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A convenção relativa ao auxílio judiciário mútuo em matéria penal entre os estados membros da União Europeia de 29 de Maio de 2000 : modus applicationis na Península Ibérica

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA INSTITUTO DE ESTUDOS POLÍTICOS

A CONVENÇÃO RELATIVA AO AUXÍLIO JUDICIÁRIO MÚTUO EM MATÉRIA PENAL ENTRE OS ESTADOS MEMBROS DA UNIÃO EUROPEIA DE 29 DE MAIO DE 2000

MODUS APPLICATIONIS NA PENÍNSULA IBÉRICA

MASTER EM ESTUDOS EUROPEUS - DOMINANTE JURÍDICA

Professor Orientador: Professor Doutor Nuno Piçarra

Luís Miguel Andrade de Lemos Triunfante Aluno n.º 104009004

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Indíce

Lista de abreviaturas………4

Introdução: Secção 1. Delimitação do objecto……….5

Secção 2. Metodologia da investigação………...7

Capítulo I. Estado da Arte Secção 1. Cooperação Jurídica Internacional: 1.1 Conceito……….10

1.2 Conteúdo………....13

1.3 Fundamento………...17

Secção 2. Cooperação Judiciária em matéria penal………22

1.1 Passado………...23

1.2 Presente……….24

Secção 3. A consolidação de acordos multilaterais para o desenvolvimento da cooperação: 3.1 Âmbito da ONU………25

3.2 Âmbito do Conselho da Europa………..26

3.2 Âmbito da União Europeia………..29

Capítulo II. A Convenção relativa ao Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal entre os Estados Membros da União Europeia de 29 de Maio de 2000………35

Secção 1. Princípios orientadores………..35

Secção 2. Análise geral….………...37

Secção 2.1 Requisitos de forma………..40

Secção 3. Análise específica……..……….41

Secção 4. Âmbito subjectivo e temporal………...43

Secção 5. Âmbito objectivo………44

Secção 6. Relações de complementaridade com outras Convenções…………..48

6.1. Convenção Europeia de Assistência Judiciária em Matéria Penal de 20 de Abril de 1959……….49

6.2 Convenção de Aplicação do Acordo Schengen de 19 de Junho de 1990………..49

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Secção 7. Noção de Auxílio judiciário específico (Lei aplicável à execução)…52 Secção 8. Formas de auxílio mais relevantes

8.1 Notificação e transferência de documentos………54

8.2 Vias de transmissão………..56

8.3 Restituição de objectos………...58

8.4 Transferência temporária de detidos……….60

8.5 Declarações de testemunhas ou peritos por videoconferência ou conferência telefónica………....62

8.6 Entregas vigiadas……….64

8.7 Equipas conjuntas………....66

8.8 Investigações encobertas……….70

8.9 Intercepção de telecomunicações………....72

Secção 9. Protocolo 2001 – informação sobre contas bancárias………75

Capítulo III. Modus applicationis na Península Ibérica……….80

III.1 Portugal Secção 1. Quadro geral de cooperação………...82

Secção 2. Declarações do Estado Português sobre a Convenção 2000………..84

Secção 3. Aplicação em Portugal das formas de auxílio mais relevantes 3.1 Forum regit actum………....90

3.2 Entregas vigiadas……….92 3.3 Equipas conjuntas………....94 3.4 Investigações encobertas……….95 3.5 Intercepção telefónicas………....98 III.2 Espanha Secção 1. Espanha 1.1 Quadro geral de cooperação………..100

Secção 2. Aplicação de Convenções em Espanha: 2.1 Convenção Europeia de Assistência Judiciária em Matéria Penal de 20 de Abril de 1959………...102

2.2 Convenção de Aplicação do Acordo Schengen de 19 de Junho de 1990………103

(4)

3.1 Notificação e transferência de documentos………..104

3.2 Vias de transmissão………105

3.3 Declarações de testemunhas e peritos………...106

3.4 Entregas vigiadas………108

3.5 Equipas conjuntas………...114

3.6 Investigações encobertas………115

3.7 Intercepção de telecomunicações………...118

Secção 4. Nota final ………..123

Capítulo IV. O futuro da Convenção relativa ao Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal entre os Estados Membros da União Europeia de 29 de Maio de 2000 após o Tratado de Lisboa Secção 1. Análise geral……...………..129

Secção 2. Princípio do reconhecimento mútuo………..139

Secção 3. A função do Tribunal de Justiça da União Europeia………...142

IV.2 Conclusão: Prospectiva/análise crítica………...147

Quadro relevante………..161

Bibliografia………162

Nota: Esta tese foi redigida de acordo com a antiga ortografia Número aproximado de palavras – 50.841

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Lista de Abreviaturas: AAVV – Autores vários Ac. – Acórdão(s)

ATS – Acórdão do Tribunal Supremo Espanhol ATC – Acórdão do Tribunal Constitucional Espanhol CE – Conselho da Europa

CGPJ – Consejo General del Poder Judicial CPE – Cooperação Política Europeia

CPP – Código de Processo Penal

DCIAP – Departamento Central de Investigação e Acção Penal DL – Decreto-Lei

DQ – Decisão Quadro DR – Diário da República

ELSJ – Espaço Liberdade, Segurança e Justiça EM – Estado(s) Membro(s)

GDDC – Gabinete de Documentação e Direito Comparado JAI – Justiça e Assuntos Internos

JOUE – Jornal Oficial da União Europeia LECrim. - Ley de Enjuiciamiento Criminal MP – Ministério Público

ONU – Organização das Nações Unidas

PGR – Procuradoria-Geral da República/Procurador-Geral da República PJ – Polícia Judiciária

RJE – Rede Judicial Europeia

REDUE – Red de Expertos en Derecho de la Unión Europea

REJUE – Red Judicial Española de Cooperación Judicial Internacional STJ – Supremo Tribunal de Justiça

TCIC – Tribunal Central de Instrução Criminal

TJCE – Tribunal de Justiça da Comunidades Europeias TJUE – Tribunal de Justiça da União Europeia

TEDH – Tribunal Europeu dos Direitos do Homem UE – União Europeia

Convenções:

CE59 – Convenção Europeia de Assistência Judiciária em Matéria Penal de 20 de Abril de 1959

CAAS – Convenção de Aplicação do Acordo Schengen de 19 de Junho de 1990

CE2000 – Convenção relativa ao Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal entre os Estados Membros da União Europeia de 29 de Maio de 2000

CEDH – Convenção Europeia dos Direitos do Homem Tratados:

AUE – Acto único Europeu TA – Tratado de Amesterdão

TFUE – Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia TL – Tratado de Lisboa

TM – Tratado de Maastricht TN – Tratado de Nice

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Introdução

Secção 1. Delimitação do objecto

A criação, manutenção e desenvolvimento de um espaço de liberdade, segurança e justiça (ELSJ) – assinalado pela livre circulação das pessoas, bem como o eficaz funcionamento do mercado interno – reclamam o aperfeiçoamento, a simplificação e a aceleração da cooperação judiciária em matéria civil. Já a cooperação judiciária em matéria penal é um instrumento fundamental na luta contra a criminalidade, facilitando um reforço do diálogo e da acção entre as autoridades judiciárias dos diferentes Estados Membros (EM) em matéria penal e processual penal. Com efeito, são prioritárias as necessidades de uma resposta global à luta contra o terrorismo e a adopção de um conceito estratégico para a criminalidade organizada, fomentando um verdadeiro espaço europeu de justiça. Outrossim, deve ser garantido um acesso efectivo à justiça tendo em vista a obtenção e a execução de decisões judiciais. Dessa forma, a União Europeia (UE) deve tomar medidas para instaurar a confiança mútua entre os EM, criando normas processuais mínimas que garantam o equilíbrio entre a investigação criminal e o direito da defesa.

O ELSJ constitui um elemento essencial da resposta da UE aos desafios mundiais a longo prazo e um contributo para reforçar e desenvolver o modelo europeu de economia social de mercado no século XXI. Neste contexto de mudança, mais do que nunca, a UE tem o dever de proteger os seus valores e defender os seus interesses. Não obstante a evolução continuada da sociedade e da tecnologia, o respeito pela pessoa e pela dignidade humana, a liberdade, a igualdade e a solidariedade são valores referenciais, cuja preservação deve ser garantida. O Programa de Estocolmo, adoptado pelo Conselho

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Europeu em Dezembro de 20091, fixa as prioridades relativas ao desenvolvimento do ESLJ para os próximos cinco anos. O seu conteúdo reflecte os debates dos últimos anos com o Parlamento Europeu, o Conselho Europeu, os EM e as partes interessadas. Na sua base estão essencialmente as aspirações formuladas pela Comissão na sua Comunicação de Junho de 20092 que levou à adopção do Programa de Estocolmo.

Neste âmbito, o Tratado de Lisboa (TL) assume um papel fundamental na concretização do ELSJ para os cidadãos europeus. Na verdade, a entrada em vigor do Tratado permite que a União demonstre mais ambição na resposta às preocupações e aspirações quotidianas dos seus concidadãos. Além do mais, realça-se o reforço do papel do Parlamento Europeu, enquanto co-legislador na maioria dos domínios, e uma participação acrescida dos parlamentos nacionais, o que responsabilizará mais a UE pelas suas acções no interesse dos cidadãos e reforçará a legitimidade democrática da União. Por outro lado, a introdução da maioria qualificada nas votações no Conselho em muitos domínios de acção permitirá racionalizar o processo de tomada de decisões. Sem olvidar também que o controlo jurisdicional será reforçado, uma vez que o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) assegurará o controlo de todos os domínios do ELSJ, sendo a Carta dos Direitos Fundamentais, doravante, juridicamente vinculativa.

O espaço judiciário europeu e o bom funcionamento do mercado único têm por base o princípio fundamental do reconhecimento mútuo. Este princípio só pode funcionar eficazmente com base na confiança mútua entre juízes, profissionais do direito, empresas e cidadãos. Essa confiança mútua exige normas mínimas comuns e um melhor conhecimento dos diferentes sistemas e tradições jurídicas, pelo que só um espaço judiciário europeu a funcionar correctamente permite beneficiar todas as políticas da União, promovendo a sua elaboração e a sua aplicação adequada.

Considerando a metodologia clássica das teses e o objecto seleccionado será fundamental procurar definir qual o estado da arte, (ou seja, indicar qual é o status quo -quadros legislativo e institucional -), a doutrina e jurisprudência mais relevantes na cooperação judiciária em matéria penal. Note-se que é muito vasto o acervo comunitário existente nesta matéria, pelo que será necessariamente a apresentação de um quadro sucinto, mas relevante.

1 Documento do Conselho n.° 17024/09, adoptado pelo Conselho Europeu de 10/11 de Dezembro de

2009, disponivel em http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2010:0171:FIN:PT:PDF

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Por outro lado, será desenvolvida a temática da Convenção de auxílio judiciário mútuo em matéria penal entre os EM da UE de 29 de Maio de 2000 (CE2000), a qual, apesar de ter sido criada e desenvolvida no âmbito da lógica anterior ao TL, mas já após o Conselho de Tampere de 1999 (o qual marca a viragem na cooperação judiciária em matéria penal), continua ainda vigente como o principal instrumento prático de auxílio judiciário entre os EM.

Serão ainda definidos os princípios orientadores da Cooperação Judiciária em matéria penal em geral e da CE2000 em particular, prospectivando-se ainda qual poderá ser o futuro nesta matéria, após o TL e o Programa de Estocolmo. Do ponto de vista prático será desenvolvido ainda um capítulo dedicado ao modo de aplicação da CE2000 na Península Ibérica, considerando a proximidade geográfica, a tradição jurídica e o grau de desenvolvimento existentes em ambos os países em matéria de cooperação judiciária.

Secção 2. Metodologia de investigação

Na componente teórica, procurou-se efectuar uma abordagem eminentemente jurídica do direito da UE, em particular na matéria da cooperação judiciária em matéria penal (tendo-se desenvolvido maioritariamente o trabalho de pesquisa na consulta da doutrina e jurisprudência mais relevantes), de forma a definir o estado da arte e prospectivar o futuro. Considerando o quadro de aplicação da CE2000 na Península Ibérica foi dado particular destaque à doutrina e jurisprudência portuguesa e espanhola.

Na componente prática, existiu e existe trabalho de campo, alicerçado na experiência pessoal e profissional decorrente do percurso do arguente até à data (Juízo Criminal com a tramitação diária de pedidos de cooperação judiciária penal, participação em acções de formação, seminários e na feitura de artigos subordinados ao tema). O contacto com estes temas foi também potenciado e desenvolvido no Centro de Estudos Judiciários, em conferências subordinadas aos temas de cooperação judiciária em matéria Penal, Civil e Comercial, nas quais participei. Destaque ainda para a frequência do intercâmbio existente entre o Centro de Estudos Judiciários e a Escola de Magistratura Francesa, em Bordéus, em 2004, com participação em diversos colóquios e works shops dedicados à resolução de pedidos de cooperação judiciária internacional em matéria penal e a participação em estágios, acções de formação e seminários subordinados ao tema. Realçava ainda três em particular, pela sua relevância concreta no objecto de tese em

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questão: i) a acção de formação em Barcelona, no âmbito na Rede de Formação Judiciária Europeia, sobre o tema “Instrumentos de Direito Penal Europeu”, no período compreendido entre 28 e 30 de Setembro de 2009, ii) a frequência do “Curso Virtual sobre

Cooperação Judiciária Penal na Europa”, ministrado pela Escola de Magistratura

Espanhola, que decorreu entre Outubro de 2010 e Dezembro de 2011, com elaboração de diversos casos práticos com aproveitamento, e com apresentação de conclusões finais ocorrida em 17 e 18 de Novembro de 2011, em Madrid e iii) a frequência e preparação do Seminário “International Judicial Cooperation in Criminal Matters in Practice”, que decorreu em 5, 6 e 7 de Março de 2012 no Centro de Estudos Judiciários, em Lisboa e em que foram simulados (como EM requerente e requerido) diversos pedidos de cooperação judiciária em matéria penal com outro EM (Eslovénia)3.

3 Nova metodologia introduzida pela Rede Europeia de Formação Judiciária no âmbito do Programa

de Justiça Criminal Europeia em que duas equipas de EM distintos procedem a simulação de pedidos de cooperação (como EM requerente e requerido) com base em casos práticos de cooperação - http://www.ejtn.net/en/About/Criminal-Justice-Project/

Referências

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