• Nenhum resultado encontrado

Elaboração de plano de prevenção e proteção contra incêndio de uma edificação residencial/comercial

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Elaboração de plano de prevenção e proteção contra incêndio de uma edificação residencial/comercial"

Copied!
69
0
0

Texto

(1)

RODRIGO BASTOS

ELABORAÇÃO DE PLANO DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA

INCÊNDIO DE UMA EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL/COMERCIAL

Ijuí, RS

(2)

ELABORAÇÃO DE PLANO DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA

INCÊNDIO DE UMA EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL/COMERCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Orientadora: Lia Geovana Sala

Ijuí, RS 2016

(3)

RODRIGO BASTOS

ELABORAÇÃO DE PLANO DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA

INCÊNDIO DE UMA EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL/COMERCIAL

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelos membros da banca examinadora.

Ijuí, 08 de julho de 2016.

Prof.(a). Lia Geovana Sala Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina - Orientadora Prof.(a). Cristina Eliza Pozzobon Coordenadora do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho/UNIJUÍ BANCA EXAMINADORA Prof. (a). Cristina Eliza Pozzobon (UNIJUÍ) Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina

(4)

Agradeço, primeiramente, a Deus pela oportunidade da vida e por me guiar nos momentos de maior dificuldade.

Agradeço, especialmente, aos meus pais e minha esposa por todo amor incondicional, carinho, compreensão e incentivo oferecidos a mim desde o início desta jornada.

Aos meus familiares e amigos, agradeço por, sempre que possível, terem me ajudado a superar alguns obstáculos encontrados pelo caminho.

Por fim, agradeço a todos os professores e colegas do curso de pós graduação em engenharia de segurança do trabalho pelos ensinamentos e pelo companheirismo ao decorrer do curso, tendo contribuído para complementação da minha formação profissional.

(5)

O único lugar em que o sucesso vem antes do trabalho é o dicionário. Mahatma Gandhi

(6)

BASTOS, R. Elaboração de plano de prevenção e proteção contra incêndio de uma edificação residencial/comercial. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de pós- graduação latu sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2016.

A proteção contra incêndio é um elemento preponderante que possibilita a segurança das construções e das pessoas que nelas estão presentes. Para tanto, criou-se legislações especificas que estabelecem diretrizes e regras a serem seguidas nos projetos de edificações com a finalidade de evitar grandes tragédias. Assim, o presente relatório tem como objetivo apresentar os passos para a elaboração de um Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) de uma edificação residencial/comercial já existente, realizando todo o enquadramento conforme as atuais normas vigentes, as quais estabelecem os parâmetros necessários para o cumprimento fiel de todas as medidas que visão comtemplar as ações a serem adotadas para a proteção da vida humana e conservação do imóvel envolvido. Inicialmente, o trabalho inicia com uma revisão bibliográfica acerca do assunto e continua com a definição das principais etapas da elaboração do PPCI para, posteriormente, realizar o enquadramento da edificação nas normas técnicas do Corpo de Bombeiros, resultando na elaboração do plano, composto pelos memoriais descritivos e alocação dos dispositivos de segurança pertinentes a edificação.

(7)

Figura 1 - Triângulo do fogo. ... 15

Figura 2 - Quadrado do fogo. ... 17

Figura 3 - Frente do prédio. ... 24

Figura 4 - Tabela 3 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto a carga de incêndio. ... 27

Figura 5 - Classificação da edificação quanto a altura. ... 28

Figura 6 - Classificação da edificação quanto a sua característica construtiva. ... 30

Figura 7 - Classe dos materiais a serem utilizados considerando a sua ocupação ... 31

Figura 8 - Dimensionamento da população para saída de emergência da sala comercial . 32 Figura 9 - Distâncias máximas a percorrer em edificações de médio risco de incêndio. .. 33

Figura 10 - Área máxima de cobertura do detector pontual de fumaça. ... 36

Figura 11 - Afastamento mínimo de teto e parede para instalação dos detectores. ... 37

Figura 12 - Detector automático pontual ... 37

Figura 13 - Acionador de alarme manual ... 38

Figura 14 - Sirene audiovisual ... 38

Figura 15 - Alarme de incêndio ... 39

Figura 16 - Risco Classe A ... 40

Figura 17 - Risco Classe B ... 40

Figura 18 - Risco classe C ... 40

Figura 19- Características dos tipos de sistema. ... 41

Figura 20 - Componentes necessários para cada tipo de hidrante. ... 42

Figura 21 - Ponto de luz para emergência instalado em teto e parede sem desnível. ... 44

Figura 22 – Ponto de luz de emergência instalado em ambiente com desnível. ... 44

Figura 23 - Luminárias de emergência ... 45

(8)

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CBMRS Corpo de Bombeiro Militar do Rio Grande do Sul CBMSP Corpo de Bombeiro Militar de São Paulo

CO2 Gás Carbônico

CREA - RS Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul GLP Gás Liquefeito de Petróleo

IT Instrução Técnica

PPCI Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio RT Resolução Técnica

RS Rio Grande do Sul SP São Paulo

TPCI Treinamento de Prevenção e Proteção Contra Incêndio TRRF Tempo Requerido de Resistência Contra o Fogo

(9)

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 15

2.1 O FOGO ... 15

2.2 O INCÊNDIO ... 17

2.2.1 Classes de incêndio ... 18

2.2.2 Causas dos incêndios ... 19

2.2.3 Métodos de extinção do incêndio ... 20

2.2.4 Agentes extintores de incêndio ... 21

2.3 O PLANO DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO ... 22

3 METODOLOGIA ... 24

3.1 NORMAS UTILIZADAS ... 25

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ... 27

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO QUANTO A OCUPAÇÃO E SUA CARGA DE INCÊNDIO ... 27

4.2 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO QUANTO A SUA ALTURA ... 27

4.3 MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO A SEREM ADOTADAS NA EDIFICAÇÃO ... 28

4.3.1 Dimensionamento das saídas de emergência ... 29

4.3.1.1 Dimensionamento da saída de emergência da sala comercial ... 32

4.3.1.2 Dimensionamento da saída de emergência dos apartamentos ... 33

4.3.2 Detectores automáticos ... 35

4.3.3 Alarme de incêndio ... 37

(10)

4.3.6 Iluminação de emergência ... 43

4.3.7 Sinalização de emergência ... 45

4.3.8 Brigada de incêndio ... 46

4.4 PREVISÃO DE CUSTOS PARA IMPLANTAÇÃO DO PPCI ... 46

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 49

REFERÊNCIAS ... 51

APENCIDE A – PLANTA BAIXA TÉRREO ... 54

APENDICE B – PLANTA BAIXA PAVIMENTOS SUPERIORES ... 55

APENDICE C – PLANTAS BAIXAS COM AS MEDIDAS PREVENTIVAS ... 56

ANEXO A – CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO QUANTO A OCUPAÇÃO ... 59

ANEXO B – EXIGÊNCIAS PARA EDIFICAÇÕES COM AREA SUPERIOR A 750 m2 OU ALTURA SUPERIOR A 12 m ... 63

ANEXO C – DISTÂNCIAS MÁXIMAS A PERCORRER EM EDIFICAÇÕES DE MÉDIO RISCO. ... 65

ANEXO D – TEMPOS REQUERIDOS DE RESISTÊNCIA AO FOGO ... 66

ANEXO E – TABELA DE RESISTÊNCIA AO FOGO PARA ALVENARIAS ... 67

ANEXO F – CLASSIFICAÇÃO DOS EDIFICIOS E APLICABILIDADE DO SISTEMA DE HIDRANTES ... 68

(11)
(12)

1 INTRODUÇÃO

O tema prevenção e proteção contra incêndio, recentemente, ganhou expressiva repercussão, após a tragédia ocorrida em janeiro de 2013 na boate Kiss, na cidade de Santa Maria/RS, ocasionando a morte de 241 pessoas e deixando outras centenas feridas, conforme o relatório final do Departamento de Polícia Civil de Santa Maria. Assim, observa-se que a segurança contra incêndio é uma das principais medidas de prevenção e controle de acidentes e tragédias.

O temor do homem quanto aos incêndios surge desde a antiguidade quando o homem começa a dominar o fogo que até então era apenas obtido na natureza. Ao longo dos anos, descobriu como obtê-lo e através de seu domínio utilizou de suas características para a evolução de suas diversas atividades, cotidianas e de trabalho como: aquecimento, preparo de alimentos, fundição e geração de vapor (PEREIRA; JUNIOR, 2010).

De acordo com Freire (2009), no Brasil, os primeiros registros de incêndios de grandes proporções aconteceram na década de 70, que foi o caso do Edifício Andraus em 1972 e do Edifício Joelma em 1974. Na época, estes acidentes marcaram o país, afetando de maneira direta e indireta a vida de centenas de pessoas e causando danos materiais irreparáveis. Segundo Fagundes (2013), diante dessas ocorrências, surgiram as primeiras indagações sobre a necessidade da segurança contra incêndio nas edificações, visto que, ao passar dos anos, as edificações ficavam cada vez maiores, com alturas mais elevadas e não se tinha a concepção da utilização de materiais que não propagassem o fogo ou qualquer outro meio técnico para evitar a propagação das chamas.

Segundo Fagundes (2013), estes acontecimentos ligaram um alerta em âmbito nacional para o problema da prevenção e proteção contra incêndio no país, pois, principalmente, nas décadas de 70 e 80 aconteceu um grande deslocamento populacional das áreas rurais para as áreas urbanas, provocando grandes aglomerados populacionais em edificações e outros estabelecimentos. Devido a isso, surgiu a necessidade da criação de normas e legislações acerca do assunto, buscando, acima de tudo, a proteção da vida humana e secundariamente, a preservação do patrimônio. Conforme Fagundes (2013), atualmente, cada estado possui uma

(13)

______________________________________________________________________________

legislação especifica que norteia a elaboração do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI), sendo esta composta por normas técnicas, leis, resoluções técnicas e portarias.

Após o fatídico acidente na boate Kiss em Santa Maria/RS, de acordo com o relatório técnico apresentado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado do RS (CREA-RS), com o passar do tempo, mais de 30 anos sem um incêndio de grande repercussão no país, houve certo esquecimento da sociedade quanto aos riscos de um incêndio. De acordo com o CREA-RS (2013), ‘as operações de fiscalização são limitadas e demoradas, devido a restrições nos recursos financeiros e humanos disponíveis. Por isso, se adotou em algumas cidades do Estado, na ausência de legislação estadual única vedando essa possibilidade, a prática de liberação de funcionamento sem alvará de segurança contra incêndio e pânico, estabelecendo um protocolo que desfavorece a segurança e permite que situações de riscos se estabeleçam sem serem detectadas. ’

Contudo, após este episódio, criou-se a Lei Complementar nº 14.376 de 2013, que estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco de incêndio no estado do Rio Grande do Sul (RS). Resumidamente, esta lei implica que para o funcionamento de qualquer estabelecimento comercial, órgãos públicos e instituições, o mesmo deverá possuir um PPCI, para assim, conseguir o alvará de funcionamento junto a prefeitura de sua cidade.

Portanto, este trabalho tem como finalidade colocar em prática os conhecimentos adquiridos no curso de especialização em engenharia de segurança do trabalho, através da realização de um PPCI de um prédio residencial/comercial já existente, localizado na cidade de Três de Maio/RS, preconizando o que estabelece as atuais normas vigentes.

O trabalho tem como tema um PPCI e ficará delimitado a elaboração do mesmo, tendo como base, uma edificação residencial/comercial já existente. Sua questão de estudo será: Quais os procedimentos e normas que devem ser utilizadas para a elaboração do plano de prevenção e proteção contra incêndio da edificação em estudo?

Os objetivos deste trabalho estão divididos em objetivo geral e especifico, sendo o objetivo geral: Elaborar o plano de prevenção e proteção contra incêndio de uma edificação residencial/comercial, com base na atual legislação, normas técnicas e resoluções técnicas

(14)

determinadas pelo corpo de bombeiros que estabelecem as diretrizes para a elaboração adequada do projeto. Em detrimento do objetivo geral, constituem os objetivos específicos a serem abordados dentro da temática escolhida:

 Aprofundar os conhecimentos adquiridos durante a realização do curso de pós-graduação em engenharia de segurança do trabalho, focando, em especial, no tema prevenção e proteção contra incêndio, através da elaboração de um PPCI;

 Produzir embasamento teórico, técnico e ter acesso a dados e informações através das atuais normas, leis e resoluções que definem parâmetros ao cumprimento de maneira eficaz e efetiva para a elaboração de um PPCI.

 Verificar como deve ser realizado o encaminhamento do PPCI junto ao corpo de bombeiros.

O presente relatório está estruturado da seguinte maneira:

Primeiramente é realizada a introdução do trabalho, abordando a importância do tema, a delimitação do assunto, justificativa e o objetivo da realização deste trabalho.

No capítulo 2 é escrito, a partir do tema definido, uma revisão bibliográfica do assunto, trazendo as principais definições coletadas durante a pesquisa.

No capítulo 3 é feito uma descrição detalhada do objeto em estudo, assim como todas as normas técnicas, leis e resoluções técnicas envolvidas na elaboração do PPCI.

O capítulo 4 aborda os resultados obtidos na elaboração do projeto e uma previsão dos custos para a implantação do PPCI na edificação.

Por fim, no capítulo 5, acontece o encerramento do trabalho apontando as considerações finais sobre a elaboração do PPCI. Na sequência, são apresentadas as referências bibliográficas, os anexos, e apêndices deste trabalho.

(15)

______________________________________________________________________________

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo será realizada uma revisão bibliográfica que tem por objetivo abordar o assunto em que está inserido o estudo. Também, busca contextualizar o tema apresentado para que se possa ter uma melhor compreensão deste trabalho.

2.1 O FOGO

Na sua evolução, o homem primitivo passou a utilizar o fogo como parte integrante de sua vida. O fogo colhido dos eventos naturais e, mais tarde, obtido intencionalmente através da fricção de pedras, foi utilizado na iluminação e aquecimento das cavernas e no cozimento da sua comida. (CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DO RJ, 2008). Assim, desde a época da pré-história, o modo de como produzir o fogo e, principalmente, como ter o controle sobre ele, era um fator que causava grande curiosidade ao homem, visto que, o surgimento do fogo dava-se por meio de raios, erupções vulcânicas e outros.

Conforme Brentano (2004), o fogo é uma reação química, denominada combustão, que é uma oxidação rápida entre o material combustível, líquido, sólido ou gasoso e o oxigênio do ar, provocado por uma fonte de calor, que gera luz e calor. A NBR 13860/97 define fogo como sendo um processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e luz.

Desta forma, para a realização do processo de combustão, é necessário a existência de três elementos: combustível, comburente e calor. A combinação destes três elementos em proporções adequadas irá formar o fogo e da origem ao triângulo do fogo, conforme Figura 1 (Aloísio, 2013).

Figura 1 - Triângulo do fogo

(16)

O combustível é considerado todo tipo de material passível de queimar e propagar o fogo. O combustível pode apresentar 3 estados, o sólido, líquido e o gasoso. A queima do combustível em sua forma sólida tem como características a formação de resíduos devido à quebra de ligações químicas constituintes do material, alguns exemplos são papéis, madeiras e borrachas. Já a queima de combustíveis líquidos (derivados do petróleo, acetona e outros) ocorre com o aquecimento e a evaporação do produto que ao misturar-se com o oxigênio do ar, constitui uma combinação inflamável. Os combustíveis gasosos por sua vez, tem grande facilidade para originar uma combustão por já estarem em fase gasosa, não sendo necessária a vaporização. São exemplos de combustíveis gasosos o GLP, metano e o hidrogênio.

Os comburentes são todos os elementos químicos que ativam e intensificam o fogo. Dentre estes elementos, o oxigênio do ar atmosférico, pelo fato de ser obtido de forma natural é o comburente mais comum. Estima-se que na composição química do fogo, 21% são do oxigênio do ar. Já o calor, é o elemento responsável pelo início do processo de combustão, que mantem e incentiva o processo de propagação das chamas. O calor é a ignição que provoca a associação entre o combustível e o comburente, possibilitando assim, a formação do fogo.

Segundo Brentano (2010), uma vez iniciada a combustão, acontece a produção de um processo térmico com a liberação de calor e um processo de transformação do material combustível em gases, fumaça e cinzas. Durante o processo térmico, parte se dissipa no entorno por meio da radiação, convecção e condução, e parte deste calor serve como energia para que se formem mais radicais livres para que tenha continuidade o processo de combustão, originando, então a reação química em cadeia, que é o quarto componente da combustão.

Portanto, com o acréscimo do quarto elemento, a reação em cadeia, surgiu o tetraedro do fogo composto juntamente com o triângulo do fogo. Para a formação e propagação do fogo, é necessária a transferência de calor de uma molécula para outra do material combustível, que no final, resultará em uma combustão. A reação em cadeia torna a combustão autossustentável e pode ser representada por um tetraedro ou o quadrado do fogo, conforme Figura 2.

(17)

______________________________________________________________________________

Figura 2 - Quadrado do fogo

Fonte: Aloisio (2013)

Durante o processo de combustão, serão gerados alguns efeitos que são frutos deste processo, conforme Brentano (2010) estes efeitos terão as seguintes consequências:

 A fumaça impede a visibilidade, provoca pânico, intoxica e/ou asfixia, dificulta a saída e a aproximação para o combate ao fogo, corrói objetos frágeis;

 As chamas formam a parte espetacular do fogo e visível ao fogo, iluminam e atraem;  Os gases são invisíveis, podem ser tóxicos, inodoros e sua difusão provoca a propagação

do fogo. Atualmente, com os materiais sintéticos cada vez em maior quantidade usados nos revestimentos de construções, aumentou a quantidade de produtos gasosos prejudiciais ao homem em uma situação de incêndio. A fumaça e os gases tóxicos são responsáveis por mais de 80% das mortes em incêndios;

 O calor aquece o ar chegando a altíssimas temperaturas, provocando a propagação do fogo através da combustão espontânea de certos materiais e a perda de resistência de outros; como exemplo a própria estrutura de uma edificação;

 O oxigênio do ar é consumido durante a combustão em ambientes fechados tornando-o irrespirável;

 Os resíduos deixados pelos combustíveis sólidos comuns, como as cinzas, além de emitirem fumaças.

2.2 O INCÊNDIO

Define-se como incêndio a presença de fogo de forma descontrolada em um local não desejado que possa provocar a perda de vidas humanas e causar prejuízos materiais. Conforme

(18)

Neto (1995), inconstitucionalmente o incêndio é entendido como uma ocorrência indesejável e como tal, deve ser evitado e controlado.

Desta forma, é fundamental que durante o planejamento da segurança contra incêndio de qualquer tipo de edificação não ocorra o negligenciamento da proteção a vida humana. De acordo com Neto (1995), a importância do planejamento nesta área é medida pelos sinistros evitados e não pelos incêndios extintos.

2.2.1 Classes de incêndio

Segundo Brentano (2010) e Fagundes (2013), existem quatro classes de incêndio que são classificados de acordo com o material combustível:

 Classe A: abrange os incêndios em materiais combustíveis comuns que queimam em superfície e em profundidade, tais como madeiras, papéis, tecidos, plásticos, borracha, etc. O método de extinção a ser empregado é por resfriamento pela ação da água e por abafamento como ação secundária. Após a queima, em razão do volume, esses combustíveis deixam resíduos como brasas e cinzas.

 Classe B: Este tipo de incêndio origina-se da mistura do ar com os vapores provenientes da superfície dos líquidos combustíveis inflamáveis, como a gasolina por exemplo. Estes líquidos têm como característica queimar em sua superfície não deixando resíduos. Para sua extinção é necessário fazer a quebra da sua reação química em cadeia ou realizar a retirada do material combustível. O melhor agente extintor a ser empregado para este tipo de classe é a espuma mecânica, porém outros meios como água nebulizada e líquidos vaporizantes também são agentes eficazes.

 Classe C: São os incêndios que ocorrem em equipamentos elétricos energizados. Logo, caracteriza-se pelo grande risco que oferece ao responsável pela sua extinção, sendo necessário a utilização de produtos que não conduzem eletricidade. O agente extintor mais indicado para esta classe de incêndio é o pó químico.

 Classe D: São incêndios que ocorrem em metais combustíveis, chamados de pirofóricos, como magnésio, titânio, lítio, alumínio, entre outros. Estes metais

(19)

______________________________________________________________________________

queimam mais rapidamente, reagem com o oxigênio atmosférico, atingindo temperaturas mais altas que outros materiais combustíveis. O combate exige equipamentos, técnicas e agentes extintores especiais para cada tipo de metal combustível, que formam uma capa protetora isolando o metal combustível do ar atmosférico .

2.2.2 Causas dos incêndios

O início de um incêndio pode ocorrer por diversos motivos e, saber qual é a origem deste, é de grande valia para fins prevencionistas e estatístico. Segundo Pozzobon (2015), quando estudamos as causas de um incêndio, procuramos saber como, porque e onde iniciou o processo de combustão; se a origem é proveniente da ação direta do homem ou não. Desta forma, pode-se classificar as causas de um incêndio como:

 Causas humanas culposas e criminosas: Uma causa humana culposa é atribuída pela ação direta do homem por imprudência, negligência ou imperícia. Um exemplo disso é quando o homem manuseia determinada fonte de calor sem tomar as precauções adequadas, por exemplo, deixar o ferro de passar roupa ligado sobre a mesa ou manipular um maçarico próximo a materiais inflamáveis. Já uma causa de incêndio criminosa está associada quando o homem por razões psicológicas e materiais, espontaneamente provoca um incêndio ou explosão. Neste caso, são diversos os motivos que podem levar o homem a provocar um incêndio: vingança, destruição de documentos, motivos financeiros e outros.

 Causas naturais: São provocados pelos fenômenos naturais, tais como os raios elétricos, descargas atmosféricas, terremotos, erupções vulcânicas, desabamentos de terra e outros. Enfim, são eventos cujo controle foge dos procedimentos preventivos.

 Causas acidentais: São causadas por falhas inesperadas, mesmo que o homem tenha tomado as devidas medidas preventivas para que isso não ocorra, mas que devido a diversos fatores independentes da sua vontade, eles acontecem. Ente os acidente mais comuns estão os de causas elétricas, mecânicas e químicas. As causas elétricas, geralmente, estão atrelados a mal dimensionamento de circuitos o que provoca superaquecimento, sobrecarga de motores, curtos-circuitos, arcos

(20)

elétricos e outros. Nas causas mecânicas podem se originar a partir do atrito provocado pela falta de lubrificação de peças das máquinas, emperramento de correias de sistemas de transmissão ou transporte, explosão de vasos de pressão de caldeiras e etc. Já como causa química pode ser citado o fenômeno chamando de autocombustão causado pela absorção da umidade em determinados produtos químicos como: hidrosulfito de sódio, óxido de cálcio, pentasulfeto de fósforo, pó de alumínio, dentre outros.

 Causas industriais: No setor industrial o risco de incêndio esta atrelado a diversos fatores como falta de manutenção preditiva e preventiva em instalações elétricas, máquinas e equipamentos; uso inadequado de determinados equipamentos, falta de treinamento aos funcionários, transporte inadequado de produtos químicos e diversos outros fatores que dependendo do tipo de indústria pode provocar um princípio de incêndio.

2.2.3 Métodos de extinção do incêndio

Considerando que para ocorrer o fogo é necessário a presença de seus três elementos, combustível, comburente e calor, formando o triângulo do fogo ou o tetraedro do fogo se considerar a reação química em cadeia, para extinguir o fogo se faz necessário a eliminação de um desses elementos ou interromper a reação em cadeia.

Assim, os quatro meios de extinção do incêndio segundo Freire (2009), são os seguintes:  Resfriamento: Consiste basicamente na retirada do elemento calor através de um

agente extintor a fim de resfriá-lo, sendo a água o agente mais utilizado neste método. Este meio é o mais comum para extinguir o incêndio em edificações. De acordo com Brentano (2010), quando o material não é mais capaz de gerar gases e vapores em quantidade suficientes para se misturar com o oxigênio do ar e alimentar a mistura combustível necessária para manter a reação química em cadeia, é porque a perda de calor para o agente extintor é maior que o recebido do fogo, este começa a ser controlado até a sua completa extinção.

 Abafamento: É o meio de extinção mais difícil, pois consiste na retirada do comburente (oxigênio), com exceção de incêndios pequenos que pode ser

(21)

______________________________________________________________________________

eliminado com a utilização de panos, tampas de vasilhames e cobertores. Um incêndio de grandes proporções requer a utilização de agentes de gases inertes como o gás carbônico (CO2) e o gás nitrogênio.

 Isolamento: Tem como finalidade a retirada do material combustível, isolando-o, impedindo assim a formação do triângulo. Porém em algumas situações de incêndio torna-se praticamente impossível de realizar tal método.

 Extinção química: Atua na quebra da reação química da combustão com o lançamento do agente extintor ao fogo. As moléculas do agente extintor se dissociam devido ao calor, formando átomos de radicais livres, que entra em contato com a mistura inflamável proveniente do gás liberado do material combustível com o comburente, resultando em uma mistura não inflamável, interrompendo a reação de combustão.

2.2.4 Agentes extintores de incêndio

Um agente extintor é considerado toda substância que aplicada ao fogo, interfere em sua reação química provocando um enfraquecimento do incêndio. Para Fagundes (2013), o agente extintor a ser utilizado deve ser adequado para cada material combustível, pois cada material possui propriedades de combustão diferente, assim, o agente extintor a ser empregado deve ser apropriado para que sua ação seja rápida e eficaz, causando o mínimo de danos possível. Os principais agentes extintores são os seguintes:

 Água: É o agente mais utilizado no combate a incêndios por ser a mais abundante na natureza e consequentemente a mais barata. Possui grande poder de absorção do calor e é um agente extintor não corrosivo e não tóxico. Sua principal desvantagem é de não ser adequado para fogos de origem elétrica e também pela possibilidade de alastrar o incêndio quando há líquidos em chamas na água em que as chamas flutuam sobre a mesma.

 Espuma mecânica: É excelente no combate ao incêndio de líquidos inflamáveis, porém deixa resíduos úmidos e não é adequado para fogos elétricos. Como a espuma é mais leve e flutua sobre o líquido combustível, irá apagar o fogo por resfriamento, devido a água, e abafamento pelo fato da espuma formar uma espécie de cobertor sobre o fogo. A espuma mecânica é formada por bolhas de

(22)

gás, geralmente, o ar, através da agitação mecânica da água com um líquido gerador de espuma.

 Pó químico seco: São geralmente produzidos com bicarbonato de sódio ou bicarbonato de potássio, misturados com produtos que dão solidez ao pó e a combinação. Este agente extintor atua resfriando e abafando o fogo, levando ao rompimento da reação química de combustão. É altamente recomendado para incêndios elétricos por não ser condutor de eletricidade, porém em equipamentos eletrônicos pode provocar a oxidação das placas devido a umidade do ar. Deve-se ter cuidado em seu manuseio, pois atingem temperaturas em torno de -80ºC e logo, não se deve encostar-se no seu difusor.

 Gases Inertes: Os gases inertes mais utilizados nas composições são o dióxido de carbono, o nitrogênio, o argônio e outros. Desses, o mais usado, barato e um dos mais efetivos é o próprio dióxido de carbono, anídrico carbônico ou gás carbônico. Os dois últimos, embora sendo mais caros, são cada vez mais utilizados (Fagundes, 2013). São recomendados no combate de incêndio de equipamentos elétricos e em outros materias quando não se quer que o agente extintor não danifique os materiais.

2.3 O PLANO DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Conforme a Lei complementar 14.376, o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI), é um processo que contém os elementos formais, que todo o proprietário ou responsável pelas áreas de risco de incêndio e edificações, excetuando as de ocupação unifamiliares de uso exclusivamente residencial, deve encaminhar ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul (CBMRS).

Os principais objetivos do PPCI são:

 Diminuir a possibilidade de risco de incêndio através das adequações das instalações de acordo com as normas vigentes, prevendo a realização de vistorias e inspeções pelas prefeituras e Corpo de Bombeiros, que visam verificar as condições de segurança das edificações;

(23)

______________________________________________________________________________

 A proteção da vida dos ocupantes dos estabelecimentos por meio da implementação de sinalização de emergência, rotas de fuga e outros meios que assegurem a completa evacuação do estabelecimento com a maior segurança possível;

 Reduzir as possibilidades de propagação do incêndio empregando medidas como a instalação de equipamentos como chuveiros automáticos, detectores de fumaça e alarme de incêndio. Além disso, é de extrema importância adotar procedimentos de segurança compatíveis de acordo com a ocupação do local, por exemplo, treinamento de evacuação e isolamento de riscos através de paredes;

 Determinar os procedimentos de proteção e combate ao incêndio ideias, para reduzir os danos materiais.

Deve-se atentar para o fato, de que muitas das medidas de proteção contra incêndio nas edificações devem ser implantadas já no projeto arquitetônico da mesma, visto que, algumas medidas preventivas são de maior complexidade para implantação e as vezes necessitam de grandes áreas para execução, ocorrendo que, a edificação não dispõe deste espaço. As medidas de prevenção contra incêndio podem ser divididas em duas categorias:

 Medidas de proteção preventiva ou passiva: são medidas que englobam desde o projeto arquitetônico as proteções que tem por função reduzir os riscos de incêndio ou diminuir os efeitos que o fogo possa causar na edificação. Estas medidas são realizadas na fase de projeto da edificação para que seja realizada sua incorporação na obra, pois são medidas que não necessitam de um acionamento para desempenharem sua função num incêndio. São exemplos destas medidas as compartimentações horizontais e verticais, materiais adequados empregados nos elementos estruturais, controle de materiais de acabamento e revestimento.

 Medidas de proteção ativa: são as medidas que são necessárias um acionamento manual ou automático para garantir o seu funcionamento, por exemplo, alarmes de incêndio, detectores de fumaça, chuveiros automáticos e outros.

(24)

3 METODOLOGIA

O presente trabalho consiste na elaboração de um Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI), de uma edificação comercial/residencial, localizada na cidade de Três de Maio/RS, através da atual legislação vigente no estado do Rio Grande do Sul (RS), das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e das resoluções e instruções técnicas do Corpo de Bombeiros do estado do RS.

O prédio em estudo, conforme mostra a Figura 3, possui 3 pavimentos sendo que o térreo possui uma sala comercial de 183,55 m² e cada pavimento superior há 2 apartamentos com áreas de 155,26 m² e 97,67 m² respectivamente. O apartamento maior possui 3 dormitórios, sala, cozinha, 2 banheiros, lavanderia com sacada e área com churrasqueira. Já o apartamento de menor área possui 2 dormitórios, 2 salas, banheiro, cozinha, lavanderia com sacada e sacada com churrasqueira. A planta baixa dos pavimentos superiores e do térreo são apresentadas nos apêndices A e B.

Figura 3 - Frente da edificação

(25)

______________________________________________________________________________

Devido a previsão da construção do 4º e último pavimento do edifício no decorrer deste ano, também com 2 apartamentos no pavimento, estes já serão considerados na elaboração do PPCI da edificação. Aos fundos da edificação, existe ainda, um depósito de materiais de utilizado pela empresa que ocupa a sala comercial do prédio, sendo o depósito construído de alvenaria de tijolos furados, acabamento das paredes sem reboco, piso de concreto e cobertura de telhas de fibrocimento, sem utilização de forro.

O prédio foi todo construído em alvenaria com tijolos maciços, estrutura de concreto armado, chão com pisos cerâmicos, paredes com reboco liso e posterior pintura, revestimentos cerâmicos, portas internas de madeira, portas e janelas externas de vidro temperado, corrimão e guarda-corpos metálico.

A elaboração do PPCI terá como ponto de partida a classificação da edificação quanto a sua ocupação e classificação do risco de incêndio. A partir disso será realizado o enquadramento da edificação quanto as demais exigências estabelecidas nas normas, afim de determinar quais são as medidas de proteção passiva e ativa que serão necessárias implementar.

3.1 NORMAS UTILIZADAS

As normas têm como principal objetivo fixar os requisitos mínimos exigidos nas edificações e nos exercícios das atividades comerciais estabelecendo especificações para a segurança contra incêndios. Todas as ocupações estarão sujeitas as presentes sanções, excetuando-se apenas as edificações de uso residencial exclusivamente unifamiliares e, as residências unifamiliares localizadas no pavimento superior de ocupação mista com até dois pavimentos, desde que, possuam acessos independentes.

Para elaboração do PPCI é necessário o conhecimento das normas técnicas cabíveis na proteção contra incêndio em edificações. Após a tragédia da boate Kiss, em janeiro de 2013, iniciou-se a elaboração da lei complementar 14.376 e que recentemente foi atualizada para a Lei complementar nº 14.690 de 16 de março de 2015. As leis e decretos que existiam até o acontecimento da tragédia como a Lei 10.987 de 11 de agosto de 1997, que estabelecia as normas técnicas e, o decreto nº 37.280 de 28 de abril de 1997 que aprovava as normas técnicas de proteção e prevenção de incêndio, foram todas revogadas, passando a existir a nova normatização.

(26)

Desta forma, as normas técnicas regulamentadoras utilizadas na elaboração do PPCI são:  Lei Complementar 14.376/2013: Estabelece as normas sobre segurança, prevenção

e proteção contra incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio no estado do Rio Grande do Sul (RS), além de outras providências.

 Resolução técnica CBMRS nº02/2014: terminologia aplicada na segurança contra incêndio.

 Resolução técnica CBMRS nº05 parte 01/2014: processo de segurança contra incêndio, apresentação de PPCI em geral. Estabelece os critérios para apresentação do PPCI das edificações e áreas de risco de incêndio.

 Resolução técnica CBMRS nº05 parte 07/2014: estabelece os critérios para apresentação do PPCI das edificações e áreas de risco de incêndio existentes, históricas e tombadas.

 Resolução técnica CBMRS nº11 parte 01/2015: preconiza os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento das saídas de emergência, assegurando o previsto na Lei Complementar n.º 14.376/2013.

 Resolução técnica CBMRS nº14/2016: estabelece os critérios para proteção contra incêndio em edificações e áreas de risco de incêndio por meio de extintores de incêndio portáteis e sobre rodas.

 NBR 17240/2010: sistemas de detecção e alarme de incêndio.  NBR 10898/2013: sistemas de iluminação de emergência.

 NBR 13714/2000: sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio.

 Instrução técnica do CBMSP (Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo) Nº 10/2011(IT Nº10): Controle de materiais de acabamento e revestimento.  Instrução técnica do CBMSP (Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São

(27)

______________________________________________________________________________

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO QUANTO A OCUPAÇÃO E SUA CARGA DE INCÊNDIO

Conforme a tabela 1 da Lei Complementar 14.376, referente a classificação da edificação quanto a sua ocupação, apresentada no ANEXO A deste trabalho, a edificação em estudo irá classificar-se em dois grupos. Do segundo até o quarto pavimento classificam-se no grupo A, divisão A-2 - habitação multifamiliar, já no pavimento térreo, que possui uma sala comercial, está abrigada uma loja de materiais de construção, classificando-se no grupo C, divisão C-2 - comércio com média e alta carga de incêndio.

Perante as classificações das ocupações e de acordo com a tabela 3.1 da Lei Complementar 14.376, que classifica as edificações quanto a sua carga de incêndio, os apartamentos possuem uma carga de incêndio de 300 MJ/m2 e a sala comercial de 800 MJ/m2. Desta forma, a carga de incêndio a ser adotada para as medidas preventivas deve ser a de maior valor, que conforme apresentado na Figura 4, a classificação da edificação será de grau de risco médio com carga de incêndio entre 300 e 1200 MJ/m2

Figura 4 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto a carga de incêndio

Fonte: Extraída da tabela 3 da lei complementar 14.376 (2013)

4.2 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO QUANTO A SUA ALTURA

De acordo com o item II, Art. 6º do capitulo II da Lei Complementar 14.376, a altura da edificação ou altura descendente é a altura em metros entre o ponto que caracteriza a saída ao nível da descarga, sob a projeção do paramento externo da parede da edificação, ao ponto mais alto do piso do último pavimento. Assim, como a edificação não possui subsolo, não havendo altura ascendente, a edificação possui uma altura descendente de 9,85 metros, do solo até o piso do último andar.

(28)

Portanto, verificando na Figura 5, da tabela 2 da Lei Complementar, a altura da edificação será do tipo III, compreendida entre 6 e 12 metros.

Figura 5 - Classificação da edificação quanto a altura

Fonte: Extraída da tabela 2 da lei complementar 14.376 (2013)

4.3 MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO A SEREM ADOTADAS NA EDIFICAÇÃO

Para determinar as medidas preventivas na edificação é necessário realizar o enquadramento da mesma de acordo com os critérios estabelecidos na resolução técnica Nº05 – parte 07 do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul (CBMRS), que determina as condições de segurança e proteção contra incêndio para edificações e áreas de risco já existentes.

Verificou-se que a área total da edificação é de 1.082,29 m2, logo, o enquadramento do imóvel será de acordo com o anexo A, tabela 02 da referida resolução técnica, para prédios existentes com área superior a 750 m2 ou altura superior a 12 metros. Conforme esta tabela, apresentada no ANEXO B e considerando a ocupação de maior grau de risco, as seguintes medidas preventivas são necessárias:

 Saídas de emergência;  Plano de emergência;  Brigada de incêndio;  Iluminação de emergência;  Detecção automática;  Alarme de incêndio;  Sinalização de emergência;

(29)

______________________________________________________________________________

 Extintores;

 Sistema de Hidrantes;

4.3.1 Dimensionamento das saídas de emergência

As saídas de emergência são dimensionadas de acordo com a Resolução Técnica Nº11/2015 (RT Nº 11/2015) do CBMRS, esta resolução tem como objetivo estabelecer as medidas preventivas necessárias para que a população possa abandonar a edificação de maneira segura, protegendo assim a sua integridade física.

De acordo com esta resolução técnica, a largura das saídas deverá ser dimensionada em função do número de pessoas que por elas deva transitar, considerando as seguintes regras:

 Os acessos são dimensionados em função dos pavimentos que sirvam a população;  As escadas, rampas e descargas são dimensionadas em função do pavimento de maior população, o qual determina as larguras mínimas para os lanços correspondentes aos demais pavimentos, considerando-se o sentido da saída. Para determinar o número de unidades de passagem será necessário o emprego da Equação 1, sendo que, uma unidade de passagem equivale a 0,55 metros. Conforme a resolução, a largura de saída de emergência mínima de qualquer caso, salvo as exceções, deverá possuir uma largura de 1,10 metros.

= (1) Onde:

N= Número de unidades de passagem, arredondado para número inteiro imediatamente superior.

P = População, conforme coeficiente da Tabela 1, do Anexo A da RT Nº 11, e critérios das seções 5.3 e 5.4.1.1 desta RT.

C = Capacidade da unidade de passagem, conforme Tabela 1, do Anexo A da RT Nº11.

Desta forma, as saídas de emergência deverão assegurar a desocupação da edificação de maneira fácil, respeitando as larguras mínimas estabelecidas e não deixando as mesmas obstruídas para evacuação.

(30)

Outro fator importante no dimensionamento da saída de emergência é respeitar a distância máxima a ser percorrida até o acesso de emergência. Essa distância não deverá ser maior do que a distância estabelecida na Tabela 3B do anexo B da RT Nº 11/2015, aqui apresentada no ANEXO C, que determina a distância máxima a percorrer até a saída de emergência em edificações de baixo risco de incêndio. Para tal, primeiramente, verifica-se qual será a característica construtiva da edificação, X, Y, ou Z; de acordo com a Figura 6. Neste caso, a edificação é classificada com mediana resistência ao fogo, sendo do tipo Y, onde, para atender este critério, a edificação deve possuir segurança estrutural contra incêndio e controle de material de acabamento e revestimento. Para atender a estes critérios é necessário o cumprimento da Instrução Técnica Nº 08/2011 (IT Nº 08/2011) e da Instrução Técnica Nº 10/2011 (IT Nº 10/2011) do CBMSP (Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo) ambas de 2011. A IT Nº 08/2011 estabelece as condições a serem atendidas pelos elementos estruturais quanto aos tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF), para que, caso ocorra um incêndio, se tenha a garantia que a estrutura da edificação irá suportar um determinado tempo para que seja evacuada pelos ocupantes. De acordo com a tabela A desta instrução técnica, ANEXO D deste trabalho, a TRRF para as ocupações desta edificação, correspondente a sua altura, será de 30 minutos para a ocupação do grupo A e 60 minutos para ocupação do grupo C. Logo, verificando no anexo B da IT Nº08/2011, ANEXO E do trabalho, constata-se que em paredes de tijolos maciços o tempo de resistência ao fogo é de cerca de 6 horas, garantindo assim a segurança estrutural da edificação.

Figura 6 - Classificação da edificação quanto a sua característica construtiva.

(31)

______________________________________________________________________________

A IT Nº10/2011 define as condições para que os materiais de acabamento e revestimento empregados na construção inibam a propagação do fogo e da fumaça. Assim, em função da classe do material e a sua finalidade é realizado o enquadramento através da Figura 7 que apresenta a tabela de utilização dos materiais conforme a classificação das ocupações.

Figura 7 - Classe dos materiais a serem utilizados considerando a sua ocupação de acordo com a finalidade do material.

Fonte: Instrução Técnica Nº10/2011 – Corpo de Bombeiros Militar de SP.

Atualmente, a edificação possui os seguintes materiais de acabamento/revestimento:  Paredes: Todas as paredes da edificação são de alvenaria de tijolos maciços, revestidas

com reboco e massa fina para acabamento, com posterior pintura. Algumas áreas como banheiros e cozinha, possuem revestimentos cerâmicos nas paredes não possuindo pintura.

 Pisos: Tanto para os apartamentos quanto para as salas comerciais, a edificação possui áreas em que o piso é revestido com cerâmicas do tipo comum ou de porcelanato.

 Teto: Em todos os andares, as lajes são feitas de vigotas de concreto armado e tavelas cerâmicas. Nos apartamentos, o acabamento é composto de reboco, massa fina e posterior pintura, na sala comercial o forro é de gesso.

Logo, os materiais empregados são classificados na classe I, materiais incombustíveis, atendendo o disposto da Figura 7, o que garante a classificação construtiva do tipo Y (mediana resistência ao fogo) ao imóvel.

(32)

4.3.1.1 Dimensionamento da saída de emergência da sala comercial

Conforme o anexo A da RT Nº11/2015, para a ocupação da sala comercial, grupo C, a população a ser considerada é de 1 pessoa por cada 5 m2 de área e a capacidade da unidade de passagem é de 100 pessoas no caso de portas, conforme a figura 6.

Figura 8 - Dimensionamento da população para saída de emergência da sala comercial

Fonte: Resolução Técnica Nº11/2015 – Corpo de Bombeiros Militar do RS.

A área total da sala comercial é de 183,55 m2, porém, deve ser desconsiderada a área de apoio, a qual envolve o banheiro, copa, corredor, prateleiras, balcões e expositores que somados contabilizam uma área de 55,52 m2, assim, a área disponível para ocupação será de 128,03 m2. Sendo que deve ser considerado uma pessoa a cada 5 m2 de área, a população a ser adotada para o dimensionamento será de 26 pessoas. Logo, substituindo os valores na Equação 1, tem-se que que a unidade de passagem será de 0,26, conforme a Equação 2.

= = 26

100= 0,26 (2)

Apesar do cálculo indicar uma unidade de passagem, é considerada a largura mínima estabelecida no item 5.4.2.1 da RT Nº 11/2015, que determina, que a largura mínima para qualquer caso deverá ser de 1,10 metros, ou seja, duas unidades de passagem. A atual porta da sala comercial é de correr e possui um tamanho total de 2,90 metros da qual o vão de abertura total chega em 1,50 metros atendendo o tamanho de largura mínima para saída de emergência. A

(33)

______________________________________________________________________________

altura desta porta é de 2,20 metros garantindo um vão livre superior aos 2,10 metros estabelecidos na RT Nº11/2015.

Pelo fato da população total da sala comercial ser inferior a 50, não será necessário modificar a porta para abrir no sentido do trânsito de saída (abrir para fora), que é uma condição obrigatória quando a população do local for superior a 50 pessoas.

Deve ser considerada também, a distância máxima a ser percorrida do ponto mais distante da sala comercial até a saída de emergência. Esta distância, de acordo com a Figura 9, para edificação do tipo Y e grupo C, não deverá ser maior que 25 metros pelo fato da sala comercial possuir uma única saída. No entanto, uma das medidas preventivas para edificações com área superior a 750 m2 é a instalação de detectores automáticos de fumaça e como pode ser observado na Figura 9, a distância máxima passa a ser de 40 metros. Assim, realizando uma medição de um ponto do escritório até a saída constatou-se que a distância máxima a ser percorrida será de 28 metros e, portanto, não será necessária a implementação de outra medida preventiva.

Figura 9 - Distâncias máximas a percorrer em edificações de médio risco de incêndio

Fonte: Resolução Técnica Nº11/2015 – Corpo de Bombeiros Militar do RS

4.3.1.2 Dimensionamento da saída de emergência dos apartamentos

No dimensionamento da população total dos apartamentos também é considerado o estabelecido no ANEXO A da RT Nº 11/2015, que conforme a Figura 8, para a divisão A-2, deve

(34)

ser adotado 2 pessoas por dormitório. De acordo com a planta baixa da edificação, cada pavimento superior possui 2 apartamentos sendo um apartamento com 3 dormitórios e o outro com 2 dormitórios. Assim, cada pavimento possui uma população de 10 pessoas, resultando em um total de 30 pessoas para o dimensionamento da saída de emergência.

Aplicando os dados obtidos na Equação 1, tem-se que a unidade de passagem é de 0,30 unidades de passagem como mostra a Equação 3. Assim, deve se adotar o tamanho mínimo de largura 1,10 metros, tamanho este, que a porta já possui não sendo necessária a sua alteração. A sua altura de 2,20 metros também já atende a RT Nº11/2015.

= = 30

100= 0,30 (3)

A distância máxima a ser percorrida deve ser em função da ocupação com o maior grau de risco da edificação, neste caso, ocupação C-2. Portanto, com a instalação dos detectores automáticos, a distância será de 40 metros. Esta distância refere-se à porta de entrada da unidade residencial mais afastada até o acesso de saída. Realizada essa medição, verificou-se que essa distância é de exatos 40 metros, não sendo necessário, portanto, a adoção de outras medidas para aumentar a distância máxima a ser percorrida.

Os degraus das escadas atendem ao preconizado na norma 9077/2001 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em que a altura deve ser compreendida entre16 e 18 cm e a largura do degrau atender a seguinte Equação 4:

63 cm ≤ (2.h + b) ≤ 64 cm (4) Onde:

h = altura em cm b = largura em cm

Como a altura do degrau é 17 cm e a largura 29 cm, ambas as condições de altura e largura das escadas são atendidas.

(35)

______________________________________________________________________________

Os corrimões das escadas são metálicos e possuem uma seção circular de 50 mm de diâmetro, o afastamento da parede é de 5 cm e sua altura é de 90 cm do piso, atendendo também as exigências da norma.

4.3.2 Detectores automáticos

A escolha do tipo de detector e os pontos de instalação dos detectores são efetuados de acordo com a consequência imediata de um principio de incêndio e também pela escolha dos seguintes parâmetros:

 Aumento de temperatura;  Produção de fumaça ou chamas;  Materiais a serem protegidos;  Forma e altura do teto;  Ventilação do ambiente;  Particularidades de cada local.

Devido a esses fatores, decidiu-se optar pela utilização de detectores de fumaça, que conforme a NBR 17240/2010, pode ser de dois tipos, pontuais ou lineares.

Os detectores lineares são pouco empregados, pois utilizam um sistema que é composto por um transmissor, que projeta um feixe de luz modulada até um receptor, e este por sua vez, manda um sinal para uma unidade de controle para análise. Conforme a norma, este detector tem como finalidade detectar o obscurecimento causado por pequenas partículas na projeção de um raio de luz, enviando um sinal para a central de alarme. Como o transmissor e o receptor podem ser instalados distantes um do outro, os detectores lineares são indicados para ambientes com as seguintes características:

 Locais de difícil acesso para instalação e manutenção de detectores pontuais;  Locais com altura elevada;

 Locais com forte ventilação;

 Locais onde o comprimento é proporcionalmente bem maior que a largura;  Locais com grande interferência eletromagnéticas

(36)

Já os detectores pontuais são dispositivos destinados a atuar quando ocorre presença de partículas e/ou gases, visíveis ou não, e de produtos de combustão, no ponto de instalação. Estes detectores podem ser do tipo óptico (fotoelétrico) ou iônico e possuem uma área de cobertura de no máximo 81metros quadrados (m2), quando instalados em uma altura máxima de 8 metros em um teto plano ou com vigas com até 20 centímetros (cm). De acordo com a NBR 17240/2010, esta área pode ser considerada um quadrado de 9 metros de lado inserido em um circulo cujo raio seja 6,3 metros, conforme a Figura 10.

Figura 10 - Área máxima de cobertura do detector pontual de fumaça.

Fonte: NBR 17240/2010 – ABNT

A norma também estabelece que os detectores pontuais de fumaça devem estar localizados no teto, distante no mínimo 15 cm de paredes laterais ou vigas, ou, em casos justificados, os detectores podem ser instalados na parede lateral a uma distância entre 15 e 30 cm do teto, desde que seja garantido o tempo de resposta ao sistema. Ambas as situações são apresentadas na Figura 11.

(37)

______________________________________________________________________________

Figura 11 - Afastamento mínimo de teto e parede para instalação dos detectores.

Fonte: NBR 17240/2010 – ABNT

Assim, devido as características dos detectores automáticos, para aplicação neste projeto foram escolhidos os detectores pontuais da Figura 12, que além de possuir maior simplicidade de instalação também são economicamente mais viáveis.

Figura 12 - Detector automático pontual

Fonte: www.walmonof.com.br (2016)

4.3.3 Alarme de incêndio

Assim como os detectores, o alarme de incêndio é uma proteção obrigatória devido ao enquadramento da edificação nas atuais normas e suas especificidades também segue a norma NBR 17240/2010. O alarme poderá ser acionado através da atuação dos detectores automáticos de fumaça ou através de um acionador manual. No entanto, para o sistema funcionar corretamente, é necessária uma central de alarme e avisadores sonoros e/ou visuais, além é claro, do botão de acionamento manual.

(38)

Os acionadores manuais, como o que aparece na Figura 13, devem estar localizados em locais com trânsito de pessoas e de fácil acesso, sendo instalados a uma altura entre 0,90 m e 1,35 m do piso, de maneira embutida ou sobreposta, sempre na cor vermelha. De acordo com a norma NBR 9441/1998 da ABNT, referente a execução de sistemas de detecção e alarme de incêndio, a distância máxima a ser percorrida até um acionador manual não deverá ser superior a 30 m de qualquer ponto da área protegida, sendo que, em edificações com mais de um pavimento, cada andar deverá possuir pelo menos um acionador manual.

Figura 13 - Acionador de alarme manual

Fonte: www.firemac.com.br (2016)

Os avisadores sonoros e/ou visuais, conforme Figura 14, devem ser instalados em número suficiente permitindo a sua visualização e/ou audição em qualquer ponto do ambiente onde estão alojados, de maneira que não impeça a comunicação verbal próximo aos locais de instalação. Assim como os acionadores manuais, os avisadores devem estar localizados em locais de trafego de pessoas, porém sua altura de instalação será entre 2,20m a 3,50 m de forma embutida ou sobreposta. Locais em que o nível sonoro seja superior a 105 decibel (dB) ou ambientes em que as pessoas trabalhem com protetores auriculares, deve-se prever os avisadores visuais.

Figura 14 - Sirene audiovisual

Fonte: www.walmonof.com.br (2016)

Porém, nada disso funcionará caso não houver uma central de alarme como a da Figura 13, que é um equipamento destinado a processar os sinais recebidos dos circuitos de detecção e

(39)

______________________________________________________________________________

acionamento manual que converte estes sinais em outros a fim de comandar e controlar os outros dispositivos do sistema.

Figura 15 - Alarme de incêndio

Fonte: www.firemac.com.br (2016)

Assim, este conjunto de dispositivos deverá funcionar em sintonia para que seja possível transmitir por toda a edificação a ocorrência de incêndio.

4.3.4 Dimensionamento de extintores

Conforme a Resolução Técnica Nº 14/2016 (RT Nº 14/2016) do CBMRS, que determina os critérios adotados em relação aos agentes extintores de incêndio, a escolha dos extintores para cada local deve ser determinado de acordo com: característica e tamanho do fogo aguardado, tipo de construção e sua ocupação, risco a ser protegido e condições de temperatura do ambiente. Os extintores deverão ser compatíveis com as classes de incêndio da área em que este deve proteger, porém, em casos em que houver mais de uma classe de incêndio é recomendado a instalação de extintores que contemplem todas as classes de incêndio.

No caso da edificação em estudo, há a presença de todos os riscos de incêndio, definindo assim a utilização de extintores do tipo ABC. Desta forma, verificou-se na RT Nº 14/2016 que a capacidade da unidade extintora poderá ser de 2A20BC ou 2A40BC para edificações de risco médio. Em caso de utilização da capacidade de unidade extintora 2A20BC, a distância máxima a ser percorrida até o extintor não deverá ser superior aos 15 m de qualquer parte da edificação. No entanto, na utilização do extintor com capacidade 2A40BC, a distância percorrida até o extintor poderá ser de 20 m. As distancias máximas a serem percorridas para as classes de incêndio A, B e C, são apresentadas nas Figuras 16, 17 e 18 respectivamente.

(40)

Figura 16 - Risco Classe A

Fonte: Resolução Técnica Nº 14/2016 – Corpo de Bombeiros-RS Figura 17 - Risco Classe B

Fonte: Resolução Técnica Nº 14/2016 – Corpo de Bombeiros-RS Figura 18 - Risco classe C

Fonte: Resolução Técnica Nº 14/2016 – Corpo de Bombeiros-RS

Assim, para atender as condições da resolução técnica, na sala comercial será utilizado 2 extintores com capacidade 2A40BC e nos pavimentos superiores será locado um extintor por andar com capacidade 2A20BC.

(41)

______________________________________________________________________________

4.3.5 Sistemas de hidrantes

O dimensionamento do sistema de hidrantes, bem como toda a instalação e características pertinentes ao sistema é definida pela NBR 13714/2000 da ABNT, sendo necessária a sua aplicação para todas as edificações acima de 750 m2 de área construída ou com altura superior a 12 metros. De acordo com esta norma, é um sistema constituído por tomadas de incêndio com uma ou duas saídas, instalados de maneira estratégica em locais da edificação, a fim de atender um possível princípio de incêndio, permitindo que os seus próprios ocupantes façam o combate ao incêndio até a chegada dos bombeiros. Basicamente, este sistema será constituído pelos seguintes componentes:

 Reservatório de água;

 Casa de bombas e seus respectivos dispositivos para controle;  Tubulações de sucção e de recalque;

 Hidrantes;

 Mangueiras e esguichos.

O ponto de partida para o dimensionamento de hidrantes é classificar a edificação através de sua ocupação na tabela D.1 da NBR 13714/2000, ANEXO F neste trabalho, para assim, determinar o sistema de hidrantes a ser utilizado. Classificando a edificação de acordo com a ocupação de maior grau de risco, tem–se que para comércio varejista o sistema de hidrante deverá ser do tipo 2 e portanto, deve possuir as características apresentadas na Figura 19.

Figura 19- Características dos tipos de sistema.

(42)

Na Figura 20 a seguir, determina-se os componentes de cada sistema de acordo com o tipo estabelecido através do ANEXO F.

Figura 20 - Componentes necessários para cada tipo de hidrante.

Fonte: NBR 13714/2000

Após a definição do sistema a ser utilizado, pode-se começar a realizar o dimensionamento do reservatório de água necessário para atender o sistema.

4.3.5.1 Dimensionamento do reservatório de água (reserva técnica de incêndio)

Conforme a NBR 13714/2000, a reserva de incêndio deve ser prevista para permitir o primeiro combate, durante determinado tempo. Após este tempo considera-se que o Corpo de Bombeiros mais próximo atuará no combate, utilizando a rede pública, caminhões-tanque ou fontes naturais.

Assim, para determinar a reserva técnica de água ao combate de incêndio deve-se aplicar a Equação 5.

= . (5) Onde:

Q é a vazão de duas saídas do sistema aplicado, conforme a Figura 19, em litros por minuto; t é o tempo de 60 min para sistemas dos tipos 1 e 2, e de 30 min para sistema do tipo 3; V é o volume da reserva, em litros.

Desta forma, como a reserva técnica deve atender a duas saídas de hidrantes e cada saída possui 300 l/ min, obtêm-se 36.000 litros de água conforme a Equação 6.

(43)

______________________________________________________________________________

= 2 . 300 . 60 = 36.000 (6)

Assim, para garantir esta reserva técnica foi indicado no projeto a instalação de 2 reservatórios com capacidade de 20.000 litros cada. Ambos os reservatórios serão elevados e terão a ação por gravidade, porém, se a vazão e pressão mínima requerida pelo sistema não for suficiente, deverá ser utilizado uma bomba de reforço para garantir a vazão e a pressão.

Segundo a NBR 13714/2000, a tubulação do sistema deverá ser de cor vermelha e não deve ter diâmetro nominal inferior a DN65 para o sistema do tipo 2. Os pontos de tomada de água deverão ser posicionados da seguinte forma:

 Nas proximidades das portas externas e acessos da área a ser protegida, a não mais de 5metros;

 Em posições centrais nas áreas protegidas;  Fora das escadas ou antecâmaras de fumaça;  De 1,0 a 1,5 metros do piso.

4.3.6 Iluminação de emergência

O sistema de iluminação de emergência é projetado de acordo com a norma NBR 10898/2013 e deve proporcionar intensidade luminosa adequada para evitar acidentes e garantir a evacuação da população em perigo na edificação. Conforme a Resolução Técnica Nº 05 - parte 3 (RT Nº 05/2016), anexo M, os pontos de iluminação de emergência devem:

 Iluminar as saídas de emergência (acessos, descargas, escadas, portas e outras);  Iluminar os equipamentos de combate a incêndio;

 Ter duração de funcionamento constante de no mínimo uma hora, na falta ou no corte de energia elétrica;

 Ser instalados a uma altura entre 2,20 metros e 2,50 metros;

 A distância máxima entre dois pontos de iluminação deverá ser, de no máximo, 10 metros;

 Devem permitir a identificação da rota de fuga e os objetos nela existente, a uma distância de visibilidade mínima de 5 metros.

(44)

A localização do sistema de iluminação, em parede ou teto, deverá ser conforme a Figura 21 quando não há desnível no ambiente. Neste caso, a distância de iluminamento mínima de uma luminária deve ser de 2 vezes a sua altura (h) de instalação para qualquer lado.

Figura 21 - Ponto de luz para emergência instalado em teto e parede sem desnível.

Fonte: NBR 10898/2013

Para situações com desnível, como uma escada, por exemplo, será conforme a Figura 22. Já neste exemplo, se houver a necessidade de instalação de mais luminárias elas estarão localizadas a distâncias diferentes, uma estará em uma distância de no máximo 4 vezes h 1, e a outra no máximo 4 vezes h 2.

Figura 22 – Ponto de luz de emergência instalado em ambiente com desnível.

(45)

______________________________________________________________________________

Desta maneira, projetou-se luminárias de emergência de LED, com dois faróis, bateria selada e potência 4 Watts para a sala comercial. Já nos corredores de acesso aos apartamentos utilizou luminárias de 30 LED’s e potência 2 Watts. Ambas as luminárias são apresentadas na Figura 23.

Figura 23 - Luminárias de emergência

Fonte: www.segurimax.com.br (2016)

4.3.7 Sinalização de emergência

Conforme o anexo M da RT Nº 05/2016 parte 03, a finalidade da sinalização de emergência é alertar para os riscos existentes, garantir que sejam adotadas ações adequadas á situação de risco, orientar as ações de combate ao incêndio e facilitar a localização dos dispositivos de segurança e rotas de saída para a evacuação segura da edificação. As sinalizações de emergência deverão ser instaladas obedecendo aos seguintes quesitos:

 Não devem ser neutralizadas pelas cores de paredes e acabamentos, que dificultem a sua visualização;

 Devem ser instaladas perpendicularmente aos corredores de circulação de pessoas e veículos ou fixadas nas paredes desde que identifiquem corretamente as rotas de saída;

 Devem destacar-se em relação a comunicação visual adotada para outros fins. A sinalização mínima que uma edificação deve apresentar é constituída por quatro funções: proibição, alerta, orientação e salvamento, equipamentos de combate a incêndio. Além disso, toda a sinalização deverá ser fotoluminescente para facilitar a identificação na falta de luz natural ou artificial. Todas as placas de sinalização deverão ser instaladas em locais de fácil

Referências

Documentos relacionados

Apesar de serem praticadas com argumentos de que reconstruir cirurgicamente os corpos para adequá-los ao binarismo sexual e de gênero ajudaria essas pessoas a se integrarem

Classe, luta de classes e formação da consciência no capitalismo.. Feminismo e Consciência de Classe

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

Esta dissertação pretende explicar o processo de implementação da Diretoria de Pessoal (DIPE) na Superintendência Regional de Ensino de Ubá (SRE/Ubá) que

Nesta comunicação é proposto um método de optimização baseado em programação não linear em rede para o problema de planeamento operacional de curto prazo para uma central

Objetivou-se com este estudo avaliar a qualidade de leite pasteurizado com inspeção estadual pela pesquisa de estafilococos coagulase positiva, sua

Histórias do Xingu : coletânea de depoimentos dos índios Suyá, Kayabi,.. Juruna, Trumai, Txucarramãe

A taxa de fotossíntese (A) foi mais elevada no período da manhã, onde os estômatos estão abertos e o fotossistema em pleno funcionamento, e decresceu gradativamente