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A dupla jornada e a dignidade no meio laboral: um desafio diário para o trabalho da mulher no Século XXI

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

TALISE ANTUNES ROSSI

A DUPLA JORNADA E A DIGNIDADE NO MEIO LABORAL:

UM DESAFIO DIÁRIO PARA O TRABALHO DA MULHER NO SÉCULO XXI

Ijuí (RS) 2017

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TALISE ANTUNES ROSSI

A DUPLA JORNADA E A DIGNIDADE NO MEIO LABORAL:

UM DESAFIO DIÁRIO PARA O TRABALHO DA MULHER NO SÉCULO XXI

Monografia final apresentada ao curso de Graduação em Direito, objetivando a aprova-ção no componente curricular Monografia. UNIJUÍ – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

DCJS – Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais.

Orientadora: Me. Nelci Lurdes Gayeski Meneguzzi

Ijuí (RS) 2017

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edico este estudo à minha família, pelo incentivo, apoio e confiança em mim depositados ao longo desta jornada acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, criador de tudo, que me proporcionou a dádiva da vida com a minha existência na Terra, a vivência dos dias com intensidade e ter chegado até aqui, cheia de expectativas, brilho nos olhos e sonhos no coração. Também, um agradecimento especial à Nossa Senhora, que junto de Deus Pai, sempre me cuida, me protege, me ilumina, pois é a intercessora de todos os meus pedidos e a força “superior” que me acalma nos momentos de dificuldades, pelo exercício da minha fé.

Aos meus amores, minha família: minha mãe, Marivani; meu pai, Vilmar Antônio; meu namorado, Rafael; meu irmão, Marcelo; minha irmã, Tassiane; meu cunhado, Amarildo; e meu sobrinho, Bernardo, que sempre estiveram presentes e me incentivaram com apoio e confiança nas batalhas da vida e com quem aprendi que os desafios são as molas propulsoras para a evolução e o desenvolvimento. Quantas vezes eu precisei do auxílio de vocês e ali estavam: prontos para tudo! Para ouvir minhas angústias, para prestar auxílio financeiro, para secar minhas lágrimas, para compartilhar comigo suas histórias de vida, dar-me conselhos e me confortar, dizendo que tudo iria dar certo, para aguentar o meu nervosismo,osmeus“ransos” ... Toda gratidão do mundo parece pouca para descrever o quanto sou grata por ter vocês em minha vida e por tudo o que sempre fizeram e ainda fazem por mim.

Agradeço, especialmente, à minha orientadora, Nelci Lurdes Gayeski Meneguzzi, que me acolheu de braços abertos e disposta a encarar este desafio, me atendendo a qualquer hora, inclusive nos finais de semana, ou em diversos horários durante a semana, mesmo que fossem do seu lazer.

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Uma professora que mais parece uma amiga, companheira, sempre alegre, tentando me tranquilizar e disponibilizando para mim um caminho mais acessível, leve. Uma pessoa indescritível com quem eu tive o privilégio de conviver e contar, pois com sua dedicação e disponibilidade me guiou incansavelmente pelos caminhos do conhecimento.

Aos colegas de trabalho da 2ª Vara Judicial da Comarca de Três de Maio, com quem convivi por mais de três anos e que muito contribuíram com o meu crescimento acadêmico, pessoal e profissional, sempre solícitos, pacientes, dispostos a me ensinar e compartilhar comigo as suas experiências profissionais e de vida, com muita generosidade, enriquecendo o meu aprendizado. Durante esse período de estágio e vida acadêmica, passava mais tempo com os meus colegas de trabalho do que com amigos e propriamente minha família. Vocês foram a minha segunda família, com quem sempre compartilhei minhas angústias e dificuldades, encontrando amparo para tudo. Certamente vocês sempre estarão em minhas lembranças e terão um lugar especial em meu coração, pois só tenho a agradecer pela oportunidade de conviver com pessoas como vocês. Obrigada por tudo, doutora Eliane, Paulo, Miria, Neusa, Denise T., Ângela, Maíra, Vanessa, Leonardo, Dênis, Domênica, Iracema, Bruno, Carina, Gabriele, Denise R., Emily e Beatriz.

Agradeço ainda, aos meus amigos, demais familiares e todas as pessoas que estão ao meu redor. Todos os dias são de aprendizado, nos quais convivemos com diversas pessoas que contribuem para a formação do nosso ser. Viver esta etapa é desafiante, causa medo, incertezas, mas todos que participam do meu dia a dia contribuíram de alguma forma para que eu alcançasse as minhas conquistas.

“Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado, com certeza vai mais longe”. (Clarice Lispector)

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“A justiça tem numa das mãos a balança em que pesa o direito e na outra a espada de que serve para o defender. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do direito."

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RESUMO

O presente estudo faz uma análise da evolução do papel exercido pela mulher no seio familiar e no mercado de trabalho. Busca demonstrar como a posição feminina era exercida nos primórdios e como ela foi se desenvolvendo para atualmente ocupar expressivo espaço no mercado de trabalho. Analisa a violação do princípio da igualdade, da dignidade e da não discriminação do perfil feminino no mercado de trabalho, uma vez que por mais que haja vasta legislação que confere e assegura o direito à igualdade da mulher, ainda há muita distinção quando se trata de altos cargos e diferença salarial. Apresenta, também, as normas positivadas de proteção ao trabalho feminino no ordenamento jurídico brasileiro, o que confirma o direito à igualdade, à liberdade e à dignidade do trabalho. A elaboração deste estudo pautou-se, sobretudo, em pesquisas bibliográficas, utilizando o método de abordagem hipotético-dedutivo e o de procedimento monográfico histórico.

Palavras-chave: Evolução do trabalho feminino. Princípio da igualdade e não discriminação. Normas positivadas. Proteção ao trabalho da mulher.

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ABSTRACT

The present study analyzes the evolution of the role of women in the family and in the labor market. It seeks to demonstrate how the feminine position was exercised in the early days and how it was developed to occupy expressive space in the labor market. It examines the violation of the principle of equality, dignity and non-discrimination of the female profile in the labor market, as much as there is extensive legislation that confers and guarantees the right to equality of women, there is still a great deal of distinction when it comes to senior positions and salary difference. It also presents positive norms for the protection of women's work in the Brazilian legal system, which confirms the right to equality, freedom and dignity of work. The preparation of this study was mainly based on bibliographical research, using the hypothetical-deductive approach method and the historical monographic procedure. Key words: Evolution of female work. Principle of equality and non-discrimination. Positive rules. Protection of women's work.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9

1 ASPECTOS HISTÓRICOS DA EVOLUÇÃO DO TRABALHO FEMININO ... 11

1.1 A história da mulher no mundo do trabalho ... 11

1.2 O surgimento do perfil feminino no mercado de trabalho ... 15

2 A DIGNIDADE DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO ... 19

2.1 O direito à igualdade e à não discriminação feminina ... 20

2.2 A posição do ordenamento jurídico brasileiro em relação à proteção do trabalho feminino ... 24

CONCLUSÃO ... 30

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INTRODUÇÃO

O presente estudo reflete sobre o surgimento e a evolução do perfil feminino no mercado de trabalho, primeiramente num contexto histórico a fim de demonstrar a caminhada da mulher para que conseguisse conquistar o mercado de trabalho.

Demonstra a contrapartida do papel da mulher no âmbito doméstico, cujo trabalho não é remunerado, com o trabalho no âmbito público, ao desempenhar atividades remuneradas. Sabe-se que atualmente as mulheres ocupam muitos setores que até um período recente eram exclusivamente de homens.

O estudo constitui-se numa pesquisa bibliográfica, baseada em estudiosos do tema, e utiliza o método de abordagem hipotético-dedutivo, que é a busca da verdade, eliminando o que não condiz com os fatos reais. O procedimento utilizado na pesquisa é o monográfico histórico, que consiste em investigar acontecimentos, bem como processos e instituições do passado para, posteriormente, analisar a sua influência na sociedade atual.

Desse modo, no primeiro capítulo é abordada a evolução histórica da mulher para que conquistasse o seu espaço no mercado de trabalho, bem como se descreve alguns percalços que encontrou nessa trajetória.

Percebe-se que nos dias atuais as mulheres estão mais qualificadas profissionalmente em relação aos homens e, mesmo assim, no cenário profissional elas ainda continuam sofrendo discriminação ao não ocuparem os cargos mais bem pagos no mercado de trabalho e recebendo salários menores em relação ao homem. Isso denota a importância da discussão do direito à igualdade de gêneros e da proteção dos direitos e garantias fundamentais assegurados constitucionalmente.

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No segundo capítulo o estudo faz uma breve explanação sobre a influência do direito à liberdade da mulher tanto no aspecto pessoal quanto profissional, bem como o seu direito à igualdade, à dignidade da mulher e à não discriminação no âmbito profissional.

Faz-se, também, uma breve menção de alguns institutos assecuratórios positivados no ordenamento jurídico brasileiro e que servem para amparar o trabalho feminino, demonstrando que a distinção de gênero é real, assim como outras formas de discriminação, e precisa ser exposta e debatida.

Considerando, portanto, as situações que ainda persistem desde o início da inserção da mulher no mercado de trabalho, o estudo visa contribuir no sentido de prestar esclarecimentos sobre o tema e postular a evolução daquilo que é assegurado a toda e qualquer pessoa, principalmente às mulheres.

Para finalizar, são apresentadas as Conclusões a que se chegou com o estudo, e as Referências utilizadas na sua elaboração.

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A problemática do trabalho feminino e sua igualdade é tema atual e debatido constantemente, apesar de já ter evoluído com o passar dos anos. Muitas diferenças, contudo, seguem existindo entre homens e mulheres, tanto nos seus aspectos biológicos como em suas predisposições cerebrais. Primordialmente, a mulher exercia a função de cuidar da casa e dos filhos, enquanto que o papel masculino era chefiar a prole, sair em busca do sustento da família, provendo assistência as suas necessidades básicas.

Com o passar do tempo a mulher buscou a superação, os desafios e evoluiu muito. Atualmente ela se destaca em todos os setores, trabalhando lado a lado com o homem que, muitas vezes, divide espaço com ela. Apesar disso, ainda imperam discriminações sendo comum a distinção salarial entre os dois gêneros.

Percebe-se claramente que apesar de toda a tecnologia e desenvolvimento atual, as mulheres ainda carecem de melhores condições de trabalho. Atualmente, as mulheres estão presentes em praticamente todas as áreas de trabalho, até mesmo naquelas consideradas exclusivas do sexo masculino, mostrando que ela é capaz de conquistar tudo aquilo que deseja e que contribui muito para o crescimento e desenvolvimento societário.

Este capítulo tem por objetivo analisar a evolução histórica da mulher, ou seja, a origem da sua inserção no mercado de trabalho, o que possibilita averiguar a sua eficácia nas atuais relações de trabalho, objeto deste estudo.

1.1 A história da mulher no mundo do trabalho

Desde a origem da civilização, a mulher sempre ocupou um papel inferior na sociedade, onde esteve oprimida e subordinada à proteção e cuidados do homem. Na Antiguidade, as famílias eram numerosas, compostas de oito a 12 filhos e, consequentemente, a mulher ocupava a maior parte do seu tempo com a gravidez e a amamentação, cuidando da prole. Quando crescidos, os filhos serviam como mão de obra para o sustento do grupo familiar, uma vez que o trabalho desenvolvido

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pelas famílias era basicamente manual. Assim, a mulher acabou por desempenhar as atividades domésticas, cuidando dos afazeres do lar e dos filhos, enquanto que o homem desempenhava o papel de provedor da prole.

Gisele Ambrósio Gomes (2016, p. 2) analisa esse cenário e afirma que:

Vale notar que essas mulheres, de uma forma mais geral, estavam no bojo das críticas que insidiam sobre uma persistente tradição intelectual, de Aristóteles a Freud, passando pelos historiadores, que enfatizava a dicotomia homem/cultura e mulher/natureza marcada por estereótipos, preconceitos e uma hierarquia de valores.

Essa bipolaridade era sustentada pela ideia da ‘desigualdade’ entre os dois sexos, separando e opondo-os: o universo masculino relacionado à cultura, sinônimo de objetivo, de racional e de público, determinava a sua dita ‘superioridade’ em relação ao universo feminino enquadrado à natureza ‘reveladora’ de sua suposta propensão ao emocional, ao subjetivo e ao privado. Não era de se estranhar, portanto, a predominância na narrativa histórica de preocupações com o político e com o público, as quais entronizavam os homens em suas façanhas e heroicidade, excluindo duplamente, quase que por completo, as mulheres enquanto personagens e produtoras da história.

Segundo Luciane Cristina Santos Querino, Mariana Dias dos Santos Domingues e Rosângela Cardoso Luz (2016), a luta inicial das mulheres pela igualdade de direitos surgiu com a afirmação das diferenças, dando início a uma ambivalência (igualdade versus diferença) que acompanha toda a trajetória do perfil feminino e fundamenta a ideia de identidade do sujeito feminino. O direito de votar foi uma das primeiras reivindicações das feministas denominadas sufragistas que, embora excluídas da esfera pública sob o domínio masculino, buscavam participar dela por meio do voto. O motivo alegado era, principalmente, que na condição de mães e educadoras daqueles que integravam a esfera política teriam, portanto, o direito de votar. A Nova Zelândia, em 1893, foi o primeiro país a conceder o direito ao sufrágio feminino e, no Brasil, o direito ao voto feminino ocorreu em 24 de fevereiro de 1932, a partir do Decreto n° 21.076, do Código Eleitoral Provisório (BRASIL, 1932).

Na década de 1990 houve o fortalecimento da participação feminina no mercado de trabalho nacional e o aumento da sua responsabilidade no comando das famílias. A mulher, que representa hoje a maior parcela da população, viu

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está conseguindo, lentamente, reduzir a defasagem salarial que ainda existe em relação aos homens.

A mulher contemporânea oscila entre o cuidado do lar e a profissão, sendo ainda milhões de mulheres prisioneiras do lar, já que não conseguem resolver um grande dilema: conciliar o cuidado dos filhos, as tarefas domésticas, com a profissão. Como são responsáveis pelo funcionamento do lar, algumas vezes as opções são poucas ou ineficientes para ajudá-las a lidar com as questões lar e profissão. [...]. Apesar das mudanças do mundo, ainda destinam às mulheres as atividades, tais como os cuidados com a casa e com a família, enquanto aos homens cabe o papel de provedor de sua família. Estas diferenciações por gênero ditado pelo mercado de trabalho, determinando assim que homens e mulheres ocupem lugares desiguais e hierarquicamente determinados e favorecem a ocorrência de discriminadores em relação às mulheres. O lugar ocupado pelo sexo masculino e feminino nos setores de atividade e na hierarquia das ocupações tem a característica do gênero. A abertura do mercado nacional acelera o ritmo de inserção da mulher no mercado de trabalho, principalmente no setor industrial, onde o maior foco era o aumento da produtividade e da qualidade dos produtos/serviços nacionais, a fim de enfrentar a concorrência dos produtos importados. (QUERINO; DOMINGUES; LUZ, 2016, p. 5-6).

Não há, também, registro de qualquer participação da mulher em escritos, ou seja, de sua participação na literatura, e a sua história era comentada e relatada em periódicos por escritores homens. A participação feminina começou a emergir no final do século XIX e início do século XX, como bem destaca Salete Rosa Pezzi dos Santos (2016, p. 19):

[...] Mulheres de letras, lutando contra restrições e preconceitos, buscaram participar do processo cultural-literário nacional no século XIX e início do XX, marcando época por sua personalidade inquieta e posicionamento transgressor. Muito antes que ações feministas se fizessem ouvir de forma veemente, essas autoras falavam do mundo da mulher e buscavam ser ouvidas, mesmo que muitas delas tenham saído do anonimato somente a partir do desenvolvimento de estudos sobre a autoria feminina. Foi o momento em que escritoras, até então não prestigiadas por sua produção literária, começaram a ser mencionadas e registradas em dicionários de escritoras, em antologias, em artigos científicos, em anais de eventos na área, tendo algumas delas suas obras reeditadas, e outras passaram a ter sua produção literária estudada na Academia, em pesquisas de vanguarda. Esse movimento ensejou reconhecimento a essas mulheres de letras e um lugar na nova história literária, assegurando-lhes uma visibilidade que emerge da desarticulação da visão canônica dominante na história oficial.

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O que se denota é que a mulher estava isolada no espaço privado, destituída de qualquer poder, sem acesso a uma linguagem e conhecimento mais amplos, continuando a ser mulher silenciosa. Nesse contexto de poucas oportunidades, as mulheres foram expressando a sua subjetividade, buscando, em alguns momentos, transformar suas percepções em textos escritos. Essa realidade é bem delineada por Santos (2016, p. 26):

Por algum tempo, setores da crítica feminista exercida no Brasil, em especial a historicista – preocupada em resgatar escritoras do século XIX não reconhecidas pelo cânone – pautaram-se pela crença de que, para alcançarem esse intento, deveriam “desvalorizar” o cânone tradicional, por ter imposto o silenciamento em torno de obras escritas por mulheres. Tal entendimento vigorou, por algum tempo, nos estudos feministas brasileiros, possivelmente influenciados por discussões mais radicais da crítica feminista, ocorridas durante a década de 70 e início de 80.

Da mesma forma, Cecil Jeanine Albert Zinani (2016, pp. 38-39) também discorre sobre a história da mulher relatada por escritores e o início dos escritos femininos:

Neste contexto, a crítica feminista preocupa-se com a representação da mulher no texto literário escrito por autores. Também investiga a autoria feminina tanto em obras contemporâneas quanto em obras

publicadas em tempos passados. Muitas dessas obras,

simplesmente, desapareceram, tendo sido relegadas a um ostracismo somente explicável pela condição de a autoria ser feminina. Esse fato originou uma pesquisa de cunho arqueológico, que revelou uma quantidade imensa de escritoras, muitas delas de grande qualidade literária. Problemas importantes como educação, divórcio, opressão feminina, além de muitos outros, foram apresentados em textos ficcionais, ainda no século XIX o que, certamente, deve-se ao acesso à educação. De outro lado, as mulheres produziam literatura mesmo sem espaço (o espaço de produção feminino era a mesa da cozinha, após o término das tarefas) e sem renda.

No que tange aos estudos culturais que contribuíram para o desenvolvimento do perfil feminino, tanto do ponto de vista político como teórico, Zinani (2016, pp. 32-33) elenca algumas considerações:

Os estudos culturais podem ser abordados tanto do ponto de vista político quando do ponto de vista teórico. No primeiro aspecto, é possível apontar a constituição de um projeto político, identificado à

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proposta a organização de um novo campo de estudos de caráter interdisciplinar ou transdisciplinar ou, até mesmo, antidisciplinar. Na perspectiva dos pais fundadores, nada mais contra seus princípios do que a criação de uma nova disciplina. Na verdade, os estudos culturais constituíram-se num campo em que Literatura Inglesa, História e Sociologia se interpenetram, com a finalidade de estudar práticas culturais de uma comunidade, cada área contribuindo com suas especificidades.

Observa-se, assim, que a educação exerceu um papel muito importante no desenvolvimento feminino, pois possibilitou o questionamento da posição feminina num contexto até então com referência masculina, na construção de uma representação própria que permitiu a autodefinição feminina. A mulher conquistou o seu espaço na sociedade a partir de muita luta e perseverança, dando sempre o seu melhor nas tarefas que lhe foram propostas.

Nos dias atuais a mulher atua em qualquer setor profissional, muitas vezes substituindo o papel masculino em vagas que até então eram restritas ao homem. Além de atuar no mercado de trabalho com excelência, concilia a função de cuidar do lar, dos filhos e da família.

1.2 O surgimento do perfil feminino no mercado de trabalho

No Brasil, historicamente, durante mais de três séculos, a mulher era figura sem expressão alguma. Em 1827, após três anos da promulgação da primeira Constituição Federal brasileira, houve a criação de uma lei que instituiu o ensino primário para o sexo feminino, com currículo para o aprendizado da economia doméstica, costura, decoração e pintura, excluindo a geometria e a aritmética.

Com a entrada em vigor do Código Civil de 1916, a mulher ainda continuou sendo considerada um objeto, estando nivelada no rol dos relativamente incapazes, precisava da ratificação do marido para que seus atos tivessem validade no aspecto civil. Era mãe, mas o pátrio poder lhe era conferido de forma subsidiária. O art. 6º, do diploma legal supramencionado, assim preconizava:

Art. 6º. São incapazes, relativamente a certos atos (art. 147, n. 1), ou à maneira de os exercer:

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I. Os maiores de 16 e menores de 21 anos (arts. 154 a 156).

II. As mulheres casadas, enquanto subsistir a sociedade conjugal.

III. Os pródigos. IV. Os silvícolas.

Parágrafo único. Os silvícolas ficarão sujeitos ao regime tutelar, estabelecido em leis e regulamentos especiais, e que cessará à medida de sua adaptação. (BRASIL, 1916, grifo nosso).

Somente em 1962, com a entrada em vigor do Estatuto da Mulher Casada (Lei n° 4.121/62), a mulher foi liberada do autoritarismo masculino, com a exclusão do inc. 2º do art. 6º, do Código Civil de 1916. A partir desse momento, uma série de sucessivas leis, que culminou com a promulgação da Constituição Federal de 1988, buscaram efetivar as conquistas que foram precedidas de grande luta pelas mulheres brasileiras. Tais conquistas, contudo, apesar de formalizadas em texto legal, muitas vezes não são efetivamente aplicadas, e não passam de discursos vazios.

Margareth Rago (2004, pp. 484-485), em seus estudos, tenta demonstrar como era exercido o trabalho feminino nas primeiras décadas do século XX:

[...] grande parte do proletariado é constituído por mulheres e crianças. [...] Apesar das muitas greves e mobilizações políticas que realizaram contra a exploração do trabalho nos estabelecimentos fabris entre 1890 e 1930, as operárias foram, na grande maioria das vezes, descritas como “mocinhas infelizes e frágeis”. Apareciam desprotegidas e emocionalmente vulneráveis aos olhos da sociedade, e por isso podiam ser presas da ambição masculina. [...] A maior parte da documentação disponível sobre o universo fabril foi produzida por autoridades públicas [...].

Isso significa que lidamos muito mais com a construção masculina da identidade das mulheres trabalhadoras do que com sua própria percepção de sua condição social, sexual e individual. Não é à toa que, até recentemente, falar das trabalhadoras urbanas no Brasil significava retratar um mundo de opressão e exploração demasiada, em que elas apareciam como figuras vitimadas e sem nenhuma possibilidade de resistência. Sem rosto, sem corpo, a operária foi transformada numa figura passiva, sem expressão política nem contorno pessoal.

Até recentemente, falar do trabalho feminino no Brasil significava retratar um mundo de opressão e exploração exagerada, sem direito à defesa, identidade e poder de resistência.

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exercendo os trabalhos de mais baixo nível, recebiam salários baixíssimos e maus tratos. Além de discriminadas pela cor, eram taxadas como pessoas rudes, bárbaras e promíscuas, destituídas, portanto, de qualquer direito cidadão.

No século XX, especialmente nas décadas de 1960 a 1990, o papel feminino evoluiu muito no que tange ao trabalho, aos estudos, ao controle da vida sexual e pessoal, obtendo o controle sobre o seu próprio corpo e o número de filhos, independente da aprovação do marido.

Paola Cappellin Giulani (2004, pp. 538-540) assim se manifesta a respeito dos primeiros períodos de evolução do perfil feminino:

Entre 1979 e 1985 cresce rapidamente a mobilização de diferentes setores da sociedade, exigindo a redemocratização do país, inaugurando novos conflitos e sacudindo o imobilismo das organizações de representação de classe. As práticas sindicais começam a ser renovadas: reivindicam-se negociações coletivas, eleição dos delegados sindicais nos locais de trabalho, novas modalidades que redefinam os vínculos políticos entre os trabalhadores, representados, e seus dirigentes sindicais, representantes. [...].

O conflito começa a sair das paredes das fábricas e dos limites das relações de trabalho para atingir algumas dimensões relativas às condições de vida, sobretudo nas cidades, onde os níveis de espoliação e pauperização já são evidentes. É a população residente nas periferias que se organiza em associações de bairro e movimentos populares, percebidos pelos governantes como indesejáveis e desestabilizadores da ordem autoritária. [...].

Assim, muitas queixas e relatos sobre a discriminação e a segregação sexual conseguem sair das paredes domésticas em que até então estavam enclausuradas e tornam-se fontes de denúncias e de demandas de novos direitos.

No mercado de trabalho, pesquisas revelam que a participação feminina cresceu de forma intensa nos anos 1970. Além disso, com o início da internet e do acesso fácil de informações, as mulheres passaram a ler e estudar mais, estando plenamente capacitadas para o mercado de trabalho, inclusive superior ao perfil masculino. Querino, Domingues e Luz (2016, p. 7) se manifestam a esse respeito, afirmando que

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Nos anos 70, o Brasil passa por várias transformações econômica, social e demográfica, que refletem diretamente sobre a força de trabalho. Com a industrialização consolidada, moderniza seus meios produtivos e se torna cada vez mais urbano. Profundas transformações, fortalecidas pelos movimentos feministas também ocorreram nesse mesmo período, nos padrões de comportamento, e no papel da mulher na sociedade, fazendo com que mais mulheres atuassem na vida pública, e facilitando a entrada da mulher no mercado de trabalho. A redução do número de filhos por mulher, nos lugares mais desenvolvidos do país, a evolução do nível de escolaridade e o ingressar de mais mulheres a universidade contribuíram para essa evolução.

Atualmente, muitas empresas estão preferindo contratar mulheres para funções estratégicas, inclusive substituindo homens com nível técnico e superior por mulheres do mesmo nível. Apesar da paridade em grau de conhecimento, a contratação de mulheres representa menor custo salarial e encargos sociais à empresa, que busca, ainda, atrelar a sua contratação à condição de evitar filhos.

O papel feminino, portanto, ainda é bastante explorado em termos de desigualdade salarial e gênero, uma vez que ao ocuparem os seus espaços no mercado de trabalho, apesar de muitas vezes serem mais qualificadas do que os homens, as mulheres ainda são tratadas como inferiores ao sexo masculino.

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A dignidade do papel feminino, seja no âmbito do trabalho remunerado, no serviço público, ou no trabalho não remunerado, em nível doméstico, é objeto de análise deste capítulo. O tema é delicado e de grande importância, pois nos dias atuais ainda depende de esclarecimentos e discussões.

Desse modo, ao estudar os direitos inerentes ao trabalho feminino e à proteção constitucional desse mercado de trabalho, não se está defendendo que a mulher com responsabilidades familiares não deve ter outro destino senão o de uma trabalhadora eficiente no mercado de trabalho remunerado.

O que deve ser destacado é que se defendem os direitos de liberdade da mulher, para que lhe seja proporcionada a possibilidade de escolha entre os múltiplos caminhos a serem seguidos. Mesmo porque o exercício do trabalho na exclusiva condição financeira e não pelo aspecto de liberdade, acaba por tornar a pessoa estranha ao que produz em seu trabalho. A liberdade de escolha proporciona a devida valorização da existência de cada cidadão, o que não é possibilitado quando a escolha é feita pela necessidade econômica.

Além disso, a Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, protege a dignidade do trabalho feminino (BRASIL, 1943), enquanto a Carta Magna de 1988 consagra em seu texto, no art. 5º, caput, e inciso I, que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, [...] e que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações” (BRASIL, 1988), eliminando, assim, qualquer prática discriminatória/desigual contra a mulher no ramo empregatício ou que lhe restrinja o mercado de trabalho em função do seu gênero.

Neste capítulo será demonstrado que se assegura à mulher não apenas o direito à igualdade, mas também à liberdade de escolhas pessoais e profissionais. A situação de desigualdade da mulher no mercado de trabalho perante o homem, além de limitar as suas decisões econômicas, representa uma obstrução no desenvolvimento de suas habilidades profissionais e, sobretudo, interfere na livre tomada de decisão a respeito de sua própria carreira profissional.

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Serão demonstradas, também, algumas normas positivadas no ordenamento jurídico brasileiro em proteção a essa dignidade e liberdade, as quais são de grande relevância, confirmando que a mulher deve ser tratada com igualdade de direitos e ter à sua disposição todas as possibilidades e expectativas presentes no mercado de trabalho em que atua.

2.1 O direito à igualdade e à não discriminação feminina

O direito à igualdade e à não discriminação é assegurado a todas as pessoas, sem qualquer distinção. Neste estudo, porém, é dado enfoque ao direito assegurado à mulher e ao papel que desempenha no mercado de trabalho, o qual é permanentemente violado.

A Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88) não estabelece nenhum conceito de “discriminação”, contudo, refere que tal direito está protegendo, intrinsicamente, os direitos e as garantias fundamentais. Nesse sentido, como o Brasil é signatário de vários acordos e tratados internacionais, verifica-se que a distinção por gênero, especialmente a discriminação contra a mulher, é contemplada pela Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, assinada em 1979, pelos países que compõem a Assembleia Geral das Nações Unidades (ONU).

No Brasil, a Lei n° 4.377, de 13 de setembro de 2002, confirma o postulado pela ONU, e no seu art. 1º confirma que:

[...] toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo. (BRASIL, 2002).

Helena Kugel Lazzarin (2016, pp. 45-46) menciona a importância de identificar que existem, na legislação internacional, motivos que visam proibir a discriminação, os quais possuem características que os distinguem, sendo possível classificá-los:

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a primeira é composta por situações pessoais, e a segunda, por situações ocasionadas a partir de escolhas e condutas do indivíduo. A primeira categoria diz respeito ao sexo, à orientação sexual, à raça, à origem étnica e à cor da pele, que são qualidades marcadas pela imutabilidade. Ressalta-se que o sexo do indivíduo é uma característica que, assim como outras, pode ser desafiada pelas evoluções tecnológicas da Medicina, em face de cirurgias e tratamentos transexuais. [...].

A segunda categoria, desse modo, é marcada pelo caráter de mutabilidade, pois existe a possibilidade de escolha do indivíduo. O ato discriminatório em razão de uma opção da pessoa pode ser direcionado à religião, ao estado civil, à opinião política, adesão à determinada organização, entre outros fatores. Esse segundo grupo demonstra não só uma violação ao Princípio da Igualdade, mas um cerceamento da liberdade pessoal dos indivíduos.

Além disso, há que se ter consciência de que as situações discriminatórias, muitas vezes, envolvem outros motivos não elencados nessas duas categorias. A proibição da discriminação, contudo, acaba por implicar uma distinção tanto com pessoas como grupos de pessoas que se encontram em situações semelhantes, com distintos motivos naturais e sociais.

Lazarin (2016, pp. 46-47) frisa a importância de diferenciar a “discriminação direta” da “discriminação indireta”. Na discriminação direta qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência, justificada por qualquer forma de diferenciação proibida, tem como objetivo anular ou prejudicar o exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais do indivíduo, em qualquer campo da vida pública. Já a discriminação indireta ocorre quando leis, decisões ou práticas, aparentemente neutras, geram uma situação de desigualdade a um grupo específico, criando ou reforçando a situação de discriminação.

Em relação à igualdade de gênero, em entrevista, Monique Morrow (2017, s.p.), uma das vozes femininas mais relevantes no mundo tecnológico e editora do livro The Internet of Women, muito bem se posicionou, destacando que:

Desde crianças, as diferenças são estabelecidas. Se uma pessoa tem um filho homem deveria educá-lo no princípio de que todas as tarefas são divididas. Alguém me disse uma vez: “A paternidade não é o trabalho da mãe”. E isso vale também para qualquer tarefa doméstica, desde limpar a casa a tirar o lixo. Também com os brinquedos, que não se impeça um menino de brincar com bonecas,

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se é isso o que ele quer. Se você der aos seus filhos, independentemente do gênero, um tratamento neutro, igualitário, eles reproduzem fora de casa essa forma de ser tratados. Os papéis de gênero se interiorizam bem cedo, já aos cinco anos. Lembro da história de uns amigos, um casal de cientistas, que explica bem isso. Sua filha de seis anos, voltando da escola, e dizendo-lhes: “Papai, mamãe, não posso estudar matemática porque não sou um menino”. Isso acontece assim, de repente. Agora essa menina é uma astrofísica. Mas é porque seus pais se sentaram com ela e lhe explicaram que poderia ser o que quisesse.

Nesta mesma entrevista Marrow (2017, s.p.) destaca que não fala de feminismo, mas de paridade entre o homem e a mulher. Ela elenca a sua neutralidade ao afirmar que:

Há um lado feminino em você. Como há um lado masculino em mim. O que eu peço é a neutralidade. Temos, na realidade, todos os traços de caráter dentro de cada ser humano em proporções distintas. O desafio que é preciso enfrentar é se dar conta de que, no final das contas, a única coisa que importa é a inclusão. Seja um homem, uma mulher, uma pessoa negra, que você tenha uma orientação sexual minoritária ou sofra de síndrome de Asperger. É preciso contar com você. Acho que nos restam duas gerações para superar este problema. Mas, por outro lado, eu me pergunto: “Estamos no século XXI. Como pode ser que ao pensar nisto calculemos que ainda é preciso esperar duas gerações?”. Todos os estudos apontam que a inclusão gera lucros empresariais. Calcula-se que a igualdade da mulher no mercado de trabalho poderia produzir mais de 8 trilhões de euros (27,2 trilhões de reais) de lucro mundial.

Em contrapartida, o que se verifica no âmbito do mercado de trabalho feminino, com base na análise de resultados de pesquisa feita com mulheres na maior parte da região Sul do Brasil, é a predominância de mulheres com escolaridade superior e especialistas, mestres, doutoras e pós-doutoras, com atuação profissional em funções com menor escolaridade concentrada na área de produção e teleatendimento. Nesse sentido, Rita Estela Salino (2017, p. 59-60) assevera que o resultado da pesquisa realizada:

[...] corrobora a assertiva de que a escolaridade torna-se essencial para a liberdade de escolha e interfere nas condições de acesso ao emprego e renda, tanto em empresas privadas quanto em empresas públicas. Chama-se atenção para outros regimes de trabalho, o

empreendedorismo e o trabalho autônomo, sendo estas

possibilidades de autonomia feminina que dispensam processos seletivos. Contudo, ressalva-se que pesquisas aprofundadas poderiam analisar detalhadamente a questão do empreendedorismo

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autônomo permeado pelas mesmas indagações do empreendedorismo. [...] Outro fato relevante são empregos com maior destaque em funções executadas no ambiente interno das organizações e que necessitaria de outra pesquisa específica para ampliar a discussão.

Observa-se, portanto, que o exercício do trabalho em cargos de nível superior é pouco exercido pela classe feminina, e que quando a mulher atinge o ápice da carreira profissional, ela costuma restringir o desenvolvimento do âmbito familiar, como, por exemplo, a reduzir o número de filhos em razão da dificuldade de conciliar a vida profissional com a maternidade. Nesse sentido, asseveram Cláudio Santiago Dias Jr. e Ana Paula Verona (2017, pp. 118-119):

Outro aspecto importante a ser destacado quando se estuda a relação entre a participação da mulher no mercado de trabalho e a maternidade se refere ao status social da ocupação da mulher. Em ocupações de alto status social (caracterizadas por serem, normalmente, ocupações de nível superior com possibilidade de carreira) são frequentes a incompatibilidade entre o trabalho e os cuidados com os filhos. Para as mulheres nessas ocupações a maternidade se torna um grande empecilho para o desenvolvimento profissional, dado o alto custo de oportunidade. Nas ocupações sem prestígio social, há uma possibilidade maior de compatibilidade entre o trabalho e os cuidados com os filhos, uma vez que não há grandes expectativas em relação à carreira profissional. Essa falta de aspiração profissional facilita as entradas e saídas das mulheres no mercado de trabalho, de acordo com a maternidade, sem grandes prejuízos materiais.

Dias Júnior e Verona (2017, p. 122) relatam ainda em seu estudo que para atender as demandas impostas pelo mercado de trabalho, as mulheres em ocupações de nível superior tendem a ter seus filhos em idades mais avançadas e, que mesmo desejando um tamanho de família maior, acabam desistindo por já terem alcançado o final do período reprodutivo ou por não quererem adotar uma criança.

Aliado a isso tudo, verifica-se a falta de equidade diante do trabalho exercido pela mulher e à sua ascensão na carreira. Trata-se, na verdade, de uma questão grave porque não se refere às habilidades da mulher ou à sua capacidade de trabalho intelectual, pois não há diferenças entre mulheres e homens nesse aspecto. O que existe, todavia, são questões culturais relacionadas a preconceito em relação

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à presença da mulher, que não permitem que ela tenha as mesmas oportunidades e velocidade de ascensão dentro das empresas.

Identifica-se, também, a dupla jornada de trabalho enfrentada pelas mulheres como uma das causas da desigualdade, o que impede que a mulher possa focar, de fato, em sua carreira profissional pois fica dividida entre as funções domésticas, principalmente quando o homem não compartilha com ela tais responsabilidades cotidianas.

Diante do exposto, percebe-se claramente que há violação ao princípio da igualdade e à dignidade, constituídas legalmente. O princípio da igualdade é um dos direitos fundamentais que tem relação muito próxima e conjunta com o princípio da dignidade humana. Verifica-se, assim, que o respeito à dignidade humana impõe a observância ao princípio da igualdade e que a preocupação em tornar efetivos padrões de igualdade em uma sociedade é preconizada pelo respeito à dignidade humana.

2.2 A posição do ordenamento jurídico brasileiro em relação à proteção do trabalho feminino

A proteção do trabalho feminino aparece positivada em vários documentos normativos, e se apresenta de forma distinta em relação ao trabalho do homem, pois a mulher esteve e, por vezes ainda está em posição inferior ao homem no mercado de trabalho. Dessa forma, foram impostas normas que assegurassem o direito à igualdade e à proteção ao trabalho exercido pela mulher.

A Carta Magna de 1988 foi a primeira Constituição que inovou na instituição de norma preventiva no mercado de trabalho feminino:

Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

[...]

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; [...]. (BRASIL, 1988).

A promoção do bem de todos sem preconceitos de sexo (art. 3º, inc. IV, CF/88) e a garantia da igualdade entre a mulher e o homem (art. 5º, inc. I, CF/88)

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se prolongar. A regra foi baseada na responsabilidade conjunta entre homens e mulheres nos cuidados familiares. A família é a base da sociedade e, portanto, tem especial proteção do Estado, que apoia os mesmos direitos e deveres à sociedade conjugal, nos termos previstos do art. 226, § 5º, CF/88.

A Consolidação das Leis do Trabalho, de 1943, em seu Capítulo III, também preconiza a proteção do trabalho da mulher. Dentre as normas protetivas consta a duração do trabalho e tempo não superior a oito horas diárias, o pagamento de salário superior quando do exercício do trabalho no período noturno, períodos de descanso, métodos e locais para o desenvolvimento do trabalho e proteção à maternidade. O descumprimento de tais normas pode ensejar ao empregador a imposição de penalidades (BRASIL, 1943).

Nesse sentido, Alyane Almeida de Araújo (2017, pp. 161-162) comenta sobre as proteções elencadas no art. 373-A da CLT:

O art. 373-A da CLT, incluído pela Lei nº 9.799/99, trouxe normas proibitivas de discriminação negativa para trabalhadores de ambos os sexos com responsabilidades familiares. Tais normas estão no capítulo da proteção do trabalho da mulher porque se verificou na prática cotidiana que é a mulher mais discriminada por questões de responsabilidades familiares, tenha ela filhos ou não. [...].

Houve um notável avanço legislativo no parágrafo único do art. 373-A, CLT, ao prever que o disposto não obsta a adoção de medidas temporárias que visem ao estabelecimento das políticas de igualdade entre homens e mulheres, em particular as que se destinam a corrigir as distorções que afetam a formação profissional, o acesso ao emprego e as condições gerais de trabalho da mulher. Em outras palavras, a proibição da discriminação negativa não obsta a criação de mecanismos jurídicos para a discriminação positiva da mulher. No entanto, ainda não houve, no Brasil, qualquer tipo de instituição de política de cotas para o gênero feminino em formação profissional e acesso a emprego público ou privado.

A Convenção nº 100 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil em seu art. 2º, estipula que é dever de cada membro “assegurar a aplicação a todos os trabalhadores o princípio da igualdade de remuneração para a mão de obra masculina e a mão de obra feminina por um trabalho de igual valor.” (BRASIL, 1957). Este princípio poderá ser aplicado por meio de legislação nacional, de qualquer sistema de fixação de remuneração estabelecido ou reconhecido pela

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legislação ou, ainda, por meio de convenções coletivas firmadas entre empregadores e empregados. Tendo em vista a necessidade de normas eficazes, pertencentes ao ordenamento jurídico interno, verifica-se que a legislação trabalhista, neste ponto, é insuficiente, na medida em que não assegura a igualdade de salários para iguais funções.

Este fato é comprovado por Lazzarin (2016, p. 82), ao observar que os artigos iniciais do Capítulo III, da Consolidação das Leis do Trabalho – Lei n° 5.452/43 – não apresentam normas antidiscriminatórias, porque

[...] as normas antidiscriminatórias são fundadas na proibição de discriminar, direta e indiretamente, e na obrigação de tratar de forma diferenciada aqueles grupos que estejam na condição de vulnerabilidade, fomentando a igualdade. As mulheres, por motivos históricos e culturais, continuam sendo tratadas de forma desigual e discriminatória, permanecendo em situação de desvantagem, se comparadas aos homens. E os referidos dispositivos apenas apresentam motivos proibidos de discriminação e vedam situações específicas de discriminação direta, não apresentando medida efetiva ou tratamento diferenciado capaz de ensejar a igualdade material de gênero no ambiente labora. Desse modo, apesar das referidas previsões, a legislação apresenta lacunas que contribuem para a situação desfavorável da mulher no mercado de trabalho. Os dispositivos responsáveis pela vedação da discriminação, assim, se mostram insuficientes, na medida em que deixam de mencionar importantes questões.

Outro ponto importante e que merece destaque é a inclusão do art. 7º, inc. XXV no rol dos direitos sociais fundamentais, o qual manifesta apoio aos cuidados da criança, assegurando assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até os cinco anos de idade em creches e pré-escolas. Nesse aspecto, Araújo (2017, p. 175) também destaca o que preceitua a Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher:

A CEDAW possui um destaque relacionado a esse tema no artigo 2º, ao determinar que, com a finalidade de impedir a discriminação contra a mulher por razões de casamento ou maternidade e assegurar a efetividade de seu direito a trabalhar, os Estados-Partes deverão tomar as medidas adequadas para estimular o fornecimento de serviços sociais de apoio necessários para permitir que os pais

combinem as obrigações para com a família com as

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uma rede de serviços destinados ao cuidado das crianças. [...]. Essa obrigação é diferenciada do fornecimento de acesso universal ao direito à educação, pois se trata de destinatários específicos que necessitam mais intensamente desses serviços para continuar a carreira profissional: os trabalhadores.

Há que se destacar, contudo, alguns aspectos que sofreram modificações no que tange ao trabalho da mulher. A Reforma Trabalhista – Lei n° 13.467, aprovada em 13 de julho de 2017, começou a vigorar em 11 de novembro deste ano, e alterou alguns dispositivos da CLT.

Nesse contexto, foi revogado o parágrafo único do art. 372, que mencionava que o trabalho exercido nas oficinas não seria regido pelos dispositivos a que se referia o caput do artigo, e que seriam servidas exclusivamente pessoas da família da mulher que estivesse sob a direção do esposo, do pai, da mãe, do tutor ou do filho. Houve, também, a revogação do art. 384, que concedia pausa de 15 minutos, antes da prorrogação do trabalho feminino, tornando ineficaz, por arrastamento, a aplicação do dispositivo para os menores de 18 anos (art. 413, parágrafo único), perdendo o menor tal direito.

O art. 394-A da CLT, de forma temporária, trouxe significativas mudanças em relação à gestante e lactante expostas ao trabalho insalubre, sendo as mesmas obrigatoriamente afastadas do local quando o grau de insalubridade for o máximo. Quando constatado grau de insalubridade médio e mínimo, somente será afastada a gestante que apresentar laudo médico que assim recomende. Em relação ao afastamento no período de lactação, o afastamento será obrigatório se a mulher apresentar atestado que recomende o afastamento, não importando qual seja o grau de insalubridade:

Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído o valor do adicional de insalubridade, a empregada deverá ser afastada de: I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, enquanto durar a gestação;

II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a gestação;

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III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento durante a lactação.

§ 1º VETADO

§ 2º Cabe à empresa pagar o adicional de insalubridade à gestante ou à lactante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal, por ocasião do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço.

§ 3º Quando não for possível que a gestante ou a lactante afastada nos termos do caput deste artigo exerça suas atividades em local salubre na empresa, a hipótese será considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção de salário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, durante todo o período de afastamento. (BRASIL, 2017).

Anterior à modificação do mencionado artigo, era terminantemente proibido o labor de mulheres grávidas em ambiente insalubre, em qualquer grau. Desta forma, cabia à empresa a readequação de sua funcionária para local adequado durante este período. Com a alteração trabalhista, houve a possibilidade de a mulher grávida laborar vinculada a local insalubre em grau mínimo (10%) ou médio (20%). E, no período de lactação, esta poderá laborar, inclusive, em grau máximo (40%).

Trata-se de uma alteração temporária do artigo 394-A, pois houve a edição da Medida Provisória 808/2017 que alterou alguns dispositivos elencados na Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467). Assim, no que toca ao mencionado artigo, teve alteração no sentido de que somente será permitido a gestante permanecer trabalhando em locais insalubres quando ela, voluntariamente, apresentar atestado de saúde autorizando sua permanência no exercício de suas atividades.

Do mesmo modo, o art. 396 que trata dos descansos especiais para a lactante amamentar o seu próprio filho até os seis meses de idade, também sofreu algumas alterações, na medida em que o parágrafo único passou a ser o parágrafo primeiro e foi inserido o parágrafo segundo no dispositivo, que elenca que no que tange aos horários de descansos, estes deverão ser definidos em acordo individual entre a mulher e o empregador:

Art. 396. Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais, de meia hora cada um.

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poderá ser dilatado, a critério da autoridade competente.

§ 2º. Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser definidos em acordo individual entre a mulher e o empregador. (BRASIL, 2017).

Em relação ao artigo 394-A, deve ser ressaltado que se trata de uma alteração temporária a elencada pela Lei 13.467/17, em virtude de que houve a edição da Medida Provisória nº 808/2017, a qual alterou alguns dispositivos elencados na Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467). Assim, no que toca ao mencionado artigo, houve alteração no sentido de que somente será permitido a gestante permanecer trabalhando em locais insalubres quando ela, voluntariamente, apresentar atestado de saúde autorizando sua permanência no exercício de suas atividades.

Observam-se, assim, algumas normas protecionistas ao desenvolvimento do trabalho da mulher que acabam não apenas por beneficiá-las, mas por beneficiar toda a sociedade, pois foram pensadas na distinção existente entre o homem e a mulher e criadas para que esta possa participar do mercado de trabalho, sem prejudicar a família e tampouco a sociedade que necessita da sua mão de obra.

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CONCLUSÃO

Com base no presente estudo, verifica-se que as mulheres brasileiras ainda têm um longo caminho a percorrer, mas que será de grande importância para a sociedade pois garantirá o desenvolvimento do trabalho feminino.

Diante do que foi analisado em relação à evolução histórica do papel da mulher no contexto social e trabalhista, para que fosse reconhecido o seu direito à liberdade, à igualdade e à não discriminação, percebe-se que uma gama de direitos e espaços já foram conquistados e que o seu desenvolvimento, principalmente no mercado de trabalho, está em ritmo de expansão e com grandes expectativas.

Além disso, embora tenham ocorrido diversos avanços legislativos com normas internas e internacionais protecionistas à exploração do trabalho feminino, o que se conclui é que a legislação interna do ordenamento jurídico brasileiro ainda é insuficiente para promover a efetiva conciliação entre a vida familiar e profissional da mulher.

No que tange à desigualdade de gênero tem-se que esta é fruto de concepções sociais e culturais, bem como do ordenamento jurídico interno, na medida em que a regulamentação do trabalho feminino demonstra falhas quanto à inserção justa e igualitária das trabalhadoras no mercado de trabalho.

No mesmo contexto se insere o direito de escolha da mulher pelo exercício da sua liberdade, o qual está atrelado à dependência econômica ou familiar, enquanto que em relação ao direito de escolha do homem, no que tange ao mercado de

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responsabilidade familiar, como acontece com as mulheres no mercado de trabalho.

Denota-se, também, a partir dos estudos realizados, que no mercado de trabalho, embora o perfil feminino muitas vezes seja mais qualificado que o masculino, as mulheres acabam por ocupar posições diferenciadas, pois geralmente se encontram em cargo inferior e também com remuneração inferior em relação ao homem.

Para concluir, percebe-se que essas situações precisam ser combatidas com legitimidade de ações eficazes e tratamentos diferenciados, capazes de erradicar a discriminação de gênero não só no âmbito laboral, mas na sociedade como um todo.

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REFERÊNCIAS

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