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ANÁLISE DE FLUXOS DE MIGRANTES EM MINAS GERAIS COM BASE NOS RESULTADOS DE CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO POR TÉCNICA DE GRADE OF MEMBERSHIP

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Academic year: 2021

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ANÁLISE DE FLUXOS

DE MIGRANTES EM MINAS GERAIS

COM BASE NOS RESULTADOS

DE CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO

POR TÉCNICA DE GRADE OF MEMBERSHIP

André Braz Golgher1

1 INTRODUÇÃO

Minas Gerais é um estado bastante heterogêneo. As re-giões localizadas na parte Central do estado e nas porções Sul/Sudeste de Minas e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, estas duas últimas fortemente interligados a economia do Estado de São Paulo, apresen-tavam de forma geral níveis sociais melhores que o restante do estado. Os valores de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)2 em 1991 para toda esta região estava próximo de 0.80 em média. Por outro lado as áreas mais ao norte do estado e nos vales dos rios Jequitinhonha e Mucuri apresentavam níveis sócio-econômicos bastante precários, com um IDH médio de aproximadamente 0.52. Entre estes dois extremos apareciam a Zona da Mata, o Noroeste de Minas, o Centro Oeste de Minas e o Vale do Rio Doce. Todos estes apresentavam valores entre 0.63 e 0.72 para este índice citado (FJP, 1997).

Dada a importância dos aspectos econômicos e sociais nos processos migratórios, é de se esperar que estas grandes diferenças regionais de Minas Gerais influenciem diretamente, tanto as dimen-sões dos fluxos de migrantes, como a composição destes (Congdon, 1991; Flowerdew, 1991; Flowerdew e Lovett, 1988; Gabriel e Justman, 1987; Knapp e Graves, 1989; Porrel, 1982; Sahota, 1968) e este trabalho procurará abordar esta questão. Para tanto primeiramente

1 CEDEPLAR/FACE/UFMG.

2 O IDH é um índice criado pela ONU no início da década de 90 que além do aspecto renda, incorpora com pesos iguais a longevidade e educação em uma análise de uma dada população. Regiões com valores abaixo de 0,5 são consideradas de baixo desenvolvimento humano, entre 0,5 e 0,8 de médio e acima de 0,8 de alto.

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foi feita uma caracterização das microregiões do estado usando a técnica de análise “Grade of Membership” (GOM). Posteriormente, a partir das informações obtidas nesta caracterização, discutiu-se as dimensões e composições de vários dos fluxos de migrantes entre estas áreas. Estes fluxos de migrantes foram obtidos a partir da manipula-ção direta dos dados dos Censos de 1980 e 1991 de Minas Gerais.

2 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO 2.1 Introdução

Os fluxos de migrantes que foram examinados neste tra-balho referem-se a troca de pessoas entre Municípios de Minas Gerais, com os resultados agregados em microregiões como definidas no Censo de 91 para este estado e foi esta a divisão espacial a utilizada na caracterização da área de estudo. Existem uma série de possibilidades e técnicas de análise para abordar o tema de variações regionais. Contudo neste trabalho optou-se por utilizar o GOM por ser uma ferramenta disponível e poderosa, além de ser de fácil aplicação e análise. Esta técnica será sucintamente apresentada a seguir e poste-riormente os resultados obtidos nas análises serão mostrados. Uma discussão mais aprofundada e teórica sobre o assunto pode ser obtida em Manton et al. (1994), em Machado (1997) e em Berkman et al. (1989).

A análise GOM é bastante utilizada em estudos que têm como base grupos heterogêneos e de difícil classificação, como é o caso do estudo da variabilidade espacial de uma região dispare. Utilizar algumas classes estabelecidas na caracterização de grupos que contém elementos muito diferentes entre si seria uma grande perda de infor-mação, já que um item analisado poderia ser bastante distinto de um outro e ser classificado da mesma maneira. Este problema poderia ser resolvido pela utilização de muitas possibilidades de classificação mas isto faria com que parte do poder de síntese da técnica de análise fosse perdido.

O GOM tenta superar estas limitações utilizando classes apenas como eixos de referência. Esta técnica cria, a partir dos dados básicos de análise algumas classes, que são denominados perfis puros ou extremos. Cada elemento do grupo é então posicionado com relação

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a proximidade de características destes frente a estes eixos refe-renciais de análise. Esta proximidade é indicada pelo escores GOM que é igual a 1 se esta for 100% e 0 se as características do elemento analisado for totalmente diferente do perfil puro em questão. Este escore pode assumir qualquer valor entre 0 e 1 e a somatória de todos os escores GOM para um mesmo membro do grupo analisado é sempre igual a um.

Assim a técnica ganha em poder de retenção de informa-ção, já que cada elemento pode ter escores GOM diferentes e ser desta forma diferenciado dos demais. E ganha também em poder de síntese já que a referência de comparação utiliza apenas alguns eixos.

2.2 Utilização da Técnica GOM

na caracterização de microregiões

Os dados usados como base para a análise GOM das microregiões de Minas Gerais foram alguns indicadores sócio-econô-micos (anos médios de estudo, analfabetismo, mortalidade infantil, esperança de vida ao nascer, renda, desigualdade de renda, proporção de pobres na região de estudo, % de população urbana e % da população atuando nos setores primários, secundários e terciários) e de infra-es-trutura urbana/domiciliar (presença no domicílio de água encanada, de esgoto ligado a rede geral, de luz elétrica e de geladeira) para cada uma das regiões estudada. A partir destes dados foram gerados os perfis puros e os escores GOM.

Serão apresentados dois estudos diferentes: um com ape-nas dois perfis e um segundo, mais completo, com seis. O objetivo é introduzir esta técnica com uma análise mais simples e depois apre-sentar uma mais complexa. Assim pode-se também demostrar a pra-ticidade do método e possibilidades de utilização deste.

Começando por esta primeira análise GOM pode-se dizer que os perfis variavam principalmente quanto a qualidade dos indica-dores sociais e foram designados como região muito urbanizada de bons indicadores sociais e como região pouco urbanizada com indica-dores sociais precários. A definição detalhada de cada um deles é mostrada na Tabela 1.

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O perfil 1 apresentou as características básicas de regiões mais desenvolvidas como melhores níveis de educação, saúde e infra-estrutura urbana/domiciliar, população mais urbanizada, presença de setores mais modernos da economia etc. O segundo perfil mostrou justamente as características contrárias de regiões mais ruralizadas e pouco desenvolvidas.

Tabela 1

DETERMINAÇÃO DE PERFIS POR ANÁLISE GOM

Variável\Perfil

1

Região muito urbanizada de bons indicadores sociais

2

Região pouco urbanizada com indicadores sociais precários Crescimento populacional

1970-1980 Alto Baixo

Crescimento populacional

1980-1991 Alto Baixo

Esperança de vida 1991 Alta Baixa Mortalidade infantil 1991 Baixa Alta Analfabetismo 1991 Baixo Alto Anos de estudo 1991 Muitos Poucos

Renda 1991 Alta Baixa

Índice L de Theil 1991 Não significativo Não significativo Proporção de pobres 1980 Baixa Alta Proporção de pobres 1991 Baixa Alta Proporção de domicílios

com água encanada 1991 Alta Baixa Proporção de domicílios

com esgoto ligado

a rede geral 1991 Alta Baixa Proporção de domicílios

com luz elétrica 1991 Alta Baixa Proporção de trabalhadores

no setor primário Baixa Alta Proporção de trabalhadores

no setor secundário Alta Baixa Proporção de trabalhadores

no setor terciário Alta Baixa Proporção de pessoas

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Depois de definidos estes dois perfis puros cada uma das microregiões foi posicionado frente a estes eixos de análise com a determinação dos escores GOM de cada uma delas. Estes escores são apresentados na Tabela 2. Algumas das microregiões foram caracte-rizadas por apenas um perfil, no caso Araxá, Belo Horizonte, Conse-lheiro Lafaiete, Divinópolis, Formiga, Ipatinga, Juíz de Fora, Ouro Preto, Pará de Minas, Poços de Caldas, São Lourenço, Uberlândia e Uberaba pelo perfil 1 e Aimorés, Almenara, Araçuaí, Capelinha, Caratinga, Conceição do Mato Dentro, Guanhães, Itaguara, Janaúba, Januária, Manhuaçu, Mantena, Peçanha, Pedra Azul, Ponte Nova, Salinas, Teófilo Otoni e Viçosa pelo 2. As demais microregiões apre-sentavam um caráter intermediário entre estes dois perfis.

A localização de cada uma destas pode ser observada no Mapa 1. Cada número corresponde a uma microregião e a designação de cada um deles está na Tabela 2. As áreas de cor clara apresentam IDH em 1991 superior a 0.8, as de cor cinza entre 0.5 e 0.8 e as escuras abaixo de 0.5.

Muitas das microregiões definidas por um mesmo perfil são bastante distintas. A diferenciação entre elas pode se feita, entre outras possibilidades, por uma análise com mais perfis e o estudo envolvendo seis destes será apresentada a seguir.

Os dados utilizados nesta análise foram exatamente os mesmos dos usados anteriormente e os perfis obtidos a partir destes são mostrados com detalhes na Tabela 3. Os 6 perfis se diferenciaram principalmente em dois aspectos básicos: no grau de urbanização/in-dustrialização e na qualidade dos indicadores sociais. A definição de cada um deles está na parte superior desta tabela e estes foram designados como regiões de níveis de indicadores sociais bons, médios e precários, e mais ou menos urbanizadas.

Os escores GOM para cada uma das microregiões em cada perfil são apresentados na Tabela 4. Algumas das microregiões foram caracterizadas por apenas um perfil como: Alfenas, Araxá e Poços de Caldas pelo 1: Muriaé e Santa Rita do Sapucaí, pelo 2; Bom Despacho, Formiga, Itabira, e São João Del Rey pelo perfil 3; Nanuque e Ponte Nova pelo 4; Belo Horizonte, Divinópolis, Juíz de Fora, Uberaba e Uberlândia pelo perfil 5; Capelinha, Conceição do Mato Dentro, Ja-naúba, Januária e Salinas pelo último. Todas as outras microregiões necessitavam de mais de um perfil para serem definidas.

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Tabela 2

ESCORES GOM PARA AS MICROREGIÕES NA ANÁLISE COM 2 PERFIS

(Continua) Número e Nome

da Microregião Escore GOMperfil 1 Escore GOMperfil 2

41 – Aimorés 0 1 49 – Alfenas 0.7975 0.2025 14 – Almenara 0 1 55 – Andrelândia 0.2125 0.7875 12 – Araçuaí 0 1 23 – Araxá 1 0 59 – Barbacena 0.9525 0.0475 30 – Belo Horizonte 1 0 09 – Bocaiuva 0.09 0.91 26 – Bom Despacho 0.905 0.095 45 – Campo Belo 0.64 0.36 11 – Capelinha 0 1 40 – Caratinga 0 1 66 – Cataguases 0.8675 0.1325 28 – Conceição do Mato Dentro 0 1 34 – Conselheiro Lafaiete 1 0 25 – Curvelo 0.4325 0.5675 10 – Diamantina 0.235 0.765 43 – Divinópolis 1 0 44 – Formiga 1 0 21 – Frutal 0.5975 0.4025 37 – Governador Valadares 0.6675 0.3325 08 – Grão Mogol 0.105 0.895 35 – Guanhães 0 1 39 – Ipatinga 1 0 31 – Itabira 0.885 0.115 32 – Itaguara 0 1 56 – Itajubá 0.855 0.145 17 – Ituiutaba 0.845 0.155 04 – Janaúba 0 1 03 – Januária 0 1 65 – Juíz de Fora 1 0 57 – Lavras 0.9875 0.0125

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Tabela 2

ESCORES GOM PARA AS MICROREGIÕES NA ANÁLISE COM 2 PERFIS

(Conclusão) Número e Nome

da Microregião Escore GOMperfil 1 Escore GOMperfil 2

61 – Manhuaçu 0 1 38 – Mantena 0 1 07 – Montes Claros 0.4 0.6 63 – Muriaé 0.315 0.685 16 – Nanuque 0.07 0.93 46 – Oliveira 0.3175 0.6825 33 – Ouro Preto 1 0 29 – Pará de Minas 1 0 02 – Paracatu 0.1775 0.8225 47 – Passos 0.8725 0.1275 20 – Patos de Minas 0.8225 0.1775 19 – Patrocínio 0 1 36 – Peçanha 0 1 13 – Pedra Azul 0.265 0.735 06 – Pirapora 0.485 0.515 42 – Piuí 1 0 51 – Poços de Caldas 0 1 60 – Ponte Nova 0.7475 0.2525 52 – Pouso Alegre 0.845 0.155 05 – Salinas 0 1

53 – Santa Rita do Sapucaí 0.865 0.135 58 – São João Del Rei 0.4475 0.5525 54 – São Lourenço 0.865 0.135 48 – São Sebastião do Paraíso 1 0 27 – Sete Lagoas 0.615 0.385 15 – Teófilo Otoni 0 1 24 – Três Marias 0.5325 0.4675 64 – Ubá 0.465 0.535 18 – Uberaba 1 0 22 – Uberlândia 1 0 01 – Unaí 0.33 0.67 50 – Varginha 0.765 0.235 62 – Viçosa 0 1

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T abela 3 D ETERM INAÇÃO DE P ERF IS PAR A AN ÁLIS E GOM V ariáve l/Perfil 1 R egião urbanizada com b o n s in d icadores sociai s 2 Reg iã o p o u co urbanizada d e indicadores soci ais d e nível m é d io 3 R egião urbanizada d e indicadores so ciais d e nível m é d io 4 R egião urbanizada com indicad o re s sociai s p recários 5 R

egião muito urbanizada de

b o ns indicad o re s so ciais 6 Reg iã o p o u co urbanizada com indicad o re s sociai s p recários C resc im e nto popul acional 1970-1980 Alto-M édio Médio-Baixo N ão s ig ni ficativo Baix o Alto N ão sig n ificativo C resc im e nto popul acional 1980-1991 A lto M é d io M é d io Baix o Alto N ão s ig n ificativo E sp er ança de vida 1991 A lt a N ão s ig n ificativo M édia Baix a Alta Baix a M o rt al idade infantil 1991 Baix a M é d io N ão sig n ificativo Alta N ão sig n ificativo Alta A n al fabetism o 1991 Baixo M é d io Baix o Alto Baix o Alto Anos d e estudo 1991 Muitos-M é d io Muitos-M édio Muitos-M édio M édio-P oucos Muitos Poucos Renda 1991 Alta-M édia Médi a-Baixa Médi a-Baixa Baix a Alta Baix a Índi ce L d e T heil 1991 Baixo M é dia M édia Baix o N ão s ig n ificativo N ão s ig n ificativo Proporção de pobres 1980 Baix a M é dia M édia Alta Baix a Alta Proporção de pobres 1991 Baix a M é dia M édia Alta Baix a Alta Proporção de dom ic ílios co m á gua encana da 1991 Alta-M édia Médi a-Baixa A lt a-Médi a Baix a Alta Baix a Proporção de dom ic ílios co m esg oto li gado a r e de ge ra l 1991 A lt a M é dia M édia Baix a Alta Baix a Proporção de dom ic ílios com luz elétri ca 1991 A lt a A lta-Média A lt a-Médi a Médi a-Baixa Alta Baix a Proporção de traba lh ad o res n o s e tor primário Médi a N ão s ig ni ficativo M édia Baix a Baix a Alta Proporção de traba lh ad o res n o s etor secundário Alta-M édia Médi a-Baixa A lt a-Médi a Médi a-Baixa Alta Baix a Proporção de traba lh ad o res no s e tor terciário Não s ig n if ica ti vo M é dia Alta M édia Alta Baix a Proporção de pes soas n o m e io urbano Alta-M édia Médi a-Baixa A lt a-Médi a Médi a-Baixa Alta Baix a

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T abela 4 ES C ORES GOM P ARA A S M ICRORE GIÕE S NA ANÁLI S E D E 6 PER FI S (C ontinua) Micro re gião Es core G O M d o p erfil 1 Esco re G O M d o p erfil 2 Es core G O M d o p erfil 3 Esco re G O M d o p erfil 4 Es core G O M d o p erfil 5 Esco re G O M d o p erfi l 6 Aimorés 0 0 .0674 0 0 .3997 0 0 .533 Alfenas 1 0 0 0 0 0 Almenara 0 0 0 0 .5359 0 0 .4641 Andrelândia 0 0 .7 5 4 0 0 .2 4 6 0 0 Araç u aí 0 0 0 0 .119 0 0 .881 Araxá 1 0 0 0 0 0 Barbacena 0 0 .1847 0.8153 0 0 0 B el o Hor izonte 0 0 0 0 1 0 Bocaiuva 0 0 0.1676 0. 5442 0 0 .2882 Bom Despa cho 0 0 1 0 0 0 C ampo Belo 0.3678 0. 6322 0 0 0 0 C ap e linha 0 0 0 0 0 1 C ar at in ga 0 0 0 0. 4053 0 0 .5947 C atagua ses 0.0559 0. 3259 0.4524 0 0.1658 0 C o n se lheiro Lafaie te 0 0 .1382 0.2326 0 0.6292 0 C o n ce iç

ão do Mato Dentro

0 0 0 0 0 1 C urvelo 0 0 .5923 0.3349 0 .0728 0 0 D ia mantina 0 0 .6196 0 0 .3804 0 0 D ivinópolis 0 0 0 0 1 0 For m ig a 0 0 1 0 0 0 Fr uta l 0.5372 0. 2557 0 0 .057 0 0 .1501 Gove rnador Valada re s 0 0 .3044 0.6956 0 0 0 G rã o Mogol 0.1057 0 0 0 0 0. 8943 Guanhães 0 0 0 0 .4379 0 0 .5621 Ipatinga 0 0 0.3454 0 0.6546 0 Itabir a 0 0 1 0 0 0 Itagua ra 0 0 0 0 .6402 0 0 .3598 Itajubá 0 0 .3242 0.6758 0 0 0 Itui uta ba 0.4534 0 .1477 0.1443 0 .051 0.2036 0 Janaúba 0 0 0 0 0 1 Januária 0 0 0 0 0 1 Juí z de For a 0 0 0 0 1 0 Lavras 0 0 0.7786 0 0.2214 0

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T abela 4 ES C ORES GOM P ARA A S M ICRORE GIÕE S NA ANÁLI S E D E 6 PER FI S (Conclusão) Micro re gião Es core G O M d o p erfil 1 Esco re G O M d o p erfil 2 Es core G O M d o p erfil 3 Esco re G O M d o p erfil 4 Es core G O M d o p erfil 5 Esco re G O M d o p erfi l 6 Manhuaçu 0 0 .0505 0 0 .3612 0 0 .5883 Mantena 0 0 0 0 .5359 0 0 .4641 Monte s C la ro s 0.3086 0 0.1023 0 .5891 0 0 Mur iaé 0 1 0 0 0 0 N anuque 0 0 0 1 0 0 Olive ira 0 0 .8833 0 0 .1167 0 0 Ouro Preto 0 0 0.5369 0 0.4631 0 Pará d e M inas 0.5348 0 0 0 0.4652 0 Parac atu 0 1 0 0 0 0 P as so s 0.6886 0 0.3114 0 0 0 Patrocínio 0.7093 0. 2907 0 0 0 0 Peçanha 0 0 0 0 .0524 0 0 .9476 Pedra A zul 0 0 0 0 .8018 0 0 .1982 Pirapora 0.0755 0 0.1738 0. 6322 0.1185 0 Piuí 0.2942 0. 5696 0 0 .1363 0 0 Poços de Caldas 1 0 0 0 0 0 Ponte Nova 0 0 0 1 0 0 Pous o Alegre 0.7182 0. 2818 0 0 0 0 Patos de Minas 0.4134 0. 2922 0.2944 0 0 0 Salinas 0 0 0 0 0 1 São J o ão D e l R ei 0 0 1 0 0 0 Santa Rita do Sapuc aí 0 1 0 0 0 0 Sete Lagoa s 0 0 0.6773 0 0.3227 0 São L ourenço 0.2789 0 0.7211 0 0 0 São Sebastião do Paraís o 0.5281 0. 4719 0 0 0 0 Te ófilo Otoni 0 0 0 0 .6782 0 0 .3218 Tr ês Mari as 0.2491 0. 6748 0.0761 0 0 0 U b á 0 0 .8256 0.1744 0 0 0 Uberlândia 0 0 0 0 1 0 Uberaba 0 0 0 0 1 0 U n aí 0 0. 6378 0 0 .1508 0.0714 0. 1401 Varginha 0.6179 0. 1462 0 0 0.2359 0 V iç o sa 0 0 0 0 .4216 0 0 .5784

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Mapa 1

MICROREGIÕES DE MINAS GERAIS

A distinção entre as microregiões da área de estudo em uma análise mais detalhada como esta é bem mais efetiva. Diferenças como, por exemplo, entre Nanuque e Salinas podem ser feitas apesar de ambas apresentarem níveis sociais semelhantes. Estudos com números pré-estabelecidos e variados de perfis podem ser empreendi-dos.

3 ANÁLISE DE FLUXOS DE MIGRANTES ENTRE MICROREGIÕES

3.1 Fluxos totais

Os fluxos entre as 66 microregiões de Minas Gerais, como definidas no censo de 1991, foram obtidos para os anos de 1980 e de 1991 por manipulação direta destes dados. Como a quantidade de fluxos é muito grande para que se possa fazer uma análise descritiva de cada um deles optou-se por interpretá-los apenas pelo total de imigrantes e emigrantes de cada uma das microregiões.

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Antes de iniciarmos a discussão sobre os fluxos vale lem-brar que estão incluídos os migrantes que trocaram de município de residência dentro da própria microregião em que já viviam. Além destes estão presentes os que trocaram de microregião de residência dentro de Minas Gerais. Outro ponto a ser ressaltado é que estes dados referem-se somente à informação da última etapa de migração. Muitos dos migrantes podem ter passado em uma outra microregião antes de se transferirem para seu destino final (Ex: Grão Mogol, Montes Claros e Belo Horizonte). Nestes casos os que fizeram múltiplas trocas de município de residência só são captados pela última delas. Os resulta-dos são mostraresulta-dos na Tabela 5 e discutiresulta-dos a seguir, tendo como base os resultados obtidos na análise GOM com dois perfis.

As microregiões de Grão Mogol (4720), Bocaiuva (6669), Andrelândia (8122) e Capelinha (8997) eram as que menos tinham migrantes destas origens em 1980 e Grão Mogol (3986), Andrelândia (7083), Bocaiuva (8281), Itaguara (7853) em 1991. Dentre as micro-regiões que apresentavam o maior número de emigrantes em 1980 estavam Belo Horizonte (295420), Governador Valadares (81220) e Itabira (64399). Para 1991 os mesmos dados mostravam Belo Hori-zonte (460495), Ipatinga (57660) e Governador Valadares (55029).

As microregiões que apareciam com menos freqüência como destino de migrantes dos demais municípios de Minas Gerais eram: em 1980, Grão Mogol (1965), Bocaiuva (3807) e Itaguara (3932); e em 1991, Grão Mogol (1645), Bocaiuva (4551) e Peçanha (4758). Dentre as áreas que apareciam como destino preferencial em 1980 tínhamos Belo Horizonte (637366), Ipatinga (119347), Uberlândia (69760), Juíz de Fora (53015), Governador Valadares (52988) e Mon-tes Claros (48388). Em 1991 tínhamos Belo Horizonte (592726), Ipatinga (63017), Uberlândia (58232) e Juíz de Fora (50048).

Pode-se observar que em geral as regiões com pequenas populações e com baixo nível social, com predomínio marcante do perfil 2 da análise GOM, apresentam as menores cifras tanto para origem, como para destino. Por outro lado as microregiões com popu-lação numerosa e condições sócio-econômicas melhores (com predomí-nio do perfil 1) eram os que apresentavam as maiores cifras entre imigrantes e emigrantes.

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T abela 5 NÚM ERO TOTAL D E I M IGRAN TES E E M IG RANTES DAS MICR OREG IÕES D E MIN A S G ERAIS QUE P ERMANE CERAM N O E STAD O E O S ALDO D E F LUX O S DE M IG R ANTES PARA OS ANOS D E 1980 E 1 991 (Continua) Micro re gião Emigrante s 1980 Im ig ran te s 1980 Sald o 1980 Emigrantes 1991 Imigrante s 1991 S a ldo 1991 Aimorés 40158 12034 22392 12688 –28124 –9704 Alfenas 19246 16072 19327 19313 –3174 – 1 4 Almenara 30107 9866 23617 12268 –20241 –11349 Andrelândia 8122 8047 7083 5910 – 7 5 –1173 Araç uaí 17283 6277 17115 8036 –11006 –9079 Araxá 25059 17890 18796 20717 –7169 1921 Barbacena 18704 16645 16165 15725 –2059 –440 B el o H o rizonte 295420 637366 460495 592726 341946 132231 Bocaiuva 6669 3807 8281 4551 –2862 –3730 Bom Despa cho 28663 14922 19828 15851 –13741 –3977 C ampo Belo 10001 7540 8789 9010 –2461 221 C ap e linha 8997 5075 12276 8102 –3922 –4174 C ar at in ga 57652 25496 37658 22510 –32156 –15147 C atagua ses 20357 15883 14629 12551 –4474 –2079 C onc e içã o do Mato Dentro 17675 4519 10805 5155 –13156 –5649 C o n se lheiro Lafaie te 21248 28360 21481 27622 7112 6141 C urvelo 29504 14622 23956 17345 –14882 –6611 D ia mantina 13334 5514 9836 7380 –7820 –2456 D ivinópolis 30193 38659 23976 35663 8466 11688 Fo rm ig a 18491 11151 13344 11948 –7340 –1396 Fr uta l 20037 16237 14145 13466 –3800 –678 Gove rnador Valada re s 81220 52988 55029 48435 –28232 –6594 G rã o Mogol 4720 1965 3986 1645 –2755 –2342 Guanhães 24924 9157 16875 11171 –15767 –5704 Ipatinga 58696 119347 57660 63017 60651 5356 Itabir a 64399 38404 47135 36146 –25995 –10989 Itagua ra 14734 3932 7853 6259 –10802 –1595 Itajubá 14219 13559 11978 12144 –660 166 Itui uta ba 28235 17346 20526 14351 –10889 –6175 Janaúba 20569 17548 24276 17058 –3021 –7219 Januária 18049 8126 19534 14150 –9923 –5384 Ju íz d e F o ra 41798 53015 41226 50048 11217 8822 Lavras 13777 10045 12999 12601 –3732 –398

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T abela 5 NÚM ERO TOTAL D E I M IGRAN TES E E M IG RANTES DAS MICR OREG IÕES D E MIN A S G ERAIS QUE P ERMANE CERAM N O E STAD O E O S ALDO D E F LUX O S DE M IG R ANTES PARA OS ANOS D E 1980 E 1 991 (Conclusão) Micro re gião Emigrante s 1980 Im ig ran te s 1980 Sald o 1980 Emigrantes 1991 Imigrante s 1991 S a ldo 1991 Manhuaçu 30860 19613 25883 23692 –11247 –2192 Mantena 24248 8400 12875 6868 –15848 –6007 Monte s C la ro s 55538 48388 51602 48447 –7150 –3155 M u ri aé 21315 16479 21913 19295 –4836 –2619 N anuque 21407 11067 15071 8937 –10340 –6133 Olive ira 17417 6645 13332 9059 –10772 –4273 Ouro Preto 16449 14852 14873 14722 –1597 –151 Pará d e M inas 11027 10734 9680 13472 –293 3792 Parac atu 25266 25087 24163 21687 –179 –2475 P as so s 17198 18011 15791 17295 813 1504 Patos de Minas 35020 21199 27142 22733 –13821 –4409 Patrocínio 22484 14990 17586 21113 –7494 3526 Peçanha 22336 4363 16624 4758 –17973 –11866 Pedra A zu l 12200 6737 9802 5902 –5463 –3899 Pirapora 17533 21725 21246 23754 4192 2508 Piuí 13932 8523 10299 8797 –5409 –1502 Poços de Caldas 22103 26132 18472 19525 4029 1053 Ponte Nova 45060 19172 32761 18567 –25888 –14193 Pous o Alegre 14696 18137 13892 17517 3441 3626 Salinas 13352 6465 16336 10542 –6887 –5794 Santa Rita do Sapuc aí 14940 10813 11394 10274 –4127 –1120 São J o ão D e l R ei 17426 14615 13114 11391 –2811 –1723 São L ourenço 14940 14702 13746 10899 –238 –2847 São Sebastião do Paraís o 17400 18191 16948 17646 791 698 Sete Lagoa s 40286 39799 33421 46967 –487 13546 Te ófilo Otoni 43369 20586 31666 18436 –22783 –13230 Tr ês Mari as 21101 11743 16141 12236 –9358 –3906 Ubá 28878 18075 19753 17937 –10803 –1816 Uberaba 19744 30951 17988 19432 11207 1444 Uberlândia 39866 69760 37536 58232 29894 20696 U n aí 11998 22558 14751 15042 10560 291 Varginha 30693 32167 35929 38652 1474 2723 V iç o sa 25148 15397 20224 15635 –9751 –4589

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3.2 Saldo de fluxos totais

Entre as 66 microregiões, 52 mostravam um saldo negati-vo em 1980 e dentre estes se destacavam com os valores menores as Regiões de Caratinga (–32156), Governador Valadares (–28232), Ai-morés (–28124) e Itabira (–25995). Para o ano de 1991 temos que 46 microregiões apresentavam valores de saldo negativo, sendo que den-tre elas se destacavam Caratinga (–15147), Ponte Nova (–14193), Teófilo Otoni (–13230) e Peçanha (–11866).

Dentre as 14 microregiões que apresentavam saldos posi-tivos em 1980, Belo Horizonte (341946) detinha mais da metade do valor total do estado com Ipatinga (60651) e Uberlândia (29894) vindo a seguir. Já em 1991 apesar de 20 áreas apresentarem saldo de fluxos positivo, este se concentrava em Belo Horizonte (132231), Uberlândia (20696), Sete Lagoas (13546) e Divinópolis (11688).

As microregiões que se destacavam pela presença de um grande saldo de fluxos negativo eram em sua maioria de níveis sociais precários com exceção de Itabira e Governador Valadares, sendo caracterizadas basicamente ou totalmente pelo perfil 2. Por outro lado as regiões que apresentavam saldos positivos mais relevantes, além de serem bastante populosos, apresentavam condições sociais bem mais favoráveis como indica a análise GOM.

A discussão a respeito dos fluxos apresentada acima não mostra qualquer discordância do que seria tradicionalmente esperado. Os maiores fluxos têm como origem e destino regiões muito populosas e estes tem como origem predominante as regiões mais pobres e com direção preferencial as áreas mais ricas.

3.3 Análise temporal

Uma análise temporal comparando os dados de 80 e 91 para cada microregião em separado é apresentada a seguir. Cada área de estudo foi caracterizada em um dos oito quadrantes referentes ao: aumento ou diminuição do poder de retenção relativo de população (definido como o aumento ou diminuição no número de emigrantes); aumento ou diminuição do poder de atração relativo de população (definido como o aumento ou diminuição no número de imigrantes); e existência predominante de saldos positivos ou negativos. Esta classificação é mostrada na Tabela 6.

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Duas características são bastante evidentes na análise apresentada nesta tabela. Dentre as microregiões de saldo de fluxos positivos temos que a grande maioria destas (12 entre 16) diminuíram seu poder de atração. O poder de retenção também aumentou mas de forma menos marcante (11 entre 16). Entre as microregiões que apresentavam saldos de fluxos negativos, 50 no total, a maioria (43) teve seu poder de retenção populacional aumentado. O poder de atração entre estas não se alterou significativamente.

Os fatos descritos acima mostram uma clara homogenei-zação espacial na dinâmica migratória entre as microregiões de Minas Gerais entre as décadas de 70 e 80. Apesar da permanência da direção dos fluxos ainda ter sido preferencialmente das regiões pobres para as ricas, as diferenças de atratividade relativa diminuíram bastante na década de 80. Este fato se deve muito mais a fatores conjunturais (como por exemplo estagnação econômica no período) do que de uma tendência de longo prazo bem definida (ver Golgher, neste anais, alguns indicadores da dinâmica demográfica de Minas Gerais recente obtidos indiretamente por métodos informatizados).

Tabela 6

ANÁLISE DAS MICROREGIÕES QUANTO AO SALDO DE FLUXOS, PODER DE RETENÇÃO E ATRAÇÃO DE MIGRANTES Microregiões com saldo de fluxos

predominantemente positivo

nos anos de 1980 e 1991 Aumento no poder de atração Diminuição do poder de atração

Aumento no poder de retenção Pará de Minas e Sete Lagoas

Divinópolis, Ipatinga, Juíz de Fora, Passos, Pouso Alegre,

Poços de Caldas, São Sebastião do Paraíso,

Uberlândia e Uberaba Diminuição do poder de retenção Pirapora e Varginha Conselheiro Lafaiete e UnaíBelo Horizonte,

Microregiões com saldo de fluxos predominantemente negativo

nos anos de 1980 e 1991 Aumento no poder de atração Diminuição do poder de atração

Aumento no poder de retenção

Aimorés, Almenara, Araçuaí, Araxá, Bom Despacho, Campo Belo,

Conceição do Mato Dentro, Curvelo, Diamantina, Formiga,

Guanhães, Itaguara, Lavras, Manhuaçu, Montes Claros, Oliveira, Patos de Minas, Patrocínio, Peçanha, Piuí, Três Marias e Viçosa

Andrelândia, Barbacena, Caratinga, Cataquases, Frutal, Governador Valadares, Grão Mogol,

Itabira, Itajubá, Ituiutaba, Mantena, Nanuque, Ouro Preto, Paracatu,

Pedra Azul, Ponte Nova, Santa Rita do Sapucaí, São João Del Rei, São Lourenço,

Teófilo Otoni e Ubá Diminuição do poder de retenção Alfenas, Bocaiuva, Capelinha,Januária, Muriaé e Salinas Janaúba

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3.4 Taxas de Migração Total

A análise que foi apresentada acima é enviesada pela existência de microregiões com população pequena e outras bastante populosas. Um estudo com as taxas de emigração, imigração e saldo de fluxos será apresentada abaixo para suprir esta deficiência.

Dentre as microregiões que apresentavam as menores taxas de emigração cabe aqui destacar que elas eram bastante hetero-gêneas como Capelinha (5.9 emigrantes por 100 habitantes em 1980 e 7.0 em 1991), Januária (9.0, 7.9), Juíz de Fora (8.5, 7.1), Pouso Alegre (8.1, 6.1), Salinas (8.4, 8.9) e Uberaba (8.6, 7.5). Por outro lado as microregiões que apresentavam as maiores taxas de origem eram em 1980: Mantena (33.4), Três Marias (30.4), Itaguara (28.3) e Caratinga (25.7). Em 1991 estas eram Três Marias (20.5), Mantena (19.7) e Peçanha (18.9). Os dados de emigração quando comparados com os resultados da análise GOM indicam que as condições sócio-econômicas não são as únicas, e muitas vezes nem as principais, responsáveis por altas taxas de emigração. Regiões de acesso mais difícil ou pouco integradas a rede de cidades de Minas Gerais teriam a tendência de ter os custos associados a migração mais elevados e conseqüentemente fluxos menos numerosos.

Todas as microregiões que se destacavam como pouco atraentes para migrantes tinham níveis sociais de baixa qualidade e a ausência de centros urbanos de tamanho significativo como Capelinha (3.3, 4.7), Peçanha (4.5, 5.4), Conceição do Mato Dentro (4.9, 5.9), Salinas (4.1, 5.7), Araçuaí (5.0, 5.9), Januária (4.0, 5.7) e Grão Mogol (4.6, 4.2). As regiões que mais atraíam migrantes eram Ipatinga (33.6, 15.4), Belo Horizonte (24.5, 17.3), Sete Lagoas (18.6, 16.4) e Pirapora (19.9, 16.2). Estas últimas apresentavam boas condições sociais e se localizavam nas partes centrais do estado com exceção de Pirapora que era definida principalmente pelo perfil 2 mas que polariza as popula-ções das áreas vizinhas de forma bastante intensa. Esta análise de locais de destino do migrante mostram que os níveis sociais e dinamis-mo econômicos parecem ser decisivos na escolha do novo local de residência do migrante.

(18)

3.5 Fluxos específicos

Dada a heterogeneidade dos espaço mineiro e de suas diversas regiões e, conseqüentemente, dada as diferenças marcantes entre seus habitantes é de se esperar uma significativa seletividade no processo migratório como o já salientado anteriormente. Os dados a serem apresentados aqui visam apresentar algumas especificidades dos fluxos de imigrantes e emigrantes entre as microregiões do estado. Os fluxos totais destas foram divididos em fluxos por sexo, por escola-ridade do chefe de domicílio, por estado conjugal e por faixa de renda domiciliar.

Os dados obtidos foram analisados a partir dos resultados da análise GOM com seis perfis. Como discutir todos estes dados tornaria este trabalho por demais extenso optou-se por apresentá-los de forma mais sucinta, mesmo que com uma perda grande de diversi-dade entre as microregiões. As 66 microregiões foram classificadas em seis categorias a partir de uma análise de seus escores GOM referentes a cada um dos perfis definidos por esta técnica. Estas foram então categorizados quanto a qualidade em seus indicadores sociais e seu grau de urbanização relativo. As médias dos valores de cada grupo de microregiões em cada uma das variáveis analisadas foram obtidas e são apresentadas nas Tabelas 7 até 12.

Uma primeira observação a respeito dos valores mostrados acima seria a semelhança apresentada entre os fluxos de imigrantes e emigrantes para cada tipo de microregião. Este fato sinaliza para uma possível importância do efeito de turnover de migrantes. Além disto pode-se dizer que existe um predomínio masculino no fluxos de imi-grados e emiimi-grados de regiões com baixo grau de urbanização e precárias condições sociais, sendo esta primeira característica a mais decisiva. Nos outros tipos de microregiões os valores de razão de sexos para ambos os fluxos são semelhantes com uma pequena variação para cifras menores com o aumento da urbanização.

Estes dados de renda de migrantes refletem de forma aproximada os níveis sociais de cada grupo de microregiões, regiões menos urbanizadas e mais pobres tem uma maior proporção de imigrantes e emigrantes de baixa renda e uma menor de alta renda. Além disto pode-se observar que os emigrados de regiões com indica-dores sociais precários apresentam uma sobre representação com relação aos imigrados nas extremidades da distribuição de renda.

(19)

Tabela 7

VALOR MÉDIO ENTRE AS RAZÕES DE SEXO DE IMIGRANTES E EMIGRANTES

PARA CADA UMA DAS CLASSES DE MICROREGIÕES

Grau de urbanização relativo

Qualidade dos indicadores sociais Baixo Médio Alto

I E I E I E

Baixo 115 114 105 103 104 103 Alto 101 100 105 103 101 101

Tabela 8

VALOR MÉDIO DA PROPORÇÃO DE CHEFES E CÔNJUGES COM RENDA MENOR QUE 1 SALÁRIO MÍNIMO

PARA IMIGRANTES E EMIGRANTES

PARA CADA UMA DAS CLASSES DE MICROREGIÕES

Grau de urbanização relativo

Qualidade dos indicadores sociais

Baixo Médio Alto

I E I E I E

Baixo 40 45 28 31 21 21

Alto 32 39 27 31 17 18

Tabela 9

VALOR MÉDIO DA PROPORÇÃO DE CHEFES E CÔNJUGES COM RENDA MAIOR QUE 15 SALÁRIOS MÍNIMOS

PARA IMIGRANTES E EMIGRANTES

PARA CADA UMA DAS CLASSES DE MICROREGIÕES

Grau de urbanização relativo

Qualidade dos indicadores sociais Baixo Médio Alto

I E I E I E

Baixo 2 4 4 3 5 5

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Tabela 10

VALOR MÉDIO DA PROPORÇÃO DE CHEFES COM ESCOLARIDADE INFERIOR AO PRIMEIRO GRAU

PARA IMIGRANTES E EMIGRANTES

PARA CADA UMA DAS CLASSES DE MICROREGIÕES Grau de urbanização relativo

Qualidade dos indicadores sociais Baixo Médio Alto

I E I E I E

Baixo 61 63 55 56 52 54 Alto 54 55 51 52 54 46

Tabela 11

VALOR MÉDIO DA PROPORÇÃO DE CHEFES COM ESCOLARIDADE EM NÍVEL SUPERIOR

PARA IMIGRANTES E EMIGRANTES

PARA CADA UMA DAS CLASSES DE MICROREGIÕES Grau de urbanização relativo

Qualidade dos indicadores sociais Baixo Médio Alto

I E I E I E

Baixo 3 6 6 7 8 9

Alto 5 6 8 8 12 9

Tabela 12

VALOR MÉDIO DE PROPORÇÃO DE CASADOS PARA IMIGRANTES E EMIGRANTES

PARA CADA UMA DAS CLASSES DE MICROREGIÕES

Grau de urbanização relativo

Qualidade dos indicadores sociais Baixo Médio Alto

I E I E I E

Baixo 43 51 52 55 54 54 Alto 44 48 50 52 53 53

(21)

Os resultados sobre a escolaridade seguem a tendência geral esperada de que regiões com melhores índices sociais e maior grau de urbanização tenham imigrantes e emigrantes mais educados. Mas alguns outros aspectos devem ser ressaltados como a presença de um intenso fluxo de pessoas pouco e muito educadas direcionados para as regiões mais urbanizadas e ricas, além das diferenças marcantes entre imigrantes e emigrantes destas regiões. Para regiões com qua-lidade dos indicadores sociais baixa existe uma participação de pessoas com curso superior bem mais representativa para os emigrantes, muitos destes que devem ter obtido sua educação formal no próprio local de residência atual.

Com relação a casados estes eram menos freqüentes entre imigrantes direcionados para regiões mais pobres, principalmente nas áreas menos urbanizadas.

4 CONCLUSÃO

A análise GOM se mostrou uma ferramenta bastante poderosa na caracterização de grupos com elementos bastante hetero-gêneos, como é o caso das microregiões de Minas Gerias. Esta técnica permite escolher a priori o número de perfis e este fato permite captar diferentes nuanças da variabilidade entre os membros do grupo estu-dado.

A partir desta caracterização foi possível observar que as regiões mais desfavorecidas apresentavam um aumento na atrativida-de relativa com relação as mais ricas do estado. Mas, ainda assim, observa-se os fluxos de migrantes mineiros tinham como direção preferencial as regiões com grandes centros urbanos e com bons indicadores sócio-econômicos. A Região Metropolitana de Belo Hori-zonte apesar de mostrar uma significativa perda de atratividade relativa para as demais regiões no estado, ainda era o pólo principal de atração de migrantes.

Por fim mostrou-se algumas das diferenças básicas entre os fluxos de emigrantes e imigrantes para os diferentes tipos de microregião do estado, que puderam ser analisados, ainda que de forma rudimentar, a partir da caracterização sócio-econômica do estado pela técnica GOM.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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