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QUALIDADE DO AR EM AMBIENTES HOSPITALARES:

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Academic year: 2020

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Rev Cient da Fac Educ e Meio Ambiente: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v. 10, n. 2, p. 67-83, ago.-dez. 2019.

Artigo Original (Engenharias I)

Vitor Akira Uesugui Costa

Professor Mestre do Instituto Federal de Rondônia. E-mail: vitor.costa@ifro.edu.br.

Cassiano Ricardo de Souza

Doutorando em Tecnologia Ambiental pela Universidade de Ribeirão Preto - SP. E-mail:cassianonursing@hotmail.com.

Luciane de Andrade Melo

Doutoranda em Tecnologia Ambiental pela Universidade de Ribeirão Preto – SP. E-mail: luaapsic@hotmail.com.

Driano Rezende

Professor Doutor da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. E-mail: drirezend@gmail.com.

Resumo:

O presente estudo apresenta informações referente aos aspectos

científicos, normativos e legislativos da qualidade do ar no ambiente interno de unidades hospitalares, seguida de uma investigação empírica em uma unidade hospitalar na região da floresta amazônica, estado de Rondônia. O trabalho foi realizado em duas etapas, a primeira etapa consiste em apresentar revisão bibliográfica de artigos científicos, normas e leis sobre qualidade do ar em estabelecimentos de assistência à saúde, na segunda etapa foi caracterizada a realidade de uma unidade hospitalar do interior do Estado de Rondônia sobre o tema abordado. Por meio do presente trabalho foi possivel disponibilizar informações sobre a qualidade do ar interior e potenciais riscos em ambientes hospitalares, servindo de base a pesquisadores, projetistas, adminitradores, colaboradores e até mesmo pacientes, de modo a disponibilizar conhecimento de projetos, implantação, gerenciamento e riscos relacionados a sistemas de climatização em diferentes setores hospitalares, por fim, na investigação empírica foi comprovada a completa incompatibilidade com normas e legislações específicas, apresentando uma análise realista proposta para a adequação normativa e legislativa do estabelecimento.

Palavras-chave:

Normas, Leis, Contaminação, Saúde, Atmosfera hospitalar.

Abstract:

This study presents information on the scientific, normative and legislative aspects of air quality in the internal environment of hospital units followed by an empirical investigation in a hospital unit in the Amazonian forest region, in the State of Rondônia. The work was through out in two stages, the first stage consists of presenting a bibliographical review of scientific articles, Norms and Laws on air quality in health care establishments, the second stage was characterized the reality of a hospital unit in the interior of the State of Rondônia on the topic addressed. Through the present work it was possible to provide information about indoor air quality and potential risks in hospital environments, serving as a basis for researchers, designers, administrators, employees and even patients, in

QUALIDADE DO AR EM AMBIENTES

HOSPITALARES: ESTUDO DE CASO DE

UM HOSPITAL NO INTERIOR DO ESTADO

DE RONDÔNIA

AIR QUALITY IN HOSPITAL ENVIRONMENTS:

CASE STUDY OF A HOSPITAL IN THE

INTERIOR OF THE STATE OF RONDÔNIA

10.31072/rcf.v10i2.837

Submetido:

11 set. 2019.

Aprovado: 09 dez. 2019.

Publicado: 26 maio 2020.

E-mail para correspondência: vitor.costa@ifro.edu.br

Este é um artigo de acesso aberto e distribuído sob os Termos da Creative Commons

Attribution License. A licença

permite o uso, a distribuição e a reprodução irrestrita, em qualquer meio, desde que creditado as fontes originais.

Imagem: StockPhotos (Todos os direitos reservados).

Open Access

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order to provide project knowledge, implementation, management and risks related to air conditioning systems in different hospital sectors; finally, in the empirical investigation, the complete incompatibility with specific norms and legislation was proven, presenting a realistic analysis proposed for the normative and legislative adequacy of the establishment.

Keywords: Standards, Laws, Contamination, Health, Hospital atmosphere.

Introdução

Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (1), a

poluição do ar em ambientes internos (indoor) e externos (outdoor) apresenta grandes riscos para a saúde humana, sendo responsável por aproximadamente uma a cada nove mortes ocorridas em todo o mundo. Grande parcela da população mundial passa várias horas por dia em ambientes internos, tais como casas, escolas, escritórios, indústrias, entre outros. Estes ambientes podem conter diferentes fontes de poluição do ar, com substâncias nocivas à saúde a curto, médio e longo prazo, dependendo de fatores como: tipo de substância, concentração e tempo de exposição (2).

As preocupações sobre qualidade do ar em ambientes internos ganharam maior notoriedade a partir da década de 70, período em que edificações passaram a ser construídas com melhores vedações térmica, visando proporcionar a eficiência de equipamentos climatizadores. Esses modelos de edificações acumulam, entretanto, poluentes responsáveis pela conhecida “Síndrome do Edifício Doente”. Dentre os principais poluentes destacam-se os aerodispersoides (poeira, fibras), bioaerossois (fungos, bactérias, vírus), contaminantes químicos como Compostos Orgânicos Voláteis (COV) e formaldeído, contaminantes gerados pelo metabolismo humano (3,4).

Trabalhos realizados pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) (2) demonstram que ambientes internos, conforme manutenção e

finalidades do local, podem resultar na concentração de poluentes no ar duas a cinco vezes acima do que em ambientes externos. Esse fato, juntamente com o tempo de permanência em ambientes internos, faz com que riscos à saúde humana sejam muito maiores nesses locais.

Devido à relevância do tema, estudos da qualidade do ar em interiores têm chamado a atenção com o passar dos anos, envolvem variáveis passíveis de alterações, o que torna necessária a participação de profissionais de diferentes áreas como química, microbiologia, engenharia, toxicologia e arquitetura (3). A qualidade do

ar nas unidades de saúde pode influenciar na velocidade de recuperação dos pacientes e aumentar risco de infecções hospitalares, principalmente em unidades de atendimento oncológicas e de doença imunodepressoras, devido à fragilidade do sistema imunológico dos pacientes (5).

Nesse contexto, o presente estudo objetiva realizar investigação empírica, adotando como objeto de estudo uma unidade hospitalar do interior do Estado de Rondônia, relacionado com padrões estabelecidos em normas e legislação vigentes.

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Material e Métodos

O trabalho está dividido em duas etapas, a primeira etapa consiste em apresentar revisão bibliográfica por meio de artigos científicos relacionados com a caracterização da qualidade do ar em estabelecimentos de assistência à saúde, juntamente com a legislação e normas vigentes acerca de projetos, caracterização, manutenção e monitoramento de equipamentos e qualidade do ar. Nessa etapa, foram utilizados pesquisa de dados científicos na plataforma SciencDirect, SciELO, Google acadêmico e banco de dados do site JusBrasil.

Na segunda etapa, foi utilizado como metodologia o processo de investigação empírica, adotando como objeto de estudo uma unidade hospitalar localizada no interior do Estado de Rondônia. Para tanto, foram realizadas visitas em campo, registros e acesso a documentos inerentes a estrutura física da unidade hospitalar, de modo a diagnosticar e propor medidas para adequação do sistema de climatização do interior dos respectivos setores da unidade em estudo

.

Resultados e Discussão

Qualidade do Ar em Ambientes Hospitalares

Hospital é uma instituição voltada para a prevenção, diagnóstico, tratamento e promoção da saúde, possui normas técnicas e padrões estabelecidos com objetivo de prevenir agravos e preservar à saúde dos pacientes. Além dos cuidados com a saúde, colabora também para a área científica, campo para atividades de pesquisa, extensão e ensino. Unidades hospitalares fazem parte de sistemas e da rede de serviços de atenção à saúde, por meio da prestação de assistência médica continuada/integrada, recursos de diagnóstico e tratamentos (6,7).

Os setores hospitalares são categorizados de acordo com o potencial de risco para ocorrência de infecção, em geral, agrupados em três áreas, sendo áreas não críticas: setores não ocupados por pacientes, como escritórios e almoxarifados; áreas semicríticas: setores ocupados por pacientes sem exigência de cuidados específicos como as enfermarias e ambulatórios e; áreas críticas: setores com maior risco de infecção, devido aos procedimentos médicos invasivos, presença de pacientes com fragilidade imunológica ou manuseio de substâncias infectantes como o centro cirúrgico, unidades de terapia intensiva e unidades de transplantes (8).

Em todas essas áreas estão presentes compostos químicos e agentes biológicos no ar interno, podendo comprometer a recuperação de pacientes e afetar a saúde/produtividade dos colaboradores. Entre as infecções mais comuns

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resultantes, estão as infecções bacterianas, virais e fúngicas adquiridas via inalação, como a aspergilose pulmonar e pneumocistose (5,9).

Projetos e manutenção adequada nos sistemas de climatização são indispensáveis, contudo, sistemas de ventilação e filtração do ar em serviços de saúde possuem requisitos específicos. Com a finalidade de reduzir ou mesmo eliminar a possibilidade de contaminação normas regulamentadoras devem ser seguidas pelas instituições (10,5).

Mesmo com os cuidados adequados ainda são encontrados diferentes poluentes nocivos, como no estudo realizado por Cabo Verde, Almeida, Matos, Guerreiro, Meneses, Faria et al. (11), onde estudaram condições microbiológicas de

três áreas de um hospital em Setubal – Portugal. Os pesquisadores encontraram maiores concentrações de unidades formadoras de colônia por volume de ar (UFC/m³) nas áreas semicríticas, variando entre 240 a 736 UFC/m³ para bactérias aeróbias totais e 27 a 933 UFC/m³ para a carga fúngica, em que 86% das amostras de bactérias e 27% para a carga fúngica, ambas superaram a legislação vigente do país.

Entre as bactérias mais comuns encontradas nos ambientes hospitalares, estão as do grupo Gram-positivo fenótipo cocos, gêneros isolados predominantes incluem como Staphylococcus (Incluindo Staphylococcus aureus, Staphylococcus

capitis, Staphylococcus hominis, Staphylococcus epidermidis e Staphylococcus warneri) e Micrococcus (Incluindo Micrococcus iuteus e Micrococcus iylae). Cocos

Gram-negativos também foram caracterizados, incluindo o gênero Neisseria que são encontrados em maior frequência (11,12,13).

No que diz respeito à caracterização fúngica do ar interior nos hospitais, a prevalência são os gêneros Penicillium e Aspergillus. Estudos relacionados na identificação de espécies do gênero Aspergillus são os mais comuns, devido a implicação de infecções nosocomiais. Segundo Augustowska (14), estes fungos são

os mais comuns, correnpodendo a 77% do total de espécies isoladas (14,15,11).

Legislação

De acordo com a Lei 13.589 de 04 de janeiro de 2018, art. 1º, todos os edifícios de uso público e coletivo que possuem ambientes de ar interiores climatizados por meios artificiais devem dispor de um Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) dos respectivos sistemas de climatização, objetivando a eliminação ou minimização de riscos potenciais à saúde dos ocupantes. O art. 1º

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da mesma lei, em seu parágrafo 1º, ressalta ainda que este se aplica aos ambientes climatizados de uso restrito, tais como aqueles nos quais são realizados processos produtivos, laboratoriais, hospitalares e outros, que deverão obedecer a regulamentos específicos (10).

A Resolução nº. 9, de 16 de janeiro de 2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), determina padrões referenciais da qualidade do ar interior em ambientes climatizados públicos ou coletivos, por meio de análises microbiológicas, determinando possíveis fontes de poluentes biológicos e químicos, assim como estabelece determinações em relação a periodicidade da manutenção nos sistemas de ar condicionado (16).

Considerando fatores de risco e exposições de trabalhadores, quanto ao ar condicionado em ambientes hospitalares se faz necessária a verificação dos critérios estabelecidos pela NR 15, que atua como a norma regulamentadora das atividades e operações insalubres, considerando parâmetros como umidade e limites de tolerância para a exposição ao calor, frio e demais agentes relacionados à qualidade e saúde no trabalho (17).

Para elaboração de projetos e instalação dos sistemas de climatização, existem as normativas preconizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), presentes na NBR 16401 de 04 de agosto de 2008 (18,19,20). Já a NBR 7256

de 2005 (21) estabelece parâmetros para o tratamento de ar em estabelecimentos

assistenciais de saúde (EAS), dentre os quais se incluem: taxas de vazão mínimas, umidade relativa do ar, nível de filtragem, temperatura, entre outros. Os parâmetros estabelecidos pela norma variam de acordo com o tipo de ambiente e o nível de risco de ocorrência de eventos adversos à saúde apresentados pela exposição ao ar circulante no mesmo.

A NBR 16401 de 2008 “estabelece os parâmetros básicos e os requisitos mínimos de sistemas de ar-condicionado centrais e unitários” e é subdivida em três partes, sendo Projeto das instalações; Parâmetros de conforto térmico e; Qualidade do ar interior. A terceira parte, que trata especificamente sobre a qualidade do ar em ambientes indoor, define diferentes parâmetros, tais como valores mínimos de nível de filtragem e vazão para ventilação nos ambientes, além de outros requisitos técnicos e componentes relacionados ao tema (18,19,20).

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A NBR 7256 define importantes critérios que devem ser levados em consideração pelo projetista do sistema de tratamento de ar. O item 5.3 da referida norma classifica os ambientes de um EAS em níveis de risco de acordo com a probabilidade de ocorrência de eventos adversos à saúde por exposição ao ar. Os níveis variam de zero a três, sendo o Nível 3, o de maior risco. Esta classificação é fator determinante para definir o grau de filtragem necessário, as taxas de renovação do ar, a pressurização e o deslocamento do ar entre os ambientes (21).

Os níveis de risco são descritos pela NBR 7256 conforme

Tabela 1.

Tabela 1 - Níveis de risco e descrição de áreas em estabelecimentos de assistência à saúde.

Risco Descrição da área

Nível 0 Área onde o risco não excede aquele encontrado em ambientes de uso público e coletivo

Nível 1

Área onde não foi constatado risco de ocorrência de agravos à saúde relacionados à qualidade do ar, porém algumas autoridades, organizações ou investigadores sugerem que o risco seja considerado

Nível 2

Área onde existem fortes evidências de risco de ocorrência de agravos à saúde relacionados à qualidade do ar, de seus ocupantes ou de pacientes que utilizarão produtos manipulados nestas áreas, baseadas em estudos experimentais, clínicos ou epidemiológicos bem delineados

Nível 3

Área onde existem fortes evidências de alto risco de ocorrência de agravos sérios à saúde relacionados à qualidade do ar, de seus ocupantes ou pacientes que utilizarão produtos manipulados nestas áreas, baseadas em estudos experimentais, clínicos ou epidemiológicos bem delineados

Fonte: NBR 7256 de 2005 (21).

Na seção 6, da mesma norma, estão descritos requisitos técnicos necessários aos sistemas de tratamento de ar e seus componentes que ao tratar sobre os filtros de ar apresenta a classificação dos mesmos de acordo com o grau de eficiência, conforme Tabela 2

.

A NBR 7256 apresenta os parâmetros exigidos para o projeto de acordo com os tipos de ambientes existentes em EAS. Os parâmetros definidos são o Nível de risco; Situação a controlar (agentes químicos, agentes biológicos, agentes radiológicos, terapias ou processos especiais, entre outros); Temperatura em graus Celsius; Percentual de umidade relativa; Vazão mínima de ar exterior em (m³/h)/m²; Vazão mínima de ar total em (m³/h)/m²; Nível de pressão (positiva ou negativa); Filtragem mínima no insuflamento e; Nível de ruído dB (A).

A renovação e movimentação do ar ambiente são importantes para diminuir a concentração de poluentes transportados pelo ar e garantir que os mesmos sejam levados aos filtros mais rapidamente. Os parâmetros estabelecidos para garantir a

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ventilação adequada aos ambientes hospitalares são a vazão mínima do ar exterior (renovação) e vazão mínima do ar total (movimentação) (21).

Tabela 2 - Classificação e métodos de ensaio para filtros de ar.

Classe de filtros Eficiência (%)

Grossos G1 50 ≤ Eg < 65 G2 65 ≤ Eg < 80 G3 80 ≤ Eg < 90 G4 90 ≤ Eg Finos F5 40 ≤ Ef < 60 F6 60 ≤ Ef < 80 F7 80 ≤ Ef < 90 F8 90 ≤ Ef < 95 F9 95 ≤ Ef Absolutos A1 85 ≤ Edop < 94,9 A2 95 ≤ Edop < 99,96 A3 (HEPA) 99,97 ≤ Edop NOTAS:

Filtros grossos e finos: Classificados de acordo com a EN 779:2002; Eg - Eficiência gravimétrica para pó sintético padrão Ashrae 52.1 Arrestance; Ef - Eficiência para partículas de 0,4 μm.

Filtros absolutos: Norma U.S.Military Standard 282 (Teste DOP); Edop - Eficiência para partículas de 0,3 μm.

*HEPA: High Efficiency Particulate Air Filters.

Fonte: NBR 7256 de 2005 (21).

Investigação in loco em estabelecimento de assisitência a saúde Caracterização da área de estudo

O município de Ariquemes possui área total de 31.770,2 km², está situado na floresta amazônica, porção centro-norte de Rondônia a uma altitude de 142 metros em relação ao nível do mar, latitude 09º 54' 48" Sul e longitude 63º 02' 27” Oeste (22).

O hospital investigado possui área total construída de 2.744,74 m². De acordo com informações da direção da unidade, são realizados procedimentos que compreendem especialidades como cirurgia geral, ortopedia, urologia, obstetrícia, dermatologia, otorrinolaringologia, cardiologia, entre outras. A unidade hospitalar recebe pacientes de toda a Região do Vale do Jamari, composta pelos municípios de Ariquemes, Alto Paraíso, Buritis, Cacaulândia, Campo Novo de Rondônia, Cujubim, Machadinho d’Oeste, Monte Negro e Rio Crespo. De acordo com estimativa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2019 a população de Ariquemes é de 107.863 habitantes (22).

As instalações da unidade encontram-se divididas em enfermarias e leitos destinados para a internação em clínica médica; três enfermarias e 12 leitos para a

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clínica ginecológica e obstétrica, 10 leitos e cinco poltronas para atendimento em pronto-socorro, com média de 8.340 atendimentos por mês.

Durante a investigação buscou-se informações sobre a possível existência de arquivos relativos ao projeto do sistema de climatização do hospital, sendo informado pela direção da unidade hospitalar da não existência de qualquer documento referente ao assunto. Constatou-se também a inexistência de normativas internas com relação à qualidade do ar nos ambientes da unidade.

O levantamento dos aparelhos de ar condicionado instalados na unidade segue caracterizado no Tabela 3.

Tabela 3: Identificação dos aparelhos de ar condicionado da unidade hospitalar.

Setor Equipamentos

Centro cirúrgico 2 centrais de ar Split Hi Wall Marca Midea – 1628W – 18000 Btu/h 2 centrais de ar Split Hi Wall: Marca Elgin – 1590 W – 18000 Btu/h Expurgo 1 central de ar Split Hi Wall: Marca Midea – 1628W – 18000 Btu/h Esterilização 1 central de ar Split Hi Wall: Marca Springer – 814W – 9000 Btu/h Farmácia Hospitalar 1 ar condicionado tipo Janela: Marca Springer – 7500 Btu/h Central de Materiais 1 central de ar Split Hi Wall: Marca Springer – 814W – 9000 Btu/h 1 central de ar Split Hi Wall: Marca LG – 2367W – 24000 Btu/h Conforto Médico

Sala de pré-parto

1 central de ar Split Hi Wall: Marca York – 926 W – 9000 Btu/h Sala de pós-parto

(cesária)

2 centrais de ar Split Hi Wall: Marca Elgin – 1309W – 12000 Btu/h Sala de exame

obstétrica

1 central de ar Split Hi Wall: Marca Springer –1848W – 18000 Btu/h 1 central de ar Split Hi Wall: Marca Elgin – 1309W – 12000 Btu/h Posto de enfermagem 1 central de ar Split Hi Wall: Marca Samsung – 1750W – 18000 Btu/h Sala de ortopedia 1 central de ar Split Hi Wall: Marca Springer – 814W – 9000 Btu/h Emergência 1 central de ar Split Hi Wall: Marca Philco – 2170W – 24000 Btu/h 1 central de ar Split Hi Wall: Marca Midea – 1628 W – 18000 Btu/h Observação

Pronto-socorro

2 centrais de ar Split Hi Wall: Marca Elgin – 1590W – 18000 Btu/h. 1 central de ar Split Hi Wall: Marca Midea – 2904W – 30000 Btu/h 3 centrais de ar Split Hi Wall: Marca Midea – 1706W – 18000 Btu/h Clínica Médica -

Feminina

2 centrais de ar Split Hi Wall: Marca Elgin – 1309W – 12000 Btu/h 1 central de ar Split Hi Wall: Marca Elgin – 1590 W – 18000 Btu/h Clínica Médica -

Masculina

2 centrais de ar Split Hi Wall: Marca Elgin – 1309W – 12000 Btu/h 1 central de ar Split Hi Wall: Marca Elgin – 1590 W – 18000 Btu/h Fonte: Elaborado pelos autores.

Os equiamentos descritos na Tabela 3, possuem manutenções realizadas por equipe de colaboradores do próprio hospital e revisões anuais por parte da empresa de refrigeração terceirizada. A troca dos filtros dos aparelhos condicionadores de ar é realizada semestralmente.

O transporte dos filtros substituídos dos climatizadores da unidade até o local de descarte não possui qualquer tipo de cuidado especial com relação a possível contaminação do material. O descarte dos filtros substituídos da unidade hospitalar é

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realizado diretamente no aterro municipal, juntamente com os demais filtros de aparelhos de ar condicionado de estabelecimentos convencionais.

Os colaboradores do setor de manutenção local, bem como os funcionários da empresa terceirizada não possuem treinamentos específicos para a realização de instalação e manutenção de aparelhos de ar condicionado em unidades de saúde.

A Tabela 4 apresenta os setores da unidade hospitalar contemplada no presente estudo, na qual foram adicionados respectivos valores mínimos exigidos pela NBR 7256 em relação aos seguintes parâmetros de vazão mínima do ar exterior, vazão mínima do ar total e filtragem no insuflamento.

Tabela 4: Parâmetros mínimos estabelecidos pela NBR 7256 (21) para ventilação e filtragem do ar interior dos ambientes no local de estudo.

Setor Ambiente equivalente (NBR 7256) Nível de Risco Vazão mín. do ar exterior (m³/h)/m² Vazão mín. do ar total (m³/h)/m² Filtragem Centro Cirúrgico Sala de cirurgia especializada 3 15 75 G3 + F7 + A3 Expurgo

Área para lavagem

de materiais 1 - 18 - Esterilização Área para esterilização física 1 - 36 G3 Farmácia Hospitalar* Administrativo* 0 - - - Central de Materiais Sala de armazenagem e distribuição de materiais e roupas esterilizados 1 6 12 G3 Conforto Médico* Administrativo* 0 - - - Sala de pré-parto Área de indução anestésica 1 6 18 G4 Sala de pós-parto (cesária) Área de recuperação pós-anestésica 1 6 18 G4 Posto de

Enfermagem Sala de inalação 2 - 18 G4

Sala de Ortopedia Quarto ou área coletiva 2 6 18 G3+F7 Emergência Sala de emergência 2 6 18 G4 Observação - Pronto Socorro Quarto ou área coletiva 2 6 18 G3+F7 Clínica Médica - Feminina Quarto ou área coletiva 2 6 18 G3+F7 Clínica Médica - Masculina Quarto ou área coletiva 2 6 18 G3+F7

*Ambientes não diretamente relacionados aos serviços assistenciais e que se apresentam fora do escopo da NBR 7256.

Fonte: Adaptado de ABNT NBR 7256 (21).

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Conforme Tabela 4, observa-se equivalência dos setores existentes na unidade hospitalar com os tipos de ambientes descritos na Tabela A. 1 da NBR 7256. Alguns setores foram caracterizados como ambientes não diretamente relacionados aos serviços assistenciais, os quais não estão incluídos no escopo da NBR 7256, e, portanto, não apresentam valores para nenhum dos três parâmetros.

Durante as visitas de campo, foi verificada a inexistência de qualquer outro equipamento destinado ao tratamento do ar interno além dos condicionadores de ar mencionados no Tabela 2, o que acaba por dificultar a renovação e movimentação do ar, bem como a pressurização positiva ou negativa dos ambientes.

Os aparelhos existentes possuem exclusivamente função de promover o conforto dos ambientes pelo controle de temperatura, não havendo sistemas de exaustão, dutos de recirculação, controle de umidade e preocupação com o nível de filtragem dos insuflamentos.

Diagnóstico do local de estudo

Durante as visitas de campo, foram caracterizados os setores da unidade hospitalar listados no Tabela 3, sendo que todos apresentaram incompatibilidade com as normas. Cada um dos níveis de risco estabelecidos pela NBR 7256 (21) segue

exemplificados, ambientes existentes no hospital em estudo.

A sala de repouso médico (nível 0) é um local destinado ao descanso dos profissionais da área da saúde, principalmente aqueles que estão em regime de plantão. Este ambiente foi classificado como administrativo, com nível de risco zero, uma vez que não foi encontrado nenhum setor na Tabela A.1 da NBR 7256 com o qual houvesse equivalência.

Os setores com nível de risco zero não são contemplados pela NBR 7256, devendo ser regidos pela NBR 16401 ou outras normas específicas, e, portanto, não foram mencionados os níveis de vazão e filtragem do ar adequados para este ambiente no Tabela 4.

A central de materiais (Nível 1) é um ambiente destinado ao preparo, acondicionamento, separação, esterilização e redistribuição de materiais utilizados em atividades médicas. O setor equivalente para esse ambiente, conforme NBR 7256, foi “sala de armazenagem e distribuição de materiais e roupas esterilizados”, sendo, portanto, atribuído o nível de risco um.

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Conforme o Tabela 4, foram atribuídas as taxas de vazão de ar exterior e total nos valores de 6 e 12 (m³/h)/m² respectivamente. O insuflamento de ar no interior deve conter filtro classe G3.

A renovação de ar deste ambiente é realizada somente por meio da abertura das janelas e porta, não havendo nenhum equipamento destinado a esta função. Também não há dispositivos para controle de umidade ou pressurização interna.

A clínica médica é um setor destinado à internação de pacientes, onde são realizados observações e tratamentos para recuperação dos mesmos. O setor equivalente para este ambiente encontrado na Tabela A.1 da NBR 7256 foi “quarto

ou área coletiva”, sendo, portanto, atribuído o nível de risco dois.

Conforme o Tabela 4, foram atribuídas as taxas de vazão de ar exterior e total nos valores de 6 e 18 (m³/h)/m² respectivamente. O insuflamento de ar no interior deve conter filtro classe G3 associado a um filtro classe F7.

Sugestões para melhoria da qualidade do ar interno no local de estudo

Levando em consideração as informações obtidas pelos pesquisadores durante elaboração do diagnóstico da unidade hospitalar, objeto do presente estudo, foi possível elaborar um quadro com os parâmetros mínimos exigidos pela norma NBR 7256 com relação as taxas de ventilação e nível de filtragem no insuflamento para cada setor do hospital.

Devido à inexistência e ao acesso restrito às documentações referentes aos projetos de climatização e arquitetônico, tornou-se impossibilitado o cálculo dos níveis de vazão de ar reais em cada ambiente. Durante as visitas de campo, verificou-se a inexistência de quaisquer equipamentos destinados a exaustão de ar, bem como de meios de controle do nível de umidade e pressurização dos ambientes internos.

Com relação ao nível de filtragem do ar interno, foi constatada a ausência de diretrizes internas que regulassem o uso dos filtros indicados pela NBR 7256 ou quaisquer outras normas e legislações vigentes, uma vez que, segundo informações dos funcionários de manutenção, os únicos filtros utilizados são os modelos padrões feitos de nylon para os aparelhos de ar condicionado tipo janela e split hi wall.

Com exceção dos aparelhos de ar condicionado utilizados para promover a regulação da temperatura nos ambientes internos e conforto térmico aos ocupantes da edificação, não existem nesta unidade de saúde, equipamentos destinados a outras formas de tratamento do ar interno.

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Diante do exposto no presente trabalho, foram elaboradas cinco sugestões com base nas informações coletadas para melhoria da qualidade do ar interno no local de estudo, conforme exposto no Tabela 5.

Tabela 5: Sugestões para melhoria da qualidade do ar interno na unidade hospitalar. Número Sugestão

1 Elaboração de estudo para calcular as taxas de renovação de ar reais em cada um dos ambientes.

2 Instalação dos filtros indicados pela NBR 7256 no insuflamento de ar dos ambientes, conforme disposto no Quadro 4.

3 Elaboração de projeto e execução de instalação de sistemas e equipamentos que permitam controle da pressurização, das taxas de renovação e da umidade relativa do ar interno.

4 Treinamento e orientação dos funcionários de todos os setores da unidade acerca das normas e legislações vigentes sobre os sistemas de climatização e a qualidade do ar interno em ambientes hospitalares. 5 Elaboração de diretrizes internas para adequação do hospital a todos os

requisitos da norma NBR 7256.

6 Elaborar laudos de acompanhamento da qualidade química e microbiológica do ar.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Por meio do presente estudo de caso, foi possível observar uma realidade comum que se repete em muitos hospitais do Brasil. No presente trabalho não foi realizado monitoramento da qualidade do ar de parâmetros físico, químicos e microbiológicos, desse modo sugere pesquisas relacionadas com o acompanhamento desses parâmetros, haja vista que o Estado de Rondônia possui clima tropical úmido praticamente o ano todo, o que favorece o desenvolvimento de microrganismos em geral.

Atualmente, há um número pequeno de pesquisas relacionadas com a qualidade do ar em ambientes hospitalares no Brasil, em especial sobre correlação de parâmetros químicos e microbiológicos do ar com os efeitos à saúde humana. Entre os trabalhos já realizados, Quadros, Lisboa, Oliveira e Shirmer (5) avaliaram a

qualidade do ar de três categorias de ambientes hospitalares: UTI neonatal, UTI adulto e centro cirúrgico de um hospital localizado em Florianópolis (SC). Concluíram que concentração de CO2 é um importante parâmetro a ser monitorado, sugerindo a

inclusão desse parâmetro na Resolução nº. 9, de 16 de janeiro de 2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), também concluíram que os gêneros de fungos Aspergillus e Penicillium e as bactérias do gênero Staphylococcus são os mais frequentes nos ambientes estudados.

No estudo relizado por Cordeiro et al. (23), os autores avaliaram dois hospitais

no Nordeste do Brasil, concluiram que em ambas as áreas hospitalares o nível de contaminação são semelhantes, constatada a presença do gênero de fungos

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Candida (mais comum), especialmente C. parapsilosis. Ressaltaram que a presença

desses microrganismos com potencial patogênico e a presença de leveduras suspensas no ar podem se estabelecer diretamente nas feridas cirúrgicas (contaminação direta) ou na superfície dos instrumentos utilizados, bem como em luvas cirúrgicas da equipe médica, e depois transmitidas ao paciente.

A nível mundial, estudos recentes descobriram que a presença de diferentes poluentes químicos e biológicos vem afetando a saúde de pacientes, funcionários e visitantes, como exemplo a correlação dos poluentes biológicos dispersos no ar, conhecidos como bioaerossóis, no agravamento de doenças infecciosas como a asma, alergias e doenças neorológicas. Em Londres, entre dez hospitais apenas quatro estão em conformidade com a norma europeia para filtros de ar (24,25).

Outros poluentes provenientes da volatilização e dispersão de medicamentos utilizados na sala de emergência, compostos químicos de produtos de limpeza, desinfetantes hospitalares, entre outros produtos favorecem a reação de novos compostos químicos nocivos à saúde que são transportados pelo ar. Aliado a diversidade de compostos, ambientes hospitalares e sistemas de ventilação possuem atividade, em geral, de 24 horas por dia e sete dias na semana, desse modo colaboradores, visitantes e pacientes (incluindo crianças e idosos), diariamente estão expostos a riscos de saúde (26,27).

No estabelecimento de atendiamento a saúde caracterizada no presente estudo, não há nenhum controle e muito menos projeto ou acompanhamento da qualidade do ar, conforme as normas e legislação. A disseminação e a persistência de comunidades microbianas em ambientes hospitalares são de grande interesse para a saúde pública, pois, esses ambientes são ecossistemas dinâmicos que precisam de intervenções com objetivo em controlar adequadamente projetos, sistemas e informações relacionadas com climatização e qualidade do ar interior hospitalar.

Conclusões

Por meio do presente trabalho foi possível disponibilizar informações sobre potenciais riscos associados com a atmosfera em ambientes hospitalares. Diferentes estudos demonstram a presença de contaminantes no ar em ambientes hospitalares, entre os quais destacam-se produtos químicos, bactérias e fungos que estão relacionadas com as principais causas de infecções hospitalares, em especial, no agravamento de doenças infecciosas como a asma, alergias e doenças neurológicas.

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Legislações e normas brasileiras foram apresentadas, servindo de base para pesquisadores, projetistas, administradores, colaboradores e até mesmo pacientes sobre conhecimento de projetos, implantação, gerenciamento e riscos relacionados aos sistemas adequados de climatização em diferentes setores hospitalares.

Com o estudo de caso realizado em um hospital no interior do Estado de Rondônia, foi possível identificar a realidade de muitos estabelecimentos de atendimento à saúde no Brasil. Nesse estabelecimento foi comprovado a completa incompatibilidade com normas e legislações específicas, de modo a apresentar uma análise realista e uma proposta para a adequação normativa e legislativa.

O conhecimento sobre a disseminação e a persistência de comunidades microbianas e agentes químicos, nocivos à saúde humana, em ambientes hospitalares são de grande interesse para a saúde pública. Evidências comprovam que contaminantes se espalham pelo ar, superfícies, aerossóis e mãos. Desse modo, sugere a continuidade de pesquisas relacionadas com os distintos ecossistemas hospitalares, haja vista que cada região apresenta suas particularidades.

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Tabela 1 - Níveis de risco e descrição de áreas em estabelecimentos de assistência  à saúde
Tabela 2 - Classificação e métodos de ensaio para filtros de ar.
Tabela 3: Identificação dos aparelhos de ar condicionado da unidade hospitalar.
Tabela  4:  Parâmetros  mínimos  estabelecidos  pela  NBR  7256  (21)   para  ventilação  e  filtragem do ar interior dos ambientes no local de estudo
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