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Conteúdo e consciência : teorias representacionais de 1.ª e de 2.ª ordem na filosofia da mente

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Academic year: 2021

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(1)

Sumário

, ,' < .. . .

.

. , , .. ..h, . I . , e . M n b Lu(uCwt0SaMI -~ ~ . . . -. ~

(2)

ntano: relaçáo e presenca

.*ordem na filosofia da mente . .~ , .

Ciência e opinião em Aristóteles

/.,,7:<,,7,<> p<+<i:<, ;,Jle,(,,t:

,;#

Entre o enigma e a banalidade: a dialéctica aspectual de Wittgenstein e a questão:"O que e pensar?':

Um inventário filosófico -- I I ,

p<jd{(>~[ L;r., has

i ,

.

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Gometius Hispanus Ulixbonensis 0.F.M.Conv. (151 3) (2 >

a'(]..

:>!,:{:';::?,;,, ,'s r., L,.

Encarnaçzo. Uma filosofia da carne Michel Henry, Lisboa, Circulo de Leitores, 2001

(3)

anàiise

i ~ .

%ou?

c?,c?>~:i5icj

~ . l ~ ~ , ~ i a r i ! c ~ e s ~ r a l

cle

Filosofia

Administrador Secretariado da redacçao Propriedade do titulo e propriedade , :,.; : Pieqode capa

c

: i Arrinatoriianuai <>3,:,,:

Pmfesroier de Ensino Secuiidaiio e Erfudantei £i(I.'í

Data daedi(a0 : oi!.? !C"!

, :

c .x'iiibiiiliig;;.~

(4)

Conteúdo

e consci~ncia:

teorias

representacionais

d e

1

.a

e

de

2.3

ordem

na filosofia

da

mente"

Sofia

Migueni""

Resumo:

Neste artgo procura-se mostrar a forma como certas discussóes no seio da iilosofia da niente se reiaci»nam com os problemas de Brentano e nesse sentido repetem as suas questõesPretende-se aiiida i) tornar expiicitc que posicões defendidas por Dretsl<e ou Dennect apoiani ou se erguem contra ~osiçóes de Brentano ii) reafirmar a teoria da consciência de Deniickt corno exemplo de teoria representacional da conscii.ncia (um as?ec:ofrequenremen:eesquecidodevidoa aspectos epistemológicos, nomeadamente a s questóes relativas dos qunlia).

Mas a :n~:iiia a i i i i a i6pctie sei adiriioa poi rerriai de fora

Exisie para mim n o s moinenroi ein que j,llgo que efecti\~aneníe existe ~~

Poi ;;r-: e:npii+s;i;io da teaiidade exterior cio m~i:do.

Aibiiro Coeiia

A pro!essora Luisa Couto Soares costuma diier,e tem toda a rarão,que e hoje co- mum na Íilosoíia da mente,ao contrArio do que hzia Brentano,separaroiratamento da intencioiialidacie do trataimcnt« di consci@ncia.A diíerenca entre crenças

(ou

estados inentais iniencionuo) e quuiici (ou esiados inentais sei7:idos)

6

algo que se procura fazer passar intuitivamente. mesmo que uepois se vei:iia a afirmar qce a separação n i o

i

assim táo aóissal nomeadamente porque os aspectos do mental a que se chama qtio1i.j

. ~

lexia da coiifer@ncò aprei-.;iLa«a no ccla 'Ar qcei:6ei que ie repiieni: ' i r i c a r r a cTa iur?da('oCtncri e

Dcienio~~,lren:o,~ii.i :c\!? u g i r r 0 Porto '.T1 F?\ri"i2il0 OE :?C12

"

' U , ) v . r i & d r !'cri<:

;ir t ~ í ~ : ~ ~ i r ~ , i s a ~ , i ~ !a:c 3 3.21:i3!ll do 101110 (i!> p r ~ s e i ~ i e rexio 120 - L a d a i p i o s a:rigoi qae a Crokii:ira L ~ i a Co~lt<>io-.;eiiern iw~iioiab;eo~nioi(ci'iiai~oj~aiai Parracio ~ri~~ríp~aioiongndaicxtoc~ieoconi:airc

criire 3;etiiie e í>e;-incrt q4e eiròra i i i i causa 6 eicla:ecedr>rda iii:creiir rie q u e os probitndi Cc Brsntano ic

! i i . i i t ~ ~ ~ ~ o n i ~ - 1 ~ ~ p o r a ~ e a : 1 1 e n i e e rzli:i;cni d a i d c c s ó i i q:i? eiiao c!niogoouar!<!oierepeten: h:>)?ainuexi6?i

~jeBrer;ra::o.io! ei;e a iiioii o a i icis6ci organizadas r > ? c Proíesio: "aio : ~ i i ! i a i (cWo comirc.q-1e qrx'!e("

(5)

(eo17'o c»res,rlieiros e soris: teriar1,:jara a i 6 n da caracreristica de sereri) al>ercebidos e ieiitidos, ci~racíirislicas r~prfie?tdeioinai~'. Mas o facto 6 q ~ i e C reairncnle !iabi:ii2l, ina iilos:jiia da m e i i e , procurar íorcar a

inii~:s~3o,rocl:c(iIrnrri;e

conirúr.a

Ii

cor~~wic(i,o ilirida- rr:cr!rai c!? ':fi?rlio:Io, de «?!e a i~ilrncloinaliaade e a consci@nci2

sã«

dois i'specios dife- r c . i ; ~ s (!r> ~niiii>~al.!;e~aresc aIiAs,e isto parece coriiirrrar a <azaabilicixje da separa(2o !:rdilcai/d,cqai? «r:nricio se !ia!<i da exciiic~aro caricier proposic;ori:l.ar:iai~ad~.c!as crei-~

;;!c

os i'l5soios ri;!^ coni;:cten! <o!;i :?euroc!enrisias ir i ~ s q?re O ~:~~esi:iíj tiao

se

rjoflíl alirlnlar ri:aiiviin:frlie li ( . » l ? ~ ~ l B r ~ í i a . r,:? ~1ss!!1110 cadd !leL m d i iraiado lia 1 ~ ! ~ ~ 1 r o p s i c o I 3 ~

gid e nas r i e u r o r é ~ i a z s i i a i iiltir!-,os ii:ias.

i\cor)reci' r o criiario alie iien: ;o:iss os fiI6soíos da nienie deieiidirn iiatan;en;os icbricos separadc)s para 2 i~i:encionaIc!ade

e

par;: 2 consci&ncia.\/irias teorias da consciêti~ cia discriiidas iiojc lia ;ilosoiia dii nicrnre. noi?ieatiamente as ctiamadas ieorias represen- 1;icio;iais ds coiisci;.~icia.iiâ» a;)enas 1'2:) separarli a inteiicionaIi:~ade

e

a cotisci~iicia e nesse ser)tidus3cjj2 d~ algu:ns~íorrr;a'i:>r~nianiarias' como proc~irai.i explicaraquiloa que il-!an!arr,«s consciêricia ;,c!? rr~(>rciir:iz~ão.fisias teorias re9resentacionais da consci-iicia ;:odem

ser

:ie '::i vrclei~i a i x c i i ~ p l a C I L ; ~ uiarei

i' F.

Drftsl<e o;i de %.%rdern (são

exemplos as teorias aeleiididas ooi ii!.i.yca~, D.:~rmstrong,D.!iosei?iiial e D. ùe:ineit3). De eiitriesiai re«riz<bieiiiari:a:~as5(cIia~i~oOIlies assim,repiio;cr- re:eri.ncia ao prin- cipio de !ireiiiari« seyiin:!o I: (rua o consci6ncio j i ideririfica com a i!lienciono/j, as ieo- rias reprt.sirii.acionais de 2.%rd!:ni partiliiain aiiid;icle certa iorma.bm o u ~ r o traço qLie as aprcxirna de Brcniar~o. ~~~~~~~~~ic: agoia a irma outia ideia de Breniano, a ideia de acordo com a cl~is! iodos 35 oiios ,osiq:~ico~ 860

de

(;iguiiiu i ~ r r ~ i a ocompnniiodos por i ~ n ~ a consriéi:cic

de SI'.

De íacio, 2s ícoi-ias reprciseriiacior7,!'(

cii

2. ordem expicain o facto de (nào todos,nias) aeicrniirianos estacios meritais s a e m c«riscientes 1)eo facto cle ou!:os estacios mentais os terem coino objecio.seji~ir~ esi-i úl:iri>os percepcões :é a :lioposta de ai:!ores como [l.Armstr»ng e "1. ILycaii) oii cri.ri(as

:e

2 proposia cie ailio-

r e i como D. R o s i n t i a c 3. Deiir!eit)'.

?rirri. d íonjcC!ic~a nci C O I ~ I U O L I S P ~ J I e

:;L,

: a3:i)~!r1~,.1+>3 i evraêr-~c:mir:c ;iperar u.ii-i ao:ix.macia c d? -io:ii> a!;:ni usna dcn1;ic:qi-opra Sr-;::?:-o rodo a ~o,isr:?r:oli <;<«rrciCr-c::> oi algo ecooct:nrii:ic;?ri~e,?!e C-IIISC!(.~C:O ::e si, o UUP ilgiliíca C L C

?*;ire a:oo co:rr ;!:-i d 1 i 1 e ~ r l i o r:(lrixua em !,da a ,mie?cior,:!:iiade Ora a r i ~ r e s e n l a ( á a d e ae1e::;rl

: i d < : i s :epreii,l:qõei rn~:rir ciao.; slsrerna cog:iiiic DO, eis? "iic8-a coqr:P,ivo (que 6 o objecro d.is iearlai i- L "or3i;rr 1; f:oioij,> cia ;:;e::iel

!;a;

e exaciarna>lc ii d';:?iiso i?i!?n\~a Drer~larJna 'ar-: ?rinl;ns :o

::o~trar'o :IO:~!~C a:<~:.,:e,:e CC>IT os ;1;55c>!:js d a I:,,P-~L~,IU:> ste rra:~) ae (.r;.,?. 5cg'~:7,:id <cL>rwscni,jc,'::: o t ~ e i.?r:

(6)

li?c!uí Deniiea na 1st2 d a q ~ e ~ e s fiiósofos qse propòe,?: uind teoria re!~resen:aco~i,ii

de2.;ordcm.N2o é,noenLanro,muitocomum ver a teoria da consci6ncia propogò DOI

G e ~ n e i t (Consciousnei~ Exp/oriied. 1991) no contexto desi2 ciiscuss~o.: ra/o

6

sirrir:les aquilo que sobressai tia teoria da consciéiicio de Deriiiett

6

ao: L i i n lado ~ i m i i i > : x l l i

cognitivo iuncioiialista, o Iviodelo dos isboços i\Ai!!íiolos, que não

6

c?s»?tií.~ani~~;~e filosofico,e por oulro aclo u i r argumenio eimicativ~sra acerca dos i?uci!ia, q ~ e cor~r!!;i qde não existem aualia t i a nossa experiéncia mentalHssume-se por isso in?utas ,vezes que Dennetr não Leria nada de especifico a dizer acerca dz naLure.!a

da

c o n s c é r i c i ~ cue ele apenas oiereceria (como Lim psic6ogo oii uni cientista

c?e

comy~uiadoies) uin modelo subpessoal de sistemas cognitivos berri cnrno uma posicão quanto ao estatirc epistemico dos reiaios ae estados mentais próprios de que tais sstenias são canzres (chamo relatos de estados mentais próprios por exemplo a situaCões e ~ n qiie i i r i i de nós aiirma'eu estou a fala: portugues'ou 'eu estou a pensar em Dennert'). No enianr?, parece-me q ~ i e a con~ribuição de Dennett para o proúen:a Va nitureio da coriici@i:ca i:ão é assim tão pobre, e «.,e o [que ele iem para propor 6 pr<?cisain?;ite u,na iecri; represei-íaciora! de Zi oideiii. Jina teoria tipo-crerica

E ndesmenLivel que [Ien~iett trata o probeiiia da i-orisci@ica co:11o se m i e iosir sobretudo u m riroble~iia epistei:iologico, Jni problema acerca da forma corno i i í i c n i a i coriscieiites corno nos coiil?ecem a siia pr6pra \/ida meiiLa e 6 pelo i ~ i c t o de i)wLsl;e não siipor tal coisa que vou calar oe Dretsl<e.Parece-ciie que a discuss;io eritr(? D~I?:~C':L e Dretske poderá p0r a nu determiiiadas teiisõesexis~entes i:o lxnsameiiío de :iriiit;i;:3

(a Pioressora Luisa Cogto Soares ver2 se tal é ocas-).

Só mais u m detahe:a razão fundamentai que ine faz ialar de Drc.isl<ii erri co:iiraste coni Dennett é o 'aito de eles pzrtilliarem deterrnin:icios princi:>ios b3sicos rea!iv<;s

3

natureza do mental, principias a que vo:. clianiar ( 1 ) .: 'corii!:?!ii~/od?'t?l!!r? (> leor;;!

(10

coi;ieúdoeo leorincioc~?iiwi@nci~~ (a qse porlei~ioi riia:nar o ;>rli:cipo<i!~ ic z l:r!?~:id~i~ii~i.~ deacordocoin oc4~1al rnãoseesíá a expIicarc~isasdi'Íeriiitesquandosec~xalics a rryir:? seníac2o e quancio se explica a consc'6nca) ( 2 ) o re'eoí~::rio:i~iis:no (rlc ic»i<io :> .;<:r c;

qiiai represei:Lações são i i i r i ~ ó e s de disi)ositi\!os coni dcsigii)

c

(3)

o exle:r!rrlii:!ic

(:ic

acordo com o qaal a teoria d2 ine:iie nas visa o iníerior iisico 6::s sisiirias cqi:iia\~»í

mas relacóes destes com o exteior).

Apesar desta partilha de priiicipios b2sicoi a teoria da coiisciincia a que Cre1si;e chega não 6 uma teoria de 2 * order~i, não supóe de iorinz alguimi r;ue a y ~ i l o a cl~ie chaman~os consciência envoitva necessariarrienie algum tipo de corisci6:ica d e i, oii

(7)

de

represeiitasio voraca sobre siA teoria de Dre:si<e 6 t i l i a reoria de 1 ." ordem,para a

qual a q::está3 de~erminante quando se fala de co~isciéiicia É %quilo ae que a cons- ciericia E consci@ncia e não a consciência de si (pegando !ias análises da Professora !Luis<: Couro Soares. eii airia 911- Dreiske esta ;mais proxii-io dos aspectos aristot6licos do per-:sarneni« (de Brentai:o do que dos seus aspectos cartesianos)".

iNetre arigo e tendo Dreiske e Denneit como referência vou ainci,? considerar um pariicLiiar :>roDlerna que parece siri o b s i ~ c u l o inconr~rnavel para os priiicípios exierr:al;s:as, o problema da introspec~ão.\/ou acabar por propor, contra Dennett, que

I!ii.:õ tiolia ~xieriiilisra e reoiesentòcior-a da coiisciência deve, para ser sustentivel, ser :iitr-ir)telertuali~ia. Noiitras pa!a\/ras Lima reoria externzlisra, representacionai da rnente ein «era e da co;isci&r:cia eni p;irlicular não pode ter como ponto de referéncia a capa- ciCade rie j~ilgar cio sitjei~o que @ conscienie-de. Ui-ii tai passo anli-inielectuaisia e anti- íartesiano obri<];irA o teórico c!a coiisciéncia a oierecer (1) uma teoria da percepção nao ep:sti'niica :.e.!io apercebimeiito ri2o expiiciiável pelo sirjeiio; e a (i) esclarecer a sepa- racão eiitrc. coiisciência e au:oconsci@ric;a.rnzis especificamente c; iiitrospecção.

2.

Três esclarecimentos metodológicos prévios: naturalismo, factos

representacionais e externalismo.

\/oii corneczi por tres esciarecimentos nletodoi6gicos.o primeiro relativo ao'iiaiu- raiisnio:~ segLlndo a'facros lipresentacionais'e o terceiro a extei-nalismo.

Náo podemos esquecer que a grande diferença de pressupostos entre Bretano e os ;i!6sofos da mente coiiten~iiorâneos

ii

antes de mais o naturalismo professado por estes A1tiinos.E no interior do i?aruraismo,que se pretende (ou não) firmar o contraste entre cons- ciência e representação i i a caracterização dos~endmenos mentais.iMase preciso ruidado

ayui:o naturalismo (su iisicalisino,ou materialismo) não se identifica com uma visão em ierceiia pessoa da natiirera do mer:tal.Quando se acusa aütores como Dennettou Dretske

' -'

,,

isic~Iisr.io ou nakerialisrno

e

preciso rei presente antes de mais que eles náo rejeitam tais etiquetas e em segiiida que aquilo que eles íazein nau

ii

nem pretende ser ciência dos sistemas cognirivos.0 n;ituralsmo e a ideia segundoa qual a subjectividade faz parte da ordem natiirai, daqailo que se entende por mundo (ou, na formulação de Dretslce, a :deia segunco a oua não existem factos por principio acessíveis apenas a urna pessoa".

li CC):;i!> SOA'i'! nes;e ,mci-is uolurc. 2 spòlzvias do P.oieisor Pau3 Tdnhai n i SesiEa eni que eiie :cxio i m í.-!a li~~rn-;m ,,e.< i p r e i e n t a d o . ~ amecio ar'itatel~co d r á -espeo!o r cma 'iolri!a(ão do peini-me;iio ~ : ~ i : ~ s ~ i ~ ~ ~ ~ ~ o ~ : ~ n ~ ~ l i a i ~ r o ~ ~ ~ ? ~ a i ~ ~ ? ~ ! ~ c a r i c - i a n o d ~ r e i p e i o ~ uniz'io!cira(dadoiabjec!oipelo pensamento'

''o! i m;:era!sr :l>ere are tio kcii :im are acceiiible i 3 ony alie perian Tiieie may he c r c ~ m s i a n c e ~ o i

:'":e an:i :>lace :ir:! cnabip orie r:eric:l 10 !ki,ow i a n ~ e t i i i r g otiiers do not,crcurni:ancci a i tme r n d píace i!,:ai mrke arm oe:soir auir:or:taiive. ijiii ibii are -o pcriorprr,ileqed iac!i.iacii ihat ony a r e nerion can kn:~~~!~sou~'':I:~tlSi(!: :+?ih.i).

(8)

Esta tese aparece como urna preteiisão a !ustificar, unia pretensão ein cujo ainbito re- cai o probienia da natureiz da consci@ncia (corno de resto o problema da inattireza d;

represe:ita<ão).Não se trata portantode uma suSsiin(áo ao pontodevista da 3- pessoa, oas ciências iiaturais'-nias de uma posição metafisicaQiiando unia teoria niateriaisra ou fisicaiista procura iocaizar propriedades meritas no muncio natura; é o próprio conceito de iiaicreza que está em caiiia e ninguém defendera iien: que eira é uma discussão científica neni que o conceito de nati!reia e possuído opriorr (inesmo que analise coiiceptua aprioiista esteja inevitavelmente einvoivida cor exemplo nas disc~issóes acerca de conscitncia, para determinar aquilo de que se esta a falar).

A posiçáo naturalista trzz-nos u m partic~iiar probienia qiiando a coniiontainos corn o pensamento de Brentano. De facto,como é que este iiaturaismo deixara a celebre posição de Brentario de acordo com a qiiai o intencio:;aliobdeéamarcodo1neni~7/, uma marca que traça Lima fronteira nítida entre feiiomenos fisicos, não intencioinais,e reinó- menos psíquicos? A iespoiia, numa primeira aproxiinação, e qiie o naturalismo nos poe pelo inenos perante a eiiii~iência de iiri aiargamento do inrencioi~a ou p r o t o ~

intencional para aiém ao estrito ân~bito do mental.Todo o mental écertaniente iiiten- cionai (pelo rnenos para os dois 'ilósofos.da menie de que vou falar hoje; mas isso náo nos permite aiirmar que iodo o inienciona ou proto-intencional 6 mentai,c»mo se ver2 num exemplo que apresento rnais à frente.

Passo ao segundo esclarecimento,relativo a factos represeniacionais'Uuando fakm de factoi repreientacioiiaii -- o que é o caso sempre q ~ ; e se trata de iiitencionalidade -

pessoas como Dennett e Dretsite marcam cuidadosamenre que estão a falar daquilo

que é represeiitado na represenaçao e não de factos acerca dos veicirlos da represei?- tação (por exempio daquilo qiie se passa no ctrebro, em termos neuronaisj.

L

essa a diierenca eiltre o menhal e o ccirebro (corno diria 9re:slte.a mente é a face reprcseii~ tacioiiai do cerebro), e esse o principio da divisão do trabaiho entre neiirociéiici~ e fiosofia.Na prática isso siçniiica que náoéoitnando para o iiiieriordo sisteriia cogniti\/o, por exempio oihaiido para o cérebro como faz u m rieu~ociertista,que compreeindere- mos os factos representacionais. Porqiiê?

Vou usar um exemplo fetiche de Dretsice para explicar e i i e porito Peiise~l? i:Lni ponteiro da gaioiina no painei de instrumentos tie um carro:antes de mai5.o específico rnatei-iai de que ele é feito e razoavelrnenre indiferente para a siia funcão repieseiitativa. Qual é essa f u n ~ ã o ? Aqcio para que ele %I deserhado, no caso represeriiar o nivei da çaioina no depósito.Porque dize!iios qiie a fuiic;So 6 essa? Aqui entra o teleofuricio- rialismo:a f u i i ~ ã o e aquilo para que o dispositivo foi desenhado,e isso nao

i'

n e i i l i ~ ~ i r a proprieciade interna ou intrínseca do niaterial do dispositivo. i\4ais:aquio que a posiçáo

' A riaoser .por hei cci1:cederi:eio8ii eiibora(dada reiporra dj5irlstõc.s O

i:,i'?, D c que naiurez.! P q u e o n m n d o fori<iinitni;i:rierirc 67'

' Nao se en:rdrj d a ~ i na5 "ucii6i.i r r e : a f l i r a i r e a l vai ;i !i;i:u:rrs de !acta5 c ~ i r a ? l

(9)

res?:llaci»naii r:2:: sáo (actos acer-

isçiiss20 acerca de

s eniinciatios iieni

3.Uma objecçâo i m p o r t a n t e a o externaiismo acerca da men-te - O interior

e a

introspecçâo

l v l - c i ~ ' ~

que

aceite.iios o r - i n i r i o de extert?aiisii;o q:an:o ao coiiiefido ou repre- ser:!icáo ii~ir;se-si. rmas casos do wnieiro de gasolina e das iinageis foíogiAíicas): po-

der-ri70s scrainia .exrerna;isla maando se i r a t a deconsciê~cia ou inirospecç2oi O caso cri:

que

oiri dacio s ~ i j i t o sabe0 QIJE pensa :por exen;,!o'eu sei que pensoque hoje r'

,.., j, ';

. 3 pareci un-: caso niicio de 'olhar \vci~.ado para o io:erior:Como E possí\!el, se es;a:.rnos 2 p.;riir cio princípio de que os .íactos mentais coino faccos represei-,iaciona's, tiizen7 iespili:~ ndo a vekulos irrteriores au sisteina mas si!n a reiacões deitei col: algo

:i? e x i e r i o r . q ~ ~ e ' o l i i a ~ d o para cierit:(j'nos saibai-ios o c~ue estanios a pensar? Coino

e

.ossivil er~cuzdrar a iiilrospecC2o coi>sciente (por oposição d mera rep:eseniação não venta! casos cio oorireiro oi? da óiografia) nuria teori;: externalista do me~itai?

(10)

inen:c t i n i cie si (irbpria é de cer:? forrna 5 sik!:a@o tpc9raai!jiiiáii marnos coiisciénci;i e ela parece ser ciarainenie urc acesso

ao

re»reien!acionaisiieirrn? ex:ernaii;ta !pa:eceissi~i ,

-

iidadc i.pis!e!?iica cia primeira pessoa (coin isso conk>

.. .

riiaí a p:b»ria ex::::Jk?:iencIi ioiiscleiiti

Aias pc..,ic~sc de i,ovo r;; iil;l;3(,j<;

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so.,c.

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2

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iiojei's,?i>ado).Deqiie ;iie:ior se<.sta i falar q~ii?ii6oseiifir'?ia !!ICIT;~ I-I!OCI)CC(

a<):.

rit'.:

o1na:volrado para o inrerior? i\lzo i12 a i processo aljrini p c o quat o :r:tir;oi íisico c!i-sia pessoa esteja oe agurna íormz a ser observado.0~ tcc!«s menias qiici ,? p.or~u:ò a i j ~

cobrir por ii'tros~ecçio (Cacios acerca tio c1i::e e3 peiiso) n i o estão 1-0 i i W r 1-1:

dia

r::is::;

cabeca -- no s-n!ido fis;co tie c:Zriio

e

ci'iebro.0 coi:heciineii!o ;r~tr<:ipccti~c

2

cor:Iic~-

. .

ci:nenLo de factos mentais e !iáo de iacios neuro;isiolóíjicoí.!~c Iiiierloi <$<i: i::) s ! i [ i -

r a iiáo encor;trariamoi a sc?rsação de verde que sabeií?os

clde

is:6iiil;i LI i?: ;liri

s

!pensanerito'hoje i'sAbado'quc sat~ernoi riire estariios a pens~1r,a::::nas.:io r ~ i i s c rni!:.

, .

i.iin cé:ehl-o, vivo. íiiiici»!iando, uroc!?ssas rier!roíisio,óy;cou

e

elec:roq:.!i~:-coj P :i!:; 6

:sio i;ue a iriirospeca2o ri»s db (pelo :nt.nos rio 17iru c::% a iri:rojl;i:c(A<; t i l r:ic. !-I!

.

.

riha ,vi& r:icr?:.al).O qr!e R:: qce!o cii.,cr

6

::I\JC

íe

,?ct!i!;iri::i:)s os [;t~r~~c~!::ios l?xl~cerriJ!!~i;a~

quarito

5

!e!,rise~tacio r r n gera! rios seii!,ren:::oi rio !rii::irn« ~rriec!er;ii~ Ir;c:.r~',~c~ci ;i

. .

este!:!clf-ios

i

conici~i:::ca iiiirospec:!va, i:iesriio !l!rc. !:ai pi?re<a lr:lcj.:l~r:c'::!:c~ ! ~ o r i l ! a l : ~ !i~i!i::l~o.O que se nasia na siiuacáo ce ;n!rospecçòo 56 pocie ser c o n c ? b i a f ~ i . ter!-1:)s

ae con;eúdo or, ie?p:-senta@«.

4.

Dennett

,

Cissc qiie a apoiar-ine i i r i I!reisl;i. e C)er:ri!i!: p a s ii.~,iiia! i recrj:i~ia;a:) cio5 !:ioii!? ,

~.

l t i 3 s rie Bri~niario ina f l : o s ~ í a da rne;it!.i'»i~ <.o!-ie(ar por »c!~neLt.Ct?~i?o i<\ :::!e!.; !Pr::~eir

!eiii algo a cllzer s::E,re a iorisc:ié~i;ia para

alem

cid dpresci;!a(3o do i!i::iii~i;: c(;(i!7!:!,~.fi

íhricir)iia!,s!a q r ~ c cfe?r::::!ce e!? (.'0~!5~;0!,5!1~!ss /~>:\J!(II!::I;C~,;

e

par;:! ~II~CI~I

!!o

<~~t;.,riierii? eliiiilriativo acerca

de

(]ií:~ii.r.El;i i;ro-& -1nr ti.«ria icpresen!acio::ai da i » r : s ! ! ~ i ~ ! : ~ ~ ; i , i ~ : ~ i . i

. "

teoria de

2:)

ordem tipo-creric;;q;re a::s«c;a (: cçi?i:iincia ::i? L:rn ss!ein; i! : ~ ! ; s ~ I ! ! l c i d : j ~

ci.

«corr@nciz iiesse sis!ei-r;s de tren(2i ace:c.i de :?st,iiios i-ieniais pr6lirm.

tverciaòe que l)i?r:!i:>t: i e p7e<;CU3? i>ni gera i m i ~ e o : i i c!ita/hesd::::! ci*:.;;:<: ;(j:;.~~li,~.i

do

clire outro: fiiósoio::: dò rnen!e e qi.e o p:bsrlo i\lodelo d o i i s b o j o i l~~t!:!!~!~>os r:le~ tenç!::!: ser i i r i i ò e y p i c a ~ á o ~ ~ ( j l i i t l \ ~ r ; <:e car~c!cristlcas

!?a

~xpe!.i@::::ti: (~!:::llií!?l!i i, , I ' ' c

craiuras tio riojso !ipo.Qi~arion falo de

exp!icaçi«'cojrilii\'ò~stcJi;

2 hii! rii :lir:~i I<!o!l:

suijpessoai das ini.ca!iis!~ios da co<liii(òo ~~ e c~ceic? d? ~j~)ssii::~l~:Ia[./e

d!:

L I I I ~ ~ !C?:::::~I?

.

,

dei!:::::! íjbnei-o n n g i i @ i n tem ci:ividas, pode lia::l#er disa;ssí« s r c r c ~ i

(!c

!:!.,di?i iio q!l<ll i'?

encontr;: a exl;licacAo cogniivò daquilo a que c i i z r r a n o i co:isc@rit~id: diri.;titr:-;t.:ii:- f i s c ~ n e u r o f i ~ i ~ j ~ ~ i ~ ~ , do !P~~S(!A(O!::I(~,

" c

:uncionai, de

sc{[i~~wo:y

(6

de resto ecti (l,Li?ii 2

(11)

~josi(âo de Deriiiett) mas não hS dOvidiisquantoa possibilidade ue uma teoria coqnitivz

da

coiisciênci;i o gtiiiero de teoria que fazem psicólogos e neurocieiiiistas.

O qire 6 cliie Derineit pretende então com a sua teoria da consciêiicia? Antes de rniiis. esiabelecer Lima polite entre 0 !ii\,eI pessoal,das nossas autodescriç6es fenome- ri«lõ:!icas,eo nive subr.1~ssoal da< ieo:'as da cogniçdo (e nesseseniido opor-se a autores

!iic

cor~sicierari~ exisiir urri abismo iriliaiisponivel eiitre a l 2 pessoa e a

3,

pessoa,i.e.

entre

a

kr~oineiiclogia

e

as ciências da cognição).C neste ànibito e consideraiido siste- n-ias iios quais ao nij!ei

d o

h a r d v ~ a i i aquilo que existe é processaiiiento paralelo distri- nuído de iiiformacão e ao nijvel fuiicioi-alagentes'em competição produzirido esboços rniiltipios i s t e s clois

nhies

sáo.evldentemel~te,siibp?ssoais) que a teoria deni~etiiana iricl~ii ~proposias quanto a características da nossa expciiência coiisciente tais como a

unidade, a centia1idade.o conirolo e o seiiiido de piesencialidade. De acoido com tais prop«s:as esics características de kjrma srio virtuai8.e dependeiii de interiaces.

C

com ~ i p o i o em iinficação,centraidade e coriiroovirtuais que a vida mental própria apziece

a seres conscienies do nosso tipo e é consideraiido o estatuto epist@mico dos relatos acerca da vida mental própria erc seres nos quais esiá instalado o dispositivo coqnit\io iur!cioi?al descrito pe!o Modelo cios Esbo~os Múltiplos que Deniieit discute os qiialia.

L costunie dizer que a Teoria deiiiiettiana da consciência elimina os qualia, e que

CSIY

ii

o se11 Uiiico elenieiiio. Coiiio j á a!irmei, isso n j o 6 verdadeiro. Antes de mais e quanio

a

cliininacáo dos qualia, ela

i'

uma conclusão relativamente trivial./: partir do rnomeiilo em queosqiialia srio definidos por Denneii comocaracterísticasepistémicas, cancierísticzs do coiihecinienlo que o sistema tem dos estados mentais próprios ('qualio' seria a m norrie para a s caracteris~icas'intrinsecas,inefáveis, privadas,incorrigivelmetite conliecidas'da nos82 vida ime~iial),a partir do momento ein que ele adopta u m princi- pio veriiicacionista de acordo com o quzl quando se trata de consciência, se não há

diferen~as apercebidas pelo sujeito, não há aí coisa alguina, a critica aos qualia não passa de uma critica epiitemoiogicaiiepare-se:quando Dennetr arirma que não exis- ;ern qualia na experiê ncia inental consciente,^ que ele está a dizer e que não faz senti- d o afirmar que algo que um sujeito iião apercebe expicitamenie existe ainda assim na sua coiisciència. Uma diferença na experiência mental consciente que não é apercebi- da, uma diferença que náo faz diierença, não pode, para Dennett,existir.

Esia conclusão eliminativa não elimina de forma alguma a consciência ela própria (nem Dennet: alguma ver pretendeu tai coisa) apenas questiona determinadas pie- sunçoes de inefabiliaade, privacidade e incoirigibilidade do nosso acesso a nossa pró- piia experi61icia mental. Pense-se niim dos exemplos de Ouining Quaiian,o exemplo dos provadores de caié,Chase e 8anDorn:o seu trabalho coiisiste em assegurar que o sabor do cafcque provam se ~iiònri'ni o mesmo ao longodo:empo.Ambos perderam o prazer que aníerioimente tinliam com esse sabor,que prekriam a iodos os outros. Um p e i w q u e h i porquese tornou um apreciador mais sofist~cadodecafe,embora o sabor daquele

~ ~ ~ ~ - ~ ~ ~ - ~

(12)

cafe se manienha inalterùdo,~ outro pensa que r a coisa acoriteceii porque os seus scn- soles gustati\~os sealteraram (mas osabor do caie inicial rnanieni-se inalierado;.U p o i ~ t o de Dennett

e

que nenhum deles pcdeestabeecer intra-subjectivamenie qual dos casos e o seu caso,precisamente porque n i o faz sentido aiirmarqiie algo que um1 sujeiio c i o apercebe explicitamente existe ainda assim na sira consciéncia. O que acoritece se

admitimios a conciusão? Admitimos que o auto-acesso de sistemas conscienres

corno

nós náo e epistemicamente incorrigi\~el (inas ninguém tinha negado t a coisa!) Vou então assumir que nZo e a consciência que é eliminada com o argunieiito acerca de qualia mas sim uma versão inteiecruaiista e epistemolóyica dos qual~ae reter o facto de Dennerí nunca afirmar ciie o sistema coynitivo (no qual e para o qual ele afirma náo exisiirem qiialia) não e consciente. Peic contrario o oqlecío da teoria da consciência 520 os sistemas especiais por entre os sistemas intencionais e renresenta- cionas que são conscienies. Essa conscipncia é precisamente,sempre,consci@ncia de. E aqui que aparece uma recria represenracional da consciÈncia de acordo coiri a qual a existência deestados mentaiscoriicientes nLim sistema supõeestados representacionais mantidos na memória desse sisiema de forma a estarem disponiveis para se: objeito ae crenças0 disposicionaiismo' iem a vercom u m siinosto excesso irrealista na concep @o da rareh coynitiva em causa se todas as crenças, estados mentais de 2: ordern possiveis acerca de estados mentais próprios ocorrentes,íossem explCcitas na vida mentzl do sistema. Parece-me que i: razão para o disposicionaismo e cogniiitma swi'stit~ii(2o da presença explícita de conteúdos mentais pela disponibilidade lha merioria (para serem objectodecrenças) esta ligada a uni principiocognitivo importante para !leniiet:, de acordo coni o qual seles !iieriraisconio rios não sáo capazes Oedisiingriir ?or intros- pecção na sua vida m e n t i entre o que sempre esteve IA expicitado e o q3e F preciso ir exp!icitarqua!ido lha uma auto-exorta~2o (cjuandoe~i qiiero saberoqge6 qireeii penso. nomeadamente pela introspecç~o)".O q i ~ e

6

qiie eu pretendo fazer notar com isto? Queoqire Dennetraiiima sobreoni\,elsu&pesioai dossisienias coynitivoscoiiscienies

6 útil e ale certo ponto náo poiéinico,que as suqestões acerca do estaiuto ~ r i i i a i

cic

iinidade e inesmo da presencialidade da vi& menia priipria para os sisrenias conscien- tes são s~igestóes interessanis, inzs que se rr,!!a de sqestõês acerc,i do c o m o e náo acerca do que da consci@ncia. Denneti esta a &lar do interior físico dos sis:t?rnas,dos veicuios oa representaçáo ao nfilei funcional, como 6 usual i:os modelos psicológicos da cognlçáo:!Orz,parece-m que por essa :azáo,e!e coinete u m eq~iivoco quando fale de consciêricia:ele tanto pensa na automoi?itorizaç;:o (que P,defiiiiti\~amerie,a pede

de toqiie da consciência) como u m processo

mecánico,subpess<ial,c;erador

d o i intcr~ faces referidos,c«rno a considera ao nível do conie~do,quaiido deieiicie uma ieoria da

i E s r e ~ i i ~ i a i i c a i ; ~ l i i n ~ o i u ~ i , a l ~ ~ ~ c r i t o ; ~ ~ : > n u t l ~ ~ ~ m : c O . i ~ r l i < ) qilc per:l:ie:~ri,aitr~ li:(io,ti~ (:i. i i i ~ o ? l i . i.po~cren<a "e Der'r;eii com a rcora a? Oavid ?ose:ittii!

(13)

, .

..

'-'.,?cciei:c!a

,,

, , .. de 2.; «rdeir>.

E

possit!ei fazer as duas coisas. riáo se deve

6

coisfundi-Ias

ii»ij:i!!it!o [luarido se s~bscreve os priiicipios r?xterrialistas gerais acerca da naiiicera CIO r:-e?li;:)i (ltic co,Tiecei por rc'rc>rir).

!> ~ 5 i [ > .. ~

.<:.

.

i~~i:i'i:te

o

1111- e!] p:cteiica iarer riolar acerc;: cia teoria deni?ettiana da cons- ri+~icia @ i l i i ~ ela tli,ceria i9iri.a trarispoe propostas cogriitivas acerca dascaracteiisricas

::c

íorinu

da

experiência conscieníe (como a ideia se?!inao a qi:a unidade e a

;:rmiiciaiidzcle da vida meiita s j o de certz forma virtuais) para o lugar de preiiiissas tie i i m dr(]!Jniento acerca de q~irriialjso

6 86 lporsi

estra~~ho.Depois,Derinetlepistemo- iasiza o p~o1:leiiiii

cia

coiisci6ncia (i. e. ide~itil'ica-o c o r o problema do estatuto dos :fatos «ti[> tiim sis!eina co~isccinrr nocie íazer acerca cie esiadcs mentais p:0prios).?or

~ i d o i:«. iDo~ii-ett riao seiitc necessidade de ser mais preciso acerca da natureza cla coi:sc!ér;cia.Oia, Dretslce íar ;iri'cijaiiiente isso.

5.

Dretske

i i i p i l o q!iese proponho que s\ri:sicedã um passo ern frente reiaii\iarnentea Denneit

é por(1,iie ele pariillia o i niesrios princlpios básicos qiJanto a natureza do mentai, tio- iiieadaimeiitc a'coiitiniiidad6eiit:e represenlação e consciÊncia,o teleoiuiicionalismo

i (1 exii'r:iaiis:no. !!Ias m;is iinporranre ainda é o facto de Drerslte iião considerar o

problc~ima [ia concciencia corno serido sobretudo uin problema epistemoiogico (respei- r?riic

2

,íorina ccriio uni sujeito con!?ece a siia vida mentai) ou um problema cognitivo ir-lativo :: niecanisri~os sub~)esscais).

A teoria externalista cla me:ite elaborada por Dretske parte da teoria da informaçao. Como se sabe a ttr:>ria rnaternitica cia informação medida em bits,existente nos supor- li's mais variados,não t e ! ~ que sei acerca de íen~rnenos mentais,!? nào tem qüe coiisi- dera: a q!iestão do conieOdo, este é indiferente. ivias como é possível então que uma

rnesma guantidadede informac2o renhac«ntefidotãodiferente? Deque se falaquando

se tala de coiiieirclo? De acordo com Dretske o'conteúdo'é informação semântica. A Teoria da inforrnaçbo semântica e dma teoria filosófica da representaçãoou intenciona- lidade, que Dretske procura conceber como indicação ou correlação. Este é já aludido i m b i t o :!os factos representacionais,factosacerca de funcões iniormacionais de dispo- iiiivos corn desigii. os ieíc!ilos de represei;tacáo (por exemplo processos ne~ronais). 3ra.e (. sobretudo isso que :nos interessa aqui,o qiic Dreisice afirma acerca de conteúdo semdiilicovaie náoapeinas para os aspectos intencionaisdo mental (i.e.para a expica(ão

da iiat:!rc.za dascrenças) como iambem para osaspectos rnaisdificeis,osqua!ia.Também

a experiêrcia consciente é para Dretske uma espécie de rep:esentação,e no caso dos q,~o/ia como no caso das creriças, compreender essa represen:ação não é idêntico a compreender os seus'/eiculcs,não e idêntico? olhar para o interior físico do sistema. O que ezra em ialisa e aquilo que é representad0.e aquilo que é represeniado são, para Jrets!ce,prt>prieciades no mundo,

(14)

Dretske define co~~scious siates de uma forma bastante siir ueneris: o q ue :orna Gm estado interno consciente é o papel que ele tem a tornar a criatura consciente. Uma experiéncia de x e consciente não porque a c i i a t u i a , ~ agente gioba1,tenha consciência da experiência ou se aperceba de que a esta a ter mas porqiie sendo (esse estado) i i m certo ripo de iepre:entação,eie (o estado) a !orna (a pessoa) conscienie das proprieda- des de x e do objecto (o próprio x) de que o est;.do e uma representação. Experiências sào conscientes não porque a criatura é corisciente delas mas porque ela i' corisciente com eias, por elas. Os estados conscientes assim definidos, ao contrário das criaturas

!:as quais ocorrem, náo têm, evidentemente, consciéncia de coisa alguma. Criaturas

conscientes sáo as criaturas nas quaistais represeniaçòes ocorrem.É antes de mzis esta posiqão que iaz a diferença entre a teo:ia de ordem de Dretsi<e e as teorias de

i."

ordem,como as de Hrmstrong, iycan, Rosentha! ou Dennett.

Em que e que a posição de Dretsi<e dikre das teorias de 2? ordem? Basicamei::e apoia-se na distinção entre aquiio que apercebemos e o nosso apercebimento disso. Pode perfeitamente existir apercebimenio (aworeiieii oi), e Dretske chama a isso consciêccia,sem qiie a criatura se aperceba de queapercebe.Peio contrário nas leoiias de i.a ordem só se pode falx de consciência se existir representaçáo de represerita- çoes ( i e d e estados mentais pióprios).Nas teorias do tipo-percepção,um estado inen- tai é consciente se vier a ser objecro, através das operações de u m sentido inierno !no sistema, de um ouiro eiiado inental, unia percepçáo. Nas teorias do tipo-crençò u m estadomefita1 e consc!entese for objecto de uni outro esrado mental,qii? C neste caso uina crença e não umia percepçào.

Mas para Drasl<eafiimar que um estado mental

6 conscie!:ie por ser objecto de uma

representação de 2- ordem i' deixar riido por resoiver. Por exemplo seria preciso saber como e que o estado de

I?

ordem i' representacIoNão has:a por exemplo rep:esen:A-o como um estado do cerebro:se fossem iecnooqicamente disponibiiirados meios pelos quais a criatura pudesseaperceber perceptuamentc os es~acios neuroriais próprios corri.8~

pendentes a uma deter:ninada represenlaráo rião seria isso a torná-la conscienteiais

veículos teriam,no minimo,como dizDretske,yue serrepresentados como representa(6i.s. Para Dretske o pi-incipai erro das teorias do senrido interno, como a de W. Lycan, é não verem isso, não \lerem qiie a monitorizaçào dos \ieicuios do contehdo pelas operacoes de um sentido interno nunca seria suficiente cara a existência de meta-representações Sera então preierivel conceber a

2?

ordem como apercebimenro conceptual e [ião quase sensorial de estados mentais próprios pela mente? Dretske também tem objecções quanto as teorias de 2"rdem que associam a consciêiicia a crenças acerca de estados mentais proprios,peio menos tanto q ~ i a ~ t o eias pretendem cobrirexausiivamente aqiiic que se eniende por consciénciaNomeadamente se se considera qiie irma criatura cons- cienie apenas se se iieia existirem crenças acerca de estados mentais pioprios,isso parece tornar ilegítima a atribuição de consciência a crianças pequenas e animais. Uma canse- quêrcia semelhante é absurda para Dretske. A expiicação da 2"rdein como apeice~ bimeiito conceptual terá que rei outro iugar na teoria da mente que náo a expicaçáo da coiisciência !oci! court,e esse iugar será para Dretske o conliecirnento introspeciivo.

(15)

iiepare-se que quando Dretske faia de'esiados conscientes'náo está a faiar nem de

auroconsciência nem de introspecçáo.Aiirmaracerca de alguma criatura queeia

P

cons-

ciente sem iaentiiicar esse íacto com o facto de ela estar consciente de ser consciente

é possivei a partir do momento em que se inostra que ela representa o niunao de

acordo com os princivios da informação semaniic2.Ora essa representação náo

P

de

modoalgum da ordem da crençaexplícita parao8istema.i por issoqueémuito impor-

tante considerar a exisTência de percepção iião epistLmica,conceder que nem todo o

apercebimento consciente tem a %rma 'e u m saber-que,e que podem existir aifereri- ças de estados conscientes não explicitamente apercebidas peio sistema. Este L preci- sainente o núcleo da discussão quedura lid maisde trinta anosenrre Dretske e Dennett.

Um exemplo: teinos uma situa;ão em! que uma criaiiça que ainda não sabe contar

percebe visualmente, s~~cessivamente sete dedos e oito dedos das m ã o s 0 exemplo é

exactamente ?araielo aos que Dennert usa para {aiai de qualia como'diferenças imagi-

nárias: A diferença e que para Dretsice as diferenças existem, mesmo que não sejam

apercebidas-que por uin sujei10 Aarnitir percepção náo epistemica significa aceitar

que aperceber

F

iião supóe necessariamente aperceber

i-

como um F (sete dedos,oito

dedos).Vejamos mais alguns enernplos (do genero dos que aparecem em ~Vaturnliiing

rhe

Mind) da diferença, iuicrai para Dretske, entre percepcão epistémica e percepcão

não epistémica.De fact0.a interpretação de exeríi~ios scineihanres c a pedra de roque

da diferença entre as teorias representacionais da consciência de Dennett e de Dretsi<e. Pense-se na diferença entre perceber visualmente uma macá e perceber uma ma(á como uma maçã, tia diíerença entre ouvir um piario a ser tocado, no caso de aiguém

que sabe (o que e um piano e o que está a ser tocado) e no caso de a!guém que não

sabe nenhuma dessas coisas. Essas difereiiças são diferenças entre percepção não episiémica e percepção epistemica. Para Dretsice é essencial admitir que nas situações de percepção não epistémica as criaturas são conscientes de (awareoij.0 argumento

centrai a favor de uma teoria de i.= ordem é este:se podem existir diferenças na expe-

riência de mundo de uma criatura das quais esta não e consciente,então não pode ser o apercebimento que a criatura rem de um estado mentai seu que torna esse estado u m estado consciente.

Recapitulando: Porquê a defesa de uma teoria representaciona; de i ? ordem por

Dreiske? Recorde-se Brentano:quando se trata de intencionaiidade não

umapeiicua

representaciona1:apenas as próprias coisas.Acrescente-se o externalismo: a inexistencia intencional n j o é a existência de objectos a mais,a única existência L a actuai.0 próprio mundo. Repare-se no entanto que Dreiske não arrisca nenhum desiizar ideaiista,já queo que fica para iazer não e uma teoria do sujeito mas uma teoria das propriedades do mundo". Por outro iado,e de cerro modotontra'Srentano,ou pelo menos a partir de pressupostos

I ' f i n accoidaiiccwirh the RepreienisronalT!rei'i,i.,eihinkoiali rnenia! í a c i s i i repreieriiaioiial fa:~i.tíe

quaity o:experie~ire. hcw tliingi ieem 10 usar the ieniary level.;ironsi~:iited by the prapertiis thiligs ale

(16)

muito diferentes dos seus, embora naca numa teora represeniacional da conscii-ncia retire a privacidade aos aspectos quaiitivos do mental,eies são tornados'object~varnente determinaveis:~ queé uma obrigaçãodo iiaturaiismo (deacordocom o q u a nãoexistem por princípio hccos apenas acessíveis em primeira pessoa:.

6. Consciência

e

Introspecqão

Chegamos a u m ponto importante, relativo ao atrás chamei uma objecção irnpor-

tanteaoexternalismoacerca da mente,nomeadamenrea questão relativa

a

introspecção.

Uma teoria represeniaciona de 1 .a ordem como a de Dretske conduz a uma diferença iniportanleentre estados coiiscientes e introspecç2o.Curiosamente.o que Dretslce afir- ma acerca da inirospecção assemelha-se bastante a fornia como Denneii concebe aquilo a que chama a consciência em geral. Para Dre:slte,a pergunta a fazer para passar de uma explicação da awaieness em geral para uma explicaç2o da introspecção é a seguinte:o que e rem que havera mais para que a criatura se aperceba DOQUE aperce- be, para que a introspecção lhe dê o facto de estar a pensar isto ou aquilo?

E

a resposta @ : t e r que haver crenças.

Afirmei no iiiício que a introspecçao consciente parecia u m obstáculo importante para o exteinaiismo como posiçáo metafísica geral acerca da natureza da menieMas no âmbito de uma teoria represeniaciona da consci@ncia remos pelo menos o seguinie ponto de par!ida:como toca a conscii-ncia,a introspecção é u m caso particular de cons- cii-ncia-de e nâo u m processo pelo qual se'olha para o interior'do sis?ema.Dretske pre- tende ainda mais:pretende:iiosírarq;ie a consciência-de queéz introspecçáo não

e

aiguin tipo de percepção dos estados mentais pr6prios (uni dos argumentos neste seriiido e

aiásofactodea inírospec<âonãorer iimafenorneriologia propria,alemdafenomenologia

das modalidades sensoriais) mas sim apercebinienio de factos,saber-que,crenças. iJtilizarido uma analogia: a inírospecç2o é i ! n i vir-a-saber-conceptual comparave1 com a situação seguinie: um de nos pesa-se e olhando para a balança vem a saber não apeiiasque há aiiima balariça prateada (por percepçãovisual) mas urn facto,conceptual, acerca de si proprio,qce pes;: x. Dizer que a intiospecçáo e apercebimento de factos é

dizer que ela e mais parecid;: com vir a saber que temos uma doeiiça (ou u m vírus) do que sentir diieciamer!te a doeiiça ou o vírus (ao contrario do que uma teoria do senil- do ir~reriio nos faria pensar).Longe deser o paradigma doque se eniende por conscién- cia.a iriirospecção i'apenasccaso em que uma imeiite se representa conceptuamente como representando,algo que evidentemente nem todas a s mentes faze!n.

H razão pela qual a introspecção me interessa aqui é a seguinte. Parece-me que a

comparação decisiva entre Denneit e Dretske diz respeito a importância do apercebi- menio conceptual de facios (i. e. das 'crenças'; na explicação da coiisciência.Toda a

doutrina dennettiana dosqualia mosira que para Dennett oapercebimentoconceptua~ de factos e decisivo0 que se tradiizirá no seguinte: Dennett pura e simplesmente não

(17)

pode dclmitir a existência de consciêricia não episiemica. Obrigado a cle:inir a cols- ciência cunio necessariamente epistemica, iclenriiicando-a com as situaçoes em que o sujeito esta ciispustu a cleclara--clue,teni que eliminar os qialio e\!@-se aflito com o que dizer q u a l t o a bebi's e aniiiais.

Mas pensar qiie toda a corisci@ncia 6 »erce;j(R(? episiémica

6

pii.ciszmente o diieiio intelectualis:a ca teoria de 3eiinett.Certa1iier1tecl~ie se toC;~ a ccnscii.icl;i i'epistfmica,

o sabido tem que ser sabido-que Doi um sujeito, ciaí o coi?s:arxe cir!rno: cle !3err;ett conlra Leorias da consci@nci? que ac!nii!ern a 'categoria bizarra

oi;!ecti./aimeiite siibjcctivo:cliie o sujeiro não sabe cleclar~r e e ~ p l i c i ! ~ ~ í \ ~ : a s corno i e cliegou à p o s i g o s e p n d o a qcal toda 3 coiisciii~cia

-2

episte~mica? Der~netl não avança rienlium argu- mento defriiiivo q ~ i e l i ? permita ta' ponto de particia. Pelo coiitrario Dretsice admite e justiiicz (reiornancioa expressão

de

C)enne!i)'<>objec!ivaimeiite su5jectivo qce (i sujeito r ~ a o sabe declarar: cliarriahe lpcrcepi;~ r:ão epistiimica e cxpiica-a pela na!urezi; re~~resenizcio!-iai cios esiacios coriscieaiei de uima feri-ia que 112o esioca esrados de

2 ;

ordem lpor parte da criaiiira eni cacisal'io perm'ie?-lhe reiirincjira relevância do a?erce- bimeiito concept~ial de íactos ao o:r:icular :ipo de conscii;ricia que 6 a introspecção (e náo o obriga a negar a cuiisciiir~cia a seres ii3capazes de saberem e c'ec1a;arein o que pensam como bebés e animais).

Como estanios neste rnomen:~? Pronios a faz6:r 1:ma ohserva<2o q u m o ao princí- pio de Brenrano,de acordo com o qual ~ o d o o acto psíquico

6

aconrp~iil-tado de uma consciéncia de si mesmo (o'segundo pri?cípio'de Brenizi?:~, aqut:le cue seT se<jue á

identiiicação da consciência com o intencio!ial).ionsiderernos a forma cor;!o Dreis~e explicaria os qualia de cor numa criatzra por oyiosiçáo

a

introspecção. De acordo com Dretsi:e para uma experiéncia de azul ser co~isciente ( i e . para uma criciura aperceber azul) não e necessária a acção de iim sentido interno nem a existencia de crenças acerca deestadosco~iii:ivos de primeira ordem peosquaiso sistema em c a s a discrimina algo,

mas apenaso mundo.Apenas no tipo de consci@ncia que éa inirospecção (porexeniplo

'eu sei que vejo azul agora') tem de cerca forma que haver'consciência de si mesmo:no sentidodeestados mentais de 2.aordem que têm por objecto estados mentais próprios de 1 ."ordem.Nem aqLii seirata de uin se!?iido interno ( i e d e 2.aorciem tipo-percepção): apenassão necessbriascrençasQuando se traia de introspecç20.de sistemasque sabem O QUE pensam e sentem, há qualquer coisa que tem que ser aprendida,que crianças com u m ano não saben? e que animais como um cáo e um g a ~ o nunca virão 2 saber.

Isto é exactamenre, repare-se,o que se espera de uma teoeia externalista.

7.Zombies

Apenas uma observação para finalizar. Eu estive a (alar do que e, de acordo coin Dretslte,saber o que se peiisa.i~as para Diersl<e existe ailda um ouiro probieima, u m problema diferente: o problema relaiivo a saber QUE se pensa. A inrrospecçáo dá-130s

(18)

autoíicla<Je quan!D a g ~ i l o qi;e cslA nz nossa men:e. i n a s -ião i:os diz que :eixos uma !nenie.Assirn corno o sujeito do 7rcicioii;s deWi3Ltgei?s:ii~ cão faz pzrte do rnundo.de acordo com a Leoriz de Dretske iizda no facto de esrarmos conscienies-de (io beui'vare o0 nos diz que sornos conscieiiies. EntSo con.0 E ~ u e sabemos? - isto 6 o que pergun-

. ,

ta D:iis;<e rios seiis escritos mais recentes " A qirestão é ali& iormiilada em re:n?os de 7o!nbies:'Comi>

i.

clire e:l se que eu não soii um zonibie? tsTe seria de rt=s!o mais i l m caso ideal para a coniaòraç?,o entre Dreiske e Dcnneti. Como se sabe, o iornbie é

u m

irislruinei,io estiisiico impresçiridivrl dos adeptos da consciência ic.i?ornenal:ele sert~e

a soabilidade da consciêricia íer~oinenal,dos

qi~alia.

relaiiva:nente aos estados iepre- wniacionais. Ambos. Deniieit e Dreiski,afastam,corno

se sabe,esta oossibiiidade de isolamei?io,devido ao princisio ç a coniinuidade entre conteúdo e consci@ncia,i.e.devido ao Íacto de defenderem uma teoria repreienraciona da consciéncia. No en:anto. eles encaram de forina diferente a quesiao das iombies. Como acontece com os yualiu, Derineit enreda-se ern quesióes de anilise conceptiial,declai;. queiornbies são incon- cebis~eis (urna vez acei'te a continiiidade cont!~udo-consciência). e deixa escapar enrre

os dedos o pr6urio »roblei~:.D:etske,po:seu ladoadmitindoque nos sabemosque iião

somos zornóies,ieiri procuraiido exl;icar como

E

que nos sabemos tal coisa.i\4as não se !em saido mgito beriiGuaI6 o íjrobiema? Como viinos,ui?ia teoria da consciéncia como

a

d:,

Drets!:e não lios pi~riniti.cocsiderar Gire sabemos clue perisamos sendo conscientes daquilo de cjiie somos conscientes - ate a i ~~oderiamos oeikiizmente seriombies,ape:ce-

bendo o inundo~or~?i;rec;ue iios rodeia e lidandocom ele compeientemenieA conclus2o de Dretske quarito ao seu no.o problema wrã que cada um de cós sabe que náo é u m zornbie,que peiisa, mas não sabe como sabe ou o que sabe ovar~do sabe tal coisa.. ,

/\/ias será que a ~ircsi2o'ccmo

6

qtre eiJ sei que eu sou conscie~ite'(por o~osiçSo a saber O QUE Ipenso, que

i',

para Dreiske a ouestio da iriiiospecçãoj, E mesmo uma questão acerca dejusrificação? Pareceme cliie acliii 6 Dre:ske,que sempre considero!i que o oraride defeito

da

teoria di'nneiriziia

da

consci@imcia

E

o seu'intelectualismo:cjue e s i i a cornerer o rimesmo

pecado.~iaIv~~,!l~jurnas

pieceils6es simp1esmen:e não neces- siteir dejusriiicaçio.se iudo Í a a a fòvor belas, riada .rala contra elas.

Aquilo que apresentei aqui vai tio seguinie senridoSeiá mesino veicade que todos os filósofos da !mente conteniporâneos,ao conridrlo ée Brentano,separani ccnscii.ncia e intencionalidade? Não, não 6 verdade e as teorias iepreseniacionais da consciência estso a i para o provar.Sera riiesrnoverdadc qile é necessário um're~resso a 3ren!an»*,

(19)

que não separava a intencionaidade e a conscifncia (ou mehor,qLie as idetitificava)? Born,se por'regiesso a Brentano'eiitendermos a defesa de uma teoria representaciorial da conscifncia poroposiçãoà defeszdedualisinos (coinoosde D.ChalrnersedeF.:ackson)

justificados pela impossibilicade de'reduzifa consciêricia fenomenal, é aig~imentáve! que sim. No entaqto e desoe logo, ao contrario de Breiitaiio, iiem todos os teoricos reprcsertacionais da consci@ncia co~siderariam que todo o iiitericioiia e meiitai:uma teoria naturalista iaz-einontar'a outros ienóirienos, n2o hunianos e nào mentais, os iirincipios qiie explicam a intencionalidade do mental.

Mas sobretudo e foi isso que procurei niosirai através do ionfronto eritre Dretsite e Dennett, proponenres,ambos,de teorias iepiesentacionais da consciéncia, o'iegresso'

a uma posicão bienianiana de inirparabiiidade entre iiitencionaiidade e consciência não trai necessariamerite consigo algum iipo

de'associação'necessaria

entre coiiscii-ncia e autoconsciência, oii entre corisciência e evidência epistemica. De facto, o priiicípio bientaniano de acordo com o qua'todos os actos psíquicos são acompanhados por uma consciêiicia de si'trazconsigo o perigode u m intelectuaiismosemelhanreao exem- plificado hoje t i a filosofia da mente poi Dennett com a sua doutiina dos qualia.0 inte- ieciuaiismo d2 doutrina denne~tia~ia dos cluolia tem, parece-me, parentescos coin os aspectos cartesianos c o pensamento de Brentano, nomeadamente aqueles que acen-

tcam

-

iiiáiibiidade

.

. ". e

a

evidência da percepção interna.As posições de Drerske com as

quais procurei 'corrigir Dennett afastam, pelo contrArio,as'seiiientes'iie caitesianismo exisientes em Breniano.

Que outro lugar,que outro estatuto,para a auioconsciènciz obteremos então no seio de uma teoria iepresentacioiial,exiernalista da mente? Começando por admitir que não

e o mesmo afirmar que toda a consciência e intencional, como faz Brenrano e como fazem os defeiisores de teorias represeiitacionais da consciência, e afirmar que toda a

intencionaidade e autoconsciente, teremos disponíveis. para começar a tratar este problerna,as ieorias representacioiiais da consciêiicia (de 1 .a e de

2?

ordem),de acordo com as quais ioda a consciência-de e tambéin a autoconsciência e um iuncionamenio diferente mas não algo de presente a mais relativamente ao conjunro dos fenomenos intencionais (ao contrario do que pensam os derensores da consciência fenomenal).

Voltando um pouco atrás, à aviareneii em geral, temos que uma teoiia iepresen- tacional e externalista do inentai náo pode ser intelectuaIisiaComo pretendi mostrar com apoio em Dretske (e a minha convicção e que essa e a interpreração correcta da continuidade enire conteúdo e consciência, uma interpretação que Denett deveria subscrever se não estivesse táo preso ao caitesianismo, i. e. ao carácter paradigmatico da unidadede um sujeitoquando se fala do mental),oexternalismoem teoiia da mente obriga a no:aiqueaquilo que é importante é aquilode que a consciência é consciência e para isso o sujeito e a sua certeza epistemica náo 820 chamados'?Voltando então a

i Cabe aqiil cma noia episiemol6gca.jA qlie brn dai ~LIIOIPI !.atados no "rlíien~e texto. irei, Dreiiks. desenval\~euni ~~i~orra~ierrabalriaenquar:icepiiemóiogaeni pzralclorom a sua teo.2 da rn?l-rc:a ~ O S C L O

(20)

considerar Brentano e a repetição das suas questóes, não se p o d e deixar de notar o

q i a n t o esta coricusão @ anti-brentaniana.Para Bientano,a partir d o m o m e n t o e m q u e

toda a consciência eautocons:iência,a partirdo m o m e n r o e m que t o d o o a c t o psíquico

6

acompanhado de arna conscii-ncia de si,todo o acro psíquico é objecto de conhe-

cimento concomitanie, que pertence ao mesmo a:?o psíquico. E precisamente a esta

fusão que se deve a'infalihidade e evidência da percepção interna'de q u e Brentano faiaNo contexto de uma metafísica externaiista d o mental urn tal caminho desaparece. Uma última apreciação da repetição das questões brentanianas reencenadas n o con- fronto entre Dennett e Dretske seria entãoa seguiiite:devidoa u m certo intelectualismo quanto a consciência,Brentano assemelhar-se-ia maisa Dennett d o q u e a Dretske,arris- cando por isso, tal c o m o Dennett, u m deslizar idealista da siia filosofia.

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eiiiiemalógica externalisra,que'deipcisui'a sujeita e'paiia a it?curnbèr:cdan m u n d o quando ie vaia ai

Referências

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