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Formação cultural de professores da educação básica: elementos para uma crítica de programas de formação inicial e continuada

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO

DAMÁSIA SULINA DO NASCIMENTO

FORMAÇÃO CULTURAL DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: elementos para uma crítica de programas de formação inicial e continuada

Belém - Pará 2017

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FORMAÇÃO CULTURAL DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: elementos para uma crítica de programas de formação inicial e continuada

Dissertação submetida à apreciação da Banca Examinadora com vistas à obtenção do Título de Mestre em Educação junto ao Programa de Pós Graduação em Educação do Instituto de Educação da Universidade Federal do Pará. Área de concentração: Educação.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Eliana da Silva Felipe

Belém - Pará 2017

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NASCIMENTO, Damásia Sulina

FORMAÇÃO CULTURAL DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: elementos para uma crítica de programas de formação inicial e continuada. / Damásia Sulina NASCIMENTO. — 2017 161 f. : il.

Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-graduação em Educação (PPGED), Instituto de Ciências da Educação, Universidade Federal do Pará, Belém, 2017.

Orientação: Profa. Dra. Eliana da Silva FELIPE

1. Formação cultural. 2. Formação inicial e continuada. 3. Práticas culturais. 4. Perspectivas culturais. I. FELIPE, Eliana da Silva , orient. II. Título

CDD 370

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FORMAÇÃO CULTURAL DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: elementos para uma crítica de programas de formação inicial e continuada

Texto apresentado ao Programa de Pós Graduação em Educação – PPGED, do Instituto de Educação – ICED, da Universidade Federal do Pará – UFPA, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Educação.

Linha de Pesquisa: Formação de Professores, Trabalho Docente, Teoria e Práticas Pedagógicas.

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________________________ Profª. Dr.ª Eliana da Silva Felipe (Orientadora)

Universidade Federal do Pará - UFPA

____________________________________________________________ Prof. Dr Waldir Ferreira de Abreu (Avaliador Interno)

Universidade Federal do Pará - UFPA

____________________________________________________________ Prof. Dr.ª Tania Regina Lobato dos Santos (Avaliadora Externa)

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Dedico este trabalho a todas as minhas professoras e a todos os meus professores os quais me ajudaram na minha caminhada acadêmica, desde a pré-escola até a pós-graduação: sou-lhes eternamente grata e honrada pelo pedacinho de cada um de vocês que ficou em mim.

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Aos meus pais que, além de proverem meu sustento dentro de suas possibilidades, conduziram-me para que eu acreditasse em mim e para que eu fosse uma pessoa de caráter e sensível a dor e a necessidade do outro. AMO-OS COM TODAS AS MINHAS FORÇAS!

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A todas as Professoras e a todos os Professores da Educação Básica das escolas públicas do nosso país que sonham um amanhã possível e igualitário para todas e todos.

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À minha querida, intelectual, dedicada e respeitosa orientadora Prof.ª Dr.ª Eliana da Silva Felipe, por sonhar esse sonho comigo de mãos dadas até o fim e por compreender o meu processo, sempre com serenidade e seriedade. Todas as nossas gargalhadas, somadas aos autores que lemos, transformaram-se em aprendizagens acadêmicas e de vida. Mulher forte, de luta, de sonhos, de integridade, de respeito, de mansidão, de carinho, de afeto, de luz. Suas marcas ficaram em mim.

Aos queridos, competentes e intelectuais, professora Dr.ª Tânia Regina Lobato dos Santos e professor Dr Waldir Ferreira de Abreu, por aceitarem nosso convite para participar da banca avaliadora deste relatório de pesquisa e pelas contribuições valorosas para a qualidade do texto que construímos.

Queridíssima Mestra Dr.ª Arlete Maria Monte de Camargo, sua intelectualidade, sua humanidade e sua doçura fizeram toda a diferença na minha formação desde a graduação. Sou muito feliz em reencontrá-la na pós graduação. Sou honrada em ter sido sua aluna outra vez. Você é inspiração para mim e para muitos.

À minha prima Nilzineide Silva e à Valéria Nepomuceno, mulheres que me ajudaram a ser mãe e dona de casa. Dedico a ambas meu respeito e gratidão por terem cuidado dos meus filhos como se fossem seus e por sempre me dizerem, com afeto e carinho: - Vai, Damásia, estudar! Esse sonho vocês duas dividiram comigo. Vocês foram imprescindíveis para que eu chegasse até aqui. Que o meu desejo por uma educação de qualidade para todas e todos alcance os filhos e os netos de vocês.

Aos meus tesouros Alice e João Guilherme com vocês eu aprendi a ser mãe. Com vocês, senti a minha alma cheia de amor e gratidão e o meu coração palpitando fora de mim. Por vocês e com vocês, mamãe está feliz. Assim como este relatório de pesquisa, vocês são a realização de um sonho. Mamãe os ama até o infinito.

Ao companheiro e esposo Gerbson Nascimento pelo cuidado com nossas crianças, por ter assumido nossa casa e por ter feito sua agenda de acordo com a minha. Sua parceria foi imprescindível. Grata!

Aos meus pais Raimundo Nonato Lisboa do Nascimento (nossa estrela e nosso anjo que nos acompanha lá do céu) e Francisca Claudia Sulino do Nascimento, a vocês todo meu amor e gratidão por darem seu melhor, dentro de suas possibilidades financeiras e de conhecimento, para que eu fosse uma mulher dedicada, responsável,

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Meus amados irmãos e cunhados Maria Nazaré e Manoel José, Denilze, Denilson Nonato e Marcia, Debison e Silvia, grata sou pelo amor, pelos ensinamentos, pelos sonhos e pelos dias que compartilhamos juntos nesta vida terrena.

Aos meus amados sobrinhos Helenk, Hélida, Glenda e Davi, nossa vida e nossa família está completa com vocês. E aos meus afilhados que muito amo Igor, Denis, Denison (nossa estrelinha que brilha no céu), Nícolas e Pedro Henrique amo-os, filhos dados pelo Pai. Todo o amor de Deus e os encaminhamentos do Espírito Santo à vocês.

Aos meus sogros Graça e Edison e ao cunhado Gerson, muito obrigada pelas orações e pelo afeto.

À minha vozinha Maria que, com toda sua sabedoria, presenteia-nos com sua força, sorriso e nos encanta com seu amor e suas piadas.

Aos meus tios em especial à Maria, Dodô, Diti, Zé e Fátima que muito nos amam como aos seus filhos e torcem muito por todos os seus sobrinhos.

Aos meus primos, em especial Meire, Livramento, Ana Flávia, Tatiana e Leandro, por nos querermos com carinho de irmãos, por torcerem e rezarem por mim e por sempre dedicarem amor a nós.

Ao PPGED UFPA que recebeu-me na condição de estudante advinda como profissional do chão da educação pública superior de nosso estado e por aceitar meus colegas na mesma condição que eu. Tenho certeza de que os contextos da educação básica e superior que recebem os egressos deste programa de pós graduação jamais serão os mesmos, pois levamos conosco a reflexão teórica a partir das múltiplas significações e dimensões acerca da educação ampliadas em calorosos debates e leituras vividos e compartilhados aqui.

Aos queridos professores do PPGED Dr.ª Arlete Camargo, Dr.ª Sonia Regina Teixeira, Dr.ª Dalva Valente, Dr.ª Rosana Gemaque, Dr Benedito Valente, Dr.ª Olgaíses Maués, Dr.ª Eliana Felipe, pelos debates que proporcionaram em nossas aulas e pelas indagações que deixaram em nós que muito contribuirão para nosso crescimento intelectual e profissional.

Ao queridíssimo professor Dr Salomão Hage, seu carinho e palavras são sempre muito oportunos. Você acreditou em mim desde a graduação. Carrego comigo marcas suas.

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Aos servidores do PPGED por sua presteza e auxílio sempre que necessitamos. Às PROPESP e PROGESP/UEPA pela licença parcial e bolsa para a realização dessa pesquisa.

Aos amigos que a UEPA me presenteou Rodrigo Erasmo Conceição, Gisley Conceição, Elielson Figueiredo, Suzanny Silva e Eliete Solano pessoas queridas que sempre torceram por mim e me incentivaram na caminhada acadêmica e na vida. Gratíssima pela amizade e respeito de vocês comigo e com os meus.

Minha história como assessora pedagógica iniciou com vocês na UEPA Vigia e todos vibraram comigo quando da aprovação neste curso de Mestrado no PPGED UFPA, por isso todos são parte dessa história. Minha gratidão e amizade eternamente a todos vocês meus queridos amigos Carlos Nazareno, Alcione, Ediane, Ariilson, Telma, Nelma, Marcio Santos, Marcio Andrey, Eliete, Lia Almeida, Antoniete, Ivan (In memorian), Nil, Marcio Brito, José, Benedito, Cláudio, Dinho, Reinaldo, Simone, Simone Piedade, Marleson (In memorian) e Antonio.

À UEPA – Campus de Vigia, a PROGRAD/DDE e ao CCSE da UEPA, nas pessoas dos professores Emerson Vale, Ana Conceição, Lana Macedo, Anderson Maia e Jairo Silva, por aceitarem minha contribuição como servidora desta universidade, por acreditarem no meu trabalho e me incentivarem durante esta produção acadêmica, minha gratidão a todos vocês.

À minha atual chefia imediata na pessoa da Prof.ª Fátima Maria Santos, coordenadora da CAOP/CCSE/UEPA, por me receber com tanto carinho e respeito e, principalmente, por toda a nossa equipe, Flávia, Annalia, Madson e Luís Eduardo pelas palavras de incentivo, por abraçarem-me e ajudarem-me nos momentos finais quando este fim ainda parecia distante.

Meus agradecimentos especiais aos servidores do ICED/UFPA que, na medida do possível, sempre nos ajudaram com gentileza, presteza e carinho. Sempre vou me sentir estudante diante de vocês, queridos.

Todo o meu carinho aos nossos colegas aprovados no processo seletivo do PPGED em 2015 para o mestrado: Alexandre, Antonia Vanessa, Ana Paula, Flavia, Ivys, José, Josilene Quaresma, Lívia, Marcia, Marcia Gemaque, Michelle, Rafael, Rosileide e Amanda.

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meus dias e quando eu achava que as forças me faltam você estava “segurando na minha mão” e SEMPRE tinha uma palavra amiga que alimentava meu espírito. Sua força fez-se minha muitas vezes. Jamais esquecerei!!!! E guarde um lugar para nós em Cuiabá.

Por acreditarem nas pessoas, na luta estudantil e por uma educação de qualidade, meu carinho e respeito a Joana Machado e Gisely Ribeiro. Tudo o que vivemos nesses anos foi para além da minha formação acadêmica e política. Onde quer que estejamos, nossa amizade será para sempre.

À amada Ivone Cabral por sua ajuda e sensibilidade para que eu, candidata, pudesse realizar a prova do processo seletivo e por aquela fotografia com meu João Guilherme que está registrada na minha alma. E à outra irmã Cabral, Conceição, pelo carinho e cuidado comigo quando meus dias foram sombrios durante este curso. Por ambas tenho afeto e admiração.

Aos Sujeitos da pesquisa que contribuíram sobremaneira para que este trabalho se realizasse. Desejo muitas concretizações na profissão e na vida de todos vocês.

Minhas companheiras de orientação: Josilene Quaresma chegamos ao final vivas e de mãos dadas do início ao fim, pois fomos parceiras incansáveis dessa jornada. Michelle Silva e Edna Cardoso, pela parceria, aprendizagens e orientação divididas.

Minhas amigas Pavulagens Dorilene Melo (devo muito a você), Marlucy Aragão, Socorro e Sheila Alves, vocês foram meu amuleto da sorte para entrar neste PPGED. Quando me aceitaram neste grupo eu ainda estava tentando aprovação e vocês acreditaram em mim. Sou-lhes ETERNAMENTE grata pelo incentivo, acolhida e carinho.

O Bora Estudar foi espaço de incentivo à pesquisa, de troca de conhecimento, de desabafo, de compreensão e de amor. Aos componentes e meus amigos para toda a vida Flavia Nascimento, Marcia Gemaque e Rafael Martins sempre estarei a disposição para o que precisarem e continuaremos nos incentivando na estrada da vida.

Danielle Mendes e Hamanda Pontes vocês foram imprescindíveis para que eu pudesse dividir meu tempo para desenvolver o trabalho que me competia na DDE/PROGRAD e para cumprir com minha jornada acadêmica. Sou grata a vocês por toda a contribuição e pelo carinho que nos uniu.

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comigo. Este carinho vem desde a graduação. Foi importantíssimo o papel de vocês nesta caminhada quando eu precisava recarregar as energias e de impressões dos materiais para os estudos.

Aos queridos servidores da Biblioteca do CCBS/UEPA pela acolhida, companheirismo e respeito comigo e com meus amigos quando precisamos usar este espaço público de educação.

Às minhas vizinhas Doralice, Ângela, Ana Paula e Maíra por me auxiliarem e socorrerem no cuidado com as crianças quando eu precisava estudar e trabalhar.

Aos amigos Rosa e Zequinha suas palavras amigas e suas orações sempre chegaram até meu coração com muito carinho e amor. Vocês são pessoas lindas e do bem que queremos para sempre perto de nós.

Aos amados amigos que fiz em Vigia, muito grata sou por tudo o que fizeram por mim e por minha família para meu bem estar e para que eu pudesse estudar e trabalhar. Vocês são a família do coração: Ana, Marcos, Jéssica, Alex e Flavinha.

Minhas amigas irmãs Aldinéia Maia, Graça Schuartz, Michele Santa Rosa e Milena Monteiro, minha eterna equipe da graduação que eu trouxe para a vida. Vocês deixaram um pedacinho de cada uma de vocês em mim. Mesmo distante fisicamente, algumas vezes, vocês têm morada no meu coração por tudo o que fazem hoje e fizeram por mim nos tempos mais difíceis na graduação. Cada uma de vocês me ajudou a concluir nosso amado curso com amor e respeito. Este mestrado tem a mão de cada uma de vocês. GRATIDÃO!!!!!!

Meus agradecimentos especiais, com muito afeto, carinho e respeito, a todos os nossos colegas de profissão aprovados no vestibular de 1998, no curso de Pedagogia da UFPA e a todos os demais colegas que conhecei na nossa linda caminhada acadêmica da graduação. Cada um de vocês foi imprescindível para eu chegar aqui.

Aos amigos Anízia, Ana Tayara, Katiany, Núbia, Valdeíse, Luciene, Ocimar, Alessandro Ricardo, Dionéia, Daniele, Márcia Marques, por suas amizades sinceras e nesta vida corrida estamos sempre perto, ligados pelo amor de Deus e por nossa amizade que dura anos e anos. Todos vocês são parceiros para a vida toda.

Aos meus amigos que fazem o CME-Ananindeua/PA, tenho muito afeto por vocês. Essa história é nossa. Obrigada pela convivência de aprendizagens.

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Aos queridos Pedro e Tamy, parceiros das inúmeras tardes e noites nas salas de estudos da biblioteca da Unama. Quando o silêncio vale mais que mil palavras, somente a presença de vocês, na sala de estudos individual ou de grupo, já me acalentava e me fazia companhia. Grata pelo carinho!!!

Foram tantas pessoas que contribuíram para eu chegar até aqui. Meus agradecimentos àqueles que direta ou indiretamente contribuíram e torceram por mim.

Aos Anjos de Luz que me guiam e guardam. Ao Grande Arquiteto do Universo que me ilumina, alimentando-me com força e coragem, e faz de mim instrumento de paz e amor. Tenho absoluta certeza que tudo foi guiado e conduzido por suas mãos, por isso, cheguei até aqui. TODA A MINHA SERVA GRATIDÃO!

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Mas é preciso ter manha É preciso ter graça É preciso ter sonho sempre Quem traz na pele essa marca Possui a estranha mania De ter fé na vida

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teorias e práticas educacionais”, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Pará – PPGED/ UFPA. Pretendeu compreender como a formação inicial e continuada contribuiu para a formação cultural de professores da educação básica a partir do Plano Nacional de Formação de Professores - Parfor os quais também foram cursistas do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – Pnaic. Seu objetivo geral foi analisar como a formação cultural de professores da educação básica tem se constituído nos processos de formação inicial e continuada. A partir de tal análise, buscamos identificar nas pesquisas acadêmicas e na legislação brasileira as concepções existentes referentes à formação cultural de professores, inventariar práticas culturais mais recorrentes nos cursos de formação inicial e continuada e o seu papel na elevação cultural dos professores, além de investigar que práticas culturais na formação inicial e continuada, sob a perspectiva dos professores, mais contribuíram para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo na modalidade pesquisa de campo, a qual compreendeu quatro etapas: 1) Coleta de material bibliográfico, 2) Levantamento documental, 3) Pesquisa de campo a partir da aplicação de questionário e da realização de entrevista semiestruturada e 4) tratamento dos dados a partir da análise de conteúdo. O aporte teórico baseou-se em autores como Carvalho (2009), Cruz (2008) Araújo (2012a), Leão (2009), Bigaton (2005), Caldeira (2008), Souza (2015), Williams (2000), Brandão (2002), Araújo (2012b), Forquin (1993), Leontiev (1978), Bourdieu e Champagne (1998), Sacristán (2002), entre outros. Os resultados da presente pesquisa permitem compreender que apesar de não estarem em condições de escolha dos modelos e concepções de formação, é perceptível que os programas de formação afetam, sob várias perspectivas, a vida e o trabalho dos professores. Tais transformações se dão no âmbito cultural, pessoal e profissional, com interfaces entre um e outro.

PALAVRAS-CHAVE: Formação cultural; formação inicial e continuada; práticas culturais; perspectivas culturais.

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The present research is inserted in the line "Teacher training, teaching work, theories and educational practices", of the Post-Graduation Program in Education of the Federal University of Pará - PPGED / UFPA. It aimed to understand how the initial and continued formation contributed to the cultural formation of teachers of basic education from the National Teacher Training Plan - Parfor which were also students of the National Pact for Literacy in the Right Age - Pnaic. Its general objective was to analyze how the cultural formation of teachers of basic education has been constituted in the processes of initial and continuous formation. From this analysis, we seek to identify in existing academic research and Brazilian legislation the existing conceptions regarding the cultural formation of teachers, to record cultural practices more recurrent in the initial and continuing training courses and their role in the cultural elevation of teachers, besides investigating that cultural practices in initial and continuing education, from the perspective of teachers, more contributed to their personal and professional development. It is a qualitative research in the field research modality, which comprised four stages: 1) Collection of bibliographical material, 2) Documentation survey, 3) Field research from the application of questionnaire and the accomplishment of semi-structured interview and 4) data processing from the content analysis. Theoretical contribution was based on authors such as Carvalho (2009), Cruz (2008), Araújo (2012a), Leão (2009), Bigaton (2005), Caldeira (2008), Souza (2015), Williams 2002), Araújo (2012b), Forquin (1993), Leontiev (1978), Bourdieu and Champagne (1998), Sacristán (2002), among others. The results of this research allow us to understand that although they are not in a position to choose the models and conceptions of formation, it is noticeable that the training programs affect, from various perspectives, the life and the work of the teachers. Such transformations occur in the cultural, personal and professional, with interfaces between one and the other.

KEY WORDS: Cultural training; initial and continuing training; cultural practices; cultural perspectives

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Quadro 1 – Quantidade de trabalhos nas diferentes linhas de pesquisa por década ... 24

Figura 1 – Principais programas de Formação de Professores apoiados pelas CAPES..73

Gráfico 1 - Distribuição dos docentes que atuam na educação básica por nível de escolaridade – Brasil 2016 ... 75

Gráfico 2 – Quanto ao sexo ... 92

Gráfico 3 – Sua idade está entre ... 93

Gráfico 4: Trabalho remunerado ... 95

Gráfico 5 – Tempo de exercício no magistério ... 100

Quadro 2 – Práticas de Lazer: Das alternativas abaixo, indique as práticas culturais mais frequentes e a frequência com que ocorrem ... 104

Gráfico 6 – A utilização da Internet no celular ... 109

Gráfico 7 – A contribuição do Pnaic para a formação cultural dos professores ... 112

Gráfico 8 – A contribuição do Parfor para a formação cultural dos professores ... 113

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Tabela 1 – Cursos ofertados pelo Parfor – UFPA de 2009 até 2016 ... 76

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ANPED – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CEB – Câmara de Educação Básica

CEE – Conselho Estadual de Educação CNE – Conselho Nacional de Educação

CONSEPE – Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão DCN – Diretrizes Curriculares Nacionais

DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos FAED – Faculdade de Educação

FMI – Fundo Monetário Internacional

GESTRADO - Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICED – Instituto de Ciências da Educação

IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica IES – Instituições de Educação Superior

INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEC – Ministério da Educação

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico PACTO – Pacto Pela Alfabetização na Idade Certa

PAR – Plano de Ações Articuladas

Parfor – Plano Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica

PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação

PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Pnaic – Pacto Pela Alfabetização na Idade Certa

PNE – Plano Nacional de Educação PPC – Projeto Pedagógico de Curso

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PUC/SP – Pontifícia Universidade Católica São Paulo SAEB – Sistema de Avaliação da Educação Básica SEB – Secretaria de Educação Básica

SECADI – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão TALIS - Teaching and Learning International Survey

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação UEPA – Universidade do Estado do Pará

UFF – Universidade Federal Fluminense

UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais UFPA – Universidade Federal do Pará

UFPI – Universidade Federal do Piauí

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura UNESP – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

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INTRODUÇÃO ... 21

1.1 Motivações pessoais e trajetória ... 21

1.2 As produções acerca do objeto: em busca de um percurso novo ... 23

1.3 Delimitação do problema e objetivos da pesquisa ... 28

1.4 A trajetória metodológica que seguiremos ... 28

1.5 Os informantes da pesquisa ... 33

1.6 Exposição da pesquisa ... 35

2 CULTURA E FORMAÇÃO CULTURAL DE PROFESSORES: CONCEPÇÕES E BASES LEGAIS ... 36

2.1 Cultura: um conceito polissêmico ... 36

2.2 O debate sobre a Formação Cultural de Professores nas pesquisas na área de educação ... 45

2.3 Bases legais sobre a Formação Cultural de Professores ... 54

2.4 Confluências entre Cultura e Educação na Formação Cultural de Professores. ... 59

2.5 Análise do cenário educacional brasileiro sobre os programas de formação inicial e continuada ... 65

2.5.1 A conjuntura do Plano Nacional de Formação de Professores ... 71

2.5.2 A conjuntura do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa... 79

3 PRÁTICAS CULTURAIS NA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA ...87

3.1 Perfil dos informantes ... 87

3.1.1 Características dos professores investigados ... 91

3.1.1.1 Aspectos pessoais e sociais ... 91

3.1.1.2 Aspectos socioeconômicos ... 95

3.1.1.3 Aspectos profissionais ... 99

3.1.2 Práticas culturais dos professores ... 101

3.1.2.1 Práticas de lazer ... 101

3.1.2.2 Práticas de leitura ... 106

3.1.2.3 Práticas envolvendo tecnologias comunicacionais e informacionais ... 107

4 PRÁTICAS CULTURAIS NA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO PESSOAL E PROFISSIONAL DOS PROFESSORES ... 111

4.1 Perspectiva sociocultural ... 111

4.2 Perspectiva Pedagógica ... 117

4.3 As contribuições dos programas: uma análise crítica ... 124

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 129

REFERÊNCIAS ... 136

APÊNDICE A ... 146

APÊNDICE B ... 157

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1 INTRODUÇÃO

A presente dissertação desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Pará – PPGED/ UFPA, na linha “Formação de professores, trabalho docente, teorias e práticas educacionais”, tem como título “A FORMAÇÃO CULTURAL DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: elementos para uma crítica de programas de formação inicial e continuada”, analisa como a formação cultural de professores da educação básica tem se constituído nos processos de formação inicial e continuada de professores.

1.1 Motivações pessoais e trajetória

Nossa experiência e atuação no campo da formação inicial de professores e a participação como estudante de Pós – Graduação no programa de Educação - PPGED/UFPA, na Linha de Formação de Professores, Trabalho docente, Teorias e Práticas Educacionais, tem nos motivado a refletirmos sobre a formação inicial e continuada, bem como o papel do professor diante de tantas exigências da sociedade para o trabalho desse profissional, sobretudo diante de um cenário de diversas configurações e mudanças sobre a formação e atuação profissional.

Por conseguinte, sentimo-nos impulsionados a realizar esse trabalho de pesquisa com a intenção de estimular a reflexão relacionada à formação cultural de professores tendo em vista que, tem-se tratado acerca da questão muito timidamente no campo das produções acadêmicas, o que é evidentemente apontado nas pesquisas produzidas nos últimos anos. Nossa análise paira sobre o fato de que muito ainda se tem que investigar sobre a formação cultural de professores para muitos grupos de sujeitos, os quais são partícipes dos diversos cursos de licenciatura, em se tratando do campo da educação.

O interesse em pesquisar o objeto surgiu do diálogo com nossa orientadora para a composição do nosso projeto. Juntou-se ao desejo de investigar acerca da formação de professores a nossa experiência profissional (tendo em vista que já atuamos na condição de professora das séries iniciais, como alfabetizadora, como coordenadora local do Plano Nacional de Formação de Professores - Parfor e, atualmente, fazemos parte do quadro de assessores pedagógicos de uma universidade pública, atuando diretamente com a formação inicial) e o fato de fazermos parte da linha de pesquisa Formação de

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professores, trabalho docente, teorias e práticas pedagógicas, no PPGED/UFPA. Em nossas análises sobre a produção acerca da formação cultural de professores identificamos que

Os estudos mais recentes dos pós-graduandos revelam uma intenção de dar voz ao professor e de conhecer melhor o seu fazer docente. Pode-se, no entanto, indagar: investigar as opiniões, representações, saberes e práticas do professor, para quê? Para constatar o que eles pensam, dizem, sentem, fazem? Não seria isso muito pouco? Parece importante ir muito além, procurar entender o contexto de produção desses depoimentos e práticas. (ANDRÉ, 2010, p. 176).

Dessa maneira, sentimo-nos instigados a inquirir sobre a formação cultural dos professores uma vez que compreendemos ser de suma importância que essa formação aconteça, não somente a partir da necessidade do professor como profissional, mas como e o que esse profissional pode oferecer além do que é proposto pela legislação e/ou pelo projeto político pedagógico da escola, no que se refere a conhecimento de mundo, a conhecimentos outros que estão para além do que pensam e propõem as reformas curriculares, ou seja, uma formação cultural para a cidadania.

Temos a compreensão de que é essa formação que dará base para que o professor possa, ao lado dos conteúdos curriculares, transmitir e socializar conhecimentos necessários à convivência social, no intuito de que os alunos entendam, compreendam e vivam num mundo de cultura, num mundo no qual as diversidades culturais se encontrem, que se assemelhem e que se distingam.

Para nos ajudar a refletir sobre tais questões, Charlot (2006) afirma que devemos levar em consideração o que é avaliado como mais específico no campo da educação. O autor argumenta que a educação é processo de tripla articulação, ou seja, trata-se de um processo de humanização, de singularização-objetivação e de socialização e entrada numa cultura. Neste sentido, necessitamos considerar o fato de que a educação, por si só, não conseguirá promover conhecimento, nem tão pouco aprendizagem que auxiliem o educando a conhecer o mundo e a mostrar que este é parte constitutiva de uma sociedade. Por isso, o importante papel que é ser sujeito de uma sociedade a partir do entendimento de que sua entrada numa cultura o é em detrimento do papel que a socialização e a humanização cumprem diante da constituição do sujeito em sociedade.

Assim, por compreendermos que há necessidade de se trabalhar na escola conhecimentos significativos, aqueles que ligam saberes, realidades e contextos, junto aos alunos, e por acreditarmos que estamos imersos em um mundo de cultura, trazemos aqui a reflexão de Brandão, quando nos afirma que:

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Aquilo através do que se lê; aquilo com que os homens trocam entre si, nas trilhas difíceis da vida em sociedade, as mensagens e os significados, que tornam, ao mesmo tempo, tal vida, social, e a deles, humana. Isto é, vivida

como e através da cultura. (BRANDÃO, 2002, p. 13).

A cultura é inseparável da educação. É papel das escolas da educação básica inserir os alunos no mundo da cultura e promover a aquisição de conhecimentos necessários à construção da sua história de vida e à sua inserção na diversidade das experiências culturais do seu povo. Daí atenção necessária que deve ser dada à formação inicial e continuada dos professores que atuam nessa etapa de escolarização, uma vez que a legislação educacional brasileira, por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Nº 9.394/1996, determina em seu artigo 1º que:

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (BRASIL, 1996).

Portanto, a formação cultural dos sujeitos, tanto alunos quanto professores, necessita ser estimulada. A escola pode ser um espaço no qual se desenvolvam ações com as mais variadas formas de manifestação cultural. Nesse sentido, como afirma Mendonça (2010, p. 3), “a relação entre educação e cultura não poder ser pensada de forma dicotômica”.

1.2 As produções acerca do objeto: em busca de um percurso novo.

O conhecimento dos movimentos epistemológicos, culturais e políticos que definiu, em uma perspectiva histórica, a compreensão do campo da formação de professores, pode ser uma significativa contribuição para a prática da formação. Entender esse processo na sua dimensão evolutiva favorece o entendimento da complexidade desse campo de conhecimento e as múltiplas influências que se estabelecem sobre ele. (CUNHA, 2013, p. 2).

Diante da apresentação do cenário proposto sobre a formação de professores no Brasil, apresentamos a pesquisa. Para tanto, efetivamos o levantamento das pesquisas realizadas no Brasil, pelos programas de pós-graduação, que segundo as investigações de André (2009 apud GATTI; BARRETO; ANDRÉ, 2011, p. 15), indicam crescimento com foco na formação de professores no Brasil o que variou de 7% em 1990 para 22% em 2007.

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recentes que identificamos, a qual traduz à luz do estado da arte a formação de professores no Brasil, apontou que houve um crescimento considerável com relação a quantidade de trabalhos publicados acerca da formação de professores no Brasil, no período de 2000 a 2015.

As autoras realizaram a pesquisa averiguando a produção acadêmica através de artigos em periódicos, livros e trabalhos publicados em Anais de eventos, além daqueles localizados no banco da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), portal Scielo e Anais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd).

Sintetizaram seus achados através do mapeamento das pesquisas encontradas em seus estudos através do quadro abaixo:

Quadro 1 - Quantidade de trabalhos nas diferentes linhas de pesquisa por década

Anos 80/90 Anos 2000 Anos 2010

Eixo 1 – Formação do professor pesquisador 4 28 30

Eixo 2 – História e levantamento bibliográfico sobre o professor pesquisador

- 5 3

Eixo 3 – Prática do professor pesquisador e ganhos da escola e sociedade

4 28 14

Eixo 4 – Epistemologia do saber docente 3 15 1

FONTE: Marques e Pereira (2016, pág. 99)

A partir de tais dados, ressaltamos que as investigações de Marques e Pereira (2016), mostram que durante as décadas de 80 e 90 houve baixa produção de pesquisas relacionadas aos eixos citados, especificados no quadro acima. Já na década de 2000, os dados apontam que houve um crescimento significativo. Ainda, ao analisarmos a produção realizada no período de 2010 ao 1º semestre de 2015, revelam substancial e ampliada produção se comparada a realizada na década anterior.

Quanto aos eixos, apontamos para o fato de que as pesquisas relativas a prática do professor, que compõem o eixo 3, estão num ritmo constante de crescimento, tendo em vista o alcance da metade do número de pesquisas sobre a temática, exatamente em 5 anos, metade do período da década anterior. Em contrapartida, diminuíram a

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quantidade de produção de pesquisas relativas aos eixos 2 e 4, o que nos mostra que os interesses pelas temáticas de pesquisas vêm se modificando,

André (2001), ao tratar sobre as pesquisas nas décadas de 80 e 90, já apontava que

... ao mesmo tempo em que se observava um crescimento muito grande no número de pesquisas da área de educação no Brasil, oriundo principalmente da expansão da pós-graduação, observa-se também muitas mudanças, seja nas temáticas e problemas, seja nos referenciais teóricos, seja nas abordagens metodológicas, e nos contextos de produção dos trabalhos científicos. (ANDRÉ, 2001, p. 3).

Nesta perspectiva, também identificamos as produções existentes sobre o tema objeto de nossa pesquisa. Para tanto, realizamos levantamento no Banco de Teses da Capes, a partir de uma série histórica de 10 anos, 2005 a 2015.

Localizamos quatro estudos com ênfase no tema da pesquisa e alguns estudos relacionados a perfil dos professores, compreendendo três estudos. Ainda que não fosse objetivo desses estudos discutir a formação cultural como um dos aspectos da constituição do ser professor, trataram de aspectos correlatos à investigação que realizamos.

No levantamento da produção Strito Sensu acerca da formação cultural de professores no Banco de Teses da Capes encontramos as dissertações de Carvalho (2009), da PUC Campinas, Cruz (2008) da PUC de São Paulo e Araújo (2012) da UFPI, além da tese de Leão (2009) PUC do Rio Grande do Sul, todos do Programa de Pós-Graduação em Educação. Outros estudos trataram de perfil dos professores, e nesse campo encontramos a dissertação de Bigaton (2005), do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIVALE, além das teses de Caldeira (2008) da PUC do Rio Grande do Sul e Souza (2015) da UNESP - Júlio de Mesquita Filho, respectivamente de programa de Pós-Graduação em Letras e em Educação Matemática.

Como tais produções trataram sobre a formação cultural de professores?

Carvalho (2009) analisa a formação cultural de professores em um curso de formação em serviço denominado Pedagogia Cidadã. O autor discute a possibilidade do programa subsidiar a formação cultural dos professores que dele participaram, avaliando se houve ampliação do campo teórico bem como do repertório cultural desses sujeitos.

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A pesquisa partiu de um estudo de caso, utilizando como fonte o material pedagógico utilizado na formação continuada de professores. Concluiu que encontrou indícios de inserções das questões culturais nos conteúdos do material analisado, ou seja, percebeu-se que havia elementos que contribuíram para a formação teórico cultural dos envolvidos. Porém, ficou evidenciada a ausência de vivências culturais concretas no espaço de formação do Programa Pedagogia Cidadã.

A pesquisa de Cruz (2008) consiste em um estudo comparativo entre os professores do ensino fundamental II e do ensino médio da rede estadual de ensino de São Paulo. O autor analisa a formação cultural desses dois grupos de profissionais no que se refere às práticas educativas dos museus de arte. Concluiu que a dificuldade de interação e domínio necessários às visitas técnicas pelos professores faz com que se distancie a comunidade escolar dos museus.

Araújo (2012) discute em sua pesquisa a formação que se dá a partir do inteligível e do sensível, ambos presentes na vida dos professores, nas suas experiências profissionais e pessoais. A pesquisadora acredita que, para que tal formação ocorra, é necessário um aprimoramento do olhar, do sentimento, da admiração, da crítica, do diálogo, entre outros, todos em diálogo com a realidade, com a vivência e a experiência, a partir da complexidade que envolve a formação e a aprendizagem desse sujeito. Dessa maneira, aponta que as condições de formação desse sujeito vão além do seu espaço de trabalho e de estudos, perpassando por suas experiências nos seus relacionamentos e interações com outros sujeitos que formam suas relações pessoais e ao longo da vida. Como resultado da pesquisa, infere que a formação cultural de professores emerge das e nas relações/interações sociais ao longo da vida, as quais se estabelecem em diferentes espaços sociais, constituindo-se através das experiências/vivências e, principalmente, pelo modo de olhar, de sentir, de admirar, de criticar e de dialogar.

Leão (2009) investigou, a partir de um estudo de caso, a influência da cultura sobre as práticas de alfabetização de três professoras alfabetizadoras. Assim, em sua análise procurou compreender de que modo a cultura influenciou no processo de alfabetização nas turmas nas quais estas professoras, sujeitos da pesquisa, atuavam.

As produções que mais se aproximam do caminho de pesquisa que pretendemos traçar são as produções de Leão (2012), Carvalho (2009) e Araújo (2012), exatamente porque encaminham suas análises acerca da atuação dos professores e suas apreciações levam em conta o cotidiano, o contexto de vida e formação desses sujeitos.

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Na etapa de levantamento de fontes bibliográficas localizamos ainda uma obra produzida pelo Ministério da Educação (MEC), a qual se anuncia como uma das poucas que trazem autores debatendo a questão da formação cultural de professores, especificamente. Trata-se de um Boletim da TV Escola / Programa Salto para o Futuro, o qual aponta que:

Nesta série, procura-se abordar como podem ser significativas as experiências estéticas para quem se dedica a formar outros seres humanos, objetivando um crescimento, tanto do ponto de vista pessoal, na medida em que a arte favorece um processo de construção de um saber sensível, quanto de ponto de vista profissional, já que, ampliando seus referenciais, o professor pode desenvolver uma prática docente mais rica e estimulante. (NOGUEIRA, 2010, p. 4).

A abordagem da cultura em todos os trabalhos localizados é bastante polissêmica. Há muitos caminhos pelos quais se pode abordá-la, quer do ponto de vista conceitual quer do ponto de vista metodológico.

Optamos por realizar a pesquisa com professores da educação básica que estavam participando, concomitantemente, de programas de formação inicial e continuada, Plano Nacional de Formação de Professores – Parfor, e Pacto Nacional pela Alfabetização Pela Idade Certa – Pnaic, respectivamente, com a intenção de descobrir de que maneira a formação contribuiu para a elevação cultural dos professores e sobre que aspectos dessa formação esses programas incidem.

A formação profissional assim como a formação cultural se dá em um continuum, portanto, é processo. Nessa perspectiva, isolar esses tempos de formação, como se eles não se influenciassem mutuamente, traria pouca novidade, do ponto de vista da construção do objeto, aos estudos já existentes.

Nossa escolha pelos dois programas se deu em virtude de que, em nossas investigações no Banco de Teses da Capes e em vários repositórios de programas de pós - graduação, não termos encontrado pesquisas que versassem sobre a formação cultural de professores em programas de formação. Soma-se a isso o fato de que a legislação sobre o tema aponta a formação cultural de professores como uma possibilidade, onde quer que ocorra o curso e a modalidade que é oferecido, se a distância ou presencial, se regular ou através de programas, além de ser objetivo dos dois programas incidirem sobre a formação cultural de professores.

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1.3 Delimitação do problema e objetivos da pesquisa

André (2010) aponta que a intenção de buscarmos objeto próprio no campo da formação de professores, indica a relevância para a pesquisa em delimitar um campo de estudo. Por isso, buscar dados tanto nas publicações de eventos científicos no contexto da formação de professores, como averiguar a produção científica, principalmente nos repositórios dos programas de pós-graduação das universidades brasileiras torna-se necessário e imprescindível. Conforme apontamos a produção que trata a respeito da formação cultural de professores,

Pode-se dizer que a formação de professores constitui um campo autônomo de estudos? Com o crescente interesse dos pesquisadores pelas questões relacionadas à formação e ao trabalho docente, interesse esse que se expressa no aumento da produção científica sobre o tema, na visibilidade adquirida pela temática na mídia, pelo recente surgimento de eventos e publicações especificamente dedicadas às questões de formação docente, torna-se cada vez mais premente uma discussão sobre como vem se configurando esse campo de estudos. (ANDRÉ, 2010, p. 174).

É neste campo de disputa que este estudo se encontra e aponta como problema compreender como a formação inicial e continuada contribui para a formação cultural de professores da educação básica?

Assim, constituiu-se objetivo geral deste estudo:

 Analisar como a formação cultural de professores da educação básica tem se constituído nos processos de formação inicial e continuada.

Os objetivos específicos a que pesquisa buscará alcançar são:

 Identificar nas pesquisas acadêmicas e na legislação brasileira as concepções existentes referentes à formação cultural de professores;

 Inventariar práticas culturais mais recorrentes nos cursos de formação inicial e continuada e o seu papel na elevação cultural dos professores; e

 Investigar que práticas culturais na formação inicial e continuada, sob a perspectiva dos professores, mais contribuíram para o seu desenvolvimento pessoal e profissional.

1.4 A trajetória metodológica da pesquisa

Os problemas de pesquisa estão na base da definição ou delimitação de um objeto de estudo. Tal definição consiste o primeiro passo a ser dado por um pesquisador no processo de produção do conhecimento, pois é a presença de perguntas até então não respondidas que justifica o próprio ato de pesquisar.

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As demais decisões que o pesquisador faz ao longo do processo como, por exemplo, as decisões metodológicas e procedimentais, dependem da delimitação inicial adequada, realista e relevante acerca de um dado objeto de estudo ou problematização de pesquisa. (LAROCCA; TOZETTO, 2016, p. 166).

Nesta perspectiva, a presente pesquisa orientou-se pela abordagem qualitativa, na modalidade pesquisa de campo. A pesquisa qualitativa pode ser particularmente útil em situações em que variáveis relevantes e/ou seus efeitos não são aparentes ou quando o número de sujeitos e/ou dados obtidos são insuficientes para análise estatística, segundo o ponto de vista de Martins e Bógus (2007, pág.47). Assim, os sujeitos podem variar em número, de um indivíduo até grandes grupos, e o foco do estudo pode variar de uma ação particular de uma pessoa ou pequeno grupo para a função de uma complexa instituição.

Ainda, partimos da ideia de que a pesquisa qualitativa pode ser aplicada quando o objeto pesquisado encontra-se no campo da educação. A esse respeito, Bogdan e Biklen (1994) afirmam que esta é uma das possibilidades de abordagem que podemos nos valer quando da realização de pesquisas sobre a formação de professores, tanto no que se refere a investigarmos este campo quanto ao próprio professor ser um pesquisador do seu próprio meio. Assim, ressaltam que:

A abordagem qualitativa requer que os investigadores desenvolvam empatia para com as pessoas que fazem parte do estudo e que façam esforços concertados para compreender vários pontos de vista. O objectivo não é o juízo de valor; mas, antes, o de compreender o mundo dos sujeitos e determinar como e com que critério eles o julgam. Esta abordagem é útil em programas de formação de professores porque oferece aos futuros professores a oportunidade de explorarem o ambiente complexo das escolas e simultaneamente tomarem-se mais autoconscientes acerca dos seus próprios valores e da forma como estes influenciam as suas atitudes face aos estudantes, directores e outras pessoas. (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p. 287).

Partindo dessa análise, tal possibilidade de pesquisa, apresenta-se como aquela que busca desvelar uma realidade social. Dessa maneira, corroborando com tais ideias, Minayo (1994) afirma que, para analisar relações que se configuram como fenômenos da realidade social, o melhor tratamento é o da metodologia qualitativa.

Do ponto de vista metodológico, organizamos a pesquisa a partir das seguintes etapas, quais sejam:

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2. Estudo documental;

3. Pesquisa de campo, que consistiu na aplicação de questionários e realização de entrevistas;

4. Análise dos dados.

O levantamento bibliográfico compreendeu a leitura e sistematização das fontes acessadas: teses e dissertações, além de livros de autores que embasam a discussão sobre o tema da pesquisa: Carlos Rodrigues Brandão (2012), Roque de Barros Laraia, Celia Maria de Castro Almeida, Alex Leontiev, Angel Pino Sirgado, Monique Andries Nogueira, Luciana Gruppelli Loponte, Pierre Bourdieu, Patrick Champagne, Jean-Claude Forquin, Alexis Leontiev, Raymond Williams, Gimeno Sacristán, entre outros.

A análise documental consistiu na exploração de documentos oficiais relativos à formação de professores, bem como aos programas de formação em tela, Parfor e o Pnaic. Os documentos analisados foram: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº 9.394/1996, Resolução Nº 01/2015 – CNE, que trata sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada dos Profissionais da Educação Básica, Plano Nacional de Educação 2015-2025, Portarias de Nº 867/2012 e a de Nº 153/2016, que tratam acerca organização do Pnaic, Decretos Nº 6.755/2009 e Nº 8.752/2016, que trama sobre o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, entre outros.

Já a pesquisa de campo ocorreu a partir da aplicação dos questionários dos quais foram concluídos 16 e da realização de entrevistas semiestruturadas com 5 informantes. Os instrumentos de coleta de dados utilizados, questionário e roteiro para entrevista, foram compostos de 36 questões e 13 questões, respectivamente, conforme Apêndices A e B, os quais nos levaram a compreender, principalmente, se durante as formações inicial e continuada dos professores da educação básica, por meio dos programas federal de formação, incidiram mudanças na vida pessoal e profissional desses sujeitos.

Quanto a análise dos dados, realizamos a partir da análise do conteúdo a qual é uma metodologia de análise dos dados qualitativos, a partir da categorização e da interpretação dos dados coletados na pesquisa de campo.

Dadas as etapas que seguimos, justificamos nossa pesquisa e apresentamos detalhadamente de que modo procedemos para a coleta e análise dos dados em campo. Assim, para a pesquisa de campo, decidimos pela coleta de dados através de da aplicação do questionário e da entrevista semiestruturada.

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A respeito da aplicação do questionário, Marconi e Lakatos (2003, p. 201) definem como sendo “um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. Dessa maneira, optamos pela aplicação do modelo eletrônico, de acordo com o Apêndice A, tendo em vista que nossos respondentes são trabalhadores e moradores de vários municípios do estado do Pará e que estes só se encontram em alguma atividade programada do Parfor ou no período de aulas presenciais deste curso de formação.

A elaboração, a aplicação e a tabulação dos dados quantitativos do questionário se deu através do programa Google forms. Enviamos e-mail para todos os 21 sujeitos, individualmente, de modo confiável e seguro, contendo o link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc2wQ6bSR6t4_SQVp6efn-6g1pfoguHOt-7ltIDn_PRtVPcQQ/viewform o qual os permitiu acessar ao questionário e responder cada uma das questões. O referido recurso podia ser acessado a qualquer momento, sendo necessário conectar-se a internet. Ao final do preenchimento, os dados já eram computados pelo programa Google forms e já tínhamos um resultado parcial a partir das respostas fornecidas pelos sujeitos da pesquisa. Conseguimos alcançar 16 respondentes.

O questionário foi composto por 36 questões, as quais foram distribuídas a partir de 6 eixos a saber: informações pessoais, informações profissionais, formação acadêmica, práticas de lazer, uso da Internet, contribuições do Parfor e do Pnaic para a formação cultural.

Após a conclusão dessa etapa, na busca de mais informações que somente pelo questionário não conseguiríamos, realizamos coleta de dados através da aplicação do roteiro de entrevista, individualmente, conforme o Apêndice B. A entrevista semiestruturada foi aplicada com 5 informantes, com o objetivo de avançar para aspectos mais valorativos, percepções e significados, do estudo ora apresentado. Apoiamo-nos na compreensão de Haguette (1997, p.86) a qual define que a entrevista é “processo de interação social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objetivo a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado”.

Ainda, a autora argumenta que:

A entrevista como coleta de dados sobre um determinado tema científico é a técnica mais utilizada no processo de trabalho de campo. Através dela os pesquisadores buscam obter informações, ou seja, coletar dados objetivos e subjetivos. Os dados objetivos podem ser obtidos também através de fontes secundárias tais como: censos, estatísticas, etc. Já os dados subjetivos só poderão ser obtidos através da entrevista, pois que, eles se relacionam com os

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valores, às atitudes e às opiniões dos sujeitos entrevistados. (HAGUETTE, 1997, p. 86).

Na sequência das etapas da pesquisa, partimos para as análises. Assim, a técnica de análise dos questionários e das entrevistas utilizada foi a análise de conteúdo a partir das contribuições de Bardin (2009), por compreendermos que sua abordagem acerca da análise de conteúdo é comprometida com o rigor metodológico a partir da organização e da compreensão sobre o fazer análise, construindo significados e produzindo sentidos para a amostragem apresentada pelo pesquisador.

Bardin (2009, p. 95) afirma que a análise pode se dar a partir de três polos a saber:

1. A pré- análise;

2. A exploração do material; e, por fim,

3. O tratamento dos resultados: a inferência e a interpretação.

A pré-análise será o momento de sistematizar todo o material coletado para dar sequência às operações de análise. Neste polo, é importante que o pesquisador já inicie o trabalho, com rigorosidade, de seleção da amostragem, o que facilitará a análise do material coletado. Isto se deve ao fato de que “Nem todo o material de análise é susceptível de dar lugar a uma amostragem, e, nesse caso, mais vale abstermo-nos e reduzir o próprio universo (e, portanto, o alcance da análise) se este for demasiado importante” (BARDIN, 2009, pp. 97-98).

Com relação a etapa da exploração do material, os dados coletados passarão por manuseio sistemático na tomada de decisão de como proceder a análise a partir das nossas escolhas eleitas, dos fragmentos, dos dados mais significativos e selecionados para comporem nossa análise.

Por fim, no que se refere ao tratamento dos dados coletados e selecionados, é necessário analisá-los de modo que as falas dos entrevistados e os dados obtidos através da aplicação de questionário possam condensar elementos de acordo com a realidade pesquisada. Assim, “os resultados obtidos, a confrontação sistemática com o material e o tipo de inferência alcançadas, podem servir de base a uma outra análise disposta em torno de novas dimensões teóricas, ou praticada graças a técnicas diferentes” (BARDIN, 2009, p. 101).

Para tanto, embasados na proposta de Bardin (2009), preferimos agrupar os dados coletados em eixos temáticos de acordo com a proximidade entre as respostas

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dadas pelos sujeitos entrevistados.

Quanto aos eixos temáticos defendidos por Bardin (2009), evidenciamos que nossa triagem se deu pela escolha do tema que, com toda sua complexidade, “... é uma unidade de significação que se liberta naturalmente de um texto analisado segundo certos critérios relativos à teoria que serve de guia à leitura. O texto pode ser recortado em ideias constituintes, em enunciados e em proposições portadores de significações isoláveis” (BARDIN, 2009, p. 105).

Levando em consideração que “tratar o material é codificá-lo” (BARDIN, 2009, pág.103), após iniciarmos a análise, fez-se necessário codificar as informações para, posteriormente, elegermos quais eixos temáticos deveríamos perseguir para nossa análise. O trabalho de codificação serviu para transformarmos dados brutos do texto em recortes para se chegar às representações com características aproximadas no intuito de agruparmos em eixos e iniciarmos a análise.

Assim, afirmamos que a análise qualitativa se caracteriza por ir em busca da compreensão da fala dos sujeitos a partir do contexto no qual está inserido, além de considerar

1.5 Os informantes da pesquisa

Anunciamos que os nossos informantes da pesquisa são acadêmicos das turmas I e J do Curso de Pedagogia do Parfor, da Faculdade de Educação – FAED, na Universidade Federal do Pará - UFPA, Polo Belém, e professores que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental, do 1º ao 3º ano do ensino fundamental, cursistas do Programa Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – Pnaic. Destacamos que estes são moradores e trabalhadores de vários municípios do estado do Pará a saber Belém, Marituba, Castanhal, Cachoeira do Arari, Muaná, Nova Timboteua, Santarém Novo, Salinópolis e Maracanã.

Nosso intuito foi de coletarmos os dados com todos os nossos possíveis informantes, no total de 21 identificados nas turmas do curso de Pedagogia, porém tivemos dificuldades com relação a coleta de dados tendo em vista que, apesar de nossa insistência por telefone e e-mail para que eles respondessem ao nosso questionário, o retorno foi mais baixo do que esperávamos. Para conseguirmos o quantitativo de 16 questionários preenchidos, tivemos que acompanhá-los pessoalmente durante dias no

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momento das aulas presenciais do Parfor, em Belém, no Campus da UFPA.

Foi necessário identificarmos as características socioeconômicas e culturais e a formação acadêmica e profissional desses sujeitos, para que pudéssemos compreender melhor de quem se tratava, suas particularidades, como ocorreu sua formação social, sua formação acadêmica e como sucedeu e vem acontecendo sua formação profissional, de modo que conseguíssemos agrupar tais dados com foco sempre na sua formação cultural, objeto desta pesquisa.

Nossa aproximação com os informantes ocorreu com nossa visita a sala de aula onde as turmas estavam em atividades acadêmicas, durante o módulo presencial no Parfor, no sentido de explicar-lhes acerca de nossa pesquisa, de averiguar a quantidade de alunos que tivessem as características necessárias para serem nossos informantes, dos quais detectamos 21 alunos/professores. Na sequência, combinamos tempo e espaço físico para a coleta de dados, momento este que conseguimos coletar, a partir da aplicação de alguns questionários, via e-mail, até chegarmos no quantitativo de 16. No decorrer da coleta de dados, foi imprescindível que estivéssemos fisicamente próximos a eles tendo em vista que somente 4 informantes responderam diretamente ao questionário via e-mail. Os demais, precisamos agendar o laboratório de informática do curso em duas seções, afim de que eles pudessem conectar-se ao e-mail e acessar o link que daria acesso ao questionário. E, como a visita ao laboratório de informática não foi o suficiente, ainda precisamos passar vários dias visitando-os, de posse do nosso notebook, para conseguir coletar mais dados.

Posteriormente a nossa qualificação, nosso próximo passo foi definir as questões que comporiam o nosso roteiro de entrevista e aplicá-lo in loco. Até tentamos realizar as entrevistas em alguns municípios visto que tínhamos os contatos de e-mails e de telefone de todos, entre os meses de abril a junho, antes do próximo modulo presencial que ocorreu em julho, porém todas as nossas tentativas fracassaram. Ainda chegamos a agendar com alguns deles que moram e trabalham na capital e em alguns municípios da região metropolitana de Belém, mas a tentativa foi frustrada porque desmarcaram nossas visitas ou não estavam no local e horários marcados previamente. Assim, esta etapa ocorreu no pavilhão de aulas do curso de Pedagogia, no Campus da UFPA durante o módulo presencial, em julho de 2017.

Realizamos 5 entrevistas com professores que participaram da etapa de aplicação do questionário.

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1.6 Exposição da pesquisa

O trabalho está dividido em 4 seções.

A Seção 1 apresenta a trajetória de construção da pesquisa: motivações, panorama das pesquisas realizadas sobre a formação cultural de professores, problema de pesquisa, objetivos, sujeitos entrevistados e metodologia.

A Seção 2 situa a discussão teórica acerca da formação cultural de professores, apontando a contribuições de vários autores, as bases legais que orientam a compreensão sobre o tema, o que apontam teóricos sobre a formação cultural e sobre cultura, a formação cultural no âmbito da escola, desvelando, ainda, como é tratada a questão da formação cultural nos documentos legais que embasam os programas federais de formação de professores.

A seção 3 apresenta perfil dos sujeitos da pesquisa a partir de suas características socioeconômicas, acadêmicas e profissionais, além das vivências e experiências culturais a partir das práticas de lazer, de leitura e aquelas que envolvem tecnologias comunicacionais e informacionais. Tais práticas são aquelas que os sujeitos compartilharam ao longo de suas vidas antes, durante e depois de participarem dos programas de formação inicial e continuada de professores.

Na seção 4, analisamos o resultado das elocuções dos sujeitos, o que nos oportunizou investigar que práticas culturais na formação inicial e continuada, sob a perspectiva dos professores, sob a perspectiva dos professores, mais contribuíram para o seu desenvolvimento pessoal e profissional, a partir dos programas federais de formação inicial e continuada de professores, Parfor e Pnaic, averiguando se as práticas socioculturais e a prática pedagógica foram ampliadas e modificadas por esses programas.

De um modo geral, intencionamos que nossa investigação venha contribuir com a pesquisa acerca da formação cultural de professores no Brasil, quer do ponto de vista teórico, quer do ponto de vista metodológico

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2 CULTURA E FORMAÇÃO CULTURAL DE PROFESSORES: CONCEPÇÕES E BASES LEGAIS.

Na perspectiva de debater sobre a formação cultural de professores, a presente seção analisa o debate ora apresentado no meio acadêmico, referente a formação cultural de professores. Considera, ainda, as bases legais que fundamentam e regulamentam a formação cultural e, além disso, chama a atenção para as concepções que fundamentam o conceito de cultura a partir das discussões do campo teórico da sociologia, para o debate sobre cultura e educação, no que concerne a formação cultural de professores da educação básica brasileira e finalizamos com a análise do cenário educacional brasileiro, sobre os programas de formação inicial e continuada propostos pelo governo federal.

2.1 Cultura: um conceito polissêmico

Cultura, uma palavra universal, mas um conceito científico nem sempre aceito por todos os que tentam decifrar o que os seus processos e conteúdos querem significar, e que misteriosamente existe tanto fora de nós, seres obrigados a apreender desde crianças e pela vida afora, a compreender as suas várias gramáticas e a “falar” as suas várias linguagens. (BRANDÃO, 2002, p. 16).

Ao investigarmos sobre a formação cultural de professores percebemos a necessidade de buscarmos informações acerca do que fundamenta a concepção de cultura por entendermos que não haveria sentido tratarmos a respeito da formação cultural sem discutir o que a fundamenta.

Como já mencionamos anteriormente, a formação cultural vem sendo apontada atualmente como uma das concepções sobre a formação docente, amparada legalmente através de legislação própria que rege a educação brasileira. Dessa maneira, indicamos a necessidade de ampliarmos nossos olhares, bem como nossas análises, acerca do que se discute sobre cultura, a partir dos teóricos que elegemos.

Logo, o presente estudo vislumbra a possibilidade de aproximar a relação existente entre a formação cultural de professores, a educação e a cultura, principalmente, a partir dos estudos de Williams (2000), Brandão (2002), Araújo (2012), Forquin (1993), Leontiev (1978), Bourdieu e Champagne (1998) entre outros, a

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fim de fomentarmos o debate acerca do que está posto para a sociedade como concepção de cultura, além de nos ajudarem a compreender, a partir de suas teorias, como a cultura marca sua presença na formação de professores da educação básica de nosso país.

Para tanto, embasamos nossas análises de acordo com as contribuições de Leontiev (1978), o qual aborda como surgiu o conceito de cultura em nossa sociedade a partir de sua concepção. Ele nos informa que as ciências biológicas explicam a evolução do homem através da ação da biologia a partir de 3 estádios. No primeiro, há o registro de como viviam os australopitecos (primatas hominídeos, que só conheciam a posição vertical, utilizavam utensílios rudimentares e a comunicação era extremamente primitiva). Já no segundo estádio (este é marcado como estádio de passagem do homem primitivo ao homem em princípio do processo de civilização), é registrado do aparecimento do pitecantropo ao homem neanderthal. Neste momento da história, registra-se o início da produção de instrumentos que servirá para estruturar as primeiras formas de trabalho e de sociedade.

No terceiro estádio, com o aparecimento da espécie a qual pertence o homem atual, o Homo Sapiens, sua evolução e formação são marcadas pelo fato de deixarem de ser vistas apenas pelo lado biológico e passa a se dar a partir das leis sócio-históricas.

Aponta-se, então, o surgimento de novos elementos, a partir do desenvolvimento de formas de trabalho e da comunicação que ocorre através de uma tentativa mais elaborada (em comparação a tentativa de linguagem primitiva dos australopitecos, por exemplo). Ressalta que ainda há a influência das leis biológicas porque a formação anatômica do homem era e é herdada de geração em geração, através da hereditariedade.

Porém, essas modificações biológicas transmitidas hereditariamente, por si só, não conseguem determinar o desenvolvimento sócio-histórico do homem e, por consequência, da humanidade. Contudo, como um marco na transição das condições biológicas para o biológico com influências sócio-históricas, paralelamente, novas possibilidades começaram a surgir por intermédio do trabalho e da linguagem que começaram a ser fazer presentes.

Assim se desenvolvia o homem tornando-se sujeito do processo social de trabalho, sob a acção de duas espécies de leis: em primeiro lugar, as leis biológicas, em virtude das quais os seus órgãos se adaptaram às condições e às necessidades da produção; em segundo lugar, às leis sócio-históricas que regiam o desenvolvimento da própria produção e os fenômenos que ela engendra. (LEONTIEV, 1978, p. 263).

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