• Nenhum resultado encontrado

As contribuições da literatura infantil na formação de leitores críticos e conscientes.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "As contribuições da literatura infantil na formação de leitores críticos e conscientes."

Copied!
57
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

VANNUCYA MABEL CÂNDIDO ESTRELA WATT

AS CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA INFANTIL NA

FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS E CONSCIENTES

CAJAZEIRAS - PB

2009

(2)

AS CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA INFANTIL NA

FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS E CONSCIENTES

Monografia apresentada ao Curso de

Licenciatura em Plena em Pedagogia

do

Centro

de

Formação

de

Professores da Universidade Federal

de Campina Grande, como requisito

parcial para obtenção do título de

Licenciada em Pedagogia.

Orientadora: Professora Ma. Maria Janete de Lima.

CAJAZEIRAS - PB

2009

(3)
(4)

A S C O N T R I B U I C O E S D A L I T E R A T U R A I N F A N T I L N A F O R M A C A O DE L E I T O R E S C R i T I C O S E C O N S C I E N T E S

A p r o v a d o e m : d e d e 2 0 0 9 .

P r o f e s s o r a Orientadora M s . M a r i a J a n e t e d e Lima

(5)

A o s m e u s pais, O s m i l d o e Giselda, por m i n h a c a u s a , e m p e n h a n d o - s e e m dar o m e l h o r d e si na m i n h a f o r m a c a o e n q u a n t o individuo, p e l o amor, carinho e e s t i m u l o q u e m e o f e r e c e r a m . A o m e u e s p o s o Craig o q u a l s e m p r e m e e n c o r a j o u a prosseguir e a m i n h a filha A n a Alicja q u e c o m o s e u sorriso m e l e m b r a v a q u e e u the seria c o m o e x e m p l o . A o s m e u s a m i g o s os q u a i s a c r e d i t a r a m q u e e u seria c a p a z d e c h e g a r a t e a q u i . A t o d o s estes. d e d i c o e s s a conquista c o m o gratidao.

(6)

Agradeco primeiramente a Deus, por sua graga e amor incondicional a mim dispensado, mesmo julgando n i o ser merecedora de tanto. A Ele que me concedeu a bencao de mais uma vitoria e me agracia dia - apos - dia com um amanhecer e a oportunidade de poder continuar prosseguindo numa Jornada que sinto estd apenas no inicio, todo m e u amor e gratidao.

Ao meu esposo Craig David, companheiro de todas as horas que mesmo nos momentos e m que precisou estar ausente sempre me apoiou, ajudando-me a nunca desistir mesmo diante das dificuldades. Todo esse companheirismo e cumplicidade foram essenciais para a realizacao dessa conquista.

A minha filhinha Ana Alicja, meu pequeno raio de sol. Ela chegou j a no final dessa Jornada academica, me trazendo a alegria de ser m i e no momenta e m que compartilho com todos a conquista dessa realizacao profissional.

Aos meus pais Osmildo e Giselda os quais sempre buscaram demonstrar o importante valor do conhecimento para o ser humano. E o quanta estudar me traria dignidade. Sempre me foram exemplos de honestidade responsabilidade.

A minha amiga Ceica, mais do que amiga, irma por afinidade, por toda forca, carinho e c o m p r e e n s i o e com quern sei que posso contar a qualquer momenta.

Agradeco a ajuda prestimosa d e minha orientadora, Maria Janete, pela paciencia e carinho com que sempre me acolheu, mostrando-me atraves do seu conhecimento, q u e para ensinar e preciso competencia e dedicacSo, buscando sempre refletir sobre a pratica docente concernente a formacao de cidadaos crlticos e conscientes.

DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMAQAO DE PROFESSORS 8IBL10TECA SET0R1AL

(7)

"Tire-se a o h o m e m a c a p a c i d a d e d e sonhar, o p o d e r d a i m a g i n a c a o criadora e c o n t e m p l a t i v a , e d i g a - n o s o q u e resta nele, o u melhor, o q u e fica d a criatura h u m a n a ? ! "

" S o n h a r e p r e e n c h e r v a z i o s , e cnar c o n d i c o e s t e r a p e u t i c a s para o s impactos d a r e a l i d a d e; e libertar-se. e n f i m !

(8)

A p r e s e n t s p e s q u i s a intitulada A S C O N T R I B U I C O E S D A L I T E R A T U R A I N F A N T I L N A F O R M A C A O D E L E I T O R E S C R l T l C O S E C O N S C I E N T E S , d e u - s e m e d i a n t e a n e c e s s i d a d e q u e a escola e n f r e n t a para a f o r m a c a o d e a l u n o s leitores. E a literatura infantil s u r g e p a r a a p r e s e n t a r a crianca o m u n d o ludico, m a g i c o e e n c a n t a d o r q u e a leitura p o d e proporcionar. O q u e m o t i v o u a realizacao d e s t e trabalho f o i o fato d e q u e a s c r i a n c a s d e m o n s t r a m prazer n a leitura d e historinhas o u c a n t a n d o c a n c o e s , m a s c o m o p a s s a r d o s a n o s a b a n d o n a m o habito d a leitura. D a i a razao d e introduzir d i v e r s o s g e n e r o s literarios n o s c o n t e u d o s d a s a u l a s , p o r acreditar q u e q u a n t a m a i s e x p e r i e n c i a s a g r a d a v e i s t i v e r e m c o m a leitura d u r a n t e a infancia, m a i o r e s s e r a o a s c h a n c e s d e q u e v e j a m n a leitura m a i s q u e u m m o m e n t a d e lazer e s i m o p o r t u n i d a d e d e c o n h e c i m e n t o . A m e t o d o l o g i a aplicada foi o e s t u d o d e c a s o , s e n d o aplicada n a E.E.E.F D e s e m b a r g a d o r Boto, e o instrumento para a c o l e t a d e d a d o s f o i o q u e s t i o n a r i o , o q u a l aplicou-se a v i n t e a l u n o s d o s e g u n d o a n o d o e n s i n o f u n d a m e n t a l , tres p r o f e s s o r a s e n d o d u a s a t u a n d o nos s e g u n d o a n o e a outra no primeiro a n o d o e n s i n o f u n d a m e n t a l e a g e s t o r a d a e s c o l a s u p r a c i t a d a . P 6 d e - s e o b s e r v a r a t r a v e s d e p e s q u i s a teorica o c o n s e n s o q u e h a e n t r e muitos e s t u d i o s o s s o b r e a importancia d a literatura infantil e c o m o e l a contribui c o m a f o r m a c a o d e leitores, a l g u n s a i n d a r e s s a l t a m q u e e l a d e v e s e r introduzida n a e s c o l a o q u a n t a a n t e s a s c r i a n c a s , n a o a s p r i v a n d o d e desfrutar d o m u n d o " m a g i c o " literario. Diante d a importancia d a literatura infantil c o m o u m m e i o facilitador para g e r a r n o s a l u n o s o habito d a leitura, p r o c u r o u - s e p o r m e i o d e s t e t r a b a l h o , investigar d e q u e m a n e i r a efa e s t a v a s e n d o trabaiftada e m sala d c a u l a incentivando a leitura, q u a l o s e u significado para a s criancas e a v e r a c i d a d e sobre o prazer q u e o s g e n e r o s literarios p r o p o r c t o n a m a o s a l u n o s .

P a l a v r a s - c h a v e : E s c o l a ; L e i t u r a ; L i t e r a t u r a ; Literatura Infantil;

C o n h e c i m e n t o .

DECAMpiNA GRANDE CENTRO DE FORMAQAO DE PROFESSORS

BIBUOTECA SETORIAL CAJAZEtRAS - PARAlBA

(9)

R E S U M O , 6

I N T R O D U C A O 8

1 A I M P O R T A N C I A D A E D U C A C A O E D A L E I T U R A P A R A A F O R M A C A O D O

S U J E I T O 10 1.1 Educacao Infantil: conceitos e historicidade 13

1.2 A Leitura 17 1.3 A Literatura 19

2 A L I T E R A T U R A I N F A N T I L 2 2 2.1 A importancia d a literatura infantil n o c o m p o r t a m e n t o d o s leitores 2 3

2.2 A literatura infantil n a escola 2 5

3 P E R C U R S O M E T O D O L O G I C O 3 0 3.1 E s t u d o d e C a s o 3 0 3.2 A n a l i s e s d o s d a d o s d o questionario d o s a l u n o s ...31 3.3 A n a l i s e s d o s d a d o s d o questionario d a s p r o f e s s o r a s 3 3 3.4 A n a l i s e s d o s d a d o s d o questionario d a g e s t o r a ..35 3.5 A n a l i s e d o estagio: f o r m a c a o e p r a t i c a . . . 3 6 C O N C I D E R A Q O E S F I N A I S 4 6 R E F E R E N C E S B I B L I O G R A F I C A S 4 8 A N E X O S • 50 DE CAMPINA GRANDE

CINTRO DE FORMACAO DE PROFESSORS 8IBLI0TECA SETORWL

(10)

C o m u m e n t e a s o c i e d a d e m o d e r n a v e m s e n d o s u r p r e e n d i d a c o m situacoes e n v o l v e n d o a rede d e e n s i n o q u e c a u s a m u m certo d e s c o n f o r t o e p o r q u e n a o dizer, u m total d e s c r e d i t o n o s i s t e m a e d u c a c i o n a l v i g e n t e . S a o c a s o s d e violencia d e n t r o e f o r a d a e s c o l a , a u s e n c i a d e v a l o r e s eticos, m o r a i s e sociais, d e s v a l o r i z a c a o d o s e r h u m a n o d i a n t e d e p e n s a m e n t o s e g o i s t a s e m e s q u i n h o s .

Diante d e s s a realidade, suscitar n o h o m e m atitudes d e respeito p o r si e pelo p r o x i m o , constitui-se u m desafio para a e d u c a c a o , isso p o r ser vista c o m o u m a " a r m a " contra a s injusticas sociais.

A f o r m a c a o d e sujeitos reflexivos o u n a o , alheios a s relacoes d e d o m i n i o , r e c e b e r a influencia d e praticas e d u c a t i v a s , contribuindo c o m a p r o p a g a g a o d e postura d e a l u n o s ativos o u passivos e m sala d e a u l a , o q u e refletira e m s e u c o m p o r t a m e n t o diante d a realidade. E n e s s e p r o c e s s o d e f o r m a c a o d e c i d a d a o s c o n s c i e n t e s , o a t o d a leitura e d e g r a n d e importancia, haja vista q u e e l a contribui para q u e o sujeito c o n h e c a s u a s c o n d i c o e s d e v i d a .

N e s s e d i a p a s a o , o p r e s e n t e t r a b a l h o m o n o g r a f i c o , A S C O N T R I B U I C O E S D A L I T E R A T U R A I N F A N T I L N A F O R M A C A O D E L E I T O R E S C R l T I C O S E C O N S C I E N T E S , b u s c a a c o m p r e e n s a o d a importancia d a leitura para a f o r m a c a o d o sujeito e s e p a u t a r a n o u s o d a literatura infantil e m sala d e aula, c o m o u m m e i o divertido, criativo e p r a z e r o s o para o a l u n o . A literatura infantil s u r g e para contribuir para a f o r m a c a o d e leitores inicialmente criancas, m a s c o m c o n d i c o e s d e t o m a r e m -s e leitore-s critico-s e reflexivo-s, diante d a pratica d a leitura.

O f a s c i n i o q u e a s c r i a n c a s tern pelo m u n d o m a g i c o d a s historinhas, e perceptive! a o s olhos d e q u a l q u e r u m . Q u a l d e l a s n u n c a o u v i u a historinha d o lobo m a l , d a princesa a d o r m e c i d a , d a s b r u x a s e m o n s t r o s , e n t r e t a n t a s o u t r a s , e n a o f i c a m atentas a o e n redo?

E m razao d o e n v o l v i m e n t o entre a literatura infantil e a crianca, h a a possibilidade d e apresentar a o s a l u n o s o m u n d o d a leitura, atraves d a satisfagao q u e a literatura infantil p r o p o r c i o n a . O u seja, s e o s a l u n o s t i v e r e m e x p e r i e n c i a s d e leitura c o m c o n t o s infantis, m u s i c a s , gib is e n t r e o u t r a s e x p r e s s o e s literarias, eles p a s s a r a o a v e r a leitura c o m o u m a o p o r t u n i d a d e d e soltar a i m a g i n a c a o , a f a n t a s i a e se divertirem.

U j s P ' ^ P P A C I r c*^FRAL DE CAMPINAGRANDE

CENTRO DE FORMAQAO DE PROFcSSOkZS BIBUOTECA SETORIAL

(11)

E, portanto, importante que se reconheca na inf§ncia esse perfodo de criatividade e m potencial e assim a crianca podera tornar-se leitora por prazer e nao por imposieao. E a idealizacao deste trabalho deu-se ao se perceber que mesmo quando ainda s3o criancas e gostam que leiam historinhas para eles, a grande parte dos alunos na adolescencia, abandonam o habito da leitura.

Sendo assim o presente trabalho monografico, tern como objetivo geral identificar e analisar de que forma a literatura infantil esta se desenvolvendo e m sala de aula. E como objetivos especificos identificar como acontece, e m sala de aula, o incentivo a leitura; compreender o significado da leitura para as criancas e contribuir com a insercao da literatura infantil no processo de alfabetizacao da crianca.

Estudos comprovam que se forma um leitor ate mais ou menos quatorze anos de idade, todavia esse n i o e um processo rapido, ele ocorre desde os primeiros passos da crianca, dando a ela a chance de conviver com histbrias, lendas e poesias, tudo num contexto adequado para cada fase da crianca.

Dessa forma, observa-se que a importancia de desenvolver na crianca a pratica da leitura, desencadeou a escolha da clientela de vinte alunos, com idade na faixa dos sete anos, cursando o segundo ano do ensino fundamental da Escola Estadual de Ensino Fundamental Desembargador Boto, Cajazeiras, Paraiba, para a realizacao do estagio.

A metodologia escolhida para ser aplicada a essa pesquisa foi o estudo de caso. E a coleta de dados foi feita por meio da aplicacao de questionarios aos alunos, professoras e gestora.

Assim sendo, a presente monografia encontra-se divida e m tres capftulos. O primeiro capitulo fala sobre a importancia da educacao e da leitura para a formacao do sujeito, apresentando de forma geral como a leitura contribui com a construcao de pessoas mais conscientes. Incluindo o conceito e uma breve evolucao histarica da educacao infantil e a importancia do uso da leitura e da literatura como elementos enriquecedores das aulas.

O segundo capitulo se concentra na literatura infantil, observando o quanta ela exerce um encantamento nas criancas diante do aspecto ludico, podendo influenciar o comportamento dos leitores. Outro ponto destacado e a literatura infantil na sala de aula, demonstrando o quanta o ambiente escolar pode promover meios de apresentar a literatura para as criancas, bem como a importancia do papel do professor como mediador entre o aluno e a literatura infantil.

(12)

A I M P O R T A N C I A D A E D U C A C A O E D A L E I T U R A P A R A A F O R M A C A O D O S U J E I T O

A o s e lancar u m olhar e m b u s c a d e s e c o n h e c e r a s n e c e s s i d a d e s a p r e s e n t a d a s na a t u a l i d a d e , e p o s s i v e l p e r c e b e r q u e elas s a o i n u m e r a s , p o d e n d o ser citado a l g u m a s c o m o a violencia d e n t r o e f o r a d a e s c o l a , a a u s e n c i a d e valores eticos, m o r a i s e sociais, a d e s v a l o r i z a g a o d o ser h u m a n o diante d e p e n s a m e n t o s e g o i s t a s e m e s q u i n h o s . E n f i m , s a o m u i t o s os p r o b l e m a s q u e m e r e c e m a a t e n c a o da s o c i e d a d e , f a m i l i a e e d u c a d o r e s .

Diante d e s s a realidade, suscitar no h o m e m atitudes d e respeito por si e pelo p r o x i m o , constitui-se u m d e s a f i o para a e d u c a c a o , isso por ser vista c o m o u m a " a r m a " c o n t r a as injustigas sociais. A s s i m afirma Freire, "a e d u c a c a o m o d e l a as a l m a s e recria o s c o r a c o e s , ela e a a l a v a n c a d a s m u d a n c a s sociais." ( 2 0 0 5 , p. 2 8 ) . Isso p o r q u e para ele, s a o a s c o n d i c o e s sociais q u e a p r i s i o n a m e " c a s t r a m " a c a p a c i d a d e d o sujeito se c o n h e c e n d o , c o n h e c e r o m u n d o no q u a l e n c o n t r a - s e inserido.

A e d u c a c a o a p r e s e n t a - s e c o m o u m m e i o q u e possibility a o h o m e m , ter consciencia d e sua c o n d i c a o n o m u n d o , p o d e n d o t r a n s f o r m a - l o d e a c o r d o c o m s u a s n e c e s s i d a d e s , n i o se d e i x a n d o s u b j u g a r pelos interesses d a s c l a s s e s d o m i n a n t e s . E s s a intervengao na realidade s o s e r a p o s s i v e l a o individuo, m e d i a n t e a c o n s c i e n t i z a c a o d o s e u p o d e r d e a g i o e d e m u d a n g a social, pois c o m o b e m afirmou Freire ( 2 0 0 0 , p 33):

Na m e d i d a e m q u e n o s t o r n a m o s c a p a z e s d e t r a n s f o r m a r o m u n d o , d e d a r

n o m e a s c o i s a s , d e p e r c e b e r , d e inteligir, d e d e c i d i r , d e e s c o i h e r , d e v a l o r a r , d e f i n a l m e n t e , e t i c i z a r o m u n d o , o n o s s o m o v e r - n o s n e l e e n a historta v e m

e n v o l v e n d o n e c e s s a r i a m e n t e s o n h o s por c u j a realizacao n o s b a t e m o s .

A f o r m a g a o d e sujeitos reflexivos o u n a o , alheios a s relagoes d e d o m i n i o , r e c e b e r a influencia d e praticas e d u c a t i v a s , contribuindo c o m a propagagSo d e

DtCAMPINA(3Rf,NDE

CENTR0 DE FORMACAO DE PROFESSORS BIBU0TECA SET0RIAL

(13)

postura d e a l u n o s ativos o u p a s s i v o s e m sala d e aula, o q u e refletira e m s e u c o m p o r t a m e n t o d i a n t e d a realidade.

N e s s e p r o c e s s o d e f o r m a c a o d e c i d a d a o s c o n s c i e n t e s , o ato d a leitura e d e g r a n d e importancia, pois s e g u n d o Martins ( 1 9 9 4 , p. 17), "ler significa inteirar-se d o m u n d o s e n d o t a m b e m u m a f o r m a d e conquistar a u t o n o m i a d e deixar d e 'ler pelos o l h o s d e o u t r e m ' . " . A s s i m a leitura contribuira para q u e o sujeito c o n h e c a s u a s c o n d i c o e s d e vida.

E interessante ressaltar q u e Martins, a s s i m c o m o Freire, t r a t a m d a leitura n a o a p e n a s c o m o u m a d e c o d i f i c a c a o d e sinais, m a s s i m , c o m o u m m e i o d e libertacao d a s c o n d i c o e s sociais, p o r m e i o d a q u a l s e c h e g a a c o n s c i e n t i z a c a o , p o d e n d o s e r u s a d a c o m o u m a f e r r a m e n t a reprodutora e m a n t e n e d o r a d e d e s i g u a l d a d e s sociais. A leitura d a "a i m p r e s s a o d e o m u n d o e s t a r a o nosso a l c a n c e ; n a o s o p o d e m o s c o m p r e e n d e - l o , conviver c o m ele, m a s a t e modifica-lo a m e d i d a q u e i n c o r p o r a m o s e x p e r i e n c i a s d e leitura." ( 1 9 9 4 , p. 17).

A i n d a q u e s e t e n h a na leitura, u m c a m i n h o para a e m a n c i p a c a o intelectual d o h o m e m , a a u t o r a a c i m a citada, e preciso u m p r o c e s s o , a s s i m coloca a a q u i s i c a o d a leitura, vai s e d a n d o p o r m e i o d e e t a p a s o u niveis, e a principio, s e d a r a o m e d i a n t e a s relacoes existentes entre o sujeito e o objeto lido. O s niveis b a s i c o s d a leitura, por ela sugeridos s a o o s niveis s e n s o r i a l , e m o c i o n a l e intelectual.

C o m o a leitura e d i n a m i c a e c i r c u n s t a n c i a d a , e s s e s t r e s n i v e i s s a o inter-r e l a c i o n a d o s , s e n a o s i m u l t a n e o s , m e s m o s e n d o u m o u o u t inter-r o p inter-r i v i l e g i a d o , s e g u n d o a e x p e r i e n c i a , e x p e c t a t i v a s , n e c e s s i d a d e s e i n t e r e s s e s d o leitor e d a s c o n d i c S e s d o c o n t e x t o g e r a l e m q u e s e i n s e r e . ( I d e m , p. 3 4 ) .

A c o m p r e e n s a o d e q u e o p r o c e s s o d e leitura evolui d e a c o r d o c o m o interesse d o sujeito pelo q u e s e ie, requer a disponibilizacao d e artificios para q u e o leitor seja, inicialmente, cativado por a l g u m a s caracteristicas c o m o c o r e s , textura, etc., e p o s t e r i o r m e n t e e l a s e d a r a e m niveis m a i s racionais e m e n o s s e n t i m e n t a i s e sensorials.

O u t r o autor e s t u d a d o n e s t e trabalho e C a n d i d o ( 1 9 8 8 , p 2 4 2 ) , o q u a l v e m dizer q u e a literatura s e a p r e s e n t a " e m t o d o s o s niveis d e u m a s o c i e d a d e , e m t o d o s o s tipos d e cultura, d e s d e o q u e c h a m a m o s folclore, lenda, chiste, a t e a s f o r m as m a i s c o m p l e x a s

DE CAMPINA GRANDE

CEMTRO DE FORMACAO DE PROftSSOnZS

(14)

e dificeis d a produgao escrita d a s g r a n d e s civilizagoes.". D a i s e justificar o u s o d a literatura c o m o u m artificio n a c o n s t r u c a o d e leitores, pois n a s s u a s m a i s diversas m o d a l i d a d e s , e l a propicia, n a s palavras d e C a n d i d o (1988, p 2 4 9 ) . o e x e r c i c i o d a r e f l e x a o , a a q u i s i c a o d o s a b e r , a b o a d i s p o s i c a o p a r a c o m o p r o x i m o , o a f i n a m e n t o d a s e m o c d e s , a c a p a c i d a d e d e p e n e t r a r n o s p r o b l e m a s d a v i d a , o s e n s o d a b e l e z a , a p e r c e p c a o d a c o m p l e x i d a d e d o m u n d o e d o s s e r e s , o c u l t i v o d o h u m o r . A t r a v e s d a literatura e p o s s i v e l d e s p e r t a r n o s sujeitos, t a n t o o s s e n t i m e n t o s e a s e m o g o e s c o m o o s e u intelecto. T e m - s e nela a u m a o p o r t u n i d a d e d a s u p e r a g a o d e u m d o s desafios q u e e a e x p l o r a g a o d o h o m e m p e l o h o m e m , c o m o intuito d e s e c h e g a r a u m a s o c i e d a d e m a i s j u s t a , na q u a l o s direitos s a o c o n h e c i d o s e e x e r c i d o s . A i n d a q u e d i a n t e d e t a n t o s m e i o s q u e c o n t r i b u e m c o m a f o r m a g a o d e leitores, c o m o explicar q u e a m a i o r i a d o s e d u c a d o r e s a f i r m a q u e a falta d o habito d a leitura c o n t i n u a m s e n d o u m d o s p r o b l e m a s m a i s c o m u n s e m sala d e a u l a ? M e s m o q u e muitos c o n c o r d e m e m dizer q u e a s c r i a n c a s s a o e n v o l v i d a s e e n c a n t a d a s petas "estorinhas" infantis, f i b u l a s , d e s e n h o s , c a n g o e s e m u i t a s o u t r a s f o r m a s d e l i n g u a g e m literaria. P o r e m o s q u e antes e r a m a m a n t e s d a literatura, c o m o p a s s a r d o s a n o s , t o r n a m - s e indiferentes a o q u e e l a Ihes p o d e proporcionar e m s u a f o r m a c a o c o m o s e r e s c o n s c i e n t e s , c o m o c i d a d a o s .

O e n v o l v i m e n t o q u e a crianca a p r e s e n t a pelos t e x t o s literarios, a c o n t e c e , inicialmente, rnedtante a s p e c t o s ludicos, c o m f i g u r a s e c o m o j o g o d a s palavras. Isso s e constitui u m a d a s r a z o e s para q u e e s t e trabalho s e volte a m o d a l i d a d e d a Literatura Infantil. A c r e d i t e n d o - s e q u e a o s e construir u m a b a s e soiida para o d e s e n v o l v i m e n t o d o habito d a leitura na crianga, e l a n a o p e r d e r a o p r a z e r e c o m e l e o q u e e r a habito t o r n e - s e

ifiCO"" ;-:z> o :,.1:.'c.". . J us anos -jeguirao s e m m u i t a s d i f i c u l d a d e s

para a realizagao d e leituras reflextvas.

A a t e n c a o d a d a a f a s e infantil, n e s t e t r a b a l h o , d e u - s e e m virtude d a c o n c o r d a n c i a c o m o p o s i c i o n a m e n t o d e C a r v a l h o ( 1 9 8 5 , p 2 0 - 2 1 ) , q u a n d o d i z q u e ...a c r i a n c a e c r i a t i v a e p r e c i s a d e m a t e r i a - p r i m a s a d i a , e c o m b e l e z a , p a r a o r g a n i z a r s e u ' m u n d o m a g i c o ' , s e u u n i v e r s o p o s s i v e l o n d e e l a e a d o n a UN'YLv.SiCADZ FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFtSSORES

(15)

a b s o l u t a , c o n s t r o i e d e s t r o i . C o n s t r o i e cria, realizando-se e realizando tudo

o q u e e l a d e s e j a . (...) A literatura Infantil, e n r i q u e c e n d o a i m a g i n a c a o d a c r i a n c a , v a i o f e r e c e r - l h e c o n d i c o e s d e l i b e r a c a o s a d i a , e n s i n a n d o - l h e a l i b e r t a r - s e p e l o espi'rito: l e v a n d o - a a u s a r o r a c i o c f n i o e a c u l t i v a r a l i b e r d a d e .

E a s s i m d e s e n v o l v e r o habito d a leitura c o m o u m a f o n t e d e prazer, h a b i t u a n d o o sujeito a ler, v e r e ouvir o b o m e o belo, d e m a n e i r a a tornar-se u m a m a n t e d a leitura.

Diante d o e x p o s t o , e p o s s i v e l concluir q u e o d e s e n v o l v i m e n t o d o habito d a leitura e u m t e m a q u e v e m s e n d o e s t u d a d o , m u i t o e m b o r a , isso n a o signifique q u e e l e tern d e i x a d o d e s e r u m desafio e n f r e n t a d o p o r e d u c a d o r e s . O p r e s e n t e t r a b a l h o busca contribuir c o m a a m p l i a c a o d e d i s c u s s o e s relacionadas a q u e s t o e s e d u c a c i o n a i s . S u a importancia e n c o n t r a - s e n o intuito d e s e o b t e r a f o r m a c a o d e leitores p o r m e i o d a literatura infantil, e m virtude d a c o m p r e e n s a o d e q u e p o r ela a c r i a n c a e levada a o m u n d o d a leitura d e m o d o prazeroso. Para o reforgo d o d i r e c i o n a m e n t o d e s t e e s t u d o a crianca, faz-se, pois n e c e s s a r i o m a i s u m a citacao d e C a r v a l h o ( 1 9 8 5 , p 194) d i z e n d o q u e :

e n a i n f a n c i a q u e s e a d q u i r e o h a b i t o d e ler. E n a c r i a n c a q u e e s t a o t o d a s a s p o t e n c i a l i d a d e s e d i s p o n i b i l i d a d e s p a r a o prazer d a leitura. E e e v i d e n t e t a m b e m q u e s e t o r n a n e c e s s a r i o abrir a s j a n e las d e s s e m u n d o m a r a v i l h o s o . . .

Isso m o s t r a q u e a c a p a c i d a d e criativa d a s criangas p o d e s e r e s t i m u l a d a p o r situagoes d i v e r s a s , e a leitura e u m a d e l a s . A crianga tern a o p o r t u n i d a d e d e c o n h e c e r a leitura atraves d a m a g i a q u e a literatura infantil o f e r e c e .

1.1 E d u c a g a o Infantil: c o n c e i t o s e historicidade

M e s m o a n t e s d o s u r g i m e n t o d e instituigoes e s c o l a res, a aquisigao d o c o n h e c i m e n t o n a o e r a introduzido a o sujeito a p e n a s n a idade j u v e n i l e adulta. A i n d a q u a n d o crianga, o m e i o familiar, atraves d a figura m a t e r n a o u outra p e s s o a r e s p o n s a v e l , a p r e s e n t a v a o s primeiros c o n c e i t o s , p e r p a s s a n d o habrtos e c o s t u m e s d a e p o c a . O q u e n a o significava q u e havia u m a e d u c a g a o v o l t a d a a s

UN'VEASICAD;: r r ^ E R A L

DECAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFESSORZS B1BLI0TECA SET0R1AL

(16)

n e c e s s i d a d e s e habilidades infantis, isso p o r q u e , a figura d a crianga e r a a s s o c i a d a a u m adulto e m miniatura ( G U I R A L D E L I , 2 0 0 6 ) .

O c o n c e i t o d e infancia m u d o u c o n s i d e r a v e l m e n t e d e s d e a antiguidade. C o m o f o i citado, a crianga e r a vista c o m o u m a d u l t o e m proporgoes m e n o r e s , d a i ser e d u c a d a para s e c o m p o r t a r c o m o t a l . E m contrapartida, a a t u a l i d a d e a p e r c e b e c o n s i d e r a n d o s e u imaginario e criatividade, e isso f o i p o s s i v e l m e d i a n t e e s t u d o s s o b r e o c o m p o r t a m e n t o infantil, muitos d o s q u a i s d e m o n s t r a m s e r e s s a u m a idade bastante propicia para a iniciagao d a e d u c a g a o f o r m a l m e n t e .

A s s i m afirma M e n d e s ( 1 9 9 9 , p 4 8 ) q u a n d o diz; E n e s s a f a i x a d e i d a d e q u e b i o l o g o s , p s i c o l o g o s , t e r a p e u t a s , p e d a g o g o s e o u t r o s e s p e c i a l i s t a s t e r n d e m o n s t r a d o a i m p o r t a n c i a n a f o r m a c a o d a c r i a n c a , p o i s e n o s p r i m e i r o s a n o s d e v i d a q u e p r a t i c a m e n t e s e f o r m a o p o t e n c i a l m o t o r , p s i c o l o g i c o e s o c i a l d a c r i a n c a . E s s a n o c a o d e i m p o r t a n c i a d a i n f a n c i a e r e l a t i v a m e n t e i m p o r t a n t e e s u r g i u c o m a e v o l u c a o d o c a p i t a l i s m o .

Diante d a a p r e s e n t a g a o d a importancia d a e d u c a g a o infantil, a c i m a citado, a i n d a s e f a z n e c e s s a r i o recorrer, m e s m o q u e d e m a n e i r a superficial a historicidade e s e t e r u m a v i s a o d e c o m o s e d e u e tern s e d a d o a E d u c a g a o Infantil n o Brasil. A importancia d e citar o p e n s a m e n t o d e a l g u n s e s t u d i o s o s justifica-se pelo f a t o d e q u e praticas p e d a g o g i c a s s e c o n s t i t u e m a partir d e s s e s e s t u d o s s o b r e e d u c a c a o .

N o s e c u l o X V I I , n a s c e u J e a n J a c q u e s R o s s e a u ( 1 7 1 2 - 1 7 7 8 ) e m G e n e b r a na S u i g a . S u a contribute!© para a E d u c a c a o refere-se a o a s p e c t o revoiucionario no p r o c e s s o e d u c a c i o n a l , isso s e d e u pela i n v e r s i o d o centro d a a p r e n d i z a g e m , q u e a t e e n t a o s e e n c o n t r a v a n o professor, p o r e m c o m u m a visao diferente d a q u e l a e p o c a , R o s s e a u , s e g u n d o R o s a ( 1 9 7 4 , p 158), n a o v e n a crianga u m s e r e m miniatura, m a s p o s s u i d o r a d e inocencia e b o n d a d e . D e s s a f o r m a a s criangas p a s s a m a estar n o centro d o s interesses p e d a g 6 g i c o s . P a r a e l a a e d u c a g a o d e v e a c o n t e c e r d e m a n e i r a e s p o n t a n e a , pois diz:

R o s s e a u c o m o " a m a n t e d a n a t u r e z a " , q u e r q u e s e j a r e t o m a d o o c o n t a t o s a u d a v e l c o m a n i m a i s , p l a n t a s e f e n d m e n o s f i s i c o s d o s q u a i s o h o m e m

D£ CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFESSORS BIBLIOTECA SETORIAL

(17)

u r b a n o f r e q u e n t e m e n t e se d i s t a n c i a {...] V e - s e ai a importancia da

e x p e r i § n c i a , d a e d u c a g a o a t i v a v o l t a d a p a r a a v i d a , d a a g a o c u j o p r i n c i p a l m o t o r d e v e r s e r a c u r i o s i d a d e .

E i m p o r t a n t e citar o p e n s a m e n t o d e a l g u n s e s t u d i o s o s , pois a s praticas p e d a g o g i c a s s e c o n s t i t u e m a partir d e s s e s e s t u d o s s o b r e e d u c a g a o . Para R o s s e a u ( a p u d O L I V E I R A , 2 0 0 2 , p 6 5 ) , o c o n h e c i m e n t o acontecia m e d i a n t e a relagao d o h o m e m c o m a n a t u r e z a . Isso n a o a g r a d a v a o s religiosos p o r s e r u m a e d u c a g a o c o m muita "liberdade", s e m o controle d o s adultos.

Pestallozi ( 1 7 4 6 - 1 8 2 7 ) , s u i g o - a l e m a o , s e g u e e m muito a s ideias d e R o s s e a u , a c e i t a n d o a "tese d a b o n d a d e inata; p o r isso, d e d i c a , d e preferencia, c u i d a d o s e s p e c i a i s a e d u c a g a o d a s criangas d a m a i s t e n r a i d a d e e d a s d e s e r d a d a s e n t r e elas." ( R O S A , 1 9 7 4 , p 2 2 8 ) . Ele direciona s e u s t r a b a l h o s a s criangas p o b r e s b u s c a n d o r e e d u c a - l a s d e m o d o a conciliar u m a f o r m a g a o geral c o m u m a profissional, e d e s s a f o r m a a p r i m o r a r a inteligencia, a m o r a l e a t e c n i c a . R o s a (1974, p 185) a i n d a diz: P e s t a l o z z i c o n s i d e r a o h o m e m com u m t o d o c u j a s p a r t e s d e v e m s e r c u l t i v a d a s . R e f e r e - s e a u n i d a d e e s p i r i t o - c o r a c a o - m a o e a i m p o r t a n c i a d o d e s e n v o l v i m e n t o d a t r i p l i c e a t i v i d a d e c o n h e c e r - q u e r e r - a g i r , p o r m e i o d a q u a l s e d a o a p r i m o r a m e n t o d a i n t e l i g e n c i a , d a m o r a l e d a t e c n i c a .

S i m p a t i z a n t e d e Pestalozzi, Froebel ( 1 7 8 2 - 1 8 5 2 ) nascido n a A l e m a n h a , t a m b e m contribuiu n o c a m p o d a e d u c a g a o infantil, p o r m e i o d a c o m p r e e n s a o d a importancia d e atividades ludicas d u r a n t e o p r o c e s s o d e a p r e n d i z a g e m c o m criangas. P o r c o n s i d e r a r q u e a f a s e infantil e a b a s e para o d e s e n v o l v i m e n t o d o individuo, e q u e , R o s a ( 1 9 7 4 , p 185) afirma: D e m a n e i r a p i o n e i r a f u n d o u o s K i n d e r g a r d e n ( j a r d i n s d e i n f a n c i a ) , f a z e n d o e v i d e n t e a l u s a o a o j a r d i n e i r o q u e c u i d a d a p l a n t a d e s d e p e q u e n i n a p a r a q u e ela c r e s c a b e m , u m a v e z q u e o s p r i m e i r o s a n o s d o h o m e m s a o c o n s i d e r a d o s f u n d a m e n t a l s p a r a s e u d e s e n v o l v i m e n t o p o s t e r i o r . yNn - 7 Q!|? An c F^HFRAL Dt CAMPINA GR/MMDE CENTRO DE FORMACAO DE PROFESSORS

8IBU0TECA SETORIAl

(18)

R e l e m b r a n d o Guiraldeli ( 2 0 0 6 ) , a e d u c a c a o d a crianca e s t a v a sobre o s c u i d a d o s m a t e r n o s o u d e preceptores, a familia e r a e n t a o c o n s i d e r a d a o nucleo d a s o c i e d a d e . P o r e m c o m o p a s s a r d o s t e m p o s , s u r g i r a m outras n e c e s s i d a d e s . E x e m p l o disso e q u e d u r a n t e o p r o c e s s o d e industrializagao a s m u l h e r e s c o m e c a r a m a ingressar no m e r c a d o d e t r a b a l h o , isso significava q u e tanto o s pais c o m o a s m a e s t i n h a m q u e s e a u s e n t a r d e c a s a , quern e n t a o ficaria c o m a s criancas?

E s s a a u s e n c i a d o s pais exigia u m a s o l u c a o para q u e o s filhos n a o f i c a s s e m s o z i n h o s . S e g u n d o M e n d e s ( 1 9 9 9 , p 9 3 ) , e m m e a d o s d e 1 8 8 5 " a p a r e c e m a l g u m a s p o s i c o e s historicas e m f a c e d a e d u c a g a o infantil q u e iriam s e arrastar a t e hoje: o assistencialismo e u m a e d u c a g a o c o m p e n s a t o r i a a o s d e s a f o r t u n a d o s s o c i a l m e n t e . " . O q u e s e devia a o f a t o d e assistirem a criangas d e c a m a d a s p o b r e s , o u seja, a prestagao d e f a v o r e s , n o r t e a n d o - s e p o r u m a s p e c t o assistencial-protetor, atraves d o s q u a i s , s e c o m p e n s a r i a c a r e n c i a s p r o m o v e n d o a s u p e r a g a o d e condigoes sociais d e s i g u a i s , a i n d a q u e a s estruturas g e r a d o r a s d a q u e l e s p r o b l e m a s n a o s e m o d i f i c a s s e m .

E m b o r a e m b a s a d o s e m a s p e c t o s assistencialistas, a p o s t u r a d e m u i t a s instituigoes e d u c a c i o n a i s c o m e g a m a f o m e n t a r o sentido d e d e s e n v o l v e r a intelectualidade e a afetividade, e n t r e outras habilidades, v i s a n d o dar-lhes c o n d i g o e s d e c o m p r e e n d e r e agir s o b r e s u a realidade.

P o d e s e e n t a o o b s e r v a r q u e a e d u c a g a o infantil v a i m u d a n d o s u a visao s o b r e s u a contribuigSo n a f o r m a c a o d o s sujeitos. E o p a p e l d o professor, atraves d e s u a postura c o m o orientador, d e v e d a r condigoes para q u e a crianga d e s e n v o l v a s u a s c a p a c i d a d e s cognitivas, entre outras. P a r a tanto e preciso q u e s e reconhega n a s criangas a possibilidade d a construgao d a s u a c i d a d a n i a . E d e a c o r d o c o m Oliveira ( 2 0 0 2 , p 5 2 ) ,

S e r c i d a d a o signifies s e r tratado c o m u r b a n i d a d e e a p r e n d e r a fazer o

m e s m o e m r e l a c a o a s d e m a i s p e s s o a s , t e r a c e s s o a f o r m a s m a i s i n t e r e s s a n t e s d e c o n h e c e r e a p r e n d e r a e n r i q u e c e r - s e c o m a t r o c a d e e x p e r i e n c i a s c o m o u t r o s i n d i v i d u o s .

DtCAMPINA GRANDE

CENTRO 0E FORMACAO DE PROFESSORS BIBUOTECA SETORIAL

(19)

D e s s a f o r m a , o a m b i e n t e escolar, t o r n a - s e o local n o q u a l a e d u c a g a o a c o n t e c e d e m a n e i r a f o r m a l , a o n d e s e e s p e r a q u e s e c o n h e g a o q u e e s e r u m c i d a d a o . D a i a importancia d a escola c o m p r e e n d e r , d e q u e m a n e i r a ela contribui na f o r m a g a o d o s sujeitos. E a s s i m agir atraves d e s u a pratica p e d a g o g i c a d e m a n e i r a c o n s c i e n t e , o r i e n t a n d o - s e por m e i o d e s u a visao politica. A s s i m afirma Freire ( 2 0 0 5 ) q u a n d o d i z q u e "a e d u c a g a o e u m ato f u n d a m e n t a l m e n t e politico." Isso n o sentido d e q u e a e d u c a g a o s e d a e m virtude d e u m a ideologia t e n d o c o m o resultado c o m p o r t a m e n t o s e m a n c i p a t o r i o s o u conformistas.

1.2 A Leitura

D e s d e o s t e m p o s antigos o h o m e m b u s c a v a m e i o s d e se c o m u n i c a r e d e registrar o s a c o n t e c i m e n t o s , s u r g e e n t a o a escrita. n a o c o m o s e falar e m escrita e n a o associar-se a leitura. A o q u e s e refere a leitura, para Freire (2005), o c o n c e i t o d e leitura n a o s e d e t e m n e m s e e s g o t a n a decodificagao d a palavra, pois a n t e s d a leitura d a palavra acontecer, j a h a a leitura d a " p a l a v r a m u n d o " , o u s e j a , a n t e s d o ingresso n a vida escolar, o individuo j a e n c o n t r a - s e inserido n u m a s o c i e d a d e c o m diferentes n e c e s s i d a d e s , l i n g u a g e n s e realidades particulares.

O sujeito v a i c o n s t r u i n d o a s u a c o m p r e e n s a o d e m u n d o , a t r a v e s d e c o m o as p e s s o a s s e relacionam e n t r e s i , e c o m o m e i o . Isso n a d a m a i s e q u e leitura d e m u n d o .

A i n d a d e a c o r d o c o m Freire ( 2 0 0 5 . p 0 8 ) , "aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se e, a n t e s d e q u a l q u e r c o i s a , a p r e n d e r a ler o m u n d o , c o m p r e e n d e r o s e u contexto, n a o n u m a m a n i p u l a g a o m e c a n i c a d e palavras, m a s n u m a relagao d i n a m i c a q u e vincula l i n g u a g e m e realidade". O d e s e n v o l v i m e n t o d a leitura propicia a o sujeito ler e c o m p r e e n d e r a realidade na q u a l s e e n c o n t r a inserido, p o d e n d o "escrever" o u "reescrever" s e u m u n d o .

O e x e r c i c i o d e reflexao s o b r e a pratica, torna o sujeito c a p a z d e libertar-s e d a realidade c o n d i c i o n a n t e n a q u a l libertar-s e e n c o n t r a ( F R E I R E , 1 9 8 2 ) .

A s s i m c o m o Freire coloca a leitura d o m u n d o e a leitura d a palavra, Martins, c o m p r e e n d e q u e a leitura, e m b o r a constitua-se d e a s p e c t o decodificador, s u a f u n g a o maior e possibilitar a o leitor d a r sentido a o q u e s e le. A s s i m "aprender

D£ CAMPINA 6R/\NDE

CENTRO OE FORMACAO DE PROFESSORS

BIBLIOTECA SET0RIAL

(20)

a ler significa t a m b e m a p r e n d e r a ler o m u n d o , d a r sentido a e l e e a n o s proprios, o q u e , m a l o u b e m , f a z e m o s s e m ser e n s i n a d o s . " ( M A R T I N S , 1994. p 34.).

Outra s e m e l h a n c a entre e s s e s dois autores e a c o m p r e e n s a o d e q u e c h e g a r a leitura significa a c o n q u i s t a d a a u t o n o m i a , por permitir q u e o leitor seja c o n s c i e n t e d e sua situagao na s o c i e d a d e , seja e l a a ideal o u nao, permitindo-lhe ampliar s e u s horizontes ( 1 9 9 4 ) .

D e s s a f o r m a , a leitura seria e n t a o , o c a m i n h o para a f o r m a c a o integral d o sujeito, t o r n a - s e a s s i m inquestionavel a importancia d o d e s e n v o l v i m e n t o d e u m a pratica leitora.

A leitura, a i n d a s e g u n d o Martins, configura-se e m tres niveis basicos. E s s e s niveis d e leitura nao o c o r r e m d e m a n e i r a i n d e p e n d e n t e , e m b o r a u m seja privilegiado q u e outro. Isso o c o r r e e m virtude d e fatores e x t e r n o s e internos. E p o s s i v e l dizer q u e a leitura n o nivel s e n s o r i a l e feita m e d i a n t e a s e l e c a o daquilo q u e o leitor g o s t a o u n a o , s e m a n e c e s s i d a d e d e racionalizagao o u justificativa. ( 1 9 9 4 ) . U m e x e m p l o disso o c o r r e c o m a s criangas, as q u a i s s a o d e s p e r t a d a s para a leitura e m f u n g a o d a s c o r e s , d e texturas, d e f o r m a t o e d o s e n c a n t a m e n t o s d e estorias.

Na e d u c a g a o infantil, e n e c e s s a r i o c o n h e c e r e o b s e r v a r e s s e s fatores q u e c h a m a m a atengao d a s criangas, pois u s a n d o o s e m sala d e aula o livro t o r n a r s e -a u m -a f o n t e d e pr-azer. e -a s s i m d e s d e -a inf-anci-a o sujeito -adquirir-a o h-abito d-a leitura.

M e s m o q u e a leitura a c o n t e g a m e d i a nte os sentidos, o leitor p o d e r a avangar sua leitura para o nivel e m o c i o n a l , no q u a l o q u e importa s a o a s e m o g o e s q u e a leitura p r o p o r c i o n a ao leitor, identificando-se c o m aquilo q u e se le, seja ligado a s frustragoes e angustias o u c o m s u a s f a n t a s i a s m a i s c o m u n s . (1994).

O a s p e c t o p r a z e r o s o e d e distragao a p r e s e n t a d o n e s s e nivel, n a o p o d e substituir ou n e g a r a realidade d o sujeito, i m p e d i n d o - o d e diferenciar e c o m p r e e n d e r s e u contexto p e s s o a l e social d o ficcional. T o r n a n d o - s e a s s i m vulneravel e s u s c e t i v e l a m a n i p u l a g a o , pois s e g u n d o Martins, a l i n g u a foi criada c o m o instrumento d e poder, p o d e n d o , ele, d o m i n a r c o m o t a m b e m libertar. ( M A R T I N S , 1994).

D u r a n t e o s p r o c e s s o s pelos q u a i s a leitura vai s e d a n d o , a autora s u p r a citada, e n t e n d e q u e o terceiro nivel d e leitura e o intelectual. T a l nivel implica e m u m a leitura m a i s p r o f u n d a , p r e c i s a n d o d e e x e r c i c i o intelectual h u m a n o para

D£ CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFESSORS

BiBLIOTECA SETORIAL CAJAZEIRAS - PARAlBA

(21)

acontecer. H a e n t a o u m a b u s c a pela c o m p r e e n s a o e pelo dialogo e n t r e leitor e objeto lido. S u a importancia esta naquilo " q u e o s e u p r o c e s s o permite, a l a r g a n d o horizontes d e e x p e c t a t i v a s d o leitor e a m p l i a n d o a s possibilidades d e leitura d o texto e d a propria realidade social." ( 1 9 9 4 , p. 6 6 ) .

O b s e r v a - s e q u e o e n v o l v i m e n t o c o m o t e x t o , neste c a s o , e n c o n t r a - s e e m s e u a s p e c t o d e c o n h e c i m e n t o e p e r c e p c a o d a ideologia nele incutido, d e i x a n d o d e lado s e n t i m e n t o s e e m o c o e s , s e n d o prioridade a a q u i s i c a o d o c o n h e c i m e n t o .

P o d e r - s e - a dizer q u e p o r m e i o d o s niveis d e leitura, o sujeito v a i s e identificando c o m o leitor, pois:

N a leitura e m o c i o n a l o leitor se d e i x a e n v o l v e r p e l o s s e n t i m e n t o s q u e o t e x t o Ihe d e s p e r t a . S u a a t i t u d e e a o p i n i a t i c a , t e n d e a o i r r a c i o n a l . C o n t a m af o s c r i t e r i o s d o g o s t o : g o s t a o u nao d o q u e l e p o r m o t i v o s m u i t o p e s s o a i s o u p o r c a r a c t e r i s t i c a s textuais q u e n e m s e m p r e c o n s e g u e definir. (...) ja na leitura r a c i o n a l o leitor v i s a m a i s o t e x t o , t e r n e m m i r a a i n d a g a c a o ; q u e r m a i s c o m p r e e n d e - l o , d i a l o g a r c o m o q u e le. ( I d e m , p 7 1 ) .

Implica afirmar q u e d e a c o r d o c o m o nivel d e leitura n o qual s e e n c o n t r a o sujeito, o texto v a i s e r interpretado l e v a n d o e m c o n t a a s s u a s e m o c o e s o u s u a racionalidade. C o n s e q u e n t e m e n t e a v a n g a n d o d e u m nivel superficial d e leitura a u m m a i s critico e c o n s c i e n t e .

1.3 A Literatura

M a i s q u e contribuir c o m a f o r m a c a o d o leitor, o intuito d e s t e trabalho, e b u s c a r o d e s e n v o l v i m e n t o d o h o m e m atual t o r n a n d o - o m a i s h u m a n o . E e m s e t r a t a n d o d e h u m a n i z a g a o , e interessante m e n c i o n a r C a n d i d o ( 1 9 8 8 , p 2 3 9 ) , q u a n d o diz.

. . . p e n s a r e m d i r e i t o s h u m a n o s t e r n um p r e s s u p o s t o : r e c o n h e c e r q u e aquilo q u e c o n s i d e r a m o s i n d i s p e n s a v e i s p a r a nos e t a m b e m i n d i s p e n s a v e l p a r a o p r d x i m o (...). Mas s e r a q u e p e n s a m que o s e u s e m e l h a n t e p o b r e teria direito

a ler D o s t o i e v s k i o u ouvir o s q u a r t e t o s d e B e e t h o v e n ?

Dt CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFESSORS

(22)

C o m o foi c o l o c a d o a c i m a , o autor f a z u m a relagao entre o s direitos h u m a n o s e a iiteratura, d e m o n s t r a n d o q u e ha n e c e s s i d a d e s fisicas, m a s t a m b e m espiritual. E o a c e s s o a literatura q u e d a r a c o n d i c o e s d e garantir a integridade espiritual d o h o m e m , l e v a n d o - o a s e envolver e m s u a razao e e m o g a o . A p r e s e n t a n d o - s e c o m o u m instrumento intelectual e afetivo, pois m e s m o c o m t o d o s os s e n t i m e n t o s por ela e x p r e s s o s , e l a t a m b e m "confirma e n e g a , p r o p o e e d e n u n c i a , a p o i a e c o m b a t e , f o r n e c e n d o a possibilidade d e v i v e r m o s d i a l e t i c a m e n t e os p r o b l e m a s . " (1988, p 2 4 3 ) .

E p o s s i v e l s e distinguir ate t r e s f a c e s d a literatura, s e g u n d o C a n d i d o ( i d e m , p 2 4 4 ) .

(1) ela e uma construcio d e o b j e t o s a u t o n o m o s c o m estrutura e significados;

(2) e l a e u m a f o r m a d e e x p r e s s a o , isto e , u m a m a n i f e s t a c a o e m o c o e s e a

v i s a o d o m u n d o d o s i n d i v i d u o s e d o s g r u p o s ; ( 3 ) e l a e u m a f o r m a d e c o n h e c i m e n t o , i n c l u s i v e c o m o i n c o r p o r a c a o d i f u s a e i n c o n s c i e n t e .

E preciso c o m p r e e n d e r q u e ela (a literatura) p o s s u i u m a estrutura q u e organiza n a o a p e n a s palavras, m a s t a m b e m ideias, m e n t e e u m a v i s a o d e m u n d o . Isso se d a m e d i a n t e a e x p r e s s a o d e s e n t i m e n t o s q u e v a o d a n d o f o r m a literaria, atraves d e s o n s e v e r s o s , t o r n a n d o u m a ideia v a g a e dificil d e explicar, e m u m a estrutura c o m p r e e n s i v e l . A q u i j a e p o s s i v e l ver s u a caracteristica h u m a n i z a d o r a por permitir q u e "os s e n t i m e n t o s p a s s e m d o e s t a d o d e m e r a e m o c a o para o d a f o r m a c o n s t r u i d a " . ( I d e m , p. 2 4 7 ) . S e n d o a s s i m , e p e r c e p t i v e l q u e o contato c o m a literatura d e s e n v o l v e a c o n s c i e n c i a e a m p l i a a c a p a c i d a d e d e c o n h e c i m e n t o d o individuo.

Diante d a s i t u a c a o d e c a o s na qual o m u n d o e n c o n t r a - s e inserido, e n e c e s s a r i o q u e s e d e s e n v o l v a a h u m a n i z a g a o , n o s e u sentido a m p l o q u e e o h o m e m s e c o n h e c e r , c o n h e c e r o outro, e o q u e esta a o s e u redor, t e n d o o respeito c o m o prioridade.

P o d e - s e dizer q u e o a c e s s o a literatura caracteriza-se u m direito h u m a n o . E s s a afirmagao s e f u n d a m e n t a nas palavras d e C a n d i d o ( 1 9 8 8 , p 2 5 6 ) , q u a n d o diz q u e

(23)

a literatura corresponds a uma n e c e s s i d a d e universal que d e v e ser

s a t i s f e i t a s o b p e n a d e m u t i l a r a p e r s o n a l i d a d e , p o r q u e p e l o f a t o d e d a r f o r m a a o s s e n t i m e n t o s a a v i s a o d o mundo ela n o s o r g a n i z a , n o s liberta d o c a o s e p o r t a n t o n o s h u m a n i z a .

D e s m a s c a r a r a realidade r e v e l a n d o a s c o n d i g o e s d e servidao e miseria, e u m a outra caracteristica d a literatura, c o m o t a m b e m nega-las.

R e l e m b r a n d o P a u l o Freire q u a n d o s e referia a e d u c a g a o , p o d e - s e dizer q u e a literatura "e u m a t o f u n d a m e n t a l m e n t e politico." ( F R E I R E 2 0 0 5 , p 8 ) .

Diante d a importancia q u e a literatura tern n o q u e t a n g e a s u a contribuigao n a f o r m a g a o d e u m a s o c i e d a d e m a i s j u s t a , c o n c o r d a n d o c o m A n t o n i o C a n d i d o , E c o (2003, p 12) e n t e n d e q u a o importante e a literatura e m e s m o diante d a informatizagao, c o n s i d e r a d a u m vilao para m u i t o s e d u c a d o r e s e l a n a o p e r d e u s e u valor. A s s i m e l e diz: u m a o b s e r v a c a o e u g o s t a r i a d e f a z e r : a q u e l e s d e s g r a c a d o s q u e , r e u n i d o s e m b a n d o s s e m o b j e t i v o s , m a t a m j o g a m p e d r a s d o s v i a d u t o s o u a t e a n d o f o g o a u m a m e n i n a , s e j a m e l e s q u e r n f o r e m a f i n a l , n a o s e t r a n s f o r m a r a m n o q u e s a o p o r q u e f o r a m c o r r o m p i d o s p e l o n e w s p e a k d o c o m p u t a d o r ( n e m a o c o m p u t a d o r e l e s t e r n a c e s s o ) , m a s p o r q u e r e s t a m e x c l u i d o s d o u n i v e r s o d o livro e d o s lugares o n d e , a t r a v e s d a e d u c a g a o e d a d i s c u s s a o , p o d e r i a m chegar a t e e l e s o s e c o s d e u m m u n d o d e v a l o r e s q u e c h e g a d e e r e m e t e a livros.

A introdugao d a literatura, t o r n a - s e m a i s q u e u m a atividade curricular, e a garantia d o exercicio d e u m direito, pelo qual s e c h e g a a u m a s o c i e d a d e mais j u s t a , e esta " p r e s s u p o e o respeito d o s direitos h u m a n o s , e a fruigao d a arte e d a literatura e m t o d a s a s m o d a l i d a d e s e e m t o d o s o s niveis e u m direito inalienavel". ( C A N D I D O 1 9 8 8 , p 2 6 3 ) . Introduzi-la n a infancia possibilitara a o sujeito ampliar, d e s d e crianga, s e u s c o n h e c i m e n t o s s o b r e s i , o s outras e s o b r e o m e i o q u e o cerca. C o n s t r u i n d o a s s i m , a s u a cidadania. UNIYcSSSCADZ; rr^ERAL D£ CAMPINA GRANDE CENTRO DE FORMACAO DE P R u i -w 0; 8IBUQTECA SETORIAL C/vJAZQRAC-PAJv^EA

(24)

A L I T E R A T U R A I N F A N T I L

Por considerar, entre outros conceitos, a Literatura c o m o u m a f o r m a d e e x p r e s s a o artistica a q u a l s e d a d e m o d o e s p o n t a n e o e e n v o l v e n t e . E a o exerce-la o h o m e m v a i t r a b a l h a n d o o s e u lado criativo e h u m a n o p o d e - s e a s s i m dizer q u e a Literatura Infantil esta inserida n a Literatura geral. J a q u e p o r m e i o dela a crianga d e s e n v o l v e c o m maior facilidade habilidades c o m o o d e s e n h o , a pintura, a oralidade. Isso t u d o atraves d a s diversas e x p r e s s o e s literarias c o m o livros, m u s i c a s , brincadeiras e t c .

V o l t a n d o a c o n c e i t u a c a o d a Literatura vale d e s t a c a r o q u e diz C o e l h o ( 1 9 8 5 , p 1 0 ) :

Literatura e arte e , c o m o t a l , a s r e l a c o e s d e a p r e n d i z a g e m e v i v e n c i a , que

s e e s t a b e l e c e m e n t r e ela e o individuo, s a o d e fundamentals p a r a q u e e s t e a l c a n c e s u a f o r m a c a o i n t e g r a l ( s u a c o n s c i e n c i a do eu + o outro* o mundo,

e m h a r m o n i a d i n a m i c a )

C o m o a Literatura a Literatura Infantil r e c e b e i n u m e r a s definicoes. S e g u n d o G o e s ( 1 9 8 4 , p 5 5 ) ela tern o r i g e m n a i d a d e oral d o mito, isso por c o n s i d e r a r q u e d e s d e o s t e m p o s primitivos o s adultos p a s s a v a m s u a s tradigoes e c o s t u m e s por m e i o d a arte d e contar historias e cantigas. D e s s a f o r m a o s adultos m a n t i n h a m o dialogo c o m a s criangas e g a r a n t i a m q u e s e u s c o n h e c i m e n t o s s e g u i r i a m pelas g e r a g o e s s e g u i n t e s . E s s e a s p e c t o d e c o m u n i c a g a o entre a crianga e o adulto perdura a t e o s dias d e hoje. P o r m e i o d a s historinhas, c a n g o e s d e ninar, e livros infantis entre outros.

Para Meireles, a Literatura Infantil n a o deveria s e r a q u e l a q u e s e e s c r e v e para a s criangas, m a s s i m a q u e Ihe a g r a d a ( 1 9 8 4 , p 9 7 ) . Pois, a i n d a s e g u n d o e s s a autora, muitas "obras s e m valor literario" s a o d e s t i n a d a s a o publico infantil. Isso p o r q u e s a o escritas limitando a c a p a c i d a d e d e c o m p r e e n s a o d a s criangas, t r a t a n d o d e f o r m a i n g e n u a o leitor mirim (1984, p 9 9 ) . T o r n a n d o c o m u m a c e n s u r a e a

UN'l'E^'CADZ r r n- E R A L

DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFtSSOfPS 8IBLI0TECA SETORJAL

(25)

inconveniencia d a leitura d e livros escritos para adultos, j a q u e as criangas n a o tern o a m a d u r e c i m e n t o necessario para a assimilagao d o q u e e s t a escrito.

M e s m o c o m s u a caracteristica ludica e c o m s u a l i n g u a g e m infantil, a literatura escrita para o leitor mirim v e m r e c h e a d a d e nogoes m o r a i s . H a , portanto, m u i t o s escritos infantil q u e t r a t a m d e a s p e c t o s c o m o o m o r a l , o instrutivo e o recreativo ( 1 9 8 4 , p 99). Moral e instrutivo no sentido d e estabelecer p a r a d i g m a s q u e r e p r e s e n t a m c o m p o r t a m e n t o s s o c i a l m e n t e ideais e recreativos a o referir-se as diversas f o r m a s q u e a literatura infantil p o s s u i para conquistar a crianga, seja atraves d a s c o r e s , f a n t a s i a s e c a n g o e s d e n t r e o u t r o s g e n e r o s d a literatura. p o d e - s e dizer, e n t a o , q u e a literatura infantil n a o e m e r o e n t r e t e n i m e n t o .

Z i l b e r m a n ( 1 9 9 4 , p 2 0 ) s e g u e e s s a linha d e p e n s a m e n t o q u a n d o afirma:

A literatura infantil, p o r s u a v e z , e o u t r o d o s i n s t r u m e n t o s q u e tern s e r v i d o a

m u i t i p l i c a c a o d a n o r m a e m v i g o r . T r a n s m i t i n d o , v i a d e r e g r a , u m e n s i n a m e n t o c o n f o r m e a v i s a o a d u l t a d e m u n d o , ela s e c o m p r o m e t e c o m p a d r o e s q u e e s t a o e m d e s a c o r d o c o m o s i n t e r e s s e s d o j o v e m .

A s s i m e n e c e s s a r i o q u e o professor t e n h a c o n s c i e n c i a d e q u e a literatura infantil n a o significa p u r a m e n t e brincadeira, p e l o contrario, ela a s s u m e posigoes diante d a s o c i e d a d e , seja para f a v o r e c e r o u n a o u m g r u p o s o c i a l . E e s s a c o n s c i e n c i a politica a j u d a r a o e d u c a d o r a conduzir s u a s a u l a s , t e n d o s e m p r e e m m e n t e q u e atraves d a literatura infantil, valores e c o m p o r t a m e n t o s s a o transmitidos.

A ideologia d o professor estara p r e s e n t e seja pelo c o n t e u d o utilizado o u na s u a m e t o d o l o g i a , o importante e s a b e r q u e s e u p r o c e d e r contribuira c o m a f o r m a g a o d e a l u n o s leitores n a o s o m e n t e d a s letras, m a s t a m b e m u m leitor da vida.

2.1 A importancia d a literatura infantil no c o m p o r t a m e n t o d o s leitores

A presenga d o a s p e c t o liidico, por m e i o d e u m a l i n g u a g e m cheia d e e n c a n t o s e m a g i a , permite q u e a crianga seja envolvida pela Literatura Infantil, c o l o c a n d o - a diante d e u m a porta d e e n t r a d a para o m u n d o d a leitura. Por m e i o da

(26)

q u a l s e d a r a a c o n s t r u c a o d e leitores c a p a z e s d e c o n h e c e r e m e a g i r e m diante d a s circunstancias d o dia-a-dia.

C o e l h o (1985, p 4 3 ) afirma q u e a literatura destinada a s criancas

E o m e i o i d e a l n a o s 6 p a r a a u x i l i a - l a s a d e s e n v o l v e r s u a s p o t e n c i a l i d a d e s n a t u r a i s , c o m o t a m b e m p a r a a u x i l i a - l a s nas varias e t a p a s d e

a m a d u r e c i m e n t o q u e m e d e i a m e n t r e a i n f a n c i a e a idade adulta.

O contato q u e a crianga t e m d e s d e s e u s primeiros dias d e vida c o m historias e c a n c o e s d e ninar, p r o s s e g u i n d o c o m historias para dormir, c o n t o s e f a b u l a s e n t r e outras e x p r e s s o e s literarias, v a i a b r a n g e n d o a s u a v i s a o d e m u n d o , c o n h e c e n d o outros m u n d o s e n c a n t a d o s , p e r s o n a g e n s b o n s e m a u s .

A i n d a s e g u n d o C o e l h o , a existencia d a s p e r s o n a g e n s d e vildes, herois, p r i n c e s a s e b r u x a s , a c a b e m por facilitar "a crianga a c o m p r e e n s a o d e certos valores b a s i c o s d a c o n d u t a h u m a n a o u d o c o n v i v i o social." ( 1 9 8 5 . p 55). O q u e p o d e s e r o b s e r v a d o n a s c e n a s b e m c o m u n s d a s historinhas s o b r e d e s a p a r e c i m e n t o s , m a l d a d e s , b o n d a d e s , v e r d a d e s e m e n t i r a s , e isso p e r m i t e q u e a crianga q u a n d o a leia viva e s s a s e m o g d e s , a i n d a q u e n a o seja real.

D i n o r a h ( 1 9 9 5 , p 4 9 ) t a m b e m afirma s o b r e a importancia d e historinhas c o n t a d a s a s criangas, por ajuda-las a c o m p r e e n d e r certas dificuldades, o u a o m e n o s s a b e r q u e ha outros q u e p a s s a m pelos m e s m o s p r o b l e m a s q u a n d o diz: " U m a historia incorporada a o s o n h o d e u m a crianga e e s p e r a n g a e forga n o s m o m e n t o s dificeis d a vida e, c e r t a m e n t e , e n r i q u e c i m e n t o d a velhice, q u a n d o a s l e m b r a n g a s d a m e n i n i c e s e t o r n a r e m m u i t o presentes".

Por s a b e r q u e a literatura infantil influencia n a f o r m a g a o d e leitores, e inquestionavel q u e tanto a escola q u a n t o o s p r o f e s s o r e s utilizem-se d e l a para a p r o x i m a r a crianga d o m u n d o d a leitura. A l g o q u e d e v e s e r l e m b r a d o e q u e , c o m o foi visto a n t e r i o r m e n t e n e s s e t r a b a l h o , a s criangas s a o e n v o l v i d a s pela m a g i a d a

literatura infantil.

P o r e m , a realidade escolar m o s t r a q u e c o m o p a s s a r d o t e m p o e s s e leitor mirim a c a b a j o g a n d o n o e s q u e c i m e n t o , o prazer d o contato c o m a leitura. N o e n t a n t o , n a o e p o s s i v e l a p o n t a r u m unico, m a s s a o i n u m e r o s o s f a t o r e s q u e c o n t r i b u e m para e s s a m u d a n g a . A informatizagao, a falta d o habito d e leitura d a

D£ CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFESSORS 8IBU0TECASET0RIAL

(27)

f a m i l i a e as situagoes sociais e e c o n o m i c a s d o s individuos, p o d e m ser citados, c o m o a l g u n s d o s fatores q u e d e a l g u m a m a n e i r a a c a b a m contribuindo para o d i s t a n c i a n d o o sujeito d o m u n d o escolar e d a s u a importancia na vida d e todo c i d a d a o ,

A c r e d i t a n d o q u e a crianga leva c o n s i g o o s e n t i m e n t o d e alegria existente nos m o m e n t o s m a g i c o s e e n c a n t a d o r e s vividos por elas e p r o p o r c i o n a d o s pela literatura infantil, q u e a a c o m p a n h a r a d u r a n t e s e u a m a d u r e c i m e n t o c o m o p e s s o a e c o m o leitor. Faz-se, e n t a o , n e c e s s a r i o q u e os r e s p o n s a v e i s pela e d u c a g a o das criangas, c o n s t r u a m u m a b a s e solida para a f o r m a c a o d e leitores, atraves d o prazer d a leitura o q u e p o d e s e concretizar por m e i o d a literatura infantil, l e v a n d o e m c o n s i d e r a g a o s u a vasta diversidade e m e x p r e s s o e s literarias.

2.2 A literatura infantil na escola

Q u a n d o c h e g a a escola, a crianga j a traz c o n s i g o a l g u m a s experiencias c o m a literatura infantil atraves d a s c a n g o e s d e ninar e d e historinhas o u v i d a s d e s d e os primeiros dias d e v i d a . D e b u s ( 2 0 0 6 , p 4 9 ) diz q u e "Basta lembrar a C u c a , figura bruxolica p r o v o c a d o r a d e m e d o popularizada n u m a cantiga q u e b u s c a a p a z i g u a r a crianga c o m a p r o m e s s a d o retorno d o s pais".

O m e i o escolar d e v e aproveitar e s s e previo c o n h e c i m e n t o para melhor articular s u a s atividades, v i s a n d o o a p r i m o r a m e n t o d a m e n t e infantil.

A e s c o l a d i s p o e d e i n u m e r o s m e i o s para diversificar e e n r i q u e c e r a aula, utilizando-se d e g e n e r o s literarios A b r a m o v i c h ( 1 9 9 7 , p 68) ressalta q u e "jogos d e palavras s a o muito u s a d o s e m p o e s i a s infantis, e a s criangas a d o r a m a brincadeira". D e s s a f o r m a , o professor p o d e tornar s u a s aulas m o m e n t o s nos q u a i s a a p r e n d i z a g e m a c o n t e c e d e m o d o e s p o n t a n e o e e n v o l v e n t e , fora d e u m a esfera f o r m a l e d e d o m i n i o . A o n d e o professor e o detentor d o c o n h e c i m e n t o e e s t e d e t e r m i n a asa atividades e a participagao d o s a l u n o s s e restringe a aceitar o q u e Ihe e imposto.

A s s i m t a m b e m p e n s a D e b u s ( 2 0 0 6 , p 5 0 ) , p a r a e l a m a n i f e s t a g o e s poeticas facilitam a m e m o r i z a g a o d e c o n h e c i m e n t o s , e m f a c e d o s e u a s p e c t o ludico.ela e n t a o relembra a l g u m a s d e s s a s m a n i f e s t a g o e s :

(28)

Um, dois, feijao com arroz

t r e s , q u a t r o , feijao n o p r a t o

cinco, seis, feijao ingles sete, oito, feijao com biscoito nove, d e z , f e i j a o c o m pasteis

V a l e d e s t a c a r a l g u n s g e n e r o s c o m o cantigas folcloricas, historias em

quadrinhos, poesia e muitos outros.

Q u e r n j a n a o f i c o u paralisado diante d e a l g u e m a ouvir a c o n t a c a o d e u m a historia? C o n t a r historia e u m a o t i m a m a n e i r a d e s e conquistar a atengao d e criangas, e s t i m u l a n d o e d e s e n v o l v e n d o o imaginario infantil. D e b u s (2006, p 7 5 ) ratifica isso q u a n d o diz:

Q u e r n d e n o s n a o s e l e m b r a c o m c a r i n h o d a s narrativas ouvidas n a i n f a n c i a ? Q u e c u r i o s i d a d e n o s l e v a a o u v i r a s c o n v e r s a s d o s m a i s v e l h o s ! Q u e i n t e r e s s e s t a n t o s n o s r e l a t o s d a s v i s i t a s ! Q u a n t a s b r u x a s , f a d a s , l o b o s , b o i t a t a s p o v o a r a m n o s s a s n o i t e s , n o s s o s d i a s . n o s s a s v i d a s de crianca!

Ha muitos a u t o r e s q u e s e d e d i c a r a m a e s c r e v e r para o m u n d o infantil e, d e n t r e t a n t o s escritores, d o s m a i s d i v e r s o s g e n e r o s literarios, vale d e s t a c a r a l g u n s r e p r e s e n t a n t e s d a Literatura Infantil.

- O l a v o Bilac, C h i c o B u a r q u e , V i n i c i u s d e M o r a e s e Cecilia Meireles, s a o a u t o r e s d e d e s t a q u e n a poesia infantil. E C a r v a l h o ( 1 9 8 5 , p 2 4 2 ) a c r e s c e n t a d i z e n d o : A c r i a n c a faz e s e n t e a poesia, s e p r e d i s p o m o s e e s t i m u l a m o s s u a i m a g i n a c a o p a r a tal. P o e s i a e s t a e m t o d a p a r t e , s e a s o u b e r m o s e n c o n t r a r . E e i s s o q u e p r e c i s a m o s f a z e r ; p o i s e a s s i m q u e c o n q u i s t a m o s a c r i a n c a p a r a o m u n d o p o e t i c o . - M a u r i c i o d e S o u s a d e s t a c a - s e , q u a n d o s e trata d e historia e m q u a d r i n h o s , por utilizar l i n g u a g e n s c o m u n s e presentes n a realidade d e s e u s leitores. D a i C o e l h o (1985, p 2 2 0 ) afirmar:

D£ CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFESSORS

8I8LIOTECASETORIA1

(29)

Enraizados na realidade da vida e do cotidiano, seus bonecos sao 'gente'. A conversacao dos personagens e popular, O 'dia-a-dia': comer, dormir, ter emogoes boas e mas, sentir amor ou raiva sao ingredientes universais.

- M o n t e i r o Lobato, C e l s o Sisto, A n a Maria M a c h a d o , Ziraldo e Luis F e r n a n d o V e r i s s i m o , e n t r e outros, s a o d e g r a n d e importancia para a Literatura Infantil. P o r e m Lobato r e c e b e d e s t a q u e p o r varies escritores, por a l g u n s e tido c o m o u m m a r c o para a Literatura Infantil. C a r v a l h o ( 1 9 8 5 , p 133) e s c r e v e d i z e n d o :

L o b a t o e o m a i o r c l a s s i c o d a L i t e r a t u r a Infantil B r a s i l e i r a . E l e n a o e s c r e v e u a p e n a s livros p a r a c r i a n c a s , m a s c r i o u u m u n i v e r s o p a r a e l a s . E n t r e s e u s p r e c u r s o r e s c o n t e m p o r a n e o s e c o n t i n u a d o r e s , t o r n o u - s e u m m a r c o , e m b o r a o s ' a n t e s ' s e j a m u i t o l i m i t a d o . A autora a i n d a fala s o b r e s u a o b r a : L o b a t o r e a l i z o u u m a o b r a o n d e a c r i a n c a , d e s i n i b i d a e a u t e n t i c a , e livre para

ser crianga. E e i s s o q u e e importante. E l e n a o m e n t e a crianca, m a s n a o

Ihe i m p o e o s p r o b l e m a s . A c r i a n g a m e r e c e b e l e z a e r e s p e i t o , s e m p r e c o n c e i t o s v u l g a r e s , s e m p e r m i s s i v i d a d e s , p o r q u e o n o s s o o b j e t i v o e d a r -Ihe c o n d i g o e s d e " c r e s c e r " . ( C A R V A L H O , 1 9 8 5 , p 134).

Diante d e s s a v a s t a o p c a o d e g e n e r o s literarios, n a o s e p o d e c o n c e b e r q u e os e d u c a d o r e s , p o u c o o u n a d a f a c a m para utiliza-los c o m o instrumento para a a p r e n d i z a g e m d a s criancas. E p o r acreditar q u e o p a p e l atua c o m o m e d i a r n a aquisicao d o c o n h e c i m e n t o e na influencia q u e e x e r c e s o b r e s e u aluno, q u e e d e s u m a importancia c o n h e c e r o material e s c o l h i d o para s u a sala d e a u l a .

J a f o i citado neste t r a b a l h o q u e a Literatura Infantil dita p a d roes, c o m p o r t a m e n t o s e va lores d i t a d o s pela s o c i e d a d e , p o r isso o e d u c a d o r precisa e n t e n d e r q u e q u a l q u e r c a n c a o o u leitura d i f u n d e u m a ideologia, c a b e n d o - l h e refletir s o b r e q u e tipo d e sujeito e l e q u e r contribuir para formar. E d e m a n e i r a c o n s c i e n t e transmitir a m e n s a g e m d e s e j a d a .

C a r v a l h o ( 1 9 8 5 , p 2 4 5 ) v e m dizer q u e :

UN l. : " " ; r v ? ' _ r r nE R A L

0 , CAMPINA GRANDE CEN1 .0 «A '•M'-' 'ARE PRO-tSSOKZS

RICuOTECA EE~0RIAL .. ?"> 'HAS - T \RAlBA

(30)

Cabe aos e d u c a d o r e s a dificil tarefa de s a n e a r e h u m a n i z a r as geracSes por que somos r e s p o n s a v e i s , pela c o n s c i e n t i z a g a o h u m a n a . Pela arte, pelo poder da palavra. Para chegar a crianga, e precise convencer-se da mensagem q u e Ihe v a i transmitir, e s t a r seguro, p a r a s a b e r e poder

p e r s u a d i - l a .

D e s s a f o r m a e n t e n d e - s e q u e n a o e o b a s t a n t e e x p o r a literatura para envolver a crianca, primeiro e preciso q u e o professor g o s t e d e literatura e s e interesse p e l o s g e n e r o s u s a d o s e m s u a s aulas.

U m m e l h o r resultado d a a p l i c a c a o d e s u a s atividades s e refletira n a reagao d o s a l u n o s , e para isso o e d u c a d o r p o d e contar c o m a l g u m a s taticas q u e o a j u d a r a o na tarefa d e contribuir para a f o r m a c a o d e p e q u e n o s leitores. A e s c o l h a d e c a n c o e s , historinhas, c o n t o s o u p o e s i a s n a o d e v e m s e d a r d e m a n e i r a aleatoria, d e v e haver u m previo p l a n e j a m e n t o , o q u e e n v o l v e t e m p o , lugar, e nivel d e c o m p r e e n s a o d o s alunos.

A leitura d e historinhas, o q u e u m a d a s praticas m a i s c o m u n s e m sala d e a u l a precisa d e estrategicas, D e b u s ( 2 0 0 6 , p 76) e s c r e v e : T a n t o o a t o d e ler como o d e c o n t a r r e q u e r d o p r o f e s s o r u m c o n h e c i m e n t o p r e v i o d o t e x t o e u m p l a n e j a m e n t o q u e c o n q u i s t e o leitor para o m o m e n t o d e t r o c a e n t r e n a r r a d o r e o o u v i n t e . O p r o f e s s o r d e v e e s t a r s e n s i b i l i z a d o p a r a s e n s i b i l i z a r , s e d u z i d o p a r a s e d u z i r , d a i q u e a e s c o l h a d a historia a s e r n a r r a d a t e r n d e a p a i x o n a r p r i m e i r a m e n t e o n a r r a d o r . .

E m b o r a h a v e n d o o u t r a s atividades aplicaveis para levar a literatura a s c r i a n c a s , a l e m d o a s p e c t o ludico a a u t o r a a c i m a citada, e n t e n d e q u e a s f o r m as c o m o a s historinhas s e d e s e n r o l a m auxiliam a s c r i a n c a s n a e l a b o r a c a o d e s u a s proprias historinhas. E a s s i m contribuindo no d e s e n v o l v i m e n t o d a criatividade d o aluno, n a o limitando-se a m o m e n t o s d e lazer, m a s d e a p r e n d i z a g e m , e e s s a e u m a caracteristica d a Literatura Infantil q u e leva a a p r e n d i z a g e m e m m e i o a brincadeiras. ( 2 0 0 6 , p 7 5 ) .

Outro ponto ressaltado pela a u t o r a e a posicao d e diversos autores e m s e t r a t a n d o d a relagao entre a faia etaria, o nivel d e d e s e n v o l v i m e n t o d a crianca e qual

leitura m e l h o r indicada para c a d a estagio d e d e s e n v o l v i m e n t o infantil. P o r isso a importancia d o e d u c a d o r investir e m c o n h e c e r o b r a s literarias.

DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFESSORS BIOUOTECA SETORIAL

(31)

Diante d e t u d o q u e f o i e x p o s t o , p o d e - s e p e r c e b e r o q u a n t a a Literatura Infantil e s t a p r e s e n t e n a vida d a s criancas e c o m o e l a p o d e s e r u s a d a para s e r u m alicerce, o qual a a j u d a r a a continuar envolvido c o m a s i n u m e r a s e x p r e s s o e s literarias e o cultivo d e s s e habito permitira q u e a crianca t o r n e - s e u m adulto criativo, c o n s c i e n t e e participante d e s u a realidade.

U r / ^ O i C A C I R7"€RAL D£ CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMACAO DE PROFESSORS

BIBUOTECASETORIAL CAJAZEIRAS - PARAlBA

Referências

Documentos relacionados

Atualmente existem em todo o mundo 119 milhões de hectarS destinados a plantações florestais, dos quais 8,2 milhões na América do Sul. No Brasil, em 1997 havia cerca de 4,7 milhões

A significância dos efeitos genéticos aditivos e dos efeitos da interação, envolvendo os qua- tro testes de progênies foi avaliada pela análise de LTR, que foi significativa para

Dados os problemas de focalização do Programa Bolsa-Família, considerado pelo Banco Mundial o maior programa de transferência de renda da América Latina, torna-se pertinente

Dentre as principais conclusões tiradas deste trabalho, destacam-se: a seqüência de mobilidade obtida para os metais pesados estudados: Mn2+>Zn2+>Cd2+>Cu2+>Pb2+>Cr3+; apesar dos

Declaro que fiz a correção linguística de Português da dissertação de Romualdo Portella Neto, intitulada A Percepção dos Gestores sobre a Gestão de Resíduos da Suinocultura:

A Escala de Práticas Docentes para a Criatividade na Educação Superior foi originalmente construído por Alencar e Fleith (2004a), em três versões: uma a ser

Cândida Fonseca Duração e local: 11/09/2017 a 03/11/2017 – Hospital São Francisco Xavier Objectivos e actividades desenvolvidas: Os meus objectivos centraram-se na

A marcação no tecido pulpar para osteopontina também foi maior para o grupo Biodentine™ e essa marcação se extendia ao terço apical da polpa, enquanto a marcação no tecido