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Percepção de idosos sobre violência na terceira idade

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Academic year: 2021

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Percepção de idosos sobre violência na terceira idade

Anaita Rocha de Sousa Neta1, Erika Ravena Batista Gomes1,2,Haertori da Silva Leal1,2, Aline Veras Morais Brilhante2, Izabella Neiva de Albuquerque Sousa1,2e Gicinayana Luz Sousa Pachêco Bezerra1,2

1Instituto de Educação Superior Raimundo Sá, Brasil. anaita_rocha@yahoo.com.br

2Universidade de Fortaleza, Brasil. erikaravenafdj@hotmail.com; haertorisl@hotmail.com; alineveras@unifor.br;

izabellaneiva1@gmail.com; gicinayana@hotmail.com

Resumo. Violência contra pessoa idosa é qualquer ação ou omissão, em local público ou privado, que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. O presente estudo trata da temática e objetivou discutir direitos dos idosos relacionados à sua proteção, identificar o que o idoso espera da família e sociedade, e compreender a percepção de idosos sobre violência na terceira idade. Foi avaliado em comitê de ética e pesquisa. Trata-se de pesquisa descritiva, exploratória, qualitativa, com 100 idosos assistidos nos grupos de Hiperdia das Estratégia de Saúde da Família, em Picos-Piauí-Brasil, e utilizou entrevista semiestruturada. Os dados foram processados no software IRAMUTEC e analisados pela Classificação Hierárquica Descendente. A percepção do idoso sobre a violência e maus tratos tem relação com direitos adquiridos pela Constituição Federal de 1988 e Estatuto do Idoso. A prevenção da violência relaciona-se com o tratamento que os idosos recebem na família e sociedade.

Palavras-chave: Percepção; Violência; Idoso; Saúde; Estratégia de Saúde da Família. Perception of the elderly about violence in the elderly

Abstract. Violence against the elderly person is any act or omission, in a public or private place, that causes him death, damage or physical or psychological suffering. The present study deals with the theme and aims to discuss the rights of elderly people related to their protection, identify what the elderly expect from the family and society, and understand the perception of elderly people about violence in the elderly. Was evaluated in ethics and research committee. This is a descriptive, exploratory, qualitative study with 100 elderly people enrolled in the Family Health Strategy Hiperdia groups in Picos-Piauí-Brazil, and used a semi-structured interview. The data were processed in the IRAMUTEC software and analyzed by the Descending Hierarchical Classification. The perception of the elderly about violence and ill-treatment is related to rights acquired by the Federal Constitution of 1988 and the Elderly Statute. The prevention of violence is related to the treatment that the elderly receive in the family and society.

Keywords: Perception; Violence; Old man; Health; Family Health Strategy.

1 Introdução

O envelhecimento é uma conquista de toda a sociedade e implica desafios para o estabelecimento do cuidado integral a todos os cidadãos e cidadãs com 60 anos ou mais. As transformações socioeconômicas têm propiciado melhores condições de vida, alterando o perfil etário, aumentando, assim, tanto a população idosa em todo o mundo, como também a incidência de violência e maus-tratos contra o idoso.

Atualmente, a população no Brasil é de 208.494.900 habitantes, espalhados pelos 5.570 municípios do país. O instituto Brasileiro de Geografia e Estatística afirma que até 2060 a população idosa mais que dobre de tamanho e atinja 32% da população geral. Em 2018, essa proporção é de 13% (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2018).

A Constituição Federal do Brasil promulgada em 05 de outubro de 1988 e o Estatuto do Idoso criado pela Lei N.º 10.741 de 1º de outubro 2003 são legislações nacionais que garantem proteção na terceira idade, onde a família ou cuidadores devem cumprir normas e regras impostas nas mesmas, mas ainda ocorrem registros de casos de violência nessas relações.

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Diante dessa problemática, o estudo tem como objetivos discutir direitos dos idosos relacionados à sua proteção, identificar o que o idoso espera da família e sociedade e compreender a percepção de idosos sobre violência e maus tratos na terceira idade.

A pesquisa aqui apresentada é de extrema relevância, pois violência e maus tratos contra idosos são problemas de Saúde Pública do ponto de vista local, regional, nacional e mundial, posto que a morbimortalidade do idoso constitui-se como agravo, podendo trazer prejuízos de ordem física e social. Além disso, vale ressaltar que o estado do Piauí carece de discussões sobre a temática.

O Piauí é apontado como primeiro estado do país que reduzirá sua população geral. Em números, a população do Piauí atualmente em 3.263.754 cairá para 3.160.429 em 2050 e chegará a 2.948.119 em 2060. Os dados apontam também que, em 26 anos, o estado terá mais idosos que crianças (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2018).

O envelhecimento pode ser definido a partir de alterações no organismo, demonstradas de forma variável e individual. Também pode ser caracterizado como um processo universal, dinâmico, progressivo e irreversível, no qual interagem múltiplos fatores biológicos, psíquicos e sociais, com alterações significativas na composição, estrutura e fisiologia dos sistemas orgânicos e do indivíduo como um todo. Esse processo ainda pode ser acompanhado e marcado por mudanças na composição familiar e doméstica, como a viuvez e problemas de ordem econômica, como aposentadorias insatisfatórias, que, somadas a outros fatores psicossociais como solidão e baixa autoestima, ocasionam mudanças no estado de saúde (Meireles, Matsuda, Coimbra, & Mathias, 2007).

Como mostram Oliveira, Carvalho, Oliveira, Simpson, & Martinsa (2018), a visão de que a velhice é um processo caracterizado por perdas e dependências, contribuiu na formação da imagem negativa do processo de envelhecimento. Os estereótipos associados ao envelhecimento não passam de representações, o que torna imprescindível a procura de medidas eficazes, principalmente, no combate a maus tratos contra a terceira idade.

A temática da violência tem sido estudada na área da saúde em decorrência do problema que ela representa para a qualidade de vida das pessoas, da família e da comunidade, pois acarreta problemas físicos, psíquicos, morais e sociais que necessitam de atenção e cuidado nos serviços de saúde. Frequentemente, uma pessoa de idade sofre, ao mesmo tempo, vários tipos de maus-tratos, sendo que os idosos mais vulneráveis são os dependentes física ou mentalmente, sobretudo quando apresentam déficits cognitivos, alterações no sono, incontinência, dificuldades de locomoção, necessitando assim, de cuidados intensivos em suas atividades da vida diária (Minayo, 2005). Condições de saúde como presença de demência, sexo, grau de dependência e questões socioeconômicas devem ser observadas como possíveis indicadores de risco da violência direcionada ao idoso (Santos, Moreira, Faccio, Gomes, & Silva, 2018).

O Estatuto do Idoso entende como violência contra a pessoa idosa qualquer ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico (Brasil, 2013). Abusos e as negligências que se perpetuam contra os idosos, no entendimento de Silva e Dias (2016), são motivados entre outros fatores pelas diferenças geracionais, inadequação dos espaços físicos e dificuldades financeiras das famílias, que se somam às percepções sociais de velhice como fase de “decadência” e os idosos como “ultrapassados” e “descartáveis”.

A violência contra o idoso é um fenômeno que não pode ser visto de forma parcial, pois é multifatorial e complexo, e todas as suas dimensões e interdependências entre elas devem ser compreendidas e consideradas (Santos, Menezes, Gonçalves, Silva, Almeida, & Araújo, 2018).

2 Metodologia

Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa. Minayo (2002) afirma que o método qualitativo é aplicável quando se estuda a história, as relações humanas, as representações

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sociais, as crenças, as percepções e opiniões, as quais são produtos das interpretações de que os homens fazem sobre sua vivência, sentimentos e pensamentos. É o mais adequado a investigação de grupos, pois possibilita desvendar processos sociais pouco conhecidos, à medida que permite a construção de novas categorias.

O estudo foi realizado em Picos/Piauí/Brasil, com 100 idosos cadastrados em Unidades Básicas de Saúde, inseridos na Estratégia de Saúde da Família - ESF, que participavam dos grupos de Hiperdia. O Hiperdia compreende um grupo de ações em promoção à saúde, prevenção, diagnóstico e tratamento dos agravos da hipertensão. Foram considerados os seguintes critérios de inclusão: pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, ambos os sexos, assistidos pela ESF de Picos, vinculados aos grupos Hiperdia, e capazes de responder aos questionamentos durante a entrevista. Foram excluídos do estudo idosos ausentes do município ou em internação hospitalar no período da realização dos contatos, e aqueles que apresentaram déficit cognitivo ou fossem portadores de doenças mentais, avaliados através do Mini Exame do Estado Mental - MEEM.

Optou-se pela técnica de entrevista para produção de dados, por permitir maior flexibilidade para possíveis intervenções e possibilitar investigação mais ampla sobre os participantes. Esta foi facilitada por roteiro semiestruturado detalhado e organizado, com perguntas abertas, em que os entrevistados puderam discorrer sobre o tema proposto. Minayo (2002) explica que a entrevista pode ser feita verbalmente ou por escrito e inclui a presença ou interação direta entre o pesquisador e os atores sociais e é complementada por uma prática de observação participante.

A coleta de dados foi conduzida pela pesquisadora Anaita Rocha de Sousa Neta, e iniciou-se após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da UNINOVAFAPI – Parecer n. 1.265.919/15 e autorização do responsável pelo local da pesquisa respeitando a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) brasileiro (Brasil, 2012). Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) garantindo a liberdade para participar do estudo ou desistir em qualquer momento, em duas vias. As entrevistas foram realizadas no período de 10 de outubro de 2015 a 20 de janeiro de 2016, nas residências dos idosos participantes. Os encontros foram agendadas previamente, tiveram duração média de uma hora cada, foram gravadas após o consentimento dos participantes e transcritas na íntegra, preservando a fala dos depoentes. Cópias foram armazenadas em arquivos digitais, mas com acesso restrito aos envolvidos na construção da pesquisa. Foi garantido o anonimato e os idosos participantes foram identificados por números.

O processamento dos dados foi realizado por meio do software IRAMUTEQ (Interface de R pour les

Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires), desenvolvido da França por Pierre

Ratinaud (2009) e que começou a ser usado no Brasil no ano de 2013 (Camargo, & Justo, 2013). O tipo de análise de dados eleito para esse estudo, entre os possíveis no software, foi a Classificação Hierárquica Descendente, ou seja, foi feita a relação entre as classes.

Os benefícios da pesquisa foram evidenciados com a colaboração dos participantes para divulgação da temática na sociedade, estimulando a adoção de novas estratégias pelos serviços de saúde, bem como facilitar o acesso do idoso violentado aos serviços legais de proteção.

3 Resultados e Discussão

Ao final do processamento realizado pelo software IRAMUTEQ, foram identificadas 99 unidades de contextos iniciais (uci) ou depoentes, divididas em 389 segmentos de texto. O número de ocorrências foi de 13.454 e a frequência média das formas de 3.31. Para a análise, o programa classificou 1608 formas distintas ou palavras e fez retenção de segmentos de texto de 284 dos 389 segmentos, que representam 73,01% do aproveitamento do material. Os segmentos classificados foram divididos em cinco classes semânticas. O corpus utilizado, no primeiro momento, obteve a classe 3, esta foi

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dividida (1ª partição ou iteração) em dois sub-corpus, que por sua vez foi dividido em outros dois (2ª partição ou iteração), no terceiro momento cada sub-corpus deu origem a duas classes, de um lado as classes 1 e 2 e de outro lado, as classes 4 e 5. A CHD (classificação hierárquica descendente) parou aqui, pois as 5 classes mostraram-se estáveis, ou seja, compostas de unidades de segmentos de texto com vocábulo semelhante.

As palavras analisáveis foram distribuídas nas classes desse estudo, da seguinte forma: Classe 1, com 58 segmentos de texto, 20,42% do total dos segmentos de texto, nomeada Direitos do idoso relacionados à violência e maus tratos; Classe 2, com 46 segmentos de texto, 16,2% do total dos segmentos de texto, nomeada Tratamento do idoso no meio familiar e pela sociedade. Classe 3, com 63 segmentos de texto, 22,18% do total dos segmentos de texto, nomeada Assistência ao idoso em casos de violência e maus-tratos; Classe 4, com 53 segmentos de texto, 18,66% do total dos segmentos de texto, nomeada Tipos de violência sofridos pelos idosos; Classe 5, com 64 segmentos de texto, 22,54% do total dos segmentos de texto, nomeada Conhecimento dos idosos sobre violência e maus tratos. Cada classe foi submetida a uma análise qualitativa, sendo as classes 1 e 2 discutidas no presente estudo, com percentual de ocorrência e valor de X² mais elevado das classes.

3.1 Classe - 1 Direitos do idoso relacionados à violência e maus tratos

Este seguimento refere-se à vontade demostrada pelos idosos em ter seus direitos respeitados, está diretamente ligado à classe 2, que fala de como os idosos querem ser tratados. A classe 1 apresenta 58 uce’s, que corresponde a 20,42% do corpus total. Destacaram os vocábulos de maior frequência e valor de χ² (respeitar, direito, prioridade, fila, banco, atender, reclamar, respeitado). Os idosos relatam a necessidade de ter seus direitos respeitados, pois apesar de, a maioria deles, conhecerem seus direitos e prioridades, nem sempre isso é levado em consideração.

“Violência contra idoso não é só bater, é não respeitar o mais velho, é a pessoa não procurar entender que o idoso já tem muita idade e não tem mais capacidade de fazer as mesmas coisas que fazia antes, quando era jovem, é faltar com respeito” (P.34)

“Acontece em hora de marcar um exame ou em fila de um banco quando não respeitam a prioridade de mais velho, já aconteceu comigo mesmo tendo 60 anos e ser considerado idoso, não me deixaram passar na frente. Em fila não respeitam meu direito, dizem que só tem prioridade se for bem velho mesmo, se tiver cabelo branco e eu não tenho” (P.54)

“Não fazer a gentiliza de dar um assento em ônibus ou a vez em fila, esperar a gente perguntar as coisas e não responder direito. Eu tenho muita pena de pessoa que faz isso porque ele irá envelhecer e saberá como é ser maltratado” (P.92)

O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção, um direito social, e é dever do Estado garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde mediante a efetivação de políticas públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. O Estatuto do Idoso é a lei brasileira que reafirma as conquistas já garantidas constitucionalmente para os idosos, em que todos os direitos desse grupo etário são reconhecidos (Brasil, 2013).

Uma de suas mais importantes contribuições é o reconhecimento do lugar, do papel e do protagonismo da pessoa idosa na construção da sociedade.

Respeitar os direitos humanos do idoso é ajudá-lo a exercer sua cidadania, é garantir-lhe autonomia e independência; é valorizar e desenvolver sua capacidade e potencial de decisão e ação. Uma das formas de promover a inclusão social é conscientizar as pessoas sobre seus direitos e, ao mesmo tempo, respeitar estes direitos (Santos, Menezes, Gonçalves, Silva, Almeida, & Araújo, 2018).

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3.2 Classe - 2 Tratamento do idoso no meio familiar e pela sociedade

Associada diretamente à classe 1, o respeito aos direitos dos idosos, este seguimento se refere a como os idosos querem ser tratados. A classe 2 apresenta 46 uce’s, que corresponde a 16,2% do corpus total. Destacaram os vocábulos de maior frequência e valor de χ²(idade, criança, carinho, tratado, precisar, amor, atenção, bem, judiar). Os entrevistados da terceira idade, em sua grande maioria, demonstravam vontade de ser bem tratado e cuidado pelos seus familiares e sociedade.

“Em minha maneira de ver a violência contra o idoso é um crime porque afinal de conta a gente tem que ser tratado com respeito, todo carinho e com muito amor” (P.42)

“Acho errado demais maltratar uma pessoa da terceira idade, por ser pessoa mais frágil, o idoso é como uma criança precisa ser bem cuidado. O mau trato começa quando não se dá atenção, é judiar e bater” (P.45)

“Do pouco que compreendo maltratar uma pessoa na terceira idade é o pior crime que existe, é igual a maltratar uma criança porque o idoso já não tem mais como se defender. O que eu sei é que com o idoso deve haver respeito, cuidado e apoio da família” (P.63)

Relacionar o envelhecer a processos de decadência física e mental, como comumente acontece no Brasil (Santos, Moreira, Faccio, Gomes, & Silva, 2018), faz com que muitas vezes o idoso não seja escutado em suas opiniões, até em coisas simples como escolher o lugar onde quer estar ou mesmo para dizer qual o programa de televisão prefere assistir.

Percebe-se que não só a sociedade parece associar a velhice mais às suas perdas, como sinalizado por Oliveira, Carvalho, Oliveira, Simpson, Silva, & Martinsa (2018), mas também os idosos algumas vezes reforçam atitudes e comportamentos que levam a perceber a fase como sinônimo de fragilidade, desprezo, discriminação e abandono. Desse modo, é negado aos que envelhecem o direito de elaborar e concretizar projetos de vida.

Porém, o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade de forma geral e o idoso não deve sofrer discriminação de nenhuma natureza, o que é por eles já conhecido, e deve ser o principal agente e destinatário das transformações indicadas pelas políticas públicas que atendem o idoso.

4 Conclusões

A percepção do idoso sobre a violência e maus tratos tem relação com os direitos adquiridos por meio da Constituição Federal de 1988 e o Estatuto do Idoso, dos quais eles demonstram conhecimento, inclusive do que as legislações consideram violência e das suas formas, que extrapolam a esfera física. É notório que a realidade de cuidados intrafamiliares ainda é distante da expectativa dos idosos, e que eles compartilham representações sociais que associam velhice a fragilidade e dependência.

Os resultados demonstram a necessidade de implementação de políticas públicas, com avanços na assistência à saúde da pessoa idosa, aumento responsabilidade social do respeito e da dignidade no envelhecimento, para que valha a pena viver mais, num contexto em que é cada vez maior a expectativa de vida dos idosos. Dessa maneira, cabe agora conscientizar a sociedade da necessidade de se estabelecerem ações que reprimam a violência e maus tratos contra a pessoa idosa.

Os benefícios diretos da pesquisa se evidenciaram com a colaboração dos idosos para divulgação da temática na sociedade através da distribuição de material informativo produzido a partir desta, estimulando o protagonismo destes na luta pela garantia de direitos e a prevenção das violências. A opção por um desenho qualitativo descritivo-exploratório foi essencial para que os objetivos da pesquisa fossem alcançados, e é importante para estudos que envolvem violência contra idosos por

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possibilitar aproximação com a temática pelo discurso dos atores que vivenciam as situações, o que produz resultados congruentes com a realidade e permitem que esta seja melhor compreendida.

Referências

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