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A memória na cidade e os baluartes de Alcântara : reabilitação e restauro no espaço da cidade : valores e contributos da Lisboa do passado para uma conceção da Lisboa do presente e futuro.

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Academic year: 2021

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Texto

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Resumo

Como tema de projecto final, esta tese incide sobre uma temática importante na situação actual, urbanística e arquitectónica, que se vive na cidade de Lisboa. Deste espaço resulta um processo cíclico inerente à evolução das cidades: a reabilitação do património edificado, excepcional ou não, o qual, devido à passagem do tempo, carece de intervenção de maior ou menor profundidade. Com o envelhecimento da população e a grande expansão imobiliária das últimas décadas, assistiu-se a uma dilatação do espaço urbano para fora do núcleo central. Este apresenta-se carenciado de uma intervenção e reinvenção, a nível de estruturas, de construção, de planeamento e de programática. Devido ao seu crescente abandono e às mudanças da dinâmica social, verifica-se uma crescente necessidade de voltar a olhar para o interior das cidades, realizando um planeamento global e pensado, de forma a resolver as variadas problemáticas desta complexa questão.

O trabalho irá, assim, centrar-se na questão da História da Arquitectura, do seu papel na cidade moderna e da memória das estruturas do passado. Mais especificamente sobre os testemunhos de arquitectura militar que outrora existiam na zona de Alcântara, na área compreendida entre o antigo Tribunal Marítimo e o Palácio das Necessidades. Estes exemplos de arquitectura defensiva do Período da Restauração, constituíram, em tempos, marcos da paisagem, definindo o limite da cidade e a entrada em Lisboa. Esta parte do seu passado, desconhecido por muitos, constitui um aspecto de elevado interesse, e os seus vestígios arqueológicos e históricos são merecedores de saírem da obscuridade do esquecimento e de serem trazidos à luz do dia.

Esta intervenção incidirá numa análise e projecto de reabilitação da antiga fábrica SOL, da CUF, adjunta ao edifício e plataforma do antigo Tribunal Marítimo e às áreas de armazéns, viradas para a Avenida 24 de Julho, assim como do espaço urbano envolvente e da área de estacionamento da Marinha. Esta reformulação passaria assim por estabelecer uma ligação com o lado oposto da linha de comboio, a frente de rio e a sua vertente de cultura e lazer, em particular com o Museu do Oriente, se não a nível físico, pelo menos do ponto de vista conceptual.

O programa será de cariz cultural, tomando no entanto em consideração a situação socioeconómica da capital e do país, procurando criar um espaço rentável e auto-suficiente, que atraia e responda aos interesses e necessidades da sociedade contemporânea, mas em constante diálogo com a criação de um pólo educativo, e tendo em vista o respeito pela sua memória e valores patrimoniais. O programa incluirá um espaço expositivo e de eventos, associado a um centro interpretativo arqueológico dedicado às pré-existências, ao passado do local de implantação e à sua vertente militar. Este aspecto seria transposto para o espaço público, fazendo com que este valioso espólio e a sua memória fizessem parte intrínseca da vivência diária. As restantes áreas incluirão igualmente uma biblioteca, espaços de ateliers e oficinas, recintos industriais, galerias de arte, espaços comerciais e de restauração.

O objectivo deste exercício passaria pela preservação dos valores do passado, através da sua aplicação na vida e arquitectura contemporâneas, integrando-os na morfologia arquitectónica do edificado e no espaço público, alertando para estes conhecimentos e para o seu contributo na concepção do restauro e intervenção na cidade de Lisboa e na cidade moderna.

Palavras-chave:

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Abstract

The theme of this project will focus on a problem of the utmost importance, affecting today’s urban and architectural environment, in the built space of the city of Lisbon. It is a cyclical process, inherent to the evolution and expansion of any given city: the rehabilitation of historical heritage, exceptional or otherwise, which, due to the passage of time, requires a larger degree of intervention. The increased aging of the general population and booming real-estate business resulted in a dilation of the urban areas, growing outside of their internal core. These urban centers are lacking an intervention and reinvention of their basic structures, planning, program and activities. Due to its increasing abandonment and the change of social dynamics, there is a growing need to look back at the inner city, deprived of a proper intervention, conducting a comprehensive and planned thought process, in order to solve the various problems which are a part of this complex issue.

The work will therefore focus on the question and subject of Architectural History, its role in the modern urban space and the memory of the past and its structures. More specifically, the project will center itself on the testimonies of military architecture that once existed in the area of Alcântara, in the space between the old Maritime Court and the Palace of Necessidades. These defensive structures, from the XVII century, where once significant landmarks in the landscape of the city of Lisbon, defining one of the edges and entrances into the city. This aspect of Lisbon’s past, unknown by many, is of great importance, and the archaeological and historical remains of the Forts of Alcântara should not be forgotten and remain in dark oblivion, and should be brought onto the light of day.

This intervention emphasizes on an analysis and rehabilitation project of the old SOL factory, belonging to the CUF industrial conglomerate, next to the Maritime complex and warehouses, facing the Avenida 24 de Julho, and the Navy’s parking area. This plan would establish a connection between the city and the riverfront on the opposite side of the railway line, linking its cultural and leisure properties, namely the Museu do Oriente, if not physically, at least conceptually.

The program will comprise uses of a cultural nature, however taking into account the socio-economic situation of the capital and the country, seeking to create a profitable and self-sufficient space that attracts and meets the interests and needs of contemporary society, yet in constant dialogue with the creation of an educational center, in respect for its memory and heritage. It will include several exhibition and event areas, associated with an archaeological interpretive center, dedicated to the pre-existing structures and history of the site, as well as its military aspect. This would be transposed into the public space, guaranteeing that this heritage’s memory lives on as an intrinsic part of daily life. The remaining areas will also include a library, workshops, industrial sites, art galleries, commercial areas and restaurants.

The purpose of this exercise would be to preserve the values of the past, by exploring and pursuing their application in contemporary life and architecture, integrating them in the architectural morphology of the building and public space, raising awareness to the contribution of restauration and rehabilitation in the intervention in the city of Lisbon, and, in a broader sense, the modern city, building a concept for the construction of future urban and built environments.

Key Concepts:

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Agradecimentos:

À minha mãe e ao meu pai, por me terem proporcionado os meios necessários para realizar este curso e apoiando sempre as minhas decisões. Também à minha tia Madalena e avó Rosa, pela forma como me criaram e ajudaram a ser quem sou hoje em dia.

Aos amigos e colegas, que me proporcionaram sempre momentos de descontracção e lazer, de forma a aliviar as pressões do trabalho, e que me auxiliaram a ver com maior clareza e a conseguir ultrapassar certas adversidades. Em especial, ao Élvio Pereira e ao Diogo Brito, por serem excelentes amigos e colegas de trabalho, e ao Manel Coutinho e ao Miguel Ferreira, por estarem ao meu lado quando preciso.

À Edite Esteves e à Lucília Ventura, por me terem ajudado a crescer e por todo o apoio durante a realização da tese, e fora dela, pelos momentos de amizade partilhados.

À Marinha Portuguesa, pelo auxílio prestado relativamente à visita das instalações do antigo Tribunal Marítimo. Especialmente, ao comandante Teixeira Fonseca, pela sua disponibilidade, paciência e atenção, e aos restantes membros pelo seu apoio. Ao apoio prestado por instituições como a Câmara Municipal de Lisboa, ao Gabinete de Estudos Olisiponenses, aos Serviços do Arquivo Militar do Exército, e aos seus diversos funcionários, agradeço a estes vários intervenientes, cruciais no meu processo de análise e pesquisa das estruturas defensivas que constituem o tema principal deste projecto.

Aos meus Orientadores, Professor José Aguiar e Professor Paulo Pereira, pela orientação, dedicação e apoio prestados no decurso da tese.

Ao meu cão Spotty, e gato Pinguim, pelo seu apoio mudo e incondicional através dos anos. E à Vanessa, que me acompanhou durante todo o processo, que me aturou nas horas de maior dificuldade, que me escutou e ajudou a encontrar soluções para os problemas que foram surgindo.

Por último, à memória daqueles que assistiram aos meus primeiros passos, à minha avó Laura e ao avô Vasco, e também ao meu avô Marciano, os quais já não se encontram entre nós.

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00/ ÍNDICE

.01/ INTRODUÇÃO 1 1.1 Objectivos 2 1.2 Processo de Trabalho 4 1.3 Leitura do Território 6

.02/ A MEMÓRIA NO ESPAÇO DA ARQUITECTURA E A CIDADE CONTEMPORÂNEA 11

2.1 Memória e Sociedade 12

2.2 Memória e Arqueologia 14

2.3 Memória do Passado no Presente 16

2.4 A Perpetuação da Memória na Arquitectura 18

2.5 A Importância do Restauro e Reabilitação no Contexto Actual 20

.03/ CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 23

3.1 Análise Histórica da Zona de Alcântara 3.1.1 Dos primórdios ao século XVIII, Alcântara agrícola e rural 24

3.1.2 Do século XIX à contemporaneidade, Alcântara industrial e moderna 27

3.2. Os Baluartes de Alcântara e a sua Memória 32

.04/ BASES PARA DESENVOLVIMENTO DE UM PROJECTO 35

4.1 Intenções de Projecto 36

4.2 Programa 38

4.3 Intervenção Urbana 42

4.4 A Fábrica Sol 44

4.5 A (Re)Qualificação da Plataforma da Marinha e dos Armazéns 46

.05/ CONCLUSÃO 53

.06/BIBLIOGRAFIA 57

Livros e Artigos 58

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.07/ ANEXOS A – Elementos Textuais 61

ANEXO 1 – Memória Industrial

ANEXO 2 – O Restauro sob a égide da DGEMN

ANEXO 3 – A Ribeira de Alcântara e o Tempo

ANEXO 4 – A Batalha de Alcântara

ANEXO 5 – A Defesa da Barra do Tejo e da entrada Marítima em Lisboa

.08/ ANEXOS B – Levantamentos Documentais e Iconográficos da Área de Estudo 73

ANEXO 1 – Contextualização Territorial: registo fotográfico

ANEXO 2 – Análise da Área de Intervenção: registo fotográfico

ANEXO 3 – Levantamentos diversos do Complexo Fabril da CUF

ANEXO 4 – Documentação gráfica da história rural de Alcântara ANEXO 5 – Documentação gráfica da história industrial de Alcântara

ANEXO 6 – A Batalha de Alcântara e os frescos do palácio do Marquês de Santa Cruz em Viso

del Marqués, Espanha

ANEXO 7 – A Defesa da Capital e alguns dos seus planos e estruturas ANEXO 8 – Levantamentos do Baluarte do Sacramento

.09/ ANEXOS C – Análise e Interpretação do Território, Delineação de

Estratégias e Elaboração de Elementos de Projecto 97

ANEXO 1 – Análise de grupo, estudos e análise da Frente Ribeirinha

ANEXO 2 – Registo interpretativo da evolução de Alcântara ANEXO 3 – Casos de estudo

ANEXO 4 – Principais materialidades utilizadas na intervenção

ANEXO 5 – Renders/Fotomontagens do espaço da biblioteca

ANEXO 6 – Maquetas

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ÍNDICE DE FIGURAS

.01/ INTRODUÇÃO

Figura 1.1 – Maquette escala 1/500 da área de intervenção. 4

Figura 1.2 – Maquette escala 1/500, vista da Avenida 24 de Julho. 4

Figura 1.3 – Plano da CML para intervenção e reabilitação da frente ribeirinha entre Alcântara e a freguesia de Santos-o-Velho. 5

Figura 1.4 – Vista da bifurcação da Avenida 24 de Julho e do início da Avenida das Índias. 6

Figura 1.5 – Vista do complexo fabril da CUF. 7

Figura 1.6 – Vista a partir do Tribunal Marítimo. 7

Figura 1.7 – Fachada principal da fábrica. 7

Figura 1.8 – Fotografia dos armazéns da Marinha. 7

Figura 1.9 – Património industrial abandonado adjacente ao complexo da fábrica SOL. 8

Figura 1.10 – Fotografia da cobertura dos armazéns da CUF. 8

Figura 1.11 – Vista da Avenida 24 de Julho e da fachada da antiga fábrica SIDUL. 9

Figura 1.12 – Fachada Poente do complexo, com vista para a Travessa do Baluarte. 9

Figura 1.13 – Vista do lado Norte da Praça da Armada. 9

.02/ A MEMÓRIA NO ESPAÇO DA ARQUITECTURA E A CIDADE CONTEMPORÂNEA Figura 2.1 – Exemplo de património industrial desvalorizado, Gasómetro da Matinha. 13

Figura 2.2 – Exemplo de património desvalorizado, Fábrica dos Cabos de Ávila . 13

Figura 2.3 e 2.4 – Projecto de preservação dos vestígios arqueológicos encontrados no Castelo de São Jorge de Lisboa, realizado pelo arquitecto Carrilho da Graça. 14

Figura 2.5 e 2.6 – Templo de Diana em Évora e Convento do Carmo em Lisboa. 15

Figura 2.7 – Reabilitação do centro histórico de Guimarães. 18

Figura 2.8 – Estátuas dos Budas de Bamiyan. 19

Figura 2.9 – O vazio deixado pela destruição destes monumentos. 19

Figura 2.10 – O Chiado antes do incêndio de 1988. 21

Figura 2.11 – A intervenção do Arquitecto Siza Vieira. 21

.03/ CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Figura 3.1 – Vista de Alcântara Medieval com a ponte de fundo. 24

Figura 3.2 – Planta em perspectiva da Alcântara rural, de finais do séc. XVI. 25

Figura 3.3 e 3.4 – Perspectivas em azulejo da frente ribeirinha da cidade de Lisboa. 26

Figura 3.5 – Vista de Alcântara Industrial e da sua paisagem fabril. 28

Figura 3.6 - A Ponte de Alcântara em finais do séc. XIX. 28

Figura 3.7 – Actividade industrial em Alcântara. 28

Figura 3.8 – Construção da Avenida de Ceuta. 28

Figura 3.9 – Jovens a mergulhar na zona de docas em Alcântara. 30

Figura 3.10 – Alcântara moderna, vista da Avenida de Ceuta. 30

Figura 3.11 – Alcântara moderna, vista panorâmica. 30

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Figura 3.13 – Guarita do Forte do Livramento. 32

Figura 3.14 – Gravura do Forte d’Alfarrobeira. 32

Figura 3.15 – Planta de Alcântara de 1727, com vista dos Baluartes e da antiga Caldeira. 33

Figura 3.16 – Planta de Alcântara de 1807, onde já se encontra desaparecida a Caldeira . 33

Figura 3.17 – Vista da parede Lateral do Baluarte, encoberta pelo telheiro dos armazéns . 34

Figura 3.18 – Vista da Parede do Baluarte, entre o complexo fabril e a plataforma da Marinha . 34

.04/ CONCRECTIZAÇÃO PRÁTICA Figura 4.1 – Planta de 1807 e respectiva interpretação. 36

Figura 4.2 – Diagrama conceptual do programa geral. 37

Figura 4.3 – Diagrama de funções concentrados no complexo. 37

Figura 4.4 – Esquiço do novo uso da fábrica como pólo atractivo. 37

Figura 4.5 – Estudo da componente cultural empregue. 37

Figura 4.6 – Planta de piso 0, programa à escala 1:500. 38

Figura 4.7 – Planta do terceiro (3º) piso do complexo fabril e da plataforma da Marinha. 39

Figura 4.8 - Vista para o interior do complexo fabril, a partir do portão principal. 40

Figura 4.9 – Fachada principal do antigo Tribunal Marítimo, a partir da Praça da Armada. 40

Figura 4.10– Fachada da plataforma da Marinha . 40

Figura 4.11 – Vista do estacionamento da Marinha. 40

Figura 4.12 – Esquiço da ambiência do interior da biblioteca. 41

Figura 4.13 – Uso dos painéis em gesso cartonado, com a perfuração que reproduz o graffiti da lateral da fábrica SOL. 41

Figura 4.14 e 4.15 – Plantas (escala 1:1000), com o plano de intervenção urbana. 42

Figura 4.16 – Alçado exterior a partir da Avenida 24 de Julho (escala 1:200). 43

Figura 4.17 – Contextualização urbana. Alçado Poente e Norte do complexo fabril. 43

Figura 4.18 - Corte longitudinal do complexo fabril, passando pelo portão principal. 44

Figura 4.19 – Corte transversal pela entrada secundária lateral das instalações . 44

Figura 4.20 – Parede Poente do Complexo fabril, com o grafiti, elemento identitário. 45

Figura 4.21 – Planta da plataforma do Baluarte à escala 1:200. 46

Figura 4.22 – Plantas do piso térreo dos armazéns da Marinha (escala 1:200). 47

Figura 4.23 – Corte do interior da biblioteca e blocos adjacentes (escala 1:200). 48

Figura 4.24 – Alçado da parede do baluarte virada a Norte, para o interior do complexo fabril, e corte longitudinal da unidade de cafetaria adjacente à fábrica SOL. 48

Figura 4.25 e 4.26 – Desenhos técnicos (plantas, cortes e alçados) à escala 1:50. 49

Figura 4.27 – Vista interior dos armazéns da Marinha. 51

Figura 4.28 – Render do espaço remodelado da biblioteca. 51

Figura 4.29 – Vista do armazém, extremo oposto à entrada. 51

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LISTA DE ABREVIATURAS E GLOSSÁRIO

ATL – Actividades de Tempos Livres. Espaços de escola infantil ou juvenil que proporcionam um conjunto de actividades de formação criativa e artística, para uso fora do período e horário lectivo.

AVAC – Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado. Definição da tecnologia destinada ao conforto ambiental interior, sobretudo relativamente à arquitectura e prática de engenharia. Constitui o plano de intervenção relativamente aos equipamentos e cuidados térmicos e de controlo climático de um edifício.

BTU – British Thermal Unit. Unidade de medição que permite determinar a quantidade de energia necessária para se elevar a temperatura de uma determinada massa de água ou ar. É o registo utilizado para determinar os requisitos energéticos e de equipamento para garantir uma renovação eficaz do ar interior.

CAD – Computer Aided Design. Estilo de desenho computacional, que faz uso de valores vectoriais, permitindo realizar desenhos técnicos dotados dum elevado rigor dimensional, geométrico, dimensional e gráfico.

Carta de Veneza – Carta internacional sobre conservação e restauro de monumentos w sítios históricos de cariz variado. Resultante de uma convenção reunida em Veneza de 25 a 31 de Maio de 1964, estabelece o conjunto de princípios e cânones que vêm orientar as práticas a desenvolver para atingir o restauro de estruturas edificadas e urbanas de valor patrimonial.

CML – Câmara Municipal de Lisboa. Instituição estatal encarregada da gerência das estruturas e equipamentos públicos da capital portuguesa.

Corten – Conhecido como aço patinável, embora seja popularmente denominado como corten, é composto por elementos com propriedades anticorrosivas. É muito utilizado na construção civil, apropriado para ser colocado em contacto directo com o exterior, devido à sua camada de óxido de cor avermelhada, que se forma quando ocorre a exposição deste elemento aos agentes corrosivos do ambiente.

Courette – Ducto técnico, por onde pode ser feita a evacuação de gases e ventilação, por onde passam as diversas condutas de água, gás, entre outros.

CUF – Companhia União Fabril. A sua origem remonta a 1865, aquando surge como empresa industrial relativamente à produção de sabões, estearina e óleos vegetais. Crescendo progressivamente, e englobando cada vez mais áreas e actividades comerciais, atinge a sua maior expansão durante o regime do Estado Novo, sendo posteriormente desmembrada após a revolução de 25 de Abril. O seu crescente sucesso é devido ao empresário responsável pela sua gerência, Alfredo da Silva, o qual realiza a fusão entre a companhia Aliança Fabril e a sua congénere e concorrente União Fabril.

Deck – Tipo de estrutura de soalho em madeira, normalmente utilizado em espaços exteriores, ou em contacto directo com o solo, utilizado devido à sua eficaz aplicação em condições extremas e de difícil adaptação.

Descobrimentos – Explorações navais e conquistas militares em territórios ultramarinos, espalhados por vários continentes distintos, em que Portugal estabelece um conjunto de feitorias e um empório comercial, resultando na génese do Império Português. Estabelece-se assim um contacto entre a Europa e um Oriente místico e oculto, realizando uma transposição entre a Idade Média, envolta em misticismo e religiosidade, e o Renascimento, regido pela razão e ciência.

DGEMN – Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Esta instituição era o Serviço Central do Ministério do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território do Governo de Portugal, durante o regime do Estado Novo, e ainda após o 25 de Abril. Este órgão, encarregado da preservação e catalogação do património nacional, vem a servir de base aos futuros órgãos de reabilitação e restauro de Portugal, o IGESPAR, IPAR e, actualmente, a DGPC.

Estado Novo – Regime político autoritário e ditatorial que vigorou durante 41 anos, com final em 1974, durante o qual se viveu um clima conservador e nacionalista de inspiração fascista, colonialista e repressivo, apoiado na censura e policiamento politico e ideológico, apoiado pela figura de António Salazar.

ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais. Infra-estrutura que trata de águas residuais de origem doméstica e industrial, as quais são posteriormente escoadas para o ambiente exterior, segundo níveis de poluição aceitáveis.

Grafiti – Do italiano graffito, é o nome dado a inscrições, desenhos e pinturas feitas em paredes e outras superfícies exteriores e públicas, que remontam pelo menos ao Império Romano. É considerado como uma inscrição caligrafada sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade.

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x Guerra da Aclamação ou da Restauração – Conflito armado que opôs as forças dos reinos de Espanha e Portugal, aquando da separação das duas coroas em 1640, após 60 anos de união das mesmas. Após a coroação do rei D. João V, seguiram-se cerca de 30 anos de recontros intermitentes, no final dos quais a nação portuguesa recuperou a sua independência.

Leal Legião lusitana – LLL, foi um corpo voluntário de portugueses, exilados em Inglaterra, que no contexto da Guerra Peninsular e das Invasões Francesas combateram as tropas de Napoleão Bonaparte com valor em numerosos confrontos.

Linha Fundamental de Fortificação – Plano desenvolvido por diversos engenheiros e arquitectos com vista a modernizar a defesa da capital lisboeta no contexto da Guerra da Aclamação. Este previa um pano de muralha abaluartado que envolveria a totalidade do recinto da cidade, com alguns pontos fortes de maior fortificação. Este, no entanto conformou-se com a elaboração de um conjunto de fortes em determinados pontos-chave.

Multi-split – Sistema de ar-condicionado que parte duma unidade principal, a qual se subdivide em diversas estruturas individuais de menor dimensão que funcionam independentes umas das outras, permitindo uma diferente climatização de um compartimento para outro. Reconquista Portuguesa – Conjunto de campanhas militares, desenvolvidas ao longo de vários séculos, iniciadas no reinado de D. Afonso Henriques, e terminando com a conquista de Silves no reinado de D. Afonso III em 1253. Com o objectivo de retornar as terras conquistadas pelos árabes ao domínio cristão, estes empreendimentos de cariz religioso são responsáveis pela formação do território que compreende hoje em dia a nação portuguesa.

Render – Um desenho e interpretação de uma determinada estrutura. Em termos de computação, associado à prática de arquitectura e outras áreas gráficas, significa a criação de uma imagem ou conjunto de imagens, que têm como base um modelo tridimensional elaborado através de um programa computacional.

Revolução Industrial – Transição de períodos de manufactura, de processos de fabrico e industrialização de actividades produtoras, na segunda metade do século XVIII, que desencadearam uma série de mudanças sociais e culturais, marcando uma transição entre períodos históricos.

Self-contained – Estilo de sistema de controlo climatérico constituído por uma unidade interna e outra externa de ventilação e extracção do ar. Este estilo de sistema permite o controlo da temperatura de uma unidade ou volume de maior dimensão.

SIDUL – Sociedade Industrial do Ultramar. Inicialmente Sena Sugar Estates Ltd, criada em 1890 por John Peter Hornung, e mais tarde conhecida como Companhia do Assucar de Moçambique, foi uma empresa agro-industrial dedicada à produção de açúcar a partir da cana-de-açúcar. De origem britânica, esta desenvolveu actividades nas colónias portuguesas do Ultramar.

SOL – Complexo fabril da CUF situado na zona de Alcântara. Com diversas dependências, escritórios e oficinas, esta centrava-se em actividades de produção de óleos e químicos variados.

Talibãs – Movimento terrorista responsável por diversos crimes e atentados contra alvos humanos, patrimoniais e culturais, sediado no Afeganistão e Paquistão.

Terramoto de 1755 – Catástrofe natural que arrasou a cidade de Lisboa, provocando incêndios e inundações que devastaram o património edificado. Este evento chocou e sensibilizou as diversas cortes europeias, nunca se tendo verificado na sociedade da altura semelhante desastre.

WC/IS – Do inglês Water Closet, é uma sigla comummente utilizada para referir-se às áreas húmidas de lavabos, regra geral de cariz público. Instalações Sanitárias.

Viroc – Viroce Cement Bonded Particle Board. Painel compósito por uma mistura de partículas de madeira e cimento, combinando a flexibilidade da madeira com a resistência e durabilidade do segundo, com uma vasta gama de aplicações para interiores e exteriores.

Referências

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