODUÇÃO DE PAREDE CORTA-FOGO - PILARES - 3 UNIDADES - 5,28m³ (1:2:3) - 36 Betoneiras

Material Quantidade

Vlr.

Unitário Vlr. Total Saco Cimento Votoran toda obra

(CPII) 48 25,9 R$ 1.243,20 Brita 1 (m³) 5,292 52,2 R$ 276,24 Areia (m³) 3,528 78 R$ 275,18

Disco de Corte (Und) 1,2 3,15

R$ 3,78 Arame Recozido 1,2mm 1kg (62,5m) 1,6 11,23 R$ 17,97 Óleo de Soja 900ml 2,5 3,7 R$ 9,25

Vergalhão 6,3mm CA-50 Nerv.

Gerdau (kg) 653,734 3,4934

R$ 2.283,75 Vergalhão 10mm CA-50 Nerv.

Gerdau (kg) 28,06 3,3731

R$ 94,65 Vergalhão 16mm CA-50 Nerv.

Gerdau (kg) 124,385 3,2721 R$ 407,00 Total R$ 4.611,03 Fonte: Autoria própria.

Observando o tempo gasto para as operações, estimou-se a quantidade de horas trabalhadas por cada operário envolvido na produção dos pilares. O tempo foi

______________________________________________________________________________ praticamente o mesmo para cada um dos pilares. Na tabela 14 apresenta-se o custo analisado para se efetuar toda a atividade de confecção dos três pilares.

Tabela 14 - Custos analisados de mão de obra para confecção dos pilares.

Produção de Pilar da Parede Corta-fogo

Mão de Obra Salário (R$) Custo por hora (R$/h) Horas Trabalhadas Custo Total da produção (R$) Ferreiro 1742,52 10,89075 24 261,378 Pedreiro 1617,4 10,10875 48 485,22 Servente 1373,2 8,5825 48 411,96 Servente 1373,2 8,5825 48 411,96 Total R$ 1.570,52 Fonte: Autoria própria.

Somando os custos de materiais consumidos aos gastos referentes à mão de obra, obteve-se um total de R$6.181,55 de despesas de produção dos pilares para a parede corta fogo.

Examinando a produção das bases de fundação para a parede corta-fogo, nota- se que essa se trata da única peça a ser produzida no local da obra, e exige-se, para sua confecção, primeiramente a operação de escavação e posteriormente a atividade de confecção das fôrmas de madeira para em seguida se receber concreto. Usa-se nas bases, por determinação do engenheiro da obra, concreto usinado, pois tal modelo de concretagem mostra-se economicamente mais viável para a confecção de peças de concreto de grande porte na obra.

Tal fator se deve ao fato de que a operação de muitos ciclos de betoneira exige muitas horas trabalhadas por parte dos pedreiros e serventes, causando grandes custos de mão de obra e diminuindo a agilidade dos serviços. Como vê-se na figura 15,

_____________________________________________________________________________________________ a fundação da parede corta fogo é composta de três grandes bases, que somando contabilizam um volume de 12,89 metros cúbicos.

Figura 15 - Bases da parede corta fogo e vista superior com pilares e placas.

Fonte: Arquivo da empresa.

Têm-se, nas bases, uma altura de 1,7 metros, onde tal volume fica em sua maior parte abaixo do nível do solo. Foi preciso cinco dias durante a obra para realizar todas as operações de produção das bases. Observou-se que foi confeccionada toda a armadura no depósito da empresa, para então ser levada de caminhão para a obra. Se viu no projeto que a compra de armadura total para a fundação seria de 1832,82 quilogramas de vergalhões, que ao organizar-se por bitolas de 6,3, 8,0, 10,0, 12,5 e 16,0 milímetros, resultou para a empresa um custo de R$6.067,77.

Finalizando a produção das armaduras das bases das paredes corta fogo, iniciou-se o processo de tomada de decisão a respeito do transporte a ser utilizado para a estruturas de concreto pré-moldado, que foram finalizadas juntamente com os vergalhões cortados, dobrados e posicionados para a concretagem das fundações no local da obra.

______________________________________________________________________________ Para o transporte dos três pilares e mais quinze placas da parede corta fogo utilizou-se frete em um caminhão do tipo Carreta de Três Eixos, pelo motivo de possuir capacidade de carga de 41,5 toneladas, já que analisando as estruturas de concreto pré-moldado que seriam transportadas, somariam, usando a estima de que cada metro cúbico de concreto pesaria 2.500 quilogramas, 30.240 quilogramas.

Totalizou-se para o custo total do frete R$2.600,00, enquanto as demais peças, três placas e armaduras das bases fundação, foram levadas com o caminhão da empresa, modelo Truck, com capacidade de carga de 23 toneladas. O custo de transporte de tais peças foi estimado através do cálculo do custo unitário do Homem- hora para o motorista da empresa, cujo salário é de R$2.287,03, transformando-se num custo por hora de R$14,29, sendo tal montante multiplicado pelo número de horas que se exige para ir e voltar do trajeto entre os municípios de Santo Ângelo e Garibaldi.

Tal trajeto compreendeu-se de dois dias de viagem, exigindo dezesseis horas trabalhadas, chegou-se a estimativa de preço de R$228,70, a qual se soma com despesas de hotel e refeição provenientes das necessidades do trabalhador, que juntas apresentaram-se como um gasto de R$220,00. Foi observado que para ida e volta de Garibaldi foi percorrida uma distância de cerca de 870 quilômetros, em que, para tal trajeto, gastou-se por parte do caminhão cerca 290 litros de combustível, chegando a um gasto de R$936,70. Somou-se todas as despesas referentes às peças para as quais não se utilizou o transporte por frete e se chegou a um total de R$1.385,40, compreendendo, para deslocamento de todas as estruturas de concreto pré-moldado, um total de R$3.985,40.

Foram desenvolvidas, na obra da subestação de energia elétrica, as bases da parede corta fogo, para a qual mostra-se, na tabela 15, a relação de materiais e seus respectivos custos, que somados chegaram ao montante de R$11.053,38.

_____________________________________________________________________________________________ Tabela 15 - Materiais e custos.

PRODUÇÃO DE PAREDE CORTA FOGO - BASE (FUNDAÇÃO) - 3 UNIDADES - 12,89m³ -

Material Quantidade

Vlr.

Unitário Vlr. Total

Concreto Usinado 30MPa (m³) 14 290 4060,00

Disco de Corte (Und) 1 3,15 3,15

Arame recozido 1kg Rolo 62,5m) 2 11,23 22,46 Vergalhão 6,3mm CA-50 Nerv.

Gerdau (kg) 561,364 3,4934 1961,07

Vergalhão 8,0mm CA-50 Nerv.

Gerdau (kg) 72,577 3,4898 253,28

Vergalhão 10mm CA-50 Nerv.

Gerdau (kg) 295,6184 3,3781 998,63

Vergalhão 12,5mm CA-50 Nerv.

Gerdau (kg) 484,398 3,2025 1551,28

Aço Pré Dobrado para Estribo 1 800 800,00

Vergalhão 16mm CA-50 Nerv.

Gerdau (kg) 398,37 3,2721 1303,51

Madeira (Fôrma) 1 100 100,00

Total

R$ 11.053,38 Fonte: Autoria própria.

Notou-se que para a confecção das bases de fundação da parede corta fogo, no local da obra, foi necessário primeiramente realizar a escavação do local, que foi feita através do uso de uma retroescavadeira com profissional apto para tal operação. Compreendeu-se de o tempo de cinco dias desde a escavação até finalizar a concretagem, atividades realizadas por cinco trabalhadores além do operador de retroescavadeira. Como mostra a tabela 16, estimou-se o custo de mão de obra de

______________________________________________________________________________ cada funcionário através do conceito de custos unitários, no qual foi observado o tempo utilizado para finalizar tal operação por cada trabalhador, chegando-se ao total de R$1.332,23.

Tabela 16 - Custos de mão de obra de confecção das bases da parede corta fogo.

Produção de Base (Fundação) da Parede Corta-fogo

Mão de Obra Salário (R$) Custo por hora (R$/h) Horas Trabalhadas Custo Total da produção (R$) Ferreiro 1742,52 10,89075 8 87,126 Pedreiro 1617,4 10,10875 24 242,61 Servente 1373,2 8,5825 24 205,98 Servente 1373,2 8,5825 32 274,64 Pedreiro 1617,4 10,10875 32 323,48 Operador de Escavad. 2267,4 14,17125 14 198,3975 Total R$ 1.332,23 Fonte: Autoria própria.

Estimou-se o custo do uso de quatorze horas de uma retroescavadeira utilizando-se uma tabela em que está presente o suposto preço atualizado de uma hora de operação de tal máquina considerado o valor de aquisição, manutenção, o tipo de material rodante e o consumo de combustível, onde ponderou-se todos valores para máquinas com potência no intervalo de 70 a 100 hp, como foi o caso da máquina utilizada na escavação.

Observou-se que o valor do custo por hora da retroescavadeira ficou em R$79,74 (R$32,66 de propriedade, R$18,28 de manutenção, R$2,76 de material rodante e R$26,04 de combustível), em que já se subtraiu o valor de mão de obra de

_____________________________________________________________________________________________ operação da máquina por esse já estar calculado através do custo unitário do Homem- hora para operador da retroescavadeira. Tal montante foi multiplicado e tabelado pelas quatorze horas necessárias para concluir-se a escavação, chegando à estimativa de custo de uso de retroescavadeira de R$1.116,56.

Reparou-se que após mais de uma semana de quando se finalizou a produção das bases de fundação da parede corta fogo, houve a instalação dos pilares e placas, operação para a qual necessitou-se de um dia de trabalho. Verificou-se que foi alugado pela empresa um guindaste para a instalação das peças de concreto pré-moldado, o qual operou por dez horas, enquanto uma equipe de quatro trabalhadores, constituindo- se tal grupo por dois pedreiros e dois serventes, auxiliavam na instalação das peças.

Estimou-se o custo de instalação, onde multiplicou-se por dez o preço por hora de aluguel do guindaste, que foi de R$140,00 por hora somado ao custo de dez horas trabalhadas por dois serventes e dois pedreiros (considerou-se o preço do Homem-hora com os valores utilizados anteriormente), que ficou em R$373,83, fechando em um montante de R$1.773,83 em despesas referentes à operação de instalação das estruturas de concreto pré-moldado.

Na figura 16 detalha-se, em seu lado esquerdo, a operação de confecção das bases de fundação e em seu lado direito, a instalação das peças de concreto pré- moldado.

Figura 16 - Confecção das bases de fundação e instalação das placas da parede corta fogo.

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5 CONCLUSÕES

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