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Serviços e ações para sujeitos com altas habilidades/superdotação: o que nos dizem as produções academicas e as políticas educacionais?

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

VANESSA CUNHA

Serviços e ações para sujeitos com altas habilidades/superdotação: o que nos dizem as produções academicas e as políticas educacionais?

Florianópolis/SC 2017

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VANESSA CUNHA

Serviços e ações para sujeitos com altas habilidades/superdotação: o que nos dizem as produções academicas e as políticas educacionais?

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Pedagogia, do Centro de Ciências da Educação, da Universidade Federal de Santa Catarina, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Licenciada em Pedagogia. Orientadora Profª. Drª. Maria Helena Michels.

Florianópolis/SC 2017

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BANCA

_____________________________________________ Profa Dra Maria Helena Michels (Orientadora)

_____________________________________________ Profa Dra Maria Sylvia Cardodo Carneiro (Titular)

_____________________________________________ Profa Dra Ana Carolina Christofari (Titular)

_______________________________________________ Profa Dra Rosalba Maria Cardoso Garcia (Suplente)

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus que é o meu consolo e abrigo. Aquele que me conforta, me fortalece e capacita.

Agradeço aos meus paisque sempre me proporcionaram tudo para que eu tivesse um bom estudo. Por me amarem incondicionalmente, serem meu alicerce e estarem sempre ao meu lado. E aos irmãos, Everton e Diego pela parceria da vida e pelo amor.

Aos meus amigos que participaram da minha trajetória de vida,sempre me alegraram em momentos de necessidade, que contribuíram e contribuem para que possa ser quem sou. E que compreenderam os momentos de ausência e sempre me apoiaram e se fizeram presentes, mesmo distantes.

Um agradecimento destaque a um trio que soube me ouvir sempre. Às minhas amigas Priscilla, Jaqueline e Beatriz, companheiras de vida acadêmica, com certeza, as melhores do mundo! Cada uma de vocês foi muito importante na minha caminhada, agradeço pelos momentos decisivos e precisos de suporte e lazer. Obrigada!

A todos os professores, mestres da educação, que de alguma forma acrescentaram algo a minha vida e me despertaram admiração por essa linda profissão. Em especial à Professora Maria Helena Michels, orientadora deste trabalho, que foi a grande responsável por hoje eu estar concluindo o sonho da formação acadêmica. Agradeço por aceitar me conduzir nesse projeto, por sua paciência e dedicação.

Às pessoas que direta ou indiretamente me ajudaram e apoiaram nesta caminhada, о meu muito obrigada.

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RESUMO

Esta pesquisa pretendeu conhecer os serviços e/ou as ações indicadas para o atendimento de alunos com Altas Habilidades/ Superdotação (AH/SD) nas produções acadêmicas e nas políticas educacionais brasileira e catarinense. Para tanto busquei apreender os encaminhamentos educacionais propostos para os alunos com AH/SD; compreender quais os principais encaminhamentos referentes a serviços ou ações identificados nas produções acadêmicas; identificar quais os encaminhamentos dados pela política nacional e estadual. A pesquisa foi realizada nas plataformas da ANPED Nacional, banco de dados do Scielo.br e da Biblioteca Brasileira Digital de Teses e Dissertações. Além disso, fiz uma busca por documentos nacionais e estaduais para compreender a proposição política relacionada a estes sujeitos, especificamente nas políticas pertinentes à educação especial. Após esse levantamento analisei os serviços ou ações indicadas nos quais destaca-se a similaridade entre os serviços e ações apontados nos trabalhos encontrados no balanço de produção e nos documentos Nacionais e Estaduais. Ambos apontam as oficinas, programas de enriquecimento, sala de recursos, entre outros, como indicações de serviços e ações. Espero que este trabalho traga subsídios para outras pesquisas e que a discussão sobre os serviços e ações para sujeitos com AH/SD sejam ampliadas, tendo em vista a importância dos mesmos para o desenvolvimento do potencial desses alunos e assim proporcionar um espaço educacional diferenciado.

Palavras-chave: Educação Especial; Altas Habilidades/ Superdotação; Serviços educacionais e Ações educacionais.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Tabela dos textos selecionados que tratam de serviços e ações indicados pelas escolas regulares para os alunos com AH/SD

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEE - Atendimento Educacional Especializado AH/SD - Altas Habilidades/ Superdotação APE – Atendimento Pedagógico Especializado CASE - Centro de Atendimento Sócio-Educativo

CEDET - Centro para o Desenvolvimento do Potencial e do Talento FCEE - Fundação Catarinense de Educação Especial

GT-15 - Grupo de trabalho 15

LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais

NAAH/S - Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação PIT - Programa de Incentivo ao Talento

PNEEPEI - Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

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LISTA DE APÊNDICES

Apêndice 1: TABELA SCIELO.BR Apêndice 2: TABELA ANPED

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SUMÁRIO

Introdução ... 10

Justificativa ... 12

Metodologia...13

Organização do TCC...14

Capítulo 1- CARACTERIZAÇÃO DAS ALTAS HABILIDADES/ SUPERDOTAÇÃO ... 14

1.1 As Altas Habilidades/ Superdotação: algumas considerações ... 14

1.2 O conceito e identificação dos sujeitos com Altas Habilidades/ Superdotação nos documentos nacionais e estaduais ... 18

Capítulo 2 – O BALANÇO DE PRODUÇÃO...19

2.1. Balanço de produção sobre altas habilidades/superdotação...19

2.2 Os serviços e ações apresentados no balanço de produção ...31

Capítulo 3 - INDICAÇÕES DE SERVIÇOS E AÇÕES PARA A EDUCAÇÃO DAS PESSOAS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO NA POLÍTICA BRASILEIRA E CATARINENSE...35

3.1 Os serviços e ações indicados pelo governo federal para sujeitos com AH/SD...36

3.2 Os serviços e ações indicações pelo governo catarinense para sujeitos com AH/SD...42

Considerações Finais...45

Referências...48

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10

INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem como tema central os serviços ou ações indicados aos alunos com altas habilidades/ Superdotação (AH/SD). Abordar tal tema requer um aprofundamento para além das práticas pedagógicas dos docentes. Também, requer pensar nos serviços educacionais diferenciados, que possam ser promovidos para o desenvolvimento acadêmico, artístico, psicomotor e social do sujeito com AH/SD. Ou seja, o tema definido, para esta pesquisa, está delimitado nas serviçose ações para o atendimento dos alunos com AH/SD.

A escola de ensino regular deve promover condições necessárias para a aprendizagem e o desenvolvimento de todos os seus alunos, incluindo aqueles que apresentam deficiências, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e/ou altas habilidades/superdotação (AH/SD). Conforme Soares (2004, p. 139):

A função do educador não é a de dar todas as respostas e suprir todas as necessidades dos alunos, mas orientá-lo, da melhor forma possível, para que o aluno com necessidades especiais, em especial o aluno portador de altas habilidades, possa perceber seus talentos e não se imagine apenas como um aluno diferente, mas como um indivíduo que possa contribuir e colaborar com o grupo.

Na Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, a qual institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, é determinado que as escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na organização de suas classes comuns: professores das classes comuns e da educação especial capacitado e especializado, respectivamente, para o atendimento às necessidades educacionais dos alunos, ou seja, para cada classe comum além do professor é previsto para o atendimento destes alunos um professor especializado. Também aponta para serviços de apoio pedagógico especializado por meio das salas de recurso, nas quais o professor especializado em educação especial realiza a complementação ou suplementação curricular, utilizando procedimentos, equipamentos e materiais específicos.

No Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008, que dispõe sobre o atendimento educacional especializado (AEE) considera-se: “[...] atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos

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11 organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular” (BRASIL, 2008).1

Ao analisarmos alguns documentos é nítida a importância do atendimento educacional para alunos com altas habilidades/superdotação e essa tarefa pode se dar de diversas maneiras. O Decreto nº 6571 (2008) indica que o atendimento educacional especializado foi criado para dar um suporte para os alunos deficientes para facilitar o acesso ao currículo. Ainda de acordo esse Decreto:

Art. 1° A União prestará apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma deste Decreto, com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional especializado aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino regular. [...] § 2° O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas.

O Atendimento Educacional Especializado é um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade para participação desses alunos na sociedade e o desenvolvimento de sua aprendizagem, considerando suas especificidades. Ele deve ser articulado com a proposta da escola regular, embora suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum. (MEC, 2009)

O AEE, caracterizado muitas vezes como Sala de Recursos Multifuncionais, é apresentado como um serviço de apoio pedagógico especializado oferecido pela escola regular, no qual um professor especializado em educação especial realize suplementação ou complementação curricular. De acordo com MORI e BRANDÃO (2009, p. 486):

O referido serviço de apoio especializado tem como característica a suplementação ou enriquecimento dos conteúdos escolares do currículo formal, bem como de temas que não estão presentes nos currículos convencionais, mas que sejam considerados pertinentes pelos professores e de interesse dos alunos. As atividades desenvolvidas no programa podem ser realizadas em grupos ou individualmente, de acordo com um cronograma a ser organizado pelo professor. A utilização de uma metodologia diferenciada, com recursos que atendam às necessidades específicas dos alunos com AH/SD, contempla, segundo seus idealizadores, as reivindicações de uma escola inclusiva, democrática e para todos.

1 Este Decreto foi revogado com o Decreto 7.611, de 17 de setembro de 2011.Porém, essa consideração em relação ao AEE permanece inalterado.

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12 Assim, o trabalho do professor é necessário para o desenvolvimento do aluno, desde o processo de identificação dos alunos com altas habilidades/superdotação até a estimulação de suas potencialidades. Para que isso aconteça, esse trabalho deve se dar em parceria com a instituição de ensino regularem que esse sujeito se encontra, compartilhado com outros serviços direcionados a estes alunos. Porém, cabe indagar: Quais os serviços ou ações são encaminhados pelas escolas regulares para o atendimento dos alunos com AH/SD? O que a escola apresenta como alternativas educacionais para estes sujeitos?Do que as produções na área da educação e educação especial tratam quanto aos serviços e ações para a aprendizagem dos sujeitos com AH/SD? Quais as indicações políticas, para o atendimento a esses alunos, em relação aos serviços e ações?

É com o objetivo deconhecer os serviços e/ou as ações indicadas para o atendimento de alunos com AH/SD que proponho este trabalho. Para tanto, meus objetivos específicos podem ser assim apresentados: apreender, nas produções acadêmicas da área de Educação, os encaminhamentos educacionaispropostospara os alunos com AH/SD;compreender quais os principais encaminhamentos referentes a serviços ou ações identificados nas produções acadêmicas; identificar quais os encaminhamentos dados pela política nacional e estadual, especificamente o trabalho do Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/ Superdotação(NAAH/S), parao atendimento dos alunos comAH/SD.

JUSTIFICATIVA

A proposta desta pesquisa está relacionada ao estágio não obrigatório realizado no último ano do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em uma instituição privada, com uma turma com crianças de 4 anos. Neste estágio tive contato com duas crianças que apresentavam um desenvolvimento mais avançado do que as demais crianças da turma. A partir disso, questionei a professora da turma em que trabalhava acerca dos alunos com Altas Habilidades/ superdotação. Nesta conversa, com os anos de experiência e conhecimento acumulado que teve como auxiliar e professora, me mostrou que as duas crianças apenas tinham um incentivo maior vindo de casa nas áreas em que apresentavam maior conhecimento. Porém ainda permaneceu para mim o questionamento de “e se caso fosse uma criança com AH/SD? Qual seria o encaminhamento feito a esse sujeito? Quais são os serviços e ações que estão disponíveis à eles? ”

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13 Outro fator que colaborou na minha definição deste objeto de pesquisa, foi a disciplina de Educação Especial Conceitos, Concepções e Sujeitos (EED7151) – ministrada pela Professora Doutora Maria Helena Michels, minha orientadora neste trabalho. Essa disciplina me possibilitou conhecer mais acerca do debate sobre as deficiências, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Altas Habilidades/superdotação, a identificação dos sujeitos da Educação Especial e os recursos utilizados para promover o seu desenvolvimento.

METODOLOGIA

Essa pesquisa segue um estudo na abordagem qualitativa, que segundo Silva (2009) é uma abordagem com diversos métodos que são utilizados de forma a se aproximar da realidade social.

A pesquisa qualitativa é um meio para explorar e entender o significado que os indivíduos ou os grupos atribuem a um problema social ou humano (CRESWELL, 2010). Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas, o ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Estes tendem a analisar seus dados indutivamente (SILVA; MENEZES, 2005).

Diante da necessidade de encontrar respostas para as informações subjetivas sobre a diagnose educacional de altas habilidades pelos professores - com auxílio de familiares e alunos -, o procedimento da pesquisa qualitativa, enfatizando os dados descritos, proporciona o estudo da visão de mundo do outro, respeitando seus marcos de referência (CRESWELL, 2007).

Para o desenvolvimento dessa pesquisa, optei por procedimentos metodológicos da pesquisa documental e bibliográfica.

A pesquisa documental, de acordo com KRIPKA, SCHELLER e BONOTTO (2015), utiliza documentos não analisados ou sistematizados. O desafio está na capacidade que o pesquisador tem de selecionar, tratar e interpretar a informação, visando compreender a interação com sua fonte. É aquela em que os dados obtidos são provenientes de documentos, com o objetivo de extrair informações neles contidas, a fim de compreender um fenômeno.

Acerca da pesquisa bibliográfica, Oliveira (2007) afirma que tal pesquisa caracteriza-se por possuir contribuições de autores sobre um determinado tema, atentando às fontes secundárias.

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14 Como procedimento de pesquisa documental e bibliográfica e objetivando compreender os principais encaminhamentos referentes a serviços ou ações foi realizado um balanço de produção nos bancos de dados do Scielo.br,2na biblioteca brasileira digital de teses e dissertações,3 e no site das reuniões da ANPED Nacional4, assim como também foi feita consulta nos documentos nacionais e estaduais acerca da educação especial, mais especificamente sobre as AH/SD.As estratégias para a busca de dados serão apresentado no segundo capítulo desse TCC.

ORGANIZAÇÃO DO TCC

Este Trabalho de Conclusão de Curso está organizado com esta introdução, mais 3 capítulos, considerações finais e referências.

No capítulo 1intitulado ‘Caracterização das Altas Habilidades/ Superdotação’ trato da conceitualização e identificação do sujeito com altas habilidades/ superdotação a partir do referencial teórico de Joseph Renzulli e dos documentos nacionais e estaduais.

Já no Capítulo 2 - ‘O balanço de produção’ - apresento o balanço de produção feito com o objetivo de apreender as alternativas de serviços e ações para os sujeitos com AH/SD. Após a análise dos trabalhos foi feita uma caracterização a partir das produções, sobre cada serviço e ação encontrada.

No Capítulo 3, ‘Indicações de serviços e ações para a educação das pessoas com altas habilidades/ superdotação na política brasileira e catarinense’, trato ainda da caracterização dos serviços e ações, agora no ponto de vista dos documentos nacionais e estaduais.

Nas considerações finais busco retomar as análises apresentadas durante a pesquisa e traçar algumas considerações, ainda que provisórias, sobre o tema.

CAPÍTULO 1: CARACTERIZAÇÃO DAS ALTAS HABILIDADES/ SUPERDOTAÇÃO

2http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_home&lng=pt&nrm=iso – Acessado em Agosto de 2017

3http://bdtd.ibict.br/vufind/ - Acessado em Setembro de 2017

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1.1 AS ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: algumas considerações

O conceito de altas habilidades/superdotação (AH/SD) é alvo de ampla discussão e envolve teorias divergentes.

Uma das teorias que trata do conceito de AH/SD é a defendida por Renzulli (1989 apud Souza, 2005) denominada Teoria dos Três Anéis. Nesta teoria os alunos com altas habilidades/superdotação têm como uma das características, apresentar comportamento superior em relação à média em uma ou mais áreas (isoladas ou combinadas). Renzulli (1989) apud, SILVEIRA (2014, p.20), define Altas Habilidades/ Superdotação pela concepção de que:

O comportamento superdotado consiste nos comportamentos que refletem uma interação entre os três grupamentos básicos dos traços humanos - sendo esses grupamentos habilidades gerais e/ou específica acima da média, elevados níveis de comprometimento com a tarefa e elevados níveis de criatividade. As crianças superdotadas e talentosas são aquelas que possuem ou são capazes de desenvolver este conjunto de traços e que os aplicam a qualquer área potencialmente valiosa do desempenho humano.

Figura 1 - Modelo dos três anéis, de Joseph Renzulli (1989)

Assim para Renzulli (1989) apud Souza (2005) não existe uma forma ideal de se medir a inteligência e, portanto, deve-se evitar a prática de muitos em achar que, a partir da pontuação de QI de um sujeito, conhece-se a sua inteligência. Destaca duas categorias de altas habilidades: intelectual ou acadêmica e a produtivo-criativa. Define-se assim,

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16 três grupos de caracteríticas – apresentados na imagem acima - que se entrelaçam, detectadas nas pessoas “portadoras” 5 de altas habilidades, apresentadas acima.

A autora menciona também a teoria de Winner (1998), que apresenta uma perspectiva sobre o que seria a superdotação, salientando os mitos6 sobre os “portadores” de altas habilidades. Destaca a precocidade das crianças, “portadoras” de altas habilidades, o seu grande poder de motivação, a rapidez com que aprendem e a diferença qualitativa com que isso ocorre. Origina-se desse pressuposto a criatividade pois fazem descobertas, por conta própria, e resolvem problemas de forma inusitada.

Segundo Vieira (2005) “A pessoa com altas habilidades/superdotação tem sido definida como mais inteligente em relação à média. Desta forma, os estudos nessa área estão intimamente ligados aos da inteligência.”, sendo assim Howard Gardner (1999) apud Souza (2005) se fundamentada em sua Teoria das Inteligências Múltiplas, em que afirma que a inteligência é muito mais do que um simples escore de QI. Ele cita sete inteligências que conformam as habilidades: lingüística, lógica-matemática, espacial, musical, corporal-cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Afirma que talento se constrói e se exercita.

Para Zenita Guenther (2000) apud Souza (2005), as pessoas com AH/SD são aquelas bem dotadas, com inteligencia acima da média, em uma ou mais área, valorizadas em sua cultura.A autora afirma que o desenvolvimento da dotação deve ser trabalhado, tanto nas interações sociais quando no ambiente físico.

Acerca da teoria das Altas Habilidades/ Superdotação, a partir de Marsyl Mettrau (2000 apud Azevedo 2008) que, assim como Renzulli, indica que o atendimento diferenciado é proposto:

Ás pessoas a partir da presença de uma das características dos círculos: capacidade acima da média, criatividade e envolvimento com a tarefa, e não somente na interseção das três características, uma vez que dar -se- iam melhores oportunidades a um maior número de participantes e se trabalharia com indicadores de

5 Segundo MASSUDA (2014), o termo “portador”é utilizado para se referir às pessoas com necessidades especiais na Declaração de Salamanca, na Política Nacional de Educação Especial, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no Plano Nacional de Educação e nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.

6 No trabalho intitulado "superdotação e seus mitos", de ANTIPOFF e CAMPOS (2010), é tratado acerca dos mitos citados por Winner.

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17 superdotação e não, somente, com os já superdotados que, no caso brasileiro, tem justificativas socioculturais e socioeducacionais.

A identificação dos alunos com características de altas habilidades/superdotação é o início de um processo para que eles possam exigir seus direitos, mesmo que formais, de uma educação diferenciada ou que considere as singularidades. A identificação desses alunos permite a oferta de propostas pedagógicas de acordo com seus interesses educacionais. Os encaminhamentos para o atendimento especializado, seja em Sala de Recursos ou num programa de enriquecimento, deve iniciar a partir dessa identificação do aluno.

Sobre a identificação, Pérez (2006, p. 70) afirma que:

Entendo que identificar não pode significar “diagnosticar”, no sentido clínico, ou rotular, como se fez durante muito tempo, submetendo as pessoas a testes psicométricos que avaliam algumas habilidades (apenas a lingüística, a lógica matemática e a espacial), e falham na detecção das habilidades em outras áreas de inteligência (como a musical, a corporal-cinestésica, a naturalista, a intrapessoal e a interpessoal). Identificar significa determinar a identidade, a origem, a natureza, as características. Identificar significa saber quem são as pessoas com AH/SD, onde estão e quais são suas verdadeiras necessidades para, então, sim formular as medidas necessárias para que a escola se adapte a elas, como deve ser. (PÉREZ, 2006, p. 170)

Assim a identificação desses sujeitos é necessária para que possam receber a atenção educacional adequada às suas necessidades, tanto em sala regular quanto no atendimento educacional especializado (AEE).

Mas então, quem pode fazer essa identificação? Para Soares (2004), além das observações do professor, énecessárioinvestigar a percepção da família sobre essa criança (se a criança apresentou precocidade em seu desenvolvimento geral, quais são seus interesses, se é criativa), assim como também as avaliações de desempenho do aluno em sua área de destaque.

Os superdotados se distinguem dos demais do mesmo modo que qualquer indivíduo se diferencia do seu semelhante, por sua personalidade, sua atitude pessoal adaptativa, seus estilos de entender o mundo, agir e pensar. Entretanto, por se tratar de um grupo minoritário, com peculiaridades próprias, podem-se detectar traços comuns, que dependerão do tipo de superdotação e dos condicionamentos socioculturais, que, muitas vezes, levarão os superdotados a reforçar determinados modelos de comportamento. É preciso lembrar que as diferenças individuais que existem entre todas as pessoas evitam que exista um tipo de superdotado modelo, e até mesmo um só tipo de superdotação. (SOARES, 2004 p.133).

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18 Não existe um perfil único de criança com AH/SD: alguns são cooperativos, outros, competitivos. Enquanto uns são tímidos e isolados, outros são sociáveis e populares. Existem alunos com AH/SD que são emocionalmente estáveis e outros que não o são. Não é esperado que todos demonstrem as mesmas características. Por isso,deve-se encaminhá-lo ao serviço de educação especial/sala de recursos multifuncionais para uma avaliação mais detalhada e abrangente. (MARTINS; CHACON; 2013).

1.2 O conceito e identificação dos sujeitos com AH/SD nos documentos nacionais e estadual

A caracterização e identificação do aluno com AH/SD é importante para que seja proporcionado aos alunos espaços e oportunidades educacionais diferenciadas para além do que é oportunizado no ambiente escolar.

Na caracterização proposta pela Política Nacional de Educação Especial (2008), o aluno com altas habilidades é definido, segundo MEC/SEESP (BRASIL, 1995b, p.13):

Notável desempenho e elevadas potencialidades em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criativo ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para artes e capacidade psicomotora.

Nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001b), os alunos com Altas Habilidades/Superdotação são definidos como aqueles que apresentam: Grande facilidade de aprendizagem que os leva a dominar rapidamente os conceitos, os procedimentos e as atitudes e que, por terem condições de aprofundar e enriquecer esses conteúdos devem receber desafios suplementares em classe comum, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para concluir, em menor tempo a série ou etapa escolar (BRASIL, 2001b, p.39).

Em relação a identificação, segundo (BRASIL, 2001a):

Quanto mais cedo se der a intervenção educacional, mais eficaz ela se tornará no decorrer dos anos, produzindo efeitos mais profundos sobre o desenvolvimento das crianças. Por isso, o atendimento deve começar precocemente, inclusive como forma preventiva. Na hipótese de não ser possível o atendimento durante a educação infantil, há que se detectarem as deficiências, como as visuais e auditivas, que podem dificultar a aprendizagem escolar, quando a criança ingressa no ensino fundamental. Existem testes simples, que podem ser aplicados pelos professores, para a identificação desses problemas e seu adequado tratamento. Em relação às crianças com altas habilidades (superdotadas ou talentosas), a identificação levará em conta o contexto sócio-econômico e cultural e será feita por meio de observação sistemática do comportamento e do desempenho do aluno, com vistas a verificar a intensidade, a freqüência e a consistência dos traços, ao longo de seu desenvolvimento.

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Além desses documentos citados temos outros que tratam do tema em nível nacional, são eles: Coleção “A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação”: Encorajando Potenciais; Orientação a Professores; Atividades de Estimulação de Alunos; O Aluno e a Família (BRASIL, 2007) 7; Coleção “A educação especial na perspectiva da inclusão escolar” (BRASIL, 2010)8; e na Nota tecnica Nº 46 / 2013/MEC/SECADI/DPEE, de 22 de abril de 2013 Assunto: Altas Habilidades/Superdotação (BRASIL, 2013) 9.

Nos documentos estaduais, a definição de altas habilidades/superdotação é a mesma da encontrada nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001b).

Em relação a identificação dos sujeitos com AH/SD, o documento “Altas Habilidades/ Superdotação: Rompendo as barreiras do anonimato” da Fundação Catarinense de Educação Especial (SANTA CATARINA, 2015) indica que “A identificação de alunos com AH/SD exige conhecimento e observação de suas características e deve partir de inúmeros instrumentos que permitam a visão integral do sujeito, utilizando variados critérios e fontes de informação.” (SANTA CATARINA, 2015. p.27).

CAPÍTULO 2 - O BALANÇO DE PRODUÇÃO

2.1. BALANÇO DE PRODUÇÃO SOBRE ALTAS

HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: as indicações educacionais de serviços e ações

Para dar início à pesquisa, realizei um levantamento das produções acadêmicas referentes ao tema abordado neste trabalho. Foram consultados os seguintes bancos de dados: Scientific Electronic Library Online (Scielo.br), Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação (ANPED Nacional) e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. 7 http://portal.mec.gov.br/pet/192-secretarias-112877938/seesp-esducacao-especial-2091755988/12679-a-construcao-de-praticas-educacionais-para-alunos-com-altas-habilidadessuperdotacao 8 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7122-fasciculo-10-pdf-1&Itemid=30192 9 http://internas.netname.com.br/inclusao/documentos/Nota%20T%C3%A9cnica%20SECADI%2046-2013%20(altas%20habilidades).pdf

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20 Em todos os bancos de dados utilizamos os descritores: "Altas Habilidades"; e "Superdotação" em busca de resultados sobre Alunos com Altas Habilidades/ Superdotação no ensino regular. Nesta busca pelos trabalhos, não houve nenhum recorte temporal, tendo em vista que dos textos encontrados e analisados, o número de trabalhos selecionados para este estudo foi baixo.

Os resultados encontrados foram: no site Scielo.br, com o descritor “Altas Habilidades” - 16 trabalhos. Deste total, 2 são direcionados para a área biológica, 2 para a área social e 12 relacionados à área da educação. Já com o descritor "Superdotação" foram encontrados 31 trabalhos, porém 10 artigos já haviam sido encontrados pelo descritor anterior. Dos demais, 21 trabalhos, 1 está ligado a área clínica, 5 a área social (ao se referirem à estudos sobre bullying, potencial da população de rua, família, economia e liderança) e 15 relacionados à educação desses sujeitos. Desta maneira, em relação a educação dos sujeitos com altas habilidades/superdotação foram encontrados, no banco de dados do Scielo.br, 34 trabalhos.10 Dos 34 trabalhos encontrados, 27 aludiam a educação geral e apenas 3 se referiam aos serviços e ações destinados a estes sujeitos.

No site da ANPED Nacional, no Grupo de trabalho 15 (GT-15 - Educação Especial), não é possível a busca por descritores. A busca ocorreu, então, com a leitura dos títulos dos trabalhos em todas as reuniões da ANPED disponíveis no seu site.Nesta busca foram encontrados 5 trabalhos que tinham no título o termo Altas Habilidade e 3 com o termo “Superdotação”. Porém, os trabalhos com o termo superdotação já compunham os 5encontrados com o termo Altas Habilidades. Ou seja, na ANPED nacional, encontramos 5 trabalhos relacionados ao tema. Desses, dois tratam da questão social, relacionado ao imaginário social e questão familiar, e os demais estão relacionados a área da educação. Um deles refere-se às pesquisas feitas na área,outro sobre as práticas discursivas e um ligado aos serviços e ações.11 Neste caso, então, foi selecionado apenas um trabalho para análise, intitulado “Alunos com Altas Habilidades/Superdotação: O atendimento em salas de recursos no Estado do Pará”.

Na busca na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, com o descritor "Altas Habilidades", limitando a busca por assunto, foram encontrados 39 trabalhos.12 Dos trabalhos encontrados 8 estavam relacionados ao social (com discussão nos temas de família, comportamento, bullying, condições necessárias para adaptação no mundo, auto

10Apendice 1 11Apendice 2 12Apendice 3

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21 imagem e história de vida), 2 referem-se a área da psicologia, 1 na área clínica e os demais (29), estão relacionados a questões educacionais. Seis trabalhos referem-se aos serviços e ações destinados aos alunos com AH/SD. Os demais discutem política, precocidade, currículo, identificação, concepções, percepções e característica, avaliação e inclusão).

Em síntese, foram encontrados num total de 72 trabalhos, dentre eles 56 estavam relacionados a área da educação e sujeitos com AH/SD.Buscando maior verticalização da análise, a partir da leitura dos resumos e das palavras-chaves de cada artigo, foram selecionadas 9produções que tratam dos serviços e ação indicados aos alunos com AH/SD.

Estas produções, apresentadas na tabela abaixo, foram as que melhor analisei nesta investigação:

Quadro 1: Tabela dos textos selecionados que tratam de serviços e ações indicados pelas escolas regulares para os alunos com AH/SD.

TÍTULO AUTOR ANO ONDE FOI

PUBLICADO

Superdotação: identificação e opções de atendimento.

Ana Maria Irribarem Soares; Yvelise Freitas de Souza Arcoverde e Tânia Maria Baibich

2004 Scielo.br

Educ. rev. [online]. 2004, n.23, pp.125-141.

Indicadores de Altas Habilidades entre os recursos do centro de atendimento. Maria de Lourdes Lunkes de Souza 2005 Biblioteca Digital Brasileira de Tese e Dissertações - Universidade Federal de Santa Maria - Programa de Pós- Graduação em Educação

Alunos com Altas Habilidades/ Superdotação: O atendimento em salas de recursos no Estado do Pará.

Silvia Helena Altoé Brandão e Nerli Nonato Ribeiro Mori

2006 Anped 30° Reunião

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O atendimento em salas de recursos para alunos com altas habilidades/superdotação: o caso do Paraná.

Nerli Nonato Ribeiro Mori e Silvia Helena Altoé Brandão. 2007 Scielo.br Revista brasileira educação especial [online]. 2009, vol.15, n.3, pp.485-498.

Contribuições do PIT - programa de incentivo ao talento no processo de aprendizagem e desenvolvimento de um aluno com Altas Habilidades.

Carolina Corrêa Fortes 2008 Biblioteca Digital Brasileira de Tese e Dissertações - Universidade Federal de Santa Maria - Programa de Pós- Graduação em Educação Estudantes do ensino

fundamental com indícios de Altas Habilidades/ Superdotação: interações e aprendizagens em uma oficina de tecnologia assistiva.

Sebastião Luiz Batista 2011 Biblioteca Digital Brasileira de Tese e Dissertações - Universidade Federal do Espírito Santo Mestrado em Educação Identificação e encaminhamento

de alunos com indicadores de Altas Habilidades/ Superdotação na escola pública do município de Fortaleza: proposta para atuação de professores do atendimento educacional especializado. Marisa Ribeiro de Araujo 2011 Biblioteca Digital Brasileira de Tese e Dissertações - Universidade Federal do Ceará - Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira A aprendizagem de uma criança

com Altas Habilidades/ Superdotação e transtorno de Asperger. Sheila Torma da Silveira 2014 Biblioteca Digital Brasileira de Tese e Dissertações - Universidade Federal de Santa Maria - Programa de Pós- Graduação em Educação Altas Habilidades ou

Superdotação: Políticas Públicas e atendimento educacional em uma diretoria de ensino paulista.

Eliane Morais de Jesus Mani 2015 Biblioteca Digital Brasileira de Tese e Dissertações - Universidade Federal de São Carlos - Programa de Pós- Graduação em

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Educação Especial

Fonte: Produção da autora a partir do balanço de produção nos bancos de dados.

O número de produções em que são discutidos serviços e ações para alunos com altas habilidades/ superdotação na escola regular é baixo, considerando que, como indicado na tabela acima, em 11 anos (2004 a 2015) encontrei apenas 9 publicações acerca do tema.

O artigo mais antigo encontrado foi o de Soares, Freitas e Baibich (2004) intitulado “Superdotação: identificação e opções de atendimento”. As autoras partem do princípio de que o compromisso do educador com tais alunos deve ser o mesmo compromisso que ele tem com todos os seus alunos: o de estabelecer com eles uma relação educativa que respeite as diferenças e que atenda, na medida do possível, às necessidades especiais dos alunos. As autoras apresentam o conceito de superdotação, bem como algumas dificuldades na identificação do indivíduo superdotado.

Soares, Freitas e Baibich (2004), apontam que como o termo superdotação é associado com inteligência superior, assim, neste artigo analisam o papel desempenhado pelos testes de inteligência13 na identificação do indivíduo superdotado. Acerca da identificação as autoras trazem algumas referências de conceito como o que aparece nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1999) que indica que a superdotação envolve “notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes; capacidade psicomotora.” (BRASIL, 1999, p. 25) apud (Soares, Freitas e Baibich (2004).Outra concepção apresentada sobre AH/SD foi a proposta por Renzulli, já apresentado anteriormente, em que é encontrado no sujeito uma capacidade acima da média, o envolvimento com a tarefa e a criatividade entrelaçados.

Acerca do atendimento aos alunos com AH/SD, é indicado pelas autoras (SOARES, FREITAS E BAIBICH, 2004) alternativas de atendimentos propostas pelos documentos Diretrizes Gerais para o Atendimento Educacional aos Alunos Portadores

13As autoras se basearam em PIAGET (1958) apud Soares, Freitas e Baibich (2004), e afirmam que os conhecimentos obtidos por meio da psicologiadainteligência dão origem aos testes de inteligência.

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24 de Altas Habilidades/Superdotação e Talentos (BRASIL, 1995b) e doislivretos da série Diretrizes do Ministério da Educaçãoonde indica-seos programas de enriquecimento, programas de aceleração,atividades especiais, agrupamento especial, atendimento específico parao desenvolvimento de talentos, atendimento interescolar, programa de aprendizagemdiferenciada, orientação individual ou grupal, utilização de serviços ou centros de recursos didáticos e programas protótipo, que se compõem demais de um tipo de atendimento organizados em forma de programa.

A dissertação de Souza (2005) intitulada “Indicadores de Altas Habilidades entre os Reclusos do Centro de Atendimento Sócio- Educativo no Município de Santo Ângelo, RS” tem como foco investigar indicativos de altas habilidades entre os reclusos do Centro de Atendimento Sócio-Educativo (CASE) do Município de Santo Ângelo. Introduzindo seu estudo a autora traz seu referencial teórico, que constitui-sede autores como Suzana Pérez, Eunice Soriano de Alencar, Zenita Cunha Guenther e Soraia Napoleão Freitas. A partir desses autores Souza (2005) apresenta a concepção e as características dos sujeitos com altas habilidades segundo cada um dos citados. As questões que se propõe responder nesse artigo foram: “Que indicativos de altas habilidades estão presentes entre os reclusos no CASE? Os professores que atuam na escola, dentro do CASE, conhecem ou ignoram o potencial dos menores infratores, reclusos na instituição? Como os professores do CASE trabalham os potenciais dos seus alunos?” (Souza, 2005. p. 4)

Souza (2005) baseou sua investigação em metodologia quanti-qualitativa, na forma de um estudo de caso, utilizando-se, como instrumentos para coleta dos dados, questionário, fichas de avaliação das habilidades dos alunos, de indicadores de interesse dos alunos e de indicadores de alunos com habilidades, e entrevista semi-estruturada. A pesquisa foi realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental Herbert de Souza, com doze professores, três integrantes da equipe diretiva e quarenta e nove alunos. Sendo dividida em duas etapas: a primeira em que foram usados os instrumentos: questionário, instrumento de observação em sala de aula, instrumento de estilos de aprendizagem e instrumentos de avaliação; a segunda etapa contou com a aplicação de uma entrevista semi-estruturada.

Após a caracterização dos alunos, envolvidos na pesquisa, apresenta os resultados e a discussão dos mesmos, detalhando a fase inicial, em que todos os segmentos foram ouvidos, e a etapa final, voltada a conhecer melhor os cinco alunos selecionados, com indicativos de altas habilidades.Para esses alunos, seus potenciais são trabalhados por

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25 intermédio de oficinas e projetos que servem como instrumento de avaliação das habilidades dos alunos.

O artigo de Fortes (2008) intitulado “Contribuições do Pit-Programa de incentivo ao talento no processo de aprendizagem e desenvolvimento de um aluno com altas habilidades” trata-se de uma pesquisa descritiva, que tem como objetivo

Estabelecer relações entre as estratégias educacionais do PIT e aquelas que ocorrem no contexto de sala de aula; verificar como as estratégias educacionais adotadas no PIT contribuem para o aluno revelar suas habilidades em sala de aula; identificar o entendimento dos professores acerca da contribuição do PIT na aprendizagem e no desenvolvimento do aluno, no contexto escolar; e verificar como a motivação e a criatividade do aluno no contexto escolar relacionam-se com as atividades propostas pelo PIT” (FORTES, 2008. p.8).

Para chegar ao objetivo desta pesquisa, a autora utilizou como instrumento para coleta de dados, entrevista semi-estruturada com as professoras do aluno e as observações sistemáticas realizadas na sala de aula regular.

Fortes (2008), aponta que o reconhecimento e a atenção aos alunos com altas habilidades, mediante a adoção de estratégias educacionais especificas, são sistematicamente sustentados pelos dados desta pesquisa feita, os quais evidenciam que, sem um estímulo adequado e estratégias educacionais implementadas na programação escolar, ou em outros espaços, como exemplo, os programas de enriquecimento, esses alunos estão sujeitos ao risco de fracassar em suas pretensões escolares e ter seu potencial adormecido.

Mori e Brandão (2006), em sua tese intitulada “Alunos com Altas Habilidades/ Superdotação: O atendimento em salas de recursos no Estado do Paraná”, objetivaram conhecer o atendimento educacional realizado em Salas de Recursos para alunos com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) no Estado do Paraná. Para tanto apresentaram a contextualização desse atendimento, com o surgimento do Serviço de Educação de Excepcionais, em 1961 e uma série de Cursos de Capacitação para Profissionais da Educação em 1998. Indicam que em 2003 começou o processo de implantação das Salas de Recursos e dos Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S). Apresentam que no Paraná as escolas dispõem de 10 Salas de Recursos e 3 NAAH/S, atendendo alunos de 1° a 8° série. Segundo as autoras, o encaminhamento para o atendimento teve início a partir da identificação do aluno pelo professor, em sala de aula,

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26 partindo de uma observação direta das habilidades do aluno em sala. A fundamentação básica utilizada na proposta paranaense é, segundo Mori e Brandão (2009), a proposta por Joseph Renzulli (2004), Teoria da Superdotação dos Três Anéis. Assim, o planejamento de atividades desenvolvidas leva em conta os interesses, habilidades e estilos de aprendizagem deste aluno. Para que a implementação de tais atividades aconteçam foi organizado o Modelo Triádico de Enriquecimento que será apresentado posteriormente nesta pesquisa.14 A obtenção dos dados para a pesquisa se deu por intermédio de uma entrevista semi-estruturada com duas professoras que atuam neste contexto escolar, a partir de um roteiro norteado por quatro categorias básicas: o conhecimento das professoras a respeito da área de AH/SD; caracterização da clientela; o trabalho realizado na Sala de Recursos e Resultados e expectativas. Os relatos foram analisados sob a perspectiva da Teoria Histórico-Cultural, que pressupõe a disponibilidade de mediadores materiais e simbólicos como condição essencial para o acesso à cultura. A partir das entrevistas as autoras concluem que as duas professoras possuem experiência no ensino de 1ª a 4ª série, com Curso de Especialização em Educação Especial. Conforme Mori e Brandão (2006) uma professora (professora A) fez um curso de especialização específico sobre AH/SD (mínimo de 360 horas) e a segunda professora (professora B) fez um curso integrado, com todas as áreas da Educação Especial sendo uma disciplina do curso sobre AH/SD (30 horas). As teorias utilizadas nas práticas das professoras referem-se as representantes de diferentes contextos como os autores norte-americanos J. Renzulli, H. Gardner e Steinberg, e os soviéticos Vygotski e Luria .Como referencial teórico, assim como na proposta paranaense, é utilizada as idéias de Joseph Renzulli, e os princípios sobre a metodologia do Enriquecimento Curricular para realizar os atendimentos nas Salas de Recursos, desde a identificação e encaminhamento dos alunos, até o planejamento das atividades.

Em relação à caracterização dos alunos, em ambos os programas, a sua maioria são alunos da própria escola, sendo que alguns vêm de outras escolas públicas e particulares, identificados e encaminhados para a Sala de Recursos de AH/SD por meio da utilização de uma Lista de Indicadores de AH/SD15.

15Lista organizada por pesquisadores do Centro para o Desenvolvimento do Potencial e Talento de Lavras, Minas Gerais.

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27 A partir da identificação e o encaminhamento, ao desenvolver o trabalho realizado na Sala de Recursos e Resultados e expectativas as professoras seguem com as atividades de enriquecimento após verificação dos interesses e delimitação dos temas a serem pesquisados. Organizam as atividades em portfólio, de forma sistemática e seqüencial. As atividades desenvolvidas, conforme o Modelo Triádico de Enriquecimento, partem do interesse dos alunos, que requerem aprofundamento de temas ou conteúdos e utilização mediadora de instrumentos ou equipamentos que favoreçam a sua apreensão. Como resultado da entrevista, as autoras apontam que ambas as professoras consideram satisfatórios os resultados do seu trabalho e têm expectativas quanto às melhorias dos recursos físicos e humanos, bem como capacitação com estudos mais aprofundados sobre a área de AH/SD.

Os resultados indicam práticas pedagógicas pautadas no ecletismo e o esforço pessoal das docentes para equipar as suas salas. Conclui-se que, apesar das dificuldades, a continuidade e efetivação da proposta pode se constituir em uma importante contribuição para o enriquecimento dos níveis conceituais dos alunos superdotados.

Mori e Brandão (2007) numa segunda publicação com o artigo intitulado “O atendimento em salas de recursos para alunos com altas habilidades/superdotação: o caso do Paraná”apresentam os mesmos objetivos, dados, reflexões e considerações do citado artigo descrito nos parágrafos anteriores.

Batista (2011), na dissertação intitulada “Estudantes do Ensino Fundamental com Indícios de Altas Habilidades/Superdotação: interações e aprendizagens em uma oficina de tecnologia assistiva” registra o acompanhamento de um grupo de 17 estudantes, com idades entre 10 e 14 anos, com indícios de Altas habilidades/Superdotação, do Centro para o Desenvolvimento do Potencial e do Talento - CEDET de Vitória/ES. Este grupo participou de uma Oficina de Tecnologia Assistiva, criada como aporte prático para o ensino-aprendizagem de conteúdos teóricos escolares, em especial, de matemática, utilizando recursos computacionais.Em sua investigação a autora traz como questionamento “Como as tecnologias podem contribuir com os processos de ensino e de aprendizagem dos estudantes com indícios de altas habilidades/superdotação?” (BATISTA, 2011, p. 16) e para essa questão é usado como recurso metodológico complementar, do enriquecimento curricular do professor e da aprendizagem do estudante talentoso, a tecnologia, nesse processo de investigação. De cunho qualitativo, com predominância da observação do tipo participante, a autora analisou o desenvolvimento e engajamento de estudantes e mediadores envolvidos no projeto

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28 denominado pelo grupo de IntelligentTraffic16. A autora teve como referencial teórico a

concepção de ensino e aprendizagem sociointerativista e cultural de Vygotsky, os estudos de Juan Ignacio Pozo sobre a solução de problemas, a teoria de Simon Papert sobre o impacto da programação na construção do conhecimento do estudante, os estudos da pesquisadora ZenitaGuenther sobre o potencial de estudantes talentosos, entre outros. Na pesquisa analisou o uso de tecnologias computacionais nos processos de ensino e aprendizagem dos estudantes com indícios de altas habilidades e o comportamento desse grupo de estudantes do ensino fundamental, 5º ao 9º ano. Foi analisado como as tecnologias computacionais contribuem para o ensino e a aprendizagem de estudantes talentosos do ensino fundamental, a interação deles com o ambiente e com os demais participantes da oficina, a escolha dos conteúdos escolares para a realização das atividades, seus conhecimentos no início e no fim do projeto e, ainda, sua percepção e solução de problemas abertos, criados pelo grupo e orientando por mediadores.

As autoras apontaram grandes problemas nos processos de ensinar e aprender, “uma vez que essas crianças e jovens precisam se tornar aptas a usar as novas tecnologias para participar das mudanças sociais e se tornarem cidadãos conscientes.” (Batista, 2011. p.180).

Araújo (2011), em seu artigo “Identificação e encaminhamento de alunos com indicadores de Altas Habilidades/Superdotação na escola pública do município de Fortaleza: proposta para atuação de professores do atendimento educacional especializado” traz como objetivo desenvolver uma proposta de atuação para professores do Atendimento Educacional Especializado para a identificação e encaminhamento de alunos com indicadores de altas habilidades/superdotação, mais especificamente propor estratégias pedagógicas para a identificação de alunos com características de altas habilidades/superdotação adequadas a atuação do professor do AEE. Também busca

16 Projeto decorrente a partir de três projetos entre o CEDET e a referida escola particular: O primeiro em 2007, denominado: “Tecnologias a serviço do homem do campo”; o segundo projeto, em 2008 foi denominado “O corredor do lixo da Grande Vitória/ES” e o terceiro em 2009, denominado: “Cinemática no futebol”. Esse projeto, o “Intelligent Traffic”, surgiu de amplas discussões entre mediadores e estudantes que traziam ideias para a Oficina de Tecnologia Assistiva. Tal projeto foi criado por estudantes 5º ao 9º ano do ensino fundamental, do Centro para o Desenvolvimento do Potencial e do Talento - CEDET de Vitória/ES em 2010, e tem como objetivo maior trabalhar recursos computacionais, em especial a robótica educacional, que possibilitam a aplicação prática dos conteúdos teóricos de sala de aula, com ênfase na matemática. Especificamente: Desenvolver habilidades e competências, por meio do uso das atividades que estimulem a memória, o raciocínio, à agilidade mental, a observação e a ação, tornando a aprendizagem com o uso dos recursos computacionais significativa; Capacitar o estudante a entender e desenvolver a aplicação prática das tecnologias em solução de problemas; e Desenvolver a habilidade dos estudantes em identificar e montar as principais figuras geométricas planas e espaciais.

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29 comparar as concepções acerca dos alunos com altas habilidades/superdotação dos participantes do curso de formação do NAAH/S - Ceará e a proposta alternativa de formação em serviço; comparar os indicadores de altas habilidades/superdotação assinalados pelo professor nos dois instrumentos utilizados.

A autora apresenta em seu artigo algumas alternativas para o atendimento Educacional aos alunos com AH/SD, como o programa de enriquecimento, programa de aceleração, compactação curricular (experiências advindas do Modelo Triádico de Enriquecimento) atividades especiais, agrupamento especial, atendimento específico para o desenvolvimento de talentos, atendimento interescolar, programa de aprendizagem diferenciada, orientação individual ou grupal, utilização de serviços ou centros de recursos didáticos e programas protótipo.

Nessa investigação Araújo (2011) adotou a abordagem quantitativa e qualitativa, situada nas diretrizes metodológicas da pesquisa-ação colaborativa. Para tanto, variados aportes procedimentais foram empregados. A amostra foi constituída inicialmente por 865 alunos e 87 profissionais da educação. Desses, 19 professores sinalizaram 64 alunos que apresentaram indicadores de altas habilidades/superdotação, conforme os critérios dos instrumentais utilizados. Os resultados da pesquisa evidenciaram a eficácia da proposta de formação continuada em serviço, com a consequente coerência nas indicações de alunos pelos professores nos dois instrumentais empregados, corroborando a adequação dessas estratégias pedagógicas para atuação do professor do AEE.

Silveira (2014) em sua dissertação “A aprendizagem de uma criança com Altas Habilidades/ Superdotação e transtorno de Asperger” teve como objetivo de investigar o processo de aprendizagem de uma criança com Altas Habilidades/Superdotação e Transtorno de Aspergerassociados, considerando a função executiva e a teoria da mente. Com uma metodologia de abordagem qualitativa, assumindo como procedimento metodológico o estudo de casoo trabalho apresentado por Silveira (2014) traz uma pesquisa com um aluno de escola pública de ensino fundamental com Transtorno de Asperger e Altas Habilidades/Superdotação, seus pais, seus professores e o professor do AEE, em que foi usado como instrumento para coleta de dados o diário de campo e uma entrevista semi-estruturada.

O trabalho é desenvolvido a partir da observação de um aluno na Sala de Recursos. Na Sala de Recursos para AH/SD da Rede Municipal de Porto Alegre os alunos ingressam no atendimento após a triagem onde tem como proposta o

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30 enriquecimento extracurricular, em que é estimulada a criatividade e são realizadas pesquisas e trabalhos para enriquecer e aprofundar os assuntos de interesse dos alunos.

Com a investigação foi possível constatar que apesar das características atribuídas ao aluno com Transtorno de Asperger, que deveria apresentar déficits no desenvolvimento da Teoria da Mente e das Funções Executivas, não impediu que ele aprendesse e manifestasse notável desempenho em áreas de seu interesse. Verificou-se também que as propostas pedagógicas e avaliações feitas focaram em questões de comportamentos agressivos e inadequados dos alunos que acabavam direcionando o planejamento para o desenvolvimento da cognição social, uma vez que era percebido seu déficit na Teoria da Mente. Para a autora, o atendimento educacional a este aluno deve contemplar tanto seu desenvolvimento social, como também seu desenvolvimento cognitivo, refletindo sobre as propostas de atendimento educacional, segundo ela, para que se possa modificar esta realidade e qualificar o atendimento educacional serão necessários um bom investimento na formação dos professores, para que se tornem autores de mudanças significativas.

Mani (2015) apresenta sua dissertação intitulada “Altas Habilidades ou Superdotação: Políticas Públicas e atendimento educacional em uma diretoria de ensino paulista” como intuito de analisar o conhecimento da equipe gestora de uma Diretoria de Ensino do interior do Estado de São Paulo sobre o conceito, as formas de identificação e oferta de atendimento educacional especializado para alunos com altas habilidades ou superdotação. Ao mesmo tempo, busca descrever a oferta de serviços de Educação Especial propostos nas políticas públicas educacionais, em uma perspectiva de inclusão escolar, voltada para os alunos com altas habilidades ou superdotação na rede pública de ensino estadual, compreendendo uma diretoria de ensino no interior do Estado de São Paulo.

A pesquisa feita pela autora é de caráter exploratório descritiva, a partir de um Estudo de Caso. Participaram do estudo 22 gestores educacionais de uma diretoria de ensino da rede de ensino paulista e foi utilizado um questionário com questões abertas e fechadas com o objetivo de conhecer o perfil desses profissionais e concepção sobre a temática das altas habilidades ou superdotação.

Acerca da concepção das Altas Habilidades/superdotação a autora apresenta a Teoria dos Três Anéis de Renzulli e seu Modelo Triádico de Enriquecimento, já apresentado aqui. A autora traz ainda o contexto histórico político do atendimento educacional e um panorama da rede de ensino de São Paulo e o atendimento aos alunos

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31 com AH/SD, em indica que a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP) disponibiliza o Atendimento Pedagógico Especializado (APE), por meio de Sala de Recursos, Atendimento Itinerante, e Classe Regida por Professor Especializado (CRPE).

Mani (2015) indica, como os resultados obtidos em sua pesquisa, importantes avanços no que se refere aos parâmetros legais para a transformação educacional em uma perspectiva inclusiva. Porém, os efeitos desses documentos não refletem, na prática, um contexto igualitário para os alunos com altas habilidades ou superdotação nas escolas da rede de ensino pesquisada, especificamente, no âmbito da Diretoria de Ensino uma vez que os resultados obtidos junto aos gestores revelaram que a multiplicação de conhecimento da temática às escolas é incipiente. A autora conclui, então que esta multiplicidade de conhecimentos pode ser um dos fatores que impactam na falta de atendimento a essa parcela de alunos.

2.2 Os serviços e ações apresentados no balanço de produção

Conforme apreendido no balanço de produções acadêmicas que tratam dos serviçosou ações para alunos com AH/SD foi possível observar que algumas são mais recorrentes.

Os serviços e ações indicados são tratados nas produções como apoio pedagógico especializado. Esse apoio pedagógico especializado aparace de diferentes forma: atendimento suplementar para aprofundar e enriquecer o currículo escolar; atividades especiais; atendimento específico parao desenvolvimento de talentos; atendimento interescolar; programa de aprendizagem diferenciada; orientação individual ou grupal; utilização de serviços ou centros de recursos didáticos; programas protótipo; oficinas; programa de aceleração; projetos; salas de recursoscom atividades de enriquecimento; atendimento itinerante; e classe regida por professor especializado.

Nos trabalhosanalisados no balanço de produção a oficina,dentre os serviços e ações indicados para alunos com AH/SD, foi a que apareceu em mais trabalhos.Em um total de cincoproduções foram mencionadas algumas oficinas comode:bordado, desenho, fotografia, bijuteria, teatro, música, dança, cozinha, pintura oficinas pedagógicas, oficina tecnologia assistiva, oficina de matemática, letras, espanhol, geografia, história, informática, educação física e ciências.

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32 No trabalho de Batista (2011), é apresentada a oficina de tecnologia assistiva. A prática pedagógica dessa oficina se dá por projetos como uma forma de atividade que envolve estudantes, professores regentes das escolas, além dos recursos tecnológicos disponíveis. No projeto apresentado as ideias de temáticas foram estudar sobre: hospitais públicos; violência e droga; tsunamis; a violência e as mortes nos morros; o trânsito de Vitória. A partir das temáticas, foram planejadas as aulas usando recursos tecnologicos como: computadores, softwares, Internet para pesquisas, sistemas de programação, robôs e outros recursos materiais necessários ao desenvolvimento das atividades da oficina. De acordo com a autora (BATISTA, 2011), a interdisciplinaridade do projeto contou com o apoio de profissionais habilitados em língua portuguesa, em língua inglesa, em sistemas de informação, em física e matemática.

O projeto Intelligent Traffic, apresentado por Batista (2011), considera os conhecimentos prévios dos estudantes sobre os conteúdos teóricos de matemática; estudados em sala de aula; a análise dos conteúdos do livro didático previstos para o ano letivo; o caderno de matemática dos estudantes; as discussões entre estudantes e mediadores da oficina; os recursos de tecnologia disponíveis na oficina e o apoio da comunidade escolar, mencionados anteriormente ao tratar das oficinas.

Em Souza (2005), é exemplificado como as oficinas de artesanato, bordado, desenho, fotografia, bijuteria, teatro, música, dança, cozinha e pintura, assim como também: gincanas, palestras, filmes e debates através de textos literários e sociais.Os alunos participam de atividades diferenciadas desde que tenham alguns pré-requisitos, como: interesse, comportamento, tempo na instituição e habilidade.

Fortes (2008) ao tratar do PIT (Programa de Incentivo ao Talento) que será abordado mais à frente, sugere oficinas temáticas como matemática, letras, espanhol, geografia, história, informática, educação física, ciências e teatro.Exemplos de algumas oficinas apresentadas no trabalho são: os laboratórios da UFSM, filmes, palestras, apresentações de peças teatrais, exercícios de raciocínio lógico, construções de maquete, uso de softwares educativos, jogos pedagógicos, além do uso de recursos audiovisuais. A autora reforça a importância dessas oficinas temáticas, pois estimulam a criatividade dos alunos, além de oportunizar o contato com diferentes áreas do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades, de acordo com o interesse de cada um.

Outro serviço foi o Programa de Enriquecimento, indicado em quatro textos do balanço de produção. Neste Programa o aluno tem acesso a experiências variadas de

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33 estimulação, que proporcionam uma ampliação e/ou um aprofundamento de conhecimento com o objetivo de desenvolver suas habilidades e interesses. “As propostas curriculares enriquecidas, incluem aprofundamento do conteúdo, com o emprego de estratégias e métodos diversificados para os diferentes níveis de escolaridade.” (Araújo, 2011. p.69). Pressupõem que o professor faça reavaliação contínua do processo ensino-aprendizagem. Soares, Freitas e Baibich (2004) afirmam que apesar da pouca mobilização do sistema educacional para o atendimento ao superdotado, a modalidade de maior destaque no Brasil parece ser o Programa de Enriquecimento em educação.

Nos textos analisados que apresentam o programa de enriquecimento como um recurso, como os trabalhos de Soares (2004), Fortes (2008), Mori e Brandão (2006), Araujo (2011) e Mani (2015),a base teóricaque sustenta tal indicação é a de Joseph Renzulli, tendo em vista que o “Modelo de Enriquecimento Escolar” foi proposto por ele para os sujeitos com AH/SD, com o objetivo de tornar a escola um lugar onde os talentos fossem identificados e desenvolvidos. De acordo com Mori e Brandão (2006), esse modelo constitui três grupamentos básicos de enriquecimento: Tipo I: que incentiva o interesse para o estudo sobre temas, assuntos, ideias e campos de conhecimento. O Tipo II: caracteriza-se pelo aprofundamento dos conhecimentos sobre o tema escolhido pelo aluno, o qual requer meios (instrumentos físicos e linguísticos) compatíveis com o objeto a ser pesquisado. Concluindo o trabalho, o aluno tem a opção de iniciar uma nova pesquisa ou partir para o Enriquecimento do Tipo III:o aluno pode fazer um estudo mais aprofundado em alguma área específica ou nas tarefas desenvolvidas.

Os programas de enriquecimento, “caracterizam-se por oferecer experiências para além do currículo regular, priorizando mais o processo de aprendizagem do que o conteúdo, como também, estimulando outras áreas do desenvolvimento humano que não exclusivamente acognição” (Fortes 2008).

De acordo com Fleith (2007, p.59):

As atividades devem ser estimulantes e dinâmicas e podem envolver: o contato com profissionais e especialistas por meio de palestras, painéis, troca de experiências e oficinas; visitas a instituições, feiras, bibliotecas, museus e eventos culturais; acesso à literatura; viagens; simulações; filmes; internet.”

Nas publicações por mim analisadas, são apresentados Programas que se configuram como estratégias de Enriquecimento como por exemplona produção de Fortes (2008) que traz o PIT (Programa de Incentivo ao Talento). Este programa, segundo a autora, com estratégias educacionais, de caráter prático, beneficia a

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