9
v|vENc|ANDo
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A
cR|ANç
ADAPTAÇÃO
Ao
D|AeNÓs¬nco DE
-‹ Tcc UFSC ENF 050
N.Cham C0SÍ21, Ju ana Mar .-‹ _.. Autor: UÇ3 C SCH do com a crla .-‹ €l'1C all -‹ u oz V`v e*-¡ CCSM TCC UFSCT
ENF 0510 Ex.UNIVERSIDADE
FEDERAL DE S
Ac. 242569 97252369EEE
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DE
c¡ÊNc|As
DA
SAÚDE
DEPARTAMENTO
DE
ENFERMAGEM
CURSO
DE
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
UFSC BSCCSM ccsM >× LD _ Y
A
E
SEU
ACQMPANHANTE A
CÂNCER:
DESAFIOS
PARA
O
CUIDAR
Acadêmicas: Juliana Martins Costa Mariana Zabotti da Silva
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA
CATARINA
CENTRO
DE
CIÊNCIAS
DA SAÚDE
DEPARTAMENTO
DE
ENFERMAGEM
CURSO
DE
GRADUAÇAO
EM ENFERMAGEM
VIVENCIANDO
COM
A
CRIANÇA
E
SEU
ACOMPANHANTE A
ADAPTAÇAO
AO
DIAGNÓSTICO
DE CÂNCER:
DESAFIOS
PARA
O
CUIDAR
Trabalho de Conclusão do Curso de
Graduação
em
Enfermagem da UniversidadeFederal de Santa Catarina.
Orientadoras: Profa. Msc. Ana Izabel Jatobá de Souza
Profa. Dra. Vera Radünz
Supen/isora: Enfa. Msc. Rosângela Inês Wayhs
Membro da Banca: Profa. Msc. Ana Maria Farias da Silva
AGRADECIMENTOS
Gostaríamos
de
agradecer a todos que nos ajudaram na construçãodeste trabalho, contribuindo para nosso crescimento profissional e pessoal.
Muito
obrigada.
..À
Deus, por guiar-nosem
todos osmomentos de
nossa vida, iluminando nossos caminhos, por nos dar força para enfrentar as dificuldades e alcançar nosso objetivos.Às
crianças e seus acompanhantes,A
nossas orientadorasAna
Izabel e Vera,À
nossa supervisora docampo de
estágio Rosângela,À
equipe'de saúde da unidade Onco-hematológica,Ao
terceiromembro
da
bancaAna
Maria,Aos
professores do cursode
Graduação daEnfermagem,
Aos
amigos e colegas.Nosso
muito obrigada por nos apoiarem, porterem
nos dado força nosmomentos
difíceise
por nosacompanharem
nesta importante fasede
nossasEm
especialda
Mariana...
-AGRADEÇO...
À
minha mãe, Marcia, por terme
dado obem
mais precioso que tenho:a vida, por ter sido minha grande amiga.
Me
ensinoste quea
criança que existedentro
de
mim
não deve morrer, que obom
humor
e a alegriadevem
sempre
prevalecer.Ao meu
pai, Gilson, queme
ensinou que devo lutar pelosmeus
ideais epor mais dificeis que as coisas se
tornem
não devo desanimar.A
vocês dois, quesempre
me
apoiaram eme
deram
forças para seguirmeu
caminho, queme
ensinaram a ser honesta e respeitar o próximo. Obrigadapor
terem
muitas vezes abertomão
de
seus sonhosem
prol dos meus. Nossa,como
euamo
vocês!!!A
minha querida e tãoamada
Bruna.Quando
não esperava mais teruma
irmã, você nasceu e até hoje,
mesmo
tão nova, é minha companheira e estásempre
atentaa
todos os acontecimentosde
minha vida,mostrando
preocupaçãocomigo. Serás para
sempre
a minha Bruninha. Obrigada por florear minha vida!Aos meus
avós, quesempre
me
ajudaram da melhorforma
possível,tenham
a certeza que vocêsforam
importantes e fundamentais na minhacaminhada.
Obrigada por
terem
me
ensinado muito sobre a vida.Quero
um
diapoder ter a sabedoria
de
vocês.Ao meu
namorado, Ricardo, agradeço a compreensão, cumplicidade, odedicação e amor, por ter cruzado
meu
caminho e por fazer partede
minha vida,trazendo para ela felicidade.
Te
Amo!
À
minha amiga, Juliana,com quem
realizeimeu
TCC.Tenho
a imensasatisfação
de
tê-Ia conhecido no iníciode
minha caminhada na faculdade. Aprendiconvivendo contigo a ser
menos
ansiosa, a ter mais paciência, que tudo na vidatem
um
ladobom
e que no final as coisas dão certo. Sentírei saudadesde
todosos
momentos
alegres que passamos juntas, "só pra rir", né amiga? Obrigada porvv
ser
uma
amiga tao especial, estarássempre
“do lado esquerdo do peito”.Não
posso deixarde
citaruma
outra amiga quesempre
me
passoumuita serenidade e calma. Tive
também
momentos de
muita alegria ao seu lado.Lelê, obrigada por ter feito parte
de
minha jornada.Em
especialda
Juliana...-AGRADEÇO...
À
minha mãe, Francisca, por acreditar nosmeus
sonhos e por serminha maior incentivadora para alcança-los. Por ser minha grande amiga e companheira
em
todos osmomentos de
minha vida.Ao meu
pai, Otacílio, por todas suas preocupações comigo, porme
ensinar a batalhar e
me
dar forçasempre
que precisei.A
vocês dois, porserem
os melhores pais do mundo, porterem
me
educado e
me
apoiado na escolha desta profissão. Porentenderem
minhasVocês são
um
exemplode
vida para mim...Amo
muito vocês!!!Ao meu
irmão, Leonardo, quesempre
me
apoiou eme
entendeu, apesarde
nossas diferenças.Você
é muito importante para mim!Aos meus
avós, que compartilharam comigo suas sabedorias ee›‹periências, enriquecendo minha vida e contribuindo para que eu pudesse chegar
até aqui.
Amo
vocês!!!Ao meu
namorado, Rodrigo, por suaamizade
e seu companheirismoem
todos os momentos.
Você é
a pessoas mais especial que já conheci. Obrigada portodo apoio e incentivo durante esta caminhada...
AM0
você!!!A
nova família que formeiem
Florianópolis, Fê,Jaque e
Lelê, porme
aceitarem
como
sou, por alémde
dividirem comigo amesmo
casa, dividirem suas amizades, seus sonhos e suas vidas. Guardarei parasempre
as lembranças dosIv
I
momentos
únicos que vivemos juntas. Vocês sao muito especiais para mim.A
minha grande amiga, Mariana, por ser essa pessoa maravilhosa einteligente, que aprendi a admirar
desde
os primeiros diasde
aula. Pelos inúmerosmomentos
que sorrimose choramos
juntas. Por todas as vezes queme
acolheuem
sua casa e compartilhou comigo sua família. Por estar ao
meu
lado nestemomento
tão importante
de
minha vidae
ter .compartilhado comigo osmesmos
ideais narealização deste trabalho. Mari, obrigada por sua amizade, você estará
sempre
nomeu
coração!RESUMO
Trata-se do relato da prática assistencial desenvolvido para a conclusão
do Curso
de Graduação
em
Enfermagem
da Universidade Federal de SantaCatarina, realizada na unidade de internação Onco-Hematológica do Hospital
lnfantil
Joana de Gusmão,
em
Florianópolis - S.C., Brasil, no período de 30de
agosto a 29 de outubro
de
2004, tendocomo
objetivo geral cuidar da criança e seuacompanhante que
vivenciam o câncer procurando ajudá-los na adaptação frente àsmudanças
decorrentes dadoença segundo
a teoria de Sister Callista Roy.Como
metodologia foi utilizada a aplicação do Processo de ,enfermagem a partir deRoy
para
embasar
o cuidado direto à criança e acompanhante, este foi aplicado junto aseis crianças e seus acompanhantes; a entrevista semi-estruturada para identificação
do
perfil do acompanhante; oacompanhamento
da criança a nivel intrae extra hospitalar, no ambulatório e no domicilio, respectivamente.
O
estudo permitiua identificação das formas e dos fatores utilizados pelas crianças e seus
acompanhantes
no enfrentamentodo
câncer, ressaltando dentre estes a reaçãodo
acompanhante
frente à doença, a formacomo
a criança é tratada pelas outraspessoas, o nivel sócio-econômico dentre outros.
Quanto
ao perfildo acompanhante
percebemos que embora
em 54%
dos casoseram
asmães
que
estavam cuidandoda criança, encontramos
também
a presença dos pais ede
outras pessoassignificativas exercendo esse papel. Constatamos
que
oacompanhante
identifica as intensas modificações no viver decorrentesdo
diagnóstico e tratamento oncológico.Desta forma buscou-se refletir sobre as formas
de
adaptação àdoença
e suasinfluências nos diferentes
momentos
do tratamento.Percebemos que
o processode
adaptação
da
criança está diretamente relacionado a inúmeros fatores, dentre estes,a forma
como
a pessoaque
oacompanha
se comporta e a freqüênciacom
a qual acriança é submetida às técnicas impostas pela terapêutica, dentre outras.
O
trabalho atenta para a reflexão dos profissionaisda saúde
acercado
processo adaptativo eda
importância deste na vivência do câncer, contribuindo para despertar nestes atitudesque
facilitem o processo.SUMÁRIO
1.INTRODUÇAO/
JUSTIFICATIVA
... ._ 2.OBJETIVOS
... _. 2.1 Objetivo geral ... _. 2.2 Objetivo específico ... _. 3.REFERENc|AL
TEÓR|co
... ._ 3.1 Ateórica ... .. 3.2A
teoria ... ._ 3.3 Pressupostos básicos ... .. 3.4 Conceitos inter-relacionados ... .. 3.5 Processode enfermagem
... ._ ,.. 1 4.REVISAO
LITERARIA
... ._ 4.1O
câncer ... ._4.2 Neoplasias mais
comuns
na infância e na adolescência ... ._4.3 Dor no câncer ... ..
4.4
A
criança e a família vivenciando o câncer ... ._4.5 Considerações sobre o
acompanhante
da criança no hospital ... ..4.6
A
Enfermagem
no cuidado à criançacom
diagnóstico de câncer ... ._5.
|v|EToDoLoc|A
... ... ._5.1 Descrição
do
campo
de
estágio ... ._5.2 Público-alvo ... ..
5.3 Plano de ação ... ..
6.
RELATANDO
A
PRÁT|cA:
UMA
REFLEXÃO
soBRE
As
v|vÊNc|As
6.1 Objetivo 1 ... .. 6.2 Objetivo 2 ... .. 6.3 Objetivo 3 ... _. 6.4 Objetivo 4 ... _. 6.5 Objetivo 5 ... _. 6.6 Objetivo 6 ... .. 7.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS ... ._ 8.REFERÊNCIAS
... ..9.
APÊND|cE
1.
1
"Determinação,
coragem
e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso.Não
importa quais sejam os obstáculos e as dificuldades.S
estamos possuídos
de
uma
inabalável determinação, conseguiremos supera-los.Independente
das circunstâncias,devemos
sersempre
humildes, recatados fdespidos
de
orguIho."2
Assim,
quando
uma
criança é acometida por câncer, inicia-seem
todafamília sentimentos
de
desespero, angústia, ansiedade,medo
e impotência.A
tendência éde que
após ochoque
causado pelo diagnóstico, surja nafamília a
negação
da realidade e a buscade
outros médicos e hospitais. Já apercepção da criança,
segundo
Wong
(1999), dependerádo
seu nível dedesenvolvimento, temperamento e
mecanismos
de adaptação disponiveis e dasreações dos
membros
da sua família ou outras pessoas significativas.Percebemos que
assimcomo
a criança, toda a família passa por transformações.A
maioria dos trabalhos na área pediátrica aponta amãe
como
principal
personagem que acompanha
a criança durante a internação(MOTTA,
1997;
SOUZA,
1999). Contudo neste estudo escolhemos trabalharcom
aquelesque
acompanharam
a criança, os quais foram representados para nós pelas pessoasque
estiverem junto a esta no período da hospitalização.Ao
escolhermos trabalharcom
oacompanhante
não excluímos as demais pessoas envolvidas e afetadas peladoença
da criança, sejam estas da família consangüínea ou não.Buscamos
ampliara
compreensão
sobre a influênciaque
oacompanhante
exerce nestemomento
e deque
forma se realizou o processo de adaptação de ambos.Neste
momento
tão singular, vivenciado pela criança e peloacompanhante,
percebemos que
é de grande valia a presença deuma
equipemultidisciplinar capacitada e comprometida
em
proporcionar condiçõesque
melhorem
a qualidadede
vida. Constatamosque
o enfermeiro,como membro
desta equipe, deve prestarum
cuidadoque
valorize os sentimentos da criança ede
seu acompanhante.Por acreditarmos na importância
que
a adaptação exerce na evolução docâncer e
de
demais doenças crônicas, escolhemos a teoriade
Sister CallistaRoy
para nortear nossa prática assistencial.
Assim
como
Roy,entendemos que
o recebedordo
cuidado deenfermagem
deve ser vistocomo
um
ser integral, capaz derealizar trocas
com
o meio interno e externo, possuidorda
capacidade de adaptar-see assim contribuir para
uma
melhor qualidade de vida.Através das reflexões presentes neste trabalho acerca do processo
3
outros aspectos, os fatores
que
ajudam no enfrentamento dasmudanças
provocadas pela doença, a
flm
de proporcionaruma
adaptação mais precoce epositiva.
Reforçamos
que
este trabalho foi realizado na Clínica de InternaçãoOnco-hematológica do Hospital Infantil
Joana de Gusmão,
na cidade deâ
*si L
"Se for jogada
uma
bola azul, ela voltará azul; se for jogadauma
bolaerde, ela voltará verde; se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca; se a bol
or jogada
com
força, ela voltarácom
força. Por isso, nunca "jogueuma
bola"de forma
que você não esteja pronto a recebê-la.A
vida nãodá
nem
empresta;não se
comove
nem
se apieda.Tudo
o quanto ela faz é retribuir aquilo que nóslhe oferecemos."
2
OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Cuidar
da
criança e seuacompanhante que
vivenciam o câncer, procurando ajudá-los na adaptação frente àsmudanças
decorrentes da doença,segundo
a teoriade
Sister Callista Roy.2.2 Objetivos específicos
*
Identificar e refletir sobre o processo de adaptação da criança e de seu
acompanhante.
*
Identificar o perfil
do acompanhante
da criança.*
Desenvolver atividades práticas e administrativas na unidade
de
Internação Onco-hematológica.*
Ampliar e aprimorar conhecimentos teóricos na área
de Enfermagem
oncológica pediátrica.
*
Conhecer
instituições
de saúde que
prestem cuidados a pacientescom
diagnóstico
de
câncer.* interagir
com
ascrianças e seus acompanhantes, visando facilitar a
“Se queremos
progredir, nãodevemos
repetir a história,mas
fazerma
história nova."i
3
REFERENc|A|.
TEÓR|co
O
referencial teórico(...) é definido
como
um
conjunto de conceitos e pressuposições,derivados de
uma
ou mais teorias ou modelos conceituais deenfermagem ou de outras áreas do conhecimento, ou até
mesmo
originado das próprias crenças e valores daqueles que o concebem,
para utilização da sua prática
com
indivíduos, famílias, grupos ou comunidades, atendendo a situações gerais ou específicas na áreade assistência, administração ou ensino de enfermagem (ARRUDA;
SILVA, 1993, p. 85).
3.1
A
teóricaSister Callista
Roy
nasceuem
14 de outubrode
1939,em
Los Angeles,Califórnia. Obteve seu grau de bacharel
em
Artes naEnfermagem
em
1963, noMount
Saint Mary's College,em
Los Angeles.Em
1966 recebeu o títulode
mestre deCiências na
Enfermagem
eem
1977 o títulode
doutoraem
Sociologia, naUniversidade
da
Califórnia (UCLA).Durante seu curso
de
mestrado,Roy
recebeu a propostade
desenvolverum
modelo
conceitual para Enfermagem, de Dorothy Johnson.A
partir de suaexperiência prática
com
crianças,Roy
obsen/ouque
asmesmas
resolviam seus problemasde
modo
mais satisfatório, por se adaptarem mais facilmente àsmudanças, admitindo
que
o conceitode
adaptação poderia serum
eixo orientadorda prática
de
Enfermagem.Foi durante sua pós-graduação
que Roy
desenvolveu os conceitosbásicos
do
seu modelo de adaptação, no periodode
1964 a 1966.Em
1968, oMount
Saint Mary's College adotou a estrutura da adaptaçãocomo
base filosófica docurriculo
da
faculdadede
Enfermagem.Desde
entãoRoy
já publicou inúmerostrabalhos e
vem
apresentando conferências e oficinas, focalizando sua teoria.Dentre os diversos cargos já ocupados por Roy,
chegou
a ser Presidentedo
Mount
Saint Mary's College e Diretora lnterina e consultoraem
Enfermagem, no6
Academy
of Nursing e é teórica daEnfermagem
no Boston College,em
Massachusetts.
3.2
A
teoriaSegundo
a teoriade
Roy, a pessoa éum
sistema holístico e adaptativo, aqual vive
em
constante interaçãocom
o meio e está exposta a estímulos, os quaisela
define
como
“input”.“Um
estímulo constituiuma
unidade de informação, matéria ou energia,do ambiente ou de dentro da pessoa,
que
faz surgiruma
resposta”(GEORGE,
1993,p. 207).
Os
estímulos são divididosem
estímulos focais, os quais constituem omais alto grau
de
mudança
que
causam
impacto na pessoa; estímulos conte›‹tua¡s,os quais influenciam a situação, são obsen/áveis, mensuráveis e subjetivamente
relatados pela pessoa e estímulos residuais, são aquelas características próprias da
pessoa.
A
respostaque
surgecomo
um
“feedback” ao estímulo recebido échamado
porRoy
de “output” e é consideradocomo
um
comportamento de saída dapessoa, o qual
pode
ser adaptativo ou ineficiente.As
respostas adaptativas são aquelasque
promovem
a integridade dapessoa, ou seja, são aquelas
que
garantem o alcance das metasem
termosde
sobrevivência, crescimento reprodução e controle. Já as respostas ineficientes não
apóiam
estas metas.“O nível adaptativo
de
cada pessoa constituium
aspectoem
constantemudança,
que
é influenciado pelosmecanismos
de enfrentamento"(GEORGE,
1993, p. 207). Esses
mecanismos
são classificadosem
subsistema regulador ecogniscente.
O
subsistema regulador é constituído por transmissores químicos,neuronais ou endócrinos
por
natureza.Um
exemplo deum
processo regulador é quandoum
estímuloextemo nocivo é visualizado e transmitido via nen/o Ótico para
centros superiores do cérebro, e, posterionnente, para os centros
7
essas origens apresentam efeitos viscerais múltiplos que incluem a pressão sanguínea aumentada e o aumento do ritmo cardíaco
(GEORGE,
1993, p. 208).O
subsistema cogniscente está ligado às funções cerebrais superioresde
processamento
de
percepção ou informações, julgamento e emoção.O
processamento de percepções ou informações está relacionadocom
os processos intemos de atenção seletiva, codificação e memória.A
aprendizagem está correlacionada aos processos deimitação, reforço e “insight”.
A
solução de problemas e a tomada dedecisões constituem os processos internos, ligados ao julgamento; e,
finalmente, a
emoção
possui os processos de defesa para buscaralívio, apreciação afetiva e ligação
(GEORGE,
1993, p. 209).Os
mecanismos
reguladores e cogniscentespodem
se dar através dequatro
modos
adaptativos, os quaispodem
ocorrer isoladamente ouem
conjunto:-
O
modo
de
função fisiológica: descritos por padrõesde
oxigenação,nutrição, eliminação, atividade e descanso, integridade da pele, sentidos, fluídos e
eletrólitos, função neurológica e função endócrina.
-
O
modo
de autoconceito: identifica padrõesde
valores, crenças,emoções
e a idéiaque
a pessoa faz do “self” (físico, pessoal e ético-moral).-
O
modo
da função do papel: identifica os padrões de interação social dapessoa,
em
relação aos outros, refletido por papéis primários, secundários eterciários.
-
O
modo
da interdependência: identifica padrõesde
valor humano,afeição,
amor
e afirmação. Esses processos ocorrem atravésde
relaçõesinterpessoais, tanto no nível individual, quanto grupal.
3.3
Pressupostos
básicosOs
pressupostos básicos são “afirmações filosóficasdadas
em
um
contexto teórico, já testado e aceito”
(LEOPARDI,
1999, p. 50).A
teoria de Roy contém pressupostos teóricos que abordam adignidade dos seres
humanose
o papel do enfermeiro na promoçãoda integridade na vida e na morte. Ela apresenta o cliente
como
participante na formulação das ações de Enfermagem, porém isto
aparece mais filosoficamente do que operacionalizado na prática.
8
adaptação,
em
que o enfermeiro e o clientedevem
esclarecer o queperturba esta adaptação para escolher as ações que a possibilitem
(LEOPARDI, 1999, p.110).
As
basesde
crenças sobre as quaisRoy
desenvolveu seupensamento
e formulou sua teoria são:A
pessoa éum
ser biopsicossocial.A
pessoa estáem
constante interaçãocom
o meioem
mudança.Saúde
edoença
são condições inevitáveis na vidada
pessoa.Para enfrentar a
mudança
do ambiente, a pessoa usa tantomecanismos
inatos quanto adquiridos, quais são biológicos,psicológicos e sociais
em
sua origem.Para responder positivamente às
mudanças
do meio, a pessoa precisase adaptar.
A
adaptação éuma
função do estímulo ao qual está exposta e do seunível
de
adaptação.O
nívelde
adaptação da pessoa é talque compreende
uma
zonaque
indica a série de estímulos
que
levará auma
resposta positiva.A
pessoatem
quatromodos
de adaptação: necessidades fisiológicas,auto conceito, papel funcional, interdependência.
A
Enfermagem
aceita aabordagem
humanistade
valorizar as opiniõese pontos de vista de pessoas.
As
relações interpessoais são parte integrante da Enfermagem.Há
um
objetivo para a existência humana,com
o objetivo único dedignidade e integridade
(LEOPARDI,
1999, p. 110 e 111).3
4
Conceitos inter-relacionadosConceito é
uma
abstração ouimagem
mentalde
um
fenômeno
ou fatocomo
e percebido pelo sujeitoque
o obsen/a ou sente”(LEOPARDI,
1999, p. 51).Em
nosso referencial teórico desenvolveremos o conceito de Ser humano, Saude/Doença, Enfermagem, Ambiente, Adaptação e Cuidado,sempre
relacionando9
nosso pensar
com
a forma de pensarde
Sister CallistaRoy
e sua teoria daAdaptação.
Os
conceitos apresentados a seguir foram baseados nas colocações deGeorge
(1993) e Leopardi (1999) sobre a teoriade
Roy.Ser
Humano
Roy
considera a pessoacomo
o alvodo
cuidado da Enfemtagem. ParaRoy, a pessoa é
um
sistema vivo e aberto, capazde
realizar trocas de informações, matéria e energiacom
os ambientesque
a cercam.Os
resultados dessa constante interação entre a pessoa e o ambiente sãomudanças
internas e externas, as quais exigemuma
adaptação continua paraque
seja mantida a integridadedo
individuo.Essa adaptação varia
de
acordocom
os aspectos individuaisde
cadapessoa,
sendo
assim a pessoa é entendidacomo
um
sistema adaptativo e holístico.Para nós, o ser
humano
éum
ser constituidode
crenças e valores,que
está
em
constante interaçãocom
o meioem
que
vive e por ele é influenciado. Muitasvezes este ser não é passível
de
compreensão,porém
acreditamosque
é fundamental o respeito à sua individualidade.A
criançacom
diagnósticode
câncer e seu acompanhante, seja esteum
familiar ou não,
quando
assumem
o papelde
recebedoresdo
cuidadode
enfermagem
devem
ser percebidoscomo
seresque
enfrentamum
períodode
fragilidade singular,
onde
a estrutura familiar encontra-se afetada por questõesemocionais, afetivas, sociais e financeiras.
SaúdeIDoença
Segundo Roy
asaúde
éum
estado eum
processode
ser e vir a seruma
pessoa capaz de alcançar as metas
de
sobrevivência, crescimento, reprodução eproficiência, constituindo-se
num
processode promoção de
integridade.Acreditamos
que
o processo saúde/doença vivenciado pela criançacom
diagnósticode
câncer atinge diretamente sua família, acarretando inúmeras10
adaptar-se a essas
mudanças
contribuirá para o restabelecimento emanutenção
daqualidade
de
vida do paciente edo
acompanhante, exigindo maior oumenor
intervençãoda
equipe multidisciplinarde
saúde.Enfermagem
A
Enfermagem, para Roy,tem
como
objetivo reduzir as reaçõesineficientes da pessoa e promover reações adaptativas, ou seja, estimular respostas
que
afetem positivamente a saúde.“A
Enfermagem
é necessária,quando
o sistema adaptativo da pessoanão é suficiente para enfrentar e responder aos estímulos”
(LEOPARDI,
1999, p.112).
Acreditamos
que quando
aEnfermagem
cuida deuma
criança acometidapor câncer, seu
acompanhante
também
se torna alvodo
cuidado.Assim
sendo, aEnfermagem assume
o compromissode
usar seu conhecimento cientifico e práticopara facilitar a vivência do câncer e contribuir para a adaptação
de
todos envolvidosno processo
de
enfrentamento da doença.Ambiente
Roy define
ambiente como: “todas as condições, circunstâncias einfluências
que cercam
e afetam o desenvolvimento e o comportamentode
pessoas e grupos"(GALBREATH,
1993, p. 213).Entendemos
como
ambiente todo o contextoem
que
o serhumano
estáinserido, o qual exerce influência direta sobre os eventos e acontecimentos
que
ocorrem durante o seu ciclo de vida.
A
criançacom
diagnóstico de câncer tem seu ambiente alterado, ainternação e o afastamento de suas atividades familiares e sociais
tendem
adificultar o seu viver.
Ao
tentarmos tornar o hospitalum
ambiente próximo ao familiar,propiciando
momentos
agradáveisde
diálogo e descontração, acreditamosque
'11
social, entendendo
que
o processo de adaptação seja facilitado, colaborando assimpara a recuperaçao da saúde.
Adaptação
Adaptaçao ou respostas adaptativas sao
(...) aquelas reações que demonstram efetividade diante dos
estímulos que
chegam
ao indivíduo, oriundos de seu meio intemo ouextemo. Para tanto, o indivíduo apresenta habilidades e capacidades aprendidas ou inatas, tanto de seu sistema cognitor
como
de seusistema regulador. Neste caso, ele pode manter a vida e a saúde
com
qualidade (LEOPARDI, 1999, p. 112).A
adaptaçãoda
criançacom
diagnóstico de câncer e seu acompanhante,para nós, se dá pela aceitação das
mudanças
provocadas peladoença
e pela buscade
alternativas para lidarcom
asmesmas. É
um
processoque
variade
acordocom
a individualidade
de
cadaum
epode
ser facilitado pelas açoesde
enfermagem,bem
como
pelos demaismembros
da
equipede
saúde.Cuidado/ Cuidar
Cuidar profissionalmente ou cuidar
em
enfemiagem é olharenxergando o outro, é ouvir escutando o outro; obsen/ar, percebendo
o outro, sentir, empatizando
com
o outro, estando disponível parafazer
com
ou para o outro aqueles procedimentos técnicos que elenão aprendeu a executar ou não consegue executar, procurando
compartilhar o saber
com
o cliente e/ou familiares a respeito, sempreque houver interesse e/ou condições para tal.
Ao
cuidar procurar-se-á estabelecer
também
uma
politica assistencial de saúde e deenfermagem, garantindo acesso ao tratamento, a medicação, etc...,o
que, certamente, garantirá
uma
qualidade da assistência (RADÚNZ,1999, p. 15).
Para nós, cuidar é contribuir para
uma
melhor qualidadede
vida,respeitando as limitações impostas pela doença.
Os
cuidados prestados à criançacom
diagnóstico de câncer e seu acompanhante,que
inevitavelmenteadoece
junto,devem
procurar facilitar a12
da equipe multidisciplinar
devem
trabalhar juntos orientando, acolhendo econfortando a ambos.
3.5
Processo
de
enfermaem
“Os elementos
do
processo deenfermagem de Roy
incluem avaliação deprimeiro e
segundo
nível, diagnóstico, fixação de metas, inten/enção e evolução”(GALBREATH,
1993, p. 216). Desta forma temos:* Avaliação de
Primeiro Nível:
A
avaliaçãode
primeiro nível,também
chamada
de
avaliação comportamental, consiste na identificação doscomportamentos
de
saída 'apresentados pelo paciente,em
relação aos quatromodos
adaptativos (função fisiológica, autoconceito, função de papel einterdependência). Através desta avaliação identifica-se as reações adaptativas e
ineficientes do paciente, o
que
permite estabelecer o foco de cuidado.“As informações coletadas incluem
dados
subjetivos, objetivos e demedida”
(GALBREATH,
1993, p. 216).*
Avaliação de
Segundo
Nível:Na
avaliaçãode segundo
nível foramcoletados
dados
sobre os estímulos focais, conte›‹tuais e residual, buscando oesclarecimento da etiologia
do
problema e os fatoresque
influenciam osmodos
adaptativos
do
paciente.*
Diagnóstico
de
Enfermagem:O
diagnóstico é a interpretação dos comportamentos apresentados pelo paciente, considerando-se os estímulos aosquais está exposto. Através
do
diagnóstico define-se quais serão oscomportamentos
que
necessitarão de apoio.*
Fixação
de
Metas:As
metas consistem nos comportamentos finais que o paciente deverá apresentar,podendo
ser a curto ou longo prazo.Metas a longo prazo refletiriam a solução de problemas adaptativos e
a disponibilidade de energia para alcançar outras metas [...] Metas a
curto prazo identificam comportamentos esperados do cliente, apósa
manipulação de estímulos focais, residuais e contextuais,
bem como
de comportamentos do cliente que indicam enfrentamento cogniscente ou regulador
(GALBREATH,
1993, p. 220).13
Preferencialmente as metas
devem
ser estipuladasem
conjuntocom
opaciente, respeitando sua integralidade.
* Planos para Implementação:
O
plano de implementação ou inten/ençõesde enfermagem,
temo
intuito de modificar ou manipular os estímulos focais,contextuais e residuais.
*
Evolução:
Na
evolução realizou-seuma
comparação
entre oque
foiestabelecido
como
meta e os comportamentos de saida apresentados pela pessoa,procurando identificar se houve alcance ou afastamento das metas.
É
na evoluçãoque
se percebe a necessidade ou nãode
alterar as metas e as intervençõesque
V
.¿" :_ ;_ r.. _: “f C'
-
4
“E para chegar onde quer que seja, aprendi que não é preciso
ominar a força,
mas
a razão.É
preciso, anfesde
mais nada, querer."4
REVISÃO
LITERÁRIA
Durante a realização da prática assistencial e elaboração
do
relatório,sentimos a necessidade
de
aprofundarmos nossos conhecimentos na áreade
Oncologia e Pediatria. Para tanto, realizamos leituras e reflexões acerca de diversos
temas
pertinentes a essas áreas, desenvolvendo, a partir dos assuntos relevantespara nossa prática assistencial, essa revisão literária.
Sabemos
que
a construçãode
nossos conhecimentos não se esgota aqui,representando este o inicio
de
uma
longa caminhada,que
exigirá novas leituras ereflexões durante todo o percurso.
4.1
O
câncer
O
câncer é(...)
uma
alteração do processo de morte e/ou proliferação celularque gera
um
desequilíbrio, favorecendo o acúmulo desordenado decélulas. Esse acúmulo progressivo de células dá origem a
um
tumorcapaz de gerar sinais e sintomas que caracterizam o paciente
com
câncer (GIGLIO, 1999, p. 22).
O
termo câncer foi utilizado pela primeira vez na Grécia antiga, conformeFerrari
&
Herzberg (1997) citado por Moreira (2002), surgindo a partir da observaçãode
ferimentos penetrados profundamente na pele, os quais foramcomparados
aocomportamento
de
caranguejos, essa semelhança originou adenominação
de“Karkinos”
em
grego ou “câncer”em
latim.Desde
ostempos
mais remotos,segundo
Wayhs
(2003), já existemrelatos sobre o câncer,
sendo que
os primeiros a estudar, descrever e classificar adoença
foram Hipócrates (460-
370 aC), Galeno (130-
200
dC) e os árabes(século X). Já no século Xll e XIV, têm-se relatos de e›‹tirpações de tumores,
realizadas pelos franceses e italianos.
Nos
últimos séculos, omundo
tem
vivido intensasmudanças
e avanços,ampliando a urbanizaçao, a industrializaçao e a expectativa
de
vida,acompanhadas
15
(2002), essas transformações são os principais fatores
que
contribuem para oaumento
da incidência das doenças crônico-degenerativas, entre elas o câncer.De
acordocom
Alberts et al., (1997), citado por Moreira (2002),dados
epidemiológicos
demonstram que
a cadaano surgem
6 milhões de casos novosde
câncer
em
todo mundo,numa
proporção médiade
98%
em
adultos e2%
em
crianças.
Dessa
forma tem-se caracterizado o câncercomo
um
sério problemade
saúde
publica,que segundo
Brasil (1998) citado porWayhs
(2003), além de afetar oindivíduo, prejudica a sociedade, à medida
que
reduz o potencialde
trabalhohumano
e acarretaum
impacto econômico resultante dos elevados custos no seudiagnóstico e tratamento.
Percebe-se
que
a conscientização da população sobre o câncer e oincentivo às
mudanças
no comportamento, afim
de alcançaruma
melhor qualidadede vida, são ações essenciais para prevenção primária desta
doença
e tornam-secada vez mais necessárias, tendo
em
vistaque
cerca de 1/3 dos casos de câncerpodem
ser evitados através desta forma de prevenção (BRASIL, 2002).No
Brasil, o câncer constitui asegunda
causa de morte por doença,perdendo
somente
para as doenças do aparelho circulatório, sendo suamanifestação
com
mais intensidade a partir dos 30 anos, contudo sua maiorincidência ainda ocorre
em
pessoas idosas (BRASIL, 2002).A
formacomo
o câncer se desenvolverá, sua evolução, suasmanifestações estarão relacionadas
com
a idade, sexo, predisposição genética,exposição a fatores carcinogênicos, doenças associadas e condições imunológicas
do
paciente.Segundo
o Ministério daSaúde
(2002), a formação dos tumorespode
serespontânea ou ser iniciada pela ação
de
agentes carcinogênicosque
podem
ser químicos, fisicos ou biológicos.De
acordocom
Moreira (2002)A
luz solarcom
sua irradiação ultra-violeta, os agentes químicospresentes no fumo, o asbesto utilizado na construção civil, as aminas
aromáticas presentes na manufatura de tinturas e o benzeno usado
na industria química, são exemplos de agentes carcinogênicos.
A
estes
podem
ser acrescentados microorganismoscomo
a PapilomaVírus, (...), Vírus de Epstein-Baar (...) e o HIV, que embora não cause
diretamente o câncer, cria condições ideais para o desenvolvimento
da doença, através do comprometimento do sistema imunológico,
dentre outros (FERRARI
&
HERZBERG,
1997 citado porMOREIRA,
16
As
células cancerígenas são capazesde
adquirir “característicasinvasivas,
com
conseqüentes alterações nos tecidos circunvizinhos.As
célulasinfiltram-se nesses tecidos e
acessam
os vasos sangüíneos e linfáticos, os quais astransportam até outras regiões do corpo. Esse
fenômeno é denominado
metástase”(BRUNNER &
SUDDARTH,
2002, p. 253).As
metástases são, portanto tumoresque
se
assemelham
ao tumor originário,porém que
se disseminam para outras partesdo
corpo além da inicial.
Para Brunner
&
Suddarth (2002),o
diagnósticode
câncer' deve tercomo
base alterações fisiológicas e funcionais,sendo que
para isso os pacientescom
suspeitada doença
sofrem extensosexames
*para determinar a presença,extensão, disseminação, invasão e a repercussão
do
câncer sobre as demaisestruturas orgânicas, além
de
obter tecidos e células para análise assimcomo
paraavaliação dos estágios e grau
do
tumor.A
história completado
paciente e oexame
físico contribuem para a avaliação
do
diagnóstico,sendo
que
quanto mais cedo estefor determinado, maior será a possibilidade de
um
bom
prognóstico.O
tratamentodo
câncer, nas últimas décadas, sofreuum
considerávelavanço tendo,
segundo
o Ministério daSaúde
(2002), a curacomo
objetivoterapêutico
em 50%
dos casos.As
formasde
tratamento disponíveis são:* Radioterapia: Essa forma
de
tratamento éamplamente
utilizada, pois cerca de
60%
dos tumores malignos
têm
indicaçãode
irradiação no cursode
sua evolução.A
ação da radioterapia sedá
atravésde
radiações ionizantes (raios X, raiosgama
eradiações corpusculares
-
elétrons, prótons e nêutrons),que
atingem as células,lesando seu
DNA
e modificando sua capacidadede
proliferação através da inibiçãotemporária ou completa da mitose, morte
e
quebrade
cromossomos.* Quimioterapia: Nesta forma de tratamento temos a ação
de
substâncias químicas,isoladas ou combinadas, sobre o desenvolvimento
do
processo mitótico celular,assim todas as células
do
corpo são atingidas, contudo seu efeito é proporcionalao
grau
de
atividade mitótica, devido a issotem
predominância sobre as célulascancerígenas. Neste processo, as demais células
que
possuem
alta taxade
divisãocelular
como
as célulasde
revestimento do intestino, as células da medula óssea e'
17
as células dos folículos pilosos são igualmente atingidas, resultando
em
efeitoscolaterais
como
alopécia, mucosite e mielossupressão.*
Iodoterapia: Este tratamento é direcionado para patologias benignas ou malignas
da tireóide,
sendo
utilizado o iodo radioativo para irradiar a glândula.* Cirurgia:
A
cirurgia
pode
ser utilizadacom
diferentes finalidades,podendo
sercurativa, paliativa, profilática ou reconstrutora.
Mesmo
que
haja indicaçãode
cirurgia,é fundamental analisar as condições clinicas
do
paciente.“O câncer, na criança, difere do câncer de adulto
em
relação ao local,histologia, disseminação, estádio clínico e diversos outros fatores prognósticos”
(CAMARGO;
LOPES,
2000, p. 215).Na
infância,embora
o câncer não seja tãocomum
quanto na vida adulta,é
uma
doença que
acometeum
número
razoável de crianças e é responsável porinúmeras mortes todos os anos.
De
acordocom
Valle e Françoso (1999), citado por Moreira (2002),dados
internacionais indicamque
o câncer na infânciatem
atingido10
em
cada 100.000 crianças anualmenteem
todo mundo.Conforme
o Ministério daSaúde
(2002), tem-se verificadoum
aumento
progressivo na taxa de incidência dos tumores na infância, principalmente leucemialinfocítica
aguda
(LLA),sendo que
entre 10 a 15 criançascom
câncer, cercade
4apresentam esse tipo
de
tumor. Contudo,segundo
Mendonça
(2003) a taxade
sobrevida
tem
aumentado,chegando
a ser superior a70%
em
muitas malignidades,porém
para três patologias, neuroblastoma, leucemia mielóideaguda
e tumoresdo
sistema nen/oso central ainda há frustração
em
relação à sobrevida.Os
tiposde
câncer
que
mais se manifestam na criança são: linfomas Hodgkin e não Hodgkin, sarcomas, retinoblastoma, neuroblastoma, tumorde
Wilms, tumoresdo
sistema nervoso central e leucemias,sendo que
esta última apresenta maior incidência doque
os demais.“A história do câncer infantil inicia-se, geralmente,
com
o aparecimento dealguns sinais: palidez,
massas
palpáveis, dor óssea, febrede
origem ignorada, linfadenopatia e transtornos neurológicos” (VALLE,1994, p. 219). Normalmente a18
nenhuma
relaçãocom
o câncer inicialmente.A
persistência dosmesmos
os levará auma
investigação mais profunda para descobrir a causa.O
diagnósticodo
câncer na criança, assimcomo
no adulto, é feito atravésde
exames
eda
história clínica.As
formas de tratamentotambém
se assemelham.4.2 Neoplasias
mais
comuns
na
infância e na adolescênciaLeucemia
-
A
leucemia, de acordocom
Camargo
e Lopes (2000), é o tipode
câncer mais incidenteem
pessoasmenores de
15 anos,sendo que
correspondea cerca de
30%
dos tumores na infância.Esse tipo
de
tumor caracteriza-se,segundo
Brunner&
Suddarth (2002), pela proliferação irregularde
leucócitos na medula óssea,sendo
sua causa ainda desconhecida,porém
existem alguns indícios deque
a influência genética e apatogênese viral
podem
estar envolvidas.Danos
na medula óssea, conseqüentesde
exposição à irradiação ou substâncias químicas
podem
desencadear a leucemia.Conforme
a linhagem das células afetadas, as leucemias sãoclassificadas
em
Iinfocíticas ou mielocíticas, além disso são classificadasem
crônicaou aguda,
com
base notempo
no qual os sintomas envolvem a fasedo
desenvolvimento
da
célula defeituosa(BRUNNER
&
SUDDARTH,
2002).Segundo
Lopes e
Mendes
(2000), dos casosde
leucemia na infância,85%
sãoLLA
(leucemialinfocítica aguda),
10%
sãoLMA
(leucemia mielóide aguda) e5%
sãoLMC
(leucemiamielóide crônica),
sendo que
aLLC
(leucemia linfocítica crônica)não
atinge essafaixa etária.
Linfomas
- São
tumoresque
geralmentetem
origem nos linfonodos,porém
podem
envolver tecido Iinfóide no baço, no trato gastrointestinal, no fígado ou na medula óssea.Podem
ser classificadosde
acordocom
o graude
diferenciaçãocelular e quanto à origem das células malignas predominantes
em
Doença de
Hodgkin
e
Linfoma não Hodgkin(BRUNNER
&
SUDDARTH,
2002).Dos
linfomasque
acometem
crianças, cerca de45%
são Hodgkin,sendo
que
o maiscomum
é o não Hodgkin,segundo dados
apresentados porCamargo
e19
A
causa dos Iinfomaspermanece
desconhecida, entretanto sabe-seque
nos casos da
Doença
Hodgkin20%
dos pacientes estão infectadostambém
pelovírus Epstein-Baar, já nos casos
de
Linfoma não Hodkin,uma
etiologia viraltem
sidosugerida e há
uma
associaçãocom
os estados imunossupressores (AIDS, terapiaimunossupressora para transplante
de
órgãos e toxinas ambientais), conformeBrunner
&
Suddarth (2002).De
acordocom
estes autores, nos últimos anos os Iinfomastêm
apresentado
uma
maior taxa de sobrevida, contudocomo
esse tipode
neoplasia maligna constitui-sede
um
grupo heterogêneode
linhagens celulares.O
prognósticodependerá não só
do
tipo histológico,mas também
do estadiamento da doença.Tem-se que
nos estadios I e ll85%
das crianças Iivram-se dadoença
cerca de 24meses
após o diagnóstico, enquantoque
em
estadiamentos mais avançados, estaporcentagem diminui.
Rabdossarcoma -
É
um
tumor originário domesenquima
primitivo,que
manifesta-se principalmente nas partes moles e
pode
localizar-seem
qualquerregião do corpo,
sendo que
os primários são maiscomuns
na cabeça e no pescoço(35
-
40%).Sua
incidência é maior entre a faixa etáriade
2 a 6 anos(60%
doscasos), e no sexo masculino.
Os
rabdossarcomas dividem-seem
2 grupos,embrionário e alveolar, conforme suas características histopatológicas, sendo
que
osembrionários estão associados a
um
melhor prognóstico(CAMARGO
eLOPES,
zoooy
Osteossarcoma -
É
um
tumor ósseo caracterizado pela formaçãode
tecido osteóide,
tem
sua origem a partir do tecido conjuntivo indiferenciado,podendo
apresentar elementos cartilaginosos e fibrosos
(CAMARGO
eLOPES,
2000).Conforme
os autores, a maior incidência dos osteossarcomas ocorre principalmente na adolescência, nos locaisonde
há crescimento rápido dos ossos,ou seja, ao redor das epífises dos ossos longos,
sendo
mais acometidosem
ordem
decrescente: fêmur distal, tíbia proximal,
úmero
proximal e fêmur proximal.A
metástase ocorreem
cercade
10 a20%
dos casos ao diagnóstico e nos casos iniciais cerca de80%
apresentarão metástase após 1 ou 2 anos de20
Ainda conforme
Camargo
e Lopes (2000), a taxa de sobrevida para essadoença, nos últimos anos, tem melhorado muito.
Retinoblastoma
-
É
um
tumor intraocular maligno,que
origina-se damembrana
neuroectodérmica da retina embrionária,podendo
ser unilateral oubilateral.
Nos
casosde
retinoblastoma unilateral 60 a70%
dos casos são nãohereditários e
10%
são hereditários, já no retinoblastoma bilateral, 20 a30%
éhereditário
(CAMARGO
eLOPES,
2000).A
maior incidência dos retinoblastomas é unilateral etem
seu diagnósticocomprovado
em
média aos 25meses
de idade, já para o bilateral o diagnóstico ocorre mais precocemente,em
média aosmeses de
idade.O
prognóstico, paraambos
os casos, é excelente,com
maisde
90%
dos pacientes sobrevivendo de 5 a10 anos
(CAMARGO
eLOPES,
2000).De
acordocom
esses autores, o estadiamento clínico está maisassociado a eventual perda da visão,
que
é preservadaem
cercade
50%
dos casos.Neuroblastoma
- É
um
tumor sólido, e›‹tracraniano,que tem
sua origemnas células nervosas indiferenciadas da crista neural,
que dão
origem a medularda
adrenal e todos os gânglios e plexos simpáticos, oque
justifica sua presençaem
qualquer parte
do
corpo.Sua
predominância se dá noabdômen, porém
também
sãocomuns
no mediastino, pescoço e pélvis.A
idade médiado
diagnóstico é por voltados 2 anos de idade,
em 50%
dos casos(CAMARGO
eLOPES,
2000).A
metástase ocorre principalmente na medula óssea, fígado, pele egânglios.
Conforme
o estadiamento dadoença
serão determinadas as estratégias detratamento e o prognóstico,
sendo
este desuma
importância.Tumor
de
Wilms -
Também
chamado
de nefroblastoma, éum
tumormaligno renal
que
associa-se a anomalias congênitas taiscomo
anirídia,hemihipertrofia e mal formações gênito-urinárias.
Sua
incidência é maior entre o 2°.e o 3°.
ano
de vida,sendo que
75%
das crianças temmenos
de 5 anos de idade e90%
tem
menos
que
7.É
um
tumor raroem
recém-nacidos e adulto.A
cura estárelacionada a
um
diagnóstico precoce, sendoque
em
casosde
estadiamento I e llas crianças
têm
sobrevidaem
torno de 90%, enquantoque
ascom
estádios lll e IV21
Tumores do
SistemaNen/oso
Central-
São
tumoresque
apresentamuma
ampla variedade histológica,podendo
ser benigno ou altamente agressivo,sendo que
os maiscomuns
são os astrocitomas (21%) e os meduloblastomas (20%).Nos
tumores doSNC
da
infância, sua incidência éde80%
nos primeiros 10 anosde
vida(CAMARGO
eLOPES,
2000).Os
tumores de cérebro, localizados no tronco cerebral são osque
possuem
pior prognóstico,sendo que
cercade
50%
dos pacientesmorrem
antesde
completar 12
meses
após o diagnóstico. Para os demais tipos de tumor,embora
a sobrevida tenhaaumentado
nos últimos anos, tem-se a necessidade de reduzir a agressividade das terapias, na busca de minimizar as seqüelas deixadas pelostratamentos atuais
(CAMARGO
eLOPES,
2000).4.3
Dor no
câncer“Segundo
a Associação Internacional para o Estudo da Dor-
IASP a dorê
uma
experiência sensorial e emocional desagradável, associada aum
dano
realou potencial dos tecidos, ou descrita
em
termosde
tais lesões”(MERSKEY,
1979citado por
ARGERAMI-CAMON,
2001, p. 94).De
acordocom
Valle (1994), a dor éuma
experiência pessoal e subjetiva,que
traduzque
algo não estábem
no organismo,sendo que
só poderá serconhecida através
do
relatode
quem
a sente.A
partir da resoluçãodo
problemagerador da dor espera-se
que
ela desapareça, contudo algumas vezes ela podepersistir, indicando
que
a causa real não foi detectada, ou a medicação utilizada nãofoi suficiente, ou ainda os fatores
eram
múltiplos e complexosque
nãopuderam
sercompreendidos a ponto
de
eliminá-la.A
dorpode
ser classificadaem
aguda
e crônica.De
acordocom
BrunnereSuddarth (2002), a dor
aguda
é aquelacom
duração desegundos
a cerca de 6meses,
sendo que
as doenças ou lesõesque
provocam esse tipode
dorpodem
curar
de
forma espontânea ou exigir tratamento. Já a dor crônica é caracterizada poruma
dor constante,num
período superior a 6meses
ecom
freqüência não pode seratribuida a
uma
lesão ou causa específica.Conforme
Valle (1994), a dor permeia boa partedo
processodo
câncer, seja ela conseqüentedo
próprio tumor, seja ela pelos procedimentos dolorosos e22
agressivos freqüentes durante o tratamento.
Além
disso, outros fatores contribuem para o sofrimento da dor no câncer: o sentido da dor para o paciente, omedo
da dor,a depressão, a desesperança, a ansiedade, o desespero e o
medo
da morte.Há
muitos pacientesque
sofrem por antecipação, pois imaginamque
a dor será muito intensa,sendo que
muitas vezes essa está dentro dos limitessuportáveis, contudo
de
acordocom
a individualidadedo
paciente, a ansiedadepode
alterar as respostas e baixar esses limites, então é fundamental considerar-setodas as queixas
de
dor, pormenor que
estas sejam(PAULO,
2004).A
dorpode
apresentar-sede
formas diferentes, taiscomo
atravésdo
choro, gemido, agitação, tremor, alterações dos sinais vitais, comportamento verbal,andar rígido, o esfregar
da
área dolorida e pela tensão muscular. Contudo, a ausênciade
algum desses sinais não significaque
a dor esteja ausente,sendo
que
o paciente
pode
ter se adaptado à dor, atravésdo
desenvolvimentode
um
elevadoautocontrole, desta forma
pode
suprimir os sinais de sofrimento ouapenas pode
permanecer mais prostrado e quieto, devido ao esgotamento físico e mental
provocados pelo câncer.
4.4
A
criança e a família vivenciandoo
câncer“Çomo
todadoença
grave, o câncer confronta a criançaque
o possui e asua família
com
a possibilidade de morte iminente,desencadeando
profundastransformações
em
suas vidas” (VALLE, 1994, p. 219).Essas transformações variam de acordo
com
Rolland (1995)com
atipologia psicossocial das doenças crônicas (inicio, curso, conseqüências e grau de
incapacitação da enfermidade) e
com
as fases temporaisda doença
(fase de crise,crônica e terminal). - A
Segundo
Valle(2001), considerando as fases temporais pelas quais a
criança
com
diagnóstico de câncer e sua família passam, a fasede
crise inicia-se nafase pré-diagnóstica até a
confirmação do
diagnóstico e as primeiras inten/enções, éuma
etapa dificilonde
tem-se as primeirasmudanças
no cotidiano dos envolvidos.Nesta fase, a revelação