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CONFLITO SOCIOAMBIENTAL NO CERRADO: A MONOCULTURA DA SOJA NOS MUNICIPIOS DE ITAUBAL E MACAPÁ, AMAPÁ

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CONFLITO SOCIOAMBIENTAL NO CERRADO: A MO MUNICIPIOS DE ITAUBAL E MACAPÁ, AMAPÁ

Resumo

O crescimento apresentado pela soja nos últimos anos, aliado a necessidade constante de buscar novas áreas para o plantio de grãos, colocou o Amapá dentro da nova fronteira agrícola nacional. O fragmento de cerrado presente no Estado, a anos pressionado pe

aproximadamente 1/3 desse bioma, agora divide espaço com o cultivo de grãos, principalmente a soja. O crescente aumento da atividade está relacionado as características geográficas do estado e a formatação de infraestrutura adequada a manutenção da agricultura comercial. A entrada do Amapá, na rota de exportação de grãos advindos do centro

380 são bons exemplos a serem citados. Este trabalho objetiva analisar a apropriação e o uso do cerrado amapaense, especificamente nos municípios de Macapá e Itaubal, após a entrada da agricultura de grãos, entre o período de 2010 a 2015.

Palavras-chave:Espaço; Território; Abstract

The growth of soybeans in recent years,

planting grain, has placed Amapá within the new national agricultural frontier. The fragment of cerrado present in the state, under pressure from forestry years, which occupies approximately 1/3 of this biome, now divides space with the cultivation of grains, mainly soy. The growing increase in activity is related to the geographical characteristics of the state and the formatting of adequate infrastructure to maintain commercial agriculture. The entrance

coming from the center-west, and the paving of highways AP

cited. This work aims to analyze the appropriation and the use of the cerrado of the Amapa, specifically in the municipalities of Macapá and Itaubal, after the entry of grain agriculture, between the period of 2010 and 2015.

Keywords: Federal covenants; Management;

1

Geógrafo. Mestre em Gestão dos

(PPGEDAM/NUMA/UFPA). E-mail: andersonmaycon@hotmail.com 2

Geógrafo. Professor Titular da Universidade Federal do Pará. Professor Permanente do Programa de Pós

em Gestão dos Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia do Núcleo de Meio Ambiente (PPGEDAM/NUMA/UFPA). E-mail:docanto@ufpa.br

3

Professor Associado II da Universidade Federal do Amapá. Pós FAPESPA/CAPES. Pesquisador do GAPTA/CNPq.

4

Sociólogo. Professor do Programa de Pós

Amazônia do Núcleo de Meio Ambiente (PPGEDAM

TAL NO CERRADO: A MONOCULTURA DA SOJA NO L E MACAPÁ, AMAPÁ

Anderson Maycon Tavares Otávio do Ricardo Ângelo Pereira de

O crescimento apresentado pela soja nos últimos anos, aliado a necessidade constante de buscar novas áreas para o plantio de grãos, colocou o Amapá dentro da nova fronteira agrícola nacional. O fragmento de cerrado presente no Estado, a anos pressionado pela silvicultura, que ocupa aproximadamente 1/3 desse bioma, agora divide espaço com o cultivo de grãos, principalmente a soja. O crescente aumento da atividade está relacionado as características geográficas do estado e a ada a manutenção da agricultura comercial. A entrada do Amapá, na rota de exportação de grãos advindos do centro-oeste, e a pavimentação das rodovias AP 380 são bons exemplos a serem citados. Este trabalho objetiva analisar a apropriação e o uso do

errado amapaense, especificamente nos municípios de Macapá e Itaubal, após a entrada da agricultura de grãos, entre o período de 2010 a 2015.

; Ordenamento;Conflito;Soja.

The growth of soybeans in recent years, coupled with the constant need to seek new areas for planting grain, has placed Amapá within the new national agricultural frontier. The fragment of cerrado present in the state, under pressure from forestry years, which occupies approximately 1/3 biome, now divides space with the cultivation of grains, mainly soy. The growing increase in activity is related to the geographical characteristics of the state and the formatting of adequate infrastructure to maintain commercial agriculture. The entrance of Amapá, in the grain export route west, and the paving of highways AP-070 and 380 are good examples to be cited. This work aims to analyze the appropriation and the use of the cerrado of the Amapa, es of Macapá and Itaubal, after the entry of grain agriculture, between

nts; Management; Organization.

Geógrafo. Mestre em Gestão dos Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia

mail: andersonmaycon@hotmail.com

Geógrafo. Professor Titular da Universidade Federal do Pará. Professor Permanente do Programa de Pós

Desenvolvimento Local na Amazônia do Núcleo de Meio Ambiente mail:docanto@ufpa.br

Professor Associado II da Universidade Federal do Amapá. Pós-doutorando em Geografia (PPGEO/UFPA). Pesquisador do GAPTA/CNPq. E-mail: ricardoangelo_pereira@yahoo.es

Sociólogo. Professor do Programa de Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia do Núcleo de Meio Ambiente (PPGEDAM/NUMA/UFPA). E-mail:ala.defarias@gmail.com

19 NOCULTURA DA SOJA NOS

Anderson Maycon Tavares LAMEIRA1 Otávio do CANTO2 Ricardo Ângelo Pereira de LIMA3 André FARIAS4

O crescimento apresentado pela soja nos últimos anos, aliado a necessidade constante de buscar novas áreas para o plantio de grãos, colocou o Amapá dentro da nova fronteira agrícola nacional. O la silvicultura, que ocupa aproximadamente 1/3 desse bioma, agora divide espaço com o cultivo de grãos, principalmente a soja. O crescente aumento da atividade está relacionado as características geográficas do estado e a ada a manutenção da agricultura comercial. A entrada do Amapá, oeste, e a pavimentação das rodovias AP-070 e 380 são bons exemplos a serem citados. Este trabalho objetiva analisar a apropriação e o uso do errado amapaense, especificamente nos municípios de Macapá e Itaubal, após a entrada da

coupled with the constant need to seek new areas for planting grain, has placed Amapá within the new national agricultural frontier. The fragment of cerrado present in the state, under pressure from forestry years, which occupies approximately 1/3 biome, now divides space with the cultivation of grains, mainly soy. The growing increase in activity is related to the geographical characteristics of the state and the formatting of adequate of Amapá, in the grain export route 070 and 380 are good examples to be cited. This work aims to analyze the appropriation and the use of the cerrado of the Amapa, es of Macapá and Itaubal, after the entry of grain agriculture, between

Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia

Geógrafo. Professor Titular da Universidade Federal do Pará. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação Desenvolvimento Local na Amazônia do Núcleo de Meio Ambiente doutorando em Geografia (PPGEO/UFPA). Bolsista Graduação em Gestão dos Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na

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1. INTRODUÇÃO

O respectivo trabalho é fruto de atividade de pesquisa produzida durante o mestrado profissional, no Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará desenvolvido durante 2014 a 2016. A proposta de investigação contempla as metamorfoses ocorridas no

municípios de Macapá e Itaubal após entrada da agricultura de grãos na região e quais as principais consequências socioambientais provocadas pela atividade.

Os municípios de Macapá e Itaubal estão localizados na porção sudeste do estado do Amapá, com dimensões territoriais de 6.502 km² e 1.622 km² respectivamente. A soma dos territórios dos dois municípios representa algo próximo a 6% do território estadual. O município de Macapá faz limite ao norte com os municípios de Amapá, Cutias, a oeste

Porto Grande, ao sul com Santana e a leste com o Rio Amazonas. Já o município de Itaubal tem seus limites definidos com Macapá e com o Rio Amazonas.

O cerrado do Amapá merece destaque, em virtude de grande parte do estado está afetado unidades de conservação e áreas de uso especial, a exemplo de reservas extrativistas, projetos de assentamentos, terras indígenas que totalizam 71% de áreas já destinadas. Com o resguardo dessas áreas o vetor de ocupação territorial acabou sendo direci

Desde 2002 vem se desenvolvendo no estado o cultivo de grãos, principalmente nos campos do município de Itaubal, que iniciou de forma experimental com o cultivo de arroz e posteriormente a atividade foi ocupando os campos circunvizinh

Para a construção deste trabalho adotou

levantamento bibliográfico em livros, artigos, revistas, meios eletrônicos, juntamente com técnicas de geoprocessamento para a construção do cenário at

2. SOJA NAS AMAZÔNIAS

A crescente demanda global por

de soja (Glycinemax) nacional, em 2015 o governo brasileiro indicava números próximos aos 100 milhões de toneladas produzidas no país, sendo cultivado em aproximadamente 32 milhões de hectares, produto que tem como principal consumidor o mercado chinês (BRASIL, 2015).

Neste contexto, o Brasil é um dos maiores produtores de soja do mundo, há pelo menos uma década vem competindo com os Estados Unidos pelo posto de primeiro do ranking de exportações,

---O respectivo trabalho é fruto de atividade de pesquisa produzida durante o mestrado profissional, no Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará desenvolvido durante 2014 a 2016. A proposta de investigação contempla as metamorfoses ocorridas no

municípios de Macapá e Itaubal após entrada da agricultura de grãos na região e quais as principais consequências socioambientais provocadas pela atividade.

Os municípios de Macapá e Itaubal estão localizados na porção sudeste do estado do apá, com dimensões territoriais de 6.502 km² e 1.622 km² respectivamente. A soma dos territórios dos dois municípios representa algo próximo a 6% do território estadual. O município de Macapá faz limite ao norte com os municípios de Amapá, Cutias, a oeste com Ferreira Gomes e Porto Grande, ao sul com Santana e a leste com o Rio Amazonas. Já o município de Itaubal tem seus limites definidos com Macapá e com o Rio Amazonas.

O cerrado do Amapá merece destaque, em virtude de grande parte do estado está afetado unidades de conservação e áreas de uso especial, a exemplo de reservas extrativistas, projetos de assentamentos, terras indígenas que totalizam 71% de áreas já destinadas. Com o resguardo dessas áreas o vetor de ocupação territorial acabou sendo direcionado para o cerrado.

Desde 2002 vem se desenvolvendo no estado o cultivo de grãos, principalmente nos campos do município de Itaubal, que iniciou de forma experimental com o cultivo de arroz e posteriormente a atividade foi ocupando os campos circunvizinhos do município de Macapá.

Para a construção deste trabalho adotou-se como procedimentos metodológicos o levantamento bibliográfico em livros, artigos, revistas, meios eletrônicos, juntamente com técnicas de geoprocessamento para a construção do cenário atual da pesquisa.

A crescente demanda global por comodities resultou no crescimento constante da produção ) nacional, em 2015 o governo brasileiro indicava números próximos aos 100 no país, sendo cultivado em aproximadamente 32 milhões de hectares, produto que tem como principal consumidor o mercado chinês (BRASIL, 2015).

Neste contexto, o Brasil é um dos maiores produtores de soja do mundo, há pelo menos uma m os Estados Unidos pelo posto de primeiro do ranking de exportações,

---20 O respectivo trabalho é fruto de atividade de pesquisa produzida durante o mestrado profissional, no Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará desenvolvido durante 2014 a 2016. A proposta de investigação contempla as metamorfoses ocorridas no cerrado dos municípios de Macapá e Itaubal após entrada da agricultura de grãos na região e quais as principais

Os municípios de Macapá e Itaubal estão localizados na porção sudeste do estado do apá, com dimensões territoriais de 6.502 km² e 1.622 km² respectivamente. A soma dos territórios dos dois municípios representa algo próximo a 6% do território estadual. O município de com Ferreira Gomes e Porto Grande, ao sul com Santana e a leste com o Rio Amazonas. Já o município de Itaubal tem

O cerrado do Amapá merece destaque, em virtude de grande parte do estado está afetado por unidades de conservação e áreas de uso especial, a exemplo de reservas extrativistas, projetos de assentamentos, terras indígenas que totalizam 71% de áreas já destinadas. Com o resguardo dessas

Desde 2002 vem se desenvolvendo no estado o cultivo de grãos, principalmente nos campos do município de Itaubal, que iniciou de forma experimental com o cultivo de arroz e posteriormente

se como procedimentos metodológicos o levantamento bibliográfico em livros, artigos, revistas, meios eletrônicos, juntamente com técnicas

resultou no crescimento constante da produção ) nacional, em 2015 o governo brasileiro indicava números próximos aos 100 no país, sendo cultivado em aproximadamente 32 milhões de hectares, produto que tem como principal consumidor o mercado chinês (BRASIL, 2015).

Neste contexto, o Brasil é um dos maiores produtores de soja do mundo, há pelo menos uma m os Estados Unidos pelo posto de primeiro do ranking de exportações,

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contudo para elevar seu patamar a níveis mais altos, se faz necessário elevar, cada vez mais, as áreas plantadas. Desta forma, o avanço da monocultura da soja sobre as Amazônias

das exigências do avanço dessa atividade, amplamente estimulada pelo Estado brasileiro.

Nas últimas três décadas, as Amazônias vêm experimentando movimentos que transformam as suas formas de ocupações, a expansão para a região marca um novo paradig

caracterizado por pequenas propriedades, desenvolvendo agricultura de subsistência, pequenas áreas de pastagens, exploração de recursos naturais de baixo impacto, dá lugar às atividades econômicas um tanto diferenciadas, mudando sensive

A introdução da agricultura mecanizada promove profundas modificações na organização espacial da região, a concentração da terra em grandes propriedades é um dos rebatimentos desse processo de ampliação da agricultura comercial

perspectiva, Costa (2012) afirma que os baixos valores cobrados pela terra, favorece a aquisição de áreas para o desenvolvimento agrícola comercial, servindo de atrativo para a atividade.

Seguindo exemplos de diversos estados da Amazônia Legal, que já haviam experimentado a monocultura da soja nas manchas de cerrado ou mesmo em áreas de floresta, o estado do Amapá é um dos últimos a estimular esse tipo de agricultura. Não obstante, a (re)organização recente d território amapaense, fortemente estimulado pelo Governo Federal, no que tange à criação de Unidades de Conservação (UC) e terras indígenas, instituídas principalmente sobre área de grande concentração florestal, de certo modo, estimulou a investida de c

diversas regiões do Brasil, que se deslocam em busca de terras, sobretudo nas manchas de cerrados encontradas no Estado.

3. O INÍCIO DO CULTIVO DE SOJA NO AMAPÁ

O cultivo de soja no cerrado amapaense é relativamente recente se comparado a outros estados do Brasil, inicia-se por volta de 2002, por meio de produtores advindos da região centro oeste do Brasil, principalmente do estado do Mato Grosso. Embora o começo

ligado ao processo de expansão da agricultura comercial para a Amazônia, marcando as últimas décadas do século XX, representando o chamado “avanço da fronteira agrícola”, a entrada do

5

A fim de explicitar as diferenças existentes na Amazônia, trataremos a mesma no plural conforme retratam Gonçalves (2001) e Canto (2016).

contudo para elevar seu patamar a níveis mais altos, se faz necessário elevar, cada vez mais, as áreas plantadas. Desta forma, o avanço da monocultura da soja sobre as Amazônias

das exigências do avanço dessa atividade, amplamente estimulada pelo Estado brasileiro.

Nas últimas três décadas, as Amazônias vêm experimentando movimentos que transformam as suas formas de ocupações, a expansão para a região marca um novo paradigma, o que antes era caracterizado por pequenas propriedades, desenvolvendo agricultura de subsistência, pequenas áreas de pastagens, exploração de recursos naturais de baixo impacto, dá lugar às atividades econômicas um tanto diferenciadas, mudando sensivelmente o mosaico da região.

A introdução da agricultura mecanizada promove profundas modificações na organização espacial da região, a concentração da terra em grandes propriedades é um dos rebatimentos desse processo de ampliação da agricultura comercial e conflitos socioambientais nas Amazônias. Nessa perspectiva, Costa (2012) afirma que os baixos valores cobrados pela terra, favorece a aquisição de áreas para o desenvolvimento agrícola comercial, servindo de atrativo para a atividade.

e diversos estados da Amazônia Legal, que já haviam experimentado a monocultura da soja nas manchas de cerrado ou mesmo em áreas de floresta, o estado do Amapá é um dos últimos a estimular esse tipo de agricultura. Não obstante, a (re)organização recente d território amapaense, fortemente estimulado pelo Governo Federal, no que tange à criação de Unidades de Conservação (UC) e terras indígenas, instituídas principalmente sobre área de grande concentração florestal, de certo modo, estimulou a investida de cultivadores de soja, oriundos de diversas regiões do Brasil, que se deslocam em busca de terras, sobretudo nas manchas de cerrados

O INÍCIO DO CULTIVO DE SOJA NO AMAPÁ

O cultivo de soja no cerrado amapaense é relativamente recente se comparado a outros se por volta de 2002, por meio de produtores advindos da região centro oeste do Brasil, principalmente do estado do Mato Grosso. Embora o começo da atividade estivesse ligado ao processo de expansão da agricultura comercial para a Amazônia, marcando as últimas décadas do século XX, representando o chamado “avanço da fronteira agrícola”, a entrada do

ar as diferenças existentes na Amazônia, trataremos a mesma no plural conforme retratam Gonçalves 21 contudo para elevar seu patamar a níveis mais altos, se faz necessário elevar, cada vez mais, as áreas plantadas. Desta forma, o avanço da monocultura da soja sobre as Amazônias5 é consequência das exigências do avanço dessa atividade, amplamente estimulada pelo Estado brasileiro.

Nas últimas três décadas, as Amazônias vêm experimentando movimentos que transformam ma, o que antes era caracterizado por pequenas propriedades, desenvolvendo agricultura de subsistência, pequenas áreas de pastagens, exploração de recursos naturais de baixo impacto, dá lugar às atividades

A introdução da agricultura mecanizada promove profundas modificações na organização espacial da região, a concentração da terra em grandes propriedades é um dos rebatimentos desse e conflitos socioambientais nas Amazônias. Nessa perspectiva, Costa (2012) afirma que os baixos valores cobrados pela terra, favorece a aquisição de áreas para o desenvolvimento agrícola comercial, servindo de atrativo para a atividade.

e diversos estados da Amazônia Legal, que já haviam experimentado a monocultura da soja nas manchas de cerrado ou mesmo em áreas de floresta, o estado do Amapá é um dos últimos a estimular esse tipo de agricultura. Não obstante, a (re)organização recente do território amapaense, fortemente estimulado pelo Governo Federal, no que tange à criação de Unidades de Conservação (UC) e terras indígenas, instituídas principalmente sobre área de grande ultivadores de soja, oriundos de diversas regiões do Brasil, que se deslocam em busca de terras, sobretudo nas manchas de cerrados

O cultivo de soja no cerrado amapaense é relativamente recente se comparado a outros se por volta de 2002, por meio de produtores advindos da região

centro-da ativicentro-dade estivesse ligado ao processo de expansão da agricultura comercial para a Amazônia, marcando as últimas décadas do século XX, representando o chamado “avanço da fronteira agrícola”, a entrada do

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capital agrícola no Amapá foi favorecida pela com período.

O cenário político que antecedeu a entrada da soja no território amapaense não era favorável a tais atividades, pois as diretrizes de gestão governamental do período intitulado de Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá (PDSA), que se estendeu de 1995 a 2002, defendia uma proposta que, em linhas gerais, valorizava os chamados “Produtos da Floresta”, voltando

para o uso sustentável de recursos naturais. Após um curto período de crescimento

atividades de produção de grãos diminuíram de intensidade, vários motivos foram responsáveis por esse retardo, dentre eles os altos valores cobrados pelos insumos. Vale salientar que durante o período citado as atividades agrícolas ainda eram tidas como experimentais.

Nesse período se estabeleceu um fortalecimento agroestratégicovoltado para a atividade agrícola e a busca por arranjos que facilitassem a implementação das atividades, objetivando suportar a entrad de novas empresas que se instalariam no Estado.

Mesmo com a presença do cultivo de grãos sendo percebida nas primeiras décadas deste século nos campos amapaenses, é fato que a atividade ficou inerte por pelo menos oito anos, no que tange à atividade principal que é o plantio, retornando com maior força a partir de 2012, tendo seus primeiros registros contabilizados pelo IBGE apenas na safra de 2013.

O cultivo comercial da soja tem promovido desenvolvimento econômico para muitas regiões brasileiras, no entanto a alteração da dinâmica social e territorial tem trazido graves problemas de diversas ordens, a exemplo do êxodo rural, consequentemente inchaço populacional nas cidades, concentração fundiária, problemas de cunho ambiental, entre outros. Sabe

casos, o crescimento econômico disseminado na sociedade, de fato, não atinge as camadas menos privilegiadas da população, sem falar nos impactos irreversíveis provocados ao meio ambiente.

4. O CERRADO

O Amapá está localizado na porção norte do Brasil, cortado pela linha do Equador, possui maior parte de seu território situado no hemisfério setentrional. Ao norte faz fronteira com a Guiana Francesa, a leste com o Oceano Atlântico, ao sul e a oeste com o

---capital agrícola no Amapá foi favorecida pela compatibilidade de intenções com de gestão do

O cenário político que antecedeu a entrada da soja no território amapaense não era favorável a tais atividades, pois as diretrizes de gestão governamental do período intitulado de Programa de nto Sustentável do Amapá (PDSA), que se estendeu de 1995 a 2002, defendia uma proposta que, em linhas gerais, valorizava os chamados “Produtos da Floresta”, voltando

para o uso sustentável de recursos naturais.

Após um curto período de crescimento, que se estendeu de 2002 a 2008, no qual as atividades de produção de grãos diminuíram de intensidade, vários motivos foram responsáveis por esse retardo, dentre eles os altos valores cobrados pelos insumos. Vale salientar que durante o

atividades agrícolas ainda eram tidas como experimentais.

Nesse período se estabeleceu um fortalecimento agroestratégicovoltado para a atividade agrícola e a busca por arranjos que facilitassem a implementação das atividades, objetivando suportar a entrad de novas empresas que se instalariam no Estado.

Mesmo com a presença do cultivo de grãos sendo percebida nas primeiras décadas deste século nos campos amapaenses, é fato que a atividade ficou inerte por pelo menos oito anos, no que ncipal que é o plantio, retornando com maior força a partir de 2012, tendo seus primeiros registros contabilizados pelo IBGE apenas na safra de 2013.

O cultivo comercial da soja tem promovido desenvolvimento econômico para muitas regiões tanto a alteração da dinâmica social e territorial tem trazido graves problemas de diversas ordens, a exemplo do êxodo rural, consequentemente inchaço populacional nas cidades, concentração fundiária, problemas de cunho ambiental, entre outros. Sabe-se que

casos, o crescimento econômico disseminado na sociedade, de fato, não atinge as camadas menos privilegiadas da população, sem falar nos impactos irreversíveis provocados ao meio ambiente.

O Amapá está localizado na porção norte do Brasil, cortado pela linha do Equador, possui maior parte de seu território situado no hemisfério setentrional. Ao norte faz fronteira com a Guiana Francesa, a leste com o Oceano Atlântico, ao sul e a oeste com o Pará e a noroeste com o Suriname,

---22 patibilidade de intenções com de gestão do

O cenário político que antecedeu a entrada da soja no território amapaense não era favorável a tais atividades, pois as diretrizes de gestão governamental do período intitulado de Programa de nto Sustentável do Amapá (PDSA), que se estendeu de 1995 a 2002, defendia uma proposta que, em linhas gerais, valorizava os chamados “Produtos da Floresta”, voltando-se mais

, que se estendeu de 2002 a 2008, no qual as atividades de produção de grãos diminuíram de intensidade, vários motivos foram responsáveis por esse retardo, dentre eles os altos valores cobrados pelos insumos. Vale salientar que durante o

Nesse período se estabeleceu um fortalecimento agroestratégicovoltado para a atividade agrícola e a busca por arranjos que facilitassem a implementação das atividades, objetivando suportar a entrada

Mesmo com a presença do cultivo de grãos sendo percebida nas primeiras décadas deste século nos campos amapaenses, é fato que a atividade ficou inerte por pelo menos oito anos, no que ncipal que é o plantio, retornando com maior força a partir de 2012, tendo seus

O cultivo comercial da soja tem promovido desenvolvimento econômico para muitas regiões tanto a alteração da dinâmica social e territorial tem trazido graves problemas de diversas ordens, a exemplo do êxodo rural, consequentemente inchaço populacional nas cidades, se que na maioria dos casos, o crescimento econômico disseminado na sociedade, de fato, não atinge as camadas menos privilegiadas da população, sem falar nos impactos irreversíveis provocados ao meio ambiente.

O Amapá está localizado na porção norte do Brasil, cortado pela linha do Equador, possui maior parte de seu território situado no hemisfério setentrional. Ao norte faz fronteira com a Guiana Pará e a noroeste com o Suriname,

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e ocupa uma área de 142.184,585 km² o equivalente a 2,79% da Amazônia Legal (DRUMMOND; PEREIRA, 2007).

Dentre os domínios vegetais existentes no Estado, o cerrado domina apenas 6%, do território amapaense (AMAPÁ, 2009) e é classificado em dois tipos: o cerrado arbóreo

parque7. O cerrado amapaense está distribuído geograficamente em dois sentidos: o primeiro no sentido norte/sul que vai do município de Calçoene, mais ao norte, até o município de

ao sul, esta é a maior mancha de cerrado distribuído de forma contínua, o segundo está localizado na região sul do Estado, localizado no município de Mazagão. Esta porção do cerrado está inserida no Projeto de Assentamento Agroextrativista do

Outro ponto que desperta o interesse em desenvolver o plantio de soja no Amapá é o clima. O estado possui dois períodos bem definidos, o chuvoso, com bons índices pluviométricos, que vai de dezembro a julho, onde a média pode alcançar facilmente 30

período de agosto a novembro é considerado o mais seco, com média de 50 mm, tendo o mês de outubro como o mais crítico, segundo Melem Junior et al (2003).

O cultivo de soja tem se fixado no cerrado, preferencialmente na

municípios de Macapá e Itaubal, região sudeste do Estado (Figura 1), transformada no epicentro deste estudo. Além disso, vale destacar que esta região abriga projetos de assentamento, unidades de conservação, áreas de remanescentes qu

socioambientais à medida que os territórios são cotidianamente disputados.

6

Cerrado arbóreo-arbustivo: tipo florístico marcado pela presença de um estrato lenhoso pouco diversificado e muito

sensível a diferenciações locais do meio. Seus representantes arbóreos mais importantes situam metros de altura; (OLIVEIRA, 2009, p. 21).

7

Cerrado parque: tipo florístico caracterizado pelo domínio do estrato herbáceo com presença de elementos l

dispersos, sem nenhuma relação definida de distância entre si. O cerrado parque é mais frequente em áreas de relevo ondulado ou mesmo, em áreas aplainadas ou abaciadas (OLIVEIRA, 2009, p. 21)

e ocupa uma área de 142.184,585 km² o equivalente a 2,79% da Amazônia Legal (DRUMMOND;

Dentre os domínios vegetais existentes no Estado, o cerrado domina apenas 6%, do território classificado em dois tipos: o cerrado arbóreo-arbustivo

. O cerrado amapaense está distribuído geograficamente em dois sentidos: o primeiro no sentido norte/sul que vai do município de Calçoene, mais ao norte, até o município de

ao sul, esta é a maior mancha de cerrado distribuído de forma contínua, o segundo está localizado na região sul do Estado, localizado no município de Mazagão. Esta porção do cerrado está inserida no Projeto de Assentamento Agroextrativista do Maracá.

Outro ponto que desperta o interesse em desenvolver o plantio de soja no Amapá é o clima. O estado possui dois períodos bem definidos, o chuvoso, com bons índices pluviométricos, que vai de dezembro a julho, onde a média pode alcançar facilmente 300 mm, com ápice no mês de abril. O período de agosto a novembro é considerado o mais seco, com média de 50 mm, tendo o mês de outubro como o mais crítico, segundo Melem Junior et al (2003).

O cultivo de soja tem se fixado no cerrado, preferencialmente na porção que engloba os municípios de Macapá e Itaubal, região sudeste do Estado (Figura 1), transformada no epicentro deste estudo. Além disso, vale destacar que esta região abriga projetos de assentamento, unidades de conservação, áreas de remanescentes quilombolas, o que potencializa bastante os conflitos socioambientais à medida que os territórios são cotidianamente disputados.

: tipo florístico marcado pela presença de um estrato lenhoso pouco diversificado e muito diferenciações locais do meio. Seus representantes arbóreos mais importantes situam-se em torno de 7 a 12 metros de altura; (OLIVEIRA, 2009, p. 21).

: tipo florístico caracterizado pelo domínio do estrato herbáceo com presença de elementos l dispersos, sem nenhuma relação definida de distância entre si. O cerrado parque é mais frequente em áreas de relevo ondulado ou mesmo, em áreas aplainadas ou abaciadas (OLIVEIRA, 2009, p. 21)

23 e ocupa uma área de 142.184,585 km² o equivalente a 2,79% da Amazônia Legal (DRUMMOND;

Dentre os domínios vegetais existentes no Estado, o cerrado domina apenas 6%, do território arbustivo6 e o cerrado . O cerrado amapaense está distribuído geograficamente em dois sentidos: o primeiro no sentido norte/sul que vai do município de Calçoene, mais ao norte, até o município de Macapá, mais ao sul, esta é a maior mancha de cerrado distribuído de forma contínua, o segundo está localizado na região sul do Estado, localizado no município de Mazagão. Esta porção do cerrado está inserida

Outro ponto que desperta o interesse em desenvolver o plantio de soja no Amapá é o clima. O estado possui dois períodos bem definidos, o chuvoso, com bons índices pluviométricos, que vai 0 mm, com ápice no mês de abril. O período de agosto a novembro é considerado o mais seco, com média de 50 mm, tendo o mês de

porção que engloba os municípios de Macapá e Itaubal, região sudeste do Estado (Figura 1), transformada no epicentro deste estudo. Além disso, vale destacar que esta região abriga projetos de assentamento, unidades ilombolas, o que potencializa bastante os conflitos

: tipo florístico marcado pela presença de um estrato lenhoso pouco diversificado e muito se em torno de 7 a 12 : tipo florístico caracterizado pelo domínio do estrato herbáceo com presença de elementos lenhosos dispersos, sem nenhuma relação definida de distância entre si. O cerrado parque é mais frequente em áreas de relevo

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Figura 1 –

Outro ponto favorável à região é a presença de infraestrutura rodoviár

presença das rodovias estaduais AP 070 e 340 e da BR 156, possuindo assim um cenário ideal para a atividade.

O interesse em ocupar as manchas de cerrado localizadas no Amapá, também está associado à sua posição geográfica, permitindo o

elevando a importância do Porto de Santana incluído dentro da rota de exportações de grãos oriundos principalmente do centro

regionais como internacionais, aumentando a sua competitividade (ALVES; CASTRO, 2014). Segundo Alves e Castro (2014), o cerrado do Amapá ainda vive uma fase embrionária no que diz respeito à agricultura de grãos, ainda praticada de forma isolada em algumas propriedades. A relação das comunidades locais com a agricultura sempre esteve ligada às regiões de mata, em virtude das características químicas dos solos locais.

A utilização do cerrado sempre chamou a atenção das comunidades para o uso turístico, de lazer, associado, essencialmente, à presença de igarapés e das veredas presentes nesses locais. As Mapa de localização da área objeto de estudo.

Outro ponto favorável à região é a presença de infraestrutura rodoviária, que conta com a presença das rodovias estaduais AP 070 e 340 e da BR 156, possuindo assim um cenário ideal para

O interesse em ocupar as manchas de cerrado localizadas no Amapá, também está associado à sua posição geográfica, permitindo o escoamento da produção por via rodoviária e fluvial, elevando a importância do Porto de Santana incluído dentro da rota de exportações de grãos oriundos principalmente do centro-oeste do país, possibilitando atingir novos mercados, tanto

ernacionais, aumentando a sua competitividade (ALVES; CASTRO, 2014). Segundo Alves e Castro (2014), o cerrado do Amapá ainda vive uma fase embrionária no que diz respeito à agricultura de grãos, ainda praticada de forma isolada em algumas propriedades. relação das comunidades locais com a agricultura sempre esteve ligada às regiões de mata, em virtude das características químicas dos solos locais.

A utilização do cerrado sempre chamou a atenção das comunidades para o uso turístico, de essencialmente, à presença de igarapés e das veredas presentes nesses locais. As

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ia, que conta com a presença das rodovias estaduais AP 070 e 340 e da BR 156, possuindo assim um cenário ideal para

O interesse em ocupar as manchas de cerrado localizadas no Amapá, também está associado escoamento da produção por via rodoviária e fluvial, elevando a importância do Porto de Santana incluído dentro da rota de exportações de grãos oeste do país, possibilitando atingir novos mercados, tanto ernacionais, aumentando a sua competitividade (ALVES; CASTRO, 2014). Segundo Alves e Castro (2014), o cerrado do Amapá ainda vive uma fase embrionária no que diz respeito à agricultura de grãos, ainda praticada de forma isolada em algumas propriedades. relação das comunidades locais com a agricultura sempre esteve ligada às regiões de mata, em

A utilização do cerrado sempre chamou a atenção das comunidades para o uso turístico, de essencialmente, à presença de igarapés e das veredas presentes nesses locais. As

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características físicas8 da região de análise também favorecem a implantação da atividade, a proximidade com a capital Macapá, e principalmente com o Porto de Santana, princi

exportação, também estimula a rápida transformação e conflitos socioambientais na região.

5. USO DO CERRADO AMAPAENSE PARA A SILVICULTURA

O cerrado do Amapá também abriga diversas atividades, dentre as mais importantes destaca se a silvicultura, responsável por grandes áreas de florestas plantadas pertencentes à empresa Amapá Florestal e Celulose S.A. – AMCEL, instalada no estado 1977, que c

de empresas do grupo CAEMI.

Atualmente está sob administração do grupo japonês Marubeni Corporation e NipponPapers Industries Co. Ltda. A empresa reclama a propriedade de mais de 310 mil ha de áreas no cerrado, contudo há dúvidas sobre a origem de alguns documentos que comprovam o domínio de propriedades.

Mais recentemente o bioma vem abrigando outras atividades no campo, com a expansão da fronteira agrícola para a região norte, o Amapá também foi alvo das inserções do capital agrícola representados pelo cultivo de grãos. Com a entrada do agronegócio na região, os conflitos no campo que englobavam os vastos questionamentos sobre a legalidade das áreas ocupadas pela silvicultura, também tiveram seus números acrescidos pelos conflitos ge

com comunidades tradicionais, provocados por invasões de terras, expropriações, uso irregular dos recursos naturais, entre outros.

Nos primeiros anos do século XXI já é possível notar a cobiça do agronegócio nacional em se apropriar do cerrado local, em 2002 o cultivo do arroz em escala comercial nos campos do município de Itaubal já anunciava e referendava esse fascínio na introdução de outras culturas, dentre elas a da soja (DOMINGUES, 2004). O interesse pelo cerrado s

a necessidade de pesquisas voltadas para o aproveitamento do espaço para a agricultura mecanizada a EMBRAPA teve papel fundamental nesse processo de apropriação.

Os cultivos de soja e arroz estendem

com comunidades locais, limitadas nos seus direitos de uso territorial e de recursos naturais. Isso mostra que ainda não foi encontrada uma forma de ordenamento e ge

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O fragmento do cerrado eleito como área de estudo pos investimentos para correções de desníveis.

da região de análise também favorecem a implantação da atividade, a proximidade com a capital Macapá, e principalmente com o Porto de Santana, princi

exportação, também estimula a rápida transformação e conflitos socioambientais na região.

USO DO CERRADO AMAPAENSE PARA A SILVICULTURA

O cerrado do Amapá também abriga diversas atividades, dentre as mais importantes destaca se a silvicultura, responsável por grandes áreas de florestas plantadas pertencentes à empresa

AMCEL, instalada no estado 1977, que compunha o aglomerado

Atualmente está sob administração do grupo japonês Marubeni Corporation e NipponPapers Industries Co. Ltda. A empresa reclama a propriedade de mais de 310 mil ha de áreas no cerrado, e a origem de alguns documentos que comprovam o domínio de

Mais recentemente o bioma vem abrigando outras atividades no campo, com a expansão da fronteira agrícola para a região norte, o Amapá também foi alvo das inserções do capital agrícola representados pelo cultivo de grãos. Com a entrada do agronegócio na região, os conflitos no campo que englobavam os vastos questionamentos sobre a legalidade das áreas ocupadas pela silvicultura, também tiveram seus números acrescidos pelos conflitos gerados pela atividade, principalmente com comunidades tradicionais, provocados por invasões de terras, expropriações, uso irregular dos

Nos primeiros anos do século XXI já é possível notar a cobiça do agronegócio nacional em se apropriar do cerrado local, em 2002 o cultivo do arroz em escala comercial nos campos do município de Itaubal já anunciava e referendava esse fascínio na introdução de outras culturas, dentre elas a da soja (DOMINGUES, 2004). O interesse pelo cerrado setentrional despertou consigo a necessidade de pesquisas voltadas para o aproveitamento do espaço para a agricultura mecanizada a EMBRAPA teve papel fundamental nesse processo de apropriação.

Os cultivos de soja e arroz estendem-se pelo Cerrado sob acusações de grilagem e conflitos com comunidades locais, limitadas nos seus direitos de uso territorial e de recursos naturais. Isso mostra que ainda não foi encontrada uma forma de ordenamento e ge

O fragmento do cerrado eleito como área de estudo possui em grande parte uma topografia plana, exigindo poucos 25 da região de análise também favorecem a implantação da atividade, a proximidade com a capital Macapá, e principalmente com o Porto de Santana, principal rota de exportação, também estimula a rápida transformação e conflitos socioambientais na região.

O cerrado do Amapá também abriga diversas atividades, dentre as mais importantes destaca-se a silvicultura, responsável por grandes áreas de florestas plantadas pertencentes à empresa

ompunha o aglomerado

Atualmente está sob administração do grupo japonês Marubeni Corporation e NipponPapers Industries Co. Ltda. A empresa reclama a propriedade de mais de 310 mil ha de áreas no cerrado, e a origem de alguns documentos que comprovam o domínio de

Mais recentemente o bioma vem abrigando outras atividades no campo, com a expansão da fronteira agrícola para a região norte, o Amapá também foi alvo das inserções do capital agrícola, representados pelo cultivo de grãos. Com a entrada do agronegócio na região, os conflitos no campo que englobavam os vastos questionamentos sobre a legalidade das áreas ocupadas pela silvicultura, rados pela atividade, principalmente com comunidades tradicionais, provocados por invasões de terras, expropriações, uso irregular dos

Nos primeiros anos do século XXI já é possível notar a cobiça do agronegócio nacional em se apropriar do cerrado local, em 2002 o cultivo do arroz em escala comercial nos campos do município de Itaubal já anunciava e referendava esse fascínio na introdução de outras culturas, etentrional despertou consigo a necessidade de pesquisas voltadas para o aproveitamento do espaço para a agricultura mecanizada

se pelo Cerrado sob acusações de grilagem e conflitos com comunidades locais, limitadas nos seus direitos de uso territorial e de recursos naturais. Isso mostra que ainda não foi encontrada uma forma de ordenamento e gestão

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deste ambiente que garanta a conservação da riqueza natural do Cerrado, o aproveitamento sustentável de sua biodiversidade e proporcione melhores condições de vida para a população local, em geral empurrada para a floresta ou para as cidades. (OLIVEIR

p. 24)

As monoculturas implantadas no cerrado amapaense ameaçam cada vez mais o bioma, provocando dilapidações do seu patrimônio biológico, a exemplo da silvicultura que tem aproximadamente 130 mil hectares de floresta plantada, a consolidação, a

monocultura no espaço amapaense deixa mais vulnerável o bioma, tendo em vista o grande volume de área necessária para viabilizar esses empreendimentos.

Vale lembrar que os sinais de estresse ambiental vêm aparecendo de forma crescente em ecossistemas transformados com o objetivo de viabilizar as grandes safras. Tal quadro se aproxima perigosamente de um ponto de estrangulamento. O modelo produtivista viabilizado pela Revolução Verde está, de certo modo, transformando ecossistemas originalmente ricos em biodiversidades em grandes extensões de monocultura, como é o caso da soja, atualmente o principal tipo de grão produzido no país. (THEODORO; LEONARDO; DUARTE, 2002, p. 147)

O modelo de produção agrícola que também vem sendo executado no Am

conhecimento em outras regiões, requer grandes extensões de áreas para manter a viabilidade econômica da atividade; pouco emprega; gera grande concentração de terra, característica principal dessa atividade; expropria famílias de suas áreas, gera

em busca de novas áreas para se instalarem.

No caso do Brasil, o modelo agroexportador, implantado desde o período colonial, vem mostrando que os atuais recordes de safras definem uma via de mão dupla, pois ao tempo em que viabiliza o crescimento do setor, acarreta uma maior concentração de renda e terra. Este modelo de desenvolvimento agrícola adotado pelo país, e especialmente no cerrado, além de socialmente injusto, vem acarretando problemas ambientais

que podem, em médio e longo prazo, inviabilizar a região de maior potencial agrícola. (THEODORO; LEONARDO; DUARTE, 2002, p. 147)

A uma forte tendência que no Amapá, o avanço do agronegócio continue de formaprogressiva, espraiando cada vez

que teve início nos municípios de Macapá e Itaubal, já marcam presença em outros municípios, como o de Tartarugalzinho e Calçoene que já ocupam áreas de floresta

A busca por novas áreas no cerra

com atividade já consolidadas, a AMCEL que há anos é alvo de reclamações judiciais tem sofrido

9

Disponível em: http://www.brasil247.com/pt/247/amapa247/199080/Soja omisso-diz-MP.htm. Acessado dia 05 de abril de 2

---deste ambiente que garanta a conservação da riqueza natural do Cerrado, o aproveitamento sustentável de sua biodiversidade e proporcione melhores condições de vida para a população local, em geral empurrada para a floresta ou para as cidades. (OLIVEIR

As monoculturas implantadas no cerrado amapaense ameaçam cada vez mais o bioma, provocando dilapidações do seu patrimônio biológico, a exemplo da silvicultura que tem aproximadamente 130 mil hectares de floresta plantada, a consolidação, a fixação de outra monocultura no espaço amapaense deixa mais vulnerável o bioma, tendo em vista o grande volume de área necessária para viabilizar esses empreendimentos.

Vale lembrar que os sinais de estresse ambiental vêm aparecendo de forma crescente em ecossistemas transformados com o objetivo de viabilizar as grandes safras. Tal quadro se aproxima perigosamente de um ponto de estrangulamento. O modelo produtivista viabilizado pela Revolução Verde está, de certo modo, transformando ecossistemas mente ricos em biodiversidades em grandes extensões de monocultura, como é o caso da soja, atualmente o principal tipo de grão produzido no país. (THEODORO; LEONARDO; DUARTE, 2002, p. 147)

O modelo de produção agrícola que também vem sendo executado no Am

conhecimento em outras regiões, requer grandes extensões de áreas para manter a viabilidade econômica da atividade; pouco emprega; gera grande concentração de terra, característica principal dessa atividade; expropria famílias de suas áreas, gerando conflitos locais ou movimento de famílias em busca de novas áreas para se instalarem.

No caso do Brasil, o modelo agroexportador, implantado desde o período colonial, vem mostrando que os atuais recordes de safras definem uma via de mão dupla, pois ao tempo em que viabiliza o crescimento do setor, acarreta uma maior concentração de renda e terra. Este modelo de desenvolvimento agrícola adotado pelo país, e especialmente no cerrado, além de socialmente injusto, vem acarretando problemas ambientais

que podem, em médio e longo prazo, inviabilizar a região de maior potencial agrícola. (THEODORO; LEONARDO; DUARTE, 2002, p. 147)

A uma forte tendência que no Amapá, o avanço do agronegócio continue de formaprogressiva, espraiando cada vez mais o campo de atuação sobre o bioma cerrado, a atividade que teve início nos municípios de Macapá e Itaubal, já marcam presença em outros municípios, como o de Tartarugalzinho e Calçoene que já ocupam áreas de floresta9.

A busca por novas áreas no cerrado para o cultivo de grãos, pressiona extensões de terras com atividade já consolidadas, a AMCEL que há anos é alvo de reclamações judiciais tem sofrido

Disponível em: http://www.brasil247.com/pt/247/amapa247/199080/Soja-alcan%C3%A7a-Floresta MP.htm. Acessado dia 05 de abril de 2016.

---26 deste ambiente que garanta a conservação da riqueza natural do Cerrado, o aproveitamento sustentável de sua biodiversidade e proporcione melhores condições de vida para a população local, em geral empurrada para a floresta ou para as cidades. (OLIVEIRA, 2009,

As monoculturas implantadas no cerrado amapaense ameaçam cada vez mais o bioma, provocando dilapidações do seu patrimônio biológico, a exemplo da silvicultura que tem fixação de outra monocultura no espaço amapaense deixa mais vulnerável o bioma, tendo em vista o grande volume

Vale lembrar que os sinais de estresse ambiental vêm aparecendo de forma crescente em ecossistemas transformados com o objetivo de viabilizar as grandes safras. Tal quadro se aproxima perigosamente de um ponto de estrangulamento. O modelo produtivista viabilizado pela Revolução Verde está, de certo modo, transformando ecossistemas mente ricos em biodiversidades em grandes extensões de monocultura, como é o caso da soja, atualmente o principal tipo de grão produzido no país. (THEODORO;

O modelo de produção agrícola que também vem sendo executado no Amapá, já é conhecimento em outras regiões, requer grandes extensões de áreas para manter a viabilidade econômica da atividade; pouco emprega; gera grande concentração de terra, característica principal ndo conflitos locais ou movimento de famílias

No caso do Brasil, o modelo agroexportador, implantado desde o período colonial, vem mostrando que os atuais recordes de safras definem uma via de mão dupla, pois ao mesmo tempo em que viabiliza o crescimento do setor, acarreta uma maior concentração de renda e terra. Este modelo de desenvolvimento agrícola adotado pelo país, e especialmente no cerrado, além de socialmente injusto, vem acarretando problemas ambientais gravíssimos, que podem, em médio e longo prazo, inviabilizar a região de maior potencial agrícola.

A uma forte tendência que no Amapá, o avanço do agronegócio continue de mais o campo de atuação sobre o bioma cerrado, a atividade que teve início nos municípios de Macapá e Itaubal, já marcam presença em outros municípios,

do para o cultivo de grãos, pressiona extensões de terras com atividade já consolidadas, a AMCEL que há anos é alvo de reclamações judiciais tem sofrido

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Floresta-e-governo-fica-com invasões de suas áreas de uso, sobretudo chanceladas por informações sobre a fragilidade da cadeia dominial de alguns imóveis.

O Estado, na figura do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial

atualmente procura analisar com maior clareza os processos de licenciamento ambiental, que autorizam a atividade de silvicultura, na busca por i

consolidaram a posse da terra.

Nota-se também a tentativa de associar crescimento econômico com a preservação ambiental, o que contrasta com o modelo de apropriação da natureza utilizado pelo agronegócio, ambientalmente insustentável, nos moldes que vem sendo implementados, baseado em um grande consumo de adubos químicos e derivados, é paradoxal ao modelo de ordenamento territorial empregado, que contempla em seu território vastas unidades de proteção da natureza

6. AMAPÁ NA ROTA DE EXPORTAÇÃ

Na busca por novas rotas de exportações de alimentos que dinamizassem o escoamento da produção oriunda do centro oeste brasileiro, principalmente para o mercado europeu, o Amapá se colocou com um ponto estratégico nessa a

diálogos realizados entre o governo do estado e empresários mato para a desoneração dos custos de transportes dos produtos.

Como fruto dessas tratativas, em 2011, foi

e Portos S/A (CIANPORT) com o objetivo de utilizar um corredor logístico intermodal, formado pela BR-163 e a hidrovia Tapajós-Amazonas, incluindo o Amapá na rota de exportações.

A empresa deve operar barcaças

comboios fluviais interligando os terminais de Santana (AP) e Miritituba (PA), dando origem ao uma nova matriz multimodal responsável por escoar a soja produzida na região da BR 163. As instalações devem contar com equipamento para descarga, esteira transportadora, estrutura para carregamento de navios, armazéns para comportar grãos e indústria de processamento de soja.

O empreendimento compõe um arranjo logístico, que tem o objetivo de diminuir os custos com o transporte de comodittiesa serem escoados do centro oeste, passando pelo porto de Miritituba, no rio Tapajós, município de Itaituba, localizado no sudoeste do estado do Pará até o com invasões de suas áreas de uso, sobretudo chanceladas por informações sobre a fragilidade da

O Estado, na figura do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial

atualmente procura analisar com maior clareza os processos de licenciamento ambiental, que autorizam a atividade de silvicultura, na busca por identificar equívocos históricos que

se também a tentativa de associar crescimento econômico com a preservação ambiental, o que contrasta com o modelo de apropriação da natureza utilizado pelo agronegócio, insustentável, nos moldes que vem sendo implementados, baseado em um grande consumo de adubos químicos e derivados, é paradoxal ao modelo de ordenamento territorial empregado, que contempla em seu território vastas unidades de proteção da natureza

NA ROTA DE EXPORTAÇÃO DE GRÃO

Na busca por novas rotas de exportações de alimentos que dinamizassem o escoamento da produção oriunda do centro oeste brasileiro, principalmente para o mercado europeu, o Amapá se colocou com um ponto estratégico nessa atividade. As tratativas iniciaram-se ainda em 2011, com diálogos realizados entre o governo do estado e empresários mato-grossenses, buscando alternativas para a desoneração dos custos de transportes dos produtos.

Como fruto dessas tratativas, em 2011, foi criada a empresa Companhia Norte de Navegação e Portos S/A (CIANPORT) com o objetivo de utilizar um corredor logístico intermodal, formado

Amazonas, incluindo o Amapá na rota de exportações.

A empresa deve operar barcaças com capacidade de três mil toneladas, que vão formar comboios fluviais interligando os terminais de Santana (AP) e Miritituba (PA), dando origem ao uma nova matriz multimodal responsável por escoar a soja produzida na região da BR 163. As contar com equipamento para descarga, esteira transportadora, estrutura para carregamento de navios, armazéns para comportar grãos e indústria de processamento de soja.

O empreendimento compõe um arranjo logístico, que tem o objetivo de diminuir os custos a serem escoados do centro oeste, passando pelo porto de Miritituba, no rio Tapajós, município de Itaituba, localizado no sudoeste do estado do Pará até o

27 com invasões de suas áreas de uso, sobretudo chanceladas por informações sobre a fragilidade da

O Estado, na figura do Instituto de Meio Ambiente e Ordenamento Territorial - IMAP atualmente procura analisar com maior clareza os processos de licenciamento ambiental, que dentificar equívocos históricos que

se também a tentativa de associar crescimento econômico com a preservação ambiental, o que contrasta com o modelo de apropriação da natureza utilizado pelo agronegócio, insustentável, nos moldes que vem sendo implementados, baseado em um grande consumo de adubos químicos e derivados, é paradoxal ao modelo de ordenamento territorial empregado, que contempla em seu território vastas unidades de proteção da natureza.

Na busca por novas rotas de exportações de alimentos que dinamizassem o escoamento da produção oriunda do centro oeste brasileiro, principalmente para o mercado europeu, o Amapá se se ainda em 2011, com grossenses, buscando alternativas

criada a empresa Companhia Norte de Navegação e Portos S/A (CIANPORT) com o objetivo de utilizar um corredor logístico intermodal, formado

Amazonas, incluindo o Amapá na rota de exportações.

com capacidade de três mil toneladas, que vão formar comboios fluviais interligando os terminais de Santana (AP) e Miritituba (PA), dando origem ao uma nova matriz multimodal responsável por escoar a soja produzida na região da BR 163. As contar com equipamento para descarga, esteira transportadora, estrutura para carregamento de navios, armazéns para comportar grãos e indústria de processamento de soja.

O empreendimento compõe um arranjo logístico, que tem o objetivo de diminuir os custos a serem escoados do centro oeste, passando pelo porto de Miritituba, no rio Tapajós, município de Itaituba, localizado no sudoeste do estado do Pará até o

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seumercado consumidor. Como parte desta composição o Porto de Santana já recebeu a construção de silos com capacidade de armazenamento de 18 mil toneladas de grãos.

Está previsto nesse processo de materialização empresarial no Amapá a criação de um Terminal de Uso Privado (TUP), na Ilha de Santana, a empresa possui cerca de 20 hectares de terra, onde pretende montar suas instalações, contudo até o momento a obra não foi iniciada.

7. DESENVOLVIMENTO DO CULTIVO DE SOJA N MACAPÁ

Os primeiros registros sobre produção de grãos em solo amapaense começaram a ser noticiado ainda em meados do ano de 2002. A atividade começou a ser praticada por meio de produtores advindos do centro-oeste brasileiro, principalmente do estado

os primeiros anos, a presença de grãos em solo amapaense pouco foi monitorada. A justificativa para tal fato, principalmente para ausência de controle sobre o plantio de grãos, era por se tratar de uma atividade experimental.

As informações do IBGE (2016) acerca de soja no Amapá só aparecem de forma mais incisiva a partir de 2013, ano que o Instituto lança informações mais palpáveis sobre a lavoura, área plantada, área colhida e produtividade. Anterior a isso podíamos notar informaç

proprietários que se declaravam produtores de soja.

Na tabela 1, formada por dados do Sistema de Recuperação Automática do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (SIDRA

plantio de soja a partir do ano de 2013 nos principais municípios produtores de soja no estado do Amapá. O município de Itaubal que no ano de 2013 possuía uma área plantada equivalente a 1.390ha passa a contar com uma área de 4.000ha, um aumento de 187% de área planta

município de Macapá, que em 2013 contava com uma área de 2.990ha de área plantada de soja tem um aumento percentual de 318%, elevando sua área para 12.500ha. Para o ano de 2015 a quantidade de área plantada diminuiu segundo dados do IBGE registran

---seumercado consumidor. Como parte desta composição o Porto de Santana já recebeu a construção de silos com capacidade de armazenamento de 18 mil toneladas de grãos.

Está previsto nesse processo de materialização empresarial no Amapá a criação de um , na Ilha de Santana, a empresa possui cerca de 20 hectares de terra, onde pretende montar suas instalações, contudo até o momento a obra não foi iniciada.

DO CULTIVO DE SOJA NOS CAMPOS DE ITAUBA

Os primeiros registros sobre produção de grãos em solo amapaense começaram a ser noticiado ainda em meados do ano de 2002. A atividade começou a ser praticada por meio de oeste brasileiro, principalmente do estado do Mato Grosso. Durante os primeiros anos, a presença de grãos em solo amapaense pouco foi monitorada. A justificativa para tal fato, principalmente para ausência de controle sobre o plantio de grãos, era por se tratar de

formações do IBGE (2016) acerca de soja no Amapá só aparecem de forma mais incisiva a partir de 2013, ano que o Instituto lança informações mais palpáveis sobre a lavoura, área plantada, área colhida e produtividade. Anterior a isso podíamos notar informaç

proprietários que se declaravam produtores de soja.

Na tabela 1, formada por dados do Sistema de Recuperação Automática do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (SIDRA-IBGE), é possível identificar informações sobre o oja a partir do ano de 2013 nos principais municípios produtores de soja no estado do Amapá. O município de Itaubal que no ano de 2013 possuía uma área plantada equivalente a 1.390ha passa a contar com uma área de 4.000ha, um aumento de 187% de área planta

município de Macapá, que em 2013 contava com uma área de 2.990ha de área plantada de soja tem um aumento percentual de 318%, elevando sua área para 12.500ha. Para o ano de 2015 a quantidade de área plantada diminuiu segundo dados do IBGE registrando queda de 34%.

---28 seumercado consumidor. Como parte desta composição o Porto de Santana já recebeu a construção

Está previsto nesse processo de materialização empresarial no Amapá a criação de um , na Ilha de Santana, a empresa possui cerca de 20 hectares de terra, onde pretende montar suas instalações, contudo até o momento a obra não foi iniciada.

OS CAMPOS DE ITAUBAL E

Os primeiros registros sobre produção de grãos em solo amapaense começaram a ser noticiado ainda em meados do ano de 2002. A atividade começou a ser praticada por meio de do Mato Grosso. Durante os primeiros anos, a presença de grãos em solo amapaense pouco foi monitorada. A justificativa para tal fato, principalmente para ausência de controle sobre o plantio de grãos, era por se tratar de

formações do IBGE (2016) acerca de soja no Amapá só aparecem de forma mais incisiva a partir de 2013, ano que o Instituto lança informações mais palpáveis sobre a lavoura, área plantada, área colhida e produtividade. Anterior a isso podíamos notar informações inerentes a

Na tabela 1, formada por dados do Sistema de Recuperação Automática do Instituto IBGE), é possível identificar informações sobre o oja a partir do ano de 2013 nos principais municípios produtores de soja no estado do Amapá. O município de Itaubal que no ano de 2013 possuía uma área plantada equivalente a 1.390ha passa a contar com uma área de 4.000ha, um aumento de 187% de área plantada. Já o município de Macapá, que em 2013 contava com uma área de 2.990ha de área plantada de soja tem um aumento percentual de 318%, elevando sua área para 12.500ha. Para o ano de 2015 a

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Tabela

Área plantada, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção das

Variável = Área plantada (Hectares) Produto das

Unidade da Federação e Município Itaubal – AP

Macapá – AP Amapá

Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2016.

Nos dois primeiros anos registrados pelo IBGE referente à safra de soja, também é possível notar um crescimento referente a sua produção, no primeiro ano registrado (2013) o Amapá produziu 12.906 toneladas do grão, quase toda essa produção é referente aos municípios de Macapá e Itaubal. Já no ano seguinte (2014) a produção ultrapassou as 40 mil toneladas, um aumento de 216% na produção de grãos. Para o ano de 2015 a safra registrou uma queda de 28% em relação a ano anterior.

Tabela 2. SIDRA

Área plantada, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção das

Variável = Quantidade produzida

Produto das lavouras temporárias = Soja (em grão) Unidade da Federação e Município

Itaubal – AP Macapá – AP Amapá

Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal

Os dados do IBGE mostram uma queda na produção de soja na safra 2015 na casa de números justificados pela diminuição da área plantada se comparada ao ano de 2014, entretanto podem-se elencar outros motivos,

Tabela 1. SIDRA – área plantada de soja.

Área plantada, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção das lavouras temporárias

Variável = Área plantada (Hectares) Produto das lavouras temporárias = Soja (em grão) Unidade da Federação e Município Ano

2010 2011 2012 2013 2014 - - - 1.390

- - - 2.990 12.500 - - - 4.550 17.220 Produção Agrícola Municipal, 2016.

Nos dois primeiros anos registrados pelo IBGE referente à safra de soja, também é possível notar um crescimento referente a sua produção, no primeiro ano registrado (2013) o Amapá grão, quase toda essa produção é referente aos municípios de Macapá e Itaubal. Já no ano seguinte (2014) a produção ultrapassou as 40 mil toneladas, um aumento de 216% na produção de grãos. Para o ano de 2015 a safra registrou uma queda de 28% em relação a

SIDRA – Quantidade de soja produzida em toneladas.

Área plantada, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção das lavouras temporárias

Variável = Quantidade produzida (Toneladas) Produto das lavouras temporárias = Soja (em grão) Unidade da Federação e Município Ano

2010 2011 2012 2013 2014

- - - 3.834

- - - 8.656 29.785 - - - 12.906 40.792 Produção Agrícola Municipal, 2016.

Os dados do IBGE mostram uma queda na produção de soja na safra 2015 na casa de números justificados pela diminuição da área plantada se comparada ao ano de 2014, entretanto

dentre eles denúncias feitas junto ao Ministério Público do 29 Área plantada, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção das

2014 2015 4.000 2.650 12.500 8.200 17.220 11.365

Nos dois primeiros anos registrados pelo IBGE referente à safra de soja, também é possível notar um crescimento referente a sua produção, no primeiro ano registrado (2013) o Amapá grão, quase toda essa produção é referente aos municípios de Macapá e Itaubal. Já no ano seguinte (2014) a produção ultrapassou as 40 mil toneladas, um aumento de 216% na produção de grãos. Para o ano de 2015 a safra registrou uma queda de 28% em relação ao

Área plantada, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da produção das

2014 2015 9.517 7.195 29.785 21.628 40.792 29.370

Os dados do IBGE mostram uma queda na produção de soja na safra 2015 na casa de -28%, números justificados pela diminuição da área plantada se comparada ao ano de 2014, entretanto dentre eles denúncias feitas junto ao Ministério Público do

Imagem

Tabela 3. SIDRA – Safra de soja.

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