PARA
O
DOUTORADO
EM
MEDICINA
POR
DO
TRAMITO
Ulll
lil.ll 'lIH (ifflIUCTA
THESE
INAUGURAL
APRESENTADA
ESUSTENTADA
PERANTE
A
FACULDADE
DE
MEDICINA
DA BAHIA
AURELIANO MAGRINO
PIRES
CALDAS
PHARMACEUTICO PORESTA FACULDADE, "
—
SÓCIO EFFECT1V0 DASOCIEDADE MEDICO-1'HAHMACELTTCA DE BENEFICÊNCIA MUTUA, ETC. JFil/io (eaiiimo dry (feudos oiianor.l eétatkt ffitM fíatdm
E
ÍP. 'Jlexwidúna $tarte(ica
da
WUdmlt
êcddaA.Da veniamscriptis,quorumnccglorianobis Caussn, scd officium ... fuit.
Ovinio.
TYPOGRAPHIA FRANCEZA DE
CARVALHO
&
AMAZONE
FACULDADE
DE
MEDICINA
DA
BAH
DIÍIECTOR VICE-DIRECTOR
O
EXM.
SR.CONSELHEIRO
DR.VICENTE
FERREIRA DE
MAGALHÃES.
LENTES PROPRIETÁRIOS
Os Srs. Doutores í.° anno Matériasque leccionam
^
^
Cons. Vicente Ferreira de Magalhães. . .
\
Ph
^à^ap^licações
Crina*
1
^
Francisco Rodrigues da Silva Chimica eMineralogia.O
Exm.° fiarão de Itapoan Anatomiadescriptiva. 2." annoAntonio de Cerqueira Pinto Chimica orgânica.
JeronymoSodréPereira Physiologia.
Antonio Mariano doBomíim Botânicae Zoologia.
O
Exm.°Barão de Itapoan Repetição deAnatomiadescriptrva. 5.° annoCons.EliasJoséPedrosa Anatomiageral e pathologica. José de Góes Siqueira Pathologiageral.
JeronymoSodréPereira Physiologia. 4.°anno
Cons. ManuelLadislauAranhaDantas. . . Pathologia externa.
DemétrioCyriacoTourinho Pathologiainterna.
Cons Mathias MoreiraSamoaio l Partos> molestias âe mulheres pejadas
e
u>ns. íuatnias MoreiraSampaio
j de meninosreCem-nascidos.
5.9anno
DemétrioCyriaco Tourinho.
...
Continuação de Pathologia interna.Luiz Alvares dos Santos Matériamedicae therapeutica.
JoséAntonio de Freitas } Anatomia topographica,
Medicina
opera-) tonaeapparelhos.
6."anno
Rozendo Aprigio Pereira Guimarães. . . . Pharmacia.
Salustiano Ferreira Souto. » Medicina legal.
Domingos Rodrigues Seixas Hygiene e Historiada Mtdicina. José Affonso Paraizo de Moura Clinicaexternado3.* e 4.°anno.
Antonio Januário de Faria (Jíinicainternado5.° e6.#anno.
OPPOS1TORES Ignacio José da Cunha \
PedroRibeirodeAraujo i
José Ignacio de BarrosPimentel '
Secção Accessoria.
Virgilio Climaco Damazio i
Augusto GonçalvesMartins. . : . . :
Domingos Carlos daSilva. : . . . .
Antonio Pacifico Pereira^ [ Secção Cirúrgica.
Alexandre Affonso de Carvalho
j
* &
Egas Carlos Muniz Sodré \ Ramiro Affonso Monteiro i
Claudemiro Augusto de MoraesCaldas. . . I SecçãoMedica
SECRETARIO OFFICIAL DA SECRETARIA
O
SR.DR.THOMAS
DE AQUINO
GASPAR
CONSIDERAÇÕES
GERAES
. . .3
Diagnostico
da
cataraclassgundo
as idades,do seográo de
matiíres-cencia, e
da
sua
consistência3
Das
calaractas falsas e secundarias •. .
6
Exame
das
partesprofundas
do
olho; complicações; ecircumstan-cias
que
indicam
a
execução
immediata
da
operação,que
fa-zem
adial-a,ou
que
acontra-indicam
7Cuidados
primitivos e consecutivosá operação
...
12
Dos
vidrosde
cataracta15
OPERAÇÕES
17
DlSCISSÃODA
CAPSULA .17
Accidentes
.20
Discissão
combinada
com
a iridectomia22
Discissão
com
duas
agulhas24
Extracção
25
Extracção
em
retalho simples .25
Accidentes
que
sepodem
darnos
differentestempos
da
ope-raçãoe
meios
de
remedial-os33
Accidentes
que
podem
sobrevir depoisda operação
. .36
Extracção
linear peripherica(Processo
de de
Graefe)...
38
Cuidados
consecutivos *45
Accidentes
que
podem
occorrerdurante a
operação
,45
Consequências da operação
48
Vantagens
e inconvenientesdo
methodo
49
-HISTORIA
GO
« cio
abaixamento.
. . ,60
«
da
extracçãoem
retalho ,69
«
da
djscisão ,67
<
da
extracção linear simples77
«
da
extracção linear peripherica80
t
da sucção
83
OBSERVAÇÕES
85
PROPOSIÇÕES.
91
SECÇÃO CIRÚRGICA.
—
-INDICAÇÕES ECONTRA
—
INDICAÇÕESDA URETROTOM1A
INTERNA. .
...
91
SECÇÃO MEDICA.
—LESÕES VALUULA^KS DO CORAÇÃO
93
SECÇÃO ACCESSORIA.
COMO
CONHECEU,QUE
HOUVE
ABORTO
EM
UM
CASO
MED
IGO -*LEGAL?97
SECÇÃO
CIRÚRGICA
T
11AT
AMENTO
CIRÚRGICO
DA
CATAR
ACTA
DISSERTAÇÃO
aLuxoculoruni lsefifteafanimam.
Frov. 15. 30.
1.*
PARTE
C A
PITU
L0
1Çt§k&&
FASTAIl
docampo
da visão o corpo opaco,que impede que
osl»fi5]g
raios luminososcheguem
á retina; tal é o tratamento cirúrgicofê|p^»da
cataracta; mas, antesde o enprehendermos,examinemos
o estadoX§|ff
do olho e detodoo organismo, afim de que reconheçámos sea operaçãoé ou não indicada, e porque processo deve serpraticada.
Tendo
por fim somente motivar a escolha domethodo
operatório,prescindi-mos
deuma
descripção circumstanciada detodas as variedades decataracta,e nos limitamos a exporas idéasde de Graefe resumindo os scos trabalhos
clássi-cos sobre este assumpto.
Considerando as cataractas segundo as idades, temos de mencionar:
As
con-génitas,
ou
asque
sedesenvolvem nos primeiros annosj—
asque apparecem
em
unia idade mais adiantada;
—
e asque
affectam as pessoas maiores de trintaannos.
I.
—
.4 cataracta lenticularprogressiva,que
principia pelo centro docristal-lino, se denuncia por
uma
opacidade escuraou
esbranquiçadatomando
toda apupilia e apresentando maior intensidade
no
centro.Uma
pupilla dilatada ees-clarecida pelo espelho ophthalmoscopico
ou
pela illuminação lateral permitiadistinguir nas partes periphericas do cristallino opacidades diffusas e pontoadas
4
CONSIDERAÇÕES GERAES
A
cataractazonular
apresenta-secom
uma
opacidadepouco
intensa,de
5
a7 millimetros de diâmetro,
bem
limitada, e cercada das partes periphericasdo
cristallino ainda transparentes.
A
mancha, não
sendo muito opaca,não impede
completamente avista;
mas
no
caso contrario oestadoda
visãovariacom
o
gráode dilatação
da
pupilla.A
fraquezada
vista torna-se assim a causa deuma
myopia
real.O
amollecimento total do cristallino,que
constitue a terceiraforma de
ca-taracta nos meninos, se reconhece pela opacidade láctea,
que
se dirigepara
acapsula.
O
cristallino, a principio intumescido,diminue
depois devolume
pelaabsorpção das parlesliquidas.
H._
As
cataractas corticaes,que
deordinário seencontram
em uma
idadeavançada, desenvolvem-se rapidamente e
completam
a sua maturescenciade
dous
mezes
aum
anno.A
prominenciaque
mostraocristallino,parecendo
em-purrar o iris, assim
como
o seuaspecto escuro, ásvezes azulado,com
raiasmais
ou menos
largas, esem
reflexo amarellono
centro, denotando a existênciado
núcleo, são os caracteres desta espécie decataracta.
Apparecem
também
nesta idade as cataractasmurchas, que
ficam depoisda
absorpção das partes liquidasdo cristallino, anteriormente amollecidas.
III.—As
cataractas corticaes,porém
ordinariamente asmixtas, isto ó,corti-caes e nucleares, encontram-se nas pessoas maiores de trinta annos.
Posto
que
uma
cataracta tenhatomado
taldesenvolvimento,que não
sedeixe escapar aoexame
mais superficial, resta conhecer-se a maturescenciae ogrão
de consistência.
Se, dilatada a pupilla, se concentra aluz sobre a face anterior
do
cristallino,por
meio da
illuminaçãolateral,vô-se(comou
sem
o auxiliodeuma
lente),seaopa-cidadechega até a capsula,
ou
se existemcamadas
parcialou
inteiramentetransparentes.
Mas
sendo a escolhado
processo operatório baseadaprincipal-mente
na consistênciada
cataracta,não podemos
deixardedemorar-nos
sobreos meios de diagnostical-a.
Procuremos
primeiro de tudo reconhecer, seexisteum
núcleo, e o seutama-nho.
Nas
cataractas das pessoasmoças
nunca
se encontra sclerosedo
núcleo,que
sempre
existe nasque
apparecem
depois dos quarenta annos.As
que
sede-senvolvem
dos trinta aos quarentadeixam-nos duvida
a respeitoda
existên-cia de
um
núcleo, se não recorremos á illuminação obliqua, collocando ovértice
do
cone luminoso de sorteque
vindo todo deum
lado se dirijapara
opólo posterior
da
cataracta, esclarecendoem
partesomente
a superfícieatra-CONSIDERAÇÕES
GERA
ES5
vessando o núcleoe passando pelas partes não esclarecidas
da
substanciacor-tical anterior, denuncia a existência deste núcleo a
um
observador collocadodo
lado opposto áluz.Por
esteexame
ellenão
reconhece somente a presençado
núcleo,mas
ainda oseutamanho
e a sua dureza,que
é tanto maior,quan-to
mais
carregada6 acor,que varia desde oamarelloaté o vermelhoescuro.O
diagnosticoda
consistência damassa
cortical, muito mais difficil, ébase-ado na sua conformação e
no volume
da cataracta.Quando
a substancia corticalé muito volumosa, o irisempurrado
por ellatorna-sc prominente, mais preguiçoso
em
seusmovimentos
e acamará
anteriormenos
profunda. Estessymptomas
serão de pouco valor, se nãose estabeleceruma
comparação
com
o,que
apresenta o outro olho, afim deverificar-se, senão
óum
estado physiologicoou
se não depende deum
augmento
de pressãointra-ocular.
Vejamos
como
peloexame
da conformação damassa
cortical sepode
julgarda
sua consistência.Largas
listrasradiadas,esbranquiçadasou
escuras,com
brilhometallico e corde pérola, deixando vêr entre si partes
menos
opacas e irregulares,semeadas
de
pontosou
de pequenasmanchas
escuras de forma irregular, indicamque
acataracta é molle.
Listrasde larguramedia, ordinariamente muito brilhantes,
annunciam que
amassa
cortical, postoque
molle, tem já adquirido consistência sufficiente paraadherir ao núcleo e acompanhal-o
na
suaexpulsão. Todavia si as listras sãoestreitas
ou
delargura media,podem
fazer crer,que
a cataracta é molle, se sejulgar somente pela coresbranquiçada; entretanto a substancia corticalé
mui-to coherente, e a cataracta geralmentedura.
Listras muito estreitas, lineares e radiadas, seja qualfor a sua cor,
caracte-risam o endurecimento dacataracta.
Em
lodos estes casos as grandes dimensões do núcleo são indicio provável deuma
cataracta dura (muito coherente).Uma
substancia cortical listrada, e tãodelgadaque
permitia reconhecerdis-tinctamente o núcleo,
dá
ácataractauma
cormais carregada,e indicaque
ellatem
passado pelametamorphose
regressiva, eque
amassa
cortical é coherente.Neste caso acristalloide anterior éseparada
da
bordapupillar porum
espaçomuito profundo, e a substancia cortical, deixando passar pela peripheria maior quantidade de luz,
dá
ao enfermo esperança deuma
cura espontânea.O
diagnostico da consistência, ordinariamente deduzido daforma
e cór daslistras, torna-se ainda mais difficil,
quando
estas listrasnão
existem; e então6 CONSIDERAÇÕES
GERA
ESQuando
a substancia cortical não é completamente opaca, e apresenta apé~nas
uma
suffusão esbranquiçadaou
escura, deve-se acreditarque
é molle.Póde-se dizer
que
a substancia é liquida,quando
semostracom
um
aspectoamorpho,
sem
listrasnem
manchas,
e de côf escuraou
esbranquiçada;equan-do
se reconheceum
núcleooccupando
a parte inferior destasmassas
corticaesliquidas. Esta posiçãodo núcleo constitue
um
signal importante deum
amolle-cimenlocxtraordinorio.
Quando
a substancia cortical é escura, pontoadaou
manchada
com
unifor-midade na
superfície, julgamosda
sua consistência principalmente pelatranspa-rência.
Uma
opacidade quasi complela indicaque
a substancia é molle egom-mosa;
mas
quando
eníre asmanchas
se distinguem parles transparentes, asubstancia é getalinosa,
como
o cristallino normal; entretantoque
a substanciacortical é dura, se entre os pontos existem listras.
Nas
cataractas capsularesnão
é a cristalloide,que
se torna verdadeiramenteopaca; ella
não
soííre outramudança
mais do queum
enrugamento.Excep-cionalmente apresenta-sc
um
pouco adelgaçada, ou espessada porpequenas
excrescências.
A
opacidade depende de exsudações,que
seacham
na
superfí-cie anteriorda cristalloide (falsa
membrana,
cataracta falsa); deuma
hyper-genese de cellulas intra-capsulares, essencialmente alteradas;
ou
deuma
subs-tancia,
que
se applicaá superfície interna da cristalloide.Obscrvam-se
todas as transições entre estascamadas
delgadas, apenasvisí-veis pela illuminação ordinária, e
membranas
opacas e espessas de cór escura contendo ás vezes pigmento do iris.Em
casos excepcionaes a falsamembrana
seestende
além
docampo
pupillar; éuma
exsudaçãoabundante que
oceupatoda it
camará
posterior, e reúne, organisando-se, oiris á cristalloide.
Outras vezes existe
uma
mancha
brancabem
limitada no centroda
pupilla,estendondo-se á
camará
anterior, e constituindo oque
sechama
cataractaca-psular central (cataracta
pyramidal ou
vcgclanlc).Examinando-se
com
atten-ção por
meio
da illuminação lateral e deuma
lente,não
se confundiráestaca-taracta
com
aspequenas
opacidades,que
ás vezes seencontram
no centroda
camada
anteriordo
cristallino,nem com
as,que
estão situadasno seo pólo an-terior nos casos de cataracta estratificada.Cataractas secundarias
mo
opacidades de natureza diíTerente,que seformam
nocampo
pupillar depoisda
operaçãoda
cataracta, eimpedem
que
a visão seCONSIDERAÇÕES
GERAES
'O
exame,
pela illuminação lateral, dos olhos já operados de cataracla, eruja força visual é menor, do
que
devia ser, reconhece muitas vezes,que
acausa da fraqueza da vista é
uma
opacidade ténue, que,como
uma
tèa deara-nha,se estende atrásda pupilla. E'
um
(crido dcnova
formação provenienteda
proliferação das cellulas epitheliaes da capsula anterior, cuja abertura, feita
pe-lo kystitomo e
augmentada
pelapassagem
da cataracta, se tem fechado denovo.
Não
é só estamembrana
anormal,que
constituo a cataracta secundaria;pode
acontecer,que
a própria capsula se torne espessa, e formeuma
opaci-dade
mais densa, cuja existência atrás da pupilla se revela á simplesinspec-ção.
Muitas vezes
também
o iristoma
parte no trabalho inflammatorio, euma
exsudação indiana reune-se á opacidade capsular
em
gráos,que
variam
desde simples synechias até a formação de verdadeiros depósitos plásticos.
*
Não
basta,que
fiquebem
estabelecido o diagnostico da cataracta, éda
maior
importância,que
haja certeza se as partes profundas do olho estaiestadonormal,
ou
se existem alterações mórbidas, afim dcque
se possacom
exactidão prognosticar o resultado óptico da operação.
O
olho affectado do cataracta, ainda completamentemadura,
pode
sem-pre distinguir
cm
lodo ocampo
visual e á distancia deum
pé pouco maisou
menos
osmovimentos
damão
esclarecida pela luz diffusa do dia.Da
ausência desta percepçãose deve concluir a existência de
uma
affeccãodo
in-terior
do
olho;mas
pode
ainda ser defeituosa a faculdade dcorientação, sobre a qual não deve restar duvida. Por meio do espelho ophthalmoscopico leve-sesobre oolho
em
oito direcçõesdilFerentes a luzemanada
deum
foco muitofra-co.
Se
o doente nãoperceberum
clarão nesteou
naquelle ponto,correspon-dendo
aos pequenosmovimentos
dados ao espelho, indicaráuma
falsaorienta-tação, e diagnosticar-se-ha a existência de
alguma
complicação internasempre
mais grave, do que
quando
hauma
tálta na extensão docampo
visual.As
complicaçõesprovém
das affecções oculares ou do estado geral doorga-nismo.
As
primeiras são: as enfermidades das pálpebras,como
a blephàritecili-ar, os desvios das celhas, a inversão das pálpebras, é as affecções das vias
la-crimaes;
—
a inflammaçáo da conjunctiva, e o pterygion;—
a inílammação, a8 CONSIDERAÇÕES
GERABS
ela), e as
manchas
maisou menos
espessas deslamembrana;
—
as lesões doiris,
como
as synechias, e as falsasmembranas
pupillares.Taes são as complicações existentes adiante da cataracta; outras
porém
es-tão occultas atrásdo crislallino, e são de
um
diagnostico mais diflicil, taesco-mo:
O
amollecimenío do corpo vítreo, caracterisado peloaugmento
devolume
do
globo ocular, pela sua depressibilidade, e muitas vezes pelo tremordo
iris;
—
a choroidite, denunciada poruma
sensação de pesono
olho, pelacores-cura
ou
azulada da sclerotica, pela sua vascularisação e ada
conjunctiva, pela poucamobilidade do iris, e pela dureza do globo;—
oglaucoma
chronico,em
que o olho toma-se duro, acamará
anterior diminue, osvasos ciliares sedilatam, a córnea perde asensibilidade,
ca
cataracta (1)toma
uma
côresverdi-nhada;
—
eostaphyloma
posterior,manifestado peloalongamento do globo epolapreexistência
da myopia
á cataracta.Na
insensibilidade daretina, produzida principalmente pelo seodespegamen-to, o doente nãodistinguirá a
chamma
deuma
vela senão auma
distanciame-nev^ de
10
a15
melros. Nesteexame
cumpre
altenderao estadode refracçãodo olho, afim de
que não
se prescinda do auxilio daslunetas concavasou
con-vexas, se fôr o individuo
myope
ou hypermetrope; ebem
assim á verificaçãoda
extensão docampo
visual, fazendo(comoem
geral se aconselha)fixarcom
oolho affectado
uma
lâmpada
postaem
frente, e aomesmo
tempo
outra collocadaem
differentes pontosdo
campo
visual (2).Ainda que não
se despreseo estudodas phosphenas, não se deve esquecer
que
pela sua fallibilidadee incerteza ficamuitoinferior ao
exame
directo das funeções visuaes.As
complicaçõesda
cataractaque
dependem
do estado geraldo
individuo são numerosas,mas
nem
todasmerecem, que
setomem
em
grande
considera-ção.A
escrófula, o rheumatismo, a syphiles, ele. são depouca
importância,quando
éboa
a constituição individual(3);mas
pouco se deve esperarda
debi-(1)
No
primeiro gráo doglaucoma, ella constitueacataracta verde operavel, deSichel.(2)
O
exame feitoporestemethodo não dá certeza daextenção docampovisual,por-queo doentetem naturalmente tendênciaa seguir a luz para ondequer quesedirija,e
sa-berá sempre
em
quelogar se achaapessoaque conduz alâmpada; entretantoque nãopo-dendo conhecer paraondevae aque é reflectidapelo espelhoophthalmoscopico (como temos
dito), porque nãoperceberá ospequenos movimentos que sedão aoinstrumento, fornecerá indicaçõesmais exactas.
(3) Não sejulgue por isto, que despresamos submetter o doente a
um
tratamento con-venientea remediaro seo estadogeral,sempre que istofòr possível.CONSIDERAÇÕES
GERA
ES9
lidade profunda,
que
apresentam certas pessoas, principalmente seaesteenfra-quecimento geral se
ajuntam
a emaciação e a atropina do tecido gordurosoda
orbita. Eliassão incapazes de soffrero traumatismo de
uma
operação,mormen-te
da
extracção,com
as suas consequências.Jamais
se devedeixar deexaminar
a urinadeum
individuo afTectadodecata-racta; porque muitas vezes descobre-se nella a presença da albumina
ou do
assucar,
quando
aindanenhum symptoma
leva o cirurgiãoasuspeitar aexistên-cia destes productos mórbidos.
A
albuminaem
um
doente de cataractacom
per-turbações visuaes, mais profundas do que deveriam ser, indicará
com
todapro-babilidade
uma
relinite albuminurica;—
a presença do assucar explicará aformação
rápida, e insólita de certas opacidades do cristallino no adulto. Estesestados mórbidos terão
uma
influencia muito desfavorável sobre asconsequên-cias de qualquer operação.
Todas
estas complicações ou coutra-indicam qualquer operação,ou requerem
especialmente este
ou
aquelle methodo.Resumindo,
vejamos quaes as circumstancias,que
permittem aexecução
immediata da operação; quaes as
que exigem que
ella seja adiada, d asque
a contra-indicam formalmente.Uma
cataracta deve ser operada:1.'
Quando
fôr a causa únicada perturbação
da
visão;2.*
Quando
estiver ja extincto o trabalho inflammatorioou
congestivo,que
ativer originado;
3/
Quando
o doente distinguirdas trevas a luz, e vir ainda os objectosvul-tuosos,
embora não
reconheça a forma e a cor dos corpos;4.°
Quando
a pupilla se mostrar redonda, dilatando-seou
estreilando-se,segundo a
menor
ou maiorintensidade dos raios luminosos (1);5.'
Ainda
quando
existam adherencias entreo iris e a capsuladocristallino;com
tantoque
se escolha o processo mais apropriado e a modificaçãoque
con-vier;
0.'
Ainda
que hajaum
nephelion,com
a condiçãoporém
(pie a luz oatra-vesse permiltindo
uma
vista maisou
menos
satisfactoria,ou
que
pela suasi-tuação se possa instituir
uma
pupilla artificial aproveitável;7.°
Quando,
postoque
com
pouca esperança de aproveitamento, o olhoop-postoestiver affectado de
uma
amaurose
de causa local.(1) Cumpre lembrar,queo irispôde até certoponto conservara sua energia,ainda
que
hajaamaurose; equea suaimmobilidade pôde depender da pressãoquerecebe de
um
10
CONSIDERAÇ0Í-:SCERA
Es»A
operação será adiada:1.° Se a cataracta não estiver
madura
(i);%.° Se o olho se achar acommettido de
uma
inflammação
aguda ou
chronica;X." Se houver no outro olho
alguma inflammação
deimportância;aindaque
esteja
em
boas condições o que tiver de ser operado;4.° Se o individuo tiver
alguma
moléstia visceral, principalmente dasque
fo-rem
acompanhadas
de tussoou
vómitos.Excluem
a operação todas aquellas lesões oculares que só por si foremca-pazes de destruir a visão; ou
que
alenham
já destruído.Prescindindo das indicações e das contra-indicações baseadas nas
circums-tancias
que
acabamos
de apresentar,cumpre
elucidaralgumas
questões,que
frequentemente se oíferecem na pratica,
quando
se trata de proceder auma
operação de cataracta.
I. Deve-se operar
um
olhocom
cataracta,quando
o outro estivercom-pletamente são
?—
Uns,recommendando
a operação immediata, affirmam,que
tirando-se a cataracta impede-se que se desenvolva
no
outro olhouma
altera-ção similhante; eque se este já
começar
a ser aílectado, póde-se conseguir acura por meio de remédiosinternos e externos depois
que
poruma
operação sctiver restabelecido a visão do
que
seachava
completamente cégo.Se
estivesse estabelecido,que
a sympatliia que existe entre osdous
olhos,assim
como
é capaz de provocar alterações similhanlesda
retina eophthalmi-as idênticas, tivesse
também
influencia sobre as aífecções do cristallino, eque
a opacidadepodesse assim sobrevir sympathicamente, de certosenão
deveriade-morar
a extracção da cataracta já formada, aindaquando
nenhuma
suspeitahouvesse de
uma
alteração igual do lado ópposto;mas
este factonão
estando demonstrado, « a pratica geralem
similhante circumstancia consisteem
não
operar. »(Mackensie 2).
Além
disto, segundo a opinião de outros, a dilíerençada
faculdade visualnos dous olhos será tal, que,
com
quanto possa sermais ou
menos
corrigidapelo auxilio de vidros convexos, a vista S3 tornará tão confusa,
que
o operado, para poder vêrbem,
será obrigado a fecharum
dos olhosou
a imprimir-lheuma
posição strabica pela contracção muscular.De
Graefe, postoque conceda
que
em
consequência da operação unilateral a visãocommum
seja excepcional,(1) Ventilaremos logoestaquestão importante. (2) Traité pratique des maladies de1'ceil.
CONSIDERAÇÕES
GERAES
li
diz,
que
ficaem
beneficio de tal tentativa a extensãodocampo
visual e oaug-mento
de energiada
funcção geral.II.
Convém
sempre
esperarque a cataracíaestejamadura,
par a
procedes-se a operação ?
—
E'geralmente admittido, que nascataractas mollesconvém
es-perar
que
asfibras ainda transparentes do cristallihotenham menor
coherenciaá cristalloide do
que
áscamadas
amollecidasda
lente, afim èàque
depoisda
operação
não
fiquem no olho, e occasionem iritesecataractas secundarias;mas
não
épossível determinar-se exactamente a epocha,em
que
as fibras do crilino lêem perdido esta coherencia á capsula, e
podem
facilmente abandonal-aDemais,
paraque
isto aconteça, não é indispensável que toda acamada
tical tenha passado pela transformação emulsiva; basta
que
esta alteraçãote-nha
invadidoem
muitospontos asuperfície da corticalem
contactocom
a faceinterna
da
capsula, para que as partes intermédias, ainda parcialmentetrans-parentes,
percam
a sua viscosidade e sedespeguem
facilmenteda
cristalloide.De
outro lado,uma
vezque
as massas corticaestenham
excedido este gráode maturescencia,a sua consistência
augmen
ta de novo,e tornam-se viscosas,como
antes deserem
completamente opacas.Assim
em
geraluma
pessoa aífectadade cataracta deve ser submeltidaáo-peração logo
que
aperturbaçãoda
vista seja tal, que aimpeça
das suasoceu-pações ordinárias,de lere principalmentedeconduzir-se.
As
cataractas duras, porcausadatransição insensívelque
existeentre acon-sistência dasfibras centraes e periphericasdo cristallino,
tôem
menor
coherenciaá capsula, e despegam-se delia mais facilmente; por isso a sua maturescencia
temfelizmente ainda
menor
importância.Finalmente hoje, graçasasfelizes modificações por
que
tem passado estipar-te
da
therapeutica cirúrgica, esta questãonão merece
sertomada
em
tantacon-sideração. Effectivamente operigo
que
ha,na
operação clássicada
extracçãoem
retalho, denão
se fazer aexpulsãocompleta dasmassas
corticaes docriiítali1-no,
que
se occultamcm
parle atrásdo
iris etornam-se por sua presença muita vezes funestas ao resultado definitivoda operaçãoem
consequênciada
suaintu-mescência ulterior, não existe tanto no processo de de Graefe pela faciiidad
;
maior
quedá
á sabida dosrestos corticaes a larga aberturada
capsula, eda
pu-pilla, assim
como
a forma linear da secção.III.
É
permittidono
casode cataracta dupla e completa operarlogo ambos
os olhos"!
—
Não;
Io. porque só o resultado da primeira operaçãopoderáindicaraocirurgião
como
deverá proceder, se tiver de operar o segundo olho;2o pque
não se deve expor o paciente a perder de chôfre toda esperança de rec uCONSIDERAÇÕES
GERA
ESaccidentes independentes da operação, e determinados quer por
alguma
impru-dência dodoente, quer por faltasdas pessoas
que
o cercam.IV.
Dcvem-se
operarcm
qualquer idade as cataractas congénitas?—
Nos
casos de cataractas congénitas,oudesenvolvidas
em
tenra idadeconvém
nãoope-rar muito tarde, porque o
máo
estado da visão torna-se facilmente nesta idadeuma
causa de strabismo ede nystagmus.A
opinião do Dr. Giraldès (1) éque
se opere o mais cêdo possível, não
havendo
contra-indicações; « temporisar,dizelle, é dar ás complicações (nystagmus, strabismo, etc.)
tempo
deaugmen-tarem, eportanto
porem
obstáculoauma
acção ulterior. »Mackensie (2)
também
aconselhaque
se opere durante a infância, e antesdo
trabalho
da
dentição se for possível.«Se
sedemora
a operação a capsulator-na-seopaca e coriacea, e porconseguinte mais difficil de ser aberta;
acrescen-do que não
havendo
percepção, os olhosadquirem
o habitode rolarem nasor-bitas
sem
direcção determinada, de sorteque
ainda muitodepois de ter sidoa pupilla esclarecida pela operação, os esforços voluntários são insuficientes
para
porem
termo a estemovimento
irregular. » Antigamente esperava-se sobo pretexto de queo
menino
por sua indocilidade podia fazercom
que
falhassea operação;
mas
hojecom
os anesthesicos esta opiniãonão
sepode
sustentar.Todavia o Dr. Liebreick (3) diz
que
serábom, que
se espere atéuma
idade,em
que
sepossa contarcom
atranquillidade necessária depoisda operação.*
Antes de qualquer operação grave,
que
se tinha de praticar nosolhos, opa-ciente soílria antigamente
um
tratamento preparatório, deque
sejulgava,que
muito dependiao
bom
êxitoda operação;mas
hoje, anão
se apresentaremin-dicações especiaes, motivadas pelo estado geralde saúde, nos contentamos
com
a administração de
um
laxa ntena
véspera, ecom
a prescripção deuma
dietamuito
módica
no
diada
operação.Hoje geralmente se operao doente deitado;porque indubitavelmente esta
po-sição é a,
que
offerece maisfacilidade áexecução dos difierenlestempos da
o-peração, concorre a
uma
resolução mais completa dos músculos, tornamenos
(1) Leçonscliniquessurlcs maladies chirurgicalesdesenfants,
(2) Oh. cit.
CONSIDERAÇÕES
GERAES
13
fatigante o trabalho dos ajudantes, c presta mais confiança nos casos,
em
que
se julgarindispensável a intervenção dos anesthesicos(l).
Para que
oolho,que
tem de ser operado,seconserve suficientementeescla-recido, deve estar de frente a
uma
janella, cuja vidraça será cobertainferior-mente, afim de
que
os reflexos da^corneanão embaracem
o cirurgião.Nos
casos,que
necessitarem,que
sejam as pálpebras apartadas porum
aju-dante, este ficará atrás
ou
adianteda cabeça do doente,conforme
a posição,que
tomar
o operador; de sorteque
secolloquesempre
defrontedelle.O
apartamen-todas pálpebras
não
deve serexagerado, e toda pressão sobre o globo serácui-dadosamente
evitada.Os
instrumentosdevem
ser apresentados, ámedida que
se tornaremneces-sários; para
que
ocirurgião não seja obrigado a perder devista o olho, sobreque
opera, e cujosmovimentos
devem
seracompanhados
durantetodo o trabalho.Adherimos
á opinião daquelles,que
preferem operarsempre
com
amão
di-reita; porque por
maior
que
seja o exercício,que
sedôá
esquerda,nunca
cilase prestará
com
amesma
facilidade e segurançaque
adireita,mormente
quan-do
se tratarde operações tão delicadas,como
as,que
se praticamsobre oolho.Assim
ocirurgião ficaráem
frente do paciente,se tiver de operaroolhoesquer-do, eatrás, se o direito,
podendo tomar sempre
estaultima posição, se foram-bidcxtro.
Para
seempregar
oapartador
de molla, conservam-seosramos
aproxima-dos
com
os dedosou
previamente pormeio
do parafusode pressão, e depois deintroduzidos entre as pálpebrase o globo, principiando pela superior
emquan-too doente olha para baixo, e vice-versa, deixam-se afastar até ográode
aber-tura conveniente e aperta-se o parafuso. Estesinstrumentos
variam
de modelo;c preferimos os,
que
ficam para o lado nasal (2),por deixarlivre a regiãoex-terna, sobre a qual se apoia a
mão
que
trabalha.(1)
A
anesthesia na operação dacataractanos parece somente admissível nos casos,cm
que ao paciente falta absolutamentea energia indispensável para soffrera operação, enaquelles,
em
queuma
grandepressão intra-ocular exige a aboliçãocompleta das contrac-ções musculares; mas sempre comacondicção, deque aapplicação dos agentesanesthesi-cos (ether,chloroformioeprincipalmenteesteassociadoà injecçãohypodermica demorphina)
vá até produzir
uma
resolução muscular absoluta; porque osmovimentos tumultuosos edesregrados do corpo eda cabeça certamente sãomuito maisdesagradáveise perigosos, do
queaquellesque dirigea vontade.
14 CONSIDERAÇÕES
GERA
ESA
fixação doolho pratica-sepormeio
de pinças cspeciaes de molla ousem
ella, que
apanham
uma
dobralargadaconjunetiva,sem
penetrai-anem
rasgal-a,íobreeste ou aquelle ponto, conforme asdifferenles modificações
do
processoi i ratorio. Indicaremos, na descripção de cada processo,
em
que
actosope-itorios se tornam inconvenientes ou
mesmo
perigosos; por ora advertimos. ente, que ellas não
devem
exercer pressão,nem
tracção sobre oglo-o ocular;
mas
impedir apenas poruma
fixação tranquilla osmo-vimentos desordenados do olho, e conserval-o assim na posição
mais
fa-vorável.
O
cirurgião deve pegar nos instrumentos, desde o principio,do
modo
por-que
os tiver de empregar; paraque
evite, quanto for possível, todamudança
na
coliccaçãodosdedon durantea operação,cprincipalmente paraque não
des-vie aatteneão do acto operatório,
uma
vezque
o olho estiver fixo, e otraba-lho principiado.
Os
instrumentos serão levadosnadirecção requerida pelasim-plesflexão e extensão dos dedos,
que
omantém,
ficando apoiadosna
facedo
paciente o annular eo auricular, ou somente este, occullando-se o penúltimo
na palma
damãe.
Os
dedosque
fixão o cabo dos instrumentosdevem
estao mais perto possível da lamina, afim de
que
com
um
braço de alavanca muito longonão
seexponha
amovimentos
muito extensos.Terminada
a operação, applícam-se por alguns minutos sobre as pálpebras|fechadas compressas de agoa fria, para diminuir a sensação dolorosa,
que
re-sultado trabalho dos instrumentos. Feito isto, cobrem-se as pálpebras,
mode-radamente aproximadas, cora urapedacinho de
panno
de linho finodeforma
o-val, e sobre elle collocara-se pequenos
chumaços
muito delgados de fios, dedous centímetros de diâmetro ede formaoval
ou
redonda,começando
peloan-ilo internodo olho, onde aorbitaapresenta maiorcavidade, e pelagolteira
que
a o olho, até a alturada borda orbitaria.
C.íes appositos são mantidos por
uma
atadura (1)que comprehenda
ambos
os olhos,
formando
um
8
duplo,que
passandoem
voltada
testacubra
alterna-ivamente
um
e outro lado (2)O
gráo de constricçãoque
se deve dar a esta atadura, e otempo
em
que
de-ve ser conservadavariaconforme a exigênciado
caso e o processoempregado.
(1)
A
tiraque constitue estaatadura deve serdeflanella, quepela suaelasticidadeac-comoda-se perfeitamenteeproduz
uma
compressãobranda.(2) Veja paraaapplicação destaataduraaobra de Goffres.—Precisiconographiques de bandages, pansementset appareils. Pag. 36. fig. 3.
CONSIDERAÇÕES
ÓERAES
15
O
operado,em
roda do qual deve reinar o maior silencio, será conduzido paraum
quartopróximo
á sallada
operação, no qualnáo
haja amenor
clari-dade; e para isto a
cama
será guarnecida, e asjanellas cobertas de cortinas decôr escura,
porém
não
tantoque
fiquesem
ventilação.Convém
que acama
se-ja de
uma
altura talque
permitia ao doente levantar-sesem
esforço esem
quereceba o
menor
abalo;eque
estejacollocadademodo
que
permitia de todos oslados
uma
passagem
livre ás pessoasque tôem
de servir o doente, auxilial-onas suas precisões, e fazer os curativos necessários.
O
colchão teráuma
soli-dezsuficiente para
não
fundarcom
opeso do corpo, e os travesseiros serãoem
numero
tal que, postos convenientemente, permitiam que o doentetome
uma
posição mais ou
menos
elevada, conforme as exigências da occasião.O
exame
do olho se farácom
toda precaução,epormeio
da luzdeuma
ve-la,
que
se conservarásempre
ao lado do olho, afim deque
os raios luminososlhe
toquem
obliquamente.Para
supprir a falta do cristallino, é necessário, que as pessoas,que
lêemsoffrido a operação
da
cataracta, recorram a vidros bi-convexosou
plano-con-vexos, os quaes remediarão a diminuição do poderrefringente, e
da
faculdadede
accommodação;
mas
oaugmento da imagem,
que se representa na retina,depois de
uma
operaçãobem
succedida, é tão pequeno,que
os indivíduosnão
se
queixam
deverem
maioresos objectos,porém
somenteum
pouco maiscon-fusos, do
que
antes da sua enfermidade: assim o uso dos óculos temprincipal-mente
por fim corrigirafaltade poderseaccommodar
o olho ás diversasdistan-cias.
Tara que
o individuo podesse vêrdistinctamenleem
todas asdistancias, serianece?;ario quetivesse á sua disposição
um
numero
infinito de vidros dediffe-rentes gráos, o
que
setorna absolutamente impossível; por issoordinariamentebasta
que
tenha dous,um
deduas
pollegadas emeia
de focopara aspequenas
distancias, e outro de quatro e
meia
para as grandes.Os
vidros,que
a principiodevem
ser empregados, terão o foco mais longoque
for possível, porquecom
os progressosda
idade poderá ser necessáriore-correr aos defóco
mais
curto.Os
plano-convexos (meniscos)têem
avantagem
de
augmentar
ocampo
visual; os deformaoval pelopouco reflexo,que
produ-zem,
são preferíveis ás grandes lentes circulares; e, para que os óculos setor-nem
mais leves,devem
ser collocadosem
arosde tartaruga.perfeita-CONSIDERAÇÕES
GERA
ESJente na
mesma
distanciaque
antesdeser a pessoa accommettida de
catarão-a
Se
escolher outros defoco mais longo
ou
mais curto, reconhecerá que aodiante
nao
lhe satisfarão;porque osobjectos lhe parecerão mais longe ou
mais
perto, desorte que,para poder apreciar as disíancias,
será obrigadoa usar do.
que
tiverem fócomaiscurtooumaislongo.
Osvidrosde
focomuito longo(maisde quatro pollegadasemeia) farão
com
o andar dotempo
vôr mal,eobrigarão,
pa-ra vêrdistinctamente,aafastal-os
do olho
(uma ou
duaspollegadas), indicandoas-sim a necessidade delançar
mão
de vidros de foco mais curto,com
os quaesa
imagem
dosobjectos se iráformar
sobrearetina.Pelocontrario osde foco
de-masiadamente
curto farão vôr os objectos tãoaproximados
doolho, queseten-tando tocar-lhes, muitas
vezes a
mão
encontrará o olho.O
uso prematuro dos vidrosdecataracta
podem
produzirum
enfraqueci-mento
talda
visão,que
ellavenhaa tornar-se insuficienteatépara as
occupa-çõesque exigem
uma
vista medíocre; nãoconvém
portantopermiltiroemprego
destes óculos,
emquanlo
a visãofor melhorando. Se o operado usar logo devidros de cataracta, ficará
sem
duvida admirado de poderem
tão pouco tempocontinuar nas suas occupações ordinárias;
porém
depoissentirá que a vista lhe irádiminuindo;que
jánão
lheservirão osvidros, queaprincipio tanto lheagra-darão;
que
será necessárioprocurar outros mais convexos; e assim atéquene-nhum
encontre,com
que
vejatãobem como com
osprimeiros.Mas
se nãocome-çar a usar de óculos, senão muitos
mezes
depois,isto é,quando
o olhoestivercompletamente restabelecido
da
operação, eque se tiverhabituadocom
aperdado
crislallino; a vista continuará a melhorar, e,se o doente for jáum
pouco idoso,não
necessitará provavelmentemudar
de vidros.Os
indivíduos de30
a ;i0 annosserão obrigados a substituir os seus óculossomente aos
50
ou 60.O
Dr.Cusco
por seus estudosanatómicos e ophthalmoscopicos temdemons-trado,
que
com
a opacidade do cristallino coincide aausência do pigmentoem
uma
parte do segmento anterior da choroide. Nestascondições sendo ocristal-lino extraindo os raiosluminosos, reflectidos pela sclerotica, por sua
multiplici-(la,]t. impressionam dolorosamente a retina; assim
algumas pessoas operadas
dc cataracta, não podendo tolerar
uma
luzmais viva preferemos vidros
sim-ples aos bi-convexos,
que aggravam
o seo estado.Sabe-se
lambem
que a atrophia do segmento posteriorda
choroideacompa-nhai
do
amollecimentodo
corpo vitreo antesda
operaçãoou
depois deliaem
t^ueneladae*^
lecid0
augmenta
de volume,distende asclerolica, e tornamaior o diâmetro
DISCISSÃO I>A capsula
17
presbyta,
pode
adquerir depois a visãonormal
e por fim tornar-semyo-pe.
Portanto
sempre
que
depois deuma
operação decataracta ocampo
da
pu-pilla se apresentar limpo, e o operado não recuperar o gráo de visão,
que
devia esperar, examine-se
com
o ophthalmoscopio o estadoda
choroide, eaconselhem-se os vidros simplesde cor azul, se se encontrar falta do
pigmen-to, e mais ainda amolleeimento do corpo vítreo.
CAPITULO
IIO
numero
dos processos,que
até hoje seteem
empregado
para a operaçãoda
cataracta, nos parecendo demasiado, apenas trataremos dosque
julgamos,que
devem
ser conservados, paraque não
fique inutilmente sobrecarregada estaparte
da
ophthalmologia, e não se lhe tire o gráo de certeza,que
lhetem dado
os progressos
da
seieneia.A
discissão, a extracçãoem
retalho clássica, e aex-tracção linear peripherica
podendo
ser applicadas a toda espécie de cataracta,constituirão a parle essencialdesta these;
na
historia,que
aterminará,achar-se-ha
ludo o mais,que
só paramemoria cumpre
mencionar.§ I
Discissão
da
capsula
Por
estemethodo
propõo-sc incisar a capsula anterior do cristallino, e pôr asubstancia
da
cataractaem
contactocom
ohumor
aquoso, afim deque
amolle-cida torne-se apta a ser absorvida.
O
tempo
necessário, paraque
esta absorpção se effeitue, oscilla entrealgu-mas
semanas
á muitos mezes, conforme a idadedo operado, o gráo decon-sistência
da
cataracta, e a quantidade dohumor
aquoso,que
penetrana massa
do cristallino.
A
entrada dohumor
aquoso no interiorda
cataractaproduz
um
augmento
devolume
em
relaçãocom
a sua consistência, ecom
aextensãoda
abertura capsular.
18 DI9CISSA0
DA
CAPSULAiris
não
é possível prevêr atéque
ponto pôde chegar oaugmento,
recebendo ohumor
aquoso,sem
comprometter o órgão visual, esem
obviar os perigos deuma
pressão subta eexagerada sobre oiris. Ossignaes,que
nosfazem
reconhe-cer a consistência
da
cataracla, foramjá expostos; o gráo de irritabilidade doiris pôde ser mais ou
menos
revelado pelo effeiloda
atropinasobre a pupilla (deGraefe). Effecti
vãmente
uma
dilatação pupillar rápida e persistente nos levaa admittir,
que
o iris supportará as consequênciasda
operação.Se acataracta fôr muito molle e o iris pouco irritável,
como
nos meninos,póde-se abrir largamente a capsula;
do
contrariocumpre
cingir-se,na
extensãodadiscissão, ás circumstancias indicadas.
Nos
casos mais desfavoráveis épru-dente praticar
uma
simples punctura, e repetira operação, se suspender-se otrabalho de absorpção. Antes
commettera
faltadepraticaruma
aberturamenor
do que maior.
Operando-sca cataracla zonular, será
bom
principiar poruma
incisãopeque-na;porque a
massa
ainda transparenteé susceptível,em
contactocom
ohumor
aquoso, de
augmentar
muito e rapidamente de volume.Para
praticar a discissão da capsula basta ter á disposiçãouma
agulha
deBowman
(1) euma
pinçade fixar (2).À
agulha deve teruma
forma tal,que
por seo collo feche completamente a ferida, afim de
que impeça
a sahidado
humor
aquoso; eque
pelamudança
rápida de grossuraque
apresenta a suahaste se
opponha
a que penetre além deste ponto.A
discissão requeruma
dilatação da pupilla; assimconvém
que
se intillemno
olho por differentes vezesalgumas
gottas deuma
solução forte de sulfatoneutro de atropina
não
só na véspera,como
algumas
horas antesda
operação.A
anesthesia, indispensávelquando
o paciente éum
menino, é muito utilmesmo
no adulto.«Em
quanto, diz oDr.Wecker
(3)na
operaçãoda
catarac-la porextracção
em
retalho a necessidade dos anesthesicospode
ser contestadacertamente não sepoderá fazer objecção grave ao
emprego
de tão preciosocoadjuvante
em
qualquer outro processo operatório. »(1)
O
Dr. Galezovski usa deuma
agulha, quetem a forma deum
pequeno bisturimuitopontudo, (Traitédes maladies des yeux).
(2) Pôdeacerescentar-se
um
blepharostatouapartador das pálpebras. (3) Traitéthéorique etpratique des maladies des yeux.WÈSCISSÂO DA
CAPSULA
!O
enfermo deitado, a cabeçana
ímmobilidade, as pálpebras apartadas, ooiho fixo, o cirurgião idianfe (se opera o olho esquerdo) co o a agulha
na
mão
direita penetra quasi perpendicularmente o quarto inferior e exierno dà córnea
em
um
ponto correspondente á borda da pupilla dilatada, ou omoio
do raioque
o divideem
duas parles iguaes.A
agulha deve sercolfócáda demodo, que
o corte fique
um
pouco inclinado para a superfície da córnea, e o plano nadi-recção do raio
que
atravessa.Logo
que
a sensação deuma
resistência vencida indicaque
a parte cortanteda
agulha está nacamará
anterior, o operador abaixa o cabo, dirigindo apontapara a parte superior do
campo
da pupilla dilatada, e praticana
capsulauma
simples incisão longitudinal, cuja extensão devevariar segundo a rapidez
pro-vávelda absorpção,
ou
segundoográo
do imbibição e de intumescência,que
sedeseja provocar na
massa
do crislallino.Quando
se abaixa a ponta da agulha,aproximando-a
do ponto de immergencia se retiraum
poucO da ferida o collodo instrumento; porque basta incisar a cristalloide segundo a convexidade de
sua face anterior,
sem que
peneire profundamente a substanciada
lente.Sendo que convenha
não passar desta simples incisão, fica a operaçãoter-minada; retira-se a agulha, na
mesma
direcçãoem
que
entrou, deixa-se o olholivre tirando-sea pinça queo fixava e o apartador das pálpebras, (se tiver sido
preferido aos dedos de
um
ajudante) e deixam-se cahir estes véosmembrano-sos.
Porém
se sejulga insuficiente a incisão simples,muda-se
a direcçãoda
agulha, dando-se-lhe
um
movimento
de rotação, de sorteque
osdous
cortescorrespondam
aos ângulos do olho; assim leva-se a ponta para a borda internada pupilla, e pratica-se
uma
incisão transversal,que
cruza a primeira,não
es-quecendo sempre
neste acto ir retirandoum
pon^o a agulha da ferida. Nestasincisões cruciaes deve haver muita circumspe°ção; ellasnão
devem
serexecuta-das, senão depois de
uma
ou
muitas discissõesjá praticadas; equando
grandeparteda
massa
do cristallino leni sidojá absorvida: tanto mais porque aintu-mescência do cristallino 6 muitas vezes só porsi sufficienle, para
augmentar
aabertura, e permittir
que
o núcleo passe para acamará
anterior.Se se julgarindispensável repetir-sea operação, faça-se
somente quando
ti-ver completamente desapparecido a injecção peri-keraiica,
que
ordinariamenteaccompanha
a absorpção damassa
do cristallino;quando
pela illuminaçãolate-ral, se tiver verificado
que
jánão
existem na superfícieda
lente frocos demas-sas opacas; e quando,depois deste
exame,
houver motivos para suppAr-sc,que
a abertura capsular temsido obstruídapor
uma
substancia vitrosa. Se,em
20
ACC.lDENTES
volume, póde-se penetrar mais
ousadamente
com
o corte da agulha a própria substanciado cristallino.O
operador devesempre
evitar exercercom
o colloda
agulhauma
pressão exagerada sobre a ferida da córnea,que
setornarásempre
o centroda
rotaçãode todos os
movimentos
do instrumento.Nos
meninos de muito pouca idade, o cristallino sendo absorvido de6
a10
semanas,
uma
só operaçãopode
ser sufficiente; eem
consequênciada
pouca
irritabilidade do iris nesta idade póde-se dar
uma
extensão considerável aferi-da
capsular.Nos
adultos,porém,em
que
se deve praticar a operaçãocom
mui-tasprecauções, é necessário repetil-a muitasvezes;e sódepois de
mezes acura
se poderá effectuar.
Terminada
a operação, applica-seem
ambos
os olhos a ataduracompressi-va, depois de instillar-se no,
que
foi operado,uma
gottada
solução deatropi-na. Decorridas as primeiras
24
horas, durante as quaeso doente deveconser-var-se deitadoe
ém
um
quarto escuro, substitue-se a atadura porum
pedaço
deseda escura fixa
em
roda da testa e fluctuante adiante do olho, einstillam-sealgumas
gottas deuma
solução de atropina, cujoemprego
deveser continuado,emquanto
durar o trabalho de absorpção, afim deque
o iris,que
naturalmentetende a voltar á sua posiçãonormal,
não
fiqueexposto auma
pressão perigosado
cristallinointumescido.Cumpre
que
haja muita prudência no usoda
atropinanos meninos, para que não sobrevenha
uma
intoxicação.Se
fôr amarcha
da cura regular, depois de alguns dias o doentepassa-rá a conservar os olhos protegidos
com
vidros azues.Accldentes
A
irite, que quasisempre
é occasionada pela presença de frocosprove-nientes da cataracta, ou pela pressão exagerada
do
cristallinoaugmentado de
volume, se denuncia por dores
no
olho ouem
tornoda
orbita eno
ladocorrespondente da cabeça, assim
como
poruma
injecção peri-keratica, pelafurvação do
humor
aquoso, pelamudança
de côrdo
iris, e pela estreitezada
pupilla.
Quando
aapplicaçãoda
atropina fôr insuficiente para subtrahirrapida-mente
o iris, pela dilatação da pupilla, á pressãodo
cristallino, debalde seempregará
contra ainflammação
destamembrana
o tratamento habitual,que
consiste
em
emissões sanguíneas nas têmporas, eno
uso dapomada
mer
inci-XCCID ENTES
21
são linear
com
irideclomia, é o meio, de que convirá lançarmão
imme-diatamente, afim de livrar o enfermo de dores violentas e de nãodeixar
ex-posto o olho aos maiores perigos.
A
irite,que
é consecutiva ao contacto de grande quantidade dasubstan-cia do cristallino
ou
do núcleoda
cataracta,que
passa ácamará
anterior,não
é tão intensa,como
no caso de pressão do cristallinosob*
o iris, ese
não
cede a applicação da atropina, é urgente evacuar do olho amassa
do
cristallino poruma
paracentése praticada na parte inferior da córnea,ou
extrahir o núcleo; assim só por si, ou
com
o auxilio dos meios ordináriosdesapparecerá a inílammação.
Quando
se previr,que
grande parle da substancia do cristallino, molleou
liquida, possa cahir
imediatamente
nacamará
anterior(mormente
se aida-de
do
paciente se opposer á extracçãolinear), de Graefeaconselha,que
adis-cissão seja feita
com
uma
agulha mais larga, doque
aque
seemprega
ha-bitualmente. Este instrumento penetra obliquamente pela córnea atéa
cama-rá anterior
com
os cortes dirigidos pari os ângulos do olho, e, lermina-se aoperação, antes
que
se perca ohumor
aquoso, cuja evacuação, seguida decerta quantidade
da
cataracta liquida, só se effectua pelaferida abertame-diante a pressão
moderada,
que a agulha,ao
sahir, exerce sobre o lábioin-ferior.
Se
apezar disto restar grande parteda
substancia da cataracta, espere-se a reproducçãodo
humor
aquoso, ecom
ostylete deAnnel
apartem-se os lá-biosda
incisão; assim sahirá a parte mais liquida, e alguns frocosgelatino-sos
que tenham
ficado serão confiados á absorpção.A
irritação, emesmo
a infiltraçãoda
córnea no logarda
punctura, éum
accidenteque
também
ás vezes sobrevêm; e, postoque raramente,pode
occorrer
em
consequência de perturbações gravesda
saúde geral,da
falta deaceiodos instrumentos
ou
deum
excessode pressãoda
agulha sobre os lábiosda
ferida.Durante
a operaçãonão ha que
temer accidente algum,com
tantoque não
sejaella
emprehendida
sem
uma
grandedilataçãoda
pupilla, e se conserve aagulha constantemente
um
millimetroou
millimetro e meio distanteda borda
pupillar.
Com
estasprecauçõesnão
ê possivelque
o iris seja lesado,nem
des-pegado
das suas inserções.Em
todo caso é indispensáveloemprego
prolongado deuma
ataduraDISCISSÃO
COMBINADA
COM A IRIDECTOMlA>iseis*ào coniliíiaatla
€OUi a
irirtoclosnla
k
applieação desta modificarão Lego particularmente por fim restringiro
numero
dos pontos de coactaçto damassa
do cristallinointumescidacom
oiris; e prevenir a reducção da extensão do
campo
pupillar, resultadoda
suacontracção proveniente da irritação desta
membrana.
Demais, pelairidec-tomia diminuem-se muito os perigos das complicações glauoofloatosas,
que
pôde occasionar
uma
imbibição eum
augmento
devolume
muito rápidoda cataracta,
mormente
se o paciente já se acha na idade,em
que
a scle-roiica tendo perdido a sua elasticidade concorre paraum
excesso de tensãoinlra-ocular e copseguintemente para a compressão funesta dos nervos
intrín-secos do olho.
.
Uma
larga secção do iris deve ser praticada tres a quatrosemanas
antesda
primeira discissão, e chegar até a borda adherente desta
membrana.
Importa
muito
que
o iris sejacortado rentecom
a incisãoda
sclerotica, afim deque
seeviteo seo encravamentoe a prolongação
da
irritação da ferida já tãopredis-posta pelo trabalhode absorpeão
da massa do
cristallino.A
pupilla artificialdeve serde preferencia feitaem
cima: assim ocoloboma
do iris será suflicientemente disfarçado pelo
abaixamento da
pálpebrasupe-rior. „..
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Quanto
aomodo,
porque se deve praticar a discissão,nada
se tem deacres-centar ao que fica dito.
Somente
não esqueça,que
convém
nas primeirasope-rações não abrir a cristalloidesenão
na
partesuperior,isto é,no
campo
da nova
pupilla; afim de
moderar
aquéda
dosfrocosda
cataractana
camará
anterior, ede regularisar a
marcha da
absorpção. Depoisque grande
parteda
substanciado cristallino tiver desapparecido, póde-se
em
tanto inconveniente, abrir acap-sula
em
maiorextensão, até a borda inferior da pupilla dilatada.Acontece
algumas
vezes,que
pessoas affcladasde cataracta jánão
sepodem
servirdos olhos, eainda ellanão tem chegado
á sua maturescencia;e peloaspec-to particular,
que
apresenta a opacidade,bem
como
pela observaçãoda
suamarcha
anterior, se prevê,que
muitotempo tem
de decorrer, antesque
ella setorne completa. Nestecaso o cirurgião se vê
na
collisãoou
de praticaraextrac-ção