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TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL PROFESSORA: HÉLIA FERNANDA PINHEIRO

AULA Nº5

DOS BENS

1. COISA:

Acepção vulgar: é tudo que existe objetivamente, de forma concreta ou abstrata, com a exclusão do homem.

Acepção Jurídica: é tudo quanto seja suscetível de posse exclusiva pelo homem, sendo economicamente apreciável.

Coisa é tudo que existe materialmente na natureza, exceto o homem. Para os romanos: “res”.

Existir materialmente é poder ser percebido pelos sentidos ou por meio de instrumentos tecnológicos. Exemplos: um micróbio; um átomo; um gás inodoro, insípido e incolor; uma estrela.

Coisa é conceito do mundo fático.

Todas as coisas podem ser objeto de direito? Atualmente, praticamente tudo.

Os doutrinadores citam como exemplo de coisas que não podem ser objeto de direito as coisas abundantes na natureza, como a água do mar, o ar atmosférico.

Todas as coisas objeto de relação jurídica?

Nem tudo é relevante o suficiente para caracterizar interesse difuso ou coletivo.

Têm-se, portanto, as res nulius (coisas de ninguém) peixes, animais de caça etc. e as res derelicta ( coisas abandonadas

Referência: artigo 1.263 do NCC.

2. BEM:

A expressão vem do verbo latino beare, que significa “causar felicidade”.

Acepção Filosófica: é tudo quanto pode proporcionar ao homem qualquer satisfação. Acepção Jurídica: valores naturais ou imaterias que podem ser objetos de uma relação de direito. São coisas materiais (corpóreas) e imateriais (incorpóreas) que estimulam a cupidez (cobiça) do homem, tem valor econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica.

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 Embora o vocábulo coisa seja, no domínio do direito, tomado em sentido mais ou menos amplo, podemos afirmar que designa, mais particularmente, os bens que são, ou podem ser objeto de direitos reais.

 Bem: são coisas materiais , concretas, de expressão econômica, suscetíveis de apropriação, bem como as de existência imaterial economicamente apreciáveis.

BEM = COISA + DIREITOS

Bem é conceito do mundo jurídico.

Bem é tudo que é objeto de relação jurídica. Significa que produz efeitos no mundo jurídico, que gera direitos subjetivos.

Quais são esses direitos subjetivos:

- direito subjetivo de exigir (dar, fazer, não fazer ou restituir); - direito subjetivo de prestar (dar, fazer, não fazer ou restituir). O bem tem como suporte fático uma coisa.

A coisa, individualizada por uma relação jurídica, transforma-se em um bem. Esse bem pode ter valor econômico ou não.

As vezes, o valor como coisa e como bem é diferente. Ex.: dinheiro.

Todos os bens têm como suporte fático uma coisa? Não.

Existem os chamados bens abstratos, incorpóreos ou imateriais.

Esses bens só existem no mundo jurídico. São criações do direito (Lembrar que tudo que está no mundo jurídico está também no mundo fático).

Exemplos:

- direitos autorais; - marcas e patentes; - ponto comercial; - nome, vida, liberdade.

Todo bem é objeto de direito.

Todo objeto de direito é um bem? Em outras palavras: pode haver relação jurídica cujo objeto não é um bem?

Claro o objeto de uma simples promessa de dar, de fazer, oriunda de um negócio jurídico. Exemplo: uma consulta médica (contrato de prestação de serviços): o objeto é a promessa cio médico de efetuar o atendimento e a promessa do paciente de pagar a consulta.

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O objeto do direito é o que pode ser atingido (sofrer influência, ser modificado) pela efácia do ato ou fato jurídico:

- nos direitos reais — em regra, o objeto é uni bem corpóreo; - os direitos obrigacionais — o objeto é uma promessa

03. PATRIMÔNIO: Origem do termo: bens herdados do pai (pater).

• Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa, constituindo uma universalidade.

é o complexo de relações jurídicas de uma pessoa apreciáveis economicamente, englobando tanto os créditos quanto os débitos.

O patrimônio restringe-se, assim, aos bens avaliáveis em dinheiro. Nele não se incluem as qualidades pessoais, conhecimento* são considerados simples fatores de obtenção de receitas.

Igualmente não integram o patrimônio as relações afetivas da pessoa – direitos personalíssimos, familiares não apreciáveis economicamente.

Doutrinado Conceito

Agostinho Alvim

“bens são as coisas materiais ou imateriais que têm valor econômico e que podem servir de objeto a uma relação jurídica”.

Obs : todos os bens são coisas, mas nem todas as coisas são bens.

As coisas são o gênero do qual os bens são espécies. As coisas abrangem tudo quanto existem na natureza, exceto a pessoa, mas como bens só se consideram as coisas existentes que proporcionam ao homem uma utilidade, sendo suscetíveis de apropriação, constituindo-se, então, o seu patrimônio.

Caracteres: para que o bem seja objeto de uma relação jurídica privada é preciso que ele apresente os seguintes caracteres:

a- Idoneidade para satisfazer um interesse econômico, exclui-se da noção de bem os elementos morais da personalidade, inapreciáveis economicamente ( vida, nome, liberdade) b- Gestão econômica autônoma- o bem deve possuir uma autonomia econômica, constituindo-se uma entidade econômica distinta. Ex. se for corpóreo, esta individualidade resulta de sua delimitação no espaço, de modo a apresentar-se a coisa como um corpo individualizado.

c- subordinação jurídica ao seu titular, o ar- o sol estão fora da seara jurídica por serem insuscetível de apropriação.

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CLASSIFICAÇÃO DO BENS (79 a 103) 2. CLASSIFICACÃO DOS BENS

De acordo com o Novo Código Civil os bens são classificados nas seguintes categorias: 1. DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS (NCC, arts. 79 a 91)

2- DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS (NCC, arts. 92 a 97) I - DOS BENS PÚBLICOS E PARTICULARES (NCC, arts. 98 a 103)

No Novo Código Civil, a matéria atinente ao Bem de Família é tratada nos artigos 1.711 a 1.722, inseridos no Livro IV, que cuida das disposiçôes relativas ao Direito de Família. 3. BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS (NCC, arts. 79 a 91)

DOUTRINARIAMENTE

Corpóreos ou materiais: Washington de Barros “são os dotados de existência física, material”. (ex: como a casa, o livro). (‘ites quae tangit possunt” - as coisas que podem ser tocadas).

Características:

São objeto de compra e venda (representado pelo próprio bem) São bens materiais (com corpo – móveis ou imóveis)

Podem prestar a tradição e usucapião

Incorpóreos ou imateriais: De Plácido e Silva “são os dotados de existência abstrata não reconhecidas pela ordem jurídica, tendo valor econômico”. (não tem existência concreta), como o crédito, o direito autoral.

(Res quae tangit non possunt - as coisas que não podem ser tocadas). Exemplos:

- direitos autorais: LDA (Lei n.° 5.988, de 14.12.73) - marcas e patentes;

- ponto de comércio.

Características:

São objeto de cessão (representados pelos direitos, obrigações e ações) São bens imateriais (sem corpo - abstrato)

Não podem prestar a tradição e usucapião Alguns efeitos práticos:

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a. bens móveis são adquiridos em regra pela tradição, sendo os imóveis dependem de escritura pública e registro no cartório de registro de imóveis – 108. 1226 e 1227.

Modo de aquisição: Móveis;

Tradição;Ocupação;Especificação;Confusão;Comistão;Adjunção;In venção*1260 a 1274*

Imóveis,

Acessão , pela usucapião e pelo direito hereditário – 1238 a 1244, 1248 e 1784.

b. Hipoteca é direito real de garantia reservado aos imóveis, com exceção dos navios e aeronaves – 1473-, enquanto o penhor é reservado aos móveis-1431

c. No direito tributário, os móveis estão sujeitos ao imposto de sisa – ITBI- em caso de alienação intervivos, bem como aos impostos territorial, predial e de transmissão mortis causa, enquanto a venda de móveis é geradora do ICMS – de imposto sobre produtos industrializados e de transmissão causa mortis.

d. No direito penal somente os móveis podem ser objeto de furto ou roubo – CP 255 e 157.

e. No direito processual civil, as ações reais imobiliárias exigem a citação de ambos os cônjuges CPC art 10 parágrafo único.

OS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS

Móveis bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia (podem ser transportados sem alterar sua substância – art. 82 do CC)

Os bens móveis tem aumentado sensivelmente no moderno mendo dos negócios: sendo de grande importância para a economia o crédito, as eenergia, as ações de companhias particulares , o veículos.

Classificam-se

I. Por natureza ( do CC 82) são bens que, sem deterioração na substância, podem ser transportados de um lugar para outro, por força própria ou estranha. Mercê também destaque sem alteração da destinação econômica introduzida no artigo 82 do CC.

Se dividem em:

a-movimento próprio = semoventes (os animais);

b-movimento por força alheia =propriamente ditos - mercadorias e produtos, moedas, objetos de uso, títulos de dívida pública, ações de companhia etc.

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II- Por antecipação- em que a vontade humana mobiliza bens móveis, em função da finalidade economica. São os bens que, embora incorporados ao solo, são destinados a serem destacados e convertidos em móveis, como é o caso, por exemplo árvores destinadas ao corte; convertidas em lenha.; frutos; pefras; metais. Por determinação da lei (83, I a III: São casos em que a lei impõe a

mobilidade do bem.

São as energias que tenham valor econômico, pois o C penal art. 155 § 3º , a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico equipara-se à coisa móvel:

os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correpondentes (art. 83, inc I do CC); os direitos de obrigação e as ações respectivas (art. 83, inc. II do CC);

os direitos do autor de obra intelectual ou artística (art. 83, inc. III do CC). Energia elétrica (art. 155, p. 3 do CP).

os créditos garantidos podem ser objetos de penhor, pois sob este aspecto são móveis (art. 1 do Dec. 24.778/34).

Segundo Carlos Roberto Gonçalves, são bens imateriais, que adquirem essa qualidade jurídica por disposição legal. Podem ser cedidos, independente de outorga uxória ou autorização marital. Incluem-se, nesse rol, o fundo de comércio, as quotas e ações mercantis, os créditos em geral.

Imóveis (não podem ser transportados sem alterar a sua substância, sem destruição de um lugar para outro), não permitem o mútuo. 1647, I anuência do cônjuge.

Modo de aquisição

por transcrição de título (art. 1238 a 1244do CC);acessão;usucapião;herança

Classificam-se:

I- por natureza – São os bens que a própria essência ou natureza determina a classificação, abrangendo o solo e tudo quanto se lhe incorporar naturalmente, compreendendo as árvores e frutos pendentes, subsolo, o espaço aéreo, ( 79 1ª parte do CC);

A natureza imobiliária do solo compreeende tudo aquilo a si incorporado pela própria natureza ( ex.: jazidas minerais, quedas –d água), atingindo ainda, a sua extensão vertical ( o espaço aéreo e subsolo)

2- por acessão – acessão significa incorporação, união física com aumento de volume da coisa principal. Nesse sentido os bens móveis incorporados intencionalmente ao solo adquirem a sua natureza imibiliária. Por exemplo o forro de gesso utilizado na construção da casa. Tudo quanto o homem incorporar ao solo, e poder ser:

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Restritamente, só o solo poderia ser considerado imóvel por natureza, pois sua conversão em bem móvel só seria possível com modificação de sua substância. Entretando o legislador ampliou esses conceito, incluindo os acessórios e adjacências naturais, as árvores, os frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo.

Temos assim a classificação de imóveis por acessão: a. acessão natural:

As árvores aderem-se , naturalmente, ao solo, pois é nele que nascem, enquanto não forem abatidas, e os frutos da terra e das árvores ainda não colhidos ou separados do solo são imóveis. Se as árvores forem destinadas ao corte e se os frutos forem colhidos ,e as pedras e metais separados do dolo, passam a ser móveis por antecipação, logo para serem alienados não precisam da outorga uxória bastando o instrumento particular .

b.física, industrial ou artificial: Derivam do comportamento ativo do homem , os edifícios e construções, sementes lançadas à terra; pontes, viadutos de modo que não possa retirar sem destruição, modificação, dano. ( do 79, 2ª parte CC)

Vale advertir que não perdem a natureza imobiliária os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele mesmo se reepregarem ( telha ). E as edificações que, separadas do solo, mas conservando sua unidade, forem removidas para outro local. (NCC, art. 81)

c. por disposição ou determinação legal: ( art. 80 I e II ; STF súmula 329) Os direito reais sobre imóveis que os asseguram (ex: usufruto, enfiteuse, servidão predial,

habitação, hipoteca etc), inclusive o penhor agrícola, e as ações que o asseguram (inc. I do 80 do CC).

Direito à sucessão aberta. (inc II do 80 do CC)

Segundo a diretriz assentada nos sistemas jurídicos modernos, segundo a qual um patrimônio não pode remanescer sem titular, o novo Código, consagrou a regra de que a abertura da sucessão ( a morte do sucedido) opera, de imediato, a transferência dos bens da herança aos herdeiros legítimos e testamentários ( 1784) Adotou-se , pois, o princípio da saisine, originário do direito feudal francês.

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A renúncia da herança é, portanto, renúncia de imóvel e deve ser feita por escritura pública ou termo nos autos 1806, mediante autorização do cônjuge , se o renunciante for casado.

Maria Helena Diniz acredita ser dispensável a outorga uxória ante a redação dada ao artigo 242 do CC pela Lei 4. 121/62

Obs. por acessão intelectual art 93) : era tudo quanto no imóvel o proprietário mantiver intencionalmente empregado em sua exploração industrial, aformoseamento ou comodidade (ex: utensílios agrícolas – trator, moinho de cana, uma grade, estátuas, antena parabólica, aquecedor solar, aparelho de ar condicionado, fazenda de porteira fechada etc, geradores de uma fábrica);

De acordo com o Enunciado nº 11 aprovado na Jornada de Direito Civil promovida pelo centro de Estudos Judiciários do Conselho de Justiça Federal, não persiste no novo sistema legislativo a categoria dos bens imóveis por acessão intelectual.

OBSERVAÇÃO : O CC ADOTOU A ORIENTAÇÃO DE SÓ CONCEITUAR O INDISPENSÁVEL , NÃO FAZENDO ALUSÃO A NOÇÕES MERAMENTE NEGATIVAS.

Fungível (art. 85 do CC). (podem ser substituído por outro, bem não individualizado) São os móveis que podem substituir-se por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade. As coisas fungíveis são encaradas através de seu gênero e especificadas por meio da quantidade e qualidade. Como são homogêneas e equivalentes, a substituição de umas pelas outras é irrelevante.

O empréstimo de coisas fungíveis chama-se mútuo

Infungível (não podem ser substituído por outro, bem individualizado, resulta da própria qualidade física , da prórpia natureza da coisa) São os imóveis (Caio Mário adverte que é possível a extensão da idéia de fungibilidade para os imóveis em situações especiais - como a do co-proprietário) e móveis que não podem substituir-se por outro da mesma espécie, qualidade e quantidade. Coisa não fungível é aquela considerada em sua individualidade (ex.: uma tela de Portinari). O empréstimo de coisas não fungíveis chama-se comodato. (art. 50 do CC)

Obs:

1. Comodato: (gratuito) tem por objeto um bem infungível. Difere-se da locação por ser esta onerosa.

2. Comodato Ad Pompam: é aquele que tem por objeto um bem naturalmente fungível, mas transformado em infungível por vontade das partes. Ex. uma nota de um real assinada por Pelé.

3. Mútuo: (pode ser gratuito ou oneroso) tem por objeto um bem fungível. 4. Mútuo Fenerático: é o mútuo oneroso.

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Consumível (são os que se destroem com seu uso) se extinguem no ato da consumação. (art. 86 do CC). É todo aquele cuja utilização acarreta sua destruição em um ou poucos usos, bem como aquele destinado a alienação, neste caso, a consumibilidade não decorre da natureza do bem, mas sim da sua destinação jurídico/econômica. Classificação das coisa consumíveis:

Consumível de fato: alimentos, cigarro, gasolina no carro Consumível de direito: dinheiro, sapato, roupa

Juridicamente consumíveis: roupa na loja

Inconsumível (de natureza durável, não importa em sua destruição) É todo aquele cuja utilização não acarreta sua destruição, ou seja, nas palavras de Washington de Barros: “proporcionam reiterada utilização pelo homem, sem destruição da substância”. As coisas inconsumíveis podem se tornar consumíveis se destinadas à alienação (ex: camisa à venda ). (art. 86 do CC).

Singulares art 89 .(são individualizados) são aquelas que, embora possam estar reunidas, se consideram por si mesmo, independente das outras (ex: apartamentos num edifício)  Bens singulares Simples são as que constam de partes homogêneas ou de partes da

mesma espécie, reunidas naturalmente, ou pelo engenho humano, classificam-se em:

materiais (ex: o animal, o vegetal). imateriais (ex: crédito).

 Bens singulares Compostos: são as que constam de partes heterogêneas, artificialmente unidas, pela arte humana, classificam-se em:

materiais (ex: o edifício, a máquina, relógio, carro ou a construção). imateriais (ex: fundo de comércio).

Coletivos ou Universais são bens singulares agregados num todo com individualidade própria e distinta dos seus componentes, por disposição legal ou pela vontade das partes. Cada bem singular conserva sua autonomia.

Podem ser:

Universalidade de fato “conjunto de bens singulares, corpóreos e homogêneos, ligados entre si pela vontade humana para consecução de um fim” Maria Helena Diniz (ex: biblioteca, galeria de quadros, rebanho)

Universalidade de direito “conjunto de bens singulares, corpóreos e heterogêneos, a que uma norma jurídica, com intuito de produzir certos efeitos, dá unidade.” Maria Helena Diniz onde a norma, para determinados efeitos, concede individualidade ao todo. (ex: patrimônio, massa falida, herança, sucessão aberta, fundo de comércio)

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1. UNIVERSITUS RERUM – dá-se por vontade humana. Desaparecendo todas as coisas, menos um, esta desaparece. Ex.: numa biblioteca, tiram todos os livros menos um.

2. UNIVERSITUS IURIS – as coisas que entram em substituição por aquelas que por elas se trocam tomam-lhes o lugar, mantendo íntegra a universalidade. Ex.: patrimônio.

Divisível são as que se podem partir em porções reais e distintas, formando cada qual um todo perfeito. Divisíveis são as coisas que se pode fragmentar sem lesão para referida substância (podem ser dividido em partes homogêneas e distintas, sem alteração de sua substancia) (art. 87do CC)

Indivisível (não suportam ser divididos) sem alteração na sua substância. Classificação quanto a indivissibilidade (art. 88 do CC):

Materiral: não podem ser partidas sem alteração na sua natureza, substância ou valor (ex: cavalo, relógio, quadro à óleo, diamante etc.).

Jurídica ou de determinação legal: não podem ser partidas por determinação legal (ex: módulo rural ou urbano, bens enfitêutico, hipoteca, servidões prediais – direito real e de gozo) etc.

Voluntária ou vontade dos sujeitos : não podem ser partidas por vontade das partes (negócio jurídico, solidariedade; vontade do doador ou testador etc.). art. 1320 do NCC

BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS – arts. 92/97 CC

a) Principais – existem por si mesmos.

b) Acessórios – sua existência depende da existência de outro (regra

→ acessório segue o principal). Espécies: frutos, produtos,pertenças, rendimentos. Benfeitorias: necessárias (conservação do bem – alicerce da casa), úteis (facilitam o uso - garagem) e voluptuárias (embelezamento, comodidade – piscina).

BENS CONSIDERADOS EM RELAÇÃO AO TITULAR DO DOMÍNIO – arts. 98/103 CC

a) Particulares – são os que pertencem às pessoas físicas ou pessoas

jurídicas de direito privado

b) Res nullius – coisas de ninguém (ex: peixe no fundo do mar,

coisas abandonadas).

c) Públicos – uso comum do povo (rios, mares, estradas, ruas, etc.)

uso especial (hospitais e escolas públicas, secretarias, ministérios, etc.) e dominicais (patrimônio disponível das pessoas de direito público: terras devolutas e terrenos de marinha).

Observação – Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso

especial (afetados) são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.

4. COISAS FORA DO COMÉRCIO

a) Insuscetíveis de apropriação – uso inexaurível (ar, luz solar, etc.)

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b) Personalíssimos – vida, integridade física, honra, liberdade, etc. c) Legalmente inalienáveis – bens públicos, das fundações, terras indígenas, bem de família e bens gravados com cláusula de inalienabilidade.

• Bem de Família – arts. 1.711 a 1.722 CC (voluntário) X Lei 8.009/90 (Impenhorabilidade do único imóvel – legal) – Não confundir os

institutos!! Cuidado, também, com a fiança nos contratos de locação

(aplica-se somente em relação a Lei 8.009/90).

• Bens gravados com cláusula de inalienabilidade – art. 1.911 CC.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 01 – Está correto afirmar que:

a) o direito à sucessão aberta pode ser considerado como um bem móvel, desde que esta sucessão seja formada apenas por bens móveis.

b) um automóvel é considerado como um bem corpóreo ou tangível.

c) as quedas d’água que podem ter aproveitamento para energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo e pertencem aos Estados membros.

d) um trator, mesmo quando destinado a um sítio, dele fazendo parte, não pode ser considerado como bem imóvel.

e) a energia elétrica, por si só, é considerada como sendo um bem imóvel.

02 – Assinale a alternativa incorreta:

a) os bens móveis se adquirem pela transcrição.

b) os direitos do autor são considerados bens móveis por força de lei. c) o mútuo é um contrato de empréstimo de coisas fungíveis.

d) o módulo rural é um bem indivisível.

e) o comodato é um contrato de empréstimo gratuito de bens infungíveis.

03 – Pela regra “o acessório segue o principal”, podemos afirmar:

a) o principal não existe sem o acessório.

b) principal e acessório formam sempre um único bem que não poderá ser desmembrado.

c) a propriedade do principal pertencerá como regra à mesma pessoa que tem a propriedade do acessório.

d) sendo considerado nulo o acessório (nos contratos), nulo será também o principal. e) frutos são considerados como benfeitorias úteis.

04 – Dadas as seguintes afirmações:

I – Os bens podem ser classificados doutrinariamente em: considerados em si mesmos, reciprocamente considerados, considerados em relação ao titular do domínio e coisas fora do comércio.

II – Os bens considerados em si mesmos possuem uma vasta subdivisão, sendo que uma delas é: bens infungíveis ou fungíveis.

III – Os bens reciprocamente considerados podem ser classificados como Públicos ou Particulares.

Podemos concluir:

a) todas estão corretas. b) I e III estão corretas. c) II e III estão corretas. d) I e II estão corretas. e) todas estão erradas.

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05 – Assinale a alternativa incorreta:

a) as árvores, os frutos pendentes e o espaço aéreo são considerados como sendo bens imóveis.

b) os prédios de apartamentos podem sem classificados como sendo bens imóveis por acessão física.

c) os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se reempregarem são considerados como bens imóveis.

d) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem nela empregados, conservam sua qualidade de bens móveis.

e) são considerados bens imóveis: os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram, bem como o usufruto, a hipoteca e o penhor.

Referências

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