Análise de vibrações
Professor Marco Aurélio Carloto
marco_carloto@ibest.com.br
Objetivos
•
Revisão dos conceitos de Vibração;
•
Análise de falhas em rolamentos;
•
Análise de falhas em engrenagens;
•
Exemplo de ferramentas de software para
análise de vibrações (RBM Ware)
Conceitos básicos
O que é Vibração?
• Vibração é o movimento alternativo de um corpo ao redor de uma posição de equilíbrio, causado por uma força indesejável.
– Por exemplo:
• A oscilação de um eixo ao redor de uma posição central em um mancal de escorregamento.
Vibração
• O movimento vibratório de uma máquina é o resultado das forças dinâmicas que a excitam. Essa vibração se propaga por todas as partes da máquina, bem como para as estruturas
ligadas a ela. Geralmente uma máquina vibra em várias frequências diferentes.
Fonte: Princípios de vibrações mecânicas. Pág. 11. Disponível em:
Vibração
• Cada elemento de máquina induz uma
excitação própria, gerando uma perturbação específica. Geralmente esses elementos são rotores, engrenamentos, mancais, etc...
• O comportamento dinâmico da máquina é uma
composição das perturbações de todos os
componentes, defeitos e excitações oriundos dos movimentos.
Fonte: Princípios de vibrações mecânicas. Pág. 15. Disponível em:
FFT
Vibrações de máquinas
Frequ ency A m p li tud e Time A mpli tude Time A mpli tud e
Análise de espectro
Transformada Rápida de Fourier (FFT)
Causas de vibrações em máquinas
• Desbalanceamento de massa • Desalinhamento de eixos • Folgas generalizadas • Dentes de engrenagens • RolamentosEfeitos das vibrações
• Altos riscos de acidentes
• Desgaste prematuro de componentes
• Quebras inesperadas
• Aumento dos custos de manutenção
Controle das vibrações
•
Faz-se por três procedimentos
diferenciados:
– Eliminação das fontes
– Isolamento das partes
Eliminação das fontes
•
Balanceamento
•
Alinhamento
•
Substituição de peças defeituosas
•
Aperto de bases soltas
Isolamento das partes
•
Colocação de um meio elástico
amortecedor de modo a reduzir a
transmissão da vibração a níveis
toleráveis.
Atenuação da resposta
•
Alteração da estrutura (reforços, massas
auxiliares, mudança da freqüência natural,
etc...
Movimento periódico
•
O movimento oscilatório pode repetir-se
regularmente, como no pêndulo de um
relógio, ou apresentar irregularidade
considerável, como em terremotos.
Quando o mesmo se repete a intervalos
iguais de tempo (T) ele é chamado de
periódico.
Movimento harmônico
•
A forma mais simples de um movimento
periódico é o movimento harmônico
simples, representado pelas funções seno
e cosseno. Todo movimento harmônico é
periódico, mas nem todo movimento
Frequências X Rotações
•
Velocidades de rotação em hertz:
• 3.600 rpm = 60 rps = 60 Hz
• 1.800 rpm = 30 rps = 30 Hz
• 1.200 rpm = 20 rps = 20 Hz
Figura 1
t
Xo
t
T
Amplitude
90 180 270 360
Domínio do tempo
•
Em regime de funcionamento um
equipamento está sujeito a vibrações que
ocorrem ao mesmo tempo mas em
diversas frequências diferentes. Isto torna
difícil uma avaliação destes eventos no
domínio do tempo, pois os sinais se
sobrepõe.
t
EVENTOS SIMULTÂNEOS
Domínio da frequência
• Para avaliar simultaneamente todos os sinais, é melhor que o façamos no domínio da
frequência, onde podemos explicitar cada evento separadamente.
Domínio da frequência
•
Para exemplificar, tomemos três sinais
simultâneos no intervalo de tempo “t”, e
que ocorram em frequências múltiplas
entre si. Vejamos estes sinais em um
sistema de três dimensões cujos eixos
determinem o tempo, a amplitude e a
frequência de cada sinal.
t f a T = 2T = 3T a1 a2 a3 1ª harmônica 2ª harm. 3ª harm.
Domínio da frequência
T1
T2
T3
No plano ta temos uma visão superposta das três formas de onda onde distinguimos claramente os três períodos. Como os sinais são harmônicos entre si, temos: T3 = 2T2 = 3T3
t a
Domínio do tempo
No plano fa, o que temos é uma visão em separado de cada sinal segundo sua amplitude e frequência.
f a
Domínio da frequência
f1 f2 f3
Domínio da frequência
• Como estamos considerando sinais harmônicos
as frequências são múltiplas da primeira, ou seja:
»f2 = 2f1
»f3 = 3f1
»f4 = 4f1
Domínio da frequência
•
Sinais harmônicos entre si são muito
comuns no campo das vibrações
mecânicas, por isso é de extrema
importância que saibamos identificar os
sinais presentes em uma máquina e
Domínio da frequência
•
Em outras palavras, é necessário saber se
um determinado sinal acontece na
frequência fundamental de um evento ou
se é a consequência harmônica de um
outro sinal qualquer.
Domínio da frequência
•
A primeira harmônica de um sinal
qualquer é chamada de fundamental.
Assim sendo, as harmônicas de um sinal
são consequência de sua fundamental e
não existem sem a mesma.
Domínio da frequência
•
É natural que todo equipamento apresente
vibrações em determinadas frequências
quando de seu funcionamento. Essas
vibrações são decorrentes da própria
rotação do equipamento e de seus
Domínio da frequência
•
Essas vibrações são consideradas
normais desde que mantidas dentro de
um limite aceitável de amplitude e sem o
aparecimento de componentes
indesejáveis tais como famílias de
harmônicas, bandas laterais, etc...
Domínio da frequência
• Dos sinais inerentes ao funcionamento dos
equipamentos podemos destacar como os mais comuns e que devem ser conhecidos de
antemão pelo analista:
– Frequência de rotação da máquina;
– Frequência de passagem de pás quando bombas ou
ventiladores;
Domínio da frequência
•
Frequência de rotação - 1 x rpm
– Um sinal de vibração na frequência de
rotação da máquina é o sinal mais certo de obtermos, uma vez que o mesmo é causado pelo movimento de giro do eixo. Sendo assim é necessário que se conheça sempre a
Domínio da frequência
•
Como os espectros são analisados no
domínio da frequência, em ciclos por
segundo, é necessário que façamos a
conversão da rotação de rpm para rps, ou
Hertz. Isso se faz dividindo a rotação em
rpm por 60.
Unidades de medida em vibrações
•
Frequência
– Hertz (Ciclos por segundo)
– CPM (Ciclos por minuto)
•
Amplitudes (Tipos de Medição de Ondas)
– Pico
– Pico a Pico
– RMS – Amplitude Média Quadrática
Unidades de medida em vibrações
•
Aceleração
– G (m/s2) - PICO•
Velocidade
– mm/s – RMS•
Deslocamento
Deslocamento
f(Hz)
Aceleração
Velocidade
Medições em velocidade são usadas para uma avaliação geral do espectro, pois cobrem uma ampla faixa de frequência.
Tipos de sensores de medição
•
Acelerômetros
•
Sensor de proximidade (Proxímetros)
Regras básicas de diagnóstico
• Cada defeito gera um padrão característico de vibrações;
• A frequência de vibração é determinada pela
geometria da máquina e pela sua velocidade de operação;
• Uma única medição de vibração fornece informação acerca de vários componentes.
Procedimentos
Espectro de vibração típico
FNRG – TENTER ZONE 3 SUPPLY FAN 8501-10#3S-F1A FAN BRG. #1 - AXIAL
PK C ELOC IT Y IN I N /SEC Frequency in Order
De uma maneira geral:
Picos específicos se correlacionam
Numa velocidade específica
Com defeitos específicos
FNRG – TENTER ZONE 3 SUPPLY FAN 8501-10#3S-F1A FAN BRG. #1 - AXIAL
PK C ELOC IT Y IN I N /SEC Frequency in Order
Procedimentos
FNRG – TENTER ZONE 3 SUPPLY FAN 8501-10#3S-F1A FAN BRG. #1 - AXIAL
PK C ELOC IT Y IN I N /SEC Frequency in Order Desbalanceamento
Desbalanceamento tipicamente gera vibração na frequência de rotação (1N)
Procedimentos
FNRG – TENTER ZONE 3 SUPPLY FAN 8501-10#3S-F1A FAN BRG. #1 - AXIAL
PK C ELOC IT Y IN I N /SEC Frequency in Order Desalinhamento
Desalinhamento tipicamente gera picos nas frequências 1N e/ou 2N
N = frequência de rotação
Procedimentos
FNRG – TENTER ZONE 3 SUPPLY FAN 8501-10#3S-F1A FAN BRG. #1 - AXIAL
PK C ELOC IT Y IN I N /SEC Frequency in Order Folgas
Folgas geram uma série de picos cujas frequências são múltiplas
da frequência de rotação
Procedimentos
FNRG – TENTER ZONE 3 SUPPLY FAN 8501-10#3S-F1A FAN BRG. #1 - AXIAL
PK C ELOC IT Y IN I N /SEC Frequency in Order Defeito na Pista
Defeitos em rolamentos geram picos relacionados com a geometria do rolamento
Procedimentos
Defeitos em rolamentos
• Quatro frequências de defeitos de rolamentos:
1. Rotação dos roletes
Ball Spin Frequency (BSF)
2. Rotação da gaiola
Fundamental Train Frequency (FTF)
3. Defeito na pista interna
Ball Pass Frequency Inner Race (BPFI)
4. Defeito na pista externa
C C Um defeito em estágio avançado C C C C
aparece claramente no espectro
VIB – Outer Race Fault
OUTER – R4A ROLL BRG.#4 - AXIAL
PK V eloc it y in In/ Sec Frequency in Hz
Procedimentos
Frequency in Hz PK V elocit y in In/Sec
VIB – Outer Race Fault
OUTER – R3A ROLL BRG.#3- AXIAL
Procedimentos
Defeito na pista - estágio incipiente
Um defeito em estágio incipiente geralmente não é detectado em um espectro convencional
Demodulação X PeakVue
• A Demodulação e o
PeakVue detectam defeitos incipientes.
• Vantagens do PeakVue:
– Menor nível de ruído;
– O defeito aparece claramente; – A amplitude não varia com a
velocidade;
– Detecta defeitos em baixa velocidade
Demodulação
Amplitude 0.003 g
PeakVue
ALARM LEVEL = 0.11 IN/SEC
PEAK - RMS OVERALL VALUE
Alarme por nível global
• Nível Global = Nível de vibração total da máquina
• Fortemente influenciado pelos defeitos que geram mais energia como o desbalaceamento e o desalinhamento, mesmo residuais.
ALARM LEVEL = 0.11 IN/SEC
PEAK - RMS OVERALL VALUE
Alarme por nível global
• Nível Global = Nível de vibração total da máquina
• Pouco influenciado pelos defeitos que geram menos energia como os defeitos em rolamentos, mesmo em estágio avançado.
Bandas de frequência
• O espectro é dividido em faixas que englobam as frequências
correspondentes às possíveis falhas mecânicas que podem ocorrer na máquina.
1X
2X
3X- 6X
BEARING BAND 1 BEARING BAND 2
9-30X RPM 30-50X RPM Imbalance Misalignment Looseness Bearing Band 1 Bearing Band 2
1X
2X
3X- 6X
BEARING BAND 1 BEARING BAND 2
9-30X RPM 30-50X RPM Imbalance Misalignment Looseness Bearing Band 1 Bearing Band 2
Bandas de frequência
• O espectro é dividido em faixas que englobam as frequências
correspondentes às possíveis falhas mecânicas que podem ocorrer na máquina.
1X
2X
3X- 6X
BEARING BAND 1 BEARING BAND 2
9-30X RPM 30-50X RPM Imbalance Misalignment Looseness Bearing Band 1 Bearing Band 2
Bandas de frequência
• O espectro é dividido em faixas que englobam as frequências
correspondentes às possíveis falhas mecânicas que podem ocorrer na máquina.
1X
2X
3X- 6X
BEARING BAND 1 BEARING BAND 2
9-30X RPM 30-50X RPM Imbalance Misalignment Looseness Bearing Band 1 Bearing Band 2
Bandas de frequência
• O espectro é dividido em faixas que englobam as frequências
correspondentes às possíveis falhas mecânicas que podem ocorrer na máquina.
1X
2X
3X- 6X
BEARING BAND 1 BEARING BAND 2
9-30X RPM 30-50X RPM Imbalance Misalignment Looseness Bearing Band 1 Bearing Band 2
Bandas de frequência
• O espectro é dividido em faixas que englobam as frequências
correspondentes às possíveis falhas mecânicas que podem ocorrer na máquina.
1X
2X
3X- 6X
BEARING BAND 1 BEARING BAND 2
9-30X RPM 30-50X RPM Imbalance Misalignment Looseness Bearing Band 1 Bearing Band 2
Bandas de frequência
• O espectro é dividido em faixas que englobam as frequências
correspondentes às possíveis falhas mecânicas que podem ocorrer na máquina.
Tendência do desbalanceamento Alarme Am pl itude Sub-Harmônicos
1X 2X Rolamento Rolamento Engrenagem Rolamento
1xRPM 2xRPM 4,0 mm/s 1,0 mm/s Tempo (Dias) Tempo (Dias) Tendência de desgaste do rolamento 10-20xRPM
Diagnose de vibrações em rolamentos
•
Dimensões para calculo das frequências
de falha
– Diâmetro primitivo do Rolamento = D – Diâmetro do elemento rolante = d
– Angulo de Contato =
Diagnose de vibrações em rolamentos
• Dimensões para calculo das frequências de falha
– FTF: fc = ½ . fo (1-M)
– BSF: fb = ½ . (D/d).fo. (1-M2)
– BPFO: fe = fc . N
– BPFI: fi = (fo – fc).N
fo = Rotação eixo
Constante auxiliar das frequências típicas dos rolamentos
• Estágios de falha dos rolamentos
1. Estágio 1: Frequências 20 a 60 KHz (PeakVue)
2. Estágio 2: 500 a 2000 Hz, bandas laterais na Fnatural
3. Estágio 3: Frequências de falha, harmônicas
4. Estágio 4: 1xRPM aumenta, vibração aleatória
Obs.: A frequência Natural (fn) não depende da rotação do eixo
•
Fator de Crista
– É a relação do valor de pico da vibração pelo valor de RMS medidos em banda de
frequência
– Ex: 1 kHz a 10 kHz
– Requer apenas medições de pico e RMS de
Ondas no tempo, sem análise espectral.
PeakVue X Demodulação
• Falha em estágio inicial
– Pequena trinca na superfície
– Pulsos com duração inferior a 1ms.
• Falha em estágio avançado
– Pitting
– Pulsos de maior duração (diversos ms)
Less than 1 ms
Teste em laboratório
• Simulação de sinal vibracional
– Desgaste inicial, 0.05g amplitude, pulso de 0.5
– Desgaste avançado, 0.05g amplitude, pulsos de 2 ms.
• Medições comparativas
Desgaste inicial
• Falha potencial • 94% de error na amplitude • Falha visível • Amplitude correta Espectro PeakVue Amplitude 0.05 g Espectro Demodulado Amplitude 0.003 gDesgaste avançado
• Falha Visível • 88% de erro na amplitude • Falha Visível • Amplitude correta Espectro PeakVue Amplitude 0.05 g Espectro Demodulado Amplitude 0.003 gPeakVue
• Resumo PeakVue – Clara detecção da falha em ambos os casos – Medição correta da amplitude em ambos os casos. Desgaste avançado Amplitude Real Desgaste Inicial Amplitude RealDemodulação
• Resumo da Demodulação – Detecção da falha não evidente no estagio inicial– Amplitudes dos sinais mudam com a duração do pulso. (84-92% de erro) Desgaste Avançado Amplitude 0.006 g Desgaste Inicial Amplitude 0.003 g
Benefícios - PeakVue
• Indicação antecipada da ocorrência da falha
– melhor informação, maior tempo de planejamento
• Amplitude correta dos sinais vibracionais
– acuracidade nas tendências dos sinais
• Menor interferência de ruído nos espectros
• Resultados mais confiáveis, maior acuracidade no diagnostico.
Diagnose de vibrações em
engrenagens
• Desgaste em engrenagens
– O desgaste se dá pelo deslizamento na entrada e saída dos dentes e fadiga por compressão no
engrenamento.
– Quando do desgaste das engrenagens as
harmônicas da frequência de engrenamento tendem a crescer.
Diagnose de vibrações em
engrenagens
•
Análise Cepstral (Cepstrum de potência)
– Espectro de potência do Logaritmo.
– Ferramenta utilizada para identificar famílias de bandas laterais com igual espeçamento e evidenciá-las somente em um pico.
Diagnósticos no RBMware
• Verificar pontos e bandas com alarmes
Alarme de FALHA (FAULT)
Alarme de ALERTA (ALERT)
Valores dentro dos limites de Alarme PONTOS MONITORADOS B A N D A S
Referências bibliográficas
• KARDEC, Alan; NASCIF, Julio. Manutenção
Função Estratégica. Rio de Janeiro: 2ª Ed. QUALITYMARK, 2002.
• L.X. Nepomuceno, Técnicas de Manutenção
Preditiva V.1 e 2.
• VIANA, Herbert R.G. PCM – Planejamento e Controle da Manutenção.