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Comparativo entre argamassa estabilizada e argamassa indústrializada para assentamento de alvenaria estrutural

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

GABRIEL MATEUS ZAGO JEZIORSKI

COMPARATIVO ENTRE ARGAMASSA ESTABILIZADA E

ARGAMASSA INDÚSTRIALIZADA PARA ASSENTAMENTO DE

ALVENARIA ESTRUTURAL

Santa Rosa 2018

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GABRIEL MATEUS ZAGO JEZIORSKI

COMPARATIVO ENTRE ARGAMASSA ESTABILIZADA E

ARGAMASSA INDÚSTRIALIZADA PARA ASSENTAMENTO DE

ALVENARIA ESTRUTURAL

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador(a): Prof. Me Éder Claro Pedrozo

Santa Rosa 2018

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GABRIEL MATEUS ZAGO JEZIORSKI

COMPARATIVO ENTRE ARGAMASSA ESTABILIZADA E

ARGAMASSA INDÚSTRIALIZADA PARA ASSENTAMENTO DE

ALVENARIA ESTRUTURAL

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Santa Rosa, 25 de Junho de 2018

Prof. Me Éder Claro Pedrozo Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - Orientador Prof. Me Diorges Carlos Lopes Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me Rafael Aésio de Oliveira Zaltron (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)

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Dedico a Deus, por me guiar, acompanhar e proteger ao longo de toda essa jornada.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Paulino e Gertrudes, que sempre me apoiaram e estiveram do meu lado, agradeço por acreditarem no meu sonho e contribuírem para que ele se realizasse;

As minhas irmãs, Sara Alice e Ana Paula, que sempre me apoiaram e me incentivaram nesta caminhada.

À minha namorada Gabriela, por toda ajuda e paciência, e por sua amizade e companheirismo nesses últimos anos de faculdade.

Ao meu orientador Professor Éder pelo suporte, dedicação, correções e incentivos que me levaram ao fechamento do meu TCC.

Аоs amigos е colegas, pelo incentivo е pelo apoio constantes.

Agradeço a instituição Unijui de Santa Rosa, aos laboratoristas Jeanine e Marcos, que abriram as portas do laboratório, por toda a atenção e suporte durante os ensaios, que fizeram além de sua função e que foram fundamentais para que esse trabalho pudesse ser realizado, e também a Unijui de Ijui, e ao laboratorista Luiz por abrir as portas do laboratório de Ijui;

E por fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente fizeram parte dessa trajetória e me ajudaram a concretizar esse sonho, muito obrigado.

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Que todos os nossos esforços estejam sempre focados no desafio à impossibilidade. Todas as grandes conquistas humanas vieram daquilo que parecia impossível.

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RESUMO

JEZIORSKI, Gabriel Mateus Zago. Comparativo de argamassa estabilizada e

argamassa industrializada para assentamento de alvenaria estrutural. 2018.

Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2018.

O emprego de argamassas estabilizadas e argamassas industrializadas, vem crescendo nos últimos anos tanto no Brasil, quanto no mundo. Onde ambas vem substituindo a argamassa convencional, isso se deve a diversas vantagens que essas misturas proporcionam: redução de perdas, limpeza da obra, maior produtividade, misturas mais constantes, redução da responsabilidade de dosagem em obra, entre outras. Estas vantagens refletem econômica e ambientalmente na indústria da construção civil. Porém, apesar de ainda serem poucos os estudos neste tema, esses tipos de argamassa vem sendo em situações que requerem responsabilidade estrutural, como é o caso do assentamento de alvenaria estrutural de blocos cerâmicos. Diante disso, este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de argamassa estabilizada e industrializada. Foram estudadas argamassa estabilizada com resistência nominal de 7 MPa, e argamassa industrializada com resistência nominal de 4 MPa, sendo utilizados blocos cerâmicos com resistência nominal de 7 MPa, compatível com as duas argamassas. Para isso foi avaliada uma propriedade no estado fresco, a plasticidade de cada uma, da argamassa estabilizada logo após a entrega na obra e a industrializada após a sua confecção. A fim de avaliar as propriedades no estado endurecido, foram moldados, para cada argamassa, corpos de prova prismáticos de 4x4x16 cm (ensaio de flexão e compressão), além de prismas de duas e cinco fiadas (para ensaios de resistência a compressão e aderência, respectivamente), sendo todos ensaiados 28 dias após a moldagem. A análise dos resultados indicou que a argamassa estabilizada mostrou melhor desempenho, tanto nos corpos de prova quanto nos prismas, nos ensaios de compressão. Já a argamassa industrializada mostrou melhor desemprenho na aderência. Nenhuma das alvenarias ensaiadas apresentou fator de eficiência adequado.

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ABSTRACT

JEZIORSKI, Gabriel Mateus Zago. Comparativo de argamassa estabilizada e

argamassa industrializada para assentamento de alvenaria estrutural. 2018.

Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2018.

The use of stabilized mortars and industrialized mortars has been growing in recent years, both in Brazil and in the world. Where both have been replacing the conventional mortar, this is due to several advantages that these mixtures provide: reduction of losses, cleaning of the work, greater productivity, more constant mixtures, reduction of the responsibility of dosage in work, among others. These advantages reflect economically and environmentally in the construction industry. However, although there are still few studies on this subject, these types of mortar have been in situations that require structural responsibility, such as the laying of structural masonry of ceramic blocks. Therefore, this work had as objective to evaluate the performance of stabilized and industrialized mortar. Stabilized mortar with nominal strength of 7 MPa and stabilized mortar with nominal strength of 4 MPa were studied. Ceramic blocks with nominal strength of 7 MPa, compatible with both mortars, were used. For this, a property in the fresh state, the plasticity of each one, of the stabilized mortar was evaluated soon after the delivery in the work and the industrialized one after its preparation. In order to evaluate the properties in the hardened state, 4 x 4 x 16 cm (flexural and compression test) prismatic specimens were molded for each mortar, as well as prisms of two and five strands (for tests of resistance to compression and adhesion, respectively), all of which were tested 28 days after molding. The analysis of the results indicated that the stabilized mortar showed better performance in both the specimens and prisms in the compression tests. On the other hand, the industrialized mortar showed better adhesion performance. None of the masonry tested showed adequate efficiency factor.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Bloco cerâmico ... 40

Figura 2: Blocos capeados ... 42

Figura 3: Ensaio compressão dos blocos ... 42

Figura 4: Ensaio de Absorção de água ... 43

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação das argamassas ... 23

Tabela 2: Peso e medidas dos blocos ... 41

Tabela 3: Ensaio de Resistência à compressão ... 46

Tabela 4: Ensaio de Consistência ... 47

Tabela 5: Propriedades no Estado Endurecido ... 48

Tabela 6: Resistência à Compressão Prismas com Argamassa Industrializada ... 50

Tabela 7: Resistência à Compressão Prismas com Argamassa Industrializada ... 51

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Resistências das Argamassas ... 49

Gráfico 2: Relação Tração/Compressão ... 50

Gráfico 3: Resistência à Compressão ... 51

Gráfico 4: Relação entre Bloco e Prismas ... 52

Gráfico 5: Relação entre Bloco e Prismas ... 52

Gráfico 6: Fator de Eficiência ... 53

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LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas cm Centímetros

CP Cimento Portland

CV Coeficiênte de Variação

Fbk Resistência Característica de Compressão dos Blocos j Joule

kg Quilogramas MPa Mega Pascal mm Milímetros m³ Metros Cúbicos NBR Norma Brasileira

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 CONTEXTO ... 15 1.1.1 QUESTÃO DE PESQUISA ... 16 1.2 OBJETIVOS ... 16 1.2.1 Objetivo Geral ... 16 1.2.2 Objetivos Específicos ... 16 1.3 JUSTIFICATIVA ... 17 2 ALVENARIA ESTRUTURAL ... 19 2.1 BLOCO CERÂMICO ... 19 2.1.1 Definição ... 19 2.1.1.1 Materiais Constituintes ... 20

2.1.2 Propriedades no Estado Endurecido ... 20

2.1.2.1 Resistência á Compressão ... 20 2.1.2.2 Resistência á Tração ... 21 2.2 ARGAMASSA ... 21 2.2.1 Classificação ... 23 2.2.2 Materiais Constituintes ... 23 2.2.2.1 Cimento Portland ... 24 2.2.2.2 Cal ... 24 2.2.2.3 Agregado Miúdo ... 24 2.2.2.4 Água ... 25 2.2.2.5 Aditivos ... 26 2.2.3 Propriedades ... 26 2.2.4 Estado Fresco ... 26 2.2.4.1 Trabalhabilidade ... 26

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2.2.4.2 Consistência/Fluidez ... 27

2.2.4.3 Plasticidade ... 27

2.2.4.4 Retenção de Água ... 28

2.2.4.5 Adesão Inicial ... 28

2.2.4.6 Massa Específica e Teor de Ar Incorporado ... 29

2.2.5 Estado Endurecido ... 29

2.2.5.1 Aderência ... 29

2.2.5.2 Resistência á Compressão ... 30

2.2.5.3 Deformabilidade e Módulo de Elasticidade ... 31

2.2.5.4 Retração ... 32 2.3 ALVENARIA ... 33 2.3.1 Resistência Mecânica ... 33 2.3.2 Fator de Eficiência ... 34 2.3.3 Mecanismos de Ruptura ... 34 2.4 ARGAMASSA ESTABILIZADA ... 35 2.4.1 Constituintes ... 35 2.4.2 Aplicações ... 36 2.4.3 Vantagens e Desvantagens ... 36 2.5 ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA ... 37 2.5.1 Constituintes ... 38 2.5.2 Aplicações ... 38 2.5.3 Vantagens e Desvantagens ... 38 3 Métodos e ensaios ... 39 3.1 MATERIAIS E MÉTODOS ... 39 3.1.1 Materiais ... 39 3.1.1.1 Blocos cerâmicos ... 39 3.1.1.2 Argamassa Estabilizada ... 40

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3.1.1.3 Argamassa Industrializada ... 40

3.1.2 Métodos ... 40

3.1.2.1 Blocos Cerâmicos ... 41

3.1.2.2 Argamassas ... 43

3.1.2.3 Ensaio de Consistência ... 43

3.1.2.4 Propriedades no Estado Endurecido ... 44

3.1.2.5 Avaliação da Alvenaria (Prismas) ... 44

3.1.2.6 Confecção dos Prismas ... 44

3.1.2.7 Ensaio de Resistência à Compressão ... 44

3.1.2.8 Ensaio de Resistência de Aderência na Flexão ... 44

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 46

4.1 BLOCO CERÂMICO ... 46

4.2 ARGAMASSAS ... 46

4.2.1 Ensaio de Consistência ... 46

4.2.2 Propriedades no Estado Endurecido ... 47

4.3 PRISMAS ... 50

4.3.1 Prismas com Argamassa Industrializada ... 50

4.3.2 Prismas com Argamassa Estabilizada ... 51

4.3.3 Fator de Eficiência ... 53

4.3.4 Resistência de Aderência na Flexão ... 53

5 CONCLUSÕES ... 56

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1 INTRODUÇÃO

A alvenaria é um dos sistemas construtivos mais antigos existentes, porém vem se modificando ao longo dos anos de acordo com a evolução científica e industrial (MOHAMAD, 1998).

Hoje o sistema é amplamente utilizado em todas as regiões do Brasil, é comum o uso da alvenaria estrutural, especialmente em empreendimentos habitacionais de larga escala, nos quais as exigências de racionalização, planejamento, custo, agilidade e controle são melhor atingidas com essa técnica (PARSEKIAN E SOARES, 2010).

Este processo construtivo apresenta uma série de aspectos técnico-econômicos que o destaca principalmente em relação aos métodos tradicionais. A principal vantagem reside no grande potencial de racionalização de todas as etapas de construção, através da otimização de recursos temporais, materiais e humanos (MEDEIROS e SABBATINI, 1993).

Também, com o intuito de racionalizar a construção, na década de 1950 surgiram as argamassas industrializadas (argamassas previamente dosadas, necessitando apenas a adição de água). Porém, foi na década de 70 que surgiram as argamassas estabilizadas: argamassas que chegam à obra prontas para uso, capazes de serem armazenadas por até três dias, mantendo suas características inalteradas (MATOS, 2013).

Pesquisas relacionadas ao comportamento e interação entre os materiais componentes da alvenaria estrutural, quando solicitados à esforções de compressão e tração, são primordiais para o entendimento e uso de todo o potencial desse sistema construtivo (SANTOS, 2015).

1.1 CONTEXTO

A principal motivação para a escolha desse tema, se deve pois em uma obra na cidade de Santa Rosa, foram utilizadas as duas argamassas para a elevação da alvenaria estrutural, para conseguir um melhor conhecimento de qual argamassa seria melhor para a elevação das paredes, e para saber qual das argamassas possui

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melhor comportamento mecânico nos prismas com blocos cerâmicos torna-se necessário realizar ensaios em laboratório.

1.1.1 QUESTÃO DE PESQUISA

A principal questão do trabalho é descobrir qual das argamassas possui melhor desempenho em prismas cerâmicos quando solicitados a esforços de compressão?

Juntamente com a questão principal descobrir demais propriedades das argamassas e de prismas com ambas, realizando ensaio necessários.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Comparar o comportamento mecânico de prismas confeccionados com argamassa industrializada e argamassa estabilizada, quando solicitados à esforços de compressão.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Realizar ensaios de compressão em blocos estruturais cerâmicos de acordo com a NBR 15270-2 (ABNT, 2017);

 Comparar a resistência à compressão obtida nos ensaios de prismas, conforme a NBR 15812-2 (ABNT, 2010), constituídos com argamassa industrializada e argamassa estabilizada.

 Analisar o comportamento mecânico das argamassa no estado endurecido: resistência à compressão e resistência à tração na flexão: NBR 13279 (ABNT, 2005).

 Verificar a consistência das argamassas no estado fresco, pelo método da mesa de consistência flow table de acordo com a NBR 13276 (ABNT, 2016).

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1.3 JUSTIFICATIVA

Esta composição de materiais e os diferentes tipos de esforços a que a alvenaria está sujeita, impõem certas dificuldades em se analisar a mesma (MOHAMAD, 1998). Desta forma, torna-se imprescindível o conhecimento das propriedades dos materiais, assim como o desempenho da alvenaria como um todo, para otimizar o seu uso.

Portanto, para a utilização de todo potencial da alvenaria somente será possível através do conhecimento real das características dos componentes e, principalmente, da maneira correta de sua aplicação. Acredita-se, assim, que a necessidade de realização de estudos específicos sobre os materiais e o comportamento estrutural do elemento parede de alvenaria é primordial e urgente para o desenvolvimento de normalização nacional específica e coerente com a realidade e necessidade do país (SABBATINI, 1994).

As construções em alvenaria estrutural vem ganhando espaço no Brasil, principalmente na construção de moradias de interesse social, e também para classe média.

A alvenaria estrutural é uma opção bastante interessante, pois é uma técnica que exige menor tempo de construção em relação a técnica construtiva habitual em concreto armado, apesar de necessitar uma mão-de-obra mais precisa. Além disso o processo construtivo se torna mais econômico em relação aos outros.

Por ser um sistema considerado relativamente novo no país, existe a necessidade de avançar em pesquisas que auxiliem na evolução de seus aspectos tecnológicos. Assim poderá ampliar o conhecimento sobre o comportamento desse tipo de estrutura.

A argamassa é definida segundo a NBR 13281 (ABNT, 2005): “Mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos, com propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em instalação própria (argamassa industrializada)”.

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Segundo Ramalho e Corrêa (2003), a argamassa de assentamento tem como papel unir os blocos, transmitir e distribuir as tensões atuantes entre estes e absorver pequenas deformações impostas nas paredes.

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2 ALVENARIA ESTRUTURAL

A alvenaria estrutural é um sistema construtivo onde as paredes têm a função de vedação e, simultaneamente, atuam como elementos resistentes da estrutura (MOHAMAD, 1998).

A NBR 15812-1 (ABNT, 2010) estabelece que uma estrutura de alvenaria estrutural deve ser projetada de modo que, esteja apta a receber todas as influências ambientais e ações que sobre ela produzam efeitos significativos tanto na sua construção quanto durante a sua vida útil, e também, resista a ações excepcionais, como explosões e impactos, sem apresentar danos desproporcionais as suas causas.

A alvenaria estrutural é composta por uma argamassa e por um bloco estrutural. Esta composição de materiais e os diferentes tipos de esforços a que a alvenaria está sujeita, impõem certas dificuldades em se analisar a mesma (MOHAMAD, 1998). Desta forma, torna-se imprescindível o conhecimento das propriedades dos materiais, assim como o desempenho da alvenaria como um todo, para otimizar o seu uso.

Segundo Kato (2002), o sistema em alvenaria estrutural não utiliza as paredes apenas como elementos de vedação, mas também como elementos resistentes às cargas verticais de lajes, ocupação, peso próprio, cargas resultantes da ação do vento e desvios de prumo. As paredes estruturais devem: resistir às cargas verticais, resistir às cargas do vento, resistir à impactos e cargas de ocupação, isolar acústica e termicamente os ambientes, prover estanqueidade à agua da chuva e do ar e apresentar bom desempenho a ação do fogo.

2.1 BLOCO CERÂMICO

2.1.1 Definição

Bloco cerâmico, segundo a NBR 15270-1 (ABNT, 2017), é definido como sendo um componente da alvenaria estrutural que possui furos prismáticos perpendiculares às faces que os contêm. Define, também, que blocos cerâmicos estruturais são produzidos para serem assentados com furos na vertical.

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Segundo Fonseca et al (1994) e Roman (1983), os produtos de cerâmica vermelha como os tijolos e blocos possuem uma demanda cada vez maior, devido às vantagens que apresentam como:

 Exercem menor carga nas fundações do que outros componentes de alvenaria;

 São encontrados facilmente em todo o país e em variedade de tipos;

 A mão de obra é facilmente qualificada para trabalhar com esse tipo de material;

 Fácil transporte e fácil manuseio para os trabalhadores;  Boa aderência às argamassas e colas;

 Bom isolamento térmico e acústico;

 Alta resistência à chama, sendo mais refratários que outros materiais como o concreto armado comum, pedra granítica, madeira e aço;

 Grande durabilidade exigindo pequena ou nenhuma manutenção.

2.1.1.1 Materiais Constituintes

Os blocos cerâmicos são compostos basicamente por argila, moldados, utilizando máquinas extrusoras, submetidos a secagem e a queima em temperaturas bastante elevadas, e pode possuir alguns aditivos.

2.1.2 Propriedades no Estado Endurecido

2.1.2.1 Resistência á Compressão

Para definir resistência da alvenaria, o parâmetro mais importante é a resistência mecânica do bloco, basicamente é fundamental o seu estudo. Segundo Prudêncio Jr., Oliveira e Bedin (2003), para um mesmo material constituinte e mesma geometria, quanto maior a resistência à compressão da unidade, geralmente maior será a resistência à compressão da alvenaria.

Contudo, Silva (2007) afirma que a elevação do valor da resistência do bloco não significa um aumento proporcional da resistência da alvenaria, justificando que, com o aumento da resistência do bloco, aumenta ainda mais a diferença entre a resistência do bloco e da argamassa.

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2.1.2.2 Resistência á Tração

Quando uma parede de alvenaria está sob compressão, incide um esforço de tração transversal na região de contato do bloco de alvenaria com a junta de argamassa. (PRUDÊNCIO Jr., OLIVEIRA e BEDIN, 2003). Conforme, como os dois materiais estão aderidos, são forçados a se deformarem igualmente em suas interfaces. Com isso, aparece um esforço de compressão transversal no topo e na base das juntas e um esforço de tração, também transversal, de igual magnitude, nas faces superiores e inferiores das unidades.

Segundo Mohamad (1998), há duas maneiras de determinar a resistência à tração dos blocos: testes diretos e indiretos. O afirma que, devido à dificuldade de realização de testes diretos, geralmente são utilizados testes indiretos, sendo o mais conhecido deles o ―Teste Brasileiro (compressão diametral de corpos-de-prova cilíndricos), este normatizado pela NBR 7222 (ABNT, 2011). Silva (2007), apoiado em ensaios de Mohamad (1998), concluiu que a resistência à tração dos blocos está na ordem de 10% de sua resistência à compressão.

2.2 ARGAMASSA

As argamassas são materiais de construção com propriedades de aderência e endurecimento, obtidos a partir da mistura homogênea de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo e água, podendo conter ainda aditivos e adições minerais (CARASEK, 2007).

Também segundo a NBR 13281 (ABNT, 2005), argamassa para assentamento de alvenaria estrutural é argamassa indicada para ligação de componentes de vedação (como blocos e tijolos) no assentamento em alvenaria, com função estrutural.

As argamassas são materiais de construção com propriedades de aderência e endurecimento, obtidos a partir da mistura homogênea de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo e água, podendo conter ainda aditivos e adições minerais (CARASEK, 2007).

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As argamassas são empregadas com diversos propósitos na construção civil, assentamento de peças cerâmicas, assentamento de alvenarias, revestimento, regularização de superfícies, entre outras.

Sabbatini (1986) aponta as principais funções da argamassa em uma parede de alvenaria estrutural:

 Unir solidariamente as unidades de alvenaria e ajuda-las a resistir os esforços laterais;

 Distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede por toda a área das unidades;

 Absorver as deformações naturais a que a alvenaria estiver sujeita;  Selar as juntas contra a penetração de água da chuva.

Ainda conforme o autor, para que a argamassa tenha a capacidade de exercer as funções citadas, ela deve apresentar as seguintes características:

 Ter trabalhabilidade (consistência, plasticidade e coesão) suficiente para que o pedreiro produza, com rendimento otimizado, um trabalho satisfatório, rápido e econômico;

 Ter capacidade de retenção de água suficiente para que uma elevada sucção do bloco não prejudique as suas funções primárias;

 Adquirir rapidamente alguma resistência após assentamento das unidades para resistir a esforços que possam atuar durante a construção;

 Desenvolver resistência adequada com o passar do tempo para não comprometer a alvenaria de que faz parte. Não deve, no entanto, ser mais resistente que os blocos que ela une;

 Ter adequada aderência às unidades, a fim de que a interface possa resistir a esforços cisalhantes e de tração e prover a alvenaria de juntas estanques;

 Ser durável e não afetar a durabilidade de outros materiais ou da construção como um todo;

 Ter suficiente resiliência (módulo de elasticidade inferior ao do bloco) para que acomode as deformações da parede (retração na secagem,

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retração térmica, movimentações estruturais de pequena amplitude, entre outras) sem fissurar.

2.2.1 Classificação

A classificação de uma argamassa depende da propriedade que está sendo avaliada, constituição, aplicação, confecção, etc. Carasek (2007) propõe a classificação das argamassas em relação a alguns critérios, conforme exposto nA Tabela 1.

Tabela 1: Classificação das argamassas

Critério de Classificação Tipo

Quanto á natureza do aglomerante Argamassa aérea Argamassa hidáulica

Quanto ao tipo de aglomerante

Argamassa de cal Argamassa de cimento Argamassa de cimento e areia Argamassa de gesso Argamassa de cal e gesso

Quanto ao número de aglomerantes Argamassa simples Argamassa Mista

Quanto a consistência da argamassa

Argamassa seca Argamassa plástica Argamassa fluida

Quanto plasticidade da argamassa

Argamassa pobre ou magra Argamassa média ou cheia Argamassa rica ou gorda

Quanto a densidade de massa da argamassa

Argamassa leve Argamassa média Argamassa pesada

Quanto a forma de preparo ou fornecimento

Argamassa preparada em obra Mistura semipronta para argamassa Argamassa Industrializada Argamassa dosada em central

Fonte:Adaptado de Carazek (2007) 2.2.2 Materiais Constituintes

As propriedades e características das argamassas, tanto no estado endurecido quanto no estado fresco, se devem principalmente às características e proporções dos materiais constituintes das mesmas. É importante conhecer a função de cada um destes materiais, a fim de selecionar os tipos e quantidades mais apropriada para cada mistura.

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2.2.2.1 Cimento Portland

O cimento Portland proporciona resistência às argamassas, aumenta a aderência, trabalhabilidade e retenção de água. No entanto, o excesso de cimento aumenta consideravelmente a retração, atentando contra a durabilidade da aderência (PRUDÊNCIO Jr., OLIVEIRA e BEDIN, 2003). Segundo os autores, os cimentos que apresentam maior superfície específica têm potencial para tornar as argamassas mais trabalháveis e com maior retenção de água; já os cimentos de endurecimento mais lento, em geral, produzem argamassas mais resilientes. Desta forma, os cimentos Portland Alto-forno (CP-III) e Pozolânicos (CP-IV) podem compor argamassas tecnicamente melhores, pois apresentam as duas propriedades.

2.2.2.2 Cal

A cal, além de ser um material aglomerante, possui importantes propriedades de retenção de água e plastificantes, devido à sua finura. Por isso, a cal proporciona um preenchimento da superfície do substrato de forma mais completa e fácil, proporcionando maior extensão de aderência. (CARASEK, 2007).

Habitualmente, para o preparo de argamassas de assentamento, utiliza-se a cal hidratada, podem também ser utilizadas cales extintas em obra. Atualmente Rio Grande do Sul comum o emprego de argamassas usinadas de cal e areia, sendo o cimento Portland e a água adicionados na obra. Neste caso, a cal utilizada nas usinas é a cal virgem, sendo sua extinção feita em reatores durante aproximadamente 8 horas. (CARASEK, 2007; PRUDÊNCIO Jr., 2007).

2.2.2.3 Agregado Miúdo

Segundo Prudêncio Jr., Oliveira e Bedin (2003) a areia, atuando como agregado inerte na mistura, reduz a proporção dos aglomerantes, reduzindo o custo da argamassa e diminuindo os efeitos nocivos do excesso de cimento. Ainda autores definem que uma boa areia para argamassa deve passar integralmente pela peneira 1,2mm, não ter mais do que 10% de material pulverulento (passante na peneira 200 - 0,075mm) e ter uma granulometria bem distribuída na malha intermediária. Como já conhecido na prática, as areias de britagem (industriais) costumam apresentar maiores parcelas de material retido nas peneiras superiores (1,2 mm – 4,8 mm) e de materiais finos (passante na peneira 0,075 mm). Já as areias naturais, em geral,

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apresentam maior porcentagem de material retido nas peneiras intermediárias (0,6 mm e 0,3 mm). Desta forma, é comum utilizar composições com estes dois tipos de materiais, a fim de se obter um material mais contínuo e adequado às zonas granulométricas ótimas/utilizáveis.

As propriedades das argamassas que interferem fortemente no desempenho da alvenaria estrutural - trabalhabilidade, aderência e resiliência – são fundamentalmente dependentes das características da areia empregada na confecção da argamassa (SABBATINI, 1986). Isso faz com que a escolha de uma areia adequada seja fortemente influenciada pelo caráter técnico da mesma, e não apenas pelo econômico.

Além disso, Prudêncio Jr., Oliveira e Bedin (2003) afirmam que existem claras evidências de que as areias grossas aumentam a resistência à compressão da argamassa. Esta afirmação é comprovada por Casali (2003): a autora observou que argamassas constituídas de areias finas (módulo de finura de 1,71) apresentaram resistência à compressão 44% inferiores às constituídas de areia grossa (módulo de finura de 2,67), sendo os demais componentes inalterados.

Sabbatini (1986) concluiu que ocorre uma interdependência entre os parâmetros mineralógicos (origem, presença ou não de siltes e argilominerais) e granulométricos (dimensões, distribuição granulométrica e forma dos grãos), sendo mais válido medir as propriedades das argamassas ao serem compostas por uma determinada areia, do que procurar inferir as propriedades a partir das características da areia em si.

2.2.2.4 Água

A trabalhabilidade, principal propriedade das argamassas no estado fresco, está intimamente ligada à quantidade de água adicionada. Esta quantidade deve ser tal que garanta uma boa produtividade no assentamento, sem que cause a segregação dos constituintes da argamassa. Além disso, o teor de água influência nas propriedades do estado endurecido das argamassas, tais como a resistência mecânica (relacionada à relação a/c), aderência bloco/junta, durabilidade (influenciando na retração, a qual está ligada ao aparecimento de fissuras), entre outras (PRUDÊNCIO Jr., OLIVEIRA e BEDIN, 2003).

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Vale ressaltar que, além da quantidade, a qualidade da água utilizada na confecção de argamassas deve ser observada. Segundo Carasek (2007), a presença de substâncias, como sais e matéria orgânica, pode alterar o tempo de pega. Atualmente, está em vigor a NBR 15900 (ABNT, 2009), a qual trata da água para amassamento do concreto (podendo ser aplicada a argamassas), trazendo os procedimentos de amostragem e análises que devem ser feitas (presença de zinco, chumbo, nitratos, cloretos, sulfatos, fosfatos, álcalis e açúcares).

2.2.2.5 Aditivos

Aditivos são substâncias adicionadas durante o processo de mistura, geralmente em pequenas quantidades (em geral, até 5% da massa de cimento, relativo à massa total do aditivo), as quais alteram determinadas propriedades de concretos, argamassas, pastas e grautes. (PRUDÊNCIO Jr., 2007). A seguir, serão apresentados os aditivos mais utilizados na confecção de argamassas para assentamento de alvenaria estrutural: redutores de água, incorporadores de ar e retardadores.

2.2.3 Propriedades

Conforme citado anteriormente, os materiais constituintes (em suas características e quantidades) influenciam fortemente nas propriedades das argamassas, tanto no estado fresco como no estado endurecido.

2.2.4 Estado Fresco

2.2.4.1 Trabalhabilidade

A trabalhabilidade é a propriedade da argamassa no estado fresco que determina a facilidade com que ela pode ser misturada, transportada, aplicada, consolidada e acabada, em condições homogêneas (CARASEK, 2007). Segundo Sabbatini (1986), a trabalhabilidade provém do rolamento dos grãos de agregados lubrificados pela pasta cimentante, sendo uma combinação de vários parâmetros reológicos: plasticidade, coesão, consistência, viscosidade, adesão e densidade. A trabalhabilidade, entretanto, é uma propriedade difícil de quantificar porque envolve conceitos muito mais subjetivos do que físicos, tais como preferência do operador, tradição construtiva, propriedades do substrato (como absorção de água e textura

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superficial), além de características inerentes à própria argamassa (OLIVEIRA, 1992).

2.2.4.2 Consistência/Fluidez

Do ponto de vista prático, consistência é a propriedade que exprime o quão mole ou rígida está a argamassa. Já do ponto de vista do comportamento reológico, a consistência está associada à capacidade da mistura em resistir ao escoamento (argamassas com consistência mais fluidas apresentam menores valores de tensão de escoamento, e vice-versa) e com a sua viscosidade (PRUDÊNCIO Jr., OLIVEIRA e BEDIN, 2003; CARASEK, 2007).

Prudêncio Jr., Oliveira e Bedin (2003) afirmam que os valores encontrados para argamassas usuais estão na faixa de 230 a 280 mm, dependendo muito da composição da argamassa (em especial, da granulometria dos agregados). Os autores salientam que o fato de uma argamassa apresentar consistência dentro desta faixa não garante por si só sua trabalhabilidade, podendo não apresentar plasticidade e coesão adequadas. Por este motivo, o ensaio de flow table por si só não caracteriza adequadamente uma argamassas de assentamento.

2.2.4.3 Plasticidade

Em termos reológicos, a plasticidade está relacionada com a viscosidade da argamassa. Carasek (2007) define esta propriedade como sendo a capacidade da argamassa de manter-se deformada após a retirada da tensão que a deformou. Essa propriedade é influenciada pelos tipos e quantidades de aglomerantes e agregados, tempo e intensidade de mistura, além da presença de aditivos, principalmente incorporadores de ar.

Entretanto, a influência dos agregados não se manifesta apenas pela fração fina dos mesmos (partículas menores que 0,075 mm), e sim pela granulometria como um todo. Casali e Prudêncio Jr. (2008), ao estudarem a variação das propriedades das argamassas mistas de assentamento com diferentes areias, constataram que, quanto menor o módulo de finura do agregado, maior o índice de plasticidade da argamassa (mm/J), isto é, menor é a energia utilizada para obter uma junta de 1 cm de espessura.

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2.2.4.4 Retenção de Água

Carasek (2007) define retenção de água como sendo a capacidade que a argamassa fresca possui de manter sua trabalhabilidade quando exposta a solicitações que provocam perda de água (evaporação e/ou absorção pelo substrato). Segundo Sabbatini (1986), uma argamassa tende a conservar água necessária para molhar a superfície dos grãos (agregados e aglomerantes), sendo a água em excesso cedida à base por meio de sucção. Desta forma, o aumento da superfície específica dos constituintes da argamassa, ou o uso de aditivos (os quais absorvem água ou impedem a percolação), aumenta a capacidade de retenção de água. Isto explica porque a cal apresenta boas características de retenção de água: além de sua elevada superfície específica, possui grande capacidade adsortiva de seus cristais (até 100% do seu volume).

As desvantagens da retenção de água inadequada são apontadas por Prudêncio Jr., Oliveira e Bedin (2003): uma baixa retenção de água faz com que a argamassa enrijeça, dificultando (ou até impossibilitando) o assentamento correto dos blocos, além da hidratação parcial do cimento; já uma retenção muito elevada prejudica a aderência bloco/junta, pois dificulta a percolação da água a qual carreia materiais cimentíceos para os poros do bloco, além de prejudicar a manutenção da espessura das juntas após o processo de assentamento e na confecção das fiadas subsequentes.

A retenção de água, além de influenciar as propriedades no estado fresco das argamassas (acabamento e retração plástica), afeta as propriedades no estado endurecido, tais como a aderência, resistência mecânica e durabilidade. Isso se dá porque, depois de endurecidas, as argamassas dependem de uma adequada retenção de água para que as reações químicas de endurecimento dos aglomerantes (hidratação e carbonatação) ocorram de forma apropriada (CARASEK, 2007).

2.2.4.5 Adesão Inicial

Prudêncio Jr. (2007) define esta propriedade como sendo a capacidade que a argamassa no estado fresco possui de permanecer adequadamente unida à base de aplicação após o seu lançamento. Segundo o autor, esta propriedade é fortemente

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influenciada pela plasticidade e coesão da argamassa, além das propriedades do substrato no qual é aplicada (absorção inicial e rugosidade), e tem ligação direta com a aderência que a argamassa terá no estado endurecido.

A adesão inicial é diretamente relacionada com a tensão superficial da argamassa, a qual pode ser modificada pela alteração de sua composição: maiores teores de cimento, cal e uso de aditivos incorporadores de ar e retentores de água diminuem a tensão superficial, contribuindo para molhar de maneira mais eficiente a superfície dos agregados e do substrato. Este fenômeno propicia um maior contato físico da pasta com os grãos de agregado e com a base, melhorando a adesão (CARASEK, 2007).

2.2.4.6 Massa Específica e Teor de Ar Incorporado

A massa específica de uma argamassa varia com o teor de ar incorporado e com a massa específica dos materiais constituintes (principalmente dos agregados, pois estes ocupam o maior volume), sendo um indicativo de compacidade da mesma. Cabe salientar que a massa específica da argamassa endurecida é ligeiramente menor que da argamassa no estado fresco, pois ocorre a saída de parte da água (CARASEK, 2007).

2.2.5 Estado Endurecido

Segundo Solórzano e Sabbatini (1995), dentre todo requisitos que as juntas de argamassa devem atender, destacam-se três: aderência, resistência à compressão e módulo de deformação. O destaque não está relacionado apenas à importância que apresentam, mas também porque são passíveis de serem avaliadas através de ensaios normalizados, simples e extremamente difundidos. Entretanto, serão apresentadas outras propriedades importantes além destas.

2.2.5.1 Aderência

A aderência pode ser entendida como a capacidade de uma argamassa de se fixar no substrato onde é aplicada (medida por seu valor e extensão), sendo a propriedade mais importante da argamassa endurecida. Logo, esta não é uma propriedade intrínseca da argamassa, pois depende também das características das unidades que irá ligar (PRUDÊNCIO Jr., OLIVEIRA e BEDIN, 2003).

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A resistência de aderência pode ser definida como a capacidade da interface bloco/argamassa de absorver tensões tangenciais (cisalhamento) e normais (tração) a ela, sem se romper. Já a extensão de aderência é definida como a razão entre a área de contato argamassa substrato efetiva e a área total possível de ser unida (PRUDÊNCIO Jr., OLIVEIRA e BEDIN, 2003;).

Entretanto, o valor da resistência de aderência não é constante ao longo do tempo. Segundo Prudêncio Jr., Oliveira e Bedin (2003), o fato de existirem dois materiais distintos juntos (argamassa e unidades), sujeitos à esforços solicitantes (variações dimensionais devido à mudança de temperatura e umidade), faz com que a tensão de aderência possa ser reduzida com o tempo. Logo, a durabilidade da aderência remete à ideia da manutenção da aderência com o passar do tempo. Segundo os autores, é provável que a única forma de se mensurar este parâmetro seja avaliando o desempenho de construções que já tenham sido submetidas a tais solicitações.

A aderência é um fenômeno essencialmente mecânico, de nível micro e macroscópico, devendo-se basicamente à penetração da pasta ou da própria argamassa nos poros e/ou rugosidades da base de aplicação. Existem ainda ligações secundárias, em nível de ligação atômica, menos significativas. Seja qual for a natureza da ligação, quanto melhor for o contato entre a argamassa e o substrato, maior será a aderência obtida (CARASEK, 2007).

2.2.5.2 Resistência á Compressão

A resistência à compressão depende fundamentalmente da relação água/cimento. Entretanto, é importante salientar que o valor obtido não representa a resistência do material aplicado, pois a quantidade de água que permanece na argamassa após o assentamento varia em função da capacidade de retenção de água da mesma e da absorção inicial do bloco (PRUDÊNCIO Jr., OLIVEIRA e BEDIN, 2003).

Esta propriedade normalmente é quantificada pelo ensaio de compressão de corpos de prova cilíndricos (5x10 cm). Porém, este ensaio não reproduz o estado de tensões real ao qual o material está submetido na alvenaria, não correspondendo à resistência efetiva da argamassa em serviço.

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Prudêncio Jr., Oliveira e Bedin (2003) afirmam que, para um mesmo tipo de argamassa, um aumento na resistência à compressão da mesma não implica em um aumento substancial na resistência da alvenaria, pois o módulo de deformação da argamassa não aumenta na mesma proporção que a resistência. Esta afirmação é confirmada por diversos autores, tais como Steil (2003) e Silva (2007): o primeiro autor obteve um aumento 8,8% na resistência da alvenaria para um aumento de 78% na resistência da argamassa; já a segunda autora obteve, para um aumento da resistência da argamassa de 116%, um aumento de 21,9% na resistência de prismas moldados com de blocos 12 MPa (megapascal) e um aumento de 2,2% na resistência de prismas moldados com blocos de 22 MPa.

Como Schankoski (2012) cita, é importante lembrar que uma grande resistência à compressão da argamassa não é necessariamente sinônimo de uma melhor solução estrutural, pois a argamassa deve resistir aos esforços aos quais a parede está submetida, sem exceder a resistência dos blocos na área líquida, de maneira que as fissuras que venham a ocorrer no conjunto ocorram na junta.

Desta forma, nota-se que não basta analisar a resistência mecânica da argamassa separadamente, sendo importantíssimo a análise em conjunto com outros parâmetros, como a deformabilidade da mesma e a resistência das unidades empregadas. Todas estas propriedades se relacionam a dois fatores que são, provavelmente, os mais importantes no estudo da alvenaria estrutural: o mecanismo de ruptura e o fator de eficiência da alvenaria.

2.2.5.3 Deformabilidade e Módulo de Elasticidade

Como já mencionado anteriormente, segundo Sabbatini (1986), uma argamassa de assentamento deve ter suficiente resiliência para que acomode as deformações da parede sem fissurar. Logo, além da resistência mecânica, é muito importante conhecer a deformabilidade da argamassa. Para quantificar esta deformabilidade, têm-se o módulo de elasticidade (ou módulo de deformabilidade), o qual consiste na relação entre a tensão uniaxial aplicada a um corpo e a deformação unitária por ele apresentado. Este valor é obtido pela declividade da curva tensão x deformação aplicada ao corpo.

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Silva (2007) afirma que, entre os fatores que influenciam na resistência da alvenaria, um dos mais importantes é o módulo de elasticidade, pois a relação entre a rigidez dos materiais utilizados define a resistência final da alvenaria e seu modo de ruptura.

2.2.5.4 Retração

A retração é resultado de um mecanismo complexo, associado com a variação volumétrica da pasta aglomerante, apresentando papel fundamental no desempenho das argamassas aplicadas, especialmente quanto à durabilidade e estanqueidade. Parte da retração é consequência das reações químicas de hidratação, mas a parcela principal é devido à secagem (CARASEK, 2007).

Vários fatores influenciam na magnitude deste fenômeno. A seguir estão alguns deles, adaptados de Prudêncio Jr. (2007) e Carasek (2007):

 Teor de aglomerante: determina a retração por hidratação e por carbonatação (relacionada ao processo de endurecimento da pasta). O aumento do teor de cimento eleva o potencial de retração da argamassa, pois as tensões de tração oriundas deste fenômeno estão diretamente ligadas ao seu módulo de elasticidade.

 Volume de água: quanto maior o volume de água utilizado na confecção da argamassa, maior será a retração da mesma, devido ao aumento volumétrico da pasta.

 Granulometria do agregado: A granulometria da areia determina o volume de vazios, os quais serão preenchidos pela pasta. Quanto mais elevado for este volume, maior o teor de pasta necessário, elevando o potencial de retração da argamassa.

 Condições ambientais: se a secagem é lenta, a argamassa tem tempo suficiente para atingir uma resistência à tração capaz de suportar as tensões internas que surgem devido à retração. Climas quentes, secos e com ventos fortes facilitam a saída da água, acarretando na fissuração da argamassa.

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2.3 ALVENARIA

Embora se trate de uma operação aparentemente simples, a execução das paredes estruturais exige cuidados específicos com o projeto e materiais adequados, a mão-de-obra e o controle de qualidade. A propriedade primordial na análise do comportamento mecânico da alvenaria é a capacidade resistente da parede à ação de esforços de compressão normais ao seu plano vertical (MEDEIROS e SABBATINI, 1993). No entanto, esta capacidade resistente não depende apenas da resistência mecânica dos materiais, mas também de alguns fatores, que serão vistos a seguir: resistência mecânica, fator de eficiência e mecanismo de ruptura.

2.3.1 Resistência Mecânica

Silva (2007) afirma que os principais fatores que determinam a resistência mecânica da alvenaria estão relacionados aos blocos (geometria, absorção, resistência à compressão e resistência à tração), argamassa (resistência, retenção de água, resiliência, espessura e disposição da junta) e ao conjunto (proporção da rigidez entre argamassa e bloco).

Prudêncio Jr., Oliveira e Bedin (2003) explicam alguns fenômenos conhecidos na prática, referentes à resistência mecânica das alvenarias:

 Quanto maior a espessura da junta, menor é a resistência da alvenaria: com uma espessura maior, a argamassa torna-se mais deformável, aumentando o esforço de tração transversal na unidade.

 Quanto menor a altura da unidade, menor é a resistência da alvenaria: quanto maior for a altura do bloco, maior será sua seção transversal para resistir aos esforços de tração; além disso, unidades mais altas deformam-se mais transversalmente, reduzindo as tensões transversais que ocorrem na interface argamassa/unidade.

 Quanto maior o módulo de deformação da unidade, menor é a resistência da alvenaria: o módulo de deformação da junta (argamassa), em geral, é baixo. Blocos muito rígidos aumentam a diferença de deformabilidade entre a junta e as unidades, aumentando as tensões na interface entre as mesmas.

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 A resistência da alvenaria pode ser maior do que a da argamassa da junta: quando a argamassa está aplicada na junta, ela encontra-se confinada lateralmente, sendo necessário um carregamento maior para levá-la à ruptura do que quando é ensaiada à compressão simples (estado uniaxial de tensão).

 A resistência da alvenaria dificilmente ultrapassa a resistência da unidade. Isto se dá pelo fato de que, quando ensaiada a unidade à compressão, suas extremidades estão confinadas pela prensa; já quando as unidades estão aplicadas na alvenaria, suas extremidades estão submetidas à tensões de tração transversal.

2.3.2 Fator de Eficiência

O fator de eficiência é a relação entre a resistência à compressão do prisma e da unidade. É possível verificar variações entre fatores de eficiência obtidos para unidades de mesma classe de resistência e diferentes fabricantes. Isso se deve, principalmente, a suas diferenças geométricas (formato, conicidade dos furos e espessura das paredes).

Desta forma, o fator de eficiência não é um parâmetro que pode ser generalizado para uma classe de bloco, devendo ser previamente conhecido ou determinado experimentalmente para ser utilizado em projetos (PRUDÊNCIO Jr., OLIVEIRA e BEDIN, 2003).

2.3.3 Mecanismos de Ruptura

O mecanismo de ruptura pode ser entendido como a forma pela qual se dá o colapso da alvenaria e, segundo Steil (2003) e Silva (2007), em função das características das argamassas (resistência, módulo de elasticidade e retenção de água), das unidades (resistência, módulo de elasticidade, porcentagem de vazios e absorção), e do conjunto (resistência de aderência da alvenaria).

De acordo com Prudêncio Jr., Oliveira e Bedin (2003), quando a alvenaria está submetida à compressão, a junta tende a se deformar transversalmente, mais que as unidades (devido ao efeito de Poisson). Como os materiais estão aderidos, são forçados a se deformar igualmente nas interfaces, aparecendo um esforço de

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compressão transversal no topo e na base das juntas e um esforço de tração transversal nas faces das unidades.

Segundo Passos et al. (2009), existem três formas de ruptura da alvenaria:  Ruptura dos blocos: se manifesta pelo surgimento de uma fissura

vertical que passa pelos blocos e juntas de argamassa;

 Ruptura da argamassa: ocorre o esmagamento das juntas, sendo frequente a constatação do esfacelamento da argamassa presente na junta;

 Ruptura do conjunto: é a mais desejável, uma vez que a ruptura se dá pelo surgimento de fissura vertical no conjunto, porém precedida de indícios de ruptura conjunta da argamassa.

2.4 ARGAMASSA ESTABILIZADA

A industrialização da argamassa começou na década de 50, com o objetivo de propiciar maior rapidez e uniformização no processo (SILVA, 2007). Segundo Shmid (2011), no ano de 2007, a Europa possuía mais de 500 fábricas de argamassa estabilizada, as quais fabricavam anualmente cerca de 18 mil m³ deste material, enquanto o Brasil dispunha de 12 fabricantes, os quais produziam 0,4 mil m³/ano.

As argamassas estabilizadas são dosadas em centrais, misturadas e transportadas em caminhões betoneira, de forma parecida aos concretos usinados. Ao chegar na obra, é armazenada em recipientes instalados próximos aos locais de aplicação, devidamente acondicionados.

2.4.1 Constituintes

A composição das argamassas estabilizadas é semelhante às das argamassas industrializadas ou preparadas em obra, porém geralmente não possui cal. Logo, são utilizados aditivos incorporadores de ar, a fim de melhorar a trabalhabilidade e acabamento das misturas, essas melhorias nas demais argamassas era feita pela cal.

A maior diferença entre este tipo de argamassa em relação as demais é a adição de aditivos estabilizadores de hidratação, que servem para retardar a pega

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da argamassa, podendo essa ser utilizada por um grande período de tempo, podendo durar até 36 horas.

Os aditivos estabilizadores agem principalmente no controle de hidratação do C3S, promovendo moderada manutenção de abatimento e retardo de pega. Entretanto, quando utilizados em altos teores, o atraso da pega torna-se imprevisível, podendo ocorrer a inibição muito prolongada da hidratação ou pega instantânea devido a uma ativação excessiva do C3S (HARTMANN et al., 2011).

Segundo Prudêncio Jr. (2007), estes aditivos são recomendados para situações em que o tempo de retardo dos aditivos convencionais não é suficiente ou para situações especiais, como por exemplo, para estabilizar e reutilizar a sobra de concreto nos caminhões betoneira, evitando seu descarte no meio ambiente.

2.4.2 Aplicações

Este tipo de argamassa já vem sendo bastante utilizado em diversas aplicações na construção civil, tais como revestimento (chapisco, emboço e reboco interno e externo), regularização de pisos e assentamento de alvenaria de vedação. Entretanto, sua utilização em aplicações que exijam responsabilidade estrutural (alvenaria estrutural, por exemplo) ainda é pequena (MATOS, 2013).

2.4.3 Vantagens e Desvantagens

Algumas vantagens trazidas pelo uso desde tipo de argamassa são:

 Aumenta o rendimento: acaba com as paradas para aguardar a confecção da argamassa, além do período no início do expediente. Segundo Shmid (2011), este rendimento pode ser até 35% maior.  Redução de perdas: a argamassa não tem a necessidade de ser

utilizada toda em um dia, tendo toda sua vida útil para ser utilizada, evitando que, ao final da jornada de trabalho, a sobra seja descartada (MATOS, 2013).

 Limpeza da obra: reduz os resíduos oriundos da fabricação das argamassas em obra (embalagens de cimento, cal e aditivos, por exemplo) (MATOS, 2013).

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 Misturas mais uniformes, devido ao fato da dosagem dos materiais ser feito em central, em massa, e com maior controle (MATOS, 2013).  Reduz a responsabilidade da dosagem em obra (MATOS, 2013).

 Melhora a logística dentro do canteiro de obra: os recipientes contendo a argamassa podem ser descarregados próximos aos locais de utilização, reduzindo o transporte dentro da obra, único transporte após isso é levar a argamassa até os pedreiros (MATOS, 2013).

 Reduz a demanda de mão de obra, já que dispensa o processo de mistura e reduz o transporte dentro do canteiro de obras (MATOS, 2013).

Todavia, segundo Matos (2013) o uso deste tipo de argamassa traz também algumas desvantagens em relação às argamassas mistas de cal e cimento, tais como:

 É necessário um planejamento preciso da quantidade diária à ser usada, evitando assim que falte argamassa, e ainda prever o tempo para ser utilizada, para que não sobre argamassa após o tempo de utilização.

 Em dias muito úmidos, as argamassas podem demorar mais do que o desejado para adquirir rigidez: o endurecimento da argamassa depende da perda da água de amassamento, seja pela absorção do substrato ou por evaporação, também em dias quentes deve-se ter cuidado para que não evapore muito água, pois assim a argamassa acaba endurecendo.

Diante dos fatos expostos, fica evidente a necessidade de um estudo referente ao desempenho destas argamassas, a fim de certificar (ou não) a viabilidade técnica do seu uso.

2.5 ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA

De acordo com a NBR 13529 (ABNT, 2013) argamassa industrializada é “a argamassa proveniente de processo controlado e dosagem precisa, em instalação industrial, fornecida embalada ou a granel”.

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Esta argamassa é normalmente embalada em sacos de 25 kg ou 50 kg, e para alvenaria estrutural é produzida com diversas resistências que variam de 4 Mpa a 15 Mpa.

2.5.1 Constituintes

Esta argamassa tem como principais constituintes, cimento, cal hidratada, areia calcária, água e aditivos (FIDA, 2018).

2.5.2 Aplicações

A argamassa industrializada também é utilizada em diversas aplicações na construção civil, tais como, argamassa para assentamento estrutural, revestimentos internos, revestimentos externos, assentamento de porcelanatos e de revestimentos cerâmicos em piscinas quentes e também para rejuntamento (FIDA, 2018).

2.5.3 Vantagens e Desvantagens

A argamassa industrializada tem como principais vantagens segundo Fida (2018):

 Baixa retração, após endurecida ela diminui pouco o seu volume.

 Presença de aditivos plastificantes, o que aumenta a adesão e a ductilidade do material curado.

 Dispensa a imersão previa da peças cerâmicas porosa em água.

 Aumento da produtividade da mão- de- obra, pois precisa apenas ser adicionada água na quantidade indicada junto com a argamassa em uma betoneira.

 Menor desperdício de materiais, pois o produto permite maior controle do consumo.

A principal desvantagem da argamassa industrializada é o custo absoluto elevado.

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3 MÉTODOS E ENSAIOS

A fim de avaliar o desempenho de argamassas estabilizadas no assentamento de alvenaria estrutural de blocos cerâmicos, foram testados blocos de com apenas uma resistência e argamassas estabilizadas fabricadas por uma empresa fornecedora desse produto e uma argamassa industrializada (com resistência à compressão próxima a unidade utilizada), conforme já citado.

Para cada classe de bloco (e respectiva argamassa), foi aplicado o mesmo procedimento de ensaio, o qual pode ser dividido em três etapas: blocos cerâmicos, argamassas estabilizadas e avaliação da alvenaria (por meio de prismas).

3.1 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1.1 Materiais

Este tópico apresentará os materiais empregados nos ensaios, bem como suas características. Vale lembrar que, apesar de terem sido ensaiadas argamassas de diferentes tipos, ambas foram utilizadas com o mesmo substrato.

3.1.1.1 Blocos cerâmicos

Foi utilizado blocos cerâmicos e apenas uma classe (resistência nominal): Bloco de 7 MPa. Os blocos possuíam dimensões de 14 x 19 x 29 cm (largura x altura x comprimento), de paredes finas (aproximadamente 2,5 cm). O peso dos blocos variou entre 5,90 kg e 6,10 kg.

A Figura 1 demonstra a geometria e as dimensões das unidades, onde é possível observar que as paredes da unidade tem espessura de 7 mm (paredes internas) e 8 mm (paredes externas).

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Figura 1: Bloco cerâmico

Fonte: Autoria própria 3.1.1.2 Argamassa Estabilizada

Foi utilizada um tipo de argamassa estabilizada, dosada para 36 horas, com resistência de 7 MPa, sendo a resistência da mesma compatível com a dos blocos utilizados. Utilizando na composição da argamassa, segundo a empresa fornecedora, cimento, areia, água e aditivos.

3.1.1.3 Argamassa Industrializada

Foi utilizada um tipo de argamassa industrializa, de 4 MPa, sendo a resistência da mesma compatível com a dos blocos utilizados. A argamassa foi feita de acordo com o que recomenda o fabricante.

3.1.2 Métodos

A fim de avaliar o desempenho de ambas as argamassas no assentamento de alvenaria estrutural de blocos cerâmicos, foram testadas as composições de blocos de 7 MPa e argamassa estabilizada de 7 MPa fabricada por uma empresa fornecedora desse produto, e outra com blocos de 7 MPa e argamassa industrializada de 4 MPa.

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Para cada argamassa, foi aplicado o mesmo procedimento de ensaio, que pode ser dividido em três etapas: blocos cerâmicos, argamassas e avaliação da alvenaria (por meio de prismas).

3.1.2.1 Blocos Cerâmicos

As caracterizações e estudos dos blocos cerâmicos foram compostos pelos seguintes procedimentos:

Pesagem e medição: os blocos foram pesados e medidos, conforme mostra A Tabela 2.

Tabela 2: Peso e medidas dos blocos

Amostra L (cm) H (cm) C (cm) Peso (kg) 1 13.87 19.15 28.70 5.92 13.92 19.20 28.70 2 13.53 18.90 28.80 6.02 13.40 19.00 28.70 3 13.40 19.06 28.73 6.06 13.38 18.98 28.73 4 13.92 19.01 28.75 6.01 13.95 18.94 28.83 5 13.90 19.04 28.72 6.04 13.90 19.03 28.73 6 13.92 18.99 28.73 6.03 13.92 19.02 28.76

Fonte: Autoria Própria

Resistência à compressão: os blocos cerâmicos foram capeados conforme a Figura 2 e rompidos (Figura 3) conforme a NBR 15270-2 (ABNT, 2017).

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Figura 2: Blocos capeados

Fonte: Autoria Própria Figura 3: Ensaio compressão dos blocos

Fonte: Autoria Própria

Absorção de água: o ensaio foi realizado seguindo as prescrições da NBR 15270-2 (ABNT, 2017) a Figura 4 demonstra o ensaio em andamento.

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Figura 4: Ensaio de Absorção de água

Fonte: Autoria Própria 3.1.2.2 Argamassas

Para análise de desempenho das argamassas estabilizadas e industrializada, foram executados ensaios no endurecido e o ensaio de consistência no estado fresco.

3.1.2.3 Ensaio de Consistência

A única propriedade avaliada no estado fresco foi a consistência. A determinação desta propriedade normalmente é feita segundo a A NBR 13276 (ABNT, 2016), que apresenta a metodologia de ensaio utilizando a mesa de consistência (flow table): molda-se um tronco de cone de argamassa, submetendo-o a 30 quedas da mesa de uma altura padrão e medindo a abertura da base do tronco.

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3.1.2.4 Propriedades no Estado Endurecido

As propriedades analisadas no estado endurecido foram: resistência a compressão e resistência a flexão.

Determinação da resistência à flexão: foram moldados corpos de prova prismáticos (4x4x16 cm) conforme NBR 13279 (ABNT, 2005).

As metades dos corpos de prova dos ensaios de resistência à flexão, foram rompidas à compressão, a fim de atender requisitos da NBR 13279 (ABNT, 2005) que prescreve a moldagem de corpos de prova cúbicos (4 cm) para determinação da resistência à compressão.

3.1.2.5 Avaliação da Alvenaria (Prismas)

Para cada argamassa, foram moldados nove prismas, sendo três prismas de cinco fiadas para o ensaio de tração na flexão e seis prismas de duas fiadas para o ensaio de resistência a compressão.

3.1.2.6 Confecção dos Prismas

Todos os corpos de prova foram confeccionados como estava descrito na NBR 15812-2 (ABNT, 2010).

3.1.2.7 Ensaio de Resistência à Compressão

O ensaio de resistência a compressão foi realizado 28 dias após a confecção dos prismas seguindo a norma NBR 15812-3 (ABNT, 2017).

Os prismas foram sujeitos à compressão axial, até os prismas serem levados a ruptura, caso a argamassa começasse a esfarelar (indicando esmagamento da mesma), a carga aplicada era anotada.

3.1.2.8 Ensaio de Resistência de Aderência na Flexão

Com a finalidade de medir a aderência argamassa/bloco, foram realizados ensaio de tração na flexão a quatro pontos, com prismas de cinco fiadas, conforme a NBR 15812-3 (ABNT, 2017).

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45

Este ensaio normalmente é realizado com a aplicação do carregamento por meio de blocos ou através de prensa hidráulica. Para o ensaio foram utilizados os carregamentos colocando blocos cerâmicos. Os prismas foram carregados até a ruptura bloco/junta, sendo a carga utilizada para o cálculo da resistência de aderência na flexão, a soma dos pesos dos blocos colocados sobre parato, como ilustra a Figura 5.

Figura 5: Ensaio de aderência

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46

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na sequência serão apresentados e discutidos os resultados dos ensaios, referente a blocos cerâmicos, argamassa estabilizada, argamassa industrializada e prismas.

4.1 BLOCO CERÂMICO

Na Tabela 3 estão apresentados os resultados dos ensaios dos blocos cerâmicos.

Tabela 3: Ensaio de Resistência à compressão

Resistência à Compressão (MPa) Fbk (MPa) Absorção (%) Nominal Efetiva 7 MPa 11.67 8.67 13,37 14.25 13.18 9.44 10.65 11.42 Média 11.77 Desvio 1.73 CV 14.69%

Fonte: Autoria Própria

A resistência a compressão apresentou-se bem acima do esperado, ficando a resistência característica (fbk) 24% acima da resistência nominal. Os resultados da absorção mostraram-se dentro dos limites que vão de 8% a 21% prescrito pela NBR 15270-1 (ABNT, 2017).

4.2 ARGAMASSAS

4.2.1 Ensaio de Consistência

Os resultados do ensaio de Consistência das argamassas estão apresentados na Tabela 4.

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Tabela 4: Ensaio de Consistência

Argamassa

Medição Consistência (Flow Table) (cm) 7 MPa Argamassa Estabilizada 1 23.97 2 24.32 3 24.01 Média 24.10 Desvio 0.19 CV (%) 0.79% 4 MPa Argamassa Industrializada CP Consistência (Flow Table) (cm) 1 26.04 2 26.01 3 25.92 Média 25.99 Desvio 0.06 CV (%) 0.24%

Fonte: Autoria Própria

Ambas as argamassas apresentaram resultados parecidos no ensaio de consistência, porém a argamassa estabilizada mostrou-se menos consistente.

4.2.2 Propriedades no Estado Endurecido

Na Tabela 5 estão apresentadas as propriedades do estado endurecido das argamassas.

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Tabela 5: Propriedades no Estado Endurecido

Argamassa

CP Flexão (MPa) Compressão (MPa)

7 MPa Argamassa Estabilizada 4x4 1 4.62 14.66 2 5.79 15.56 3 5.42 12.22 Média 5.28 14.15 Desvio 0.60 1.73 CV (%) 11.33% 12.22% 4 MPa Argamassa Industrializada

CP Flexão (MPa) Compressão (MPa) 4x4 1 2.51 4.28 2 2.68 4.61 3 2.44 4.52 Média 2.54 4.47 Desvio 0.12 0.17 CV (%) 4.85% 3.82%

Fonte: Autoria Própria

Ambas as argamassas apresentaram resistência a compressão superiores as indicadas pelos fabricantes como mostra no Gráfico 1, a argamassa estabilizada apresentou uma resistência muito superior onde a média das três resistências que é 14,15 MPa, é 102,14% maior que a indicada pelo fabricante. Já a argamassa industrializada mostrou valor maiores que o indicado pelo fabricante porem sua resistência a compressão media 4,47 MPa, é 11,75% maior que a indicada.

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Gráfico 1: Resistências das Argamassas

Fonte: Autoria Própria

Em relação a tração na flexão a argamassa estabilizada apresentou uma média de 5,28 MPa o que corresponde a uma relação tração/compressão de 37,30%.

A argamassa industrializada apresentou uma média de 2,54 MPa no ensaio de tração na flexão, o que corresponde a uma relação tração/compressão de 56,82%, um resultado superior aos apresentados por Santos (2015) onde a relação tração e compressão da argamassa industrializada de 4 MPa foi de 36,12%. Ambos os resultados da relação tração/compressão estão apresentados no Gráfico 2.

5.28 2.54 14.15 4.47 0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 R esis tên cia (MP a)

ARGAMASSA ESTABILIZADA ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA

Referências

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