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Zero, 2003, ano 18, n.3, abr.

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ZERO

ANO XVIII- W 3 ABRIL2003 CURSO DEJORNALISMO CCE -JOR UFSC

Melhor

Jornal-laboratório

IPrêmioFoca

Sind. dos

Jornalistas

deSC 2000

3° Melhor

Jornal-laboratório

doBrasil Expocom94

Melhor

Peça

Gráfica

I, II, III, IV,VeXI SetUniversitário 88,89,90,91,92e98

Jornal-laboratório

do Cursode

Jornalismo

da Universidade Federal de SantaCatarina ,

CONCLUíDO

EM30/04/2003 Arte:Alexandre

Brandão,

lido

Golfetto,

WagnerMaia

Apoio: Labfoto,

Lablnfografia,Labrádio

Colaboração:

Cláudio

Tognoli,

Hanit

Dardagan,

Rogério

Machado

Copy-writer:

Felipe

Bâchtold,

MarcoBritto,

Maycon Stahelin,

Marcela

Campos,

RichardAmante,TadeuMartins,

Wagner

Maia

Direção

deArteede

Redação:

Jornalista

e

professor

RicardoBarreto

Edição:

WendelMartins

(Sênior)

Alexandre

Brandão,

TadeuMartins,

Wagner

Maia

(Assistentes),

Felipe

Bachtold.jeanne Callegari,

Maycon

Stahelin

Editoração

eletrônica,

tratamento

de

imagens

e

produção gráfica:

Alexandre Brandão

Fotografia:

Ali

Jarekji,

Brian

Walski,

David

Iurnley,

Faleh

Kheiber,

Goran

Iomasevíc.Ierome

Delay,James

Hill,

Jerome

Delay,

Lucien

Perkins,

Marcelo

Hernandez,

Mark

Richards,

Soroush

Oryan, Spencer Platt,

Suhaib Salem

Serviços

Editoriais:

AlJazeera, Agência

Folha,

Agência

Estado,

AOL,Associated

Press, BBC,

Clarín,

CNN,

Daily

Mirror,

DigitalJournalist,

Getty Images,

El

Mundo,

FrancePresse,

Imediata.com,

Iraq

Body

Count,The

Independent,

Los

Angeles

Times,

National

Geografic,

NBC,

NewYork

Times,

Newseum,Portal dos

Jornalistas,

Pravda, Poynter

Institute,

Público,

Repórteres

SemFronteiras,

Resistir.Info,

Reuters,

RTP,

Sítio

Campanha

contra

Sanções

no

Iraque,

Terra,

Último

Segundo,

UnitedForPeace,

UPI,

Washington

Post,World Socialist WebSite Textos:DéboraRemar,

Felipe

Bãchtold,

Fernanda

Menegotto,Jeanne

Callegari,

Maycon Stahelin,

Marcela

Campos,

MarcoBritto,Mário

Coelho,

Renata

Dalmaso,

TadeuMartins,

Wagner

Maia,WendelMartins

Impressão:

DiárioCatarinense

Redação:

Cursode

Jornalismo (UFSC­

CCE-JOR),

Trindade,

CEP

88040-900,

Florianópolis,

SC Telefones: 55

(48)

331-6599,331-9490,

331-9215 Fax:

(48) 331-9490

Sítio: www.zero.ufsc.br E-mail: zero@cce.ufsc.br

Circulação:

gratuita

e

dirigida

Tiragem:

5.000

exemplares

BARBÁRIE

Organizações

internacionaisde

jornalistas

protestam

contra

ataques

de americanos.

Ações

foram

intencionaisesãoconsideradas "crimes de

guerra"

Jornalistas

são

alvos

na

OHarra

Protestos

reforçam

suspeita

de

que

mortes

foram

intencionais

Depois

damortede 14

jornalistas

que

cobriamainvasãodo

Iraque,

muitos

órgãos

eentidades

representativas

de

imprensa

se manifestaramcontraafalta de

proteção

aos *

profissionais pelos

exércitos americano e

INVAS----A�D

iraquiano,

o que consideramataquesà li-berdade de

informação.

Existea

suspeita

Q

de que hotéis conhecidos por

abrigar

jor-IAN UE

nalistas durante oconflitoe carrosde

im-prensa devidamente identificados foramata­

cados intecionalmente

pelas forças anglo-america­

nas.Asrespostasdas autoridadesamericanas tentam

redimir seus combatentes dos atoscontra

jornalis­

tas, em seu exército

profissional,

entendidoscomo

civis..

Emprotestoàsmortesdosataquesde8de abril

(que

mataramtrês

jornalistas

eferiram

pelo

me­ nos mais três

-veja

páginas

13 e

16),

aFedera­

ção

Internacional dos

Jornalistas

(FI])

envioudo­

cumento acusando os dois lados de cometerem

"crimes de

guerra".

Aidan

White, secretário-ge­

ral da

FIJ

reclama que "não há dúvida de queto­

dosestesataques

poderiam

estarmirando

jorna­

listas. Seissofor

verdade,

éuma

violação

gravee

séria das

convenções

internacionais". A

organização Jornalistas

Canadenses

pela

Liberdade de

Expressão

também

protestouerecebeucomorespostade

Victoria

Clarke,

porta-voz do

Depar­

tamento de Defesa dos

EUA,

que "a

guerra éum

negócio

perigoso,

evocê não está seguronestasáreas".

OComitê para

Proteção

dos

Jorna­

listas

exigiu

deaDonald

Rumsfeld,

se­ cretáriode Defesa

americano,

queuma

investiga­

ção

imediatae

profunda

fossefeitaequesuas con­ clusões fossem levadasa

público.

O

CPJ

levantaain­

daa

"hipótese

de queoataqueaAl

[azeera,

rede de tevê árabe em

Bagdá,

tenha sido

proposital".

Uma cartasemelhante foi enviadaao

presidente

americano

George

Walker Bush

pela

Associação

Mundial dos

Jornais

e oFórum Mundial dos Edito­

res, representantes de 18 mil

jomais

de todos os

continentes.

Os

jornalistas

mortosdesdeoinício da inva­ sãoamericanaao

Iraque

têm sido lembrados pe­ los

jornais

porviraremalvos fáceis das

forças

mi­

litares.Nofatídico dia 8 de

abril,

oescritório da

Al

[azeera,

televisão do

Qatar,

foi

atingido

por um míssilamericanoquematouo

correspondente

Tarek

Ayub

eferiu Zohair

Al-Iraqui.

Nomesmo

dia,

ohotel

Palestina,

conhecido por

abrigar

os

correspondentes

estrangeiros

em

Bagdá,

foi

atingido

por umtanque

americano. Taras

Protsyuk,

cinegrafista

da

agência

inglesa

Reuters,

e

Jose Cuoso,

daemissora

espanho­

la

TeleCinco,

foram mortos. Um porta-voz militar

americano

alegou

queas

forças

revidaramatiros vin­

do do

hotel,

mas atestaramemboletins emitidos ao vivo paraseus

países

nãohaver nenhumfranco-atira­

dornohotel.

Terry

Lloyd, jornalista

da empresa britânica

ITN,

morreu

quando

forças

anglo-americanas

avançavam sobreBasranodia22de março. Eleemaistrês

jorna­

listasestavamnum carrode

imprensa

quando

milita­ res abriram

fogo.

Nada

compatível

a essas morte, a tão

proclamada Convenção

de Genebratrazno

artigo

79queos

"jornalistas engajados

emmissões

profissi­

onais

perigosas

emárea deconflitoarmado devemser consideradoscivis"e"devemser

protegidos".

Nãoéo que aconteceu: emtodaaGuerra do Golfo de 1991 morreramapenasquatro

jornalistas.

Débora

Remor

EUA

são

odiosos

para

bispo

da

Boston

Conteaverdadeaopovosobreo

terrorismo,

senhor

presidente.

Seas

ilusõessobreoterrorismo não

forem desfeitas,

aameaça continuará até nosdestruir

completamente.

A verdade é que nenhumadas nossas muitasarmasnucleares

pode

proteger-nos

dessas ameaças. A

reação

óbvia é

perguntar:

entãooque

podemosfazer?

Para entendermos

isso,

precisamos

saberaverdade sobreaameaça.

Senborpresidente,

o senhor nãocontouaverdade sobreo

porquê

desermosalvo de terrorismo quan­ do

explicou

por

que bombardeamos o

Afeganistão

eoSudão. Osenhor

disse quesomosalvo do terrorismoporque

defendemos

aliberdadee os direitos humanos.

Que absurdo,

senhor

presidentel

Somosalvodoterro­

rismo

porque

na maior

parte

do mundo nosso governo

defendeu

a

ditadura,

aescravidãoe a

exploração

humana. Somos alvo de terroris­ moporquesomosodiados.Esomosodiados

porque

o nossogoverno

foz

coisasodiosas.Em

quantos

países

agentes

do nosso governo

depuse­

ramlíderes eleitos

pelos

seus

povos,

substituindo-os

por

militares

ditadores,

marionetes

desejosos

devenderseu

próprio

povo

a

corpora­

ções

americanas? Fizemos issono

Irã,

no

Chile,

no Vietnã.

Quantas

ve-zes

fizemos

isso no

Panamá,

na

Nicarágua

e emoutras

repúblicas

da América Latina?De

país

em

país

nossogoverno obstruiua

democracia,

sufocou

a liberdadee

pisou

nosdireitos humanos.

O

povo

do Canadá

desfruta

daliberdadeedos direitos

humanos,

assim como os

povos

da

Noruega

e da Suécia. O senhor

ouviu

falar

de embaixadas

canadense,

norueguesas ou suecas sendo bombardeadas? Nós somosodiados

porque

o nossogoverno negaessascoisas aos

povos

do Terceiro

Mundo,

cuias

recursossão

cobiçados

por

nossas multinacio­ nais.

Esse ódio quesemeamosvirou-secontra

nós,

paranosassombrarsob a

forma

de terrorismoe,no

futuro,

terrorismonuclear.

Em vezdesustentara

rebelião,

a

desestabilização,

oassassínioe o

terrorrevolta do

mundo,

deveríamosaboliraCIAedoarodinheiroa

organizações

filantrópicas.

Resumindo:deveríamosserbonsem vezdemaus.Amém.

Bernard

Law

Arcebispo

de Boston

(3)

Quando

a

3

a

Divisão

de

Infantaria do exército

estadunidense

atravessou

a

fronteira do

Kuwait

e

Iraque

na

madrugada

do

dia

20

de

março, começava

uma

invasão

ilegal,

contrariando

a

legislação

da

Organização

das

Nações

Unidas

(ONU).

Está

claro

no

direito

internacional, Artigo

2,

Parágrafo

4 da

Carta

da

ONU:

"Todos

os

Membros

irão

deixar

nas suas

relações

internacionais

de

usar a

ameaça

ou uso

de

força

contra

a

integridade

territorial

ou

independência política

de

qualquer

estado,

ou em

qualquer

outra

maneira

que

seja

inconsistente

com as

propostas

com a

ONU".

Com

Saddam

Hussein

deposto

do

poder,

não

foram encontradas

armas

de

destruição

em massa

iraquianas,

principal

motivo

da

intervenção

militar

no

país.

afetar

a

autoridade

e

responsabilidade

do Conselho

O

artigo

51 da

Carta

da

ONU

explica

as

de

Segurança".

circunstâncias

em

que

uma

guerra

pode

Visto

que

o

Iraque

não

atacou os

EUA

ser

travada: "Nada

nesta

Carta

impedirá

o " ou

Reino

Unido

e

que

a

paz

e

segurança

direito

inerente

de

auto-defesa coletiva

ou *

internacional

são

postos

em

risco

pelas

individual

se acontecer um

ataque

armado

..

forças

de

coalizão,

não são

cumpridas

as

contraum

membro

da

ONU,

até que

o

IN�VA'S'-

A"'O

questões

de auto-defesa.

Mas

John

Conselho de

Segurança

tenha

tomado

Negroponte,

embaixador dos

EUA,

medidas

para

mantera

paz

e

segurança

IANQUE

justificaria

um

invasão

ao

Iraque,

em

27

internacional.

Não irão

de

qualquer

modo

de

janeiro.

"Relatórios dos

inspetores-tomara

qualquer

altura

qualquer

ação

chefe de

armas

da

ONU

não

dão

esperança

que

considera necessária

para

manterou aos

Estados Unidos de

que

o

Iraque

pretenda

restabelecer

a

paz

e

segurança

internacional

e

cumprir

totalmente

as

exigências

do Conselho de

Segurança

para

desarmar-se".

Do

Iraque,

a

acusação

é

respondida.

I

"Se

o

objetivo

é assegurar que

o

Iraque

está livre de

armas

nucleares, químicas

e

biológicas,

eles

podem

(realizar

as

inspeções).

Essas

armas

não

são tão

pequenas

a

pontos

de

poderem

ser

escondidas dentro

do bolso.

Essas

são

armas

de

destruição

em

massa,

e

é

fácil concluir

se o

Iraque

astem

ou

não",

desafiou Saddam

Hussein,

em

4 de

Fevereiro.

O

professor

Vladimir

Splipchenko,

doutor

em

Ciências

Militares

e

major

general

russo na

reserva,

alega

que

a

invasão

ao

Iraque

é apenas

um

teste,

em

artigo

publicado

no

site

Pravda

On-line.

"A

razão

principal

para

esta

guerra é que

os

EUA

querem

testar

sistemas

sofisticados de

armas",

afirma,

acrescentando

que

há dez

anos,

os

americanos

conduzem

basicamente

guerras

sem contato

direto.

"As

forças

armadas dos

EUA

tem

de fazer

uma

preparação

acelerada

para

futuras

guerras, que

vão

utilizar

sistemas

de alta

tecnologia

e

permitirão

aos

EUA

conduzir

uma

campanha

militar

em

.

qualquer

parte

da terra,

sem

contato",

alertou

George

Walker Bush

em

maio

de

2001,

na

Academia Naval

em

Annapolis.

Para

tentar

justificar

a

decisão de

George

Bush,

o

ex-secretário

de Estado

americano

Henry

Kissinger

alegou

que

"a

nova

abordagem

é

revolucionária",

mas

confessou

que

"definir

uma

mudança

de

regime

como meta

de

uma

intervenção

militar desafia

o

sistema

internacional

acordado

pelo

Tratado de

Vestfália,

de

1648,

que,

após

a

carnificina resultante das

guerras

religiosas,

estabeleceu

o

princípio

da

não-intervenção

nos

assuntos

internos

de

outros

países".

Wagner

Maia

A

laqua

ravarla

axpansão

do

aura

sobra

o

dólar

Muitotemsefalado sobreosmotivos queleva- ...---­ ram osEstados Unidose a

Inglaterra

ainiciarem

urnacruzadacontrao

Iraque,

mais

precisamente

contraseuditador SaddamHussein. Os

pretextos

oficiais sãoabusca por armasde

destruição

em massa equeaditadura de Saddamtemfeitoopovo

iraquiano

sofrerpor

décadas,

equemerecem uma

democracialivreeautônoma.

Isto,

senãofosseo

Iraque

dono da

segunda

maiorreservade

petró­

leo do mundo.Pior:o

país

fezurndesafioeconô­ micoaosEUA

quando,

em6 de novembro de

2000,

substituiuamoedacom a

qual

operavaasvendas de

petróleo,

dedólares para euros. Pode-sever essa

mudança

por dois

ângulos:

o

econômico, já

quena

época

o eurovalia82centavosde

dólar;

e do

ponto

devista

político,

parecia

bravata. Coma

quinta

e maior

expansão

daUnião

Européia,

efe­ tuadaem 16 de

abril,

o eurovai terurnmercado

de

aproximadamente

450

milhões de consumido­ res,

ganhando

fortena

disputa

com odólarame­ ricano paradefinir

qual

seráamoeda dereferên­

ciacomercial nomundo inteiro.

Osatentados de11 de setembro de

2001,

ali-adosàcrescente

valorização

da moeda

européia

.... _

frente ao

dólar,

acabaram mostrando uma ten- Pressionando:

ataque

também

permite

a

manutenção

da

hegemonia

econômica americana

dêncíaque

hoje

fazosamericanostremerem.Se­

guindo

o

exemplo

iraquiano,

oIrã

queimou

no ano

passado

par­

tedos dólares do seuBanco

Central,

fato queo colocounodito

"Eixodo Mal" de

George

Walker Bush. Além

disso,

durante

2002,

países

integrantes

da

Organização

de Produtores de Petróleo

(OPEP)

começaramadiscutiraconversãodeseus

negócios

para o euro. O

jornalista

Pedro Dória foio

primeiro

alevantaressa

tesena

imprensa brasileira;

"Chávez

(Hugo

Chávez,

presidente

da

Venezuela)

fala dissoatoda hora.

Quando

novos

países

aderirem

j

à Zonado

Euro,

nos

próximos

cincoanos, o

-lO PIB da

região

somará quase 10trilhões de

;Ii!

"

dólares,

equivalente

ao dos EUA.

Quando

a

:1!

Inglaterra

abandonaralibra

esterlina,

algo

que os analistas consideram

questão

de

tempo,

o BancoCentral

Europeu

vaise

sobrepor

aoFED norte-americanoemvolume de

riqueza

numa únicamoeda".

Seguindo

esse

raciocínio,

Dó­

ria,

em

artigo

nosítio No

Mínimo,

afirmaque

"Se os

petrodólares

forem substituídos por

petroeuros,

pela

primeira

vez,desdeofim da

Segunda

GuerraMundialamoeda franca in­

ternacional mudará".

O

pesquisador

William Clarkescreveu um

longo

artigo

publicado

em

janeiro

sobre o

assunto parao sítioda

Independent

Media

Center. Averdadeira razão para aadmínís­

tração

Bushquererumgoverno fantocheno

Iraque é,

para

Clark,

"reverter os dólares comomoeda

padrão

das

negociações,

e man­ tê-lodessamaneira". Comoaeconomiaame­ ricana édiretamente

ligada

ao

papel

do dó­ larcomomoeda dereserva,a

transação

para o euroteria queser

gradual

para evitardes­

locamentos,

comresultado finaldosEUAe a União

Européia

trocando

lugares

na econo-mia

global.

Clark foi

profético:

"A guerrano

Iraque,

bemsuce­ dida do

ponto

de vista

americano,

com um

regime constituído,

pode

ser aruína daOPEP". .

Mario

Coelho

2003

-ABRIL .

www.zero.ufsc.br

ZERO

(4)

BUSH S.A.

Marineamericano

ignora

ocadáver deumsoldado

iraquiano

mortodurante

confronto

diretoaonortede

Bagdá

D

a

maior

-tA-

po

ene1a

George

WalkerBush,co

mandante do

império

estadunidense, háme esameaçava atacaro

raque caso nãofosse

cumprida

a

resolução

441 da

Organização

dasNaçõesUnidas (ONU), que exi­

giao"acessoimediato,incondicional

eilimitado"dosinspetoresdearmas a

qualquer

parte do

pais

- Saddam haviaos

expulsado

quatroanos.A

procura

pelas

armas

químicas

ebio­

lógicas

iraquianasrecomeçaem27de novembrode2002, massó são en­

contradosedestruídos mísseiscon­

vencionaiscom alcancesuperiorà

150

quilômetros,

limiteimposto pe­ lasNações Unidas

depois

daGuerra

do Golfo.Antes queasvistorias pu­

dessemser concluídas, no entanto,

Bush

alega

que Saddam está enganan­ dotodoomundoeescondendoarmas

proibidas,

eque não há alternativa

senãoatacarederrubaroditadoran­

tesque eletente

alguma

ação.

Osprotestospor todoomundose

intensíficarn,

inclusive dentro dos EUA.Os líderesdaAlemanha, França,

ChinaeRússia fazemnovos

apelos

por uma

solução pacífica

e

pedem

mais

tempoaosinspetoresda ONU.Mem­

bros do

partido

doprimeiro-ministro britânicoTonyBlair semanifestam

contraoataque,e o

deputado

Robin

Cook deixaa

liderança

dogovernona

Câmara dos Comuns.Indilerente aopiniãodamaiorparte do

planeta,

ofilho do homemque nãoconseguiu derrubar SaddamHussein há12anosordenaqueolíderiraquianodeixasseo

pais

em48horas para não que seu

pais

nãosejaatacado. Oultimato não é

cumprido,

eduas horas

após

oterminodo prazo caiaprimeira

bombaem

Bagdá.

Primeirosataques- Com

informações

sobreasuposta

localização

deSaddamna

madrugada

do dia20,o

Pentágono pretendia

eliminara

liderança

iraquianacom umúnicoataque

"cirúrgico".

Saddam escapou,e se­

gundo

aCruzVermelha14civisforam feridose umtaxistamorreu.Horas

depois,

basesamericanasnoGolfo

Pérsicoe noMarVermelhoiniciamos

lançamentos

de mísseisTomahawk,e nodiaseguinteosataquesaéreos,

principalmente

à

Bagdá,

seintensificam,dando início à tática de

"choque

epavor".

Autoridades americanas anunciamaconquistadas cidades deUmmQasreBasra, a

segunda

maiorcidade do

pais.

Essas

informações

foramdesmentidasuma semana

depois,

nodia28,

quando

as mesmasautoridades admitiramque ainda nãoestavam"nemperto"de controlar Basra.

Em23de março, soldadosiraquianosfilmamimagensdeum

interrogatório

aprisioneirosame­

ricanos,que sãoveiculadas

pela

rede deTVAlJazeera.Os EUA reclamamde

violação

daConvenção deGenebra,queprotegeprisioneirosde guerra da

exposição

e

humilhação públicas.

Noentanto,as

TVs americanas tiverama mesmaatitude

quando

mostraram, dias antes,iraquianos

ajoelhados

e com asmãosna

cabeça

ao serenderem àstropas dacoalizão

anglo-americana.

Depoisdesse

episó­

dioossoldados

capturados

dos doislados,

quando

apareciam,eram

encapuzados.

Nomesmo dia, ochamado

"fogo

amigo"fazasprimeirasvítimas.Depoisquetropas

anglo­

americanasatiraramem umautomóvelquelevavatrês

jornalistas

britânicos

próximo

aBasra,um

míssil Patriot dos EUAacertoupor enganoumcaça britâniconosul doIraquematandoseusdois

tripulantes.

No

Kuwait, umsoldadoamericanofoipreso

depois

de jogar

granadas

dentro de tendas do comando militardo

próprio pais.

Doissoldadosmorreram equatorzeficaram feridos. Aumentaaresistência- GuerrilheirosleaisaSaddam

Hussein,auxiliados porumcomboio saido de

Bagdá

commaisdemilveículos da Guarda

Republicana,

seguramoavançodosEUArumo a

principal

cidade do

pais.

Somenteemdois diasdebatalhanacidade de

Najaf,

500iraquianos,civisemilitares,foram mortos, de acordo com oexército dos EUA. Soldadosiraquianoscomeçama se

disfarçar

decivis paraconfundirosinimigos.Ao

tentarcombateressatática,tropasamericanascometemdiversosenganoseatiramcontracivis.Além deuma

maiorresistênciaarmada,astropasda coalizão enfrentaram trêsdias

seguidos

defortes

tempestades

deareia -que

impediam,

inclusive,osataquesaéreos.

ATVestataliraquianafica

algumas

horas fora doar nodia

26, após

bombardeiosao

prédio

centralda emissora.

Nodiaseguinte,tropasamericanas começamainvasão

pelo

norte,apartirdos territórioscontrolados

pelos

cur­ dos,enquantoBusheBlairexigemqueoprogramadetrocade

petróleo

iraquianoporcomidasejaretomado.

Em29 demarço,umiraquianomataquatro soldadoscom urntáxicheiode

explosivos,

noprimeirodeuma

série de ataques suicidascontraosinvasores.

Segundo

oporta-vozde

Saddam,

oexércitodoIraquetem4 mil mártires

dispostos

aservircomohomens-bombanaguerra. Hosni

Mubarak, presidente

doEgito,afirmaque,

devidoà

intransigência

dosEUAematacaroIraqueeà revolta queessaatitude

provocará

entreos

árabes,

"teremoscentenasdeBinLadensnaregião,eaTerra não serásegura".

Osrelatos deataquescontracivis porpartedastropasda coalizãosãocontínuos,inclusivenamídia dosEUA

eda

Inglaterra.

Emumaúnicabatalhanodia1°

deabril,nacidade deHilla,a80

quilômetros

de

Bagdá,

foram33

mortos.Deacordocomautoridadesiraquianas,umdia

depois

outros33morrem em urnbairro residencial da

mesma

cidade,

emembros daCruzVermelhaInternacional afirmamtervistodezenas decorpos,inclusivede

mulheresecrianças.

Depoisdeoutroincidente envolvendo civis, um

jornalista

do grupo dejornaisamericano

Knight

Ridder

entrevistouBakhatHassan,umdos

sobreviventes,

quedisseter

perdido

11parentesno ataque. Oiraquiano

testemunhouque elee suafamilia

fugiam

na

direção

das tropasinvasoras

depois

delerem

panfletos,

lançados

por

helicópteros

americanos,

sugerindo

quea

população

buscasseaproteçãodastropas dacoalizão. Ossolda­

dos,noentanto, ahriram

fogo quando

elesseaproximaram."Euvias

caheças

das minhas duasmeninas

pularem

fora",disseamulher de Hassan,Lamea.

Aeroportode

Bagdá

- Nodia 3 deahríl começaabatalha

pelo

aeroporto internacional Saddam Hussein,eas primeirasnotícias sobreessaetapada invasão sãocontraditóriasmesmoentrefontesamericanas.Depoisdeosítio

darededeTV ABCteranunciadoqueoexércitodosEUA

havia

conquistado

oaeroporto,ocomandanteque

lideravaoataque dissequeabatalhaeraintensaeainda não havia terminado. Devido à

importância estratégica

para

osEUAdeterumaeroporto dentroda

capital

doIraque,aindanodia 5 deabríl oficiaisdeSaddamnegavamter

do

perdido

o

controle,

sobreolocaletenta­

::vamresistir por maistempoutilizando

,g homens-bomba.Masno mesmodiaos

EUAtomam defatooaeroportoepar­ � tempara

Bagdá.

Umcoronelamericano

afirma que mil soldadosiraquianosmor­

�reram nessabatalha.

O18°diadoconflito,6deabril,foi marcado pormaisquatro

episódios

de

"fogo

amigo",emquemorrem

pelo

me­ nos23 pessoas,entreelas 12

guerrilhei­

roscurdose um

intérprete

da rede de TV BBC.ArádioTeerãinformaque Has­

sanAli

Majid,

o"Ali

Químico",

primode Saddam Husseinecomandante dasfor­

çasiraquianasnosuldo

pais,

foimorto

pelos

bombardeiossobre Basra.

Novogoverno

-Enquantoastro­

pas americanasintensificamainvasão

terrestre em

Bagdá,

nodia7, Bushe

Blair

discutiam ofuturo doIraque

após

ofimdaguerraemBelfast, capi­

tal da Irlanda. Mesmoentreasautori­ dadesamericanasnão haviaconsenso

sobreaparticipaçãoda ONUna recons­ truçãodoIraque.DeumladooPentá­ gono,

personificado

por Donald Rums­

feld,

secretáriode Defesa dosEUA,que querumgovernoiraquianocomposto

pormembrosdas

forças

armadasame­

ricanase

pretende

restringirapartici­ pação dasNaçõesUnidas à

ajuda

hu­ manitária. Noentanto,TonyBlaireCo­ linPowell,osecretário deEstadoame­

ricano, defendemqueaparticipaçãoda

entidade internacionalnaadrnínistra­

çãoereconstruçãodo

pais.

Os discursos

proferidos após

ofim doencontrodedois dias

poderiam

indicarque

aopiniãodopremierbritânico

prevaleceu.

"Trabalharemosomais

rápido possível

para

implementar

estruturasgovernamentaissobocontrole deuma

autoridadeinterinacompostaporiraquianos,tantode dentrocomodeforado

pais",

garantiu GeorgeBushem

entrevistacoletiva. Os doisgovernantesassumiram que querem queaONU auxiliena

formação

desse governo

provisório.

"OnovoIraqueque

emergirá

daguerra será

governado

poreparaopovoiraquiano,não

pelo

Reino

Unido,não

pelos

EstadosUnidos,não

pela

ONU. Estaéumaguerra de

libertação,

nãodeconquista'',assegurou

obritânico. NoentantoJay Garner,

general

reformado do exército dos EUA,éescolhidopara coordenaraforma­

çãodonovogovernoiraquiano.

Hotel Palestine- Dois

cinegrafistas,

umada

agência

denotícias

inglesa

Reuterseoutroda TV

espanhola

Telecinco,morrem nodia8deabril,

depois

queumtanqueamericano

disparou

contrao

hotelPalestine,ondeamaiorpartedos

jornalistas

estrangeirosestava

hospedado

em

Bagdá.

Aotentar

justificar

oataque,VincentBrooks,vice-diretor deoperaçõesdosEUAnoIraque,disse queotanque

respondeu

atirosvindosdohan do hotel. Mas nãosoube dizer porqueo

disparo

atingiu aparte superiordo

prédio,

no 15° andar. "Talvez porerro",arriscouooficial.

Ninguém

crênaversão.

Nenhum dos 200

jornalistas

queestavamnohotelnomomentodo ataquedisseram quetervistoou

ouvidotiroscontraossoldadosamericanos.O

repórter

David Chater assegurou queoataqueaoHotel Palestine "não foiumacidente". "Não escuteinem umsó

disparo

provenientede nenhumazona

pró­

ximanemdohotel". Charter trabalhanarede britânica

Sky

News,umadas empresas deRupertMur­

doch,maiorincentivadornaguerranatendenciosaimprensaamericana.

NomesmodiaasededaTVAlJazeeraem

Badgá

ébombardeadaporumcaça americanoe um

jornalista

jordaniano

morre.Arede doQatar,queera umdospoucoscontrapontosà

parcialidade

da mídiados EUAe,em menor

intensidade,

da

Inglaterra,

afirmou que havia informadoaoexército americanoaexata

localização

deseu

prédio

em

Badgá,

paraque ele nãofosseatacado.Bombascaíramtambémsobrea

redação

daAbu Dhabi TVem

Bagdá.

Masnesseataque

ninguém

morreu.

"O

jogo

acabou"- Oembaixador do

IraquenaONU anunciadessa formaaderrota formaldeseu

pais

no

dia9deabríl,apesar de

alguns guerrilheiros

aindaresistiremem

Bagdá.

Lojas, hotéis, universidades,

hospitais,

palácios

e

instalações

militares deSaddam Hussein sãoinvadidase

saqueadas pela população

emtodoo

pais.

Na

capital,

civis

ajudam

soldadosamericanosaderrubarumaestátuade bronze deSaddam,e umfuzileiro cobreo

rostododitadorcom abandeira dosEUA.É

repreendido

porseussuperiores, poisnãose

pode

passaraidéia de

queessaseriaumaguerra de

anexação.

Ocaos emqueseencontra

Badgá

fazcomqueaCruzVermelhaInternacional

suspenda,

a

princípio

tempo­ rariamente,suasatividadesnacidade.Adecisão foitomadadevidoàmortedeumfuncionário canadense da entidade

após

umataquecontraseuveículonodiaanterior.

ACasa Brancaainda hesitaem declararavitória dosEUA, eRumsfeldafirmaqueacaptura de Saddam

Husseineseusfilhoséo

próximo objetivo

da coalizão.Dick

Cheney,

vice-presidente

dosEUA,contrariandoa

declaração

doseusuperior

após

oencontrona

Irlanda,

diznãoacreditarque "a ONUvenhaaterum

papel

tão

central(na criaçãodeum novogovernono

Iraque).

Seráimportante,maso

papel

centralcaberáàcoalizão". Ele

acrescentouqueasNaçõesUnidase os

paises

queseopuseram à guerra,como aFrança,

poderão

participardos

esforços

humanitários.

Aonda desaquesem

Bagdá

seintensificanodia10. Os americanos aindaenfrentam resistêncianocentroe na

periferia

dacidade,

principalmente

devoluntáriosdeoutrasnações árabes,queentraramnoIraque

logo

no

início da invasão.

Nonorte,os

curdos,

comapoiodos EstadosUnidos,ocupamacidade deKirkuk,amais ricaem

petróleo

do

Iraque.O

objetivo

seriatransformaracidadena

capital

deum novoestado

independente,

o

Curdistão,

queseria

composto

principalmente pelo

nortedoIraquee osudeste daIurquía,além de

regiões

curdasemoutros

paises

vizinhos. Por issoo governodaIurquíaadmitiu que não admitiriaa

permanência

dos curdosem Kirkuke

ameaçou enviartropasà

região.

ColinPowellentraemaçãoegarantearetirada dos curdos da cidade.

Astropasamericanas nãodãocontadossaqueseda violênciaem

Bagdá.

Parareestabeleceraordemnodia 12 sãoenviados 1200

policiais

eagentes

judiciários

para

ajudarem

acontrolar a

população.

A procura por

SaddamHusseincontinua,eosEstadosUnidos começaa sepreocuparcom seus

próximos

alvos. DonaldRums­ felddiz,natarde do dia 13 deabri!,tercertezaquedeque

alguns

líderesiraquianos

fugiram

paraaSíria. Mas nãoameaçõucom uma novainvasão. Porenquanto.

(5)

L'ETAT CE MOI

Invasão

não

Ii

unanimidadu

num nos

EUA

Nem

manifestações

internas

impediram

o

presidente

americano

de

atacar

o

Iraque

No instanteemqueummíssilTomahawk,avaliadoem

US$

1,2 milhão, cruzava oscéusiraquia­ nos,umamultidãode250 mil pessoassereuniaemNovaYork paraprotestarcontraaguerra. Eram ambientalistas,

hippies

e

ex-hippies,

partidários

de

esquerda

edireita, associaçõesdeigrejas,mili­

tantes

antiglobalização

eanticapitalismo, sindicalistas,defensores dos direitoshumanos, gruposfe­

ministas,

aqueles

que lutamcontraopreconceitoaosárabese osque pregamaconscientizaçãoda

mídia,líderes domovimentonegros,

pirados

de todasorteque

pediam

alegalizaçãodamarijuana,

umgrupo defamiliaresdas vítimasdosatentadosde11de setembroeatéumaassociaçãodevetera­

nosda GuerradoVietnã. Elesrepresentavamoscercade 30% da

população

americana que eram

contraainvasãodoIraque. Empunhando bandeiras,vestindo camisetasbrancas e comgritosde "Nãoà guerra, nãoao

petróleo,

nãoaolucro

fácil",

osmanifestantesexigiamaretirada dossoldados

americanosdoGolfoPersaerespeitoàs decisões da ONU.

Aopinião

pública

temmuita

força

nosEstados Unidos: basta lembrar queaguerra do Vietnãfoi

perdida

nas ruasde

Washington,

Nova Yorkou

Filadélfia,

ondeaspasseatas

pacifistas

tornarama

campanha

bélica

politica­

menteinsustentável. Analistastemiam queumaguerra

longa

no Iraque

pudesse

repetirocenário de 1975,

quando

ostanques norte-vietnamitas,integrantesdas

forças

do GeneralNguyenGiap, puseram abaixoospor­

tõesdoPalácioPresidencial do governosul-vietnamita,dando fim àlonga intervençãoamericanano sudeste asiático. Semoapoiodas ruas, Richard Nixonsecontentouemassistir

pela

tevêoarriarabandeirados EUAem Saigon.

Organizações não-governamentaisde todoomundo fizernodia15 de fevereiro umasérie depasseatas querepetiramo êxito dasmobilizações

antinuclearesda década de80. Foi criado atéumestranhoDiaInternacional ContraaGuerranoIraque.O lema dos

pacifistas

que encheramas ruasde cidadesdaEuropaedosEUAera"nãoataquemoIraque".

Naquele

dia,10

milhõesde pessoasforamàsruas emtodoomundo paraprotestarcontra

uma

possível

invasãoaoIraque,nomaiorprotestocoletivonahistória,rea­

lizadoem600 cidades de 60países.

Umadasprincipaisferramentas de

mobilização

foiaInternet.Propagan­ do através deartigosnawebe

correspondências

emmassa,grupos contrá­

riosà guerra

planejaram manifestações

paraasprimeirashorasdo ataquea

Bagdá. Nos,EUA,

dezenas de milharesprotestaram,de

Washington

aSan

Francisco. Onibus paraativistasforamfretadosemvários estados dopaís.

Em

Washington,

osprotestoscomeçaramcom um"atocontraomilitarismo dos EUA". Apesardo friodesetegrausnegativosna

capital

americana, a

France Press estimou que de30mila40mil pessoasestavampresentes.

Umveteranoque

perdeu

apernanoVietnã,NusbaumerStewart,crioua

VeteranoscontraaGuerranoIraqueerecebeu27 mil e-mails de pessoas

que enviaram mensagensemapoioaomanifesto

pacifista publicado

em seu

sítio. AONGUnidos

pela

Paz

(Unitedforpeace.org)

reuniumaterial sobre todasas

manilestações

queocorreramnosEstadosUnidosem seusítio,

além deincluircercade60links deoutrosgrupos

igualmente

insatisfeitos

com aguerra.

Entreosatosdeprotestodos

pacifistas,

vigílias

àluzdevelase um

bloqueio

humanonumlaboratório militar de Massachusetts. Um grupo de

ciclistassereuniuem

Washington

parauma"corridacontraaguerra".Em

Seattle,estudantes saíram das salas de aulaeseencontraramnumapasseata nocentroda cidade. Na

Filadélfia,

cemmanifestantes

impediram

aentrada defuncionáriosem um

prédio

federal. Em NovaYork, cercadetrezentas

pessoas

bloquearam

o

tráfego

nahoradepiquenaTimesSquare.Em frente

aoRockefellerCenter,duas mil pessoas deitaramno

asfalto,

e se

fingiram

de

mortasem

lembrança

às vítimas doconflito.

Adesobediênciacivil mais

organizada

dos Estados Unidos éemSãoFran­ cisco.Gruposdecempessoas vão sistematicamente

bloqueando

otrânsito dasprincipaisavenidas da cidadee

pichando

mensagenscontraaguerra.

Algumas

das

manifestações

são bastanteestranhas, como a

planejada

por umgrupo de Vermont: fizeramuma

paralisação

nudista.

Outroato,

organizado

emRichmond,nafrente deumadas refinarias da Texacoprotestavacontrao"terrorismotóxico" das empresas

petrolíferas.

Eles criticavamaatual secretária de defesanacional,Condoleezza Rice,ex­

diretoradoChevron,subsidiária da empresanadécada de90.

Segundo

os

manifestantesdaONGAçãoDireta para DeteraGuerra

(actagainstwar.org),

desde1999asemissõesde gasestóxicos, em Richmond,aumentaramem 20%,

poluindo

oar,a

água

e aterrae, tendocomo

conseqüência,

ocresci­

mentoda incidência de câncernaregião.

Areação dostatusquo àspasseatas foi em

geral pacífica,

mas em

Oakland,

naCalifórnia,

policiais

dispararambalas de borrachacontraparti­

cipantesdeuma

manifestação

que

bloqueava

umaestrada. Amídia local

informouque50,dos 750ativistas, ficaram

feridos,

noprimeiroincidente

desdeoinício da

campanha

antiguerra."Demosnossaordem dedispersão.

Demosaelesumaordemetemposuficiente parase

dispersarem",

garante

Danielle

Ashford,

aporta-vozda

polícia

deOakland,.Maso

jornal Washing­

tonPost

publicou

aversãodeum

fotógrafo

da

agência

de notíciasReuters,

que afirmouvera

polícia disparando

váriasvezescontraumgrupode150

manifestantesque permaneceu

parado

nolocal

após

aordem de

dispersão.

Emrespostaaosprotestos,opresidenteBushcontemporizou"a demo­

craciaéumacoisabonita.Aspessoas têmodireitodeexpressarsuasopini­

ões".Ele discordadas pessoas que não vêemno ditadoriraquiano uma

ameaça à paz. "SaddamHussein éumaameaça àAmérica,enósvamos

cuidar

dele",

garantiunumabreveentrevistacoletivaem

Washington,

antes

de começaraguerra.

Depoisde dedicarpouco espaçoaosprotestosdo dia15,asemissoras de TV dosEstados Unidosaumenta­

ram o

destaque

conferidoaomovimento

pacifista

americanoeeuropeu. Mesmo antesdas

rnanífestações,

pes­

quisasindicavamuma

redução

noíndice deapoioa umainvasãodoIraqueeumcrescenteapoioà concessão de maistempoaosinspetoresda ONU para quetentassemdesarmaro

país pacificamente.

, Comoiníciodaguerra,o

quadro

sereverteu. Aaprovação

popular

do

presidente

-queerade54%em

fevereirocontra64% emjaneiro- subiu

para 80%emmarço.

Segundo

pesquisarealizada

pelo

diário Wa­

shington

Poste

pela

rede de TVABC,seisemcada dez americanos aprovamamaneiracomoBushtratoua situaçãonoIraque.O

presidente

tambémaproveitouotomufanistadado

pelas

emissorasde TVamericanas, que exibiam vinhetasressaltandoabravurados soldados daCoalizãoereiterandoapromessa

tecnológica

de poucasmortescivis.

Outro quesebeneficioucom aguerra

rápida

foioprimeiro-ministrobritânico

Tony

Blair. Atualmentesorri­

denteebrincandocom os

deputados

naCâmaradosComuns,Blairfoiparaalutasem

aprovação

popular.

Ele aindaenfrentaráa

oposição

de

grande

partedasociedade,como oslíderesdaigreja

anglicana,

mas as vozes

discordantesem seu

partido

secalaram. Agoraeleterá queconvencer aopinião

pública

britânica de queo Iraquetemmesmoas armasquímicasque motivaramoconflito.

Em

situação

delicada tambémestãoos

premiês José

MaríaAznar,da

Espanha,

eSilvioBerlusconi,daItália,

ambos favoráveisàposiçãoamericana.Comíndice deaprovaçãoem

queda,

osgovernantes

espanhol

eitaliano

não vãotirarvantagem da

queda

de Saddam. AoposiçãonaItália foi

grande:

nodia15 de

fevereiro,

cercade três

mil ônibuse29trensespeciaisforamfretados para levar à

capital

italianacercadeummilhão de

pessoas. Foram vendidoscercade800mil unidades da bandeiracom oarco-íris,osímbolo da paz

domovimentoitaliano. Atéopapa,pertode

completar

83anos,

desejou

ofim da guerrae rezou

pela

população

iraquiana."Meupensamentose

dirige

em

particular

aoIraquee atodos

aqueles

que estão

implicados

naguerra. Pensomuito

especialmente

noscivis indefesos submetidosatãorude prova

emdiferentes cidades.QueDeusqueiraqueoconflito acabe

rapidamente,

para dar

lugar

a uma nova erade

perdão,

amor epaz",anunciou amilhares deperegrinosreunidosnapraça SãoPedro,no primeiro

domingo

de abril.

Mesmocom umaameaça deboicote,

quando

americanosjogaramforavinhosfranceses,opresi­

denteChirac saiu

politicamente

fortalecidoda guerra. PesquisadeopiniãonaFrançamostrouque

cercade 87% dos francesesseopõemàintervençãomilitareque 85%

apóiam

asdecisões de Chirac sobreolema.Ochancelerfrancês, Dominiquede

Villepin, reforça

aidéia deoposiçãoeassegurou queolriunfo

anglo-americano

noIraque"virouuma

página

obscura"nahistória.Agora"aprioridadeé

responder

à

urgência

humanitária" do

país,

disse. O chanceleralemão,GerhardeSchroeder,refutoua

possibilidade

deaçõesmilita­

res emoutros

países

daregião. Ele,quese

opôs

à invasão doIraque,não descartouoenviode

força

de paz alemã

quando

terminar

completamente

oconflito.

No

Capitólio

nãoseouviunenhumavozcontraadecisão do governo BusheminvadiroIraque.O

presidente

Q Bushapresentouaprimeirafaturada guerra:

US$

80bilhões, amaior '"

emenda

orçamentária

da históriadoCongresso.Odinheiroé destinadoa

manteros cercade350mil homensnoOrienteMédioefinanciaroapara­

to

tecnológico

debombas

inteligentes

esatélites

espiões.

Nonúmero estão incluídos oscustosiniciaisdareconstrução doIraque.Foram também adicionadoscustos extrasde segurançadoméstica,

ajuda

estrangeirae

assistênciaalinhasaéreas.

Oorçamento daguerra émaisdinheirodoque

Michigan,

Massachu­ settsououtros40Estadosamericanos enviaramparaareceitafederalem impostosno ano

passado.

Émaisdoqueosorçamentosde2003paraos

Ministériosde

Agricultura, Educação

ouJustiça. "Émuitomelhorecono­

mizar emvidas do queem dólares",disseosenador

republicano John

Warner,

presidente

daComissãodosServiçosArmados.Comessa

lógica

-reforçada pela

idéia de que vidasiraquianastambém estãosendosalvas

-oorçamentoinicialproposto

pelo Pentágono

foiaceitocom

facilidades,

mesmoque

desequilibre

ascontasdogoverno. Os senadores nãoqueriam sertaxados de antiamericanos

pela

opinião

pública.

Antiamericanismonasembaixadas-

Vigiados

porcentenasde agen­

tesde segurança,maisde 100 mil indonésiospostaram-sediantedasse­

desdas embaixadasdos EUAeda Grã-BretanhaemJacarta. Queimaram

Q váriosbonecos

representando

opresidenteBushe

pediram,

emcoro, que

';§ elee oprimeiro-ministro britânico, Tony Blair, sejam

processados

por

i

crimesdeguerra.

E NoChile,centenasde camponeses,

políticos

daoposiçãoe uníversítá-�

- riosDurante

marcharamh

a marc emfrente à sede

diplomática

americanaem Santiago. a,osparticipanteschicotearamumboneco deBush,para

depoisincendiá-lo. Na Bolívia houveprotestos semelhantese no

Equador

enoMéxico,atosde violência foram somadosa

manifestações pacíficas

e

lojas

doMclionald's foram danificadas.EmCartum,

capital

doSudão,ma­

nilestantesjogaram

pedras

e

garrafas

contraaembaixadados EUA

A

polícia

iraniana

dispersou

noiniciode abrilumgrupo de manifes­

tantesquejogava

pedras

e

disparava

rojõescontraaembaixada britânica

emTeerã. Cercade300manifestantes marcharamatéafrenteda embaixa­

da

gritando

"MorteaoReinoUnido"e"O ReinoUnidoe osEstados Unidos sãoosdois satãs". Como não existeumaembaixadaamericananacidade,

porque osdois

países

romperam

relações

pouco

depois

da

Revolução

Islâmicade 1979,arepresentaçãobritânicasetomounasúltimassema­ nasoepicentrodas

manifestações

contraaguerranovizinhoIraque.No finaldemarçoumcaminhão cheio de combustível foi

lançado

contraos portõesdo

prédio

epegou

fogo.

Omotoristamorreu.

Emoutraspartesdo mundo

lojas

fechavamemprotestocomo noPa­ & quistão."Esse éumataque bárbaro.Condenamosedeclaramos queesta­

moscom opovo doIraque"resumiu Sharafat AliMubarak,umdos líderes do movimento.Agreve éomaisrecente eventodeumasérie demanifesta­ çõesqueaconteceramno

país,

predominantemente

muçulmano.

Maisde

100mil pessoasparticiparamdeumapasseataem

Lahore,

centrocultural artístico eintelectual do

país. Alguns

carregavamretratosdo terrorista

Osamabin Ladenedo

presidente

iraquianoSaddamHussein,eatécrian­

çasgritavam

slogans

antiamericanos.OPaquistão,queapoiouosEUAna

guerrano vizinho

Afeganistão,

condenoua

ação

militarnoIraque, mas

grupos islâmicosradicaiscriticamogoverno por não adotarumapostura

maisdura sobreainvasão.

Maltratareincendiar símbolos

ligados

ao

império

americano virouo

esporte

preferido

dos manifestantes

pacifistas.

Maisde300milmarroqui­

nostomaramas ruasda

capital

Rabat, carregando

grandes

fotos de Sad­

dam Husseinequeimarambandeiras dosEstados Unidos.NoLíbano,50 milmanifestantessereuniram emBeirutee outras

grandes

cidadesdo

país,

queimando

bandeirasamericanasebritânicas.

Alunos,

professores, empresários

eatébombeiros unilormizadosso­ maram-seàsmaisde150 mil pessoas que percorreramasprincipaisruas

deCalcutá paraexigirofimdo conflito.Queimaramvárias bandeirasame­

ricanasebonecos

representando

Bush.Quantosmortospor

galão

depe­ tróleo.América,omaiorterroristado mundo. Paremaguerra, paremobanhode sangue, deixemapaz

prevale­

cer.Lancem

Bush,

não

bombas,

diziam

alguns

cartazes

carregados

porativistas.

NoJapão,cercadeduasmil pessoasprotestaramemváriascidades,inclusiveemHiroshima,ondemanífes­

tantesseconcentraramnafrente deummemorialparaasvítimas da bomba atômica.ACoréia doSul,cercade

10miltrabalhadoresatenderama umaconvocaçãodascentraissindicaisparaumapasseatacontraaguerrano

centrode Seul. Elescriticaramogoverno localporenviaraoIraque

engenheiros

dosetorde

construção

civil,

médicosesanitaristas para

ajudar

as

forças

da

Coalização.

Em

Sidney,

Austrália,ummilitante

pacifista

doGreenpeacese amarrou com umacorda à proa deumnavio da Marinha australiana minutosdepoisdeo

premiê John

Howardterdadoaordem para quea

embarcação

zarpasserumoà guerranoIraque.Atéasautoridadescomunistaschinesas

-que consideramasmanifesta­

ções

públicas

umperígoparaaestabilidadedo

país

-autorizarampequenasconcentraçõesdeestrangeirose

universitáriosem Pequim.

No

Brasil,

umapesquisadoDatafolha revelou que90% dosbrasileirosseopõemà invasão militar da coali­ zão

anglo-americana

noIraque. Apenas7%disseramestarafavor.Parao

jornal,

"acoalizão

anglo-americana

provocouumaquaseunanimidade,raríssimanahistóriarecentedaopinião públicabrasileira". NoRio,aAsso­

ciaçãoBrasileira deImprensa (ABl)emconjuntocominstituições estudantis, partidos

políticos,

aCUT,oMSTe

outrasentidades da sociedade civilorganizouaMarcha

pela

Paz,umatoquereuniucercade 20 mil pessoas.

*�

liWo

IANQUE

Novaiorquinos

para

Bush: "vidasvalemmais que

petróleo"

Uruguaios

entraramnacorrentecontraainvasãono

Golfo

Austrália:cidadãos

desaprovaram

a

postura

deseu

premiê

Referências

Documentos relacionados

O relator do processo, desembargador Daniel Viana Júnior, destacou em seu voto o termo de inspeção elaborado pelo MPT, que demonstrou que o tempo gasto

4.º – «comunhão a todos os níveis», cons- truir uma história de amor que cresce pela co- munhão, não só de ideais e valores, mas onde todos os bens, sejam materiais,

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