• Nenhum resultado encontrado

MEMÓRIAS DO ESPORTE NO CINEMA: SUA PRESENÇA EM LONGA-METRAGENS BRASILEIROS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "MEMÓRIAS DO ESPORTE NO CINEMA: SUA PRESENÇA EM LONGA-METRAGENS BRASILEIROS"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

MEMÓRIAS DO ESPORTE NO CINEMA:

SUA PRESENÇA EM LONGA-METRAGENS

BRASILEIROS

1

Dr. VICTOR ANDRADE DE MELO

Universidade Federal do Rio de Janeiro E-mail: victor@marlin.com.br

RESUMO

No decorrer do século XX, muitas foram as relações entre esporte e cinema. Como terá isso ocorrido no Brasil? Este artigo tem por objetivo apresentar os resultados relati-vos ao levantamento de longa-metragens brasileiros, produzidos entre os anos de 1908 e 2002, que, de alguma forma, retrataram o esporte. Foi identificado que entre 3.416 filmes produzidos, 134 tocam na questão do esporte, sendo que em 54 deles o esporte é o tema central ou ocupa lugar de grande importância, em 41 ocupa um relativo espa-ço e em 37 é somente citado. A realização deste estudo pretende cobrir uma importan-te lacuna no que se refere tanto a uma melhor compreensão do esporimportan-te quanto do cinema nacional, a partir do desvendar das relações estabelecidas entre ambos. Além disso, este estudo se insere em um esforço de colaboração com o resgate e a preserva-ção da memória nacional, tanto cinematográfica, quanto esportiva.

PALAVRAS-CHAVES: Cinema; história do esporte.

1. Este artigo contém os primeiros resultados da pesquisa Representações do esporte no cinema brasileiro, que está sendo desenvolvida no Programa de Pós-Doutorado em Estudos Culturais do Programa Avançado de Cultura Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

(2)

INTRODUÇÃO

Em 1999, Marcelo Masagão lançou o filme Nós que aqui estamos por vós es-peramos, onde procurou, com base em recortes biográficos (reais e ficcionais), tra-çar uma síntese do século XX. Em uma de suas seqüências mais belas e poéticas, compara o movimento das pernas de Garrincha, ao driblar seus adversários, com o famoso bailado de Fred Astaire em uma de suas performances cinematográficas. Não parece exagerado afirmar que o cineasta, de alguma forma, compara a paixão e o fas-cínio causados por dois expoentes de manifestações culturais de grande importân-cia no século passado: o cinema e o esporte.

Cinema e esporte estão entre as linguagens mais difundidas e acessadas no decorrer do século XX, não só nos seus espaços específicos (as salas de projeção e os estádios), como também em função da ação dos meios de comunicação em geral. Em todas as redes de televisão podemos identificar uma farta programação de filmes e uma grande oferta de programas esportivos. É difícil encontrar algum jornal ou revista de grande circulação que não possua sessões específicas dedicadas tanto ao cinema quanto ao esporte. Vale lembrar também o espaço que os grandes eventos mundiais de ambos ocupam na mídia, notadamente os jogos olímpicos e as copas do mundo de futebol, que geram os maiores índices de audiência mundial, e os festivais de cinema, destacadamente a entrega anual do Oscar (premiação con-cedida pela Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood).

Como bem afirma Ruiz: “El deporte y el cine son las dos principales ofertas de ocio del siglo XX y constituyen hoy los principales contenidos – en tiempo de emisíon y audiencias alcanzadas – de la industria audiovisual en el mundo entero” (2002, p. 3)2.

Haveria maiores relações entre o esporte e o cinema como manifestações culturais tão importantes e influentes no decorrer do século XX? Mais do que a princípio um olhar apressado poderia nos fazer supor.

ESPORTE E CINEMA: RELAÇÕES

Para começar devemos destacar o fato de que ambos, mesmo possuindo raízes anteriores, são fenômenos típicos da modernidade, se organizando a partir das mudanças culturais, sociais e econômicas observáveis desde o fim do século

2. “O esporte e o cinema são as duas principais fontes de lazer do século, e hoje, os principais conteú-dos – em tempo de transmissão e audiência alcançada –, da indústria audiovisual no mundo inteiro” (Ruiz, 2002, p. 3).

(3)

XVIII e no decorrer do século XIX3. Não por acaso, o cinema (1895) e os Jogos

Olímpicos (1896) surgiram na mesma época e no mesmo lugar: na França, país-chave para entender um novo estilo de vida que estava sendo gestado.

Esporte e cinema desenvolvem-se sob a égide de uma sociedade que crescentemente valorizava as vivências de diversão (ao mesmo tempo em que o trabalho ocupava espaço central na consolidação dos imaginários modernos), sen-do fundamentais para compreender o desenvolvimento precoce de uma indústria do lazer e do entretenimento (cf. Charney; Shartz, 2001).

Ambos constituem-se como poderosas representações de valores e desejos que permeiam o imaginário do século XX: a superação de limites, o extremo de determinadas situações, a valorização da tecnologia, a consolidação de identidades nacionais, a busca de uma emoção controlada, o exaltar de um certo conceito de beleza. Tudo isso esteve constantemente presente nos filmes e nas competições organizadas.

As palavras de Ruiz bem resumem as confluências entre o esporte e o cinema:

El deportista seduce la imaginacion de las sociedades modernas – cuya máxima expresión es el Cine – porque proporciona una versión actualizada del héroe clásico, capaz de suplantar al caballero medieval, al héroe bélico e incluson al incontrolable aventurero moderno, reconvertido y civilizado, acotándole un campo de riesgo controlado. Si el Cine es la transfiguración tecnológica moderna de las artes plásticas clásicas – la Escultura, la Pintura – y es capaz de integrar casi todas la demás, el Deporte es el más plástico (y por lo tanto cinemático) de los juegos/inventos sociales del hombre contemporáneo [...]. Y, al tiempo – como sabe bien la fórmula Hollywood, el Cine tiene que emocionar y divertir. Pues bien, nada en el mundo se mueve tanto, emociona tanto y divierte tanto (a millones) como el Deporte. Excepto el Cine. Los dos, Cine y Deporte, aunque capaces también de alienarnos y volvernos contra nostros mismos, como toda actividad que se desnaturaliza, son el mejor ejercicio, imaginário y real, respectivamente, que hemos inventado para encontrar y ampliar nuestra propia medida humana (2002, p. 4)4.

3. Sobre as raízes históricas do esporte moderno, consultar Bourdieu (1983). Sobre as raízes históri-cas do cinema, consultar Bullara; Monteiro (1991).

4. O esportista seduz a imaginação das sociedades modernas – cuja expressão máxima é o Cinema – porque proporciona a ela uma versão atualizada do herói clássico, capaz de superar o cavaleiro medieval, o herói armado e inclusive o incontrolável aventureiro, convertido e civilizado, delimitando a ele, um campo de risco programado. Se por um lado o Cinema é a transfiguração tecnológica moderna das artes plásticas clássicas – Escultura e Pintura – e é capaz de integrar quase todas as demais coisas, por outro, o Esporte é o mais artístico (e portanto cinematográfico) dos jogos/inventos sociais do homem contempo-râneo [...]. E não é de hoje – como se bem sabe, que na fórmula de Hollywood, o Cinema deve emocionar e divertir. Pois bem, nada no mundo se move, emociona e diverte tanto (a milhões) como o Esporte. Exceto o Cinema. Os dois, Cinema e Esporte – ainda que sejam capazes também de nos alienar e voltarem-se contra nós mesmos, como toda atividade que deixa de ser natural –, ainda são o melhor exercício, imaginário e real, respectivamente, que inventamos para encontar e ampliar nossa própria existência humana (Ruiz, 2002, p. 4).

(4)

O autor nos leva a lembrar que o aspecto plástico do esporte já chamou a atenção de muitos artistas, das mais diferentes linguagens. O esporte já foi tema para artistas plásticos (como Rubem Gerschman e Cândido Portinari), literatos (Machado de Assis, Arthur Azevedo e Carlos Drummond de Andrade), músicos (Noel Rosa, Geraldo Pereira, Chico Buarque e Pixinguinha) e cineastas (Glauber Rocha e Joaquim Pedro de Andrade), assunto específico de nossa investigação.

Enfim, esporte e cinema ao mesmo tempo que expressam representações, princípios, sentidos e significados constantes no século XX, também foram funda-mentais na consolidação desses5.

Não é surpreendente, com tantas semelhanças, que exista uma forte e lon-gínqua relação entre esporte e cinema. Desde muito precocemente filmes busca-ram retratar e resgatar as emoções desencadeadas pelas competições esportivas. E, em certo sentido, o mundo esportivo utilizou essas imagens para se consolidar e ressaltar suas potencialidades.

O uso de imagens, em muitos casos, faz parte diretamente das especificida-des de algumas práticas esportivas, em relação as quais podemos especificida-destacar especificida-desde a questão das preocupações denotadamente estéticas de algumas modalidades (como é o caso da ginástica artística, da ginástica rítmica desportiva, da patinação artística, do nado sincronizado, entre outras)6, até a utilização de recursos audiovisuais para

sanar dúvidas relativas aos resultados.

ESPORTE E CINEMA NO MUNDO

Desde os primórdios do cinema, ainda quando as preocupações documen-tais superavam as ficcionais, o esporte já era retratado, sendo até mesmo importan-te no desenvolvimento técnico animportan-terior ao surgimento do cinema. É conhecida a influência de estudiosos franceses do esporte e da atividade física, interessados em captar da melhor forma possível os movimentos humanos, nos momentos que antecederam à invenção das primeiras máquinas de filmar pelos irmãos Lumieré7.

Georges Méliès, um dos pioneiros da ficção e da narrativa cinematográfica, tam-bém incorporou o esporte em alguns de seus breves filmes.

5. Para maiores informações, consultar Costa (1989), Hennebelle (1978), Vanoye e Goliot-Lété (1994). 6. Vale dizer que alguns autores consideram que, em função de deslocamentos conceituais contem-porâneos, o esporte pode ser visto como uma forma de arte. Para maiores informações, consultar Welsch (2001).

7. Existem alguns bons documentários franceses sobre tal fato, entre eles: Pré-história do cinema e Georges Demeny e as origens “esportivas” do cinema.

(5)

No decorrer dessa longa relação, podemos identificar atores que também eram atletas e participavam de competições esportivas (como Robert Redford e Gene Hackman), atores representando papéis de atletas, técnicos e/ou dirigentes (Alain Delon, Robert De Niro e Gary Cooper), atletas que se tornaram atores (John Weissmuller) ou representaram papéis em determinados filmes (Alfredo Di Stefano e Pelé). E muitos foram os cineastas que incorporaram o esporte em suas produções.

Estima-se que mundialmente cerca de 4.000 filmes já tenham sido produzi-dos dedicaproduzi-dos ao esporte, alguns ocupando espaço importante na história cinema-tográfica (Ruiz, 2002). Podemos exemplificar com Olympia, dirigido por Leni Riefenstahl, por encomenda de Adolf Hitler, um documentário sobre os Jogos Olím-picos de 1936 (Berlim).

Tal filme desencadeou debates das mais diversas naturezas, indo desde a questão política do envolvimento de cinema e esporte com determinados regimes totalitários, passando pelas questões éticas do papel dos cineastas no forjar de re-presentações, chegando também às dimensões estéticas, pois Leni teve que criar mecanismos técnicos para permitir captar em toda a plenitude os gestos esportivos, bem como inovou nos planos inusitados.

Ruiz (2002) estima que tenhamos cerca de 40 a 60 longa-metragens produ-zidos por ano tendo o esporte como tema central ou de grande importância. Isso sem falar na enorme produção documental para a televisão, que muitas vezes che-ga em película aos cinemas.

AS CARACTERÍSTICAS DE UM ESTUDO

Tendo em vista esse conjunto preliminar de reflexões, tenho desenvolvido um estudo que tem por objetivos:

a) identificar na cinematografia brasileira, entre os anos de 1908 e 2002, os filmes que, de alguma forma, retrataram o esporte;

b) identificar as representações de esporte nos longa-metragens brasileiros.

Neste artigo, pretendo especificamente apresentar os resultados relativos ao primeiro objetivo: o levantamento de filmes brasileiros que tematizaram o es-porte, já apresentando um esforço de categorização, fundamental para os desdo-bramentos que permitirão o alcance do objetivo seguinte.

A realização deste estudo pretende cobrir uma importante lacuna no que se refere tanto à melhor compreensão do esporte, quanto do cinema nacional, a

(6)

par-tir do desvendar das relações estabelecidas entre ambos. Vale destacar que estudos dessa natureza ainda são raros, tanto na realidade nacional, quanto internacional. Bem afirma Ruiz:

Con todo, apesar de esta coincidencia en la captación de la atención de la gente, y del persistente interés temático del Cine por el Deporte, estos dos “mundos” – sus pro-fesionales creadores y sus clientelas sociales habituales – permanecem bastante alejados el uno del outro [...] La razón estriba, como en tantos otras ocasiones, en el desencuentro de los intereses y sensibilidades culturales de los protagonistas activos o pasivos. Los del Cine tienden a ser más minoritarios y selectos, los del deporte mayoritarios y populares (2002, p. 2)8.

Devemos abordar as relações entre manifestações culturais de tamanha im-portância para melhor entendermos o século XX e a contemporaneidade. Para os interessados pelo esporte, é uma oportunidade de encarar o objeto a partir de outras perspectivas, de outras percepções, aproximando-se de sua consideração na qualidade de importante fenômeno cultural. Para os interessados por cinema, significa ampliar ainda mais as compreensões acerca da influência e das peculiarida-des peculiarida-dessa magnífica linguagem.

Além disso, este estudo se insere em um esforço de colaboração com o res-gate e a preservação da memória nacional, tanto cinematográfica quanto esportiva.

ESPORTE E CINEMA NO BRASIL: RESULTADOS

No Brasil, podemos encontrar similaridades com o contexto mundial. Quando o cinema chega ao país, no Rio de Janeiro de 1896 a1897, encontramos um qua-dro similar de preocupações com a urbanização e de busca do espaço público como forma de lazer (Needell, 1993). Naquele momento, o esporte já havia se organizado e já era reconhecido pela população como uma das principais formas de diversão (Melo, 2001a).

Um levantamento das sinopses de longa-metragens brasileiros, realizado ten-do como base o trabalho de Silva Neto (2002), permitiu identificar que entre 3.416 filmes, produzidos entre os anos de 1908 e 2002, 134 tocam na questão do espor-te, sendo que em 54 deles é o tema central ou ocupa lugar de grande importância,

8. Contudo, apesar desta coincidência na conquista das pessoas, e do persistente interesse do Cinema pelo Esporte, estes dois “mundos” – seus profissionais criadores e suas clientelas sociais habituais – per-manecem bem distantes um do outro [...] A razão se apoia como em tantas outras ocasiões, no desencontro dos interesses e preferências culturais dos protagonistas ativos e passivos. Os do Cine-ma tendem a ser minoritários e seletos, os do Esporte, Cine-majoritários e populares (Ruiz, 2002, p. 2).

(7)

em 41 ocupa um relativo espaço e em 37 é somente citado, não sendo o tema central9.

Entre tais películas, não surpreendentemente 78 são dedicadas ao futebol, es-porte de maior popularidade no Brasil. Destacam-se também o surfe (8), o automo-bilismo (8) e o turfe (8). Também foram retratados o atletismo, o boxe, a capoeira, o judô, a natação, o remo, o rodeio, o tênis, entre outros.

Os estilos dos filmes são os mais variados: documentários, dramas, aventura, comédia, desenho animado e até filmes de sexo explícito. Entre os cineastas, alguns podem ser destacados10:

* Antônio Calmon

Começou a participar da produção de filmes na década de 1960, sendo assistente de Glauber Rocha (Terra em transe), Gustavo Dahl (O bravo guerreiro) e Júlio Bressane (Cara a cara). Também roteirista (entre outros, de O quatrilho, de Bruno Barreto), hoje é mais conhecido como autor de novelas. No fim da década de 1970 e no início da década de 1980, dirigiu três filmes sobre a juventude carioca, nos quais o surfe ganhava destaque: Nos Embalos de Ipanema (1978), Menino do Rio (1981) e Garota dourada (1983).

* Antônio Carlos Fontoura

Ex-crítico de cinema, seu filme mais premiado foi A rainha diaba (1971). Recentemente fez um filme tendo o jogador Zico como personagem central (Uma Aventura de Zico, 1998).

* Eduardo Escorel

Um dos montadores preferidos do Cinema Novo (Terra em transe e Macunaíma), dirigiu em 1974, com Luiz Carlos Barreto, um dos mais conhecidos documentários sobre Pelé (Isto é Pelé).

* Oswaldo Caldeira

Professor da UFRJ, dirigiu na década de 1970 três documentários relaciona-dos ao futebol: Futebol total (1974), no qual procurou discutir a paixão pelo

espor-9. Existem dúvidas no que se refere a dois filmes. A lista completa dos filmes pode ser encontrada na página do projeto Memórias do Esporte no Cinema Brasileiro – representações. Disponível em: <http://www.ceme.eefd.ufrj.br/cinema>.

10. As informações sobre os cineastas foram obtidas nos livros de Silva Neto (2002), Ewald Filho (2002) e Ramos e Miranda (2000).

(8)

te, mesmo depois da derrota na Copa do Mundo da Alemanha; Passe livre (1974), no qual insiste na discussão sobre a paixão no futebol baseado na história de vida de Afonsinho, notório jogador; e Bom de bola 78 (1978), no qual narra os preparati-vos para a Copa do Mundo da Argentina.

* Roberto Farias

Assistente de direção nos estúdios Atlântida, também esteve envolvido com o Cinema Novo. Dirigiu um documentário sobre Emerson Fittipaldi (O fabuloso Fittipaldi, 1973) e um filme de Roberto Carlos no qual o automobilismo ocupa lugar central (Roberto Carlos a 300km por hora, 1971). Também foi o diretor de Prá frente Brasil (1984), um filme político que traça paralelos entre a Copa do Mundo de 1970 e a tortura no tempo da ditadura.

* Ugo Giorgetti

Sua estréia como diretor foi no documentário Quebrando a cara (1977), sobre o boxeador Éder Jofre. Recentemente dirigiu Boleiros: era uma vez o futebol (1998), sobre memórias de ex-jogadores e árbitros de futebol.

* Anselmo Duarte

Um dos personagens mais importantes do cinema brasileiro, foi galã nos filmes da Atlântida e da Vera Cruz. O segundo filme que dirigiu (Pagador de pro-messas) foi premiado com a Palma de Ouro em Cannes, concorrendo com Buñuel (O anjo exterminador), Antonioni (Eclipse) e Bresson (Joanna D’Arc). Seu último filme (Os trombadinhas, 1980) teve a participação ativa de um personagem que é jogador de futebol, representado por Pelé.

* David Neves

Um dos fundadores do Cinema Novo, teve uma longa obra dedicada ao Rio de Janeiro. Em 1980, filmou Flamengo paixão, um documentário sobre o envolvi-mento de torcedores com o clube.

* Paulo César Saraceni

Também ligado ao Cinema Novo, ainda é diretor ativo e recentemente con-cluiu Garrincha (2002), um documentário sobre o jogador.

* Glauber Rocha

Um dos maiores cineastas brasileiros, respeitado mundialmente por sua ori-ginalidade, e uma das cabeças pensantes do Cinema Novo. Não fez um filme

(9)

espe-cífico sobre o esporte, mas no documentário História do Brasil termina com “um diálogo-off entre brasileiros e uma metáfora esportivo-operística entre Pelé e Villa-Lobos” (Silva Neto, 2002, p. 402).

* Joaquim Pedro de Andrade

Um dos mais importantes cineastas brasileiros, fez o documentário Garrincha, alegria do povo (1962), o primeiro filme nacional sobre um esportista, uma das pri-meiras aproximações do Cinema Novo com o futebol.

Devemos entender esse filme no contexto do movimento cinematográfico do Cinema Novo. Segundo Gomes:

Apesar de ter escapado tão pouco ao seu círculo, a significação do Cinema Novo foi imensa: refletiu e criou uma imagem visual e sonora, contínua e coerente, da maioria absoluta do povo brasileiro [...] Tomado em conjunto, o Cinema Novo monta um univer-so uno e mítico integrado por sertão, favela, subúrbio, vilarejos do interior ou da praia, gafieira e estádio de futebol (Gomes, 1996, p. 106).

Xavier situa esse filme entre aqueles nos quais o Cinema Novo foi ambíguo na sua relação com as formas de construção do caráter nacional:

Havia, de um lado, a idéia de que certas práticas tipicamente nacionais eram formas de alienação; de outro, havia certo zelo por estas mesmas práticas culturais que derivava de uma vivência direta destes traços de cultura e, por outro lado, da falta de confiança no processo de modernização técnico-econômica que ocorria (Xavier, 2001, p. 21).

Entre os outros filmes destacados por Xavier nesse contexto, encontra-se A falecida (Leon Hirszman, 1964), no qual o futebol também é diretamente citado, na medida em que um dos personagens principais é fanático pelo esporte.

Ao estudar as relações entre o esporte e o cinema nacional, não podemos prescindir de compreender a trajetória dos cineastas, nem tampouco o momento da cinematografia no qual a obra foi realizada, bem como seu diálogo com o movi-mento social e político nacional.

Pelo levantamento realizado, o primeiro filme brasileiro no qual o esporte é tratado com importância foi uma produção paulista: Vício e beleza (1926), dirigido por Antônio Tibiriça. Naquele momento houve uma retomada do cinema nacio-nal, inclusive com a diversificação de pólos produtores para além de Rio de Janeiro e São Paulo, momento em que se destaca a produção mineira (e o surgimento de um dos grandes nomes do cinema brasileiro: Humberto Mauro) e a pernambu-cana (Ciclo de Recife).

(10)

Tibiriça conseguiu atrair um vasto público com suas fitas. Vício e beleza foi a que mais notoreidade concedeu ao cineasta, sendo exibida por todo o país, no Uruguai e na Argentina. Com o rótulo de “filme científico”, era “proibido para mulhe-res” ou “só para homens”, conforme indicava a publicidade (Gomes, 1996, p. 20). Produzido a partir de argumento de Menotti del Pichia, os lugares onde a história se passava eram a Santa Casa de Misericórdia, a Sociedade Hípica, o Clube de Regatas Tietê, a Faculdade de Medicina e a Praça do Patriarca.

O filme narra a história de um estudante de medicina, praticante de natação e atletismo, que apregoa as benesses do esporte para a saúde, em contraponto com outro jovem que freqüenta cabarés e tem uma vida conturbada. No decorrer da trama, são apresentados os problemas ligados a doenças venéreas, ao uso de drogas e à vida desregrada.

Com forte caráter moralista, tal filme foi produzido em um contexto de busca de controle e organização da capital paulista, onde cresciam os problemas típicos da urbanização e do inchaço populacional das cidades. Vale ressaltar a ligação do espor-te com a saúde, observável desde o final do século XIX, quando o remo passou a ser o esporte de preferência popular, estimulado pelas autoridades governamentais, substituindo o turfe e seu pronunciado caráter de jogo de azar (Melo, 2001b).

Em 1931, Genésio Arruda, famoso ator e humorista, dirige seu único filme, Campeão de futebol, uma homenagem aos jogadores da época e o primeiro filme no qual o esporte é efetivamente o assunto central da trama. Segundo Brilharino (1997), nessta película, atuaram alguns jogadores da época, como Feitiço e Arthur Friendreich.

Não é incomum que não existam filmes cariocas nesse primeiro momento, já que naquele período foi pequena a produção no Rio de Janeiro (Gomes, 1996). Em compensação, posteriormente podemos identificar nessa cidade quatro filmes realizados tendo o esporte como temática: Alma e corpo de uma raça (Milton Rodrigues, 1938), Futebol em família (Ruy Costa, 1938), Gol da vitória (José Carlos Burle, 1946), Copa do Mundo de 1950 (Milton Rodrigues, 1950).

É no início da década de 1930 que surge no Rio de Janeiro a Cinédia, estúdio que atraiu bons profissionais de outros estados, como Gabus Mendes (de São Pau-lo) e Humberto Mauro (de Minas Gerais). Obras primas da cinematografia nacional foram aí realizadas, como Ganga bruta (Mauro, 1933) e A voz do carnaval (Mauro e Adhemar Gonzaga, 1934, filme que lançou Carmem Miranda). Em certo sentido, mesmo que de forma independente, Limite (Mário Peixoto, 1931), ícone de nosso cinema, esteve de alguma forma ligado a tal empresa (Gomes, 1996). A Cinédia foi a mais importante produtora da década de 1930 e lançou a fórmula que garantiu a continuidade do cinema nacional: a “chanchada”.

(11)

Alma e corpo de uma raça, de Milton Rodrigues, um dos irmãos de Nélson Rodrigues, foi produzido por Adhemar Gonzaga e pela Cinédia. Sua locação foi o Clube de Regatas do Flamengo, que colaborou na produção. Os jogadores de futebol participaram da fita, entre eles Leônidas da Silva, contracenando com atores profissionais. O filme conta a história de dois atletas do clube que disputam o amor de uma mulher. Esta casará com aquele que der a vitória ao Flamengo. Esse foi o primeiro filme diretamente ligado a um clube esportivo.

O filme de Ruy Costa (Futebol em família) contou com ampla participação de expoentes do cinema nacional. A supervisão de direção foi de Wallace Downey, americano que produziu importantes filmes musicais, como Cousas nossas; a foto-grafia, de Edgar Brasil (Limite); e a sonofoto-grafia, de Moacyr Fenelon, um dos futuros criadores da Atlântida. No elenco, Grande Otelo, Dircinha Batista, entre outros, inclusive jogadores do Fluminense Futebol Clube. Ruy fora assistente de direção de Mário Peixoto em Limite, filme em que foi responsável por: direção, argumento, roteiro, cenografia e montagem. A película narra os problemas de um jovem com os pais, por pretender ser jogador de futebol.

Gol da vitória foi dirigido por José Carlos Burle, um dos fundadores da Atlântida. Esse estúdio, criado no início dos anos 1940, foi o responsável pelos maiores suces-sos daquela década. O filme foi produzido por essa companhia, tendo Grande Otelo no papel principal: o craque Laurindo, inspirado em Leônidas da Silva.

A Copa do Mundo de 1950, dirigido por Milton Rodrigues, foi produzido por Mário Filho, seu irmão e importante repórter esportivo. Busca os motivos que levaram o Brasil a ser derrotado pelo Uruguai na final daquele evento, em pleno Maracanã. Foi o primeiro documentário cujo tema é o esporte.

Entre os primeiros filmes de alguma forma relacionados ao esporte, vale a pena também destacar O cavalo 13, dirigido por Luiz de Barros (1946). Esse dire-tor está entre os que mais produziu, normalmente fitas rápidas e baratas, sem gran-de qualidagran-de artística. Dirigiu mais gran-de uma centena gran-de filmes entre 1917 e 1977. Essa película, cuja trama está ligada às corridas de cavalos, foi produzida pela Brasil Vita Filmes, uma associação entre a famosa atriz Carmem Santos e Humberto Mauro, na tentativa de criar no país um esquema industrial de produção cinematográfica.

Nesses períodos iniciais, é importante destacar a realização de muitos documentários sobre as cidades, nos quais o esporte era constantemente retrata-do. Foi possível localizar imagens esportivas nos seguintes filmes: De Santa Cruz (Luiz Thomas Reis, São Paulo, 1917), Terra encantada (Silvino Santos e Agelisan de Araújo, Manaus, 1923), Manaus, cidade risonha (diretor não indicado, Manaus, 1926). Por certo valerá a pena identificar outras imagens em documentários e em peque-nos filmes da época em instituições como o Arquivo Nacional e a Cinemateca

(12)

Brasileira11. Isso sem falar na importante e recente contribuição do Canal 100

(dé-cadas de 1960, 1970 e 1980), programas em que o futebol era assunto central, durante muitos anos exibidos no circuito.

Uma parte importante desse material foi recuperado graças ao trabalho de Jurandyr Noronha, que conseguiu salvar parte do acervo de filmes pioneiros pro-duzidos nas primeiras décadas do século XX. Os fotogramas mais antigos preser-vados pelo autor referem-se exatamente a um evento esportivo: as primeiras cor-ridas de carros organizadas pelo Automóvel Clube do Brasil, realizadas no dia 19 de setembro de 1909, em São Gonçalo, estado do Rio de Janeiro, já que fora proibida a sua realização na Floresta da Tijuca, julgada perigosa pelo poder legislativo (Noronha, 1987).

Tais imagens foram captadas pelos irmãos Botelho, sendo Paulino o respon-sável pela câmera ao passo que Alberto participava da corrida juntamente com Francisco Serrador, outro dos pioneiros do cinema nacional. Noronha destaca, a empenho de deslocar a câmera para vários locais do circuito, esforço árduo, em função do peso do material na época. Com isso, temos um panorama geral do certame: os participantes, o público, os acidentes, o modelo dos carros e flagrantes do vencedor, Gastão de Almeida, pilotando uma barata Berliet, com o tempo de uma hora e quatro minutos.

Outro material relevante recuperado por Noronha foi a filmagem de um jogo de futebol entre o Palestra Itália (atual Palmeiras) e o Paulistano, realizado apro-ximadamente na mesma época da corrida de automóveis. A câmera foi operada por João Stamato e permite-nos ver a seleta e educada platéia e o uniforme dos jogadores, todos membros das elites econômicas daquele momento.

Também há fotogramas de filmes de jogos de futebol realizados no Estádio do Fluminense, por volta de 1927, tendo a câmera sido operada por Lafayette Cunha. Nesse filme é possível ver a torcida chegando nos bondes lotados, a beleza do estádio tomado pelo público, os jogadores em ação.

Noronha ainda conseguiu resgatar cenas do filme Vício e beleza (Antônio Tibiriça, 1926), bem como flagrantes da equipe técnica (inclusive o diretor) e do elenco (Yolanda Flora e Luiz Sucupira).

Mas as relações entre o esporte e o cinema brasileiro não se circunscrevem aos longa-metragens e documentos de arquivos. Muitos curtas e médias-metragens também o utilizaram como assunto central. Somente nos últimos três anos pode-mos levantar o nome de alguns curtas ligados ao futebol: Barbosa, Cartão

verme-11. Só na Cinemateca, uma consulta com a palavra “futebol” permite identificar 262 curtas produzidos entre os anos de 1897 e 1940.

(13)

lho, Decisão, A revolta do vídeo-tape, Artigo 25, Rádio gogó e Uma história de futebol, de Paulo Machline, que concorreu ao Oscar de melhor curta no ano de 2001. Esse material, embora não seja motivo de análise nesta pesquisa, por certo também deve ser considerado como importante fonte de estudo.

À GUISA DE CONCLUSÃO

Como visto neste artigo, muitas são as relações e as possibilidades de estu-do da ligação entre o esporte e o cinema brasileiro. Não me preocupa muito a quantidade de filmes produzidos, até mesmo porque não a considero pequena, estando proporcionalmente no mesmo nível de outros países. Nem mesmo a questão da qualidade dos filmes é o que mais me chama a atenção, embora não a considere desprezível.

O que considero fundamental, a partir de agora, é melhor entender os olha-res que os cineastas nacionais dirigiram ao fenômeno esportivo, desvendando pe-culiaridades de tais aproximações. Algumas questões preliminares podem ser lançadas: se o cinema é um excelente meio de produção de sentidos e significados e um poderoso meio de difusão, contestação e reprodução de valores, como terá a cinematografia nacional expressado o amor do brasileiro pelo esporte, notadamente pelo futebol? Terá ajudado a forjar a paixão pelo esporte ou terá se apropriado da paixão já existente? Como se posicionou perante a presença do esporte no cenário nacional?

Vale a pena chamar a atenção que nesse esforço de análise, pretende-se entender as películas no contexto da obra do cineasta, da historiografia do cinema brasileiro e mundial e do momento social e político no instante de sua realização. Deve-se discutir o contexto da produção dos filmes, sem tornar isso um fator único ou um elemento limitante.

A princípio, de acordo com o levantamento realizado, pretende-se analisar os filmes tendo em vista os seguintes eixos de discussão:

a) o esporte e a sorte – filmes que tematizam a possibilidade de enriquecer, normalmente relacionados ao turfe e à loteria esportiva. Exemplos: Pista de grama (Haroldo Costa, 1958) e Como ganhar na loteria sem perder a esportiva (J. B.Tanko, 1971);

b) gênero e esporte – filmes que tematizam preconceitos ou a relação ho-mem-mulher em função da paixão pelo esporte. Exemplos: Guerra é guerra: episódio núpcias com futebol (Ary Fernandes, 1976), As amantes de Helen (Tony Vieira, 1981), Onda nova (José Antônio Garcia, 1983);

(14)

c) o ídolo esportivo – filmes que retratam carreiras de atletas. Exemplos: Tostão, a fera de ouro (Paulo Leander, 1970), O fabuloso Fittipaldi (Roberto Farias, 1973), Quebrando a cara (Ugo Giorgetti, 1983), Garrincha (Paulo César Saraceni, 2002);

d) a paixão do torcedor – filmes que retratam a paixão do público pelo esporte. Exemplos: O corintiano (Milton Amaral, 1976), Flamengo pai-xão (David Neves, 1980), Um X Flamengo (Ricardo D’Halvor Solberg, 1980);

e) esporte e construção da identidade nacional – filmes onde se discute a construção de um imaginário e um caráter nacional. Exemplos: Garrincha, alegria do povo (Joaquim Pedro de Andrade, 1962), Parabéns gigantes da Copa (Hugo Schlensinger, 1971);

f) velocidade e aventura – filmes que tematizam as emoções ocasionadas pelos esportes, normalmente ligados ao surfe, ao skate e ao automobilis-mo. Exemplos: Nas ondas do surf (Lívio Bruni Júnior, 1978), Rodeio de bravos: onde o chão é o limite (Coriolano Rodrigo, 1982);

g) ataque e defesa – filmes que tematizam a violência, estando ligados às lutas em geral. Exemplos: A judoka (Marcelo Ramos Motta, 1973), Gaiola da morte (Waldir Kopzeck, 1992);

h) superando barreiras – filmes que tematizam as dificuldades de se tornar atleta. Exemplos: O preço da vitória (Osvaldo Sampaio, 1959), Asa bran-ca, Um sonho brasileiro (Djalma Limongi Batista, 1981), Na ponta da faca (Miguel Faria Júnior, 1977);

i) o esporte e o cenário nacional – filmes com cunho mais político, que relacionam o esporte com acontecimentos do cenário geral. Exemplos: Passe livre (Oswaldo Caldeira, 1974), Copa 78, o poder do futebol (Mau-ricio Sherman, 1978), Prá frente Brasil (Roberto Farias, 1984).

Espero em breve comunicar à comunidade acadêmica esses esforços de análise, já em pleno desenvolvimento.

Memories of the sport in the cinema: its presence in Brazilian movies

ABSTRACT: During the 20th century, there was an intense relation between sport and

cinema. How this occurred in Brazil? This article has the objective to present the results

(15)

related to a survey about Brazilian movies produced between 1908 and 2002 that, in a sense, had portrayed sport. It was identified that from 3.416 films that were produced in this period, 134 involves the question of the sport, and in 54 of these the sport is the central subject or it occupies a place of great importance, in 41 films sport has a relative space and in 37 that is only cited. The accomplishment of this study is to cover an important gap that relates not only to a better understanding of sport but also of national cinema, from unmasking the established relations between both. Moreover, this study represents an effort to contribute with the rescue and preservation of the national memory concerning cinema as well as sport.

KEY-WORDS: Cinema; sport history.

Memorias del deporte en el cine: su presencia en los largometrajes brasileños

RESUMEN: En el devenir del siglo XX, fueron muchas las relaciones entre deporte y cine. ¿Cómo habrá ocurrido ello en el Brasil? Este artículo tiene como objetivo presentar los resultados relativos al desarrollo de largometrajes brasileños, producidos entre los años de 1908 y 2002, que, de alguna forma, retratarían el deporte. Entre 3.416 films producidos, se encontraron 134 que tocan la cuestión del deporte, siendo que en 54 de ellos es el deporte su tema central o ocupa un lugar de gran importancia, en 41 ocupa un espacio relativo y en 37 solamente es citado. La realización de este estudio pretende cubrir una importante laguna en lo que se refiere tanto a una mejor comprensión del deporte, como al cine nacional a partir de revelar las relaciones establecidos entre ambos. Además de eso, este estudio se inserta en un esfuerzo de colaboración con el rescate y la preservación de la memoria nacional, tanto cinematográfica como deportiva.

PALABRAS CLAVES: Cine; historia del deporte.

REFERÊNCIAS

BOURDIEU, P. Como é possível ser esportivo? In: BOURDIEU, P. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983, p. 136-163.

BRILHARINO, G. Cem anos de cinema brasileiro. Uberaba: Instituto Triangulino de Cultura, 1997.

BULLARA, B.; MONTEIRO, M. P. Cinema: uma janela mágica. Rio de Janeiro: Memórias Futuras/Cineduc, 1991.

CHARNEY, L.; SCHARTZ, V. (Orgs.). Cinema e a invenção da vida moderna. São Paulo: Cosac & Naify, 2001.

COSTA, A. Compreender o cinema. São Paulo: Editora Globo, 1989. (continuação)

(16)

EWALD FILHO, R. Dicionário de cineastas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2002.

GOMES, P. E. S. Cinema: trajetória no subdesenvolvimento. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

HENNEBELLE, G. Os cinemas nacionais contra Hollywood. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

MELO, V. A. Cidade Sportiva. Rio de Janeiro: Relume/Dumará, 2001a.

. Esporte é saúde: desde quando? Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 22, n. 2, jan. p. 55-68, 2001b.

NEEDELL, J. D. Belle Époque tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

NORONHA, J. No tempo da manivela. São Paulo: Ebal/Kinart/Embrafilme, 1987.

RAMOS, F.; MIRANDA, L. F. Enciclopédia do cinema brasileiro. São Paulo: Editora Senac, 2000.

RUIZ, J. L. La unión de dos ofertas culturales del siglo XX. Disponível em: <http:// www.festivaldesevilla.com>. Acesso em: 11 nov. 2002.

SILVA NETO, A. L. Dicionário de filmes brasileiros. São Paulo: Futuro Mundo Gráfica e Editora, 2002.

VANOYE, F.; GOLIOT-LÉTÉ, A. Ensaio sobre a análise fílmica. Campinas: Papirus, 1994.

XAVIER, I. O cinema brasileiro moderno. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

WELSCH, W. Esporte: visto esteticamente e mesmo como arte? In: ROSENFIELD, D. L. Ética e estética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001, p.142-165.

Recebido: 19 fev. 2003 Aprovado: 25 abr. 2003

Endereço para correspondência Praia de Botafogo, 428/408 Botafogo – Rio de Janeiro – RJ CEP 22250-040

Referências

Documentos relacionados

Para entender o supermercado como possível espaço de exercício cidadão, ainda, é importante retomar alguns pontos tratados anteriormente: (a) as compras entendidas como

Considerando esses pressupostos, este artigo intenta analisar o modo de circulação e apropriação do Movimento da Matemática Moderna (MMM) no âmbito do ensino

Surgem novas formas de pensar o direito que não almejam a universalidade. O estado plurinacional, a interculturalidade e o pluralismo jurídico, tal como são tratados pelos movimentos

Aos alunos das turmas de Recursos Hídricos em Geografia (20111) e Análise Ambiental II (20112) pela oportunidade de aprendizado com os estágios de docência. Ao Geógrafo e

Crisóstomo (2001) apresenta elementos que devem ser considerados em relação a esta decisão. Ao adquirir soluções externas, usualmente, a equipe da empresa ainda tem um árduo

Ainda nos Estados Unidos, Robinson e colaboradores (2012) reportaram melhoras nas habilidades de locomoção e controle de objeto após um programa de intervenção baseado no clima de

(grifos nossos). b) Em observância ao princípio da impessoalidade, a Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez que é